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APRESENTAÇÃO
HONDA XRE 300 SAHARA 2024
Totalmente nova
SALÃO DE MILÃO
Todas as novidades

ON THE ROAD AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DUCATI DESERTX


USHUAIA BMW C 400 X
Legado do Dakar!
AVENTURA E EMOÇÃO RODAMOS COM ELA!

BIG TRIP – SERRA DO ITAQUERI (SP) • AVALIAÇÃO – ROYAL ENFIELD INTERCEPTOR 650 • VIAGEM DO LEITOR – DO MAR À MONTANHA
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EDITORIAL

Texto e Fotos: Divulgação

Cerol – Perigo
Invisível
E m 2018, eu havia me tornado pai há pouco e nesta época, morava
em Cotia e por ser um município distante 30 km de São Paulo, era
corriqueiro trafegar pela Rodovia Raposo Tavares.
Em um dia de outubro, poucos dias antes de meu aniversário, eu
voltava para casa em um final de tarde e quando entrei no acesso que conduzia
ao trevo para chegar so bairro onde morava, senti uma linha escorrendo pelo
meu pescoço. Na hora já entendi sobre o que se tratava, mas por mais que já
A partir daquele dia, instalei a antena corta-pipa e nunca mais a baixei e
por mais feio que seja, não seja irresponsável consigo, privilegiando a estética
à tua segurança. Não queira sentir o que senti; eu tive uma sorte imensa e
agradeço a Deus todos os dias por isso, mas pode ser que você não a tenha,
portanto, não vacile.
Com a chegada das férias escolares, vem também a época de pipas e como
sempre, o Estado não vai colocar policiais para coibir a prática que, infelizmente,
tivesse pensado no assunto e acreditasse estar preparado, entrei em uma espécie não é realizada somente por crianças e dentro de áreas isoladas. Aqui na Grande
de “tela azul” mental. São Paulo, é comum ver marmanjos empinando pipas às margens das rodovias
Eu sabia que precisava frear, mas ao mesmo tempo, tinha medo de ser e mais uma vez, eles continuarão a serem vistos e nada será feito.
abalrroado por algum carro que viesse atrás; eu não sabia se olhava para os E por incrível que possa parecer, muitos também são motociclistas, mas
espelhos, se freava de uma vez... O fato é que quando você se depara com uma parecem nào entender o mal que estão fomentando contra si – e muitos ainda
situação de risco de morte, entramos em um estado de latência e sobre a moto reclamam quando dizemos que somos contrários ao uso do cerol, manifestando-
a cerca de 60 km/h, tive meu lado racional paralisado. Eu sabia o que tinha se de forma até odiosa, inconformados com a possibilidade de terem sua
de fazer mas toda a minha atenção, naquele momento, estava concentrada em brincadeira extinta.
hiperfoco na sensação da linha escorrendo pelo meu pescoço que, por sorte, Claro que em cidades menores soltar pipa não chega a causar os mesmos
não estava presa a nada: ela escorreu pelo meu pescoço e em segundos que riscos que em uma megalópole como São Paulo, mas caso você vá passar pela
pareceram uma eternidade, já tinha passado. região, já equipe antecipadamente a tua moto com uma antena corta-pipa,
Quando cheguei em casa e olhei no espelho, havia se formado um vergão pois, acredite em mim: você não verá a linha até ela começar a escorrer pelo
a partir do qual, pequenas gotas de sangue formavam uma espécie de colar. teu pescoço.
Olhando para o espelho, entendi que Deus havia me concedido uma nova A sua segurança e de sua responsabilidade. Lembre-se disso, afinal, somos
chance de vida e de acompanhar o crescimento de meu filho. os Melhores Motociclistas e precisamos dar o bom exemplo.
Não precisei ir ao hospital e o vergão, em dois dias, já tinha praticamente Esteja seguro e bons rides!
desaparecido, mas o trauma deixaria marcas inedeléveis em minha memória. André Ramos

CRAZY TURKEY EDITORA Publicidade RAC Mídia


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Brasil
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Jornalista Responsável
André Ramos - Mtb.: 25.526
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Miguel Ricardo Puerta

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SUMÁRIO
AVALIAÇÃO DUCATI DESERTX 2024
Pilotamos aquela que é a primeira moto
orientada para o off-road da história da Ducati

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APRESENTAÇÃO HONDA XRE 300 SAHARA AVALIAÇÃO ROYAL ENFIELD INTERCEPTOR 650

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Revelamos todas as novidades da nova Nossas impressões sobre esta clássica renovada
trail média da Honda

ON THE ROAD – USHUAIA VAIGEM DO LEITOR – DO MAR À SERRA


06 9 meses, 32 mil km, uma Himalayan e uma história
emocionante
44 1.200 km ligando Paraty à Serra
da Mantiqueira

SALÃO DE MILÃO 2023 POR ELAS – SOZINHA PELO NORDESTE


30 Tudo que rolou no maior salão de motos
do mundo
48 Ao longo de 28 dias, nossa leitora
encarou na raça este desafio

BIG TRIP – SERRA DO ITAQUERI BMW C 400X 2024

40 500 km, 13 cidades e muitas atrações


54 Nossas impressões sobre a novidade alemã que
chegou ao Brasil

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ON THE ROAD

Texto e Fotos: Raphael Girelli (@girelli27)

Expedição Ushuaia
Uma Viagem ao Fim do Mundo
Ao longo de nove meses, ele rodou 32 mil km a bordo de uma
Royal Enfield Himalayan. Experimentou frio e emoções extremas
e conheceu pessoas que fizeram a diferença em sua jornada
m dezembro de 2014, com 23 anos, eu deixei solitário, onde foquei todas minhas forças para escrever meu

E Belo Horizonte (MG), minha cidade natal, a bordo


de uma Yamaha XTZ 250X de 2009, com uma
mochila nas costas e muitos sonhos, disposto a ir
ao encontro ao mundo. Esta minha jornada me levou a sete
países rodando 25.000 quilômetros por 8 meses, onde fiz
livro contando minha história. Ao terminar o livro, novas
oportunidades começaram a aparecer, e assim uma nova
Expedição começou.
Ao escrever o Livro Expedição Lost Lander, muitas portas
dentro do motociclismo se abriram e consegui, então, um
amigos em cada cidade por onde passei criando assim a patrocínio da Royal Enfield Brasil, que me emprestou uma
Expedição Lost Lander – 232 dias pela América do Sul. Himalayan 411cc 0km para realizar meu projeto de viajar
Após essa viagem minha vida teve inúmeras reviravoltas, até a cidade de Ushuaia, realizando assim uma das maiores
até que durante a Pandemia em 2021 eu me via em casa, viagens já feitas pela marca.

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ON THE ROAD

A cachorrinha Patagônia foi a


responsável por grandes emoções
nesta viagem,mas não pôde sair
do Chile
Após essa aventura sigo ao Uruguai onde conheço as suas
fortalezas, com muita história e paisagens incríveis. Passando
porto, percorri o litoral até chegar à cidade de Buenos Aires,
onde tive o prazer de vivenciar a final da Copa do Mundo e
comemorar com os Hermanos sua vitória em meio a 1 milhão
UMA NOVA AVENTURA de argentinos no Obelisco no centro da cidade.
Assim começa a Expedição Ushuaia – Uma Viagem ao Saindo de Buenos Aires sigo viagem para Neuquén que
Fim do Mundo. A bordo da Himalayan 411cc percorri está localizada no coração do país, onde tive que aprender
32.000km ao longo de 9 meses, passando em 9 estados o que é resiliência na prática.
brasileiros e 5 países. Saindo de Neuquén atravesso o deserto até chegar
Saindo de Vila Velha (ES), me deparei com as mais diversas na cidade de Bariloche com toda sua beleza e encanto,
aventuras. Descendo todo o litoral brasileiro, enfrentei a fazendo passeios maravilhosos pela região. Após Bariloche
Praia do Cassino, a maior praia do mundo com toda sua me encontro com Johnny, que era um seguidor meu que tinha
adversidade, demorando 12h para atravessar seus 220km o sonho de viajar para fora do Brasil algum dia, e após
de praia, encarando mudança climática repentina e areia comprar meu livro se inspirou e decidiu viajar me encontrando
movediça. em Puerto Montt, uma das cidades mais lindas do mundo,

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para fazermos juntos a Carretera Austral. pegando temperaturas negativas até completar os 1.200
Logo no primeiro dia da Carretera Austral já tivemos km da Carretera Austral.
inúmeras aventuras. Pegamos o primeiro navio que saía de Ao sair do Chile em direção a Argentina, fomos
Puerto Montt e depois seguimos até a cidade de Hornopirén parados pela Polícia Carabinera na Alfândega onde fomos
onde perdemos o horário da balsa. Com isso procuramos informados que não poderíamos retirar a cachorrinha do
um acampamento a 20km da cidade e ao encontrar o país, alegando que não tínhamos documento de compra
lugar perfeito, entre as montanhas e ao redor de um rio dela, nem microchip. Quase fui preso por discutir com um
com cor esmeralda, apareceu uma linda e doce cachorrinha dos policiais; foi um dos momentos mais difíceis e tristes da
abandonada. Com frio e com fome, demos de comer a ela minha vida, entretanto, em meio à confusão, um dos policiais
e deixamos ela passar a noite com a gente. se aproximou de nós e disse que ele tinha acabado de
perder sua cachorra que morreu de velhice com 12 anos,
E SURGE UM ANJO...
No dia seguinte estava chovendo, e não poderíamos deixar
a cachorrinha ali, então decidimos levar ela com a gente até
chegar na cidade e encontrar uma família para ela, só que
chegamos em cima da hora e o navio já estava saindo e
para não abandoná-la na rua, decidimos escondê-la dentro
da jaqueta e levá-la com a gente.
Assim começou a “Saga da Patagônia”. Essa adorável
cachorrinha viajou com a gente por toda a Carretera Austral,
como um anjo que nos guiava a todo momento. Muitos
dos lugares que passávamos os hotéis não a aceitavam,
então acampamos por todo o caminho, muita das vezes

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ON THE ROAD

e que ele iria adotá-la. Na vida nem sempre as coisas são


como a gente quer, cada país tem suas leis e mesmo não
concordando, tivemos que aceitar.
Assim segui para a Argentina descendo pela incrível Ruta
40 até chegar a cidade de El Chaltén, onde fiz uma das
maiores aventuras de minha vida. Era dia do meu aniversário
e resolvi fazer a trilha que leva ao Monte Fitz Roy, uma
caminhada de 25 km a pé, onde uma nevasca me pegou
pelo caminho, fazendo minha barba e minha roupa ficarem
completamente cobertas de gelo. Foi um desafio pessoal
surreal.
Minha próxima parada foi na cidade de El Calafate,
onde pude presenciar a magnitude dos Glaciares, blocos
de gelos milenares que nos remetem à Era do Gelo, sendo
um dos lugares mais fantásticos do planeta.

FRIO E EMOÇÃO EXTREMOS O rípio e o frio intenso são


As aventuras seguiram até chegar à Terra do Fogo, essa
misteriosa ilha no extremo sul do continente, onde o frio sempre desafiadores, mas eles
era intenso, e as cores do outono magníficas, fazendo um
cenário realmente de filme. Antes de chegar à tão sonhada só tornam a conquista ainda
cidade de Ushuaia, tive que passar pelo Paso Garibaldi onde
enfrentei uma tempestade de neve deixando a temperatura
mais saborosa

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com -11oC, fazendo eu e a moto congelar em movimento; Após vivenciar tantas experiências e aventuras, lancei o
era como se estivesse dentro de um videogame e aquele fosse meu mais novo livro “Expedição Ushuaia – Uma Viagem ao
o último desafio para completar o jogo. Não foi fácil, mas Fim do Mundo”, onde conto em formato de diário todos os
logo ao vencer a nevasca e fazer uma curva, me deparei dias dessa emocionante aventura.
com as torres na entrada da cidade de Ushuaia. Ali, desabei Para comprar os livros de Raphael Girelli, entre em contato
em lágrimas de felicidade. com ele pelo Whatsapp (27) 9.9299-2283, ou pelo seu
A cidade de Ushuaia é incrivelmente bela, e sua energia é site http://www.lostlander.com.br/
contagiante. A felicidade de estar ali é algo quase impossível
de descrever. Em minha passagem por Ushuaia rodei toda a
cidade de norte a sul, e indo até o final da Ruta 3, a última
estrada do continente.
Quando me perguntam o que eu mais gostei da viagem,
só posso dizer uma coisa: os amigos que fiz pelo caminho!
Esse é o principal para mim, não importa o destino, nem as
paisagens, mas sim, as pessoas boas que você encontra. É
quando você fura um pneu no meio do deserto e passa um
senhor em uma moto pequena e divide a pouca água que
ele tem com você; é quando você para e pede informações
e a pessoa te responde com sorriso no rosto; são as incríveis
pessoas que conheci ao longe desses 9 meses que vou levar
comigo dentro do meu coração.

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AVALIAÇÃO

Texto: André Ramos|Fotos: Leonardo Vincenzo

DUCATI DESERTX
Herança Dakariana
Para criar sua primeira moto da história com vocação para o fora de
estrada, a Ducati colocou um olho no passado e outro no futuro, criando
uma obra-prima à altura de seus produtos atuais e capaz de rivalizar com
qualquer outra do segmento.
m 1990 e 1994, Edi Orioli venceu o Rally Dakar entre pegaram emprestado um V-Twin arrefecido a ar de 944

E as motocicletas pilotando uma Cagiva Lucky Explorer


Elefant 900ie, sagrando-se assim, tricampeão da
prova (em 1988 ele havia vencido também, mas
com a Honda NXR 750). Apesar de ser uma Cagiva, à
época a marca não fabricava o que eram considerados os
cc e colcocaram em seu protótipo de corrida e o resto,
ficou por conta do talento do italiano, considerado até hoje,
um dos maiores pilotos de rally daquele país, e que ainda
conquistaria o quarto título da prova em 1996 a bordo da
Yamaha YZE850T.
grandes motores de moto, mas como era proprietária da Pode ser que muitos dos potenciais proprietários da
Ducati – e quem paga a banda escolhe a música – eles DesertX jamais tenham ouvido falar de Orioli e seus louros,

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mas a bordo dela, todos poderão sentir um pouco de suas partir da inspiração da Cagiva Explorer, encontrar linhas
conquistas. Há tantas formas, ângulos e cores que lembram mestras que norteassem o desenvolvimento de seu design,
suas vitórias históricas nas corridas da França ao Senegal fazendo uma conexão do passado com o presente, de modo
que é natural imaginar-se voando sobre dunas enquanto os que este fosse limpo, minimalista, dispensando elementos
berberes guiam caravanas de camelos ao longo de antigas desnecessários para a pilotagem mais hardcore, tornando-a
rotas comerciais. o mais leve e ágil possível, mas que nem por isso a deixasse
A Elefant que Orioli pilotava era movido por um Ducati desprovida de predicados que a capacitassem encarar
V-Twin de 944 cc e, embora a DesertX tenha um motor longas distâncias no asfalto.
mais moderno com refrigeração líquida, os laços familiares E se você se lembra da moto de Orioli, certamente ao bater
são fortes. Tanto que talvez, se a CAgiva atualmente não os olhos nesta DesertX tua mente fará uma ligação ao passado
estivesse sob o guarda-chuvas da MV Agusta, provavelmente por causa de suas cores, suas linhas e, principalmente, por
ele deveria ter se chamado de Elefant 937. seus dois faróis redondos, mas agora, me LED e com DRL, os
quais são integrados ao amplo para-brisas que traz “bolas”
QUEBRA DE PARADIGMA pretas vazadas, um detalhe que confere uma aura ainda
A DesertX é a primeira moto da história da Casa de Borgo mais agressiva à moto.
Panigale que foi concebida para ser um veículo com vocação
para o fora de estrada. Ainda que a marca tenha as big
trails da família Multistrada, estas sempre foram muito mais Com 111 cv e mais de 9 kgf.m
voltadas à proprcionar conforto em longas viagens que
encararem as agruras mais severas da pilotagem off-road. de torque, este motor esbanja
Para atender à esta proposta, o Centro Stile Ducati, sob
a chefia de Jeremy Faraud, teve pela frente a missão de, a
vitalidade

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Versátil, a DesertX encara


com desenvoltura qualquer
terreno. Itens premium fazem
parte do pacote
Olhando a moto de perfil é interessante notar a presença de torque. Bro, vai por mim: é coisa pra caramba, pois
do amplo volume frontal, reforçado pelo tanque de 21 litros e bicilíndricos costumam ter respostas enérgicas e sobem
intensificado pelas carenagens e tanque, o qual vai afinando de giro de forma muito vertiginosa e talvez poucos sejam
em direção à traseira, até encontrar a singular lanterna – não capazes de usar integralmente toda a energia que a usina
há suporte para a instalação de um top case, mas apenas fornece, mas não se preocupe: para domar todo seu ímpeto,
uma singela alça que envolve o assento e que harmoniza-se há seis modos de pilotagem que vão te ajudar a mantê-la
com a estrutura do sub-chassis. Lateralmente, dutos de ar sob o seu controle em qualquer condição de uso.
conduzem o vento para as pernas do piloto, para melhorar o Sport e Touring são os modos que permitem extrair dela
conforto térmico, e sob o motor, uma linda peça em alumínio seu amplo vigor; para rodar na cidade, o modo Urban deixa
o envolve, conferindo proteção. a moto em entregas mais suaves, enquanto que o modo
Standard é uma mescla destes três. Por fim, há dois modos
USINA E ELETRÔNICA exclusivos para rodar com ela na terra: Enduro e Rally.
O motor que a equipa é derivado da Monster 937 e da Dentro desses modos, o piloto pode ajustar cada
Multistrada V2S, um bicilíndrico L-Twin Testastretta, arrefecido parâmetro das assistências ao piloto, incluindo desligar o
a líquido que entrega suntuosos 111 pôneis e 9,3 kgf.m controle de tração e o controle de potência. A entrega de

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energia também pode ser ajustada entre


configurações, altas, médias e baixas. O ABS
dianteiro não pode ser totalmente desligado
(poderia, né, Ducati?) no modo off-road, mas
você pode desativá-lo na parte traseira. As
alterações são feitas de forma rápida e fácil
através dos menus intuitivos no painel TFT de
5 polegadas disposto verticalmente, como
uma torre de navegação.
Mas não para por aí! A DesertX conta
ainda com um amplo arsenal de recursos
auxiliares de condução que tornam tudo
mais conveniente e adequam a moto para
qualquer condição de uso.
São quatro modos de pilotagem (total, alto,
médio e baixo), que modulam a potência do
Testastretta, Ducati Wheelie Control (DWC),
Engine Brake Control (EBC), controle de Escaneie este
cruzeiro, Ducati Brake Light (dispara o alerta QR Code para
assistir ao
em renagens de emergência). Para deixar as vídeo desta
trocas mais emocionantes, principalmente em reportagem.
altas rotações, há o quickshifter bi-direcional,
que funciona de maneira muito suave,
além do Ducati Safety Pack, que traz ABS
habilitado para curvas e o controle de tração
Ducati Traction Control.
Ou seja, é uma baita nave!

CICLÍSTICA
Com já dizia aquele famosos slogan,
“potência não é nada sem controle”, a Ducati
tratou de desenvolver um conjunto ciclístico
primoroso para harmonizar-se com toda esta
potência e tecnologia.
Seu chassis é fabricado em estilo treliça,
usando tubos de aço e o qual conecta-
se a uma linda balança em alumínio. As
suspensões são fornecidas pela KYB, com
um garfo invertido na dianteira com tubos
internos de 46 mm de diâmetro e longo curso
(a Ducati não revela o curso, mas pesquisando
na internet, descobri que seu curso é de A carenagem oferece excelente proteção
230 mm), com múltiplas regulagens; atrás o
monoamortecedor também pode ser regulado aerodinâmica, enquanto que o Testastretta
em compressão, retorno e pré-carga e seu
curso é de 220 mm (não–oficial).
é forte e confiável

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pistões (lembrando que trazem as assistências eletrônicas de


ESPECIFICAÇÕES ABS para curvas). Em uma palavra? primorosos!
Motor: Testastretta biciclíndrico, desmodrômico, 8V, Recentemente a Ducati apresentou na gringa uma nova
arrefec. a líquido versão da moto, batizada de DesertX Rally, trazendo
Cilindrada: 937 cm3 acessórios e ainda mais performance para tornar a moto
Alimentação: injeção eletrônica ainda mais preparada para o que vier pela frente – e será
Diâmetro x Curso: 94 mm x 67,5 mm que isso é uma pista que aponta para a entrada da Ducati
Potência: 111 cv a 9.250 rpm no Dakar?
Torque: 9,38 kgf.m a 6.500 rpm
O que você acha? Será que Edi Orioli, atualmente com
Câmbio: 6 velocidades com embreagem assistida e semi-
com seus 61 anos, toparia o desafio?
deslizante
Chassi: treliça em aço
Susp. Diant.: invertida, 46 mm diâm, curso 230 mm
(não-oficial) A porção frontal da motocicleta
Susp. Tras.: monoamort., ajuste pré-carga manual, 220
mm curso (não-oficial) transmite muita robustez e força,
Freio diant.: Brembo, discos duplos semi-flutuantes 320
mm, pinça radial 4 pistões, com cornering ABS enquanto as aletas laterais
Freio Tras.: Brembo, disco flutuante 265 mm, pinça
flutuante de dois pistões, com cornering ABS reduzem o calor
Pneu Diant.: Pirelli Scorpion Rally STR 90/90-21
Pneu Tras.: Pirelli Scorpion Rally STR 150/70-R18
Peso: 202 kg
Tanque: 21 l
Preço: R$ 97.990

As rodas são em alumínio nas medidas 21”e 18”,


calçadas com pneus Pirelli Scorpion Rally STR e esta mescla
entre suspensões, rodas, pneus e chassis, faz com que a
DesertX tenha generosos 250 mm de altura em relação ao
solo.
A excelente ergonomia torna a pilotagem sentada
confortável e intuitiva e, em pé, fácil de executar, fazendo
com que seus 202 kg (a seco) passem despercebidos. A
moto é estreita na confluência do assento com o tanque,
enquanto que as pedaleiras em estilo motocross/enduro são
altos, mas não tão o bastante a ponto de você não conseguir
cravar o joelho no tanque enquanto pilota. Um guidão largo
e alto oferece bastante alavancagem para empurrar o pneu
dianteiro para onde ele precisa estar, mas com distância
do solo de 875 mm, não é uma moto muito amigável para
quem tem menos de 1m70.
Os freios são primorosos e trazem um conjunto de responsa:
fornecidos pela Brembo, apresentam disco duplo na
dianteira de 320 mm, com pinças de alumínio semiflutuantes
monobloco de quatro pistões e fixadas radialmente; atrás o
disco mede 265 mm, acionado por pinça flutuante de dois

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Texto: André Ramos|Fotos: Caio Mattos/Divulgação Honda

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QR Code para
assistir ao
vídeo desta
reportagem.

HONDA XRE 300 SAHARA 2024


Renasce o espírito
Nova trail de porte médio chega com nome parecido que sua antecessora, mas repleta
de novidades e trazendo à tona uma assinatura de sucesso do passado.
ouve uma época em que partida elétrica na baixa e lo mais aderente rapidamente sumia, o que transformava este

H média cilindradas era artigo de luxo em uma moto,


um diferencial; durante muitos anos, para colocar
em funcionamento nossas parceiras, precisávamos
abrir o pedal de partida com a mão e, com sorte, fazê-las
funcionar na primeira pedalada.
dispositivo em uma armadilha para caneladas homéricas na
pedaleira com cravos. Eu nunca me esqueço de um dia em
que, usando sapato social, fui dar a partida, o pé deslizou e
a canela desceu raspando a pedaleira, deixando vários riscos
sem a pele, a partir dos quais o sangue brotava lentamente. O
Mas tinha uma moto que, literalmente, deixou marcas (na roxo no dia seguinte era a herança. Ô derrota!
canela e na memória) de seus proprietários: a Honda XLX 350R, O martírio acabaria somente em julho de 1990 quando a
e este que vos escreve foi um destes. Além dos rebotes que por Honda anunciava a chegada da substituta do “XLão”, a NX
vezes davam um tranco na perna e eram uma delícia para 350 Sahara! Além do visual inspirado nas motos do time HRC
arrebentar joelhos, a borrachinha que tinha o objetivo de torná- que competiam no Dakar, a novidade trazia o “botão mágico”,

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que acionava o motor sem qualquer esforço. Que sensação


deliciosa, que sabor de redenção era aquilo.
Mas o conforto não parava por aí, afinal, a moto trazia
ergonomia renovada, além de carenagem e protetores de mão,
evidenciando sua vocação tanto para o ambiente urbano, como
para a estrada, além de também permitir incursões no fora de
estrada. Além disso, nela a Honda resolvia o problema crônico
de vazamento na junta do cabeçote que era outro pesadelo
para os donos de XLão.
Ela foi fabricada por quase uma década, ao longo da qual
recebeu somente mudanças de cores e gráficos e as últimas resultado final comprovou que as especulações não estavam
30 unidades saíram da planta da Honda em Manaus (AM) em tão distantes da realidade.
setembro de 1999. Mas o fato dela ter sido batizada com o nome “XRE 300”
Agora, passados 24 anos, o nome volta à cena, mas sob e ter uma aparência próxima de sua antecessora, fez com
novo formato: XRE 300 Sahara. que muita gente passasse a dizer que era “apenas uma XRE
“A escolha do nome Sahara para batizar um novo modelo maquiada”, mas o que parece, nem sempre, é.
teve por objetivo o resgate de valores de moto multiuso plena,
capaz de atender à diferentes demandas de usuários, que tanto VAMOS AOS FATOS.
podem querer cruzar o Brasil de norte a sul como apenas cumprir Embora seja, de fato, a terceira geração da XRE (a primeira
trajetos urbanos corriqueiros, ou ambos”, revela um dos trechos foi em 2009 e a segunda, em 2019), a moto só traz de sua
do release de apresentação do produto, lançado oficialmente versão anterior a lanterna traseira e as alças do garupa. No
no último dia 17 de novembro, em São Paulo (SP). “O principal mais, tudo é novo.
foco na criação da Sahara 300 foi unir as características de Com visual inspirado na Africa Twin e nas motos de rally
versatilidade do lendário modelo do passado à tecnologia mais da marca, a Sahara 2024 recebeu novos plásticos; o farol
atual, desenvolvendo uma nova motocicleta enaltecendo as e o anteparo frontal sobre ele também são novos. O para-
reconhecidas qualidades da família XRE”, acrescenta. lama dianteiro bicudo saiu e a moto perdeu aquele “bico”
tradicional, voltando a aparentar aquela imagem característica
É SÓ UMA NOVA XRE 300... da carenagem da primeira Sahara. A moto apresenta mais
Os boatos de que a Honda estava preparando o retorno da elementos em preto, como a balança e as canelas externas da
Sahara começaram ainda no final do ano passado com o suspensão dianteira; o protetor da ponteira ganhou um visual
vazamento do pedido de patente, que fez com que começassem mais agressivo.
a surgir imagens do que poderia ser a nova motocicleta – e o O farol é novo e toda a iluminação segue full LED, com a

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XRE 300, a Honda fez uma sutil alteração no ângulo de cáster


para manter a conhecida agilidade e obediência da XRE em
curvas, mas sem comprometimento da estabilidade em altas
velocidades. A medida passou de 26,5o para 25,6o, o que
fez com que o entre-eixos agora seja míseros 8 mm mais longo:
1.425 mm contra 1.417 mm). A altura do assento permaneceu
praticamente inalterada (859 mm na Sahara contra 860 mm
na XRE 300), mas a altura em relação ao solo da Sahara está
10 mm maior: 269 mm contra 259 mm, ainda que o curso
adoção da novidade ESS (Emergency Stop Signal), que ativa das suspensões tenha sido mantido: 245 mm na frente, com
o pisca-alerta em frenagens mais bruscas (redução superior de tubos internos de 41 mm, e 225 mm atrás.
distância de frenagem de 2,5 m/s2) e que até então, só estava As rodas seguem nas medidas 21”/18” e anodizadas em
presente nas motos da marca acima de 500 cm3. Com isso, preto, mas os antigos aros Daido foram substituídos por peças
a Sahara torna-se a primeira moto de sua faixa de cilindrada Excel. Os antigos pneus Metzeler Tourance foram substituídos
com tal recurso de segurança. pelos novíssimos Metzeler Karoo Street, que apresentam melhor
rendimento de rolagem e menor índice de ruído, sem, entretanto,
CICLÍSTICA comprometer sua performance na terra ou no asfalto.
O chassis antigo foi aposentado e para substituí-lo a Honda Nos freios, nenhuma alteração: discos nas duas rodas com
escolheu o que equipa a CRF 250F, moto off-road que venceu ABS, sendo o dianteiro medindo 256 mm e 225 mm, na
quatro vezes o Rally dos Sertões na categoria Brasil, com uma frente e atrás, respectivamente. Também não houve alteração
mudança pontual no subquadro, para deixá-lo mais reforçado na capacidade do tanque. Embora tenha sofrido alterações em
nesta área para suportar o peso de garupa e malas. seu formato e recebido uma capa dividida em três partes que
Como a balança da CRF 250F é mais longa que a da antiga o recobrem, ele continua com 13,8 litros.

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MOTOR
No quesito motor, adeus ao antigo DOHC de 291,6 cm3,
que era ainda herança desde a primeira geração da moto. Em
seu lugar entra o também monocilíndrico, SOHC, arrefecido
a ar de 293,5 cm3 que deriva da CB 300F Twister e que
segue apresentando a tecnologia FlexOne, que permite ser
abastecido com etanol ou gasolina, em qualquer proporção e
que já encontra-se homologado para atender o PROMOT 5.
“De fato, o novo motor apresenta uma relação entre diâmetro
e curso do pistão que privilegia o torque em baixas e médias
rotações pela redução do diâmetro do pistão (de 79 para 77
mm) e aumento do curso (de 59,5 para 63 mm). Privilegiando
uma curva de torque mais robusta desde baixas rotações o
motor ficou mais elástico, com entrega de torque constantemente
superior, alcançando um ganho de cerca 8% a 3.000 rpm”,
destaca o material de imprensa da Honda, que cita também a
adoção do radiador de óleo para contribuir com a estabilidade
térmica do motor, que contribui para evitar superaquecimento e
ampliar a longevidade mecânica.
Mas a ficha técnica mostra que a Sahara está ligeiramente
Totalmente renovada, a nova
mais fraca que a XRE 300. Na gasolina, ela entrega 24,8 cv
a 7.500 rpm, contra 25,4 cv à mesma rotação na XRE 300.
Sahara não é uma "nova XRE"
Quando abastecida com álcool, a Sahara desenvolve 25,2

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ESPECIFICAÇÕES
Motor: monocilíndrico OHC, 4 tempos, arrefecido a ar
Cilindrada: 293,5 cm3
Alimentação: Injeção Eletrônica PGM-FI
Diâmetro x Curso: 77 x 63 mm
Potência: 24,8 cv a 7.500 rpm (gasolina) / 25,2 cv a
7.500 rpm (etanol)
Torque: 2,7 kgf.m a 5.750 rpm (gasolina) / 2,6 kgf.m a
5.750 (etanol)
Câmbio: 6 velocidades, com embreagem assistida e
deslizante
Chassi: diamond em tubos de aço
Susp. Diant.: telescópica convencional, 41 mm diâm. 245
mm curso
Susp. Tras.: monoamort. Pro Link, 225 mm curso
Freio diant.: disco 256 mm
Freio Tras.: disco 220 mm
Pneu Diant.: 90/90-21 Metzeler Karoo Street
Pneu Tras.: 120/80-18 Metzeler Karoo Street
Peso: 147 kg (STD e Rally) / 149 kg (Adventure)
Tanque: 13,8 l
Preço: R$ 27.090 (STD); R$ 27.690 (Rally);
R$ 28.650 (Adventure)

cv a 7.500, contra 25,6 na XRE 300. No torque, a Sahara


também perdeu um pouco de seus números. Abastecida com
gasolina, o pico máximo é de 2,7 kgf.m a 5.750 rpm e com
álcool, vai para 2,6 kgf.m à mesma rotação. Já na XRE 300,
os números de torque são os seguintes: 2,76 kgf.m a 6.000
rpm na gasolina e de 2,80 kgf.m à mesma rotação no álcool.
No total, este novo motor é 0,7 kg mais leve que o da XRE
300: 35,5 kg contra 36,2 kg
Outra novidade veio no sistema de transmissão, que além de
ter recebido a sexta marcha, agora, a embreagem é assistida
como item original nas concessionárias. Outra novidade é um
e deslizante.
conjunto de roupas e equipamentos inspirados na motocicleta.
A XRE 300 Sahara conta com garantia de 3 anos e 7 trocas
ADICIONAIS
de óleo grátis, mediante as condições impostas pela garantia
O painel também é outra herança da CB 300F Twister e traz
(conferir junto ao concessionário).
design inspirado no que equipa as CB 650R e CB 1000R,
A nova XRE 300 Sahara está disponível em três versões:
e traz indicador de marcha engatada, computador de bordo
Standard, Rally e Adventure. A primeira recebe a cor cinza
para cada trip, além de indicador de tensão da bateria. Sob
(R$ 27.090) e a segunda na cor vermelha (R$ 27.690). Já a
o painel a Honda instalou uma tomada USB - Tipo C, para
terceira, além da exclusiva cor bege, traz para-brisas elevado
alimentar celulares e GPS.
e protetores de motor e carenagens (R$ 28.650), itens que são
Junto à GIVI a Honda desenvolveu um baú traseiro em
vendidos como acessórios e que podem equipar as demais
plástico, com capacidade para 36 litros e que será vendido
versões caso o consumidor assim o deseje.

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Texto: André Ramos| Fotos: André Ramos/Divulgação

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ROYAL ENFIELD INTERCEPTOR 650


A força de um clássico
Símbolo de uma nova era dentro da marca, a Interceptor 650 apresenta visual clássico e
características ciclísticas e mecânicas que fazem dela uma moto fácil de pilotar e confiável.
uando fui contratado para assumir a editoria da de paradigmas para a empresa indiana, que há muito não

Q Revista Moto Adventure em janeiro de 2020,


o primeiro evento do qual participei nesta
nova condição foi o de lançamento das Royal
Enfield Interceptor 650 e Continental GT 650. Durante dois
dias, percorremos trechos das Serras da Bocaina, do Mar
produzia uma moto com este tipo de configuração mecânica
e o ressurgimento de um nome tão emblemático também teve
sua componente emocional nesta equação.

HISTÓRIA
e também, da Rodovia Rio-Santos, em um rolê muito irado O Royal Enfield Interceptor foi lançado em 1960 e era vendido
entre São José dos Campos (SP) e Paraty (RJ). apenas nos EUA e no Canadá. Porque você pergunta? A
Eu nunca me esqueci das impressões colhidas daquelas Enfield, naquela época, era vendida como Indian Motorcycles
motos, tamanha a qualidade dos produtos, mas desde então, e era pintada de vermelho, pois representava esta última.
não havia tido um novo contato com nenhuma delas, até que No entanto, diz-se que os americanos não ficaram muito
a Thaís Germano, da Agência Camélia, que faz a assessoria satisfeitos com o produto, obrigando a Enfield a cessar as
de imprensa para a marca, ofereceu-me esta Interceptor 650 suas operações de rebatizar as suas motos Constellation
para ficar uma semana com ela. como Indian Chiefs. Isso levou ao nascimento da Interceptor
Estas motocicletas, batizadas de “Twins”, uma alusão ao 700, uma motocicleta topo de linha da Royal Enfield.
motor bicilíndrico que as equipa, tornaram-se uma quebra Este roadster era movido por um motor duplo vertical

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de 692 cc com carburadores duplos que era uma versão


aprimorada do Royal Enfield Constellation, acoplado a uma
caixa de câmbio de 4 velocidades. Este motor tinha uma
velocidade máxima reivindicada de 160 km/h, o que é
comparativamente mais do que vemos nas atuais motocicletas
Royal Enfield.
Em 1962, a Royal Enfield trouxe o Interceptor Série 1, que
era movido por um novo motor bicilíndrico de 736 cc. Esta
motocicleta foi chamada de 750 Interceptor. Embora o novo
motor tenha sido novamente baseado no motor Constellation
de 692 cc, cada peça dele foi fortemente trabalhada. Além
da cilindrada, até a classificação de torque subiu e, para
cuidar disso, a carcaça do motor foi ainda mais reforçada.
Diz-se também que o virabrequim do Royal Enfield Interceptor
750 foi balanceado dinamicamente, tornando-o um dos
motores gêmeos britânicos mais suaves.
A última Interceptor fabricada pela marca, foi batizada
de MK III e também ficou conhecida como “Typhoon”. era
movido por um motor de 800 cc que era basicamente uma
versão reformulada da unidade de 736 cc usada na Série
II. Este era um modelo protótipo e, portanto, a Royal Enfield
fabricou apenas três motores em sua fábrica em Redditch, dos
quais apenas um foi usado. A Royal Enfield afirmou que este
motor poderia atingir uma velocidade máxima de 205 km/h.
Embora o visual remeta à uma
Em 1970, a RE encerrou as operações nesta fábrica. Este moto dos Anos 60, a Interceptor
Royal Enfield Interceptor MkIII, o protótipo raro, foi vendido
ao piloto britânico Steve Linsdell 650 tem um comportamento de
Em 2017, a Royal Enfield escolheu o Salão de Milão
para apresentar aquela que representaria o renascimento de moto moderna
um mito para a marca e que voltaria a colocar os indianos
no seleto clube das marcas que produzem motos de maior
capacidade cúbica.

NOVA GERAÇÃO
Assim como as demais motocicletas até então fabricadas
pela marca, esta nova Interceptor revelava uma identidade
clássica, marcada pelas linhas conservadoras de sua
predecessora, em associação ao farol redondo e a um
painel composto por dois mostrados analógicos com um
pequeno display em LCD para o marcador de combustível
e os odômetros total e parciais.
De moderno, além da injeção eletrônica e dos freios
com ABS (obrigatórios aqui no Brasil para motos acima de
500cc), as licenças poéticas para elementos mais modernos
eram os piscas retangulares e os amortecedores traseiros com
reservatório de gás, além das belas e criativas combinações

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pilotagem relaxada. Os inconvenientes ficam por conta da


pedaleira que, muito centralizada, sempre atrapalha na hora
de por os pés no chão e da espuma dura, que gera dor na
bunda após uma hora de ride.
Este bicilíndrico de boas Os freios são fornecidos pela ByBre (subsidiária da Brembo)
e contam com ABS nas duas rodas. O disco dianteiro mede
respostas e funcionamento generosos 320 mm, mordido por pinça de duplo pistão de
fixação axial, enquanto que atrás o disco mede 240 mm,
suave, trabalha com um câmbio com pinça de pistão único.
A Interceptor 650 é uma moto bem equilibrada, fácil
de seis velocidades de apontar em curvas e colada ao chão em velocidades
maiores. Certamente isso se deve a uma boa combinação
de cores, algo que se tornaria uma espécie de assinatura da entre ângulo de cáster (24o), trail (104 mm), suspensões,
Royal Enfield em modelos que surgiriam mais tarde, como a rodas e pneus. Vamos falar sobre isso.
Classic e Meteor 350, a Scram 411 e mais recentemente, A suspensão dianteira é telescópica convencional com
a Hunter 350. tubos internos de 41 mm e curso de 110 mm; atrás, o citado
Sabe aquela moto... Moto? Pois é, a Interceptor 650 é sistema bichoque oferece 88 mm de curos e possibilidade
bem assim. Além da aparência que remete às suas pares dos de regulagem da pré-carga (os reservatórios de gás, além
Anos 60, tudo nela é simples, beirando o espartano. O chassi de ampliarem a eficiência em situações de maior estresse,
em berço duplo é fabricado em aço e faz com que a moto dão ainda um charme a mais à traseira).
seja praticamente “reta”, sem a característica inclinação em As rodas são de alumínio, anodizadas em preto e ambas
direção à rabeta que têm marcado o design de nossas motos medem 18 polegadas, calçadas com pneus CEAT Zoom
mais modernas. Aliás, a moto nem tem rabeta, uma vez que Cruz, nas medidas 100/90-18 na frente e 130/70-18
o assento em peça única termina na alça do garupa. A altura atrás.
deste em relação ao solo é de meros 804 mm, o que permite Sua boa centralização de massas é também resultado de
com que pilotos de menor estatura coloquem facilmente os sua baixa altura em relação ao solo (174 mm), fazendo-a
dois pés no chão, além de proporcionar uma posição de disfarçar seus 202 kg (a seco). todo este conjunto resulta

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ESPECIFICAÇÕES
Motor: bicilíndrico, SOHC, arrefecimento a ar, com rdiador
de óleo
Cilindrada: 468 cm3
Alimentação: injeção eletrônica
Diâmetro x Curso: 78 x 67,8 mm
Potência: 47 cv a 7.500 rpm
Torque: 5,3 kgf.m a 5.250 rpm
Câmbio: 6 velocidades
Chassi: berço duplo em aço
Susp. Diant.: convencional hidráulica, 41 mm diâmetro,
110 mm curso
Susp.Tras.: duplo amortecedor, com res. de gás e reg pré-
carga, 88 mm curso
Freio Diant.: ByBre, disco simples 320 mm, pinça flut. de
duplo pistão, com ABS
Freio Tras.: ByBre, disco 240 mm, com pinça de pistão
único, com ABS
Pneu diant.: CEAT Zoom Cruz, 100/90-18
Pneu Tras.: CEAT Zoom Cruz 130/70-18
Peso: 202 kg
Tanque: 13,7 l
Preço: R$ 28.900/R$ 29.900

em uma moto gostosa de pilotar em trecos sinuosos, mas


não é para quem quer sair raspando os joelhos no asfalto. Com posição de pilotagem
Longe disso.
Seu motor segue também a receita de simplicidade. Este confortável e assento baixo, esta
bicilíndrico de 648 cc é arrefecido a ar, com radiador de
óleo e coando de válvulas único no cabeçote, traz intervalo é uma moto ideal para quem quer
de centelhamento de 270o e tem a capacidade de produzir
47 cv a 7.250 rpm e 5,3 kgf.m de torque a 5.250 rpm. subir de cilndrada
Tais números se traduzem em um comportamento muito
suave, mesmo em rotações mais elevadas e um ronco seu comportamento, permitiando rodar a 120, 130 km/h
compassado e robusto, delicioso de escutar. O citado sem estar estrangulado, mostrando que ainda tem aquele
intervalo de centelhamento, associado ao longo curso do fôlego extra em caso de necessidade.
pistão (67,8 mm), faz com que este propulsor já apresente A posição de pilotagem é muito natural, mas a espuma do
80% de seu pico de torque a partir dos meros 2.500 rpm, assento é dura e gera desconforto após uma hora de rolê,
fazendo deste um motor muito elástico, que permite rodar a mas isso pode ser resolvido com uma capa de cobertura mais
baixas velocidades e m marchas altas e poucas trocas de macia, enquanto que os freios são perfeitos.
marcha – o câmbio é de seis velocidades, com embreagem Sem assistências eletrônicas, a Interceptor 650 é quase
muito macia e engates precisos. uma “moto-raiz”, uma vez que nela não há controle de
tração, modos de pilotagem, ABS para curvas, controle de
CONCLUSÃO cruzeiros, nada disso, o que faz com que todas as respostas
Sabe aquela moto que logo nos primeiros minutos com ela, da moto estejam sob o seu domínio – e isso dá uma sensação
você já se sente dono há anos? Assim é a Interceptor 650, de autonomia danada!
uma motocicleta facílima de ser conduzida, mas sem ser Os únicos senões ficam por conta das pedaleiras do
entediante. piloto que atrapalham nas paradas, a falta de relógio e de
Obediente, estável e confortável, a Intercetptor 650 ainda indicador de marchas no painel e do assento. De resto, é
apresenta um motor que enche os ouvidos e conquista por uma moto que eu teria, fácil, na minha garagem.

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EICMA 2023

Texto e Fotos: Laertes Torrens Filho

Ducati Hypermotard 698 Mono A mais bela desta edição

CRESCIMENTO,
m busca de oportunidades, os

LANÇAMENTOS E E primeiros imigrantes italianos


chegaram ao Brasil na década de
1870, principalmente para as regiões
Sul e Sudeste do país. De lá pra cá, o fluxo
de pessoas e de parceria entre os dois países

MUITOS NEGÓCIOS e as empresas só cresceu.


E quando falamos de motocicletas, a Itália
é, sem sombra de dúvidas, uma potência,
ENTRE BRASIL E ITÁLIA afinal, lá é a terra de grandes marcas e
tambem, onde acontece anualmente o maior
A edição histórica reuniu 2.036 marcas, mais de salão de motos do planeta, o EICMA. Durante
dez dias, a cidade de Milão, no norte do país,
700 expositores diretos, representando 45 países. torna-se a capital mundial das duas rodas e
Confira tudo que rolou por lá! para onde convergem praticamente todos os
fabricantes de motos e de equipamentos de
todo o mundo para apresentarem os produtos
que vão brilhar no ano seguinte.

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A edição deste ano reuniu 2.036 marcas (recorde histórico Streetfighter V4S
do evento), mais de 700 expositores diretos, dos quais 67%
vieram do exterior representando 45 países. Segundo a
organização, mais de 30% das empresas estiveram presentes
pela primeira vez instaladas em um dos oito pavilhões, dois a
mais que em 2022 e três em relação a 2021.
A 80ª edição da Exposição Internacional de Duas Rodas
atraiu à Fiera Milano Rho exatos 563.848 visitantes, número
19% superior que em 2022. Desse total, 52% vieram do
estrangeiro e em particular de 120 nações diferentes, muitos,
do Brasil.
Números superlativos que chancelam a edição de 2023
como a melhor da história do EICMA. Ou seja, com uma
boa organização e centenas de lançamentos entre motos,
equipamentos e serviços, a realização de um salão no formato Yamaha Tracer 9GT
tradicional tem a capacidade de atrair muita gente. E, nós, no
Brasil, temos essa capacidade.
Falando em capacidade e profissionalismo, só dois
jornalistas brasileiros foram convidados oficialmente pelos
organizadores da feira: além de mim, apenas Aldo Tizzani.
Já que o assunto é viagem, a Itália tem roteiros incríveis. Faça
sua programação e conheça a “Bella Toscana”, por exemplo.
Você irá se apaixonar pelas estradas sinuosas, belas paisagens
e gastronomia ímpar.
A data do EICMA 2024 já foi divulgada: de 5 a
10 novembro, período em que a capital mundial da
moda se transforma na sede mundial do motociclismo,
sempre ditando as novas tendências do setor.
Estande Benelli
AS BELAS MÁQUINAS ITALIANAS
As palavras design e moto se fundem quando se vê e se fala
em máquinas italianas. E a Ducati Hypemotard 698 Mono RVE
2024, equipada com motor monocilíndrico, foi eleita a mais
bela do EICMA 2023.
Foi a 12ª vez que a fabricante local conquistou o título de
"Moto più bella" no maior e mais famoso evento de motocicletas
do planeta.
Falando em beleza e desempenho, outro destaque da Ducati
foi a Panigale V4 SP2 30th Anniversary, uma série limitada a
apenas 500 unidades que foram esgotadas em apenas quatro
dias, sucesso que confirma o amor dos ducatisti pelas séries
especiais produzidas pela marca de Borgo-Panigale. O EICMA deste ano quebrou seus
Outra grife italiana que merece destaque é a MV Agusta,
com dois ícones: a Superveloce 98, uma versão de edição recordes e se mostrou mais uma
limitada de apenas 300 unidades de sua esportiva de 1000cc
em trajes neoclássicos, cor refinada chamada "Rosso Verghera"
vez, um sucesso

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EICMA 2023

GSX-8R

Suzuki GSX-S 1000GX MV Agusta Brutale Dragster Scooter 559 Twin

e equipamento premium. Custa 31.649 euros, cerca de R$ conta com rodas aro 17 polegadas e peso total de 170 quilos.
170 mil em conversão direta. Porém as motocicletas compartilham o mesmo motor: um
Para resgatar o glamour do Paris-Dakar, a MV fez uma monocilíndrico de 398,15 cc, DOHC, 4 válvulas, refrigeração
homenagem à lenda Edi Orioli, que sempre foi um homem líquida, que gera 40 cv de potência e 3,5 kgf.m de torque,
muito próximo da empresa de Varese. com embreagem assistida e deslizante.
Ele assinará todas as 500 unidades da primeira edição As motos contam com garfos invertidos e sistema monochoque;
limitada da LXP, uma big trail pra lá de invocada e que ganhou ABS de dois canais, além de velocímetro analógico com tela
um novo motor de três cilindros que produz 124 cv de potência LCD, acelerador eletrônico e tomada USB-C.
e 10 kgf.m de torque, sendo que 85% desta força já está Em Milão, a marca inglesa antecipou sua linha 2024.
disponível a apenas 3.000 rpm. Algumas versões de suas aventureiras, como a Tiger 1200
e a Tiger 900 receberam assento mais baixo e motores mais
AS PEQUENAS NOTÁVEIS DA TRIUMPH potentes.
Algumas novidades do segmento das médias chegam ao Destaque também para a linha Stealth Edition, na qual
Brasil, como é o caso da Scambler 400X e da Speed 400, várias motos Triumph apresentam tanques que mudam de cor
da Triumph, que já estão pra lá de confirmadas para o nosso conforme a incidência da luz. É provável que algumas destas
país. Os modelos chegam em janeiro. motocicletas desembarcarão no Brasil.
Vale destacar que a Scrambler 400 apresenta roda de 19
polegadas na dianteira. E um detalhe importante: é possível ROYAL ENFIELD MARCOU PRESENÇA
desligar o controle de tração para uma pilotagem off-road. Apesar de não ser italiana e ter mudado toda sua identidade
Já a pequena roadster traz uma ‘pegada’ mais urbana. Ela visual, a nova Himalayan 450, da Royal Enfield, também

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estava lá em Milão e chamou bastante a atenção dos visitantes.


Com cara de moto asiática e motor maior e mais potente, a
trail já está confirmadíssima para o Brasil para 2024. A moto,
que é completamente diferente da 411 que conhecemos por
aqui, foi projetada a partir do zero e apresenta maior vocação
para o fora de estrada em função de seus predicados.
Além do novo chassi, ela traz suspensões com maior curso,
sendo invertida na dianteira, painel em TFT, tanque maior que
da Himalayan 411 (17 litros contra 15,5 litros), iluminação
full LED, dois modos de pilotagem, acelerador eletrônico,
embreagem assistida e deslizante, ABS de duplo canal, com
desligamento da roda traseira, assento bipartido e motor
arrefecido a líquido que entrega 40 cv (quase o dobro de
potência em relação à 411) e 4 kgf.m de torque.
A indiana chega para brigar com a Sahara 300, a nova
trail da Honda, além da Scrambler 400X, da Triumph e, por O Salão deste ano foi farto em
que não, com a Bajaj Dominar 400.
Destaque também no evento, a exposição de uma novidades que encheram os
Himalayan elétrica e de outra, customizada para
arrancadas., que chamaram muito a atenção dos vistiantes. olhos dos motociclistas

Benelli BKX 300 Honda NX 500 Royal Enfiel preparada


para arrancadas
3DDS / Atelier Pianelli

KTM 1290 Super Adventure Eyelight Rocket One Electric

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O EICMA é sempre uma


oportunidade para rever amigos e
criar novos laços

JAPÃO INVADE A ITÁLIA


Em um dos maiores estandes do Salão de Milão, a Honda
apresentou 11 novidades, entre atualizações e lançamentos.
Os principais destaques ficaram para a crossover NX 500
que, no futuro, deverá substituir a CB 500X, e que conta com
motor de dois cilindros, que gera 48 cv de potência máxima.
A Hornet 500, que deve entrar no lugar da CB 500F,
também mexeu com os sentidos dos fãs, além da Hornet
1000, com seu lendário motor de quatro cilindros em linha
que deixou os saudosistas arrepiados. Agora a família Hornet
é formada por três versões: as bicilíndricas 500cc e 750cc,
esta, apresentada ano passado; e a lenda de 1000cc.
Falando em esportividade, a marca nipônica em Milão
marcou o retorno da CBR600RR, além de uma versão da Africa
Twin com roda aro 19.
Já no estande da Kawasaki, um dos maiores do EICMA,
os destaques ficaram por conta da linha 500, com as novas
Eliminator, Z 500 e Ninja 500. Aliás, a linha mais esportiva da
marca verde está comemorando 40 anos e ganhou grafismos
alusivos à Ninja ZX-7 de 1984.
E em Milão também estavam a elétrica Ninja EV e a Z7
Hybrid, moto que apresenta dois motores: um à gasolina e outro
movido a energia elétrica. Isso sem falar da Versys 1000 SE
Grand Tourer, uma aventureira esportiva equipada com malas
laterais para longas viagens.

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A beleza das motos, soma-se à


beleza das italianas

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No estande da Yamaha os olhares estavam voltados para a


XSR-900GP, que é inspirada nas icônicas motocicletas de corrida
dos anos 1980. O modelo carenado tem a missão de atrair os
pilotos mais saudosistas, porém, que gostam de muita tecnologia
embarcada. A marca dos três diapasões apresentou também a
MT-09 2024, que atualizou formas e especificações técnicas.
Já as motos da Suzuki impressionaram por suas linhas
radicais. A principal atração foi a GSX-S1000GX, uma
crossover pronta para encarar a estrada. Outras novidades
ficaram por conta de duas bicilíndricas: a esportiva GSX-8R
e a V-Strom 800, trail que já está confirmada para o Brasil.

AS ITALIANINHAS FANTIC E SWM NO BRASIL


As motos da italiana Fantic serão vendidas de forma oficial
no Brasil por meio da 2W Motors, grupo especializado no
mercado de motos, bikes e outros produtos do universo das
duas rodas.
A empresa já era a responsável pela linha de e-bikes da
marca italiana no mercado brasileiro há alguns anos e a partir A nova Triumph Tiger 900 teve
de agora, passa a trazer as motocicletas Fantic, começando
pela linha Caballero 500, prevista para debutar por aqui em posição de destaque no estande
dezembro. Outra novidade será a chegada também do Issimo,
scooter elétrico com belo design e boa autonomia.
da marca

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De origem italiana, a SWM Motorcycles terá suas


motocicletas comercializadas por aqui, já que a marca
pertence ao Shineray Group.
As motos serão montadas na planta de Suape, em
Pernambuco, com a expertise a sofisticação do design
europeu. O primeiro modelo da SWM Motorcycles para o
nosso mercado será a Gran Milano 500, motocicleta que foi
apresentada no EICMA 2023.
A moto chega ao País entre os meses de maio e junho,
para o início de seu processo de homologação. As vendas,
efetivamente, só em 2025

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E OUTROS PRODUTOS


Além de visitar os principais players do segmento, marcamos
presença nos estandes dos principais fabricantes de
equipamentos de segurança, como Circuit, Givi, LS2, MT
Helmets, AXXIS Helmets, SMK Helmets, 100% óculos e luvas,
Shark Helmets e IXS.
*AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: EICMA, ICE - ITALIAN
TRADE AGENCY (ITA/BR) e BR PARKING GUARULHOS

Quer pilotar moto e No Curso Abtrans de Pilotagem você aprende muito mais do que na moto-escola!
Não importa seu nível de experiência, ou mesmo se já tem moto e habilitação.
scooter com técnica Nós contamos com 15 motos e scooters de 110 a 250cc.
e segurança? Venha aprender técnicas de frenagem, curvas, contra-esterço, manutenção e muito mais.
Níveis básico e avançado.
Saia dessa vida de transporte público e aprenda a pilotar motos e scooters com quem tem
Nós temos 40 anos de experiência em segurança de motociclistas: Tite Simões.
E para você que pretende reduzir o afastamento de trabalho na sua empresa, consulte-nos sobre
a resposta ações de SIPAT, CIPA e palestras educativas.

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PUBLIEDITORIAL

Texto e fotos: Divulgação Watts Mobilidade

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Watts WS120
Scooter elétrica WS120, da Watts, chegou
ao mercado como excelente opção de
mobilidade urbana.

oderna, econômica e de fácil condução, a automático, tomada USB e USB-C, painel digital de

M nova scooter elétrica da Watts é ideal para


os grandes centros e foi desenvolvida para
atender às necessidades dos consumidores
que buscam uma fácil opção para deslocamento ágil no
cotidiano urbano.
LCD de 8 polegadas, ignição com tecnologia keyless e
alarme presencial, transmissão automática que dispensa a
necessidade de troca de marcha.
Por se tratar de um veículo elétrico, a WS120 é totalmente
isenta de emissão de ruído e CO2.
Ela apresenta um motor elétrico com potência nominal de Com um design moderno, a WS120 está disponível em
2.000 watts e pico de potência de 3.500W, oferecendo três opções de cores: preta, branca e chumbo. O investimento
autonomia de até 60 km por carga de bateria, tendo a para adquirir esse modelo é de R$ 16.990,00 com uma
capacidade de dobrar essa marca com uma bateria reserva bateria, e R$ 20.990,00 com duas baterias. Além disso, a
que pode ser acionada simultaneamente. Além disso, o Watts oferece programas de revisões gratuitas quando uma
veículo atinge uma velocidade máxima de 70 km/h, suporta scooter atinge as marcas de 1.000 km e 5.000 km rodados.
até 150 kg e inclui um compartimento conveniente para
guardar acessórios sob o assento como seu capacete. COMPARATIVO
Além disso, o modelo conta com suspensão antichoque, Além de todos os pontos de destaque que a WS120
rodas dianteira e traseira de aro 14” para maior conforto apresenta, ela ainda traz um de extrema relevância,
e freios a disco CBS (Combined Braking System). Entre os principalmente quando pensamos em um veículo de
seus recursos, destacam-se a iluminação em LED, piloto uso diário.

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Comparando-a com uma motocicleta de 125 cc de motor


a combustão, após ter rodado 7.000 km, a WS120 terá
consumido o equivalente a R$ 120 aproximadamente com o
abastecimento; já este valor na motocicleta terá sido em torno
dos R$ 960, uma diferença de 700% a mais, que representa
uma economia de R$ 840, mais que suficiente para pagar
o IPVA e o licenciamento, todos os anos.

REFERÊNCIA
Considerando 1,57 KWH para recarga total de bateria,
com autonomia de 60 km e custo de R$ 0,66 por KWH e
40 km por litro para motos convencionais com gasolina a
R$ 5,50.

ALÉM DE UMA STARTUP


A Watts Mobilidade surgiu em 2018 e em apenas três anos
entregou mais de 3.000 veículos elétricos. Já em 2021,
a empresa foi adquirida pelo bilionário Grupo Multi, que
desenvolveu uma fábrica em Manaus (AM) com capacidade
para produzir mais de 100 mil unidades por ano, que está
em operação desde setembro deste ano.
Atualmente a Watts possui mais de 45 concessionárias
pelo Brasil, oferecendo serviço exclusivo de pós-venda e
Com visual moderno e muita
mecânica especializada e garantindo todos os veículos versatilidade, a WS120 oferece
elétricos, desde bikes, scooters e motos, à pronta entrega.
É possível agendar um test ride para conhecer e testar na ainda ampla autonomia e agilidade
prática a experiência de pilotar um modal elétrico.

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BIG TRIP

Texto: Celso Renato A. da Silva Fotos: Ronaldo Gomes Paes

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para navegar
por este
roteiro

Pela Serra do Itaqueri


Formado por 13 cidades, este roteiro contempla aventura, gastronomia e a
cultura do interior de São Paulo
região da Serra do Itaqueri é uma das mais CIRCUITO SERRA DO ITAQUERI

A belas do Estado de São Paulo, possuindo muitos


atrativos turísticos, que guardam belezas naturais
surpreendentes, palco de prática de diversas
modalidades esportivas de aventura.
A Associação de Desenvolvimento do Turismo da Região
Formada pelo conjunto de 13 cidades: Águas de São
Pedro, Analândia, Brotas, Corumbataí, Charqueada, Ipeúna,
Itirapina, Piracicaba, Rio Claro, São Pedro, Santa Cruz da
Conceição, Santa Maria da Serra e Torrinha, apresenta
uma natureza convidativa às grandes emoções, devido aos
criou o “Circuito Serra do Itaqueri” para fomentar, organizar inúmeros esportes de aventura possíveis de se praticar, como
e divulgar as atividades turísticas da região. Com tudo isso, rapel, cascading, hiking, passeios náuticos, pesca esportiva,
ainda é pouco explorada pelos mototuristas, assim criamos rafting, floating, cachoeiras, tirolesa, canyoning, camping,
um roteiro para você conhecer um pouco desta bela região mountain bike e motocross.
com início em São Paulo e com aproximadamente 500 km Devido à posição geográfica e a uma magnífica formação
no total e 100% asfaltado. geológica e abundância dos recursos naturais, também é

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ideal para a prática do turismo ecológico, turismo rural, quem aprecia um bom peixe, e o “Parque do Mirante” é
turismo voltado a tratamentos de saúde, terapêuticos e local ideal para visualizar as quedas do Rio Piracicaba, com
estéticos, como o turismo hidrotermal, o turismo de bem-estar alamedas arborizadas.
e o turismo de águas. Águas de São Pedro - Spa Thermal – Balneário: É
Se ainda tudo isso não fosse o suficiente, cultura, história considerado o carro-chefe da estância de Águas de São
e gastronomia também são destaques na região. A Cultura Pedro. O poder de remissão de dores e doenças por meio
Caipira é muito presente, com tradicionais festas religiosas, dos banhos com a água sulfurosa é famoso e o espaço
festas de peão boiadeiro, culinária caipira, e o mais funciona como um balneário e ainda conta com outros
importante, a tradicional hospitalidade: dedique um tempo serviços de saúde, bem estar e beleza.
para uma boa prosa... São Pedro - Passeio de Balão: A Air Brasil faz os passeios
em finais de semana e feriados, sempre nos períodos em que
PRINCIPAIS ATRAÇÕES a atmosfera sofre menor aquecimento do sol. Estes duram em
Como o nosso roteiro passa por seis cidades do circuito, torno de 1 hora sobrevoando as belezas naturais da região
vamos nos ater a eles, mas vale a pena explorar toda região, com uma média de 300 metros de altura. O percurso fica
pois encontrará muitos atrativos. ao sabor das correntes de ar.
Piracicaba - Rua do Porto: Considerado o cartão postal Torrinha - Cachoeiras do Mosteiro: A mais bela e
da cidade, é onde está a história da cidade e da população impressionante cachoeira de Torrinha é a do Paraíso, que tem
ribeirinha. Lá também ficam os principais restaurantes para 85 metros de altura e fica próxima ao Agromonges Mosteiro

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BIG TRIP

do Paraíso. Pertinho dela é possível tomar um banho gostoso


na piscina natural formada pela Cachoeira do Mosteiro, com
uma altura mais modesta de 10 metros.
Um pouco mais adiante está a Cachoeira do Zé Pedrini,
que também impressiona pela altura: 55 metros.Santa Maria
da Serra – Cultura Caipira: Cidade tipicamente caipira,
com sua praça central com igreja, coreto, ritmo tranquilo e
o mais importante, a típica hospitalidade. Local ideal para
desacelerar e se dedicar a um dedo de prosa.
Brotas: Além do famoso rafting, você pode curtir a Prainha
do Patrimônio. Serra do Itaqueri: Além da paisagem, também
virou uma rota gastronômica com muitas opções.

O ROTEIRO
Com início na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo,
passa pelos municípios de Jundiaí, Vinhedo, Campinas e
Santa Barbara do Oeste; na sequência pela Rodovia Luís
de Queiroz sentido a Piracicaba, cruze a cidade e siga
para Aguas de São Pedro pela Rodovia Geraldo de Barros.

Uma parada para contemplar o


visual da Serra de Torrinha. ao
lado, o Restaurante Antiquário

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Depois de cruzar a cidade, prossiga para São Pedro e cruze


a cidade seguindo para Santa Maria da Serra.
Depois, siga sentido Vitoriana, onde vai cruzar o rio
Piracicaba, chegando no ponto mais distante em São Manuel,
começando assim o retorno em forma de laço para Águas
de São Pedro, passando por Botucatu, Torrinha, Prainha do
Patrimônio (Brotas), e descendo pela Serra do Itaqueri.
O roteiro forma um laço na Serra do Itaqueri, iniciando
e finalizando em São Pedro. Retorne pelo mesmo caminho DETALHES
para São Paulo. Utilizei conjunto da ASW Adventure, capacete Bell e botas
Alpinestar. Sempre ande de moto equipado.
ONDE FICAR E COMER Esta rota é tranquila, permitindo aventureiros iniciantes,
Existem muitas opções de hotéis e restaurantes na região, podendo ser acompanhado pelo garupa.
afinal, são várias cidades que você pode escolher conforme A navegação do roteiro é simples; planeje com
o seu gosto; pesquise com antecedência mas não deixe antecedência ou contrate um guia.
conhecer o “Restaurante e Antiquário Vila Del Capo”. Este roteiro passa por uma região com muitos atrativos,
Além da excelente culinária, o ambiente é simplesmente aproveite para explorar, não vai se arrepender. Inclusive é
surpreendente, mas não tenha pressa, não é fast food. possível criar vários roteiros na região, explorando em vários
Ele fica entre Brotas e São Pedro. retornos futuros, ou mesmo se hospedando na região.
Contei com a companhia dos aventureiros: Osório,
A MOTO Ronaldo e Waldemar.
Para realizar esta viagem, utilizei uma BMW F 850 GS
Adventure, moto extremamente confortável e tecnológica, SERVIÇOS
mas que está na sua última geração, pois evoluiu para 900 Aventur (11) 94798-6394 – Fale com Celsinho, que
cilindradas e deve aparecer em 2024 nas terras tupiniquins. organiza trips on e off-road pelo Brasil e América do Sul.

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VIAGEM DO LEITOR

Texto e fotos: Daiane Gaia

Belas paisagens entre


Rio de Janeiro, Minas
Gerais e São Paulo
Partindo do litoral sul fluminense á faz algum tempo que, sempre que possível, concilio

e subindo até as Terras Altas da


Mantiqueira, este roteiro brinda o
motociclista com diferentes paisagens,
J viagens à trabalho com roteiros interessantes. Neste
ultimo mês, após surgir uma demanda de trabalho em
plena quinta-feira em Paraty (RJ) e com uma excelente
previsão climática, não pensei dias vezes: fui de moto.
Saindo de São Paulo, via rodovia Ayrton Senna, descer
pela Serra de Cunha é meu trajeto favorito: além das belas
diversas possibilidades de pilotagem paisagens num dia de sol, a parada para tomar um café
on e off-road, além de revelar traços da e apreciar a boa culinária no meio da Serra é obrigatório.
Além de amar Paraty, sei que a região é uma fonte
cultura caipira e da gastronomia locais.

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inesgotável de locais para visitar, ter


contato com a natureza e curtir os
bons restaurantes. Então após o dia
de trabalho, nada melhor que curtir um
excelente jantar no centro histórico e
passear por cachoeiras, passear de
moto ou fazer um passeio de barco
pela manhã.
Ainda na sexta-feira logo após o
almoço, segui pela Serra de Barra
Mansa com destino a Conservatória
(RJ), a capital das Serestas. A estrada
neste trecho é marcada pelas paisagens
entre Paraty e Angra dos Reis e pelos
túneis de pedra na subida da serra.
No caminho até lá encontramos até
um avião grafitado no meio da estrada.
Chegando em Conservatória, você
passa pelo Túnel que Chora com o seu
veículo, um lugar bem conhecido na
cidade e que já estava decorado com
O avião grafitado e a bucólica Conservatória. o tema de Natal em seu interior.
A cidade é repleta de casarões bem
Abaixo, não à toa esta é a Serra da Beleza conservados, museus, mas o que chama
a atenção é a programação musical:
vale mesmo acompanhar curtir as
serestas e acompanhar a Serenata, que
acontecem todos os finais de semana.

SERRA DA BELEZA
Saindo de Conservatória, o destino era
São Lourenço (MG), em estrada que
passa por outra atração, a conhecida
Ponte dos Arcos e depois dela, o local
que era meu maior objetivo desta
viagem: conhecer a Serra da Beleza.
Esta serra tem uma paisagem ímpar,
que pode ser observada em um mirante
que fica bem na estrada. Há que se
tomar cuidado na parada pois não há
muita estrutura, mas a vista vale muito
a pena. Após a parada no mirante
você ainda pode seguir pilotando por
alguns quilômetros apreciando a beleza
da serra.
No caminho paramos ainda para

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VIAGEM DO LEITOR

almoçar em Santa Rita de Jacutinga (MG) na Fazenda das


Cachoeiras, um lugar com muito contato com a natureza,
um fogão a lenha com comida típica mineira feita com
ingredientes cultivados e animais criados por ali, inclusive
com uma linguiça caipira feita pela própria cozinheira
da casa. A fazenda tem três cachoeiras de fácil acesso.
Durante todo o tempo neste local estava tocando uma música
sertaneja antiga, moda de viola, em volume baixo, e a
música, em conjunto a um cenário rústico com uma balança as paisagens são estonteantes. Durante o trajeto, pássaros
de armazém antiga e portas de madeira, me trouxe boas constantemente atravessam a rodovia e até um casal de
lembranças da casa de minha avó. Vale a visita. tucanos atravessou bem próximo à moto, dando uma
Saindo de Santa Rita de Jacutinga seguimos para São sensação muito boa de estar inserida naquela paisagem.
Lourenço (MG), passando pela bela região de Carvalhos, Entre Dom Viçoso e Itajubá e depois dali até Campos
Airuoca e Baependi, que já estive em outras ocasiões mas do Jordão, fui apenas por estradas de terra. Deste ponto
para um roteiro off-road pelas Serras do Papagaio e Itatiaia, da viagem em diante foi um show de paisagens de tirar o
que valem outra matéria inteira apenas para elas. Nestes folego. Longas subidas em estrada com pedras, grandes
locais, mesmo que tenha sido um trajeto pelo asfalto, as vistas que se revelavam a cada curva e longas descidas
paisagens pela Rodovia Vital Brasil são lindas. com vistas panorâmicas, destas que não há foto ou vídeo
Neste dia decidi dormir em São Lourenço, cidade já que seja capaz de registrar.
bem conhecida pelos motociclistas que frequentam muito As estradas não são pavimentadas mas são municipais
o local. Chegando na cidade fui direto para o Parque das ou estaduais e apesar dos trechos possuírem muita pedra,
Águas para curtir a água mineral direto da fonte, e depois, não são instransponíveis para qualquer piloto com um nível
obviamente procurar um bom restaurante para descansar do muito básico de off-road; não há grandes dificuldades. A
dia que havia passado sobre a moto. dica neste local é estar sempre atento à velocidade que você
De São Lourenço o destino foi Campos do Jordão (SP), consegue executar o trajeto e ao tráfego do lado oposto.
passando por Dom Viçoso (MG) e Itajubá (MG). Neste trecho Por fim, uma parada para almoço em Campos
o asfalto foi até Dom Viçoso — a Cidade das Colinas — e do Jordão e finalmente, retornar para São Paulo.

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SUGESTÃO DE ROTEIRO
Este trajeto é melhor aproveitado se você seguir o seguinte
cronograma:
1º noite: Paraty
2º Noite: Conservatória
3º noite: São Lourenço ou Campos do Jordão
Pontos altos de beleza natural:
- Paraty – Barra Mansa
- Serra da Beleza
- Rodovia Vital Brasil
- Trecho entre Dom Viçoso e Campos do Jordão.
Total do Trajeto: aproximadamente 1.200 quilômetros.

A beleza histórica de Conservatória


(ao lado), conecta-se com a de
Paraty (abaixo)

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POR ELAS

Texto e Fotos: Thamiris “Iris Motovício” Vasconsellos Lopes

Sozinha pelo
Nordeste
Ao longo de 28 dias ela percorreu todos
os estados da região, vivendo a maior
aventura de sua vida sobre duas rodas.
o dia 9 de outubro de 2023 decidi pegar

N estrada com a minha landinha 250cc ano


2007 (Yamaha XTZ 250 Lander) e rodar por
todo o Nordeste brasileiro sozinha. Logo eu
uma carioca doida de 25 anos, Analista de Sistemas, míope
e com seu 1m58 de altura, me desafiei durante 28 dias
na estrada.
Fiz algumas preparações na moto, coloquei um pneu de
uso misto 60/40, pois sabia das estradas complicadas
que iria percorrer, equipei ela com as bolsas laterais da
Saxon que me ajudaram demais durante a viagem, meus
retrovisores da GVS, levei também como item de segurança
as trancas da Tecklock para deixar a moto travada durante
as paradas, fui equipada com a jaqueta/calça/segunda
pele da HLX e capacete da ASX, os quais me trouxeram

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muito conforto durante toda pilotagem mesmo com o extremo


calor que passei. A bordo de sua "Landinha", Iris
SUFOCO NA ESCURIDÃO enfrentou seus medos e fez a
Iniciei a odisseia rumo ao Jalapão, ansiosa para testemunhar
os lendários fervedouros. A travessia entre os estados de maior aventura de sua vida
GO/TO revelou-se um verdadeiro campo de provas, com
estradas acidentadas e trechos arenosos. o GPS me dizia
que partir de Lagoa do Tocantins até São Felix eram em
média 180km de estrada de chão, mal eu sabia na furada
que estava me metendo, decidi arriscar isso às 15h30 da
tarde, fui me aventurando pela estrada de chão com diversos
trechos arenosos e costelas de vacas. A noite foi caindo e
quando vi já estava no breu no meio do nada. Tentei andar
o máximo porém já estava muito cansada e um pouco
desidratada, pois havia pego um sol muito severo durante
todo o dia. Foi então que surgiu uma Hylux, ocupada por
dois homens, que ofereceram ajuda. Adelio, um morador
local, heroicamente levou minha moto até a cidade.
O Jalapão, apesar dos obstáculos, emergiu como um
dos lugares mais desafiadores e inesquecíveis. Fervedouros,
Cachoeira da Formiga e dunas que desafiam a compreensão
marcaram uma estadia de dois dias, onde o corpo se

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POR ELAS

recuperou do esforço e a alma se nutriu de experiências


únicas.
A jornada prosseguiu em direção ao Maranhão, com uma
breve parada em Teresina (PI) para manutenção preventiva.
Os Lençóis Maranhenses, com suas lagoas que parecem
pinturas vivas, proporcionaram uma pausa revigorante antes
de encarar o próximo desafio.
Jericoacoara, com suas lagoas cristalinas, acolheu-
me com a promessa de paraísos escondidos. A cidade,
encantadora em sua simplicidade, revelou-se um refúgio de
belezas naturais. A estadia na pousada do Mestre Ávila,
motociclista e anfitrião caloroso, acrescentou um toque de
hospitalidade pessoal à jornada.

SURPRESA EM JOÃO PESSOA


A jornada seguiu pelos litorais cearense e potiguar, com
paradas estratégicas em Fortaleza e Natal. O uso do
colete revelou-se providencial em João Pessoa, onde fui
surpreendida pelo suporte caloroso dos MC Abutres,
proporcionando um inesperado passeio de barco para
avistar golfinhos.

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Atravessando a Bahia pela BR-101, a chegada foi Aprendi que na vida você precisa conhecer o mundo
marcada por uma celebração junto ao Moto Clube Panteras independentemente da opinião de outras pessoas; você
Negras BA. A Bahia, terra de sabores exuberantes, acolheu- precisa ter a sua própria opinião sobre a realidade e dessa
me com uma macarronada tradicional, proporcionando um forma viver a sua experiências seja ela boa ou ruim!
mergulho nas tradições locais. Não tenha medo da vida, tenha medo de não vive-la!
Sergipe e Alagoas desfilaram suas paisagens E assim eu termino essa minha jornada pelo Nordeste e
deslumbrantes, seguidas por Minas Gerais, onde a recepção até breve.
calorosa do casal Marcos e Marilene ofereceu um oásis de Não deixe de me acompanhar para novas aventuras no
descanso. A terra mineira despediu-se com uma pizza que Instagram @iris_motovicio.
exaltava os sabores da região.
A derradeira etapa levou-me de volta ao Rio de Janeiro,
encerrando um épico périplo de 9 estados nordestinos.
A sensação de dever cumprido foi celebrada com uma
descida veloz pela BR-040, onde a Lander atingiu 130
km/h, extraindo toda a adrenalina da descida da serra.
Cheguei no meu Rio de Janeiro com a sensação de
dever cumprido; a felicidade era grande! Fiz novos amigos,
conheci novos lugares e vi com meus próprios olhos a
realidade do Nordeste (não tem nada haver com que a
Globo mostra na TV).

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REPORTAGEM

Texto: André Ramos| Fotos: André Ramos/Divulgação

Escaneie
este QR Code
para acessar
o site do
museu

V12 Auto Club as largas e rápidas avenidas (os chamados Eixos) e com
a lógica perfeita de sua distribuição, que assemelha-se às
formas de um avião, alocando em espaços delimitados cada

Sensacional! setor da cidade.


Mas agora, o visitante que vai à Capital Federal e
seus moradores têm uma nova atração que vai encantar,
Criado a partir do sonho de um principalmente, os fãs de carros e motos. É que desde
meados de julho está funcionando na cidade o V12 Auto
empresário, este espaço, além de revelar Club, um magnífico espaço de 5 mil metros quadrados que
um acervo amplo e de extremo cuidado reúne um acervo de 120 veículos restaurados e também,
modificados, em perfeito estado, entretanto, há ainda outros
com os detalhes, não vira as costas para 100 veículos guardados, que serão expostos, substituindo
sua responsabilidade social. de tempos em tempos os que estão em exibição, fazendo
com que o local sempre ofereça novidades aos visitantes
com sua dinâmica.
cidade de Brasília (DF) é famosa mundialmente

A não apenas por ser a capital de nosso país (aliás,


lá fora muitos acham que a capital do Brasil
é São Paulo ou Rio de Janeiro), mas também
– e principalmente – por sua arquitetura primorosa e pelo
planejamento cuidadoso que faz dela um exemplo de
O SONHO
Quem está à frente deste empreendimento é o empresário
Gilmar Farias, seu filho Felipe e a esposa, Regiane. Sua
paixão por carros e motos antigos e de competição, fez
com que eles entrassem em uma jornada que começou 20
organização urbana. anos atrás, até chegar à data da inauguração do V12 Auto
Quem vai a Brasília, encanta-se com a beleza de suas Club, em 2023.
construções, fruto do traço genial de Oscar Niemeyer, com Mas o objetivo do museu vai além de ser “apenas” um

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Repleto de raridades, o museu


também apresenta motos
customizadas
local de exibição de veículos raros e especiais. Segundo
Gilmar, seu sonho também era fazer com que sua obra fosse como o pilotado por Christian Fittipaldi no americano de F3
uma janela de oportunidade a jovens carentes, mas cheios e o Fórmula Ford de 1987.
de vontade de vencer na vida. No universo das motos, o acervo traz diversos modelos
O V12 Auto Club possui uma oficina própria que que fazem parte da história da indústria das duas rodas,
reforma e restaura todos os veículos que fazem parte de seu como Honda CG 125, XL 250, Yamaha RX 125, além de
acervo, contemplando funilaria, pintura, elétrica, mecânica Vespas, Lambrettas e tantas outras que são fonte de saudade
e eletrônica e nela, jovens de escolas públicas que forem e de suspiros entre os aficionados, mas sem esquecer de
selecionados pelo museu, terão uma oportunidade de alguns exemplares contemporâneos, como é o caso da Royal
aprenderem uma profissão com os melhores do segmento Enfield.
na capital federal, uma vez que a excelência é um aspecto E por fim, lá você ainda vai encontrar uma exposição
que norteia todo o trabalho que pode ser visto no local. com objetos antigos como máquinas de escrever, câmeras
Para dar forma ao seu sonho, Gilmar Farias visitou diversos fotográficas, computadores, vídeo games, telefones celulares
espaços similares no exterior e quem chega ao V12 Auto e muito mais!
Club terá a certeza de que o local não deve nada aos E se você correr, ainda dará tempo de conhecer o V12
melhores lá de fora: revelando bom gosto e sofisticação em Auto Club em uma condição especial, pois os ingressos
cada detalhe, o museu proporciona ao visitante, um universo para adultos estão com 50% de desconto até o dia 31/12.
paralelo de requinte, esmero e profissionalismo que vai levá- Agora, você tem um motivo a mais para visitar Brasília!
lo a uma viagem no tempo repleta de emoções que o farão
sair uma outra pessoa após a visita. SERVIÇO
O lugar é um verdadeiro parque de diversões para quem V12 Auto Club
gosta de veículos, em especial, os antigos e de competição. Endereço: Setor de Concessionárias Aeroporto S/N – Lago
Lá você vai encontrar verdadeiras joias como o primeiro e Sul – Brasília (DF)
o último Gol, a última Kombi, Cadillac, Maverick, Opala, Site: https://v12autoclub.com.br/
Impala e muitos, muitos outros, além de Hot Rods e Rat Rods Horário de funcionamento:
inspirados em filmes como a saga Mad Max. Mas lá você Terças-feiras: somente para projetos sociais
também verá caminhões, caminhonetes e carros de corrida, Quarta a domingo: das 9h às 18h

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AVALIAÇÃO

Texto: André Ramos|Fotos: Divulgação

BMW C 400 X
Mobilidade com classe alemã
A BMW Motorrad redefine o padrão de elegância e desempenho no
segmento com o lançamento da aguardada scooter C 400 X no Brasil
e faz com que a liberdade ganhe uma nova definição no país.
pós ser apresentada durante o Festival Interlagos A ascensão da C 400 X na Europa é atribuída a uma

A em junho deste ano, finalmente a scooter C 400


X começou a chegar aos concessionários da
marca a partir de novembro e não apenas em
uma versão, mas em duas: Standard e Sport
Com origens consolidadas na Europa, o modelo aporta
sinergia de fatores, incluindo seu design dinâmico, eficiência
mecânica, desempenho e versatilidade. Embora projetada
para ambientes urbanos, suas características mecânicas e de
condução conferem-lhe a capacidade de enfrentar também
viagens curtas e médias.
no país ostentando um design contemporâneo e esportivo, O design moderno e esportivo da C 400 X é evidenciado
aliado a um conjunto mecânico robusto e eficiente. por suas linhas agressivas e contemporâneas, destacando-se
Lançada em 2017 no continente europeu, a C 400 X o farol em LED com a característica assinatura em "Y" presente
rapidamente conquistou aclamação do público, registrando nas motos da linha GS.
mais de 10.000 unidades vendidas na Alemanha, seu principal
mercado, logo em seu ano de estreia. O sucesso persistiu e, em DE SÉRIE
2022, alcançou a impressionante marca de 25.000 unidades A C 400 X vem equipada com um generoso pacote de
comercializadas na Europa, consolidando-se como a scooter itens de série, presente em suas duas versões, que conta
mais vendida pela BMW Motorrad no continente. com controle automático de estabilidade (ASC), cavalete

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central, iluminação em LED com DRL e sistema de chave cm³). Ele traz como destaque pistão e biela em alumínio
presencial (keyless). forjado e cilindro revestido em níquel para reduzir o atrito e
Sob o assento, revela-se mais um detalhe da destacada melhorar a dissipação de calor. Além disso, para melhorar a
inteligência alemã. Além de contar em sua parte frontal com distribuição de sua massa e reduzir a altura do túnel central
espaço para armazenar um capacete aberto, hé na parte (o que facilita a entrada e saída da scooter), ele foi montado
posterior um outro batizado pela marca de “sistema Flexcase”, horizontalmente.
que recebe este nome justamente por sua capacidade de ser Segundo a BMW, desenvolve 34 cv de potência a 7.500
encolhido ou expandido — e nesta condição, recebe um rpm e 3,5 kgf.m de torque a 5.750 rpm. O acelerador
capacete fechado. Tamanho 61 com facilidade, permitindo eletrônico Ride-by-Wire aprimora a interação com a injeção
que o assento seja fechado. No entanto, para a condução, é eletrônica e permite à scooter atingir uma velocidade máxima
necessário fechar o Flexcase, reduzindo o espaço disponível, de 140 km/h (o câmbio é CVT).
de modo que o pneu traseiro não raspe em sua parte inferior Com um consumo médio de combustível de 28 km/l, a C
externa. Dois porta-luvas localizados atrás do escudo incluem 400 X ostenta uma autonomia de cerca de 300 quilômetros
uma tomada USB e outra 12V, para o carregamento de com seu tanque de 12,8 litros — 3 litros para a reserva —
dispositivos eletrônicos. (dados fornecidos pela marca).
O motor também é o mesmo para ambas versões e trata- No aspecto ciclístico, a C 400 X apresenta um chassis
se de um monocilíndrico de 350 cm³ (nota: o modelo é fabricado em tubos de aço em peça única e balança traseira
identificado como C 400 X, embora o motor seja de 350 em alumínio fundido. A suspensão traseira conta com dois

Esbanjando estilo e conforto,


a C 400 X ainda entrega muito
desempenho e tecnologia

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AVALIAÇÃO

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amortecedores que apresentam 5 posições de ajustes da Enquanto a versão Standard é comercializada somente
pré-carga da mola, com curso de 112 mm; na dianteira, o na cor preta metálica (Blackstorm Metallic), a versão Sport
garfo é telescópico convencional, com tubos de 35 mm de é vendida na cor branca, com as tradicionais faixas azuis e
diâmetro e 110 mm de curso. vermelhas (Alpine White). Neste caso, as rodas são pintadas
As rodas são de liga de alumínio e medem 15” na frente em azul metálico, mesma cor da faixa central da capa do
e 14” atrás. Elas são calçadas com os novos pneus radiais assento.
Pirelli Angel Scooter nas medidas 120/70-R15 e 150/70- O painel de instrumentos na versão Standard é mais
R14. simples e traz visor analógico/digital em LCD; já o da
A C 400 X conta com um robusto sistema de freios. São versão Sport é uma tela em TFT colorido de 6,5” que
três discos de freio, todos medindo 265 mm, sendo dois na oferece conectividade com smartphones através do aplicativo
dianteira e um na traseira, assistidos por ABS. Na dianteira a BMW Motorrad Connected, proporcionando controle sobre
pinça é de fixação radial e conta com quatro pistões; atrás, música, chamadas e também, navegação ponto a ponto.
a pinça é flutuante e traz pistão único. Para acessá-lo, há no punho esquerdo o joystick circular
A distância entre-eixos da C 400 X é de 1.560 mm, (semelhante ao presente em outras motos da marca).
enquanto que a altura do assento do piloto é de 775 mm,
com peso declarado de 226 kg. PREÇOS
A C 400 X conta com três anos de garantia, indecentemente
VERSÃO SPORT da quilometragem e o preço da versão Standard é de R$
O que diferencia a versão Sport da Standard são dois itens: 54.900 e da Sport, R$ 59.900, mas estes eram preços
a pintura e o painel. válidos, segundo comunicado da marca, somente até o dia

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30 de novembro e até o fechamento desta edição, não o conjunto chassis, suspensões, rodas e pneus, faz com que
tivemos informação dos eventuais novos preços. ela aponte com facilidade nas curvas e mantenha-se em
seu raio com muita precisão e estabilidade, sem apresentar
IMPRESSÕES torções ou sinais de instabilidade, enquanto que nas retas,
Nós tivemos a oportunidade de participar do evento de roda com suavidade.
Primeiras Impressões do modelo, que percorreu um trajeto O sistema de freios mostra todo o punch que sua
de cerca de 40 km no entorno da região Oeste da Grande configuração sugere, conferindo frenagens muito fortes, o
São Paulo. que transmite muita confiança ao condutor.
Entrar e sair da scooter é muito fácil, graças à baixa A cereja do bolo fica por conta do motor, que é realmente
altura do túnel central e sentado sobre ela, é fácil alcançar muito forte: a combinação entre os 34 cv e os 3,5 kgf.m de
os pés no chão. Rodamos na versão Sport e a visão do torque resultam em arrancadas fortes e retomadas rápidas,
cockpit revela a beleza e imponência do painel, além de sendo a mais forte scooter de sua categoria, além de
uma posição de pilotagem bastante confortável, reforçada apresentar baixíssimo índice de vibração.
pelo amplo assento. E falando em comodidade, destaque Certamente, a BMW volta ao segmento de scooters com
ainda para a proteção aerodinâmica, para as duas tomadas um produto excelente, confiável e com estética refinada, o
e para o amplo espaço sob o assento e a inteligência do que certamente irá conquistar o fã da marca, que busca
sistema Flexcase. por um veículo mais racional para seus deslocamentos
Rodando, a C 400 X é uma scooter que, de cara, já revela diários, deixando sua moto maior para o final de semana
o acerto de seu conjunto ciclístico, que faz desaparecer — mas caso queira, a C 400 X vai encarar a estrada,
seus 226 kg quando colocada em movimento. Além disso, numa boa.

BMW NO SEGMENTO DE SCOOTERS NO BRASIL


No Brasil, a C 400 X é a primeira scooter a ser fabricada
na planta de Manaus (AM) da BMW. Este lançamento
representa o terceiro de sete modelos anunciados pela
marca, planejados para chegar ao mercado até 2025 (já
foram lançadas em 2023 as novas BMW F 900 R e a
BMW S 1000 RR).
Mas a C 400 X não será a primeira scooter vendida
pela BMW no Brasil, já que entre 2013 e 2015, a BMW
comercializou por aqui a C 600 Sport, uma maxi scooter
de design agressivo e equipada com um potente bicilíndrico
paralelo que entregava 60 cv e 6,73 kgf.m de torque.
Sua suspensão dianteira era invertida, com tubos internos
de 40 mm, balança traseira monobraço em alumínio, com
monoamortecedor fixado horizontalmente, iluminação em
LED com DRL, para-brisas com ajuste manual e amplo espaço
sob o assento (ela já trazia o sistema Flexcase).
Em 2015 chegava a versão GT, mais orientada ao turismo
e que recebia alguns acessórios originais como top case,
bolsa para o túnel central e suporte para o GPS.
Por serem importadas, ambas foram descontinuadas ao
final de 2015 pela marca, deixando um rastro de saudade
entre seus fãs.

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ENTREVISTA

Texto: André Ramos|Fotos: Chris Castanho/CB – PR & MKT

TRIUMPH MOTORCYCLES
Papo de diretoria
Os dois principais executivos globais da marca, Paul Stroud (CEO) e Nick
Bloor (CCO), estiveram em São Paulo (SP) e demonstraram satisfação com
as conquistas e esperanças para o futuro

Triumph Motorcycles é uma marca que nas (SP), comandado pelo chefe da companhia no Brasil, o

A
diferente.
últimas duas décadas apresentou um dos
mais vigorosos crescimentos entre suas pares
em todo o mundo – e aqui no Brasil não foi

Ainda em meio ao burburinho resultante do anúncio do


carismático Renato Fabrini.
Paul Stroud, CEO da empresa, e Nick Bloor (CCO
– Diretor de Comunicação, em uma tradução livre da
sigla em inglês) conversaram por cerca de uma hora com
um grupo de jornalistas e formadores de opinião e na
início das vendas dos modelos de 400 cc no Brasil, no ocasião apresentaram números que atestam a ascenção
dia 14 de novembro estiveram por aqui os dois principais da empresa nos últimos quatro anos, em nível global,
executivos da marca, que em meio aos seus compromissos, enquanto Fabrini, que trouxe dados e informações
reservaram um tempo em suas agendas para um bate- importantes sobre o passado recente e o horizonte que
papo descontraído na sede da empresa, em São Paulo ele vê para a empresa daqui em diante em nosso país.

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SOLIDEZ
Segundo dados apresentados por Stroud, a Triumph Motorcycles está presente
atualmente em 64 países e entre 2019 e 2023 (sendo para este ano, uma
projeção baseada na performance e na demanda da empresa), apresentou
um crescimento 41% em média em todo o globo – no Brasil este número foi
de 26%.
Foram nada menos que 170 novas lojas abertas no mundo desde 2019,
chegando à marca de 802 concessionárias, todas elas, adequadas à nova
identidade visual black, o que demandou um investimento por parte dos
revendedores de mais de 100 milhões de libras, ou R$ 621 milhões.
O executivo ainda destacou que entre todas as grandes fabricantes do
mundo, a Triumph foi a que apresentou o maior crescimento de participação
de mercado (market share) neste período, passando de 8% para 22%.
Na ocasião, Renato Fabrini, General Manager da Triumph Motorcycles
Brasil, evidenciou os principais feitos da marca ao longo dos últimos 5 anos,
entre eles, a recente conquista histórica alcançada de 50 mil unidades de
motocicletas produzidas na fábrica de Manaus (AM), fato que foi reforçado por
Stroud, ao comentar que “a fábrica de Manaus é referência dentro das fábricas
da Triumph ao redor do mundo devido à alta flexibilidade e adaptabilidade

Paul Stroud e Nick Bloor (acima) estiveram


pelo Brasil apresentando um panorama sobre
a marca e suas novidades

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REPORTAGEM

de sua linha de produção”.


Além disso, foi anunciado também pelos executivos o
planejamento de investimento de cerca de 1 milhão de
libras (R$ 6,2 milhões) para permitir duplicar a capacidade
de produção em até 10 mil motocicletas por ano.
Somente em setembro deste ano, a produção no
Brasil atingiu volume recorde de mais de 1 mil unidades Renato Fabrini (acima) conduziu
produzidas no mês.
o encontro com os jornalistas e
T-SERIES
Outro destaque citado durante o evento foram as quebras de
também trouxe dados importantes
recordes na pré-venda das recém-anunciadas motocicletas
de 400cc da marca, Speed 400 e Scrambler 400X. a Speed 400 e R$ 39.990 para a Scrambler 400X.
Segundo Fabrini, o lançamento destes modelos permitirá Renato ainda destacou a recente inauguração do 30o
ampliar a base de clientes, trazendo novos entrantes à concessionário da marca no Brasil, localizado na cidade
marca, o que implicará em um novo desafio não apenas de Santo André (SP), adiantando que para os próximos
no Brasil, mas em nível global. 12 meses, a montadora tem previsão de abertura de
A divulgação dos preços das motocicletas e condições mais cinco unidades, sendo a próxima já neste mês de
especiais para compra no Brasil aconteceu no EICMA, em dezembro, na cidade do Rio de Janeiro.
Milão, na sexta-feira, dia 10 de novembro. O primeiro Por fim, Nick Bloor encerrou a entrevista destacando,
lote de 400 unidades esgotou em menos de 24 horas e orguhoso, o índice de satisfação dos clientes com a
questionado na entrevista, Fabrini assegurou que para o marca: 88,6%, o que nos faz entender um pouco mais
segundo lote, os preços serão mantidos: R$ 29.990 para porque os britânicos estão tão sorridentes.

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FOTOCICLISTA

Texto: Gustavo Epifanio|Foto: Hugo Renault

Coisas de
velho?
Muito mais que a idade cronológica, o que
determina como nos sentimos é nosso
estado de espírito.
uando era mais novo, imaginava pessoas com

Q 50 anos e achava que elas seriam velhas,


antiquadas, com ideias ultrapassadas e hoje, a
poucos dias de completar minha quinta década
de vida, fico pensando como foi que esse tempo todo passou
e eu não percebi, pois, muitas vezes, mesmo mais pesado,
com um joelho todo retificado e barba branca, me sinto como
se ainda tivesse meus 25.
Esses dias, ouvindo uma das minhas bandas favoritas,
Bad Religion, me lembrei dos vários shows que fui no antigo
Olímpia, na rua Clélia, no bairro da Lapa, aqui em São
Paulo. Tinha todos os discos que guardo até hoje (numa época
onde ainda nem sonhávamos com Spotify e outras plataformas
de streaming) e vibrava cantando “Generator” e “Portrait Of
Authority”. Me lembrei o quanto curtia as letras, as melodias
do punk rock melódico e me dei conta de que talvez parte de
amadurecimento a todos os valores que já carregava consigo.
mim não tenha se dado conta de que meio século se passou
Uma coisa que sempre me deixou muito intrigado foi ouvir
e ainda se mantenha como era na década de 90, afinal, eu
de pessoas: “você já está velho para isso”, “nossa, você
ainda vibro da mesma maneira quando ouço essas e outras
ainda gosta (ou faz) isso na sua idade?”, “Ah, mas você não
tantas músicas.
é mais jovem para fazer isso”. Afinal, o que é ser velho ou
O vocalista Greg Graffin é um ótimo exemplo de que
ser jovem? Acredito que ninguém fica “velho” para algo; o
podemos mudar, amadurecer, envelhecer e manter a essência
acúmulo de experiências, acertos e erros faz com que tomemos
de quando jovens. Formado em antropologia e geologia,
decisões mais acertadas hoje e mudar de ideia sobre algumas
com mestrado em geologia e antropologia e doutorado em
coisas faz parte dessa evolução, mas isso não significa ter que
paleontologia evolucionária, hoje leciona ciência da vida
abandonar o que ainda sente só porque os anos passaram.
na UCLA (Universidade Católica de Los Angeles) e ainda
Nunca é tarde para começar a fazer algo que deixou de
continua continua compondo, tocando e fazendo shows à
fazer quando jovem, continuar fazendo coisas de quando
frente da banda.
era jovem ou conhecer e iniciar coisas novas; a idade está
Certa vez, li em uma entrevista que deu para uma revista,
na cabeça e no como cada um se sente. Se jogue, seja feliz
que os alunos o questionavam sobre ele ter uma banda de
e viva tudo que tiver que viver porque velha é a ideia de que
punk rock e se surpreendiam quando ele dizia que a banda
existem “coisas de velho e coisas de jovens”.
continua firme e forte, gravando e fazendo shows. A idade e a
PS: Bad Religion toca em São Paulo no dia 3/12, no
vida acadêmica não mudaram os valores, as ideias de mundo
Primavera Sound e, infelizmente, não poderei ir, mas fica a
que ele tinha, talvez só tenha somado toda a experiencia e
dica.

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DESAFIOS DA
MOTOVELOCIDADE
Texto e Foto: Edson Luiz, “Mamute 99”

Até onde a
moto me
levou
Eu resolvi deixar uma carreira de 15 anos
dedicados ao Direito para apostar no sonho
de viver da minha paixão. E agora, é hora de
refletir sobre isso
Moto tem me levado para lugares que eu sequer

A imaginava estar há alguns anos, já que como


mencionei em uma coluna anterior, até o ano
de 2016 eu desempenhava a profissão de
advogado, minha formação acadêmica desde o início dos
anos 2000.
Foram 15 anos em que as motos estiveram comigo, porém
apenas como apaixonado e aficionado. Somente em 2012
que iniciei a carreira de piloto de motovelocidade e quase
que na mesma época, a de empresário no ramo de lifestyle
e de equipamentos para motociclistas.
De lá pra cá, já viajei praticamente para todas as cidades
que possuem autódromos aqui no Brasil, seja para correr,
fazer track day ou para ministrar algum curso de pilotagem.
Muitos autódromos fora do Brasil também tive a oportunidade
de conhecer quando assisti a provas do MotoGP do World
Superbike, MotoAmerica e o EWC (Mundial de Endurance
de Motos).
Em muitos destes Autódromos também tive o privilégio de
acelerar, como é o caso de Daytona nos Estados Unidos,
New Jersey Motorsports Park, também nos Estados Unidos,
e, recentemente no emblemático Circuito Paul Ricard em Le
Castellet, na França.
Feita esta breve introdução, que se faz necessária porque
o tema é justamente onde a moto já me levou, mesmo não
estando embarcado nela pra chegar até lá, passo a falar o
que me fez escrever sobre isso.
Recentemente estive pela segunda vez no EICMA em
Milão, o maior salão de motos do mundo. Fui como entusiasta,

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mas também como empresário do ramo do motociclismo. E cada viagem e tendo contato com pessoas que eu sequer
lá, após um dia exaustivo de caminhadas entre os centenas imaginava, como recentemente o Sr. Jorge Viegas, Presidente
de stands de motos, equipamentos, dentre outras coisas que da Federação Internacional de Motociclismo (FIM).
permeiam o mundo das duas rodas, me veio à cabeça O que quero passar com minha singela história é que
algumas frases que ouvi quando decidi largar a profissão quando somos apaixonados por aquilo que fazemos, o
de advogado para viver 24 horas por dia envolto às motos. universo se encarrega de fazer com que tudo de melhor
Pessoas próximas e alguns nem tanto falaram que o que eu nos aconteça. Sou grato a todas as pessoas que cruzaram
estava fazendo era loucura. Largar uma carreira de advogado meu caminho até aqui e que trouxeram algo de bom para
de 15 anos, com dois escritórios sólidos para se aventurar a construção da minha história.
em um mundo extremamente concorrido, instável e que não Sou da corrente que defende que se conselho fosse bom
dava garantia alguma de que daria certo. Principalmente não se dava, mas sim se vendia. Por isso não dou conselhos,
por estar criando uma marca do zero absoluto em um país apenas apresento o que deu certo pra mim e que pode dar
que é extremamente conservador com relação às marcas já certo para qualquer pessoa que não esteja se sentindo feliz
consagradas no mercado. o suficiente para continuar a fazer o que faz todos os dias.
Mas a verdade é que uma das frases que me marcou E já que estou na "vibe" das frases prontas, lá vai mais
muito é que eu não teria dinheiro para viajar e conhecer uma: A verdadeira riqueza está na coleção de memórias que
novos lugares como a advocacia me dava naquela época. você cria ao longo da vida. Aproveite cada chance para
Pois bem, já faz um tempo que viajo para fora do país enriquecer esse tesouro.
pelo menos três vezes ao ano, conhecendo lugares novos a Um grande abraço, e ACELERAAA!!!

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MOTITE

Texto: Geraldo “Tite” Simões|Foto: Mario Bock

Muito além do portão


O impacto dos acidentes de trajeto
Como reduzir afastamento de trabalho por acidente de percurso
com motos pode aumentar a produtividade de uma empresa.

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magine uma indústria com a linha de montagem e ciclistas. Mas nem todo mundo tem essa visão.

I e o diretor industrial é informado que um dos


colaboradores não chegou! Até conseguirem
um substituto esta operação permanecerá
parada, causando atraso e prejuízo. E colaborador
não chegou porque sofreu um acidente de moto no
Tentam aprender na prática e o resultado pode ser
– literalmente – desastroso.
É quando o mundo corporativo pode entra em
cena. Não tem como evitar que um colaborador
se desloque em motos ou bicicletas. Mesmo que a
caminho para a empresa. empresa ofereça transporte privado, como os ônibus
Não tem ficção nesta história. É a realidade dos fretados, para muitas pessoas a moto representa a
profissionais que trabalham com segurança e saúde chance de levar o filho para escola, a esposa para
no trabalho. Dependendo da região, calcula-se que o trabalho, dormir uma hora a mais, ou até mesmo
de 25% a até 80% do efetivo de mão de obra se usar este tempo para estudar.
deslocam em motos e bicicletas. A efetiva solução para redução dos acidentes de
Todo cuidado com a segurança no ambiente de percurso com motociclistas e ciclistas é a qualificação!
trabalho pode ser jogado fora quando o colaborador Por meio de palestras, exibições técnicas e mesmo
passa do portão pra fora. Se o número de usuários cursos práticos a empresa terá a oportunidade
de motos e bicicletas representa 25% do total de de oferecer aos seus colaboradores aquilo que o
funcionários motorizados, eles respondem por 78% departamento de trânsito não foi capaz de fazer:
dos afastamentos de trabalho por acidente de ensinar de forma adequada. Não existe outra forma.
percurso. As ferramentas
Um estudo denominado Boletim Epidemiológico, O mercado corporativo pode investir nestas
do Ministério da Saúde, de 2021, apresentou opções de treinamentos:
os seguintes resultados. O perfil das vítimas de Organização de SIPAT – Criar e desenvolver
motociclistas no trânsito é predominantemente do campanhas específicas para motociclistas e ciclistas,
sexo masculino (88,1%), adultos jovens com idade voltadas para as semanas de prevenção de acidentes
entre 20 e 29 anos (30,8%), de escolaridade com de trânsito, com uma linguagem direta, sem traumas.
8 a 11 anos de estudo (39,6%) e solteiro (57,3%). Palestras educativas – Nem sempre é possível
O início realizar cursos práticos, então um recurso largamente
Mas qual a origem de tanto acidente com utilizado é a palestra. Porém estudos cognitivos
motociclistas? demonstram que a aderência em palestras é muito
O primeiro dedo deve ser apontado para o baixa, raramente passando de 25% de retenção
Senatran – Secretaria Nacional de Trânsito – das informações.
órgão federal, responsável pela regulamentação, Palestras demonstrativas – Neste caso, após a
supervisão e educação do trânsito. Desde os anos palestra, o instrutor convida o público para um espaço
1960 o sistema de habilitação de motociclistas é o aberto e realiza alguns exercícios com a moto. Nesta
mesmo: resume-se a um adestramento para executar modalidade a retenção mais do que dobra, porque
algumas manobras em baixa velocidade, primeira a informação visual, presencial, reforça tudo que foi
marcha, sem uso do freio, em local isolado do explanado na prática. São realizados exercícios de
trânsito. frenagem, desvio, postura, foco etc.
Quando o recém habilitado tem algum nível de Curso prático – Esta sim a melhor receita para
consciência ainda pode procurar cursos como a redução e até eliminação dos acidentes de percurso.
ATRANS – Academia Brasileira de Trânsito – voltada Sem uma formação adequada, motociclistas e
para a educação e treinamento de motociclistas ciclistas desenvolvem vícios difíceis de eliminar.

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TEIGADVENTURE

Texto: Teiga Júnior (*)| Foto: WireStock/Freepik

Sua cidade está preparada


para o mototurismo? E você?
Preparar a infraestrutura para receber o mototurista é uma necessidade para a qual o
poder público e a iniciativa privada devem estar atentos.
s transformações do motociclismo depois da sociais, disparam informações para qualquer público que

A COVID, fizeram as pessoas refletirem sobre o


que fazer da vida. com as fronteiras fechadas e
diante da necessidade de evitarmos compartilhar
ambientes fechados, passamos a observar um aquecimento
em toda a cadeia do mototurismo no mundo e no Brasil,
queira aventura, conforto e momentos de paz – ou adrenalina.
A atividade que gera diversos benefícios para a economia
e para o turismo do país, o mototurista gasta em média mais
do que o turista tradicional, pois precisa de equipamentos
e acessórios específicos para a prática do mototurismo.
O mercado de motos no Brasil está aquecido. Em 2023, Além disso, o mototurista costuma viajar por mais tempo e
as vendas de motos novas aumentaram 21,17% em relação visitar destinos menos conhecidos, o que contribui para o
ao mesmo período do ano anterior, totalizando 1,045 milhão desenvolvimento do turismo em áreas menos desenvolvidas.
de unidades comercializadas. Lógico que para que isso seja positivo, temos que ter
Esse crescimento está impulsionando o mototurismo no país atenção também aos fatores que interferem nesse processo,
que vem crescendo nos últimos anos, motivado por diversos primeiro, os de qualificação de toda essa rede, para que
fatores, como o aumento da renda da população, queda esteja qualificada para essa oferta. Há outra a que chamo
dos preços das motos, o surgimento de novas tecnologias de estrutural que envolve estradas e a sua segurança e por
que tornam as motos mais seguras e confortáveis. fim segurança pública, já que esses são problemas crônicos
Além disso, o crescimento do número de motociclistas está que não envolvem somente o motociclismo.
gerando uma demanda por serviços e produtos voltados A conscientização deve estar somada a atitude com
para o mototurismo, como a locação de motos, agências projetos que realmente possam apresentar soluções de
de viagens especializadas, cursos para aperfeiçoamento pequeno, médio e longo prazos. Podemos fazer isso, mas
de pilotagem, segurança, mecânica e equipamentos, como precisamos mentalizar numa corrente tão forte, que possamos
também acessórios para motos. realmente fazer com que as pessoas que governam o nosso
Existe também outro mercado que até então era apenas país, mudem, assimilem e sejam as responsáveis pela
focado ao turismo em geral que passa a ser trabalhado mudança do Brasil que está nascendo desse tsunami que
no mercado brasileiro, até então não sendo incrementado, resta do Estado brasileiro.
embora algumas cidades já estejam alguns passos além Está na hora de termos mais segurança e acreditarmos
dos iniciais. Elas já estão trabalhando fortemente com as nela. Há profissionais que se esforçam e vamos valorizar isso.
suas secretarias de turismo nos hotéis, pousadas, lojas de Abração.
acessórios, mecânicas especializadas, pontos turísticos,
pontos de apoio, hospitais, postos policiais e restaurantes
(*) Teiga Júnior foi o primeiro motociclista brasileiro a
que oferecem condições especiais para mototuristas.
pilotar pelo Tibete 2013) e é autor do livro “Motociclismo:
A divulgação de destinos turísticos por aplicativos e redes
planejamento e execução em viagens de aventura”.

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