Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DA DOCÊNCIA
A Residência Pedagógica em Artes na
Universidade Federal de Ouro Preto (2020-2022)
Daniel Chaves
Pesquisador do Círculo de Pesquisas do Tempo Presente/CPTP;
Pesquisador do Observatório das Fronteiras do Platô das Guianas/OBFRON;
Professor do Mestrado em Desenvolvimento Regional – PPGMDR/Unifap.
Elione Guimarães
Professora e pesquisadora do Arquivo Histórico de Juiz de Fora.
Rivail Rolim
Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História-UEM-PR.
E rnesto V alença
G uilherme P aoliello
G iovany de O liveira S ilva
S amir A ntunes
E rika C urtiss dos S antos
A CONSTRUÇÃO
DA DOCÊNCIA
A Residência Pedagógica em Artes na
Universidade Federal de Ouro Preto (2020-2022)
isbn: 978-85-518-4701-5
1ª edição, outubro de 2022.
I – REFLEXÕES
II – ENCONTROS
11
Isto não pode ser minimizado por nenhuma pessoa viva como sendo
um fenômeno superficial, como sendo uma aberração no curso da
história, que não importa, em face da tendência dominante do pro-
gresso, do esclarecimento, do humanismo supostamente crescente.
O simples fato de ter ocorrido já constitui por si só expressão de uma
tendência social imperativa (ADORNO, 2012, p. 120).
1. Desde o início do governo eleito em 2018 até a escrita deste texto houve quatro exo-
nerações de ministros da Educação, uma das áreas mais afetadas pelos cortes de gastos.
“É uma casa muito engraçada, tinha teto, tinha tudo, todo mundo
pode entrar nessa casa porque o chão é firme e foi construído a
várias mãos.”
“Estar nessa casa foi um tanto caótico, morar com várias pes-
soas sem conhecê-las, ir aos poucos desvendando cada um, me
“Há um florescer no ser docente que só pode ser coletivo. Por isso
também agradeço; hoje sou o lírio do meu delírio.”
INTRODUÇÃO
“Arte-educação, Educação através da Arte e Educação Artística” são
a mesma coisa? Alguns autores dizem que sim, porém outros acre-
ditam que essas três concepções “compartilham somente a mesma
finalidade, a saber: a arte dentro do sistema educacional” (ROCHA;
MARQUES, 2021. p. 38975 ). Dentre esses termos, Educação Artís-
tica se encontra como disciplina no currículo escolar brasileiro
incluído pela LDB (lei das diretrizes e bases da educação nacional,
nº 9394/1996), na qual as atividades propostas pelo governo dão
ênfase ao processo criativo e expressivo dos alunos.
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)2, são instauradas
seis dimensões das artes, que atuam como ponto comum para se
33
2019 para a educação infantil e o ensino fundamental, e para o ensino médio em 2022 (dois
anos após planejado, por decorrência da pandemia de Covid-19).
OS RELATOS
Em busca de entender a percepção dos residentes do pro-
grama no que diz respeito a uma proposta de formação inicial
interdisciplinar, elaboramos um questionário contendo as seguin-
tes perguntas:
1 – Você considera a formação interdisciplinar relevante para
a sua formação docente enquanto professor de artes?
2 – Antes de entrar na residência, você teve alguma experiência
interdisciplinar de formação? Descreva.
3 – Você acredita que o Programa de Residência Pedagógica
tenha contribuído para sua formação interdisciplinar? Se sim,
descreva de que maneira você acha que isso aconteceu (pode ser
através de descrição de momentos, atividades realizadas, ou outro).
Selecionamos, de maneira aleatória, quatro residentes para res-
ponderem ao questionário, sendo dois do curso de música e dois
do curso de artes cênicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, T. Educação após Auschwitz. In: Educação e Emancipação.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 119-154.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília, 2019.
CUNHA, Daiane Stoeberl da; LIMA, Sônia R. Albano de A interliga-
ção da polivalência com a interdisciplinaridade e o ensino integrado
das artes. Revista Música, v. 20 n. 1. Universidade de São Paulo, jul.
de 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 13.278, de 2 de maio de 2016. Altera o § 6o do art. 26 da
Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que fixa as diretrizes e bases
da educação nacional, referente ao ensino da arte. Diário Oficial da
União, Brasília, 02 mai. 2016. Disponível em: <http://www.planalto.
INTRODUÇÃO
Com a da pandemia, a saída emergencial para continuidade do
ensino foi a migração do sistema presencial para o online, que
por sua vez traz uma série de pontos negativos. Tal fato se torna
mais complexo quando estamos lidando com o ensino de artes em
escolas públicas, visto que os desafios para lecionar a disciplina
giram em torno da duração da aula (cinquenta minutos semanais),
a importância atribuída ou que a arte e o ensino de artes vivenciam,
sobretudo nos dias atuais – reverberando na maneira como os
alunos, pais, pessoas com cargos superiores nas escolas e colegas
de trabalho enxergam o arte-educador.
Embora sejam questões relevantes, acreditamos que esse ponto
não seja abordado no âmbito deste texto, visto se tratar de um conhe-
cimento de senso comum as questões que envolvem o arte-educador
dentro e fora de seu ambiente de trabalho. Assim, nos concentraremos
em outros pontos que podem ser de grande valia para a reflexão do
ensino online de artes em escolas públicas, relatados sobre a perspectiva
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca por maneiras de tentar diminuir a distância criada
pela pandemia no ensino remoto foi intensa e, em certo nível,
incompleta. Nesse contexto, em meio às dificuldades citadas neste
texto, pudemos observar que nada substitui o contato presencial
diário professor-aluno. Tal interação se faz essencial para a edu-
cação acontecer em sua plenitude.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fundação Roberto Marinho: Telecurso. 2021. Fundação Roberto Mari-
nho. Disponível em: <https://frm.org.br/acoes/telecurso/>. Acesso
em: 20 de Março de 2022 às 13:20 de 2022.
GOHN, Daniel Marcondes. Aulas online de instrumentos musicais: novo
paradigma em tempos de pandemia. Tulha, Ribeirão Preto, volume
6, n. 2, p. 152-171, julho de dezembro 2020.
JÚNIOR, Hélio da Silva. Violão online: encontrando caminhos
para superar desafios. ANAIS DO IV SIMPOM 2016-SIMPÓSIO
INTRODUÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular é um documento normativo
que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todas5 as estu-
dantes devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da
Educação Básica6. Ainda em fase de implementação, o documento
que integra a política nacional da Educação Básica foi proposto como
referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e
das redes escolares de todo o país e das propostas pedagógicas das
instituições educativas. Segundo o próprio, seu principal objetivo
é ser “[o] balizador da qualidade da educação no país por meio do
estabelecimento de um patamar de aprendizagem e desenvolvimento
a que todos os alunos têm direito”.
O DOCUMENTO
O documento da Base aplica-se à educação escolar tanto
pública quanto privada e orienta a formulação dos currículos das
três etapas da educação básica. Já em sua introdução apresenta-se
como sendo orientado por “princípios éticos, políticos e estéticos
que visam à formação humana integral e à construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva” (BRASIL, 2017). Entre
as suas noções fundantes está a de que os conteúdos curriculares
10. Esta etapa foi apresentada somente na terceira versão do documento, no começo de
2018, posterior ao artigo citado.
11. SHAW, Camila. Entenda o que é o Fórum Nacional de Educação (FNE) e como a
ação arbitrária do MEC pode dissolver sua missão construída democraticamente na
última década. Disponível em: <https://anped.org.br/news/entenda-o-que-e-o-forum-
nacional-de-educacao-fne-e-como-acao-arbitraria-do-mec-pode-dissolver>. Acesso em:
17 de jan. de 2021.
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacio-
nal Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser
organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares,
conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos
sistemas de ensino, a saber:
13. “O docente mais adequado a essa tendência é o adaptável, cuja formação inicial e con-
tinuada se adequa às demandas mais imediatas e se volta para a prática e a desvalorização
do conhecimento teórico, o que resulta na possibilidade de que sua formação tenha custos
menores e se processe de forma mais rápida.” (KOEPSEL et al, 2020, p. 12)
14. “Com o Novo Ensino Médio, você tem mais liberdade para escolher o que estudar!”.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kdERkLO3eTs>. Acesso em: 18 de
jan. de 2021.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES FILHO, Manuel. Base Curricular é conservadora, privati-
zante e ameaça autonomia, avaliam especialistas. Jornal da UNI-
CAMP. https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2017/12/04/
base-curricular-e–conservadora-privatizante-e–ameaca-autonomia-a-
valiam. 2017. Acesso em: 17 de jan. de 2021.
BRASIL. Constituição Federal. 1998. Disponível em: <https://www.
senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.12.2016/
art_210_.asp>. Acesso em: 15 de jan. de 2021.
BRASIL. Lei 13.415/2017. Brasília, DF. 2017. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.
htm#:~:text=as%20seguintes%20altera%C3%A7%C3%B5es%3A
–,%E2%80%9C%20Art.,n%C3%ADvel%20m%C3%A9dio%2C%20
na%20modalidade%20normal> Acesso em: 18 de jan. de 2021.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases. 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 15 de jan.
de 2021.
CNTE. Consequências práticas da BNCC e da reforma do ensino médio.
Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 12, n. 23, p. 413-425, jul./out.
2018. Disponível em: <http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/
article/view/901>. Acesso em: 17 de jan. de 2021.
Luana Tolentino17
Marcelo Donizete18
97
22. A língua quimbundo (em quimbundo: kimbundu), bundo (em quimbundo: mbundu),
loanda, loande, luanda, lunda ou ambundo (mbundu) do norte é uma língua africana falada
no noroeste de Angola, incluindo a província de Luanda.
23. A lei 10.639 é uma lei do Brasil que estabelece a obrigatoriedade do ensino de “história
e cultura afro-brasileira” dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares
dos ensinos fundamental e médio. Também estabelece o dia 20 de novembro como o Dia
da Consciência Negra no calendário escolar.
24. Lei nº 11.645. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº
10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
25. O Teatro Experimental do Negro foi uma companhia teatral fundada por Abdias Nasci-
mento em 1944, no Rio de Janeiro. Sua fundação concentrava o desejo de valorizar e abrir
novos caminhos para pessoas negras nas artes cênicas e na sociedade brasileira.
26. Abdias do Nascimento foi ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor
universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasilei-
ras e um dos maiores pensadores do Brasil. Dentre seus diversos feitos, Abdias Nascimento
foi responsável pela idealização do Teatro Experimental do Negro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alves, S. S., Garcia Stoll, V., & Colman Espíndola, Q. (2016). (Re)Edu-
cação das Relações Étnico-Raciais: Ação-reflexão na formação de
professores na Educação Básica. RELACult – Revista Latino-Ame-
ricana de Estudos em Cultura e Sociedade, 2(1), 13-29. <https://
doi.org/10.23899/relacult.v2i1.91>
Ramuth Marinho27
Analise da Silva28
27. Graduado em história pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre
em educação pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Atualmente atua como
professor no Ensino Municipal de Belo Horizonte, sendo parte do fórum mineiro de EJA
(Educação Jovens e Adultos) e membro do comitê regional da Campanha Nacional pelo
Direito à Educação. Sua atuação na área de educação ocorre principalmente nos temas de
educação de jovens e adultos, ciclos de formação humana, educação inclusiva, educação
do trabalhador, e política educacional.
28. Pedagoga e historiadora, mestra e doutora em Educação pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) e pós-doutora em Educação de Jovens e Adultos (EJA) pela Uni-
versidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Trabalhou com educação básica em redes
públicas e no setor privado por vinte e nove anos. Atualmente é coordenadora da linha
de pesquisa em Educação de Jovens e Adultos no Programa de Pós-Graduação, mestrado
profissional, educação e docência da Faculdade de Educação (FAE) da UFMG. É também
professora associada do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino (DMTE), e coor-
denadora do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos, também da Faculdade de Educação
da UFMG e tem experiência com ênfase na Educação de Jovens e Adultos, nas temáticas de
didática, juventude, política pública, educação antirracista, formação docente, “diferentes
diferenças” e EJA como ação afirmativa.
30. O homeschooling é um projeto de lei que permite a educação domiciliar no Brasil, cuja
relatora é a deputada federal Greyce Elias, do Avante – MG. O PL foi aprovado em junho
de 2021 na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, sendo 35 votos favoráveis e 24
contrários. Não há previsão de votação no plenário da Câmara Federal. Caso seja aprovado,
seguirá para apreciação dos senadores e senadoras.
31. Em 24 de agosto de 2020 o projeto de lei alagoana “Escola Livre”, semelhante ao projeto
do Escola Sem Partido, foi declarado inconstitucional por nove votos contra um. O projeto
já estava suspenso desde 2017 por uma liminar do ministro José Roberto Barroso, relator
do processo.
32. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a legislação que
regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil (da educação básica ao
ensino superior).
33. “Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade
e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
O Art. 3º lista quinze princípios nos quais o ensino será baseado, entre eles o “III – plura-
lismo de idéias e de concepções pedagógicas”.
34. Inciso III – zelar pela aprendizagem dos alunos. Inciso IV – estabelecer estratégias de
recuperação para os alunos de menor rendimento.
35. Neste momento estava escrito na apresentação de slides “Educação de acordo com as
convicções dos pais. Quais convicções? Quais pais?”.
36. Nos slides via-se “Senso crítico: / é discutir isso / O Brasil foi descoberto, foi ocupado
ou foi invadido?”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso
em: 14 de fev. de 2020.
INTRODUÇÃO
A implementação e expansão do Programa Nacional de Escolas
Cívico-Militares (Pecim) aquece o debate sobre a militarização da
educação brasileira e revigora o ataque reacionário ao seu caráter
público, emancipatório e democrático, observado em outros momen-
tos desde a redemocratização, como é o caso do Escola Sem Partido.
Diante deste cenário, é fundamental aprofundarmos as análises e
estudos sobre este tema, sem perder de vista a urgência em estendê-lo
para além dos muros e discussões acadêmicas, a fim de refletirmos,
ao lado da população, qual o projeto de sociedade que está em curso
com esta proposta do grupo político atualmente no poder.
Algumas perguntas elaboradas pela professora da Faculdade de
Educação, Catarina de Almeida Santos, podem nos ajudar nessa
empreitada37. Frente ao aparente apoio popular ao modelo, caberia
37. Retiradas do debate público “Militarização das escolas públicas no Brasil”, rea-
lizado pelo programa televisivo Participação Popular, promovido pela Câmara dos
39. “Nós não temos a expectativa nem a pretensão de que o militar faça o trabalho sobre-
posto [ao do professor], por isso é uma gestão compartilhada. O militar participa da gestão
escolar fazendo algo que é ensinado desde o momento que ele entra na academia. Ele é
treinado para comandar, para fazer a gestão de locais, fazer a gestão de quartel. Quando
ele chega a major, tenente coronel, ele teve ao longo de sua carreira um preparo muito
grande. Ao contrário do nosso corpo de professores, que… desejam muito, querem muito
ajudar a escola, e temos muitos casos de sucesso, isso é importante falar. Então nós estamos
falando de uma capacidade adicional característica do corpo militar que vai fazer a gestão
administrativa e disciplinar da escola” Fala do Secretário da Educação de DF em debate
com a professora Catarina Santos, em 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=aFTR1wL8BAg&ab_channel=C%C3%A2maradosDeputados.
40. Para maior entendimento deste contexto,cf.: “Seminário temático aberto – Escola Sem
Partido e militarização das escolas” artigo encontrado neste mesmo livro. E “ESCOLA ‘SEM’
PARTIDO: Esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira” de Gaudêncio Frigotto.
41. Aqui, o que estiver riscado pode ser lido em sussurro, assim como a censura em sala
de aula.
44. Trecho de uma escrita em fluxo proposta em exercício criativo coletivo durante um
encontro do PRP – Artes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, M. F; TOSCHI, M. S. A militarização das escolas públicas: uma
análise a partir das pesquisas da área de educação no Brasil. Revista
Brasileira de Política e Administração da Educação, Brasília, v. 35,
n. 3, p. 633-647, set./dez. 2019.
ALVES, M. F; TOSCHI, M. S; FERREIRA, N. S. R. A expansão dos colé-
gios militares em Goiás e a diferenciação na rede estadual. Retratos
da Escola, Brasília, v. 12, n. 23, p. 271-288, jul./out. 2018.
ALTHUSSER, L. Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado. Trad:
Joaquim J. de M. Ramos. 3ª ed. Lisboa: Editorial Presença.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação. Programa Nacional das Escolas
Cívico-Militares: Diretrizes das Escolas Cívico-Militares. 2ª Edi-
ção, Brasília, 2021.
DEPUTADOS, Câmara dos. Militarização das escolas públi-
cas no Brasil. YouTube, 1 de abril de 2019. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=aFTR1wL8BAg&ab_
channel=C%C3%A2maradosDeputados>. Acesso em: 7 de junho
de 2021.
Fredda Amorim45
Giovany de Oliveira Silva46
45. Mestra em Artes Cênicas pela UFOP, doutoranda em teatro pela UDESC e compõem
os coletivos Mika, Academia Transliterária, Outro Preto, Plataforma Queerlombos e Museu
Multa Brasil. É professora na pós-graduação em Lideranças Transformadoras do Centro
Universitário Celso Lisboa e produtora cultural no Bangalô de Irene Produções Artísticas.
46. Artista de teatro e professor licenciado em Artes Cênicas pela UFOP. Atualmente é pro-
fessor da educação básica, preceptor pedagógico do Programa de Residência Pedagógica da
CAPES/UFOP, subárea de Arte, e mestrando acadêmico do Programa de Pós-Graduação em
Artes Cênicas (PPGAC) da UFOP. Possui trabalhos como ator, curador, dançarino, diretor
teatral, performer, dramaturgo e músico. Compõe a Cia Ajayô Teatro Em Pé e a Plataforma
Coletiva Queerloombos. Antes de tudo isso é bicha, preta e de muito axé!
180
INTRODUÇÃO
Para contextualizar o trabalho proposto por mim nesse ensaio é
importante informar que sou arte-educador efetivo da rede pública
estadual do Estado de Minas Gerais, sendo lotado na Escola Esta-
dual Dom Pedro II, a qual atende alunas e alunos do Ensino Médio
(1º, 2º e 3º Anos) tanto do Ensino Regular quanto da Educação
de Jovens e Adultos (EJA). A escola atende cerca de novecentos
discentes por ano, nos três turnos (manhã, tarde e noite), vin-
dos de várias regiões da cidade de Ouro Preto/MG, onde a escola
encontra-se localizada. Atualmente a escola conta com vinte e
cinco turmas nos três turnos, as quais sou o único professor que
ministra o conteúdo de Arte50.
A partir de 2020, com o surgimento da pandemia de Covid-19,
a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG)
50. O nome da disciplina é adotado pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais.
185
ARTE-EDUCAR
Pensar em uma formação educacional por meio da Arte é pen-
sar em diversos questionamentos que permeiam o imaginário das
pessoas que estão no entorno desse ensino, sendo elas pesquisado-
ras, artistas e, principalmente, espectadoras do fazer artístico, que
1. ESTUDOS
Por mais que a prática tenha sido um desejo constante e, muitas
vezes, até acompanhada por uma ânsia de um retorno ao ensino
presencial, os estudos foram muito importantes para fortalecer o
preparo docente para desafios futuros. Entre os estudos realizados
durante o projeto estão os seguintes:
1.1 BNCC
Junto às e aos residentes, propus um estudo sistemático sobre
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), onde analisamos os
pontos mais interessantes e levantamos eventuais problemas que
ela pode produzir na educação.
1.6 Arte-educação
Durante esse período de um ano e meio, muito se discutiu
e se debateu sobre a importância da arte-educação dentro da
Educação Básica, principalmente na rede pública de ensino.
Além das propostas levadas por mim, também houve discussões
muito importantes com a presença de profissionais ligados à
Educação Superior, sendo a Profa. Dra. Neide das Graças de
Souza Bortolini (professora do Departamento de Artes Cênicas
da UFOP) e o Prof. Jhon Weiner de Castro (professor do curso
de Teatro da Universidade do Estado do Amazonas), levantando
questões sobre a formação em Arte-Educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MACHADO, Carla. O Ensino de Arte na Educação Básica: um olhar
para a música e a interdisciplinaridade, 2013. Disponível em: <https://
rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/253/1/MACHADO.pdf>. Acesso em:
05/03/2022.
INTRODUÇÃO
Buscamos trazer aqui um amplo relato acerca das atividades rea-
lizadas durante o módulo II do Projeto de Residência Pedagógica
Artes da UFOP, mais especificamente as realizadas a partir do dia
07 de abril de 2021, na preceptoria da Escola Estadual Dom Pedro
II (Ensino Médio), com acompanhamento do preceptor e professor
de Artes da escola, Samir Antunes.
A preceptoria, composta pelos(as) seguintes residentes Caro-
line Silva de Paula, Isabela Cristina Resende Silva, Isadora Matri-
carde, Lawanda Ritchely Gonçalves Modesto, Luisa Doné Totini
Gomes, Matheus Felipe Marques Pessôa, Vinicius de Melo e Victor
de Jesus Ferreira, teve como foco principal de seus estudos os
Planos de Estudos Tutorados (PET’s), que é uma série de mate-
riais didáticos formulados e fornecidos pela Secretaria de Estado
de Educação (SEE) de Minas Gerais para as escolas estaduais,
visando à realização dos estudos dos(as) alunos(as) durante o
período pandêmico.
2° ANO 3° ANO
SEMANA 1 Isabela Victor
SEMANA 2 Lawanda Isadora
SEMANA 3 Matheus Caroline
SEMANA 4 Matheus Vinícius
SEMANA 5 Luisa Vinicius
52. Tal dinâmica consistia em uma pessoa falar uma palavra e pedir para outro cantar uma
música que tivesse a palavra, posteriormente, quem cantou passaria outra palavra para
outra pessoa e assim sucessivamente.
53. Nesta semana especificamente, a monitoria foi ministrada pela residente Isabela, visto
que Lawanda não pode estar presente por ser a data de sua banca de TCC.
54. Dona Chica se encantou no princípio deste ano de 2022 e cá já estamos com muitas
saudades de suas histórias.
246
247
Coordenadores
Ernesto Gomes Valença e Guilherme Paoliello
Preceptora e preceptores
Erika Curtiss dos Santos, Giovany de Oliveira Silva e Samir Antunes
Residentes
Adélia Cristina Júlio Benedito, Aline Batista Martins, B Campos,
Bruno Vinícius de Souza, Caio Chaves Faria, Caroline Garcia
Martins, Caroline Silva de Paula, Dieiny Kelly Gonçalves Braz
dos Santos, Evelyn Aparecida Grope Oliveira, Gabriela Sánchez
Leão de Oliveira Araújo, Hiago Aparecido dos Reis Fernandes,
Higor Gonçalves Ferreira, Isabela Cristina Resende Silva, Isabela
Freiria Yeda Macedo, Isadora Matricarde, Laura de Figueiredo
Impelizzieri Ribeiro, Lawanda Ritchely Gonçalves Modesto, Letícia
Pavão Schinelo, Lorena Bragança Soares de Oliveira, Luís Felipe
Monteiro, Luisa Doné Totini Gomes, Marco Túlio de Paula, Maria
Eduarda Alexandrino Ferreira, Maria Eduarda Costa Pereira,
Matheus Felipe Marques Pessôa, Pedro Gaban Petindá Moreira,
Pedro Henrique Bezerra Lopes, Victor de Jesus Ferreira, Vinícius
de Melo e Wellingthon Patrick Schneider.
249