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BIOGRAFIAS

HENRIETTA L ACKS
M ulher negra, descendente de escravos e pobre,
Henrietta Lacks nasceu em 1920, numa fazenda de tabaco no
interior da Virgínia. Aos 21 anos, emigrou com o marido, David,
seu primo em primeiro grau, para os subúrbios da região de
Baltimore.

a os trinta anos, mãe de cinco filhos, Henrietta


descobriu que tinha câncer no colo do útero, que, em poucos
meses, se espalhou por seu corpo. No Hospital Johns Hopkins,
uma amostra do seu colo do útero foi extraída sem o seu
conhecimento, e fornecida à equipe do chefe de pesquisas em células cancerígenas.
Perceberam que elas possuíam uma característica até então inédita: mesmo fora do corpo
de Henrietta, multiplicavam-se num curto intervalo, tornando-se potencialmente imortais
num meio de cultura adequado.

Henrietta Lacks morreu de câncer cervical em outubro de 1951, e, devido


ao potencial de suas células, teve seu material genético distribuído a diversos
pesquisadores, e logo começaram a ser utilizadas nas mais variadas pesquisas em
universidades e centros de tecnologia, nos Estados Unidos e no exterior. As células foram
nomeadas como HeLa, uma referência que significa o apagamento e codificação do nome da
paciente.

As células foram comercializadas, graças à indústria de medicamentos


sintético, e está presente em diversas pesquisas como: a vacina contra a poliomielite e o
vírus HPV, vários medicamentos para o tratamento de câncer, de aids e do mal de
Parkinson. Apesar disso, os responsáveis jamais deram informações adequadas à família de
Henrietta Lacks, que soube da existência destas células apenas em 1973, quando foram
procurados para realizar exames de DNA após a suspeita de uma teoria de que a cura do
câncer poderia estar na manipulação dos genes.

C omo a retirada do material genético foi feita sem autorização, os familiares dela
lutaram durante muitos anos por seus direitos e chegaram a acionar a Justiça,
conseguindo em 2013 o controle da utilização das mesmas, bem como uma compensação
financeira, já que são cobrados altos valores pelas células.

S ua história foi compartilhada no livro "A Vida Imortal de Henrietta Lacks"


(2010), da autora Rebecca Skloot, transformado em filme em 2017.

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