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Vale destacar que estes números não retratam o real cenário em que estamos inseridos localmente, tendo em vista

que o repasse
destes dados pelos campi ainda não tem ocorrido de forma sistemática, o instrumental de monitoramento ainda carece de melhorias, além das
características da própria ômicron que tem se apresentado de forma mais branda em pessoas vacinadas, bem como do recuo de fases da
presencialidade nestas últimas duas semanas o que diminuiu consideravelmente o número de pessoas circulando nos ambientes dos nossos
campi e junto a isto, o fenômeno da subnotificação.

Considerando o levantamento das informações coletadas junto a plataforma do SIASS, sobre os afastamentos dos servidores em
função de tratamento de saúde, no período de (28.01 a 10.02), correspondentes as CIDs: J11 (Influenza [gripe] devida a vírus não
identificado), U07 (COVID-19), B34.2 (COVID-19), Z20.9 (contatos domiciliares -contato com exposição à doença transmissível não
especificada e B97.2 (Coronavírus, como causa de doenças classificadas em outros capítulos. Para maiores esclarecimentos sobre as CIDs
analisadas, sugerimos consultar: https://aps.saude.gov.br/noticia/8236. Obtivemos a situação a seguir:

ATESTADO/ CID PERICIADOS DIAS DE AFASTAMENTO ATESTADOS


CONCEDIDOS AGUARDANDO PERÍCIA

J11 4 17 4

U071 10 35 6

B34.2 10 45 19

B97.2 01 04 01

Z20 02 08 01

TOTAL 27 109 31

Fonte: https://www2.siapenet.gov.br/saude/Inicio.do?method=executaFuncao&codFuncao=3. Acesso em 10.02.22).

O que pode ser inferido dos dados acima é que ainda estamos em uma crescente nos casos de infecção visto que em um curto
intervalo de tempo, compreendido em aproximadamente duas semanas tivemos o total de 58 (cinquenta e oito) atestados apresentados. Aqui
cabe reforçar que não foram contabilizadas as situações dos servidores que estão em situação de autodeclaração por estarem acometidos de
COVID ou síndrome gripal, com sintomas leves, o que, portanto, não enseja atestado.

2. Estudo dos indicadores

Atualmente existem várias proposições a respeito de quais seriam os indicadores ideais para acompanhamento da pandemia, mas não
há um consenso definitivo sobre quais parâmetros seriam ideais para manutenção do funcionamento das atividades escolares, tendo em vista
que as escolas tratam-se de ambientes de grande circulação de pessoas e ainda de manutenção de contatos. Um dos documentos que propõe-se
a discutir a respeito é a nota técnica 02/2021 - Fiocruz. A nota apresenta como proposição o uso do percentual de testes positivos (abaixo de
5% nos últimos 7 dias); R(t) inferior a 1 (ideal de 0,5); taxa de vacinação acima de 80% da população total.
Em documento específico a respeito das atividades escolares presenciais, a Fiocruz defende critérios semelhantes, incluindo a disponibilidade
de leitos clínicos e críticos (pelo menos 25% dos leitos livres) e o total de casos novos entre 0-9 por 100 mil habitantes nos últimos 7 dias.
Outro documento balizador das proposições relativas à manutenção ou não das atividades escolares é o Documento Potiguar. No documento
em questão os parâmetros escolhidos são a taxa de R(t) (abaixo de 1) e a disponibilidade de 30% dos leitos críticos para COVID.

Indicador Nota técnica Fiocruz Recomendações Documento Potiguar


volta às aulas

R(t) <1 (ideal 0.5) <1 (ideal 0.5) <1


(considere dados da região

de saúde)

Número de 30 a 50 30 a 50 15 a 29 15 a 29
solicitações
diárias de leitos
críticos. (considere
média móvel)

Casos por 100 50 a 70 50 a 70 10 a 49 10 a 49


mil/hab (considere
número de novos casos no

RN por 7 dias)

ATV Ocupação dos Até 30% Até 50% Até 75% Até 100%
espaços pelos
estudantes[5]

Considerando-se ainda a existência de resoluções diferentes quanto a retomada de servidores e estudantes, sugerimos que no caso dos
servidores seja adotada a seguinte parametrização:

I. Fase 1: até 1 servidor/4,0 m², por ambiente, no máximo 30% do total de servidores, de forma simultânea, em um mesmo turno, na unidade
administrativa, priorizando o retorno do grupo gestor e dos profissionais elencados como essenciais por cada setor, para viabilizar a volta às
aulas, desde que a ocupação dos leitos críticos para tratamento da COVID-19 esteja inferior a 60% e a taxa de transmissibilidade menor que 1;

II. Fase 2: até 1 servidor/2,25 m², nos ambientes, no máximo 50% do total de servidores, de forma simultânea, em um mesmo turno, na
unidade administrativa, desde que a ocupação dos leitos críticos para tratamento da COVID-19 esteja inferior a 50% e a taxa de
transmissibilidade menor que 1;

III. Fase 3: até 1 servidor/2,25 m², por ambiente, no máximo 75% do total de servidores, de forma simultânea, em um mesmo turno, na
unidade administrativa, desde que a ocupação dos leitos críticos para tratamento da COVID-19 esteja inferior a 40% e a taxa de
transmissibilidade menor que 1;

IV. Fase 4: retorno integral ao trabalho presencial, desde que a ocupação dos leitos críticos para tratamento da COVID-19 esteja inferior a
35% e a taxa de transmissibilidade menor que 1.

Ressaltamos que tais ajustes se fazem necessários tendo em vista as dificuldades encontradas no Estado com relação a insumos e
pessoal treinado para mobilização de leitos de UTI, por exemplo. Outro dado importante é o fácil acesso às informações, por isso esta
proposição foi construída levando-se em consideração as proposições dos documentos que citamos, bem como, o conhecimento técnico e as
reuniões realizadas pelos membros deste comitê com membros de outras instituições.

Adicionalmente, recomendamos que sejam levadas em consideração como critério qualitativo para balizar as decisões, os percentuais
de servidores afastados por ocorrência de covid ou síndromes gripais. Informamos que este comitê está desenvolvendo estudo no sentido de
tornar essa variável um dos indicadores a ser utilizado em momento oportuno pelos gestores da instituição para a tomada de decisão.

4. Recomendações

Apresentamos portanto o resumo do contexto vivenciado pelo nosso estado no tocante a pandemia no quadro abaixo, considerando os critérios
sugeridos para avaliação por este comitê:

Critério Parâmetro para retomada Situação atual Resumo


presencial (fase 1)
Vacinação Exigência de passaporte vacinal Implantação do módulo do
atualizado passaporte vacinal

Rt[6] 0,47 (semana 6/2022) <1,00

Ocupação de leitos <60% Metropolitana: 71,7%


críticos[7]

Oeste: 79,2%

Seridó: 53,3%

Solicitações diárias de 30 a 50 54 (dado consolidado em 9/2)


leitos críticos

Casos por 100 mil/hab 50 a 70 218


(31/1 a 6/2)

Considerando que o papel desse Comitê no contexto do planejamento das atividades presenciais ou remotas do IFRN é,
exclusivamente, pautado na condição de assessorar as decisões dos gestores da instituição.

Considerando que qualquer decisão no sentido de acatar esse parecer integral ou parcialmente é exclusiva decisão dos
gestores da instituição em diálogo com sua comunidade;

Considerando que todos os dados apresentados foram irrestritamente discutidos a luz da ciência, com base em dados oficias
e em direção da preservação da vida da comunidade de servidores e estudantes do IFRN; e

Considerando os parâmetros propostos pelo comitê para o avanço ou retrocesso das atividades presenciais, bem como, o
retrato da pandemia no estado apresentado neste parecer e ainda o percentual de servidores acometidos pela covid ou sindromes
gripais ou contactantes;

Este comitê recomenda que:

1. A observação do surgimento de novas variantes seja tratada como fator de atenção e possível revisão para o avanço ou
retrocesso das fases do retorno presencial.
2. A rotina de desinfecção e sanitização dos espaços dos Campi do IFRN seja reforçada, especialmente nos casos de observação
do surgimento de casos concomitantes entre membros da comunidade do Campus.
3. O uso de máscara e a manutenção de distanciamento (1,5m) se torne obrigatória em todo o IFRN para servidores,
terceirizados e prestadores de serviço vinculados às obras nos Campi ou ainda a empresas externas que necessitem adentrar
ao Campus, obedecendo-se a legislação federal aplicável, bem como, as normativas institucionais que versem sobre o tema.
4. Sejam adotadas pela gestão providências no sentido de discutir soluções caso não seja possível a retomada integral das
atividades presenciais da instituição no ano letivo de 2022, face à incerteza provocada pelo surgimento de novas variantes.
5. Com base na análise do cenário epidemiológico que este comitê vem desenvolvendo, que permanece retratando número de
casos acima dos patamares vivenciados em meses anteriores, sobrecarga no sistema de saúde, aumento do número de óbitos
e entendendo que a retomada das atividades presenciais se encontra condicionada ao atendimento dos critérios aqui
estabelecidos, recomendamos a permanência do desenvolvimento das atividades acadêmicas e administrativas
preferencialmente de forma remota e nova avaliação do cenário daqui a 7 dias.

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