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FACULDADE CESUMAR DE PONTA GROSSA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO

FACULDADE CESUMAR DE PONTA GROSSA


BACHARELADO EM FARMÁCIA
7°Semestre – Noturno

WELINGTON LEONARDO DA SILVA


RA 20013862-2

RELATÓRIO ESTÁGIO DE ANÁLISES CLÍNICAS


RELATÓRIO

PONTA GROSSA
2023
FACULDADE CESUMAR DE PONTA GROSSA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO

FACULDADE CESUMAR DE PONTA GROSSA


BACHARELADO EM FARMÁCIA
7°Semestre – Noturno

WELINGTON LEONARDO DA SILVA


RA 20013862-2

RELATÓRIO ESTÁGIO DE ANÁLISES CLÍNICAS


RELATÓRIO

Relatório apresentado como requisito parcial da


avaliação do estágio de análises clínicas, do curso
de farmácia, da UniCesumar – Faculdade Cesumar
de Ponta Grossa.
.

PONTA GROSSA
2023
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RELATÓRIO DO ESTÁGIO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 OBJETIVOS ................................................................................................ 6

2.1 OBJETIVOS GERAIS............................................................................ 6

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 6

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................... 7

3.1 HEMATOLOGIA ................................................................................ 7

3.1.1 Coleta sanguínea .......................................................................... 7

3.1.2 Esfregaço sanguíneo ................................................................... 8

3.1.3 Métodos de coloração .................................................................. 9

3.1.4 Hemograma ................................................................................. 11

3.1.5 Tempo de Atividade da Protrombina - TAP .............................. 12

3.2 PARASITOLOGIA ........................................................................... 14

3.2.1 Exame direto a fresco ................................................................ 14

3.2.2 Técnica de Hoffmann, Pons e Janer ......................................... 15

3.3 MICROBIOLOGIA ........................................................................... 16

3.3.1 KIT ENTEROBACTÉRIAS ........................................................... 16

3.3.2 Difusão em disco ........................................................................ 18

3.4 BIOSSEGURANÇA ............................................................................. 19

4 CASO CLINICO......................................................................................... 21

CONCLUSÃO............................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 23

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1 INTRODUÇÃO

Nos laboratórios de análises clínicas, é comum a interação entre


equipamentos, objetos, amostras e profissionais, resultando em uma rotina em que a
exposição a diversos agentes potencialmente prejudiciais à saúde ocorre de forma
frequente. Entre esses agentes, destacam-se bactérias, fungos, parasitas e vírus,
representando um desafio constante para os trabalhadores envolvidos (VENDRAME,
1997).
É importante ressaltar que a preocupação com a exposição aos riscos inerentes
ao trabalho em laboratórios de análises clínicas é anterior à atenção direcionada às
epidemias de HIV e tuberculose, que marcaram as décadas de 1980 e 1990 (BEIJEL,
BARROSO, 2001). Os profissionais desse campo sempre estiveram cientes dos
perigos associados ao manuseio de amostras biológicas e à manipulação de materiais
contaminados.
Dessa forma, a garantia da segurança ocupacional e a adoção de práticas de
biossegurança são questões cruciais nesse ambiente. A implementação de medidas
preventivas, como o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs), a
correta manipulação de substâncias e o cumprimento de protocolos de higiene, são
indispensáveis para reduzir os riscos de exposição e proteger a saúde dos
profissionais que atuam nos laboratórios de análises clínicas.
Com o objetivo de controlar e minimizar os riscos de contaminação, foram
estabelecidas legislações e regulamentações que se baseiam na Constituição Federal
do Brasil, a qual é a principal lei que governa todas as demais normas no país. Através
dessas leis e normas, são estabelecidas diretrizes que devem ser seguidas pelos
laboratórios, visando assegurar não apenas a segurança, mas também a qualidade
dos resultados fornecidos (CHAVES, 2016; SANGIONI, 2012).
O laboratório clínico, é fundamental garantir que os resultados produzidos
reflitam com precisão e consistência a condição clínica dos pacientes, assegurando
que não sejam influenciados por interferências no processo. A informação gerada
deve atender às necessidades dos clientes e possibilitar o correto diagnóstico,
tratamento e prognóstico das doenças. A busca contínua pela melhoria dos processos
é o foco principal de qualquer laboratório, visando oferecer os melhores produtos e
serviços aos clientes. (CHAVES, 2010)

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No entanto, para que as inovações e melhorias sejam efetivas, é essencial o


controle desses processos, sendo capaz de identificar possíveis falhas ocorridas ou
que possam ocorrer. Além disso, o laboratório deve estar preparado para agir
prontamente e evitar ou minimizar as consequências e a recorrência dessas falhas.
Esse conjunto de ações é conhecido como garantia da qualidade. (CHAVES, 2010)
No contexto de um laboratório de análises clínicas, a garantia da qualidade é
alcançada por meio do total e absoluto controle de todas as etapas do processo, que
compreende as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica, denominado como
realizar exame. A gestão da qualidade engloba as medidas adotadas para produzir,
dirigir e controlar essa qualidade, incluindo o estabelecimento de políticas e objetivos
de qualidade, utilização de indicadores e metas para avaliação (CHAVES, 2010).
Com a melhoria contínua da qualidade manual, é possível eliminar
desperdícios, reduzir custos e aumentar significativamente a produtividade esses
ganhos impulsionam a competitividade no mercado, conferindo vantagens
estratégicas e fortalecendo a posição do laboratório.
Assim os laboratórios clínicos têm a responsabilidade de fornecer resultados
de exames que sejam genuinamente úteis para o diagnóstico correto, prognóstico,
acompanhamento terapêutico, evolução e prevenção de doenças. Portanto, é
essencial que os laboratórios clínicos ofereçam serviços que vão além das
expectativas de seus clientes, atendendo não apenas às suas necessidades, mas
também superando-as.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS


Ao final da disciplina do estágio, os alunos deverão ter adquirido, através da
teoria e da prática, conhecimentos e habilidades específicas da parte clínica
laboratorial, sendo capazes de indicar, solicitar e interpretar os resultados dos exames
laboratoriais abordados na disciplina.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar de forma abrangente e precisa o conhecimento adquirido e as


técnicas aprendidas durante as aulas, fornecendo uma visão abrangente das práticas
e conceitos relevantes relacionados aos temas abordados.

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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Este estudo se baseou em algumas práticas de análises clinicas de diferentes


áreas que foram propostos para identificação e apresentação de resultados de
exames que foram elaborados em aulas.

3.1 HEMATOLOGIA

A hematologia laboratorial é a área de estudo que se dedica à análise dos


componentes celulares do sangue, incluindo as hemácias (glóbulos vermelhos),
leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Além disso, essa disciplina investiga a
produção desses elementos e os órgãos responsáveis por sua formação, como a
medula óssea, o baço e os linfonodos.

3.1.1 Coleta sanguínea

A coleta de sangue desempenha um papel fundamental nos laboratórios


clínicos, sendo essencial que seja realizada de forma padronizada para garantir
resultados precisos e evitar interferências indesejadas. Nesse contexto, a punção
venosa, a escolha adequada do anticoagulante, a correta homogeneização da
amostra e, quando aplicável, a confecção da extensão sanguínea sem anticoagulante,
são aspectos cruciais a serem considerados. (SILVA, 2016)
É importante destacar que a maneira como a punção é realizada, em particular
quando utilizando seringa e agulha, pode influenciar diretamente na qualidade da
amostra, evitando alterações celulares indesejadas. Portanto, é fundamental seguir
diretrizes e procedimentos estabelecidos a fim de assegurar a confiabilidade dos
resultados obtidos a partir da coleta sanguínea. (SILVA, 2016)
A coleta sanguínea foi feita de duas maneiras: pelo sistema a vácuo e pela
seringa e agulha. No primeiro caso, os tubos devem ser retirados do suporte somente
após o preenchimento completo, garantindo a proporção adequada de sangue e
anticoagulante. Após a retirada do tubo, é importante homogeneizá-lo delicadamente
por inversão, assegurando a completa solubilização do anticoagulante e a correta
anticoagulação da amostra de sangue.

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Além disso, é fundamental verificar a data de validade dos tubos, pois o vácuo
pode ser comprometido ao longo do tempo, resultando em relações inadequadas
entre sangue e anticoagulante.
Quando a punção é realizada com seringa e agulha, o sangue deve fluir para
dentro da seringa sem a necessidade de esforço para puxar o êmbolo. Caso contrário,
o turbilhonamento causado pelo esforço pode ocasionar alterações celulares
indesejadas.
Imagem 1. Situações de coleta sanguínea.

Fonte. SILVA, 2016.

Ao final da punção, a agulha foi retirada da seringa e o sangue passado aos


tubos, respeitando a proporção de sangue e anticoagulante de cada tubo
respectivamente.

3.1.2 Esfregaço sanguíneo

O esfregaço sanguíneo é uma técnica utilizada para separar células em meio


líquido. Consiste em espalhar uma amostra de sangue sobre uma lâmina de vidro,
resultando na dissociação de alguns elementos celulares e sua aderência à superfície
do vidro. Isso cria uma camada fina de células, facilitando a observação microscópica.
(SILVA, 2016.)

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A quantidade de sangue utilizada na confecção de um esfregaço deve ser


adequada para obter uma extensão com espessura e comprimento apropriados.
Quanto maior a quantidade de sangue aplicada, mais espessa será a extensão,
enquanto uma menor quantidade resultará em uma extensão mais fina.
Uma gota de sangue foi posicionada cerca de 1 cm a partir de um dos lados da
lâmina. Em seguida, a lâmina extensora é colocada à frente do sangue, e puxada para
trás, garantindo que sua superfície esteja completamente em contato com a lâmina.
Ao tocar o sangue, é importante aguardar que ele se espalhe por toda a
superfície de contato da lâmina extensora. Se a distribuição do sangue não estiver
uniforme, é possível realizar movimentos delicados, sem levantar a lâmina extensora,
movendo-a para os lados esquerdo e direito, a fim de obter uma distribuição
homogênea do sangue. Quando essa condição for alcançada, o movimento de
extensão pode ser executado de acordo com a imagem a baixo.

Imagem 2. Ilustração de extensão sanguínea.

Fonte. SILVA, 2016.

3.1.3 Métodos de coloração

Para a realizar a coloração das lâminas foram disponibilizados alguns meios para a
visualização microscópica das mesmas.

3.1.3.1 May-Grunwald Giemsa

Para realizar a coloração das lâminas utilizando os corantes de May-Grünwald


e Giemsa, é necessário que 2 mL do corante de May-Grünwald sobre a lâmina que

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contém a amostra. Permita que o corante aja na lâmina por um período de três a
quatro minutos.
Sem remover o May-Grünwald, adicione 2 mL de solução tampão ou água na
lâmina, tomando cuidado para não derramar o corante. Deixe a solução tampão ou
água agir na lâmina por aproximadamente um minuto. Descarte corretamente a
solução corante-tampão ou água utilizada na etapa anterior.
Em seguida, adicione 2 mL do corante de Giemsa, previamente diluído para
uso, na lâmina. Permita que o corante de Giemsa aja na lâmina por um período de 15
a 20 minutos. Após o tempo necessário, lave cuidadosamente a lâmina em água
corrente, realizando a limpeza da parte de trás da lâmina para remover quaisquer
resíduos de corante.
Finalmente, deixe a lâmina secar naturalmente ao ar. Após a completa
secagem, a lâmina estará pronta para ser lida e analisada.

Imagem 3. Foto do microscópio.

Fonte. Aluno.

3.1.3.1 Coloração Panótico

Pegue as lâminas preparadas e submerja-as na solução de metanol. Mantenha


um movimento contínuo de cima para baixo ou para os lados, realizando cinco
imersões rápidas, cada uma com duração de aproximadamente um segundo.
Certifique-se de que as lâminas estejam completamente cobertas pela solução. Após
as imersões, deixe as lâminas escorrerem completamente para remover o excesso de
líquido.
Em seguida, coloque as lâminas na solução de eosina. Novamente, realize um
movimento contínuo de cima para baixo ou para os lados, repetindo o processo de
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cinco imersões rápidas, com cerca de um segundo cada. Certifique-se de que as


lâminas fiquem completamente imersas na solução. Após as imersões, deixe as
lâminas escorrerem bem para eliminar o excesso de líquido.
Agora, mergulhe as lâminas na solução azul de metileno. Mantenha o
movimento contínuo de cima para baixo ou para os lados, realizando novamente cinco
imersões rápidas, com aproximadamente um segundo cada. Assegure-se de que as
lâminas estejam completamente submersas na solução. Após as imersões, deixe as
lâminas escorrerem adequadamente para eliminar o excesso de líquido.
Imagem 4. Foto do microscópio.

Fonte. Aluno.
Com todos esses processos realizados a lâmina já pode ser levada até o
microscópio de lida para dar o diagnóstico.

3.1.4 Hemograma

hemograma é um conjunto de análises das células sanguíneas que, em


conjunto com informações clínicas, possibilita a obtenção de conclusões diagnósticas
e prognósticas para uma ampla variedade de doenças. Entre todos os exames
laboratoriais atualmente requisitados por médicos de diversas especialidades, o
hemograma é o mais solicitado. Por essa razão, possui uma importância significativa
nos dados a serem considerados para o diagnóstico médico, não sendo admissíveis
erros ou conclusões incertas. (FAILACE, 2015)
O hemograma abrange três componentes essenciais, que incluem a avaliação dos
eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou
série plaquetária). Essas análises fornecem informações valiosas sobre a composição
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e o funcionamento do sangue, permitindo a identificação de possíveis anormalidades


que podem indicar a presença de doenças ou condições médicas, as avaliações que
foram feitas na aula foram da série vermelha e branca. (FAILACE, 2015)
A avaliação dos eritrócitos, ou série vermelha, envolve a contagem e a análise
das hemácias (glóbulos vermelhos). Essas células desempenham um papel crucial no
transporte de oxigênio pelo corpo e na manutenção do equilíbrio ácido-base.
Alterações no número, tamanho ou forma das hemácias podem indicar anemia,
distúrbios hematológicos ou outras condições relacionadas.
A avaliação dos leucócitos, ou série branca, engloba a contagem e a análise
dos diferentes tipos de células brancas do sangue, como os neutrófilos, linfócitos,
eosinófilos, basófilos e monócitos.
Essas células são responsáveis pela defesa do organismo contra infecções e
processos inflamatórios. Variações no número ou na proporção dessas células podem
fornecer pistas importantes sobre infecções, doenças autoimunes, alergias ou outras
condições patológicas (FAILACE, 2015). Já com essa ideia vista em sala partimos
para resultados que vem pela contagem, após diluição em liquido turk (1/20) e feita
na câmara de Neubauer sendo contados todos os leucócitos nos quadrantes laterais
que são levados para essa formula Leucócitos/ μL = (Leucócitos contados x 20 x 10)
/ 4.
Em resumo o hemograma é um exame laboratorial abrangente que fornece
informações cruciais sobre a saúde do paciente, auxiliando no diagnóstico e no
acompanhamento de diversas condições médicas. A análise dos componentes do
hemograma permite identificar anormalidades que podem direcionar investigações
adicionais e auxiliar na tomada de decisões clínicas fundamentadas.

3.1.5 Tempo de Atividade da Protrombina - TAP

O teste de Tempo de Atividade de Protrombina (TAP) ou Tempo de


Protrombina (TP) é um exame laboratorial utilizado para avaliar as vias extrínseca
(trauma tecidual) e comum da coagulação sanguínea. Ele fornece informações sobre
a função dos fatores de coagulação VII, X, V, Protrombina (II) e fibrinogênio (I).
O procedimento do teste envolve a adição de uma substância chamada
tromboplastina ao plasma sanguíneo. A tromboplastina desempenha o papel do fator
tissular, que é liberado quando há lesão tecidual. Em seguida, é medida a duração do

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tempo necessário para a formação de fibrina, que é a etapa final da cascata de


coagulação.
Ao avaliar o TAP ou TP, é possível identificar possíveis alterações na
coagulação sanguínea. Valores prolongados do TAP podem indicar deficiências nos
fatores de coagulação, como a hemofilia ou a deficiência de vitamina K.
O teste de Tempo de Atividade de Protrombina (TAP), foi realizado da seguinte
forma, foi pré-aquecido o reagente A a 37ºC por 3 minutos.
Em um tubo já a 37ºC foi adicionado 50 uL da amostra de sangue a ser testada
evado ao banho-maria a 37ºC por 1 minuto para equilibrar a temperatura da amostra,
iniciando o cronômetro ao adicionar 100 uL do reagente A pré-aquecido ao tubo.
Parado o cronômetro assim que o coágulo começou a se formar visivelmente,
registrado o tempo de formação do coágulo em segundos e feiro o cálculo

3.1.5 Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado – KPTT


O teste de Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (KTTP ou TTPa) avalia
as vias intrínseca e comum da coagulação, que envolvem uma série de fatores
coagulantes, incluindo o fator XII, PK (pré-calicreína), CAM (cininogênio de alto peso
molecular), XI, IX, VIII, X, V, Protrombina (II) e fibrinogênio (I). Esse teste é
dependente da integridade desses fatores para uma correta avaliação da coagulação
sanguínea.
No procedimento realizado, o Reagente B (Cálcio) foi pré-aquecido em banho-
maria a 37°C por 3 minutos. Em seguida, em um tubo de hemólise, foram adicionados
50 uL de amostra (plasma desconhecido ou controle) e 50 uL de Reagente A (Cefalina
homogeneizada).
Após a adição dos reagentes, a mistura foi incubada por 3 minutos a 37°C.
Posteriormente, foram adicionados 50 uL de Reagente B, também pré-aquecido a
37°C. O cronômetro foi disparado simultaneamente à adição do Reagente B, e o
conteúdo do tubo foi agitado brevemente para homogeneização.
O tubo foi então retirado do banho-maria, e suavemente inclinado uma vez por
segundo. O cronômetro foi parado no momento em que ocorreu a formação do
coágulo, o tempo de coagulação foi registrado cuidadosamente. Com base nos dados
obtidos, foi realizado o cálculo necessário para análise e interpretação dos resultados.

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3.2 PARASITOLOGIA

Parasitologia é uma disciplina científica dedicada ao estudo dos parasitas, bem


como das interações e relações estabelecidas entre esses organismos e seus
hospedeiros. Ela abrange uma ampla gama de organismos parasitários, incluindo
protozoários, helmintos (vermes), artrópodes e outros microrganismos que dependem
de outros seres vivos para sobreviver e se reproduzir. (CIMERMAN, 2001)

3.2.1 Exame direto a fresco

No exame direto a fresco realizado, foi utilizada a técnica de observação dos


trofozoítos de protozoários que apresentam uma curta sobrevida fora do trato
digestório do hospedeiro.
Inicialmente, uma gota de soro fisiológico foi colocada em uma lâmina de vidro
limpa e preparada. Em seguida, foram tocadas diferentes áreas da amostra fecal com
um palito, priorizando locais que apresentavam presença de sangue ou muco, pois há
maior probabilidade de encontrar os trofozoítos nesses locais. Os fragmentos da
amostra fecal foram transferidos para a lâmina e cuidadosamente misturados com o
soro fisiológico.
Após a preparação da amostra, uma lamínula foi cuidadosamente colocada
sobre a lâmina para cobri-la. O exame foi realizado utilizando as objetivas de 10x e
40x do microscópio óptico, através dessas ampliações, foi possível observar e analisar
os trofozoítos presentes na amostra.
É importante destacar que a técnica do exame direto a fresco permite a
visualização direta e imediata dos protozoários presentes na amostra fecal, sem a
necessidade de corantes ou fixação prévia.

Imagem 5. Ilustração do método.

Fonte. Materiais de estudo, 2023.

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3.2.2 Técnica de Hoffmann, Pons e Janer

O exame de sedimentação espontânea das formas parasitárias em água


potável foi realizado conforme os procedimentos descritos. Inicialmente, cerca de 2g
de fezes foram adicionados a um copo descartável contendo água, e a mistura foi
homogeneizada cuidadosamente com um bastão de vidro. Em seguida, a suspensão
fecal foi filtrada através de uma gaze dobrada para um cálice cônico de sedimentação.
O cálice foi preenchido com água até atingir cerca de 3/4 de sua capacidade, e
a suspensão de fezes foi deixada em repouso por um período de 2 a 3 horas,
respeitando o limite máximo de 24 horas. Durante esse tempo, por ação da gravidade,
os parasitas sedimentaram no fundo do cálice.
Posteriormente, o sobrenadante foi cuidadosamente decantado, e o sedimento
contendo as formas parasitárias foi coletado utilizando uma pipeta Pasteur e
transferido para uma lâmina. Para melhor visualização, foi adicionado o corante Lugo
ao sedimento.
A lâmina foi coberta com uma lamínula e examinada utilizando as objetivas de
10x e 40x do microscópio. Durante a análise microscópica, foram observadas as
estruturas parasitárias presentes no sedimento, buscando identificar possíveis
parasitas e realizar a descrição morfológica e caracterização das mesmas. Os
resultados obtidos foram registrados, incluindo a ausência de parasitas.

Imagem 6. Ilustração do método.

Fonte. Materiais de estudo, 2023.

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3.3 MICROBIOLOGIA

A Microbiologia é uma disciplina científica dedicada ao estudo dos


microrganismos, que são seres vivos minúsculos, visíveis apenas por meio do
microscópio.
O objetivo principal da microbiologia é compreender a estrutura, função,
reprodução, metabolismo e ecologia dos microrganismos, além de investigar suas
interações com outros seres vivos e o ambiente. Os microrganismos desempenham
papéis fundamentais em diversos aspectos da vida na Terra, incluindo a saúde
humana, a produção de alimentos, a biotecnologia, a ecologia e a conservação do
meio ambiente.

3.3.1 KIT ENTEROBACTÉRIAS

Para determinar se a colônia isolada de fato é uma enterobactéria foi utilizado


como parâmetro a técnica de identificação que utilizou o "kit entero laborclin" como
referência para a prática, seguindo a metodologia padrão composta por 5 tubos:
1- RUGAI: Com o auxílio de uma agulha bacteriológica flambada coletou-se
uma pequena amostra de uma colônia de bactérias, e a inoculou com um furo central
no tubo e várias estrias superficiais no meio inclinado, o tubo foi fechado de forma que
ficasse com a tampa desapertada.
2- LMI: Com a mesma agulha sem flambar do tubo anterior foi inoculado o
microrganismo com apenas um furo central até o fundo, em seguida fechou-se bem o
tubo com esse meio.
3- MIO: Sem flambar a agulha novamente, inoculou-se o microrganismo com
um furo central deixando esse tubo levemente aberto para melhor aeração.
4- RAMNOSE: Flambou-se a agulha e coletou-se da mesma colônia, foi feito o
inoculo fazendo leves movimentações a partir de um fura central, adicionou-se 5 gotas
de vaselina para o ambiente permanecer anaeróbio e fechou-se o tubo.
5- CITRATO: No ultimo tubo foi realizado somente estrias na superfície, deixou-
se a tampa do tubo entreaberta.
Por fim os tubos foram incubados em uma estufa bacteriológica a 35 °C por 24
horas e em seguida foi realizado a leitura e anotado os resultados.

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Na leitura do kit de enterobactérias foram encontrados os seguintes resultados:


1- RUGAI: Positivo para L-Triptofano, pois desenvolveu uma coloração verde
na parte superior do tubo. Negativo para produção de gás sulfídrico (H2S) não formou
uma base preta no fundo do tubo. A fermentação de glicose foi positiva, desenvolveu
uma cor amarela no fundo do tubo.
A hidrólise de ureia deu negativa, pois não formou uma base azul no tubo,
também teve como parâmetro observado a produção de gás a partir da glicose (GAS)
que foi positiva desenvolvendo bolhas no interior do meio.
2- LMI: O segundo tubo representa a descarboxilação da lisina, a qual
apresentou resultado positivo, pois, a cor amarelada inicial do tubo mudou para
púrpura após a incubação.
3- MIO: A descarboxilação da ornitina apresentou-se positiva devido a sua
mudança de coloração de amarelo para púrpura. Também foi observado nesse tubo
a leitura de Indol adicionando 3 gotas do reativo de Kovac’s sobre o meio obteve-se
um resultado positivo devido ao surgimento de um anel vermelho superficial. A leitura
de motilidade foi positiva devido ao crescimento difuso com turvação.
4- RAMNOSE: Obteve-se um resultado positivo devido sua coloração amarela
com o meio turvo devido ao crescimento dos microrganismos.
5- CITRATO: A leitura do resultado foi negativa devido não alterar a coloração
inicial do tubo.
Imagem 7. resultado kit enterobactérias.

Fonte. O autore.

Para a interpretação dos resultados utilizou-se a tabela do manual de laborclin


como referência. Realizando a contagem encontrou-se como resultado o código 8991,
o qual foi pesquisado em uma tabela para identificar a bactéria encontrada. A partir
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dos resultados encontrados obteve-se 99,9940% de probabilidade de o


microrganismo encontrado ser uma Escherichia coli e apenas 0,0059% de chances
de ser uma Serratia liquefaciens. “As enterobactérias que atualmente predominam em
infecções hospitalares são Escherichia coli” (LABORCLIN, 2015).

3.3.2 Difusão em disco

Primeiramente foi preparado o inóculo usando o método de suspensão direta


das colônias em salina, com o auxílio de uma agulha bacteriológica flambada atuando
atrás da chama do bico de Bunsen, suspendeu-se uma colônia de bactéria em solução
salina estéril, fazendo a comparação da turbidez do tubo de salina com o tubo do
padrão 0,5 da escala de McFarland, a qual é correspondente a um padrão de turvação
contendo concentrações conhecidas de uma suspensão de BaSO4. Introduziu-se um
“swab” estéril na suspensão bacteriana feita em salina e inoculou-se os
microrganismos na superfície da placa de ágar
MH em três direções diferentes para que ocupasse toda a área da placa.
Após a inserção dos microrganismos no meio de cultura impregnou-se com o
auxílio de uma pinça devidamente flambada oito discos de papel com fármacos
antimicrobianos, sendo eles: ceftriaxona, amoxicilina, nitrofurantoína, teicoplanina,
penincilina G, norfloxacino, cloranfenicol, sulfonamida. Após as placas foram
incubadas na estufa por 36°C por 18 horas, e então foi aferido o tamanho dos halos
de inibição com o auxílio de uma régua, e após foi realizada a comparação em uma
tabela referência para avaliar se o microrganismo é sensível ou resistente aos
antimicrobianos testados.
Para aferir com precisão os diâmetros dos halos formados no teste de difusão em
disco utilizou-se uma régua, obtendo-se como resultados:
Norfloxacino: Halo de inibição 43 mm, bactéria sensível ao antibiótico.
Ceftriaxona: Halo de inibição 36 mm, bactéria sensível ao antibiótico.
Cloranfenicol: Halo de inibição 27 mm, bactéria sensível ao antibiótico.
Amoxicilina: Halo de inibição 22 mm, bactéria sensível ao antibiótico.
Nitrofurantoína: Halo de inibição 21 mm, bactéria sensível ao antibiótico.
Sulfonamida: Halo de inibição15 mm, bactéria sensível ao antibiótico.
Teicoplanina: Resistente ao antibiótico.
Penincilina G: Resistente ao antibiótico.

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Imagem 8. Imagem do teste.

Fonte. O autor.

Notou-se que grande quantidade dos antimicrobianos testados inibiu em


dimensões diferentes o crescimento do microrganismo, porém “o tratamento de
infecções por E.coli depende do local da doença e do perfil de resistência do isolado
específico” (ARTMED, 2021), devendo assim analisar os sintomas e outros
diagnósticos do paciente para determinar o melhor medicamento a ser administrado.

3.4 BIOSSEGURANÇA

A biossegurança engloba um conjunto de ações voltadas para a prevenção,


minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Esses riscos podem
representar ameaças à saúde humana e animal, ao meio ambiente e à qualidade dos
trabalhos realizados. (PENNA, 2020)
Um dos principais objetivos da biossegurança é prevenir acidentes em
ambientes ocupacionais. Isso envolve a implementação de medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas para garantir a segurança dos
trabalhadores e a proteção contra riscos biológicos, químicos, físicos e radioativos.
(PENNA, 2020)
Além disso, a biossegurança também está relacionada à segurança no uso de
técnicas de engenharia genética. Nesse contexto, é fundamental estabelecer
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controles e procedimentos adequados para garantir a segurança e minimizar os riscos


associados à manipulação e liberação de organismos geneticamente modificados
(OGMs) no ambiente. Isso inclui avaliação de risco, monitoramento, normas de
segurança, capacitação dos profissionais envolvidos e regulamentação adequada.
(PENNA, 2020)
A biossegurança busca assegurar que as atividades envolvendo agentes
biológicos, substâncias perigosas e organismos geneticamente modificados sejam
realizadas de forma segura, seguindo diretrizes e regulamentos específicos. Dessa
forma, visa proteger tanto os profissionais envolvidos quanto o meio ambiente e a
saúde pública, promovendo a integridade dos trabalhos realizados e prevenindo
possíveis impactos adversos. (PENNA, 2020)

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4 CASO CLINICO

Paciente do sexo masculino, 30 anos de idade, com queixa de fadiga


persistente, fraqueza muscular, falta de ar aos esforços e palidez cutâneo-mucosa.
Não há relato de doenças prévias relevantes ou histórico familiar de distúrbios
hematológicos, o paciente não faz uso regular de medicamentos.
Ao exame físico, o paciente apresenta palidez generalizada, principalmente nos
lábios e conjuntivas. Não são observados edemas, icterícia ou linfonodomegalias. O
exame cardiovascular revela frequência cardíaca aumentada e sopro sistólico em foco
mitral.
No esfregaço sanguíneo teve a presença de células microcitose (células vermelhas
do sangue menores que o normal) e hipocromia (coloração pálida das células
vermelhas do sangue).
Com base nos resultados dos exames, o diagnóstico de deficiência de ferro
pode ser estabelecido. Trata-se de uma condição na qual há uma quantidade
insuficiente de ferro disponível para a produção adequada de hemoglobina, resultando
em anemia.
O tratamento instituído incluiu a suplementação de ferro oral com sulfato ferroso
para corrigir a deficiência de ferro, orientações dietéticas para aumentar a ingestão de
alimentos ricos em ferro, como carnes vermelhas, feijões, vegetais folhosos verde-
escuros e alimentos fortificados.
A paciente foi orientada a realizar acompanhamento regular para monitorar a
resposta ao tratamento e os níveis de hemoglobina. Além disso, serão realizadas
novas dosagens de ferro sérico e ferritina para avaliar a eficácia da terapia
Com isso o caso clínico apresentado demonstra um quadro de deficiência de
ferro, caracterizada pela redução dos níveis de ferro sérico, ferritina sérica e
capacidade de ligação de ferro, bem como pela presença de anemia microcítica e
hipocrômica. O tratamento adequado envolve a suplementação de ferro oral e
modificações na dieta para promover a reposição do mineral. O acompanhamento
regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento e garantir a recuperação
dos níveis adequados de ferro no organismo.

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CONCLUSÃO

Após a realização dos testes laboratoriais, fica clara a importância da prática e


do estudo aprofundado das áreas que envolvem as análises clínicas e a necessidade
de investir em pesquisas que promovam o desenvolvimento e a qualidade dos
serviços laboratoriais, em todos os campos que ela está envolvida
. Essas análises desempenham um papel fundamental na promoção da saúde
e do bem-estar da população em geral. Portanto, é essencial direcionar esforços para
avançar nessa área e garantir a entrega de resultados confiáveis e precisos para o
benefício dos pacientes e da saúde pública.

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REFERÊNCIAS

BEIJGEL, I; BARROSO, W;J. O trabalhador do setor de saúde, a legislação e seus


direitos sociais. Boletim da Pneumologia Sanitária- Vol.9, N°2 – jul/dez 2001.

CIMERMAN, Benjamin; FRANCO, Marco Antonio. Atlas de parasitologia: artrópodes,


protozoários e helmintos. In: Atlas de parasitologia: artrópodes, protozoários e helmintos.
2001. p. 105-105.

CHAVES, Carla D. Controle de qualidade no laboratório de análises clínicas. Jornal


Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 46, p. 352-352, 2010.

CHAVES, M, J, F.Manual de Biossegurança e Boas Práticas Laboratoriais v.2.0 Fevereiro


de 2016.

FAILACE, Renato. Hemograma: manual de interpretação. Artmed Editora, 2015.

LABORCLIN. Kit enterobactérias, 2015. Disponivel em:


https://www.laborclin.com.br/wpcontent/uploads/2019/05/kit_enterobacterias_bula_25012019
.pdf. Acesso: 05/06/2023.

PENNA, P. M. M. et al. Biossegurança: uma revisão. Arquivos do Instituto Biológico, v.


77, p. 555-565, 2020.

SANGIONI, L. A; et al Princípios da biossegurança aplicados aos laboratórios de ensino


universitário de microbiologia e parasitologia. Ciência Rural, Santa Maria, Online ISSN
0103-8478, 2012.

SILVA et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto alegre: Artmed, 2016.

VENDRAME, A, C; A insalubridade por agentes biológicos. Revista. CIPA, São Paulo, ed


n° 241, 1997.

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