Você está na página 1de 54

UNIVERSIDADE DO CONTESTADO

CURSO DE FARMÁCIA

MARCO AURÉLIO ROCHA

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PELOS


ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA

CANOINHAS
201O
1

MARCO AURÉLIO ROCHA

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PELOS


ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como exigência para obtenção do título de
farmacêutico do Curso de Farmácia, ministrado
pela Universidade do Contestado - UnC Campus
Canoinhas sob orientação da professora Dra.
Simone Molz.

CANOINHAS
2010
2

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PELOS


ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA

MARCO AURÉLIO ROCHA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi submetido ao processo de avaliação pela


Banca Examinadora para obtenção do Titulo de:

Farmacêutico

E aprovada na sua versão final em ___/___/2010, atendendo as normas da


legislação vigente da Universidade do Contestado e da Coordenação do Curso de
Farmácia.

_____________________________________
Juliane Seleme Brehmer
Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

_________________________
Simone Molz
Presidente

_______________________
Helton Nasil Seleme
Membro

_______________________
Rejane Maria Gonsalves Seleme
Membro
3

AGRADECIMENTOS

A Deus, minha família amigos e professores


que de alguma forma me ajudaram a essa
conquista.
4

“Combati o bom combate, cheguei ao fim do


caminho e mantive a minha fé...”(Cap. IV, v.7,
apóstolo Paulo, 1ª epístola a Timóteo).
5

RESUMO

Em se tratando de laboratórios de pesquisas as boas práticas devem ser adquiridas


pelos alunos de forma mais rigorosa, pois o número e variedade de riscos em
relação à segurança deles como profissional aumenta em muito devido a diversos
fatores, entre eles, manuseio continuo de substâncias letais, ácidos, substancias
tóxicas, substancias irritantes, corrosivas, inflamáveis, além da utilização de
equipamentos que podem fornecer graves riscos, como alteração de temperatura,
radiações e ainda trabalhos que utilizam agentes biológicos e patogênicos em seu
dia a dia. O objetivo deste estudo foi identificar e analisar as condições de
segurança oferecidas pelo laboratório de química utilizado pelo Curso de Farmácia
da Universidade do Contestado - UnC, Campus Canoinhas. Analisou-se também a
existência ou não de ações de conscientização destinados aos alunos, visando
esclarecer a necessidade de utilização dos equipamentos de segurança individuais e
coletivos. Pode-se concluir que o laboratório de química utilizado pelo Curso de
Farmácia da Universidade apresenta condições parciais de segurança a fim de
evitar acidentes individuais ou coletivos durante as praticas laboratoriais de seus
alunos.

Palavras-chaves: farmácia, segurança em laboratório, risco químico.


6

ABSTRACT

When it comes to research labs best practice should be acquired by students in more
rigorous, as the number and variety of risks in relation to their safety and
occupational greatly increases due to several factors, including, handling of
substances still lethal acids, toxic, irritant, corrosive, flammable, and the use of
equipment that can provide serious risks, such as changes in temperature, radiation
and even works that use biological agents and pathogens in their daily lives. The aim
of this study was to identify and analyze the conditions that are offered by the
chemistry laboratory used by the Course of Pharmacy, University of Contested - UNC
Campus Canoinhas. Also analyzed whether or not the actions of awareness for
students, trying to clarify the need to use safety equipment individual and collective.
The methods used to conduct the survey in this study were as follows: quality to the
students, and the method literature. It can be concluded that the chemistry laboratory
used the Course of Pharmacy, University presents partial safety conditions to avoid
accidents during individual or collective, the laboratory practices of their students.

Keywords: pharmacy, laboratory safety, chemical risk.


7

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
CSB - Cabines de Segurança Biológica
EPC - Equipamento de Proteção Coletiva
EPI - Equipamento de Proteção Individual
EUA - Estados Unidos da America
MT - Ministério do Trabalho
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NB - Nível de Biossegurança
NBR - Norma Brasileira
NR - Normas Regulatórias
OMS - Organização Mundial de Saúde
OSHA- Ocupational Safety and Health Administration
PVC - Cloreto de Polivinila
UV - Ultra Violeta
8

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Utilização luvas no laboratório do curso de farmácia da Universidade de


Contestado. ...............................................................................................................38
Gráfico 2: Utilização toucas no laboratório do curso de farmácia da Universidade de
Contestado. ...............................................................................................................38
Gráfico 3: Utilização jaleco no laboratório do curso de farmácia da Universidade de
Contestado. ...............................................................................................................39
Gráfico 4: Utilização óculos de proteção no laboratório do curso de farmácia da
Universidade de Contestado. ....................................................................................39
Gráfico 5: Utilização mascara de proteção no laboratório do curso de farmácia da
Universidade de Contestado. ....................................................................................40
Gráfico 6: Alunos que receberam orientação sobre uso correto dos equipamentos
de segurança individual.............................................................................................41
Gráfico 7: Alunos que receberam orientação sobre uso correto dos equipamentos
de segurança coletivo. ..............................................................................................41
Gráfico 8: Alunos que receberam orientação sobre possíveis reações que podem
ocorrer com as substancias utilizadas na aula pratica e suas conseqüências para
sua saúde..................................................................................................................42
Gráfico 9: Alunos que ingere ou já ingeriu alimentos ou bebidas durante a aula
pratica no laboratório.................................................................................................42
Gráfico 10: Distribuição das notas recebidas dos alunos.........................................43
9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Equipamentos de proteção coletiva ..........................................................43


10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
2 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................13
2.1 LABORATÓRIO DE ENSINO DE FARMÁCIA ....................................................13
2.2 BIOSSEGURANÇA .............................................................................................14
2.3 SEGURANÇA NO LABORATÓRIO ....................................................................16
2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs).....................................25
2.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC) .......................................30
2.6 RISCOS LABORATORIAIS.................................................................................33
3 AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PELOS
ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA ............36
3.1 METODOLOGIA..................................................................................................36
3.1.1 Natureza da pesquisa.......................................................................................36
3.1.2 Procedimentos e métodos................................................................................37
3.1.4 Discussão dos dados .......................................................................................44
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................48
REFERENCIAS.........................................................................................................49
ANEXOS ...................................................................................................................50
ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO ....................................................................................51
ANEXO 2 - “CHECK-LIST” ........................................................................................53
11

1 INTRODUÇÃO

Um dos papéis das universidades é criar, desenvolver e promover o


conhecimento. Cabe a ela iniciar os jovens no conhecimento cientifico, assegurando
no futuro profissional destes jovens a utilização de boas práticas profissionais.
Estabelecer ao aluno as condições necessárias para a boa pratica profissional se faz
necessário na prevenção dos riscos ocupacionais, e pode ser considerada a forma
mais eficiente de promover a saúde e a integridade física das pessoas. A eliminação
ou neutralização dos riscos, prevenindo um acidente ou doença deve fazer parte do
currículo acadêmico do aluno se tornando na vida profissional uma pratica comum e
continua em seu ambiente de trabalho. Cabe a Universidade esclarecer aos alunos
sobre a forma de utilização equipamentos, arranjos físicos, instalações,
procedimentos adequados, enfim, uma série de recomendações técnicas pertinentes
as boas praticas profissionais.
Em se tratando de laboratórios de pesquisas as boas práticas devem ser
adquiridas pelos alunos de forma mais rigorosa, pois o numero e variedade de riscos
em relação à segurança deles como profissional aumenta em muito devido a
diversos fatores, entre eles, manuseio continuo de substâncias letais, ácidos,
substancias tóxicas, substancias irritantes, corrosivas, inflamáveis, além da
utilização de equipamentos que podem fornecer graves riscos, como alteração de
temperatura, radiações e ainda trabalhos que utilizam agentes biológicos e
patogênicos em seu dia a dia.
Nos laboratórios de pesquisas acadêmicas, onde se inicia o aprendizado das
boas práticas profissionais, encontram-se diversas substâncias e compostos
químicos que quando manipulados podem causar riscos a saúde individual ou
coletiva dos alunos. O grande número de combinações e reações possíveis entre
produtos químicos podem causar reações bioquímicas elevando o grau de
periculosidade do ambiente.
Por isto, torna-se imperativo o cuidado das práticas de segurança
envolvendo todos os parâmetros, para prevenção de acidentes e posteriores danos
a saúde. É possível reduzir acidentes e enfermidades dos acadêmicos tendo
instruções, instalações e equipamentos de acordo a permitirem a segurança nos
12

laboratórios, estabelecendo um código de conduta, avaliação dos riscos, instalações


adequadas, tentando alcançar a segurança necessária.
Instalações deficientes, práticas e procedimentos inadequados nos
laboratórios acadêmicos tais como, manuseio de produtos químicos por parte dos
acadêmicos de farmácia sem as devidas precauções, podem causar graves
acidentes. Por isto torna-se importante a adesão às normas de segurança da
Universidade, garantindo a realização dos trabalhos acadêmicos com a devida
segurança, contribuindo para redução de riscos a saúde dos alunos e para o bom
preparo do profissional farmacêutico. Por isto os acadêmicos de farmácia devem
receber equipamentos, informações e instruções de procedimentos que zelem pela
segurança de si e de seus colegas que também utilizam estas instalações.
Este estudo tem a pretensão de identificar e analisar quais são as condições
de segurança oferecidas pelos laboratórios do Curso de Farmácia da Universidade
do Contestado - UnC, Campus Canoinhas, bem como a existência ou não de ações
de conscientização destinados aos alunos, visando esclarecer a necessidade de
utilização dos equipamentos de segurança individuais e coletivos.
Verifica-se se o laboratório do Curso de Farmácia da Universidade apresenta
condições de funcionamento satisfatórias afim de evitar acidentes individuais ou
coletivos durante as praticas laboratoriais de seus alunos, quais são as medidas
preventivas de segurança, normas e regulamentos, adotadas pela Universidade afim
de evitar acidentes individuais ou coletivos durante as praticas laboratoriais de seus
alunos, bem como quais são as ações de conscientização adotadas afim de evitar
acidentes individuais ou coletivos durante as praticas laboratoriais e finalmente se as
condições apresentadas quanto às instalações físicas, medidas preventivas de
segurança, normas e regulamentos, bem como as ações de conscientização
adotadas pela Universidade são reconhecidas e valorizadas pelos alunos.
13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LABORATÓRIO DE ENSINO DE FARMÁCIA

O atual currículo do curso de Farmácia que foi estabelecido pela Resolução


nº 4/69 do Conselho Federal de Educação mostra claramente o caráter
multidisciplinar do curso, possibilitando aos farmacêuticos diferentes campos de
atuação, farmacêutico, farmacêutico industrial e farmacêutico bioquímico com 2
opções, tecnologia de alimentos e análises clínicas e lexicológicas. A Farmácia é um
sistema de conhecimento que tem como característica fundamental o estudo dos
medicamentos em todos os seus aspectos. Na visão de Estefan,
O laboratório de ensino de farmácia tem a função de servir de apoio técnico
aos alunos ao estudo do fármaco-medicamento em todos os seus aspectos,
quer sejam tecnológicos quer os decorrentes da passagem dos
medicamentos de uma dimensão técnica para uma dimensão clínica. Além
disto, como conseqüência da evolução da Farmácia outras áreas como as
análises clínicas e lexicológicas e a de alimentos foram incorporadas pela
profissão levando os laboratórios de ensino de farmácia a aprimorar o
conjunto das ciências farmacêuticas. (ESTEFAN, 1986, p.512)

Os laboratórios de ensino, dos cursos de graduação de Farmácia podem ser


considerados um dos lugares mais importantes na formação profissional do
farmacêutico. É nas atividades laboratoriais oferecidas durante o curso que os
alunos têm oportunidade de adquiri conhecimentos teóricos e práticos, elaborar
conceitos, desenvolver metodologias, bem como adquirir o conhecimento necessário
para prevenção de acidentes e uma boa prática profissional. (ESTEFAN, 1986)
Para Andrade,
[...] embora pese uma diversidade de fatores que intervêm na formação do
profissional farmacêutico do ponto de vista da literatura, convém ressaltar a
importância de atividades experimentais em sua formação. O laboratório de
farmácia tem como objeto o meio e suas transformações, sendo que as
atividades experimentais favorecem uma compreensão mais científica de
tais transformações. Evidencia-se então a importância das atividades
laboratoriais na formação do farmacêutico desde a graduação até a pós-
graduação, uma vez que as práticas permitem uma compreensão mais
detalhada de diversos fenômenos químicos.” (2004, p. 16)

Tem-se que considerar também que os laboratórios de farmácia são lugares


que apresentam alto potencial de acidentes, pelo tipo de trabalho executado, ou
seja, trabalhos com a presença de diversas substâncias letais, tóxicas, corrosivas e
14

irritantes, inflamáveis ou instáveis e pela utilização de aparelhos, como por exemplo,


aqueles que emitem radiações. Acrescenta-se ainda que o laboratório de farmácia
pode gerar sérios problemas sócio-ambientais. (ANDRADE, 2004)
Os riscos dos laboratórios de farmácia podem ser controlados e minimizados
quando são tomadas certas medidas de segurança. Conhecimentos técnicos sobre
o conceito e normas de segurança não são suficientes para o profissional de
farmácia ter segurança nos processos laboratoriais, bem como, para executar
melhores práticas e saber atuar em emergências. Em um laboratório acadêmico de
farmácia torna-se necessário não só dispor de normas no ambiente de trabalho e
realizar treinamentos necessita-se também identificar no laboratório de ensino
possíveis zonas de intervenção que necessitam o desenvolvimento de estratégias e
de projetos que minimizem os riscos de acidentes.

2.2 BIOSSEGURANÇA

Segundo pesquisadores da Comissão Interna de Biossegurança da Fundação


Oswaldo Cruz, Biossegurança,
[...] é o conjunto de ações destinadas a precaução, minimização ou
eliminação de riscos intrínsecos as atividades de pesquisa, produção,
educação, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que
podem afetar a saúde do homem, do meio ambiente ou a qualidade dos
serviços desenvolvidos” (CIENFUEGOS, 2001, p.23).

As normas de Biossegurança devem englobar todas as medidas para evitar


os riscos, sejam eles biológicos, físicos, químicos, ergonômicos e psicológicos. As
precauções padrão são as medidas de segurança presentes no dia a dia dos
profissionais de farmácia, ou seja, são as recomendações básicas para a segurança
da equipe e do paciente e incluem o uso de barreiras como os equipamentos de
proteção individual e coletiva.
Na visão de Lima (2006) Biossegurança “
[...] é um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias,
equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos
inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do
homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos. (LIMA, 2006, p. 4)
15

A Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78 estabelece os


tipos de riscos da Biossegurança são eles:
1. Riscos de Acidentes
2. Riscos Ergonômicos
3. Riscos Físicos
4. Riscos Químicos
5. Riscos Biológicos

Lima (2006) detalha os tipos de riscos expostas pela Portaria do Ministério do


Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78:
a) Riscos de acidentes - Considera-se risco de acidente qualquer fator que
coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem
estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e
equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, armazenamento inadequado, etc.
b) Riscos Ergonômicos - Considera-se risco ergonômico qualquer fator que
possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando
desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o
levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a
monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de
trabalho, o trabalho em turnos, etc.
c) Riscos físicos - Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas
de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes,
radiações não ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc.
d) Riscos químicos - Consideram-se agentes de risco químico as
substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou
que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
e) Riscos biológicos - Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias,
fungos, parasitos, vírus, entre outros. Os agentes de risco biológico podem ser
distribuídos em quatro classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados
segundo os seguintes critérios:
16

• Patogenicidade para o homem.


• Virulência.
• Modos de transmissão
• Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes.
• Disponibilidade de tratamento eficaz.
• Endemicidade.
Para Lima (2006) os elementos básicos para contenção de agentes de risco
são:
• Boas práticas de laboratório.
• Observância de práticas e técnicas microbiológicas padronizadas.
• Conhecimento prévio dos riscos.
• Treinamento de segurança apropriado.
• Manual de biossegurança (identificação dos riscos, especificação das
práticas, procedimentos para eliminação de riscos).

2.3 SEGURANÇA NO LABORATÓRIO

Silva (2007) narra que a preocupação com a segurança de um laboratório


surgiu em 1941. Meyer e Eddie observaram e descreveram cientificamente as
associações infecciosas decorrentes de más práticas laboratoriais no trato com
agentes patológicos da Brucelose ocorridas pela formação de aerossóis na
manipulação de substratos contaminantes. Os resultados encontrados mostraram
que as operações de laboratório necessitam de instruções específicas a serem
seguidas pelos usuários para sua própria segurança.
Em 70, narra Who (1993 apud SILVA, 2007, p. 4) surgiram alertas sobre os
cuidados a saúde face aos riscos biológicos nos laboratórios, ou seja, as “práticas
preventivas para o trabalho em contenção a nível laboratorial, com agentes
patogênicos para o homem”. Já em 80 a OMS – Organização Mundial de Saúde faz
referencia aos “riscos periféricos” presentes em laboratórios, tais como “riscos
químicos, físicos, radioativos e ergonômicos” (COSTA, COSTA, 2002, apud SILVA,
2007).
17

O laboratório deve ser visto como um local especial de trabalho, pois o


mesmo pode se tornar perigoso, caso não seja utilizado adequadamente. Devido ao
tipo de trabalho desenvolvido nos laboratórios os riscos de acidentes a que estão
sujeitos os laboratoristas são os mais variados possíveis. Os laboratórios devem
possuir um manual de segurança contendo normas gerais de segurança e técnicas
laboratoriais básicas. O responsável pelo laboratório deve transmitir e orientar os
seus colaboradores quanto aos procedimentos corretos de trabalho e as atitudes
que devam tomar para evitar possíveis acidentes. São comuns acidentes por
exposições a agentes tóxicos ou corrosivos tais como queimaduras, incêndios,
explosões e lesões causadas por condições inseguras de trabalho (SAVOY, 2003).
As medidas de segurança no laboratório são uma conseqüência da regra do
bom senso. Em geral um acidente ocorre quando menos se espera e não se pode,
infelizmente, prevê-los com antecedência, mas inúmeros cuidados podem ser
adotados para diminuir os riscos.
Cienfuegos (2001) enumera alguns itens que aplicamos no laboratório de
ensino do curso de farmácia visando à melhoria da segurança:

Em relação aos cuidados pessoais do aluno:


• Ao adentrar num laboratório deve-se usar um guarda-pó, pois é ele que
previne certos acidentes, com a roupa ou com a própria pele, ele não é um uniforme
e sim um instrumento de trabalho.
• Saiba onde se encontra o material de emergência para primeiros socorros
e também o extintor.
• Em caso de acidentes, procure imediatamente o profissional responsável
pelo laboratório, mesmo que não haja danos pessoais ou materiais.
• Encare todos os produtos químicos como prejudiciais, enquanto não
verificar sua inocuidade, consultando o profissional responsável pelo laboratório ou a
literatura especializada.
• Caindo produto químico nos olhos, boca ou pele, o primeiro cuidado é
lavar abundantemente com água. A seguir, procure o tratamento específico para
cada caso. Procure o profissional responsável pelo laboratório.
18

• Substituir sempre que possível operações de pipetar com a boca por outro
método (pêra de borracha etc.). em particular nunca aspire líquidos corrosivos ou
venenosos com a boca.
• Não deixe fios elétricos descobertos ligados para evitar curto circuito.
• Se algum produto químico for derramado, lave o local imediatamente.
• Todo aparelho em funcionamento deve ficar sob vigilância constante.
• Faça o possível para não contaminar a atmosfera do laboratório. Para
isso, não deixe líquidos em recipientes de grande superfície como um béquer, não
deixe frascos abertos.
• Use a capela sempre que estiver trabalhando com substâncias tóxicas ou
corrosivas (gases).
• Não deixe torneiras de gás abertas, se notar algum vazamento de gás,
avise o profissional responsável pelo laboratório.
• Evite a inalação de vapores. Nunca cheire diretamente o conteúdo de
algum recipiente.
• Ao preparar soluções aquosas diluídas de um ácido, coloque ácido
concentrado na água (aos poucos) nunca o contrário.
• Consulte o profissional responsável pelo laboratório antes de fazer
qualquer modificação no andamento da experiência e na quantidade ou espécie de
reagentes a serem usados.
• Não jogue nenhum material sólido dentro de pias ou ralos.
• O vidro é uma causa muito comum de acidentes e deve-se proceder
sempre com muito cuidado quando se trabalha com objetos de vidro. A sua quebra
forma extremidades pontiagudas e cortantes de extrema periculosidade.
• Se for necessário introduzir uma peça de vidro numa rolha, proceda com
cuidado, envolvendo o pedaço de vidro com uma toalha e umedecendo o tubo e a
rolha antes e no decorrer da operação.
• Deixe qualquer peça de vidro quente esfriar por bastante tempo antes de
manuseá-la.
• Polir no fogo todas as bordas pontiagudas de vidro quebrado. (ex:
extremidades de pipeta de Pauster).
• Se uma rolha de vidro aderir a um frasco, bater levemente na rolha com
um bastão de madeira até conseguir soltá-la.
19

• Nunca use equipamentos de vidro trincado que pode prejudicar uma


experiência ou causar acidentes.
Em relação a principio de incêndios:
• Além de materiais usualmente inflamáveis (madeira, cortiça, gás, vestuário,
cabelos, etc.) todo laboratório contém solventes altamente inflamáveis.
• Use a chama do bico de bunsen apenas quando necessário apagando-a
imediatamente após terminar a operação.
• Nunca acenda o bico de bunsen perto de material inflamável.
• Não aqueça líquidos inflamáveis em chama.
• Não deixe chamas acesas ao sair do laboratório.

Ao lidar com substâncias tóxicas:


• Grande número de substancias empregadas no laboratório são tóxicas em
maior ou menor escala. Notoriamente tóxicos são: os cianetos, gás sulfúrico, fósforo
branco, gás clorídrico, compostos de mercúrio, entre outros, mas de um modo geral
evite o contato de qualquer substancia com a pele. Produtos voláteis, tóxicos ou
corrosivos devem ser abertos e usados na capela.

Ao lidar com produtos químicos em geral:


• Antes de usar qualquer reagente, leia cuidadosamente o rótulo do frasco
para ter certeza de que á aquele reagente.
• Nunca torne a colocar no frasco uma substancia retirada em excesso e não
usada. Ela pode ter sido contaminada.
• Ao introduzir espátula, pipeta ou outro objeto apropriado nos frascos para
retirar reagentes, verifique se esses objetos estão perfeitamente limpos e secos.
• Após o uso, feche imediatamente o frasco com uma rolha ou tampa própria.
• Limpe os resíduos que tenham ficado nas paredes externas do frasco antes
de colocá-los sobre a bancada.
• Soluções alcalinas devem ser colocadas em frasco de polietileno, nunca de
vidro. Ex. hidróxido de sódio, de potássio, de amônio, carbonatos de sódio e
potássio etc.
• Não use espátulas de metal com cloreto de alumínio e zinco
20

Em relação ao uso de capelas:


• Use a capela para experiência em que haja desenvolvimento de bases
tóxicas ou corrosivas ou quando receber instruções para isso.
• Abaixe a janela até o máximo possível;
• Desligue o motor e a luz tão logo termine o trabalho e os gases tenham sido
eliminados;
• Retire seu material e limpe o local.

Utilizando a estufa:
• Antes de colocar algum material na estufa, consulte a temperatura para ver
se o material pode se decompor;
• A temperatura da estufa só pode ser alterada pelo profissional responsável
pelo laboratório;

Cuidados e uso das balanças analíticas:


• A balança deve ser colocada sobre uma base firme;
• A balança deve estar nivelada. Este ajuste pode ser feito com auxilio dos
parafusos de nivelamento, observando-se o nível da bolha na base do instrumento;
• As portas da balança devem ser mantidas fechadas sempre que possível;
• Os objetos a pesar devem ser levados a atingir a temperatura da balança
antes de se tentar uma pesada;
• O objeto a ser pesado deve sempre ser colocado no centro do prato da
balança;
• Logo que o objeto tenha sido colocado no prato, a caixa da balança deverá
ser fechada;
• Nunca devem ser colocados sobre os pratos da balança quaisquer
reagentes ou objetos que os possam danificar. As substancia devem ser pesadas
em recipientes adequados, como pequenos béqueres, frascos de pesagem ou
cadinhos, ou sobre vidros-relógio. Líquidos e sólidos higroscópicos ou voláteis
devem ser pesados em frascos bem vedados;
• A balança nunca deve ser sobrecarregada;
21

• Não se deve deixar nada sobre o prato depois de terminar a pesagem.


Qualquer substancia que tenha sido acidentalmente entornada sobre o prato ou
sobre o chão da caixa da balança deve ser imediatamente removida;
• Um principiante nunca deve tentar ajustar a abalança. Deve-se solicitar a
ajuda de um operador experiente.

Primeiros socorros:
• Por objetos quentes: se a roupa aderir a superfície queimada, não tente
remove-la; corte cuidadosamente a roupa em volta da queimadura.
• Ácidos e Bases fortes: lavar imediatamente com grande quantidade de
água. No caso de base, lavar com uma solução a 1% de ácido acético (vinagre). No
caso de ácido, lavar com bicarbonato a 50%.
• Fósforos: a queimadura deve ser coberta com uma solução a 1% de sulfato
de cobre

Já Coscione et. al. (2008) da Universidade Estadual de Campinas


complementam estas ações narrando:
Em relação aos cuidados gerais:
1. Use sempre óculos de segurança e avental, de preferência de algodão,
longo e de mangas longas;
2. Não use saias, bermudas ou calçados abertos. Pessoas que tenham
cabelos longos devem mante-los presos enquanto estiverem no laboratório.
3. Não trabalhe sozinho, principalmente fora do horário de expediente.
4. Não fume, coma ou beba nos laboratórios. Lave bem as mãos ao deixar o
recinto.
5. Ao ser designado para trabalhar em um determinado laboratório, é
imprescindível o conhecimento da localização dos acessórios de segurança.
6. Antes de usar reagentes que não conheça, consulte a bibliografia
adequada e informe-se sobre como manuseá-los e descartá-los.
7. Não retorne reagentes aos frascos originais, mesmo que não tenham sido
usados. Evite circular com eles pelo laboratório.
8. Não use nenhum equipamento em que não tenha sido treinado ou
autorizado a utilizar.
22

9. Certifique-se da tensão de trabalho da aparelhagem antes de conectá-la à


rede elétrica.
10. Quando não estiverem em uso, os aparelhos devem permanecer
desconectados.
11. Use sempre luvas de isolamento térmico ao manipular material quente.
12. Nunca pipete líquidos com a boca. Neste caso, use bulbos de borracha ou
trompas de vácuo.
13. Concentre-se no que estiver fazendo.

Em relação à armazenagem:
1. Evite armazenar reagentes em lugares altos e de difícil acesso;
2. Não estoque líquidos voláteis em locais que recebem luz;
3. Éteres, parafinas e oleifinas formam peróxidos quando expostos ao ar.
Não os estoque por tempo demasiado e manipule-os com cuidado;
4. Ao utilizar cilindros de gases, transporte-os em carrinhos apropriados.
Durante o seu uso ou estocagem mantenha-os presos à bancada ou parede.
Cilindros com as válvulas emperradas ou defeituosas devem ser devolvidos ao
fornecedor;
5. Consulte a bibliografia indicada para obter informações sobre a estocagem
de produtos químicos, assegurando que reagentes incompatíveis sejam estocados
separadamente.

Em relação aos vidros e conexões:


1. Ao usar material de vidro, verifique sua condição. Lembre-se que o vidro
quente pode ter a mesma aparência que a do vidro frio. Qualquer material de vidro
trincado deve ser rejeitado.
2. Vidros quebrados devem ser descartados em recipiente apropriado.
3. Use sempre um pedaço de pano protegendo a mão quando estiver
cortando vidro ou introduzindo-o em orifícios. Antes de inserir tubos de vidro
(termômetros, etc.) em tubos de borracha ou rolhas, lubrifique-os.
4. Nunca use mangueiras de látex velhas. Faça as conexões necessárias
utilizando mangueiras novas e braçadeiras.
23

5. Tenha cuidado especial ao trabalhar com sistemas sob vácuo ou pressão.


Dessecadores sob vácuo devem ser protegidos com fita adesiva e colocados em
grades de proteção próprias.
6. Antes de iniciar o experimento verifique se todas as conexões e ligações
estão seguras.

Na realização de experimentos:
1. Nunca adicione água sobre ácidos e sim ácidos sobre água.
2. Ao testar o odor de produtos químicos, nunca coloque o produto ou o
frasco diretamente sob o nariz.
3. Quando estiver manipulando frascos ou tubos de ensaio, nunca dirija a
sua abertura na sua direção ou na de outras pessoas.
4. Fique atento às operações onde for necessário realizar aquecimento.
5. Cuidado para não se queimar ao utilizar nitrogênio ou CO2 líquidos
6. A destilação de solventes, a manipulação de ácidos e compostos tóxicos e
as reações que exalem gases tóxicos são operações que devem ser realizadas em
capelas, com boa exaustão.
7. As válvulas dos cilindros devem ser abertas lentamente com as mãos ou
usando chaves apropriadas. Nunca force as válvulas, com martelos ou outras
ferramentas, nem as deixe sobre pressão quando o cilindro não estiver sendo
usado.
8. Sempre que possível, antes de realizar reações onde não conheça
totalmente os resultados, faça uma em pequena escala, na capela.
9. Ao trabalhar com reações perigosas (perigo de explosão, geração de
material tóxico, etc) ou cuja periculosidade você desconheça, proceda da seguinte
forma:
a. Avise seus colegas de laboratório;
b. Trabalhe em capela com boa exaustão, retirando todo tipo de material
inflamável. Trabalhe com a área limpa.
c. Use protetor acrílico;
d. Tenha um extintor por perto, com o pino destravado.
10. Ao se ausentar de sua bancada ou deixar reações em andamento à noite
ou durante o fim de semana, preencha a ficha de identificação adequada.
24

11. Caso esta não esteja disponível, improvise uma e coloque-a em local
visível e próximo ao experimento. Nela devem constar informações sobre a reação
em andamento, nome do responsável e de seu superior imediato, com endereço e
telefone para contato, além de informações de como proceder em caso de acidente
ou de falta de água e/ou eletricidade.
12. O último usuário, ao sair do laboratório, deve desligar tudo e desconectar
os aparelhos da rede elétrica.

Em relação aos resíduos:


1. Os resíduos de solventes de reações e de evaporadores rotativos devem
ser colocados em frascos apropriados para descarte, devidamente rotulados. Evite
misturar os solventes. Sugere-se a seguinte separação: Solventes clorados,
Hidrocarbonetos, Álcoois e Cetonas, Éteres e Ésteres, Acetatos e Aldeídos. Sempre
que possível indique também os componentes percentuais aproximados, pois este
tipo de resíduo costuma ser incinerado por empresas especializadas que exigem
uma descrição minuciosa do material que recebem. Verifique se é viável recuperar
estes resíduos no seu laboratório.
2. Os resíduos aquosos ácidos ou básicos devem ser neutralizados na pia
antes do descarte, e só então descartados. Para o descarte de metais pesados,
metais alcalinos e de outros resíduos, consulte antecipadamente a bibliografia
adequada.
3. O uso de solução sulfocrômica para limpeza vem sendo proibido na
maioria dos laboratórios. Caso precise utilizá-la, nunca faça o descarte diretamente
na pia.

Quando estiver trabalhando em um laboratório, você deve:


1. Localizar os extintores de incêndio e verificar a que tipo pertence e que
tipos de fogo podem apagar.
2. Localizar as saídas de emergência.
3. Localizar a caixa de primeiros socorros e verificar os tipos de
medicamentos existentes e sua utilização.
4. Localizar a caixa de máscaras contra gases. Se precisar usá-las, lembre-
se de verificar a existência e qualidade dos filtros adequados à sua utilização.
25

5. Localizar a chave geral de eletricidade do laboratório e aprender a desligá-


la.
6. Localizar o cobertor anti-fogo.
7. Localizar a caixa de areia.
8. Localizar o lava-olhos mais próximo e verificar se está funcionando
adequadamente.
9. Localizar o chuveiro e verificar se este está funcionando adequadamente.
10. Informar-se quanto aos telefones a serem utilizados em caso de
emergência (hospitais, ambulância, bombeiros, etc.).

Analisando os itens narrados por Cienfuegos (2001) e pelos autores Coscione


et. al. (2008) em relação à prevenção de riscos de segurança nos laboratórios de
ensino de farmácia verificamos uma aplicação que envolve diversas áreas, entre
elas: higiene, prevenção e controle de riscos, manuseio de equipamentos e
instalações, proteção ambiental, ergonomia, etc. Pode-se considerar então uma
aplicação sistêmica, pois envolve um numero de elementos (diversas áreas), seus
atributos (especifico de cada área), interações (de uma área com outra área) e um
grau de organização inerente ao sistema, organização esta visando o controle das
ações e situações que possam gerar riscos de acidentes. Tem-se em comum a
complexidade e a relação de todos estes elementos interagindo para se atingir o
objetivo da segurança no laboratório de ensino. Isto demonstra que não é tão
simples a segurança de um laboratório de ensino de farmácia de uma Universidade
ou qualquer outro similar.

2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)

Equipamento de Proteção Individual – EPI é todo equipamento de uso


individual utilizado por uma pessoa, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
ameaçar a segurança e a saúde em uma atividade. A Norma Regulatória nº 6 narra
que a utilização de equipamento de proteção individual deve ocorrer em qualquer
lugar que apresente riscos. Havendo riscos a saúde das pessoas é obrigado a
fornecer as pessoas, gratuitamente, o EPI adequado ao risco, em perfeito estado de
26

conservação e funcionamento. Cita a NR. 6 quando deverá ocorrer o fornecimento


de EPI:
• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais;
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
• Para atender situações de emergência.
Com advento do novo texto da Norma Regulamentadora nº10 a vestimenta
passa a ser também considerada um dispositivo de proteção individual
complementar para as pessoas, incluindo a proibição de adornos mesmo estes não
sendo metálicos.
Quanto ao EPI cabe a organização que gerencia os riscos:
• Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
• Exigir o seu uso;
• Fornecer as pessoas envolvidas somente EPI’s aprovados pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• Orientar e capacitar os usuários quanto ao uso adequado acondicionamento
e conservação;
• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
• Comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer
irregularidade observada.
Quanto ao EPI cabe ao usuário:
• Utilizar apenas para a finalidade a que se destina;
• Responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação;
• Comunicar qualquer alteração que o torne o EPI impróprio para uso;
• Cumprir as determinações sobre o uso adequado do EPI.

Além disto, conforme o Art. 157 da CLT cabe a organização:


I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II. Instruir o usuário quanto às precauções a serem tomadas no sentido de
evitar acidentes ou doenças profissionais.
Mastroeni (2004) enumera os EPIs normalmente utilizados na área de
farmácia:
27

a) Toucas - Nos ambientes de serviços de saúde, laboratoriais e biotérios,


os cabelos, principalmente, os longos devem permanecer presos para evitar
acidentes e contaminações por microorganismos, poeiras e ectoparasitos em
suspensão. Os cabelos dos trabalhadores, também podem contaminar ambientes
limpos ou estéreis ou contaminar pacientes e o produto do trabalho, por este motivo
as toucas ou gorros devem ser usados. Devem ser confeccionados em tecido que
permita a aeração dos cabelos e do couro cabeludo. Podem ser descartáveis ou
reutilizáveis.
b) Óculos de segurança para proteção - Protegem os olhos do trabalhador
de borrifos, salpicos, gotas e impactos decorrentes da manipulação de substâncias
que causam risco químico (irritantes, corrosivas etc.), risco biológico (sangue,
material infectante etc.) e, risco físico (radiações UV e infravermelho etc.). Pode ter
vedação lateral, hastes ajustáveis, cinta de fixação. As lentes devem ser
confeccionadas em material transparente, resistente e que não provoque distorção,
podem ser de policarbonato, resina orgânica, cristal de vidro, além de receber
tratamento com substâncias antiembaçantes, anti-risco e, resistentes aos produtos
químicos
c) Botas e sapatos de proteção - Utilizado para proteção dos pés onde
possa ocorrer contaminação.
d) Mascara proteção respiratória - São utilizados quando se manipula
substâncias de risco químico ou biológico, em emergências (derramamentos e fugas
de gases). Podem ser descartáveis ou exigir manutenção. Os respiradores mais
utilizados são: de adução de ar (fornecem ar ao usuário independente do ar
ambiente), purificador de ar (purificam o ar ambiente antes de ser inalado pelo
usuário); respiradores semi-faciais (máscaras descartáveis, respiradores com ou
sem válvulas para poeiras, fumos e névoas), respiradores semi faciais com
manutenção (com cartucho químico ou filtro mecânico), respiradores faciais de peça
inteira (protegem o sistema respiratório, os olhos e a face do usuário). Em serviços
de saúde e laboratórios onde se manipula microrganismos de classe de risco
biológico 3 como, por exemplo, o M. tuberculosis recomenda-se o uso de respirador
purificador de ar semifacial N-95 (com eficiência mínima de filtração de 95% de
partículas de até 0,3 µm) ou respiradores purificadores de ar motorizados com filtros
de alta eficiência (filtros HEPA). Na preparação de drogas citotóxicas, quando não
há disponibilidade da Cabine de Segurança Biológica/CSB, deve-se utilizar
28

respirador para proteção contra material particulado (pó ou névoa) do tipo que utiliza
filtro mecânico P2 ou P3 (classificação brasileiro-européia) ou respirador purificador
de ar semifacial N-95. Existem máscaras de fuga utilizadas para evasão de
ambientes onde possa ocorrer fuga de contaminantes tóxicos, vapores e gases
combinados ou não com aerossóis.
e) Luvas proteção- São utilizadas como barreira de proteção, prevenindo
a contaminação das mãos do trabalhador de serviços de saúde e de laboratório ao
manipular material contaminado. As luvas reduzem a possibilidade dos
microorganismos presentes nas mãos do trabalhador sejam transmitidas aos
pacientes durante procedimentos invasivos ou quando pele não intacta, tecidos e
mucosas possam ser tocadas. Diminuem o risco de que mãos contaminadas por
microorganismos de um paciente ou fomite contaminem outros pacientes, o trabalho
executado, equipamentos e instalações. A utilização de luvas não exclui o ato da
lavagem das mãos. Protegem o trabalhador dos riscos biológicos, químicos e físicos
como, por exemplo, queimaduras químicas por substâncias corrosivas, inflamáveis,
irritantes; calor (fornos e muflas) ou frio (materiais congelados e em Nitrogênio
líquido) extremos; mordidas cortes e arranhões provocados por animais; choques
elétricos; manuseio de culturas microbiológicas, materiais biológicos (sangue,
tecidos infectados etc); operações com objetos perfurocortantes e materiais
abrasivos ou escoriantes; material radioativo. As luvas protegem contra dermatites
acarretadas pela exposição repetida a pequenas concentrações de substâncias
químicas. As luvas devem ser confeccionadas com material resistente e maleável,
anatômicas, devem ter baixa permeabilidade e compatibilizadas com as substâncias
manipuladas. Alguns trabalhadores são alérgicos as luvas de borracha natural ou
látex ou, também, ao talco utilizado em seu interior. Estes trabalhadores deverão
utilizar luvas de Vinil, PVC ou Nitrílicas.
f) Creme protetor – utilizado para proteção de mãos e braços contra agentes
químicos.
g) Roupas de proteção – Protege a parte superior e inferior do corpo, isto
é os braços, tronco, abdômen e parte superior das pernas. Devem ser de mangas
longas, usadas sempre fechadas sobre as vestimentas pessoais (não usá-lo
diretamente sobre o corpo), confeccionados em tecido de algodão (mistura poliéster-
algodão é inflamável), impermeabilizados ou não, devem ser descontaminados
antes de serem lavados. Os jalecos descartáveis devem ser resistentes e
29

impermeáveis. Auxiliam na prevenção da contaminação de origem biológica,


química e radioativa, além da exposição direta a sangue, fluídos corpóreos, borrifos,
salpicos e derramamentos de origens diversas
h) Protetor auditivo – Os protetores auriculares são do tipo concha ou de
inserção. A sua utilização está indicada em situações onde o ruído excessivo pode
causar perda da audição do trabalhador. Os controles dos níveis de ruído em
laboratório são regidos pela NBR nº 10152/ABNT, que estabelece limite de 60
decibéis para uma condição de conforto durante a jornada de trabalho. As normas
estabelecidas pela OSHA nos EUA, o nível de ruído é de 85 decibéis por uma
jornada de trabalho de oito horas.
i) Protetor Facial – Utilizados como proteção da face e dos olhos em relação
aos riscos de impacto de fragmentos sólidos, partículas quentes ou frias, poeiras,
líquidos e vapores, assim como radiações não ionizantes. Resguardam a face dos
respingos de substâncias de risco químico como, por exemplo, substâncias
corrosivas, irritantes e tóxicas; gotículas de culturas de microorganismos ou outros
materiais biológicos. Protegem contra estilhaços de metal e vidro ou outro tipo de
projeteis. São confeccionadas em materiais como: propionato, acetato e
policarbonato simples ou recobertos com substâncias metalizadas para absorção de
radiações.
j) Protetores para os membros inferiores - Os membros inferiores devem estar
protegidos por calçados fechados durante o trabalho em serviços de saúde e
laboratórios. Evitam acidentes que envolvem derramamento e salpicos de
substâncias de risco químicos e biológicos, impactos, perfurocortantes,
queimaduras, choques, calor, frio, eletricidade etc. Os trabalhadores não devem
expor os artelhos, o uso de sandálias ou sapatos de tecido é proibido na área de
trabalho. O calçado deverá ser ajustado ao tipo de atividade desenvolvida como:
botas de segurança em couro, botas de PVC, botinas e outros calçados de cano
curto ou longo, com biqueira de reforço e solado antiderrapante. Sapatilhas ou pró-
pés descartáveis ou reutilizáveis são, geralmente, usadas em áreas estéreis tanto
em hospitais, laboratórios, biotérios e na indústria.
k) Dispositivos de pipetagem - São dispositivos de borracha (pêra de
borracha), pipetadores automáticos e elétricos, etc. Evita o risco de acidente através
da ingestão de substâncias contendo agentes de risco biológico, químico ou
30

radioativo, visto que a ação de pipetar com a boca é um risco a integridade física e a
saúde do trabalhador.
l) Dosimetro para radiação ionizante - É utilizado como proteção para os
trabalhadores que manipulam substâncias com radiações ionizantes. São usados
como crachá, pulseira, anel ou gargantilha dependendo do tipo e emissão da
radiação. Deve ser enviado para o serviço de monitoramento da Comissão Nacional
de Energia Nuclear/CNEN para avaliação.

2.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

Os Equipamentos de Proteção Coletiva EPC tem como função a segurança


coletiva dos usuários bem como a proteção ambiental, proteção do produto ou
pesquisa desenvolvida. A correta seleção, uso e manutenção do equipamento de
segurança permitem aos usuários da área de farmácia a contenção apropriada
contra os inúmeros riscos aos quais está envolvido no seu dia a dia.
Lima e Silva (2004) narram quais são os equipamentos de proteção coletiva
usualmente utilizados:
a) Autoclaves - Gera a esterilização de equipamentos termorresistentes e
insumos através de calor úmido (vapor) e pressão. Sua instalação é obrigatória no
interior dos laboratórios NB-3 e NB-4, sendo que no laboratório NB-4 é obrigatório à
instalação de autoclave de porta dupla. Nos laboratórios NB-2 e NB-1 e serviços de
saúde é obrigatório que a autoclave esteja no edifício onde os mesmos estão
instalados. O monitoramento deve ser feito com registro de pressão e temperatura a
cada ciclo de esterilização, testes biológicos com o Bacillus stearothermophylus, fita
termorresistente em todos os materiais.
b) Forno Pasteur - Opera em superfícies que não são penetradas pelo calor
úmido. É um processo demorado pode ser usado em vidraria, metal, etc. O
monitoramento exige registro de temperatura nas esterilizações, testes biológicos
com o Bacillus stearothermophylus, fita termorresistente em todos os materiais.
c) Chuveiro de emergência - Chuveiro de aproximadamente 30cm de
diâmetro, acionado por alavancas de mão, cotovelo ou pé. A localização deve ser de
fácil acesso e ter um programa de manutenção constante.
31

d) Lava-olhos - Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média


pressão acoplados a uma bacia metálica. O angulo do jato de água deve ser
corretamente direcionamento para a lavagem ocular. Pode ser acoplado ao chuveiro
de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem ocular.
e) Microincineradores - Dispositivo elétrico ou a gás utilizado para flambar
alças microbiológicas ou instrumento perfurocortante no interior da Cabine de
Segurança Biológica.
f) Containers de aço - Devem ter alças laterais e tampa confeccionados em
aço inoxidável, autoclaváveis, à prova de vazamento, usados para acondicionar e
transportar material contaminado por agentes de risco biológico para esterilização
em autoclave.
g) Caixa descartável para perfurocortante - Usada para descartar os resíduos
perfurocortantes como: seringas hipodérmicas, agulhas de sutura, bisturis, dentre
outros. (Recomenda-se que seja autoclavada antes do descarte final).
h) Agitadores e misturadores - Devem possuir sistema de isolamento que
contenham os aerossóis formados durante sua utilização. Utilizá-los no interior da
Cabine de Segurança Biológica caso não possuam sistema de isolamento.
i) Centrifugas - Devem possuir sistema que permita a abertura somente após
o ciclo completo de centrifugação, copos de segurança e sistema de alarme quando
ocorra quebra de tubos.
j) Sinalização laboratorial - É um conjunto de símbolos com formas e cores
diferenciados que indicam sinalização de: aviso, interdição, obrigação, segurança e
prevenção de incêndio. Os símbolos de aviso incluem o símbolo de Risco Biológico,
Risco Químico, Risco Radioativo e outros.
k) Sala limpa - Área na qual se limita e/ou se controla as partículas do
ambiente. Utilizam-se filtros absolutos (HEPA) para se conseguir ar com nível de
limpeza superior aos encontrados normalmente nas salas convencionais. A sala
limpa é projetada para eliminar partículas, direcionando-as a um local de exaustão.
l) Módulo de fluxo laminar de ar - São áreas de trabalho, portáteis, limitadas
por cortina de PVC flexível ou outro material rígido transparente. O fluxo de ar é
geralmente perpendicular ao piso (Módulo de Fluxo Vertical de Ar), também é
encontrado como módulo horizontal. É versátil, uma vez que pode ser acoplado em
seqüência, sem afetar a instalação física da construção. O sistema pode ser
sustentado por pés fixos, com rodas ou ainda, pendurado na laje.
32

m) Unidade de necropsia - É uma CSB Classe I, a área de trabalho contém


bandeja circular para recolhimento das peças necropsiadas. É construído em aço
inoxidável o que facilita o trabalho e a limpeza. Tem sistema de drenagem de
líquidos e ar filtrado por filtro absoluto.
n) Cabine para histologia - Construída em aço inoxidável com exaustão para
o exterior do ambiente laboratorial através de duto. É específica para preparações
histológicas.
o) Cabine de segurança química - Cabine construída de forma aerodinâmica
cujo fluxo de ar ambiental não causa turbulências e correntes, assim reduzindo o
perigo de inalação e contaminação do operador e do ambiente quando da
manipulação de substâncias químicas que liberam vapore e gases tóxicos, irritantes,
corrosivos etc. O duto de exaustão deve ser projetado de maneira a conduzir os
vapores para parte externa da instalação, preferencialmente, no telhado. Deve ter
filtro químico acoplado a saída do duto.
p) Cabines de segurança biológica (CSB) - O princípio fundamental é a
proteção do operador, do ambiente e do experimento através de fluxo laminar de ar,
filtrado por filtro absoluto ou filtro HEPA. As Cabines de Segurança Biológica estão
dividas em: Classe I, Classe II (divididas em A ou A1, B1, B2 e B3 ou A2 -) e Classe
III.
q) Cabines de segurança biológica (CSB) - CLASSE I - É uma modificação
da cabine de segurança química. O tipo de ventilação da cabine protege o
trabalhador e o ambiente, com velocidade do ar unidirecional e sem recirculação. É
a forma mais simples de cabine, pode ser construída com o painel frontal aberto ou
com o painel frontal fechado com luvas de borracha adaptadas. Na CSB Classe I
não há proteção para o experimento, somente para o operador e o meio ambiente. É
recomendada para trabalho com agentes de risco biológico das classes de risco 1, 2
e 3. Atenção especial deve ser dada durante o uso da CSB Classe I como, por
exemplo: circulação de pessoas em frente à cabine; retirada rápida as mãos do
espaço de trabalho; abertura e fechamento de portas durante o tempo em que a
cabine estiver funcionando. As CSB Classe I que possuem painel com luvas de
borracha, proporcionam maior proteção ao operador.
Além dos narrados acima outros equipamentos utilizados são: chuveiro
químico para laboratório NB-4, extintor de incêndio, mangueira de incêndio, sprinkle,
luz ultravioleta, anteparo para microscópio de imunofluorescência, anteparo de
33

acrílico para radiosótopos, indicadores de esterilidade usados em autoclaves e


outros.

2.6 RISCOS LABORATORIAIS

Segundo pesquisadores da Comissão Interna de Biossegurança da Fundação


Oswaldo Cruz, Biossegurança,
[...] é o conjunto de ações destinadas a precaução, minimização ou
eliminação de riscos intrínsecos as atividades de pesquisa, produção,
educação, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que
podem afetar a saúde do homem, do meio ambiente ou a qualidade dos
serviços desenvolvidos (CIENFUEGOS, 2001, p.23).

As normas de Biossegurança devem englobar todas as medidas para evitar


os riscos, sejam eles biológicos, físicos, químicos, ergonômicos e psicológicos. As
precauções padrão são as medidas de segurança presentes no dia a dia dos
profissionais de farmácia, ou seja, são as recomendações básicas para a segurança
da equipe e do paciente e incluem o uso de barreiras como os equipamentos de
proteção individual e coletiva.
Na visão de Lima Biossegurança
[...] é um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias,
equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos
inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do
homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos. (2006, p. 4)

A Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78 estabelece os


tipos de riscos da Biossegurança são eles:
1. Riscos de Acidentes
2. Riscos Ergonômicos
3. Riscos Físicos
4. Riscos Químicos
5. Riscos Biológicos
Lima (2006) detalha os tipos de riscos expostas pela Portaria do Ministério do
Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78:
34

a) Riscos de acidentes - Considera-se risco de acidente qualquer fator que


coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem
estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e
equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico
inadequado, armazenamento inadequado, etc.
b) Riscos Ergonômicos - Considera-se risco ergonômico qualquer fator que
possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando
desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o
levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a
monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de
trabalho, o trabalho em turnos, etc.
c) Riscos físicos - Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas
de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído,
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes,
radiações não ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc.
d) Riscos químicos - Consideram-se agentes de risco químico as
substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou
que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
e) Riscos biológicos - Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias,
fungos, parasitos, vírus, entre outros. Os agentes de risco biológico podem ser
distribuídos em quatro classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados
segundo os seguintes critérios:
• Patogenicidade para o homem.
• Virulência.
• Modos de transmissão
• Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes.
• Disponibilidade de tratamento eficaz.
• Endemicidade.
Para Lima (2006) os elementos básicos para contenção de agentes de risco
são:
• Boas práticas de laboratório.
35

• Observância de práticas e técnicas microbiológicas padronizadas.


• Conhecimento prévio dos riscos.
• Treinamento de segurança apropriado.
• Manual de biossegurança (identificação dos riscos, especificação das
práticas, procedimentos para eliminação de riscos).
36

3 AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA PELOS


ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA

3.1 METODOLOGIA

3.1.1 Natureza da pesquisa

Com o intuito de definir os procedimentos metodológicos utilizados nesta


pesquisa, observou-se através de Beuren et. al. (2003) que esta pesquisa, quanto
aos objetivos é descritiva, quanto aos procedimentos é bibliográfica e documental.
Conforme Andrade narrado por Beuren (2003, p.81) a pesquisa descritiva
preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e
interpretá-los e o pesquisador não interfere neles. Assim, conclui Bauren (2003), os
fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas o pesquisador não
manipula os resultados. No caso em questão, será descritiva, pois explorará as
características de um determinado fenômeno, no caso, as condições de segurança
oferecidas aos alunos pelos laboratórios do Curso de Farmácia da Universidade do
Contestado - UnC, Campus Canoinhas, bem como a existência ou não de ações de
conscientização destinados aos alunos, visando esclarecer a necessidade de
utilização dos equipamentos de segurança individuais e coletivos.
Bibliográfica, pois se baseia num estudo comparativo e foram consultados
livros, revistas, informações registradas e de posse da Universidade do Contestado -
UnC, onde entende-se ser relevante ao nosso trabalho, sendo voltadas para os
processos organizacionais envolvendo o laboratório de aulas praticas.
De acordo com Beuren et. al., a pesquisa bibliográfica:
Explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em
documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da
pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e
analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes
sobre um determinado assunto, tema ou problema. (2003, p.86)

Pesquisa documental se baseia em dados e documentação pertinente ao


laboratório da Universidade do Contestado - UnC que foi estudado, sendo que os
dados foram analisados por meio do método comparativo que consiste em investigar
coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças.
37

Agregados a essa natureza foram coletados dados através de uma pesquisa


quantitativa para que se investigue dentro de um contexto real tudo o que se
defende ao longo do trabalho. Tem-se como objetivo compreender e analisar as
condições de segurança oferecidas aos alunos pelos laboratórios do Curso de
Farmácia da Universidade do Contestado – UnC.

3.1.2 Procedimentos e métodos

Os dados foram coletados através de pesquisa quantitativa junto aos alunos


do Curso de Farmácia da Universidade do Contestado – UnC, onde foram realizadas
as análise e interpretação dos dados obtidos no estudo comparativo entre o ideal
narrado no referencial teórico da pesquisa e os dados encontrados na pesquisa
efetuada junto aos alunos.
Para a análise dos dados foi utilizado o método comparativo de análise. Os
indicadores encontrados na pesquisa realizada junto aos alunos foram comparados
com as condições consideradas ideais como mencionado no referencial teórico.

3.1.3 Análise dos dados

Os dados foram coletados através de questionário onde o aluno responderia


de forma positiva ou negativa em relação aos fatos apresentados que fazem parte
do cotidiano dos alunos do curso de farmácia da Universidade do Contestado – UnC
(Anexo 1).
A amostra foi de 100 alunos escolhidos de maneira aleatória, em um universo
314 alunos matriculados no curso de farmácia da Universidade do Contestado UnC,
campus Canoinhas. Dentre os 100 alunos consultados encontram-se representantes
de todas as fases do curso. Os resultados encontrados foram:
Em relação à utilização de luvas durante os procedimentos realizados nos
laboratórios do Curso de Farmácia da Universidade do Contestado - UnC, Campus
38

Canoinhas, 93% dos alunos entrevistados disseram que utilizam as luvas


regularmente contra 7% que disseram não utilizar.

93%

100
90
80
70
60
50 7%
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 1: Utilização luvas no laboratório do curso de farmácia da Universidade de


Contestado.

Em relação à utilização de toucas durante os procedimentos realizados nos


laboratórios do Curso de Farmácia da Universidade do Contestado - UnC, Campus
Canoinhas, 69% dos alunos entrevistados disseram que utilizam tocas regularmente
contra 31% que disseram não utilizar.

69%

70
60 31%
50
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 2: Utilização toucas no laboratório do curso de farmácia da Universidade de


Contestado.
39

Em relação à utilização de jalecos durante os procedimentos realizados nos


laboratórios do Curso de Farmácia da Universidade do Contestado - UnC, Campus
Canoinhas, 100% dos alunos entrevistados disseram que utilizam jalecos
regularmente.

100%

100

80

60

40 0%

20

Sim Não

Gráfico 3: Utilização jaleco no laboratório do curso de farmácia da Universidade de


Contestado.

Em relação à utilização de óculos de proteção durante os procedimentos


realizados nos laboratórios, 55% dos alunos entrevistados disseram que utilizam
óculos de proteção regularmente contra 45% que disseram não utilizar.

55%

45%
60
50
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 4: Utilização óculos de proteção no laboratório do curso de farmácia da


Universidade de Contestado.
40

Em relação à utilização de mascara de proteção durante os procedimentos


realizados nos laboratórios do Curso de Farmácia, 80% dos alunos entrevistados
disseram que utilizam mascara de proteção regularmente contra 20% que disseram
não utilizar.

80%

80
70
60
50 20%
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 5: Utilização mascara de proteção no laboratório do curso de farmácia da


Universidade de Contestado.

Quando perguntado ao aluno se ele recebeu orientação sobre o uso correto


dos equipamentos de segurança individual, 67% dos alunos entrevistados disseram
que receberam enquanto 33% que disseram não ter recebido orientação sobre o uso
correto dos equipamentos de segurança individual.
41

67%

70
60 33%
50
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 6: Alunos que receberam orientação sobre uso correto dos equipamentos
de segurança individual.

Quando perguntado ao aluno se ele recebeu orientação sobre o uso correto


dos equipamentos de segurança coletivo, 42% dos alunos entrevistados disseram
que receberam a orientação enquanto 58% que disseram não ter recebido nenhuma
orientação sobre o uso correto dos equipamentos.

58%

42%
60
50
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 7: Alunos que receberam orientação sobre uso correto dos equipamentos
de segurança coletivo.

Quando perguntado se o aluno foi alertado sobre possíveis reações que


podem ocorrer com as substancias utilizadas na aula pratica e suas conseqüências
42

para sua saúde 53% foi responderam que foram informados sobre os riscos que
corriam, já 47% responderam não terem sido alertados.

53%
47%

60
50
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 8: Alunos que receberam orientação sobre possíveis reações que podem
ocorrer com as substancias utilizadas na aula pratica e suas conseqüências para
sua saúde

Quando perguntado ao aluno se ele ingere ou já ingeriu alimentos ou bebidas


durante a aula pratica, 74% responderam que não ingerem alimentos ou bebidas
durante a aula pratica enquanto 26% disseram que ingerem alimentos e bebidas no
decorrer da aula pratica.

74%

60
50 26%
40
30
20
10
0

Sim Não

Gráfico 9: Alunos que ingere ou já ingeriu alimentos ou bebidas durante a aula


pratica no laboratório.
43

Em relação à nota que o aluno daria para o treinamento recebido sobre


equipamentos de segurança no laboratório foi obtida média de nota 6,27 tendo peso
de 0 (zero) nota mínima e 10 (dez) nota máxima. A distribuição das notas foi:

Número de Alunos / Notas

0-2 15

2-4 22
Notas

4-6 28

6-8 22

8 - 10 13

0 5 10 15 20 25 30
Número de Alunos

Gráfico 10: Distribuição das notas recebidas dos alunos.

Em relação ao equipamento de proteção coletiva disponibilizado nos


laboratórios do Curso de Farmácia da Universidade do Contestado - UnC, Campus
Canoinhas verificou-se a existência dos seguintes equipamentos:

Tabela 1: Equipamentos de proteção coletiva


EQUIPAMENTO PROTEÇÃO COLETIVA
EQUIPAMENTO SIM NÃO
Chuveiro X
Lava olhos X
Capela X
Extintor Incêndio X
Rotulagem e identificação dos produtos X
Material de primeiros socorros X
44

3.1.4 Discussão dos dados

Pode-se verificar que todos os alunos utilizam o jaleco nas aulas praticas do
laboratório de farmácia (Gráfico 3), isto ocorre, provavelmente, em decorrência da
presença do professor. A falta de utilização de jaleco em uma aula prática por parte
de um aluno causaria o destaque deste frente aos outros alunos e aos professores e
causaria uma interpelação do não uso da peça.
O mesmo não ocorre em relação aos outros equipamentos de segurança
individual, verifica-se nos dados acima que, com a exceção das luvas (Gráfico 1),
grande parte dos alunos não utiliza os equipamentos. Quarenta e cinco por cento
dos alunos não utilizam os óculos de proteção individual (Gráfico 4), 31% não
utilizam as toucas (Gráfico 2), 20% não utilizam a mascara de proteção (Gráfico 5) e
7% não utilizam as luvas (Gráfico 1).
Uma das possíveis causas é a falta de orientação da necessidade de
utilização dos EPIs, associada à falta de comprometimento por parte dos alunos
conforme verificamos na pesquisa. Trinta e três por cento (33%), ou seja, 1/3 dos
alunos disseram não terem tido orientação do por que utilizar e de como utilizar os
equipamentos de segurança individual (Gráfico 6).
No referencial teórico encontra-se descrito a importância de se utilizar os
EPIs. Ele é destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde em uma atividade. E regulada sua utilização pela Norma Regulatória nº 6 que
narra que a utilização de equipamento de proteção individual deve ocorrer em
qualquer lugar que apresente riscos. O laboratório do curso de farmácia da
Universidade do Contestado – UnC é considerado um lugar de risco como dito por
Savoy,
O laboratório deve ser visto como um local especial de trabalho, pois o
mesmo pode se tornar perigoso, caso não seja utilizado adequadamente.
Devido ao tipo de trabalho desenvolvido nos laboratórios os riscos de
acidentes a que estão sujeitos os laboratoristas são os mais variados
possíveis. Os laboratórios devem possuir um manual de segurança
contendo normas gerais de segurança e técnicas laboratoriais básicas. O
responsável pelo laboratório deve transmitir e orientar os seus
colaboradores quanto aos procedimentos corretos de trabalho e as atitudes
que devam tomar para evitar possíveis acidentes. São comuns acidentes
por exposições a agentes tóxicos ou corrosivos tais como queimaduras,
incêndios, explosões e lesões causadas por condições inseguras de
trabalho (2003, p. 112).
45

As medidas de segurança no laboratório são uma conseqüência da regra do


bom senso. Em geral um acidente ocorre quando menos se espera e não se pode,
infelizmente, prevê-los com antecedência, mas inúmeros cuidados podem ser
adotados para diminuir os riscos, um deles e a correta utilização dos EPIs.
A Norma Regulatória nº 6 estipula que cabe a organização gerenciar os
riscos, adquirindo os EPIs necessários e exigindo o uso, bem como orientar e
capacitar os usuários. Por ser considerado norma de segurança e medicina do
trabalho cabe a organização conforme estipulado no parágrafo II, “Instruir o usuário
quanto às precauções a serem tomadas no sentido de evitar acidentes ou doenças
profissionais”. Logo, verifica-se assim a importância, neste caso, do professor e do
técnico de laboratório que eventualmente auxilia as aulas práticas, na orientação dos
alunos quanto a utilização de EPIs durante a execução de uma aula prática em
laboratório de ensino que utilize material que ofereça algum risco químico.
Outra possível causa destes da não utilização de EPIs por 100% dos alunos
entrevistados é que nem sempre a utilização destes equipamentos se faz necessária
em um laboratório de ensino, devido a não utilização de materiais ou equipamentos
que ofereçam algum risco.
Analisando especificamente a utilização dos EPCs _ Equipamentos de
proteção coletivos disponibilizados pela Universidade do Contestado – UnC em seu
laboratório do curso de Farmácia observa-se os seguintes dados:
Mesmo encontrando equipamentos proteção coletiva nos laboratórios
verificou-se a falta de material para primeiros socorros. É indispensável o material de
primeiros socorros, acidentes podem acontecer na hora em que menos se espera.
Por isso a necessidade de se ter os materiais primeiros socorros para os casos de
emergência. O estojo deve conter pelo menos, esse material básico.
• creme anti-séptico;
• pomada contra queimaduras;
• anti térmico;
• mercúrio;
• gaze, esparadrapo, algodão e ataduras;
• curativos adesivos tipo band-aid;
• pinças e tesoura;
• bolsa de gelo e de água quente;
• água oxigenada;
46

Os acidentes mais comuns em laboratórios são:


• Cortes e arranhões;
• Torceduras;
• Intoxicação ou envenenamento;
• Queimaduras;
• Choque elétrico, etc.

Quando se analisa os dados apresentados em relação a utilização de EPCs.


– Equipamentos Proteção Coletivos observa-se um descaso considerável em
relação a problemas que podem ocorrer em um laboratório de farmácia e atingir os
alunos coletivamente. Cinqüenta e oito por cento (58%) dos alunos narraram que
não receberam orientação sobre o uso correto dos equipamentos de proteção
coletivos. 53% narram que não receberam informações sobre os riscos advindos de
algumas reações químicas. Além disto 26% desconhecem os riscos de se alimentar
em um laboratório de farmácia.
Observa-se também que 65% dos alunos deram nota abaixo de 6 para o
treinamento recebido sobre equipamentos de segurança no laboratório, fechando a
pesquisa com média de 6,27.
Como visto no referencial teórico os EPCs, os equipamentos de Proteção
Coletivos tem como função a segurança coletiva dos usuários bem como a proteção
ambiental, proteção do produto ou pesquisa desenvolvida. A correta seleção, uso e
manutenção do equipamento de segurança permitem aos usuários da área de
farmácia a contenção apropriada contra os inúmeros riscos aos quais está envolvido
no seu dia a dia. Neste contexto, verifica-se que a orientação quanto à utilização de
EPCs é deficiente e deverá ser corrigida.
As normas de Biossegurança devem englobar todas as medidas para evitar
os riscos, sejam eles biológicos, físicos, químicos, ergonômicos e psicológicos,
através da orientação, sistemas de proteção e procedimentos. As precauções
padrão são as medidas de segurança presentes no dia a dia dos profissionais de
farmácia, ou seja, são as recomendações básicas para a segurança da equipe e
incluem o uso de barreiras como os equipamentos de proteção coletiva.
Como narrado por Lima no referencial teórico, Biossegurança,
47

[...] é um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias,


equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos
inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do
homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos. (2006, p. 4)

A Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78 estabelece os


tipos de riscos da Biossegurança, são eles: riscos de acidentes, riscos ergonômicos,
riscos físicos, riscos químicos e riscos biológicos. Estes riscos podem ser evitados
se utilizar corretamente os equipamentos de proteção coletiva bem com ter a
orientação adequada visando a redução dos riscos. Vê-se nos dados coletados que
isto não ocorre em relação ao laboratório de farmácia da Universidade do
Contestado – UnC.
Lima (2006) enumera os elementos básicos para contenção de agentes de
risco entre eles, boas práticas de laboratório, conhecimento prévio dos riscos e o
treinamento de segurança apropriado.
48

4 CONCLUSÃO

Pode-se concluir analisando os itens narrados no referencial teórico e os


dados encontrados na pesquisa efetuada que existe a necessidade de se aprimorar
a orientação aos alunos da necessidade de se utilizar os EPIs e os EPCs
corretamente. Em relação à prevenção de riscos de segurança nos laboratórios de
ensino de farmácia verificamos que esta orientação deve envolver diversas áreas,
entre elas: higiene, prevenção e controle de riscos, manuseio de equipamentos e
instalações, proteção ambiental, ergonomia, etc. Pode-se considerar então uma
orientação sistêmica, pois envolve diversas áreas da Universidade do Contestado –
UnC bem como atributos especifico de cada área, interações de uma área com outra
área e um grau de organização.
A organização deve visar o controle das ações e situações que possam gerar
riscos de acidentes aos alunos. Tem-se em comum a complexidade e a relação de
todos estes elementos interagindo para se atingir o objetivo da segurança no
laboratório de farmácia. Isto demonstra que não é tão simples a segurança de um
laboratório de ensino de farmácia de uma Universidade ou qualquer outro similar.
49

REFERENCIAS

ANDRADE, J. B. A formação do Farmacêutico. São Paulo: Revista Química Nova,


v.27, n.2: 2004.

BRASIL. NR 6: Equipamento de proteção individual: EPI. Disponível em:


<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_06_.pdf>.Acesso
em: 05 fev.2010.

BEUREN, Ilse Maria. (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos. Teoria e


prática. São Paulo: Atlas, 2003.

CIENFUEGOS, F. Segurança no Laboratório. Rio de Janeiro: Editora Interciência,


2001.

ESTEFAN, I. J. O Ensino de Farmácia. Rio de Janeiro: Caderno de Saúde Pública,


out/dez, 1986.

FERNANDES, A.T., FERNANDES, M.O.V., RIBEIRO FILHO, N. Infecção e suas


Interfaces na Área da Saúde. São Paulo: Atheneu, 2000.

LIMA E SILVA, F.H. Biossegurança aplicada a laboratórios e serviços de saúde.


São Paulo: Atheneu, 2004.

LIMA, M. V. R. L. Biossegurança: uma reflexão sobre atitudes e conhecimentos


para o controle de riscos aos profissionais da equipe de saúde.n.2.p.06-07.jan-
jun. 2006. Disponível em: <http://www.uff.br/promocaodasaude/informe>. Acessado
em 05 fev.2010.

MASTROENI, M.F. Biossegurança: EPIs. São Paulo: Atheneu, 2004.

Segurança no trabalho. São Paulo: Revista CIPA, v. 356: 2008 disponível em


http://www.cipanet.com.br/revistacipa/revistas/358/ acessado em 31 jan.2010.

SILVA, C.V. Biossegurança no laboratório: um estudo de caso. Artigo. São


Paulo: Revista Biologico. v.69, n.1, jan./jun.: 2007
50

ANEXOS
51

ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO

Você esta sendo convidado (a) a participar da pesquisa que será realizada
pelo acadêmico Marco Aurélio Rocha, esta monografia será apresentada como
exigência para a obtenção do título de Farmacêutico do Curso de Farmácia,
ministrado pela Universidade do Contestado – UnC, campus Canoinhas, sob
orientação da professora Simone Molz.
Objetivo: Verificar se os acadêmicos de Farmácia, que estudam no laboratório de
química da Universidade UNC Canoinhas, com risco químico, têm acesso aos
equipamentos de proteção individual e coletiva e se os mesmos sabem utilizar esses
equipamentos.

1 Você utiliza luvas durante os procedimentos realizados em laboratórios quando


necessário?
( ) Sim ( ) Não

2 Você utiliza touca durante os procedimentos realizados em laboratórios quando


necessário?
( ) Sim ( ) Não

3 Você utiliza jaleco durante os procedimentos realizados em laboratórios quando


necessário?
( ) Sim ( ) Não

4 Você utiliza óculos de proteção durante os procedimentos realizados em


laboratórios quando necessário?
( ) Sim ( ) Não

5 Você utiliza mascara de proteção durante os procedimentos realizados em


laboratórios quando necessário?
( ) Sim ( ) Não

6 Você recebeu orientação sobre o uso correto dos equipamentos de segurança


individual.
( ) Sim ( ) Não

7 Você recebeu orientação sobre o uso correto dos equipamentos de segurança


coletivos.
( ) Sim ( ) Não

8 Você foi alertado sobre possíveis reações que podem ocorrer com as substancias
utilizadas na aula pratica.
( ) Sim ( ) Não
52

9 Você ingere ou já ingeriu alimentos ou bebidas durante a aula pratica.


( ) Sim ( ) Não

10 Qual nota de 0 á 10 você daria para o treinamento recebido sobre equipamentos


de segurança no laboratório.__________.

Lembra-se que todas as suas declarações serão tratadas de maneira confidencial.


Os seus dados pessoais servem apenas para identificação e, posteriormente, para
poder analisar os dados do questionário respondido.

MUITO OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO!


SUA PARTICIPAÇÃO FOI MUITO IMPORTANTE PARA NOSSA PESQUISA.
53

ANEXO 2 - “CHECK-LIST”

“CHECK-LIST“ de equipamentos de segurança do laboratório de química


utilizado pelos acadêmicos do curso de farmácia da Unc - Universidade do
Contestado.

1 Chuveiro
( ) Sim ( ) Não

2 Lava olhos
( )Sim ( ) Não

3 Capela
( ) Sim ( ) Não

4 Extintor
( ) Sim ( ) Não

5 Rotulagem e identificação de todos os produtos do laboratório


( ) Sim ( ) Não

6 Materiais de primeiros socorros


( ) Sim ( ) Não

Você também pode gostar