Você está na página 1de 54

1

GRANDES FILMES DA HUMANIDADE

CORRENTES CINEMATOGRÁFICAS

CINEMA CLÁSSICO

Nascido em um dos mais conturbados períodos da história – I Guerra Mundial -, o Cinema


Clássico foi a primeira corrente cinematográfica. A partir do abalo da produção do cinema
europeu, houve o surgimento dos grandes estúdios americanos – uma resposta ao truste de
Thomas Edison.
Com características específicas, essa linha de pensamento apresentou:
– divisão do cinema em gêneros – cada um com sua linguagem;
– mobilidade da câmera;
– inovações cinematográficas: raccord, close-up, flashback.
Como aspecto essencial de qualquer obra, a narrativa recebeu grande atenção, singularizando-
se com a aproximação entre o personagem e o público. Nada de um “storytelling
complicado”, a narrativa era linear, homogênea (centro da trama: um personagem ou casal –
esse (s) passava (m) por conflitos, conferindo um arco dramático à história), maniqueísta e
verossímil.
Sofreu influências do cinema soviético (Eisenstein e seus cortes rápidos – O Encouraçado
Potemkin, A Greve e Outubro) e francês (irmãos Lumiére), além da literatura do séc.
XIX.
Seus maiores representantes:

O Nascimento de uma Nação (The Birth Of A Nation, 1915) – D. W. Griffith


Em 1831, o ex-escravo Nat Turner não suporta mais ver seu povo sofrendo nas mãos dos
brancos. Ele então usa o poder da Bíblia para liderar um movimento em nome da liberdade de
todos, gerando a dura retaliação de seus donos.

Intolerância (Intolerance, 1916) – D. W. Griffith


2

Quatro lugares diferentes, quatro períodos históricos diferentes. Na Babilônia, uma garota se
vê entre a rivalidade religiosa que leva uma cidade às ruínas. Em Judeia, os hipócritas
condenam Jesus Cristo. Em 1571, em Paris, não sabendo do Massacre da Noite de São
Bartolomeu, dois huguenotes se preparam para um casamento. Por último, na América
moderna, reformistas sociais destroem a vida de uma mulher e do seu amado

A sistematização da produção cinematográfica e as inovações visuais e narrativas de Griffith,


foram grandes contribuições deixadas pelo Cinema Clássico.

EXPRESSIONISMO ALEMÃO

Assim com o Cinema Clássico, surgiu numa época depressiva e arrasada, o pós – I Guerra
Mundial; em uma Alemanha destruída, consumida pelo desemprego e pela fome. Vivendo
uma crise, todo o panorama externo afetou seus habitantes em um misto de pessimismo e
desesperança.
Daí, seu grande impacto visual e características urgentes:
– contraste do claro e do escuro;
– enquadramentos enviesados, causando desconforto e perturbação;
– maquiagem carregada e altamente expressiva;
– grande importância dada à cenografia – cenários irreais, deformados e pintados (mais, até,
do que à montagem);
– Realismo Expressionista – abordagem profunda de aspectos sociais e psicológicos;
– câmera lenta.
O quesito narrativo foi bem particular e opositor às técnicas do expre, através do uso de
descontinuidade, caos e subjetivismo. A noção espaço-tempo não era empregada (desconexão
com o “mundo real” e seus problemas e mazelas), aparecimento de um universo fantasioso,
contando com monstros, vampiros, personagens caricatos e inesperados.
Recebendo influências da literatura, pintura (perceptível nos magníficos cenários) e artes
plásticas, constituiu uma corrente pluralizada e inovadora. Utilizou figurino e características
da própria atuação derivadas do teatro alemão; filmes de baixo orçamento e gravados em
estúdios.
Subjetivo e focando na situação alemã através de metáforas e aspectos psicológicos, quis
expor o “apocalipse moral” de um país em plena crise.
3

Maior influência dos filmes de terror e suspense, também se manifestou no Cinema Noir.
Com a ida de parte de seus diretores para os Estados Unidos, parte de sua estética e práticas
foram absorvidas por Hollywood.
Seus maiores representantes:

O Gabinete do Doutor Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920) – Robert Wiene
Em um pequeno vilarejo da fronteira holandesa, um misterioso hipnotizador, Dr. Caligari,
chega acompanhado do sonâmbulo Cesare que, supostamente, estaria adormecido por 23
anos. À noite, Cesare perambula pela cidade, concretizando as previsões funestas do seu
mestre, o Dr. Caligari.

Nosferatu (Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens, 1922) – Friedrich Murnau


O corretor de imóveis Hutter precisa vender um castelo cujo proprietário é o excêntrico
conde Graf Orlock. O conde, na verdade, é um vampiro milenar que espalha o terror na região
de Bremen, na Alemanha e se interessa por Ellen, a mulher de Hutter.

Metrópolis (Metropolis, 1927) – Fritz Lang


A cidade de Metrópolis é dividida em duas: de um lado estão os operários, vivendo na
miséria e explorados por máquinas. Do outro, estão os políticos, que desfrutam de um jardim
idílico. Uma história de amor surge entre os dois extremos da cidade.

REALISMO POÉTICO FRANCÊS

As narrativas eram focadas nas angústias disponíveis entre todas as classes sociais da França
dos anos 30 e 40, porém sem abrir mão do lirismo característico do cinema daquele país.
Situações satíricas e irônicas nas entrelinhas do cotidiano davam volume aos roteiristas, à
época pouco creditados profissionalmente. Com esta ênfase nos que escreviam os filmes
(sem, contudo, retirar métodos inovadores de alguns daqueles que os dirigiam), o pessimismo
entre-guerras ganhou uma roupagem irresistível sob a forma de arte.

O Atalante (L’Atalante, Jean Vigo, 1934)


4

Juliette vai morar no barco do marido, onde o casal está acompanhado apenas de mais dois
tripulantes. Pouco tempo depois, entediada com a vida a bordo, a mulher desembarca em Paris
para ver a vida noturna.

O Demônio da Algéria (Pépé le Moko, Julien Duvivier, 1937)

Pépé é um gangster de Paris que se esconde na Argélia. Após dois anos se escondendo,
começa a sentir falta de sua liberdade, mesmo com poderes. Ao conhecer Gaby, sua vontade
de voltar só aumenta, mas se voltar pode ser pego pelo detetive Slimane.

A Grande Ilusão (La Grande Illusion, Jean Renoir, 1937)


Willie Starck acusa políticos desonestos pela queda de uma escola em sua cidade rural e
ascende ao poder. Com isso, ele precisa lidar com traições, denúncias de corrupção e
falcatruas que acabam por miná-lo.

A Regra do Jogo (La Règle du Jeu, Jean Renoir, 1939)


O aviador André Jurieux bateu recordes de voo, mas só consegue pensar em sua amada
Christine, mulher do aristocrata Robert de la Cheyniest. Jurieux consegue com um amigo um
convite para a casa de campo em que o casal está dando uma grande festa de caça. Os sorrisos
cordiais dos convidados escondem, porém, segredos e sentimentos, e o resultado disso é um
assassinato.

O Boulevard do Crime (Les Enfants du Paradis, Marcel Carné, 1945)

No Boulevard do Crime, entre os atores e os artistas de rua, o amor e a morte montam uma
peça teatral. Nathalie apaixona-se pelo mímico Baptiste Debureau, que ama Garance, que é
cobiçada pelo ator Frédérick Lemaître e pelo conde de Montray.

CINEMA NOIR
5

“Noir” – palavra francesa -, que em português significa preto, obscuro.


Aspecto predominante dos filmes pertencentes a essa corrente cinematográfica iniciada nos
anos 30 (época da famigerada Grande Depressão), a obscuridade prevaleceu não só no
aspecto estético, mas também em seus temas e abordagens.
Segundo especialistas, seus traços particulares foram derivados do Expressionismo Alemão;
decorrência da ida de grandes diretores do país para os Estados Unidos (busca por melhores
condições de produção e avançadas tecnologias). Com isso, o latente pessimismo alemão
encontrou uma nova casa.
O aparecimento dos romances policiais e o advento da profundidade de campo (Cidadão
Kane, Soberba – ambos, de Orson Welles), apenas incorporaram mais conteúdo ao estilo.
O Cinema Noir foi um dos poucos capazes de “ser” e representar tantos gêneros de uma só
vez, como: gângster, romance gótico, problemática social e, claro, policial.
Quem nunca se deparou com a presença daqueles sobretudos escuros, cigarros, chapéus e
femme fatales? Altamente reconhecíveis para os cinéfilos, as principais características da
corrente foram:
– fotografia preto-branco (importância dramática);
– iluminação de baixa intensidade;
– jogos de luzes e sombras -> ambiguidade dos próprios personagens;
– tom constante de suspense e mistério;
– uso de simbologia e subjetividade;
– mise-en-scène;
– uso de persianas e fumaça (atmosfera de tensão perigo, ou ainda, sensualidade);
– o “quadro dentro do quadro”;
– presença de espelhos (ligação com o passado);
– closes bem próximos;
– plano geral em plongée.
As narrativas eram permeadas de dualidade e ambiguidade, guiando seus sufocados
personagens. Os conflitos éticos e morais marcaram as três principais divisões do
protagonista; na maioria das vezes, um detetive particular, anti-herói ou indivíduo com
antecedentes criminais. As perversões sexuais de diversos componentes da trama eram
abordadas de forma metafórica, em busca de burlar o Código de Produção; com isso, o nível
subjetivo e interpretativo do filme era ampliado.
Seus principais representantes:
6

Pacto de Sangue (Double Indemnity, Billy Wilder, 1944)


Walter Neff, um vendedor de seguros, é seduzido e induzido por Phyllis Dietrickson, uma
sedutora e manipuladora mulher, a matar seu marido, mas de uma forma que pareça acidente
para a polícia e também em condições específicas, que façam o seguro ser pago em dobro, no
caso, 100 mil dólares.

Alma em Suplício (Mildred Pierce, Michael Curtiz, 1945)


Após ser traída e abandonada pelo marido, Mildred Pierce quer provar que consegue ser
independente e criar suas duas filhas sozinha. Apesar do sucesso no ramo de restaurantes, ela
não tem a aprovação da filha Veda, que se envolve com o padrasto.
Interlúdio (Notorious, Alfred Hitchcock, 1946)
Após seu pai alemão ser condenado como espião, uma jovem mulher passa a se refugiar em
bebida e homens. É assim que se aproxima de um agente do governo, que pergunta se ela
concorda em ser uma espiã americana no Rio de Janeiro, onde nazistas amigos do pai dela
estão operando. Ela acaba se casando com um espião nazista, mas se apaixona pelo seu
contato no governo americano.

Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, Billy Wilder, 1950)


Uma estrela veterana do cinema mudo se recusa a aceitar que seu reinado acabou. Então ela
contrata um jovem roteirista para ajudá-la a reconquistar o sucesso. O escritor acredita que
pode manipular a atriz, mas percebe que está redondamente enganado.

Pacto Sinistro (Strangers on a Train, Alfred Hitchcock, 1951)


Dois completos desconhecidos concordam em matar alguém de quem o outro quer se livrar.
O aristocrata Bruno Anthony encomenda a morte do seu odioso pai, e o jogador de tênis Guy
Haines quer se divorciar da mulher para se casar com a filha do senador.

O Grande Golpe (The Killing, Stanley Kubrick,1956)


Johnny é um ladrão que acaba de ser solto de Alcatraz após ter passado cinco anos preso.
Agora, ele vai se casar e pretende levar uma vida mais calma. Porém, antes, planeja seu
último golpe: um assalto a uma pista de corrida.

Chinatown (idem, Roman Polanski, 1974)


7

O detetive particular Jake Gittes é contratado por uma ricaça para investigar o marido, no que
parece ser mais um caso de infidelidade conjugal. Gittes logo descobre que a mulher era uma
impostora e encontra a verdadeira Evelyn Mulwray, filha de um dos homens mais poderosos
da cidade. O detetive se vê no meio de um perigoso jogo de poder, em uma trama
surpreendente que envolve desvio de fornecimento de água, aquisições de terras e pessoas
ligadas à Companhia de Água e Energia.

NEORREALISMO ITALIANO

Não só as baixas civis ou militares e a destruição de construções contabilizam os efeitos de


um conflito. O patriotismo manchado da nação derrotada pode acompanhar seu povo por
tanto tempo quanto as ruínas físicas. Da Itália arrasada pela II Guerra Mundial (1939-45),
surgiu um grupo de diretores que soube capturar as aflições de seus conterrâneos, ao passear
suas câmeras pelas ruas abarrotadas de pobres, incultos e desempregados. Privilegiando a
força melancólica de seus enredos sociais, os neorrealistas filmaram atores muitas vezes não-
profissionais em locações reais – fora de estúdios – para compor estórias simples, mas
extremamente verdadeiras e cativantes.

Obsessão (Ossessione, Luchino Visconti, 1943)

Frances é uma jovem cuja mãe acabou de falecer. Ela se muda para Manhattan e, cheia de
problemas com o pai, faz uma amizade improvável com Greta, viúva e bem mais velha que
ela. As duas se tornam melhores amigas, mas as atenções de Greta se mostram muito mais
sinistras do que Frances imaginava.

Roma, Cidade Aberta (Roma, città aperta, Roberto Rossellini, 1945)


8

Roma, 1944. Durante a ocupação nazista em Roma, o líder da resistência Giorgio Manfredi é
perseguido pela Gestapo. Seu amigo Francesco, que vai se casar com a viúva Pina, e o padre
Don Pietro Pellegrini ajudam-no a deixar Roma.

Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette, Vittorio de Sica, 1948)

Desempregado Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) está eufórico quando finalmente


encontra trabalho colocando cartazes pela cidade de Roma, destruída pela guerra. Sua esposa
Maria (Lianella Carell), vende os lençóis da família para resgatar a bicicleta de Antonio da
loja de penhor, para que ele possa aceitar o trabalho. Porém, o desastre ataca, quando a
bicicleta de Antonio é roubada.

Umberto D (Umberto D., Vittorio de Sica, 1952)


Em Roma, Umberto Domenico Ferrari, um funcionário público aposentado, é despejado por
não conseguir pagar o aluguel de seu quarto. Na companhia de seu único amigo, o
cachorrinho Flik, Umberto vaga pelas ruas, buscando apenas um objetivo: viver com
dignidade. Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro, Umberto D.

Rocco e seus Irmãos (Rocco e i suoi fratelli, Luchino Visconti, 1960)


Uma pobre viúva e seus cinco filhos saem de um vilarejo italiano em busca de uma vida
melhor.

CINEMA NOVO

Engana-se quem pensa que criticar o cinema brasileiro chamando-o de superficial ou escravo
do capitalismo é exclusivo da atualidade. Nos anos 1950 e 1960, um grupo de universitários,
que mais tarde se tornariam críticos de cinema e ainda depois se tornariam diretores,
transformou a insatisfação pessoal com o mercado nacional da área em um gênero inovador
até na nomenclatura. O Cinema Novo, elucidando a simbiose entre a naturalidade do
Neorrealismo Italiano e as metáforas visuais da Nouvelle Vague, acrescentou à composição
uma roupagem etnográfica, folclórica, operária e coletiva. Tudo moldado à realidade
brasileira, tudo tipicamente verde-e-amarelo.

Rio 40 Graus (Nelson Pereira dos Santos, 1955)


9

Um dia na vida de cinco garotos de uma comunidade que, em um domingo tipicamente


carioca e de sol escaldante, vendem amendoim em Copacabana, no Pão de Açúcar e no
Maracanã.

O Assalto ao Trem Pagador (Roberto Farias, 1962)


O bando de Tião Medonho rouba 27 milhões de cruzeiros do trem pagador da Central do
Brasil, mas decide gastar pouco dinheiro para não despertar suspeitas. Porém, um dos
bandidos contraria o combinado.

Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964)


Manuel é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes e
acaba matando-o em uma briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços e foge com sua
esposa Rosa, juntando-se aos seguidores do beato Sebastião, que promete o fim de qualquer
sofrimento. Porém ao presenciar a morte de uma criança, Rosa mata o beato. Enquanto isso,
Antônio das Mortes, um matador de aluguel que presta serviço à Igreja Católica e aos
latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

São Paulo S. A. (Luís Sérgio Person, 1965)


Carlos é um jovem de classe média que se junta a um rico empresário de São Paulo. Casado,
com um bom trabalho e vida social, ele nunca está satisfeito e quer mudar a rotina.

Terra em Transe (Glauber Rocha, 1967)


País fictício da América Latina, Eldorado, é palco de uma convulsão interna desencadeada
pela luta em busca do poder.

NOUVELLE VAGUE

Um maduro cinema jovem.


A mais pluralizada e subjetiva de todas as correntes, a Nouvelle Vague surgiu na França; esta
vivia uma de suas mais conturbadas fases: os anos 60. Marcada por um momento de alta
contestação e movimentos estudantis, os aprendizes dos grandes nomes do cinema mundial
pegaram suas câmeras e marcaram a história cinematográfica.
10

Os jovens diretores, que amadureceram durante a Guerra Fria, estavam expostos a uma
Europa massificada, altamente povoada e ausente de qualquer inocência. O declínio da Era de
Ouro do cinema norte-americano e o nascimento de um novo cinema, de uma “nova onda”
(com o perdão do trocadilho).
Características:
– valorização do acaso;
– tom de documentário;
– ausência do “star system”;
– uso de ambientes naturais (raramente em estúdios);
– uso de plano sequência;
– sem muitas regras no aspecto de tomadas ou movimentos de câmera – livre percurso pelos
cenários;
– fluidez;
– narrativas fragmentadas, não-lineares;
– presença, na maioria das vezes, de narrador;
– flashbacks;
– oposição ao belo e fotogênico (característica do cinema norte-americano);
– personagens marginais.
Recebendo influência da revista Cahiers du Cinema (André Bazin), o movimento incorporou
estilos do teatro épico e do neorrealismo italiano. Com a proposta de rompimento com o
tradicional, destacou-se por abordar novos temas e discussões, transgressões e ativismo.
Filmes de baixo-orçamento com equipes pequenas, contraste com o cinema vigente.
Seus principais representantes:

Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour L’echafaud, Louis Malle – 1958)


Florence e Julien decidem matar Simon, o marido de Florence. O crime deve parecer
suicídio. Como é tarde, o vigia corta a eletricidade: Julien fica preso no elevador. Enquanto
isso, dois jovens roubam o carro de Julien.

Acossado (À Bout de Souffle, Jean-Luc Godard – 1959)

Gênio? Louco? Charlatão? Esfinge banguela? Caricatura de si mesmo? O Jean-Luc Godard


de hoje tornou-se um fetiche dos cinéfilos PIMBA (Pseudointelectuais metidos a besta), mas
ninguém pode lhe tirar a glória de ter sido um verdadeiro “enfant terrible” do cinema entre as
11

décadas de 1960 e 1980. Godard verdadeiramente revolucionou o cinema. Poucos podem


dizer isso. “Acossado” foi seu cartão de visitas. Michel Poiccard, ladrão de carros, anarquista,
mata o policial que o perseguia em uma moto. Em Paris, ele encontra a sua amiga americana
Patricia Franchini, e vira seu amante.

Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, François Truffaut – 1959)

Para o jovem parisiense Antoine Doinel a vida não passa de uma complicação atrás da outra.
Cercado por adultos sem consideração, incluindo seus pais que não prestam atenção nele,
Antoine passa seus dias com seu melhor amigo, Rene, fazendo planos arriscados para
melhorar de vida. Quando um de seus esquemas dá errado, Antoine acaba tendo problemas
com a lei e vai ter que enfrentar as autoridades que não simpatizam com ele. Clássico do
cinema, esse longa do aclamado diretor francês François Truffaut narra os conflitos de um
adolescente cujos interesses se chocam com os das instituições (como a família e a escola)
que tentam enquadrá-lo.

JULES e JIM (Jules et Jim, François Truffaut – 1962)

Dois artistas, um austríaco e um francês, se apaixonam pela mesma mulher. Esse amor se
estende no tempo por mais de 20 anos. Mas, quando a Primeira Guerra Mundial acontece, o
triângulo se desfaz.

Hiroshima, Meu Amor (Hiroshima Mon Amour, Alain Resnais – 1959)

A jovem francesa passa a noite com um japonês em Hiroshima, onde ela foi enviada para
filmar um filme sobre a paz. Ele a faz lembrar do primeiro homem que ela amou, um soldado
alemão da Segunda Guerra Mundial.

O Desprezo (Le Mépris, Jean-Luc Godard – 1963)


12

Um produtor, em discordância profunda com a direção de Fritz Lang, pede a Paul que mude
o roteiro. Arrogante, brutal e odioso, o produtor se sente atraído por Camille, a mulher de
Paul. Camille, decepcionada com a atitude do marido, afasta-se dele.

ESTÉTICA JAPONESA

Possivelmente as fotografias mais notórias capturadas em território nipônico são as que


mostram nuvens maciças em formato de cogumelo emergindo das cidades de Hiroshima e
Nagasaki. Era agosto de 1945 e as armas foram as sinistras bombas atômicas, em episódios
que tornaram-se tantos símbolos da desgraça quanto do ressurgimento de um povo. Nas
décadas que se seguiam, o cinema do Japão jamais desvencilhou-se totalmente do trauma
nuclear, ainda que focalizasse conflitos familiares, dramas violentos ou até mesmo antigas
histórias de batalhas. Com esses eventos posicionados anteriormente ou posteriormente à II
Guerra Mundial na linha do tempo japonesa, a universalidade dos temas filmados se firmava
no conturbado período.

Viver (Ikiru, Akira Kurosawa, 1952)

Kanji Watanabe (Takashi Shimura) é um veterano burocrata que há décadas trabalha


diariamente fazendo nada na Prefeitura. Ao descobrir que está com câncer no estômago, ele
decide dar um sentido à sua até então desperdiçada vida. Ele encontra companhias na noite e
durante o dia, mas se realiza apenas quando realmente faz a diferença em seu trabalho.

Era uma Vez em Tóquio (Tokyo monogatari, Yasujiro Ozu, 1953)

Em Era Uma Vez em Tóquio, um casal de idosos vai de Onomichi para Tóquio visitar os
filhos após uma ausência de 20 anos. Hospedam-se inicialmente com a família do filho mais
velho, que não dispõe de tempo nem de condições financeiras para oferecer aos pais a atenção
necessária.

A Harpa da Birmânia (Biruma no tategoto, Kon Ichikawa, 1956)


13

Fim da Segunda Guerra Mundial. O disciplinado pelotão do capitão Inouye (Rentarô Mikuni)
sempre foi bastante musical. Presos pelos ingleses, eles descobrem que uma tropa de
japoneses recusa a rendição e será massacrada pelos inimigos

Bom Dia (Ohayou, Yasujiro Ozu, 1959)

Bom Dia é um filme sobre as mudanças históricas e culturais ocorridas no Japão pós-guerra.
É evidente a perda da identidade nacional e a adoção do american way of life, representado
pelas aulas particulares de inglês que os irmãos protagonistas assistem, ministradas por um
tradutor desempregado. Excelente filme.

Yojimbo – O Guarda-Costas (Yojimbo, Akira Kurosawa, 1961)

Um samurai que não responde a nenhum mestre, entra em uma pequena aldeia do Japão
feudal, onde dois empresários rivais disputam pelo controle dos jogos de apostas. Adotando o
nome de Sanjuro Kuwabatake, o samurai convence os dois comerciantes a contratá-lo como
guarda-costas, e com grande maestria, consegue instigar uma guerra entre as gangues destes
homens ambiciosos e inescrupulosos.

Harakiri (Seppuku, Masaki Kobayashi, 1962)

No século 17, o Japão não está mais em guerra e o país é administrado com firmeza.
Hanshiro Tsugumo (Tatsuya Nakadai), um samurai desempregado, bate à porta da poderosa
dinastia Ii. Recebido por Kageyu Saitô (Rentarô Mikuni), o diretor do clã, Tsugumo lhe pede
permissão de cometer suicídio por harakiri em sua residência. Na tentativa de dissuadi-lo,
Saitô lhe conta a história de Motome Chijiwa (Akira Ishihama), um antigo samurai que
desejava cumprir o mesmo ritual.

NOVA HOLLYWOOD

Até o final dos anos 60, o cinema dos EUA vivia sob o Código Hays, um compilado de
proibições que riscava das fitas toda sua ‘‘imoralidade’’, como cenas que envolviam nudez,
enfatizavam a violência ou glamourizavam os vícios. Essas leis foram aos poucos se tornando
14

obsoletas até sua ruína definitiva, em 1968. O declínio pairava no ar, os heróis de agora não
eram tão indestrutíveis assim e vários buscaram exorcizar seus traumas e escrever pelas linhas
das cicatrizes. A renovação se deu por uma geração de cineastas-cinéfilos que rebatizou sua
principal indústria de entretenimento, materializando o bordão Sexo, Drogas e Rock and Roll.

Nova Hollywood: o movimento de renovação no Cinema Americano

Na segunda metade da década de 60, o cinema americano passava por uma transformação. A
essa altura, chegava com força o movimento que ficou conhecido como Nova Hollywood,
uma revolução cinematográfica que chegou para abordar temas polêmicos e desafiar tabus de
sua época.
Naquela altura, a temática da segregação racial já começava a ser explorada no cinema norte-
americano. Destaquemos alguns exemplos: em Doze Homens e uma Sentença (1957),
primeiro filme de Sidney Lumet, doze jurados discutem o destino de um homem negro
acusado de matar o pai; Em Acorrentados (1958), dois prisioneiros fugitivos, um negro
(Sidney Poitier) e um branco (Tony Curtis), se veem obrigados a passar toda a fuga juntos,
uma vez que estão acorrentados pelo pulso; Em Anatomia de um Crime (1959), o advogado
interpretado por James Stewart tem a função de defender um tenente do exército branco
acusado de matar um homem negro que, supostamente, teria violentado sua esposa. Uma das
obras mais notáveis da época, O Sol é para Todos (1963), apresenta Gregory Peck como um
advogado que defendia um negro acusado de estupro em uma cidade do Sul dos Estados
Unidos. Porém, foi em 1967, um ano após o lançamento de Caçada Humana, que o tema do
racismo deixaria uma real marca no cinema norte-americano, e isso se deve ao lançamento de
três filmes em específico: Ao Mestre com Carinho, Adivinhe Quem Vem para Jantar e
No Calor da Noite, todos estrelados por Sidney Poitier, um dos primeiros atores negros a
gozar de certa popularidade em Hollywood.
De acordo com o autor Mark Harris em seu livro Cenas de uma Revolução: o Nascimento da
Nova Hollywood, “mais de uma década depois de a lista negra do senador McCarthy ter
feito com que boa parte da produção cinematográfica se afastasse das questões políticas, o
movimento pelos direitos civis vinha se tornando a oportunidade ideal para que muita gente
em Hollywood adquirisse o direito de se manifestar nesse sentido”.
Vale destacar que grandes nomes do cinema adotaram o ativismo político paralelamente a sua
profissão, como Marlon Brando, Paul Newman, Gregory Peck, Robert Wise, Jane Fonda e
Barbra Streisand. Newman, por exemplo, chegou a marchar ao lado de Brando na capital
15

Washington, em agosto de 1963, em um famoso ato pelos direitos civis. “A marcha pelos
direitos civis foi um momento de renascimento da politização em Hollywood, que, segundo o
colunista do The New York Times Murray Schumach, decidiu reunificar o país depois de
quase dezesseis anos de secessão espiritual", explica Mark Harris. Como ator e ativista,
Gregory Peck rejeitava o status de “benfeitor”, no entanto não escondia suas posições
político-sociais a ponto delas interferirem em seu trabalho como ator, o que ocorreu no filme
O Sol é para Todos, "Não sou um benfeitor. Me envergonharia ser classificado como
humanitário. Eu simplesmente participo de atividades em que acredito", afirma Peck.
Os anos 60 chegavam ao fim e ficaram pelo caminho seus grandes símbolos: Marilyn
Monroe, Montgomery Clift, Martin Luther King, Robert Kennedy, Sharon Tate, dentre
outros. Marlon Brando, para o bem ou para o mal, ainda era um dos poucos símbolos dos anos
50 e 60 na ativa.
Juntamente a tudo isso, os anos 60 levavam consigo uma década extremamente atípica para o
cinema. O grande sucesso Se Meu Apartamento Falasse (1960) abordou temas polêmicos
como adultério, Adivinha Quem Vem para Jantar (1967) tocou na delicada questão racial,
Perdidos na Noite (1969) abordou o tema da prostituição masculina. Outro filme decisivo foi
o clássico de Mike Nichols, A Primeira Noite de um Homem (1967). “Se a maior parte do
cinema americano fora até então convencional, esse filme de Nichols conecta o velho mundo
com o novo apontando para o cinema mais experimental que viria na década de 70”, conclui a
escritora e editora Carol King. O cineasta Michelangelo Antonioni lança Blow-up (1966),
com cenas explicitas de sexo e consumo de drogas, já o surrealista Luis Buñuel chocou a
todos ao contar a história de uma tímida dona de casa que, por livre iniciativa, adentra o
mundo da prostituição, em A Bela da Tarde (1967). John Cassavetes introduziu o cinema
independente em plena Hollywood. Alguns diretores de sucesso da televisão como Arthur
Penn, Norman Jewison, Mike Nichols e Sidney Pollack migraram para o cinema, diretores
americanos de sucesso como Stanley Kubrick e Richard Lester optaram por se estabelecer na
Grã-Bretanha, por outro lado cineastas estrangeiros como John Schlesinger, John Boorman e
Roman Polanski partem para Hollywood.
Níveis até então nunca vistos de violência são mostrados explicitamente em Os Doze
Condenados e Bonnie e Clyde (ambos de 1967), e Meu Ódio Será tua Herança (1969). O
Western, gênero tipicamente americano, começa a ser produzido na Itália – um movimento
que ficou conhecido como Spaghetti Western – revelando três grandes nomes, o ator Clint
Eastwood, o diretor Sergio Leone e o compositor Ennio Morricone. “A história dos filmes de
Hollywood da década de 60 também pode ser considerada pelo viés da mudança dos padrões
16

de censura e das atitudes político-sociais. Aquela foi uma época de transição entre o Rat Pack
e Woodstock, entre o idealismo de John Kennedy e as mobilizações fervorosas a favor dos
direitos civis e contra a Guerra do Vietnã”, analisa o romancista, crítico e locutor Kim
Newman.
Entre os gêneros que também marcaram presença nos anos 60, vale destacar os filmes de
espionagem, como os da série James Bond, revolucionárias ficções científicas, como O
Planeta dos Macacos e 2001: Uma Odisseia no Espaço (ambos de 1968), além de novos
terrores como A Aldeia Amaldiçoada (1960), A Noite dos Mortos Vivos e O Bebê de
Rosemary (ambos de 1968).
Vale destacar também que, a esta altura, Hollywood recebeu influência direta da Nouvelle
Vague francesa, movimento cinematográfico liderado por Jean Luc-Godard e François
Truffaut cujos filmes apresentaram uma abordagem mais ambiciosa, autoral e liberal do
ponto de vista formal narrativo, em comparação com os filmes comerciais produzidos pelos
grandes estúdios na época. A vanguarda e contracultura da Nouvelle Vague fez surgir novos
atores, diretores, gêneros e subgêneros de filmes, deixando muitos outros ultrapassados.
Todo o movimento cinematográfico americano visto nos anos 60 – principalmente o da
segunda metade da década – também sob influência do cinema mundial, ficou conhecido
como “Nova Hollywood”. A essa altura, cineastas como William Wyler, Billy Wilder e Elia
Kazan representavam o que havia de mais antiquado. Nas palavras de Sidney Pollack, a velha
Hollywood simbolizava “as mesmas pessoas fazendo as mesmas coisas que vêm fazendo nos
últimos 25 anos”.
Os anos 70 chegavam trazendo notoriedade a uma nova geração formidável de cineastas, que
incluía Martin Scorsese, Woody Allen, Steven Spielberg, George Luccas, Michael Cimino,
Brian de Palma, Peter Bogdanovich, Paul Schrader, Paul Mazursky, John Milius, John
Carpenter, William Friedkin e Francis Ford Coppola. Surgiria também uma nova leva de
atores brilhantes, com Al Pacino, De Niro, Gene Hackman, Robert Duvall, Diane Keaton,
Dustin Hoffman, Jack Nicholson, Robert Redford, Jane Fonda, Barbra Streisand, Elliott
Gould, Richard Dreyfuss e Meryl Streep.

Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (Who’s Afraid of Virginia Woolf? Mike Nichols,
1966)
17

Um clássico da dramaturgia contemporânea, "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", do


norte-americano Edward Albee, apresenta-nos a relação de amor-ódio de um casal de meia
idade, George e Martha, numa noite de agressões, jogos perigosos e revelações.
Escrita por Albee em 1962 e transposta para o grande ecrã por Mike Nichols, em 1966, com
Elizabeth Taylor e Richard Burton como protagonistas.
George (Richard Burton), um professor universitário, e Martha (Elizabeth Taylor), sua esposa
que é também filha do reitor, recebem no final da noite Nick (George Segal), um jovem
professor, e Honey (Sandy Dennis), sua mulher. À medida que a noite avança, as confissões
entre os quatro se tornam mais ácidas e a verdade se torna algo muito deprimente. O título da
peça, "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" é um trocadilho com o apelido daquela escritora
britânica e a palavra inglesa "wolf", que significa lobo, e a pergunta que perpassa as três horas
da peça é, na prática, "quem tem medo do lobo mau?" -- representando o lobo mau os medos,
os fantasmas pessoais de cada um.
"O inferno pode ser uma sala de estar confortável e um casal insatisfeito", escreveu Edward
Albee a propósito destas personagens que, atacando-se e humilhando-se de um modo muitas
vezes cruel, expõem também um lado comovente, apresentando-se, no final, não como hienas
com instintos predadores, mas sim como seres humanos com fragilidades, ilusões desfeitas e
mágoas profundas.
São casados há 23 anos e Martha afirma: "Podemos continuar para sempre e é tudo digerível".

2001: Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odyssey, Stanley Kubrick, 1968)

As primeiras cenas de 2001 estão entre as mais famosas da história do cinema. E o que dizer
da trilha sonora? Tá lembrado? Estamos diante de um clássico, uma obra-prima do grande
Stanley Kubrick. Kubrick conseguiu a façanha de transformar um filme de arte em ícone pop.
A cena do buraco de minhoca espacial é o mais próximo que um cinéfilo nerd pode chegar de
uma viagem de LSD. Uma estrutura imponente preta fornece uma conexão entre o passado e
o futuro nesta adaptação enigmática de um conto reverenciado de ficção científica do autor
Arthur C. Clarke. Quando o Dr. Dave Bowman e outros astronautas são enviados para uma
misteriosa missão, os chips de seus computadores começam a mostrar um comportamento
estranho, levando a um tenso confronto entre homem e máquina que resulta em uma viagem
alucinante no espaço e no tempo.
18

O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby, Roman Polanski, 1968)

Terror bom é aquele que não precisa de grandes pirotecnias para criar um clima
desconfortável e perturbador. Esta é a grande virtude de O Bebê de Rosemary, super clássico
do gênero dirigido por Roman Polanski. É de roer as unhas! Um casal se muda para um
prédio com pessoas estranhas. Acontecimentos ainda mais estranhos levam a jovem, que está
grávida, a duvidar de sua própria sanidade. Porém, o parto e a descoberta de uma seita
diabólica irão finalmente mostrar a verdade.

Perdidos na Noite (Midnight Cowboy, John Schlesinger, 1969)

Joe acredita ter um charme irresistível com as mulheres. Um dia, ele decide largar seu
emprego de lavador de pratos no Texas e vai para Nova Iorque, em busca de uma vida
melhor. Porém, ele acaba descobrindo que as coisas não são tão fáceis como pensava. Com a
ajuda de seu companheiro Ratso, Joe inicia sua carreira de garoto de programa.

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, Stanley Kubrick, 1971)

Num futuro distópico, uma gangue de jovens toca o terror por pura diversão. Após cometer
arruaças e crimes pela cidade, o líder do grupo é preso e submetido a um tratamento de
choque para condicioná-lo à vida em sociedade. Indicado aos principais prêmios da
Academia, mas sem nunca chegar a ser o vencedor, o controverso e icônico filme de Stanley
Kubrick alcançou o seu sucesso basicamente por cair no gosto do público. Uma fascinante
combinação de violência, sociopatia, estilização e música clássica que deve ser vista pelo
menos uma vez na vida.

O Poderoso Chefão (The Godfather, Francis Ford Coppola, 1972)

Este clássico do cinema segue a família de Don Corleone, um chefe da máfia em Nova
Iorque, e sua luta contra outros grupos rivais. A luta entre a velha guarda da máfia e os novos
barões da droga vai envolver a família Corleone toda, até mesmo Michael, que não quer
19

seguir os passos do pai… Uma família mafiosa luta para estabelecer sua supremacia nos
Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial. Uma tentativa de assassinato deixa o
chefão Vito Corleone incapacitado e força os filhos Michael e Sonny a assumir os negócios.
Teve duas sequências: The Godfather: Part II, em 1974; e The Godfather: Part III em 1990.
The Godfather foi indicado a dez Oscars e venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor
Roteiro Adaptado (Coppola e Puzo) e Melhor Ator (Brando). Também é considerado
"culturalmente, historicamente e esteticamente significante" e selecionado pela Biblioteca do
Congresso para ser preservado no National Film Registry. O American Film Institute
apontou-o como o melhor filme de gângster de todos os tempos e o segundo melhor filme da
história na Lista dos melhores filmes estadunidenses.

O Exorcista (The Exorcist, William Friedkin, 1973)

Uma atriz vai gradativamente tomando consciência de que a sua filha de doze anos está tendo
um comportamento completamente assustador. Deste modo, ela pede ajuda a um padre, que
também é um psiquiatra, e este chega à conclusão de que a garota está possuída pelo demônio.
Ele solicita então a ajuda de um segundo sacerdote, especialista em exorcismo, para tentar
livrar a menina desta terrível possessão.

Taxi Driver (idem, Martin Scorsese, 1976)

Scorsese na direção e De Niro no papel principal – não tem como dar errado. E Taxi Driver é
mesmo um filmaço, cultuado pelos amantes da 7ª Arte. Trata-se da história de um motorista
de táxi que, dirigindo pela noite da cidade, começa a se indignar com as injustiças a sua volta.
O motorista de táxi de Nova York Travis Bickle, veterano da Guerra do Vietnã, reflete
constantemente sobre a corrupção da vida ao seu redor e sente-se cada vez mais perturbado
com a própria solidão e alienação. Apesar de não conseguir fazer contato emocional com
ninguém e viver uma vida questionável em busca de diversão, ele se torna obcecado em
ajudar uma prostituta de 12 anos que entra em seu táxi para fugir de um cafetão.

Eraserhead (idem, David Lynch, 1977)


20

Henry e Mary têm um bebê que nasceu prematuro e é desumano. Quando a mãe os abandona
por não conseguir suportar seu terrível aspecto, Henry deve se esforçar para cumprir seu papel
de pai solteiro.

O Franco Atirador (The Deer Hunter, Michael Cimino, 1978)

Depois de uma longa carreira como matador de aluguel, Martin Terrier pretende se aposentar
e passar o resto da vida ao lado de sua amada. Mas quando ele descobre que está sendo traído
por pessoas de sua confiança, Martin começa uma viagem por toda a Europa para acertar as
contas com cada homem que tentou enganá-lo.

Doze homens e uma sentença – Sidney Lumet - 1957

Não é preciso ter muitos efeitos especiais nem paisagens espetaculares para criar uma obra-
prima. Basta ter um bom enredo! 12 jurados têm de decidir se um rapaz latino-americano é
culpado de matar o pai. A discussão sobre a evidência vai revelar personalidades e
preconceitos e levá-los a questionar aquilo em que acreditam… Seguindo o encerramento do
caso do julgamento do assassinato cometido por um adolescente, os membros do júri devem
chegar a um consenso sobre qual será o veredito. Enquanto os 12 indivíduos estão fechados
em uma sala para tomar uma decisão, onze deles votam pela condenação do réu, porém um
deles acredita na inocência do jovem e tenta convencer os outros a mudarem seus votos,
dando início a um conflito que ameaça inviabilizar o delicado processo que vai decidir o
destino do acusado

Blow Up – Depois Daquele Beijo (1966), de Michelangelo Antonioni

Um fotógrafo de moda de Londres decide fotografar um casal misterioso em um parque.


Quando revela os negativos, acredita ter fotografado um assassinato. Ele retorna ao parque e
descobre que há, de fato, um cadáver no matagal. Só uma obra-prima pode ter o mestre
Jimmy Page, do Led Zeppelin, como figurante.

O Criado (1963), Joseph Losey


21

Tony (James Fox) é um homem rico que se muda para Londres e contrata Hugo Barret (Dirk
Bogarde) para o ajudar em todas as tarefas da casa. Hugo se mostra um empregado leal e
competente e ganha a confiança de Tony. Logo, a irmã de Hugo, Vera (Sarah Miles), também
se muda para a casa em Londres e começa a trabalhar lá.

Uma Rua Chamada Pecado (1951), Elia Kazan

Blanche vai visitar a irmã grávida em Nova Orleans em busca de um lugar para morar, já que,
após seduzir um jovem de 17 anos, ela foi expulsa da sua cidade natal. Sua chegada afeta
fortemente a vida da irmã, a do cunhado e a sua também.

Psicose - Alfred Hitchcock – 1960

Quem não conhece a famosa cena do chuveiro deste filme? Uma jovem procura abrigo em um
motel que pertence a um homem tímido, dominado pela mãe. O que ela nem imagina é o
terrível segredo que o motel guarda… Este é o filme de terror mais conhecido do realizador
Alfred Hitchcock. Em Psicose, Marion Crane (Janet Leigh) é uma secretária que rouba 40 mil
dólares da imobiliária onde trabalha para se casar e começar uma nova vida. Durante a fuga a
carro, ela enfrenta uma forte tempestade, erra o caminho e chega em um velho hotel.

DOGMA 95

Iniciado em 1995 pelos diretores Lars von Trier e Thomas Vintenberg (ambos
dinamarqueses), o movimento vanguardista pregava dez regras, sendo elas:

1– As filmagens devem ser feitas “em locação”. Não podem ser usados acessórios ou
cenografia (se a trama requer um acessório particular, deve-se escolher um ambiente externo
onde ele se encontre).

2 – O som não deve jamais ser produzido separadamente da imagem ou vice-versa (música
não poderá ser utilizada a menos que ressoe no local onde se filma a cena).
22

3 – A câmera deve ser usada na mão. São consentidos todos os movimentos (ou a
imobilidade). O filme não deve ser feito onde a câmera está colocada, são as tomadas que
devem desenvolver-se onde o filme tem lugar.

4 – O filme deve ser em cores. Não se aceita nenhuma iluminação especial (se há pouca luz, a
cena deve ser cortada, ou então, pode-se colocar uma única lâmpada sobre a câmera).

5 – São proibidos truques fotográficos e filtros.

6 – O filme não deve conter nenhuma ação “superficial” (homicídios, armas, etc. não podem
ocorrer).

7 – São vetados os deslocamentos temporais ou geográficos (o filme deve ocorrer na época


atual).

8 – São inaceitáveis os filmes de gênero.

9 – O filme final deve ser transferido para cópia em 35 mm, padrão, com formato de tela 4:3.

10- O nome do diretor não deve figurar nos créditos.

O intuito era a produção de filmes que fugissem dos circuitos comerciais, fossem realistas,
simples e baratos. Segundo eles, voltava-se ao cinema real, condizente ao seu original
propósito. Através de ideias inovadoras, o movimento foi uma verdadeira ruptura com o
conhecido anteriormente.

Festa de Família (Festen, Thomas Vintenberg, 1998)

Patriarca (Henning Moritzen) de família dinamarquesa comemora seus 60 anos em grande


estilo, reunindo a família em um hotel de luxo. Mas uma revelação feita por seu filho pode
estragar a festa.

Os Idiotas (Idioterne, Lars Von Trier, 1998)


23

Grupo de amigos decide virar as costas para as regras e hipocrisias da sociedade e formam
uma comunidade a parte, dedicada a explorar todos os aspectos da idiotice como valor de
vida. Assim, tentam chocar e disseminar o caos ao sair e fingir problemas mentais em público.

Lovers (idem, Jean-Marc Barr, 1999)

Um dos filmes do Dogma 95 (Dogme #5, o drama romântico realista do diretor Jean-Marc
Barr narra alguns dias na vida de um casal de namorados. Ela trabalha numa livraria, e ele é
pintor e imigrante ilegal.

Mifune (Mifunes sidste sang, Søren Kragh-Jacobsen, 1999)

Durante a lua de mel, o pai do noivo morre. Para cuidar do enterro, o jovem se dirige a casa
de campo da família e contrata uma emprega para cuidar do local e do irmão. Porém, quem
chega para assumir o cargo é uma jovem e bela ex-prostituta.

Ondas do Destino (1996), de Lars Von Trier

O Dogma 95 em seu momento áureo. Com um final que rasga todas as regras do manifesto
Dogma 95. Lars Von Trier é mesmo um cínico, no melhor dos sentidos.

No norte da Escócia uma jovem mulher (Emily Watson) se apaixona e se casa com um
dinamarquês (Stellan Skarsgard) que trabalha em uma plataforma de petróleo. Quando ele
retorna ao seu serviço sofre um acidente, quebrando seu pescoço e provavelmente o deixando
incapacitado para o resto da vida.

Corações Abertos (Elsker dig for evigt, Susanne Bier, 2002)

Cæcilie (Sonja Richter) e Joachim (Nikolaj Lie Kaas) formam um casal prestes a se casar até
que sua felicidade é interrompida quando ele é atropelado por Marie (Paprika Steen) e fica
tetraplégico. Desolada e com o relacionamento em crise por conta da tragédia, Cæcilie acaba
24

encontrando consolo nos braços de Niels (Madds Mikkelsen), médico do hospital onde
Joachim está sendo tratado e marido de Marie.

The King Is Alive (idem, Kristian Levring, 2000)

The King Is Alive tem a capacidade de envolvê-lo em sua história e fazer você esquecer sua
vida real.
Após vários anos de planejamento e filmagem, o filme foi lançado nos cinemas no ano 2001.
No elenco podemos encontrar grandes atores e atrizes como Miles Anderson, Romane
Bohringer, David Bradley, David Calder, Bruce Davison.

NEO-NEORREALISMO

Surgido como forma de demonstrar os prejuízos italianos ao final da Segunda Guerra


Mundial, o neorrealismo no cinema encontrou neste país sua manifestação mais expressiva.
Eram obras com atores não-profissionais focadas nos dramas sociais, filmadas em locações
reais ao invés de estúdios. O movimento durou pouco mais de uma década e seu
enfraquecimento, defendem alguns especialistas, reflete a perda da possibilidade de espantar-
se. Entretanto, vários filhotes deste estilo quase documental ainda se espalham pelo cinema do
mundo no século XXI. Selecionamos alguns desses filmes, feitos durante os anos 2000, que
seguem os preceitos realistas que deram forma ao bordão ‘‘a vida como ela é’’ nas telonas
mesmo com uma pitada mais ficcional do que na escola italiana no pós-Guerra.

Amores Brutos – México (Amores Perros, Alejandro González Iñárritu, 2000)

As histórias pessoais de três personagens são entrelaçadas a partir de um acidente de carro:


Octavio, o dono de um cachorro de lutas clandestinas que quer fugir com sua cunhada Susana;
Daniel, que deixa sua esposa para viver com uma modelo e o mendigo, Chivo, que tenta
voltar para sua família.
25

O Quarto do Filho – Itália (La Stanza del Figlio, Nanni Moretti, 2001)

Um psicanalista e sua família lutam para superar o trauma da morte acidental de um dos
filhos. O pai se sente culpado, a mãe e a irmã se afundam cada vez mais na dor, mas uma
visita inesperada força a família a confrontar os seus sentimentos.

A Criança – Bélgica (L’enfant, Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, 2005)

Sonia está desempregada e prestes a dar à luz um menino. O namorado, Bruno, que vive de
pequenos furtos e acaba de perder o apartamento do casal, decide vender o bebê no mercado
negro enquanto a namorada está no hospital.

O Céu de Suely – Brasil (idem, Karim Aïnouz, 2006)

Hermila (Hermila Guedes) é uma jovem de 21 anos que está de volta à sua cidade-natal, a
pequena Iguatu, localizada no interior do Ceará. Ela volta juntamente com seu filho,
Mateuzinho, e aguarda para daqui a algumas semanas a chegada de Mateus, pai da criança,
que ficou em São Paulo para acertar assuntos pendentes. Porém o tempo passa e Mateus
simplesmente desaparece. Querendo deixar o lugar de qualquer forma, Hermila tem uma ideia
inusitada: rifar seu próprio corpo para conseguir dinheiro suficiente para comprar passagens
de ônibus para longe e iniciar nova vida.

EUA (Two Lovers, James Gray, 2008) Quando Leonard é deixado por sua noiva, volta a
morar com seus pais no Brooklyn. Logo, duas mulheres entram em sua vida, e ele fica
dividido. Sarah, filha dos sócios de seus pais, é judia como ele, e Michelle é sua vizinha que
está apaixonada por um homem casado e pede conselho a Leonard.

A Separação – Irã (Jodaeiye Nader az Simin, Asghar Farhadi, 2011)

Nader se divorcia da mulher e, precisando de alguém para tomar conta do pai idoso, contrata
Razieh. Sem saber que ela está grávida, ele a empurra durante uma briga, provocando um
aborto, o que o leva aos tribunais.
26

CINEMA DIGITAL

Chegamos à última fase da coluna CORRENTES CINEMATOGRÁFICAS, caso tenha


perdido alguma postagem, clique aqui e veja a lista completa. O cinema digital refere-se à
atual era cinematográfica, mas antes de adentrarmos nesta corrente, alguns pontos devem ser
esclarecidos: 1- as datas de cada corrente/movimento são utilizadas como forma de se situar
historicamente. Não significando, portanto, que suas características não possam ser trazidas
para filmes considerados mais recentes. 2- de modo generalizado, constitui a fase de menor
produção do chamado “cinema-arte” (nomenclatura rechaçada por muitos críticos), pois
acabou priorizando as “batalhas” entre estúdios e seus lucros. 3- nem todo filme hoje
produzido possui essas características ou tecnologias. As mudanças da corrente foram
sentidas nas salas de cinema: alterações e investimentos foram requisitados. É muito comum a
saída de espectadores insatisfeitos com o 3-D, a excessiva “luz” (dependendo, uma elevada
saturação) ou “escuridão” da imagem. Basicamente: CÓPIAS EM PELÍCULAS ->
PROJETORES DIGITAIS – mudança imperativa pela diminuição da produção de películas
pela indústria fotográfica. Como definido pelo Filme B:

DCI é a sigla para Digital Cinema Initiative, comitê criado pelos sete grandes estúdios de
Hollywood (Warner, Fox, Universal, Paramount, Disney, DreamWorks e Sony) com o
objetivo de estudar os padrões digitais que seriam adotados para a projeção de seus filmes. O
DCI foi formado sem prazos estabelecidos a fim de escapar da pressão de fornecedores. Com
a divulgação de suas normas em julho de 2006, verificou-se que a digitalização das salas
nesses padrões não seria tão simples, pois os equipamentos envolvidos não são de linha
industrial. Os principais requisitos são a compressão de imagem em JPEG 2000 e a resolução
de 2K ou 4K. Um dos objetivos da DCI foi a criação de um estudo único dos estúdios para
diminuir ao máximo concorrências internas que terminassem por polarizar a indústria, como
aconteceu, por exemplo, na guerra entre o BluRay e o HD-DVD, na substituição do DVD.
O Brasil hoje possui 2.120 salas, então, o custo de conversão total seria de R$ 600 milhões.
Este valor equivale a arrecadação anual do cinema brasileiros.
Apenas 6 salas possuem estes aparatos.
Diretores como P. T. Anderson, Quentin Tarantino, Steven Spielberg e Christopher Nolan
criticaram o novo formato.
27

Ferrugem e Osso (De Rouille et d’os, 2012)

Um treinador de boxe vive de trabalhos temporários e mora de favor na garagem da irmã. Ele
conhece e se conecta emocionalmente a uma mulher que sofreu um grave acidente e teve as
pernas amputadas enquanto trabalhava como treinadora de baleias.

Jogos Vorazes: A Esperança – Partes 1 E 2 (The Hunger Games: Mockingjay, 2014)

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final/Sinopse do filme

Katniss e seus amigos Peeta, Gale e Finnick embarcam em sua última missão: organizar uma
resistência contra o presidente e libertar o povo de Panem. A coragem de Katniss faz renascer
a esperança em um país disposto a se livrar da opressão.

Homem de Ferro 3 (Irom Man 3, 2013)

Depois de um inimigo reduzir o mundo de Tony Stark a destroços, o Homem de Ferro


precisa aprender a confiar em seus instintos para proteger aqueles que ama, especialmente sua
namorada, e lutar contra seu maior medo: o fracasso.

Albert Nobbs (idem, 2011)

O garçom Albert Nobbs é, na verdade, uma mulher forçada a viver e a se vestir como homem
para sobreviver em pleno século 19 na Irlanda. Após trinta anos mantendo a farsa e cultivando
um sonho, um amor ameaça destruir tudo o que ela construiu.

Gravidade (Gravity, 2013)

Dra. Ryan Stone e o astronauta Matt Kowalsky trabalham juntos para sobreviver depois que
um acidente os deixa completamente à deriva no espaço, sem ligação com a Terra e sem
esperança de resgate.
28

Oz: Mágico e Poderoso (Oz: The Great and Powerful, 2013)

Quando Oscar Diggs, um inexpressivo mágico de circo é afastado do Kansas e acaba na


vibrante Terra de Oz, ele acha que tirou a sorte grande, até encontrar três feiticeiras, que não
estão convencidas de que ele é um grande mágico. Envolvido nos problemas dos habitantes,
Oscar precisa descobrir os bons e os maus antes que seja tarde demais. Lançando mão de suas
artes mágicas por meio da ilusão, Oscar transforma-se não apenas no grande e poderoso
Mágico de Oz, mas também em um homem melhor.

Elysium (idem, 2013)

No ano de 2154, os mais ricos vivem em uma estação espacial enquanto o resto da população
mora em uma Terra arruinada. Um homem assume a missão de tentar trazer igualdade aos
mundos polarizados.

As Aventuras de Pi (Life Of Pi, 2013)

Pi e sua família decidem ir para o Canadá depois de fechar o zoológico da família. A


embarcação deles naufraga, e o jovem sobrevive junto com alguns animais, incluindo um
temível tigre de Bengala, com o qual desenvolve uma ligação.

FILMES CONSIDERADOS “CULT”

Um Sonho de Liberdade (1994)


29

Quem disse que a vida acaba na prisão? Andrew Dufresne é inocente mais foi preso pelo
assassinato de sua esposa. Agora está condenado à prisão perpétua. Na prisão, ele vai
conhecer o lado mais duro da vida mas também vai encontrar amizade e esperança. Mas será
que algum dia vai sair da prisão?

Matrix (1999)

Neo é um hacker que descobre que seu mundo não é real. É tudo uma ilusão! A vida que ele
acha que tem é apenas uma realidade virtual em que todas as pessoas do mundo estão presas.
Agora ele vai se juntar a um grupo de resistentes que querem libertar a humanidade do
controle das máquinas…

Clube da Luta (1999)

A primeira regra do clube da luta é: não fales sobre o clube da luta! Um homem que sofre de
insónia encontra alívio em suas lutas com um amigo chamado Tyler. Eles criam um clube de
30

luta, para pessoas como eles, que precisam libertar suas emoções, mas as coisas começam a
ficar descontroladas… O Narrador, em uma de suas muitas viagens de avião, conhece Tyler
Durden, na poltrona ao lado. Eles possuem valises idênticas. Constroem um diálogo inusitado
a partir da teoria conspiratória de Durden de que os passageiros dos aeroplanos se sentem
anestesiados com o oxigênio das máscaras disponibilizadas em emergências, evitando assim o
pânico. Está claro qual dos dois tem uma percepção de mundo mais incomum.
Como a cultura do capital nos ensinou, sempre procura-se saber a profissão do interlocutor.
Tyler, pouco antes de definir-se fabricante e vendedor de sabão (”o pilar da civilização”),
rebate a trivialidade da questão: ”Por quê? Vai fingir que está interessado? ”; e diagnostica um
certo desespero na risada que recebe em resposta. É evidente o poder de Durden sobre íntimo
do vizinho de poltrona. Assim que a conversa segue com fórmulas caseiras de explosivos
propostas por Tyler – novamente a percepção incomum aflora, desta vez alfinetando a
indústria e enaltecendo a manufatura -, o Narrador declara sua admiração relâmpago: ”Você é
de longe o amigo ‘porção única’ mais interessante que eu já conheci”. Tudo em aviões – e
quase tudo em nossa vida – é porção única, tudo se recicla velozmente. ”Muito esperto”,
elogia Tyler, ”Como é ser esperto? ”. ”Ótimo”, define o colega, com um riso bem menos
desesperado. Já parou para pensar quantas vezes você se auto-vangloriou ultimamente?

O Silêncio dos Inocentes (1991)


31

Este foi o filme que introduziu o famoso Hannibal, o canibal, ao mundo. Clarice Starling, uma
jovem agente do FBI, recebe a missão de entrevistar o Dr. Hannibal Lecter para obter
informações sobre um assassino em série que está matando mulheres. Hannibal está preso,
mas seus jogos psicológicos são muito perigosos…Spielberg é um grande cineasta em obras
como “A Lista de Schindler”, “A Cor Púrpura” e “O Império do Sol”, mas outros diretores
poderiam fazer esses mesmos trabalhos tão bem quanto ele, e talvez até os melhorassem,
diminuindo o melodrama. Seu verdadeiro gênio, sua assinatura mais destacada, se manifesta
em filmes aventurescos e divertidos, mas nem por isso menos inteligentes, como
“Encurralado”, “E.T.” e a série Indiana Jones. Dessa leva, o melhor é “Tubarão”, não por
acaso o primeiro “blockbuster” da história.

Veludo Azul (1986), de David Lynch

Existe algo de podre no reino do “american way of life”.

Rapaz volta à cidade natal após longo tempo e descobre uma orelha humana decepada em um
jardim. Insatisfeito com a investigação policial, ele e a filha do detetive encarregado começam
a averiguar por conta própria, e descobrem coisas estranhas.

Trainspotting (1996), de Danny Boyle

Foi anunciado como o “A Laranja Mecânica” da nova geração. Agora que a nova geração
tornou-se veterana, sabemos que não é. Mas é um dos mais incisivos retratos sobre o mundo
contemporâneo produzido pelo cinema.

Mark Renton tem amigos estranhos: um psicopata alcoólatra, um desesperado, um fã de Sean


Connery mulherengo e um viajante. Todos buscam superar o desemprego, os relacionamentos
e as drogas.

Faça a Coisa Certa (1989), de Spike Lee

Salvatore "Sal" Fragione é dono de uma pizzaria italiana no Brooklyn que tem uma parede
cheia de nomes de artistas famosos. Um dos moradores do bairro, Buggin' Out, fica indignado
32

ao ver que na parede só há nomes de artistas italianos. Ele acha que um estabelecimento
localizado no Brooklyn deveria ter o nome de atores afrodescendentes, mas Sal não concorda.
A parede se torna, então, motivo de ódio para Buggin' Out e outros moradores do bairro.
Spike Lee tornou-se um patrulheiro insuportável. Felizmente, nesse filme conseguiu fazer a
coisa certa ao tratar da questão do racismo sem radicalismo, condescendência ou pieguice.

Fale com Ela (2002), de Pedro Almodóvar

O enfermeiro Benigno se apaixona por uma aluna de academia de balé, Alicia. Quando ela
sofre um acidente e fica em coma, Benigno acaba se tornando seu enfermeiro. No hospital, ele
conhece Marco, que também está cuidando da mulher que ama: Lydia.

Cinzas no Paraíso (1978), de Terrence Malick

Antes de ficar obcecado em colocar meninas bonitas girando sem parar sobre o próprio eixo
em projetos pretensiosos e mal acabados, como “Árvore da Vida”, “O Novo Mundo” e “Amor
Pleno”, Terrence Malick realmente foi um projeto de gênio. Pena que voltou de seu autoexílio
de duas décadas. Funcionava mais como mito recluso do que como cineasta na ativa. No
início do século XX, Bill (Richard Gere) e Abby (Brooke Adams) formam um jovem casal
que vive e trabalha em Chicago. Em companhia de uma outra garota vão parar em uma
fazenda no Texas, onde o proprietário (Sam Shepard) se apaixona por Abby. Ao descobrir que
o homem está gravemente enfermo e tem pouco tempo de vida, o casal passa a considerar a
proposta, de olho nos futuros benefícios. O fazendeiro, no entanto, não morre e a situação
começa a fugir do controle.

Um Corpo que Cai (br) A Mulher que Viveu Duas Vezes (pt)

O detetive aposentado John Scottie sofre de um terrível medo de alturas. Certo dia, um
amigo pede a John que siga sua esposa. Ele aceita a tarefa e começa a segui-la por toda 195

parte. Ela demonstra uma estranha atração por lugares altos, levando o detetive a enfrentar 8

seus piores medos. John começa a acreditar que a mulher é louca, com possíveis
tendências suicidas, quando algo estranho acontece nesta missão.
33

 Os Eleitos: Onde o Futuro Começa (1983), Philip Kaufman

A adaptação da obra não fictícia escrita por Tom Wolfe retrata os primeiros quinze anos do
programa espacial americano. Os focos são as vidas dos astronautas, incluindo John Glenn e
Alan Shepard, e a reconstrução dos perigos e frustrações vividas pelos envolvidos com a
NASA. Os astronautas lutam contra a burocracia e problemas familiares para ganhar a corrida
espacial em nome do seu país.

 Platoon (1986), Oliver Stone

Chris Taylor deixa a universidade para combater no Vietnã em 1967. No campo de batalha,
seu idealismo acaba. A rivalidade em sua unidade entre o sargento Barnes, que acha que os
moradores dos vilarejos locais estão abrigando soldados Vietcongs, e o sargento Elias, que
tem uma opinião mais favorável dos locais, acaba colocando os soldados uns contra os outros.

Sob o Domínio do Mal (2004), Jonathan Demme

Ben Marco é um soldado que, em meio a Guerra do Golfo, foi sequestrado pelo inimigo,
juntamente com sua tropa. Alguns anos depois, já em sua casa, Ben começa a se lembrar do
processo de lavagem cerebral pelo qual passou enquanto esteve preso, que fazia com que
obedecesse ordens sem contestá-las. Com um de seus companheiros de tropa, Raymond
Shaw, concorrendo a um cargo na vida política do país, Ben tenta entrar em contato com ele,
temendo que Shaw esteja sendo controlado durante esse processo.

A Hora Mais Escura (2012), Kathryn Bigelow

Inspirado na real história da caçada ao homem mais procurado do mundo, Osama Bin Laden.
O filme segue Maya, uma agente da CIA que atua no interrogatório de prisioneiros ligados à
Al Qaeda.
34

Ran (1985), Akira Kurosawa

Hidetora, o grande chefe do clã dos Ichimonjis, anuncia que pretende dividir seus bens entre
seus três filhos. A notícia os lança em uma forte disputa, que abala o pai e enfraquece o feudo
e o legado da família.

A Malvada (1950), Joseph L. Mankiewicz

A ambiciosa aspirante a atriz Eve Harrington se infiltra no camarim da estrela consagrada


Margo Channing, que após ouvir sua história triste, resolve ajudá-la. Mas Eve parece só ter
intenção de usá-la para entrar no show biz.

A Fraternidade é Vermelha (1994), Krzysztof Kieslowski

Uma jovem modelo atropela um cachorro e quando procura o dono do animal conhece um
juiz aposentado que passa a maior parte de seu tempo ouvindo as conversas telefônicas de
seus vizinhos. A partir desse encontro, os dois formam uma estranha amizade. Na verdade, a
trilogia inclui dois excelentes filmes: A liberdade é azul e A Igualdade é Branca.

A Origem (2010)

E se você pudesse manipular o sonho de outra pessoa? Em um mundo onde ladrões usam os
sonhos para roubar informação, Dom Cobb é contratado para uma missão diferente: implantar
uma ideia na mente de alguém. Para conseguir, ele vai ter de criar uma rede complexa de
sonhos dentro de sonhos… dentro de sonhos. Dom Cobb é um ladrão com a rara habilidade de
roubar segredos do inconsciente, obtidos durante o estado de sono. Impedido de retornar para
sua família, ele recebe a oportunidade de se redimir ao realizar uma tarefa aparentemente
impossível: plantar uma ideia na mente do herdeiro de um império. Para realizar o crime
perfeito, ele conta com a ajuda do parceiro Arthur, o discreto Eames e a arquiteta de sonhos
Ariadne. Juntos, eles correm para que o inimigo não antecipe seus passos.

Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)


35

Quando encontra 2 milhões de dólares entre bandidos mortos, Llewelyn Moss pensa que é seu
dia de sorte. Mas o que ele não sabe é que um assassino sem piedade está procurando o
dinheiro. Anton Chigurh vai matar qualquer pessoa no seu caminho para reaver o dinheiro. E
sua política sobre quem vive ou morre é assustadora. Enquanto caçava, Llewelyn Moss
encontrou vestígios de uma venda de drogas. Apesar de saber que não deve, ele não resiste e
leva o dinheiro encontrado com ele. O caçador se transforma em caça quando o impiedoso
assassino Chigurh encontra seus rastros. Como se não bastasse um matador atrás de Moss, o
xerife também passa a procurá-lo.

Cidadão Kane (1941)

Apontado frequentemente como um dos melhores filmes já produzidos, a obra-prima de


Orson Welles conta a história do magnata da imprensa Charles Foster Kane em uma
sequência de flashbacks. Um jornalista fica intrigado pela última palavra de Kane - rosebud -
e tenta descobrir o seu significado entrevistando pessoas do passado do magnata Como é que
um homem se torna rico e famoso mas morre sozinho e sem amor? Essa é a história de
Charles Kane, um magnata dos jornais que desperdiçou tudo com seu egoísmo. Muitos
métodos inovadores foram usados na gravação deste filme, tornando-o um pioneiro do cinema
moderno. Durante décadas, “Cidadão Kane” liderou a lista dos melhores filmes de todos os
36

tempos, até ser superado por “Um Corpo que Cai” (que nem mesmo é o melhor filme de
Hitchcock) e, em algumas seleções menos influentes, por “O Poderoso Chefão”. Certamente,
é o filme mais influente e revolucionário entre os primeiros colocados em qualquer lista,
embora não seja perfeito, como demonstrou a decana da crítica americana Pauline Kael, no
livro “Criando Kane e Outros Ensaios”. Seja como for, “Cidadão Kane” é uma obra de
mestre, surpreendentemente realizada por um jovem de vinte e cinco anos que se tornaria o
mais colossal fracassado da história do cinema. Quem começa no auge só pode cair.

Pulp Fiction (1994)

Pulp Fiction é um dos filmes mais aclamados de Tarantino, seja pelo seu roteiro (com
diálogos maravilhosos), seja pela grande atuação de seus atores. O filme reúne histórias de
assaltos e assassinatos que se cruzam, formando uma trama envolvente e perturbadora, digna
de tirar o fôlego. Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994), de Quentin Tarantino.

Os caminhos de vários criminosos se cruzam nestas três histórias de Quentin Tarantino. Um


pistoleiro se apaixona pela mulher de seu chefe, um boxeador não se sai bem em uma luta e
um casal tenta executar um plano de roubo que foge do controle. Quentin Tarantino é o
cineasta favorito de oito entre dez jovens cinéfilos descolados. Andar com camisetas
tarantinescas é cool! Dono de um toque de Midas pop, grande parte de sua reputação se deve
a “Pulp Fiction”. O próprio Tarantino reconhece que jamais conseguirá igualar o que realizou
nesse trabalho. “Pulp Fiction” é o seu “Cidadão Kane”. O que não deixa de ser um bom
negócio, afinal, Zed is dead, baby, Zed is dead.

Manhattan (1979), de Woody Allen


37

Woody Allen reinventou a comédia romântica com “Annie Hall”. Em “Manhattan” ele foi
além, mostrando que também pode ser um grande cineasta quando se dá ao trabalho. “Crimes
e Pecados” pode ser mais ambicioso, “Zelig” mais inventivo e “A Rosa Púrpura do Cairo”
mais sensível, mas “Manhattan” ainda é seu trabalho mais sofisticado, com enredo mais bem
resolvido e tecnicamente irrepreensível. Alguns podem preferir “Match Point”, mas parece-
me que outro cineasta poderia filmar o mesmo roteiro com resultados igualmente satisfatórios,
ao passo que somente Woody Allen poderia dirigir e estrelar “Manhattan”. É um filme
assinatura e uma bela homenagem a Nova York. Isaac Davis é um roteirista de TV frustrado
que está passando por uma crise de meia-idade depois que sua terceira esposa o deixa por uma
mulher. Ele namora uma colegial e sabe que a jovem não é a mulher certa para ele.

Último Tango em Paris (1972), de Bernardo Bertolucci

Enquanto procura por um apartamento em Paris, um americano, cuja esposa recentemente


cometeu suicídio, conhece uma jovem atraente. Na mesma hora, um deseja o outro
ardentemente. O casal inicia um relacionamento sexual prolongado, mas puramente anônimo
em que eles nem sequer dizem seus nomes, mas os acontecimentos vão fugindo do controle
de ambos.

Teorema (1968), de Pier Paolo Pasolini

Em Milão a vida de uma rica família burguesa é totalmente modificada por um misterioso
visitante (Terence Stamp), que seduz a empregada, o filho, a mãe, a filha e finalmente o pai.
Além disto tem um contato intelectual com todos eles, convencendo-os da futilidade da
existência, e após cumprir seu objetivo parte em poucos dias. Após sua ida ninguém da
família consegue continuar vivendo da mesma forma, sendo que cada um deles toma um
caminho diferente: a mãe se entrega ao primeiro que surge, a empregada passa a levitar, o
filho pinta quadros que suja com fezes, a filha se torna uma catatônica e o pai, um rico
empresário, abandona sua fábrica, se desnuda em plena estação ferroviária de Milão e
desaparece no deserto.
38

A Marca da Maldade (1958), de Orson Welles

Um carro-bomba explode na fronteira dos Estados Unidos com o México e o agente mexicano
da polícia de combate ao narcotráfico, Miguel Vargas, inicia uma investigação junto com o
capitão americano Hank Quinlan. Quando Vargas suspeita que o policial Quinlan e seu
parceiro, Menzies, estão plantando evidências falsas para incriminar um homem inocente,
seus achados põem a vida dele e de sua noiva, Susie, em perigo. Indico o plano sequência na
abertura desse filme como forma de aprender a diferença entre realmente ver ou simplesmente
olhar uma cena.

Morangos Silvestres (1957), de Ingmar Bergman

O rabugento médico aposentado Isak Borg viaja de Estocolmo para Lund, na Suécia, com sua
nora grávida e infeliz, Marianne, para receber um diploma honorário da universidade onde
estudou. Ao longo do caminho, eles cruzam com uma série de caroneiros, cada um deles
fazendo com que o médico idoso reflita sobre os prazeres e as falhas de sua própria vida,
incluindo a vivaz jovem Sara, que se parece muito com o próprio primeiro amor do médico. O
personagem de Woody Allen em “Manhattan” afirmou que Bergman é o único gênio do
cinema. Exagero, considerando que o próprio Allen é um gênio do cinema. Em todo caso,
“Morangos Silvestres”, assim como “Gritos e Sussurros”, “Persona” e “Fanny e Alexander”
são mesmo obras de gênio. Woody Allen fez sua versão de “Morangos Silvestres” em
“Desconstruindo Harry”.

Fahrenheit 451 (1966), de François Truffaut

Adaptação do livro de Ray Bradbury sobre uma sociedade do futuro que baniu todos os
materiais de leitura e o trabalho dos bombeiros de manter as fogueiras a 451 graus: a
temperatura que o papel queima. Um bombeiro começa a repensar sua função ao conhecer
uma jovem encantadora que adora livros. A morte precoce de Truffaut, com apenas 52 anos,
foi uma das maiores perdas da história do cinema. Diretor de obras-primas como “Os
39

Incompreendidos”, “Jules e Jim” e “A Noite Americana”, Truffaut ainda produziria muito.


Assistindo a “Fahrenheit 451”, fico imaginando que magnífico “livro” desapareceu quando o
perdemos.

Asas do Desejo (1987), de Wim Wenders

Dois anjos, Damiel e Cassiel, passam pelas ruas de Berlim, observando a população animada,
fornecendo raios invisíveis de esperança para os aflitos, mas nunca interagindo com eles.
Quando Damiel se apaixona pela solitária trapezista Marion, o anjo deseja experimentar a
vida no mundo físico, e encontra - com algumas palavras de sabedoria do ator Peter Falk
(interpretando a si mesmo) - que pode ser possível para ele assumir a forma humana.

O Iluminado (1980)

Um dos maiores filmes de terror de todos os tempos, O Iluminado traz a marca de dois
grandes nomes: Stephen King (o autor do livro) e Stanley Kubrick (o diretor). Para ficar ainda
melhor, a atuação impecável de Jack Nicholson como o escritor Jack Torrance. Filmaço! Jack
Torrance se torna caseiro de inverno do isolado Hotel Overlook, nas montanhas do Colorado,
na esperança de curar seu bloqueio de escritor. Ele se instala com a esposa Wendy e o filho
Danny, que é atormentando por premonições. Jack não consegue escrever e as visões de
Danny se tornam mais perturbadoras. O escritor descobre os segredos sombrios do hotel e
começa a se transformar em um maníaco homicida, aterrorizando sua família.
40

Tubarão (1975)

Uma pequena cidade litorânea dos EUA vive um clima tenso: banhistas estão sendo atacados
por um gigantesco tubarão branco. Preocupado, o chefe de polícia defende que as praias
sejam fechadas. Mas, com medo de prejudicar o turismo, o prefeito é contrário à medida.
Spielberg é um grande cineasta em obras como “A Lista de Schindler”, “A Cor Púrpura” e “O
Império do Sol”, mas outros diretores poderiam fazer esses mesmos trabalhos tão bem quanto
ele, e talvez até os melhorassem, diminuindo o melodrama. Seu verdadeiro gênio, sua
assinatura mais destacada, se manifesta em filmes aventurescos e divertidos, mas nem por isso
menos inteligentes, como “Encurralado”, “E.T.” e a série Indiana Jones. Dessa leva, o melhor
é “Tubarão”, não por acaso o primeiro “blockbuster” da história. Um terrível ataque a
banhistas é o sinal de que a praia da pequena cidade de Amity, na Nova Inglaterra, virou
refeitório de um gigantesco tubarão branco. O chefe de polícia Martin Brody quer fechar as
praias, mas o prefeito Larry Vaughn não permite, com medo de que o faturamento com a
receita dos turistas deixe a cidade sem recursos. O cientista Matt Hooper e o pescador Quint
se oferecem para ajudar Brody a capturar e matar a fera, mas a missão vai ser mais
complicada do que eles imaginavam.

Taxi Driver (1976)


41

O motorista de táxi de Nova York Travis Bickle, veterano da Guerra do Vietnã, reflete
constantemente sobre a corrupção da vida ao seu redor e sente-se cada vez mais perturbado
com a própria solidão e alienação. Apesar de não conseguir fazer contato emocional com
ninguém e viver uma vida questionável em busca de diversão, ele se torna obcecado em
ajudar uma prostituta de 12 anos que entra em seu táxi para fugir de um cafetão.

O Pianista (2002)

Um pianista judeu polonês vê Varsóvia mudar gradualmente à medida que a Segunda Guerra
Mundial começa. Szpilman é forçado a ir para o Gueto de Varsóvia, mas depois é separado de
sua família durante a Operação Reinhard. A partir deste momento até que os prisioneiros dos
campos de concentração sejam liberados, Szpilman se esconde em vários locais entre as
ruínas de Varsóvia. Baseado numa história real, O Pianista narra os horrores da II Guerra
Mundial através da ótica do músico Władysław Szpilman, um judeu polonês que luta para se
manter vivo em meio ao caos em que se transformou Varsóvia durante a ocupação alemã.

Janela Indiscreta (1954)


42

Em Greenwich Village, Nova York, L.B. Jeffries, um fotógrafo profissional, está confinado
em seu apartamento por ter quebrado a perna enquanto trabalhava. Como não tem muitas
opções de lazer, vasculha a vida dos seus vizinhos com um binóculo, quando vê alguns
acontecimentos que o fazem suspeitar que um assassinato foi cometido. Bisbilhotar a vida dos
outros pela janela de casa pode trazer revelações perturbadoras. É esse o tema básico desse
clássico do cinema americano, dirigido pelo grande mestre do suspense Alfred Hitchcock.

Um Estranho no Ninho (1975)

'Um Estranho no Ninho' é o segundo longa-metragem filmado nos EUA por Milos Forman,
adaptado do romance homônimo de Ken Kesey. Ambientado em uma clínica psiquiátrica, o
filme conta a história de Randall McMurphy, um indivíduo de espírito livre que termina lá
fugindo da prisão e lidera os pacientes em uma rebelião contra a equipe opressiva, chefiada
pela enfermeira Ratched. Randall McMurphy é um fora-da-lei que se finge de louco para não
ir parar na cadeia. Em vez disso, é internado num hospital psiquiátrico, onde faz amigos e
exerce uma liderança perigosa aos olhos da direção. Também conhece de perto os tratamentos
desumanos aos quais os pacientes são submetidos.

Apocalypse Now (1979)


43

Um dos melhores filmes de guerra da história, Apocalypse Now narra a missão do capitão
Willard através da selva asiática em meio à guerra do Vietnã. Sua missão é matar o coronel
Kurtz (interpretado por Marlon Brando), que desertou e se tornou um líder messiânico
extremamente perigoso. O Capitão Willard (Martin Sheen) recebe a missão de encontrar e
matar o comandante das Forças Especiais, Coronel Kurtz (Marlon Brando), que
aparentemente enlouqueceu e se refugiou nas selvas do Camboja, onde comanda um exército
de fanáticos.

O Sétimo Selo (1956)

Após dez anos, um cavaleiro (Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país
devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre
o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou
sua hora. Dirigido por Ingmar Bergman, O Sétimo Selo recebeu o Prêmio do Júri em 1957 em
Cannes. A história se passa num dos períodos mais sombrios da história da humanidade. Um
cavaleiro regresso das Cruzadas encontra um ambiente de desolação na Suécia, mergulhada
na peste. Um drama existencial para quem curte papos filosóficos de alto nível.

Os Sete Samurais (1954)


44

Obra-prima do mestre Akira Kurosawa, Os Sete Samurais se passa no Japão do século XVI,
um período de enorme instabilidade política. É nesse contexto que Kambei, um samurai
veterano, chega a um vilarejo que sofre com a violência de bandidos. Kambei e outros seis
guerreiros serão responsáveis pela segurança da população local. O cinema de Kurosawa,
diferente de, digamos, Ozu ou Kinoshita, é a ponte perfeita entre a arte oriental e a ocidental.
Não por acaso, alguns de seus trabalhos foram refilmados com sucesso. “Yojimbo”, por
exemplo, inspirou “Por um Punhado de Dólares”, de Sergio Leone, e “O Último Matador”,
estrelado por Bruce Willis. Esse “Os Sete Samurais” inspirou “Sete Homens e um Destino”.
O faroeste com Yul Brynner e sua turma é bom, mas o original é obra de mestre. Jamais será
igualado. Cenas como a batalha na chuva e o incêndio permanecem gravadas na imaginação
de quem as assistiu.

O Anjo Exterminador (1962), de Luis Buñuel

Misteriosamente, após um luxuoso jantar oferecido por um casal de burgueses ricos, nenhum
dos convidados consegue deixar a mansão. Ao longo dos dias que se seguem, todas as
máscaras criadas em virtude das posições sociais caem.

O Leopardo (1963), de Luchino Visconti

Durante o conturbado processo de unificação italiana na Sicília, o príncipe Don Fabrizio passa
a simpatizar com os ideais socialistas, mas não gosta da ideia de perder seu prestígio e
privilégios.

A Regra do Jogo (1939), de Jean Renoir


45

Um filme para damas, cavalheiros e criadagem. A sequência da caçada entra no panteão das
melhores. Em uma casa no campo, a tradicional burguesia francesa da época (final da década
de 30) passa um tempo com os empregados durante o verão. Em um baile de máscaras que
tomou lugar dentro da propriedade várias ligações românticas são feitas. Diversas tramas
amorosas se desenrolam tanto do lado dos patrões como do lado dos empregados, levando a
um trágico final para que a ordem social corrupta se mantenha intacta.

Amadeus (1984), de Milos Forman

Dentro de um manicômio, Amadeus lembra os fatos de três décadas antes, quando o jovem
Mozart ganhou a confiança da corte do imperador austríaco Joseph II. Uma lenda urbana se
forma sobre a morte de Amadeus Mozart Quem não assistiu a essa obra-prima pode se
considerar cúmplice do assassinato de Mozart.

A Doce Vida (1960)

Um dos filmes mais conhecidos do genial Federico Fellini, A Doce Vida promove um passeio
pelas ruas de Roma, onde o repórter Marcello Rubini, especializado em futilidades, tenta se
firmar como um escritor sério. O filme contém uma das cenas mais icônicas do cinema,
aquela em que Marcello Mastroianni e Anita Ekberg se banham nas águas da Fontana di
Trevi. Em Roma, no início dos anos de 1960, o jornalista Marcello vive entre as celebridades,
ricos e fotógrafos que lotam a badalada Via Veneto. Neste mundo marcado por um vazio
existencial, frequenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido
para a vida.
46

Quero Ser John Malkovich (1999), Spike Jonze

Você já se imaginou na pele de uma estrela de cinema? O que você faria se pudesse entrar na
mente e controlar o corpo de um ator famoso? E se houvesse um portal que te levasse a ser
John Malkovich por 15 minutos? Em Quero Ser John Malkovich, isto é possível e o filme se
tornou um dos mais aclamados da cena cult. Um desempregado de Nova York, Craig
Schwartz, relutantemente aceita um emprego temporário como um arquivista para o
excêntrico Dr. Lester. Craig descobre um portal que leva para dentro da mente do famoso ator
John Malkovich. Quando ele conta o segredo para sua atraente colega de trabalho Maxine,
eles começam um negócio um tanto incomum que também envolve a esposa de Craig, Lotte.

A Vida de Brian (1979), Terry Jones

Entre as mais famosas comédias realizadas pelo grupo Monty Python, A Vida de Brian faz
uma forte sátira à sociedade e brinca com uma temática muito delicada: a religião. Brian é um
judeu contemporâneo à Jesus Cristo que é confundido com o messias e passa por situações
bastante inusitadas até ser condenado à crucificação.

Blade Runner (1982), Ridley Scott

No século 21, uma corporação desenvolve clones humanos para serem usados como escravos
em colônias fora da Terra, identificados como replicantes. Em 2019, um ex-policial é
acionado para caçar um grupo fugitivo vivendo disfarçado em Los Angeles. Os anos 80
produziram ótimas ficções científicas. Blade Runner é uma das melhores. Como ocorre com
boa parte dos filmes cult, no início o filme não foi um estouro. Em 82, espectadores lotaram
as salas de cinema para ver ET, de Spielberg. Com o tempo, porém, o universo sombrio e
meio noir criado por Ridley Scott foi ganhando adeptos. O sucesso é tamanho que em 2017
saiu a continuação: Blade Runner 2049.

Scarface (1983), Brian De Palma


47

Scarface é um remake do clássico de 1932 dirigido por Howard Hawks. O filme é famoso por
suas cenas de violência – aliás, bastante violência! O protagonista é Tony Montana, um
refugiado cubano que construiu um verdadeiro império da droga em Miami. Tony não mediu
esforços para realizar o sonho americano. Destaque positivo para a célebre atuação de Al
Pacino. Após receber residência permanente nos Estados Unidos em troca do assassinato de
um oficial do governo cubano, Tony Montana se torna o chefe do tráfico de drogas em
Miami. Matando qualquer um que entre em seu caminho, Tony eventualmente se torna o
maior traficante da Flórida, controlando quase toda a cocaína que entra em Miami. Porém, a
pressão da polícia, as guerras com cartéis colombianos e sua própria paranoia servem para
alimentar as chamas de sua eventual queda.

Psicopata Americano (2000), Mary Harron

Dentre os cults mais recentes, Psicopata Americano ocupa lugar de destaque. O longa é um


terror psicológico que narra a história de um executivo de Wall Street que mantém, por trás
das aparências, uma personalidade homicida. Por um lado, Patrick Bateman é o homem de
negócios bem-sucedido, competitivo e vaidoso. Mas à noite se revela um assassino sem
sentimentos. O filme, que trabalha bem com o humor e a ironia, pode ser visto como uma
crítica à sociedade capitalista atual. Em Nova York, em 1987, o belo jovem profissional
Patrick Bateman tem uma segunda vida como um horrível assassino em série durante a noite.
O elenco é formado pelo detetive, a noiva, a amante, o colega de trabalho e a secretária. Esta é
uma comédia de humor seco que examina os elementos que transformam um homem em um
monstro.

Azul é a Cor Mais Quente (2013)

Direção: Abdellatif Kechiche

O íntimo e provocador Azul é a Cor Mais Quente é antes de tudo um filme sobre


autodescobertas. Na trama, Adèle, uma garota de 15 anos, descobre sua primeira paixão por
uma mulher. Enquanto os conflitos com a família e a moral são travados, ela se entrega ao
amor que nutre por Emma. Este premiado filme é, sem dúvida, essencial na lista dos
apaixonados pelo cinema francês. Adèle é uma adolescente que enfrenta os desafios da
chegada da maturidade. Sua vida toma um rumo inesperado ao conhecer uma encantadora
48

garota de cabelo azul, com quem começará uma intensa relação e uma viagem de descobertas
e prazer.

Os Suspeitos (1995)

Detetive interroga um dos únicos sobreviventes de uma explosão no cais que provocou
dezenas de mortes. O suspeito conta uma história sobre os eventos que levaram ele e mais
quatro criminosos ao local do crime, deixando dúvidas sobre a verdade.

Morte em Veneza (1971), de Luchino Visconti

O compositor Gustav von Aschenbach viaja para um resort em Veneza para fugir de uma
crise pessoal e artística. Apesar da tranquilidade do local, ele desenvolve uma atração
perturbadora por um adolescente, Tadzio. Mas as vidas de ambos são ameaçadas por uma
epidemia de cólera. O poder avassalador da beleza.

 Amnésia (2000)

Leonard está caçando o homem que estuprou e matou sua esposa. Ele tem dificuldades em
encontrar o assassino pois sofre de uma forma intratável de perda de memória. Mesmo que ele
possa lembrar detalhes da vida antes do acidente, Leonard não consegue lembrar o que
aconteceu quinze minutos atrás, onde está indo ou a razão.

Crepúsculo dos Deuses (1950) de Billy Wilder

Uma estrela veterana do cinema mudo se recusa a aceitar que seu reinado acabou. Então ela
contrata um jovem roteirista para ajudá-la a reconquistar o sucesso. O escritor acredita que
pode manipular a atriz, mas percebe que está redondamente enganado. Comparando esse
clássico com a maioria da produção contemporânea, fica a sensação de que Norma Desmond
tem razão: os filmes de hoje estão mesmo ficando pequenos demais.
49

Alien, o Oitavo Passageiro (1979)

Uma nave espacial, ao retornar para Terra, recebe estranhos sinais vindos de um asteroide.
Enquanto a equipe investiga o local, um dos tripulantes é atacado por um misterioso ser. O
que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante
atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não para de crescer e tem
como meta matar toda a tripulação.

Um Corpo Que Cai (1958)

O detetive aposentado John Scottie sofre de um terrível medo de alturas. Certo dia, um amigo
pede a John que siga sua esposa. Ele aceita a tarefa e começa a segui-la por toda parte. Ela
demonstra uma estranha atração por lugares altos, levando o detetive a enfrentar seus piores
medos. John começa a acreditar que a mulher é louca, com possíveis tendências suicidas,
quando algo estranho acontece nesta missão.

Testemunha de Acusação (1957)

Um homem aparentemente dócil é acusado de assassinato. Intimada a depor, a esposa do réu


acaba agravando a situação, e decide contratar um antigo advogado para defender o marido.

Cães de Aluguel (1992)

Criminoso reúne seis bandidos para grande roubo de diamantes. Algo sai errado e um deles é
ferido durante roubo e os bandidos precisam descobrir quem foi que os traiu, o que gera
enorme tensão no grupo e enfraquece a todos.

Réquiem Para um Sonho (2000)


50

Enquanto o filho lida com sua própria batalha contra as drogas, Sara é convidada para
participar de seu programa de TV favorito. Para poder usar o vestido preferido, começa a
tomar pílulas para emagrecer e fica viciada.

O Sol É Para Todos (1962)

O filme é baseado no livro de Harper Lee sobre uma cidade cheia de preconceitos no sul dos
Estados Unidos na década de 30. A história é contada sob a perspectiva de duas crianças cujo
pai é um advogado liberal que defende um lavrador negro acusado de estupro.

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004)

Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram
fazer com que o relacionamento desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide
esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que
retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em
depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a
superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba
desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua
memória os quais ela não participa.

Rashomon (1950) Kurosawa

Japão, século XI. Durante uma tempestade, um lenhador, um sacerdote e um camponês


procuram abrigo nas ruínas de um portão histórico em Rashomon. Lá, o sacerdote conta o
crime envolvendo o estupro de uma mulher e o assassinato do marido dela.

O filme é apresentado como uma obra exemplar de ficção cinematográfica capaz de refletir
filosoficamente sobre a natureza da realidade e de nossa própria existência. Essa leitura é
enriquecida com um “interlúdio heideggeriano” tratando da importância dos estados de ânimo
em nosso envolvimento com o mundo. O capítulo conclui com a sugestão de que Rashomon
51

deve ser interpretado em um registro existencial, exigindo, portanto, que se vá além das
familiares considerações epistemológicas com as quais o filme é normalmente associado.

Imagens – Robert Altman (1972)

Cathryn (Susannah York), uma opulenta dona de casa e autora de livros infantis, recebe uma
série de telefonemas misteriosos e perturbadores em sua casa em Londres numa noite
monótona. ... Hugh atribui o estresse e a possível gravidez à explosão de raiva de Cathryn.

Melancolia - Lars von Trier – (2011)

Duas irmãs, afastadas pelo tempo, têm reações completamente distintas ao saber que o mundo
pode estar chegando ao fim com o planeta Melancolia se movimentando em direção à Terra.
Uma aceita calmamente a situação enquanto a outra se desespera.

Carrie, a Estranha (1976)

Baseado num dos maiores sucessos de Stephen King, o filme de terror sobrenatural, dirigido
por Brian De Palma, segue os passos de uma adolescente que frequenta o ensino médio.
Carrie é rejeitada pelos seus colegas de escola e, em casa, vive numa atmosfera sufocante, por
causa da sua mãe controladora. De repente, tudo se altera quando a jovem descobre que tem
poderes paranormais e consegue mexer objetos com a força da mente. A partir daí, ela tem a
oportunidade de se vingar de todos aqueles que a machucaram no passado.

Psicose (1960)

Uma das obras-primas de Alfred Hitchcock, Psicose é um dos filmes de suspense mais
icônicos de sempre, que acabou virando referência na cultura pop.

Marion Crane é uma mulher que cometeu um crime e precisa se esconder. É assim que ela vai
parar no Motel Bates, um local remoto dirigido por um homem chamado Norman que tem
52

uma relação muito estranha com a sua mãe. Quando os crimes começam a surgir, o clima de
tensão vai aumentando e você também vai querer descobrir o assassino!

O Que Terá Acontecido a Baby Jane? (1962)

O filme de drama e suspense dirigido por Robert Aldrich, reuniu duas grandes estrelas da
época: Bette Davis e Joan Crawford. O longa-metragem, que foi um sucesso quase imediato,
retrata a vida decadente e a rivalidade entre duas irmãs, Jane e Blanche, que em tempos foram
estrelas, mas perderam tudo devido a um acidente.

A Mosca (1986)

Dirigido por: David Cronenberg

Com efeitos especiais que ajudaram a definir a década de 80, o longa segue o destino de Seth
Brundle, um cientista que conduz processos experimentais perigosos. Durante um deles, o
DNA do protagonista se mistura com o de um inseto e ele se transforma numa criatura
monstruosa.

Corra! (2017)

Uma das obras mais comentadas do cinema norte-americano contemporâneo, o filme de terror
e suspense dirigido por Jordan Peele nos prende do começo ao fim com uma narrativa
imperdível. Chris é um fotógrafo afro-americano que viajar para conhecer os pais da
namorada, Rose. Chegando lá, ele é recebido com simpatia, mas o tempo começa a revelar
sinais de preconceito e violência que estavam escondidos.

Se7en: Os Sete Crimes Capitais (1995)

O filme de crime e suspense é considerado um dos mais importantes da carreira do diretor


David Fincher, tendo sido responsável por projetá-lo para a fama internacional. O enredo
segue David e William, dois agentes policiais com métodos bastante distintos. Juntos, eles
precisam encontrar um assassino em série que está encenando os sete pecados mortais através
de seus crimes.
53

Disque M para Matar - Alfred Hitchcock (1954)

Em Londres, um ex-tenista profissional decide matar sua mulher, para poder herdar seu
dinheiro e também como vingança por ela ter tido um affair um ano antes, com um escritor
que vivia nos Estados Unidos mas que no momento está na cidade. Ele chantageia um colega
de faculdade para estrangulá-la, dando a entender que o crime teria sido cometido por um
ladrão. Mas quando algo sai muito errado, ele vê uma maneira de dar um rumo aos
acontecimentos em proveito próprio.

O Show de Truman - Ano: 1998 - Direção: Peter Weir

Show de Truman é um filme que consegue conciliar, num enredo envolvente, diversão e
papo-cabeça. A diversão fica por conta dos diálogos e da atuação hilária de Jim Carrey. Mas o
filme levanta discussões interessantíssimas sobre o que julgamos ser a realidade e se somos
realmente livres numa sociedade marcada pela vigilância e pelo controle.

O Farol (2020) Robert Eggers

No final do século 19, um novo zelador chega a uma remota ilha na Nova Inglaterra para
ajudar o faroleiro local, mas o isolamento causa tensão na convivência entre os dois homens.
Entre tempestades e goles de querosene, o novato tenta desvendar os mistérios que existem
nas histórias de pescador de seu chefe. Thomas Wake (Willem Dafoe) e Ephraim Winslow
(Robert Pattinson) vivem um jogo de violência e erotismo em O Farol. Confinados numa ilha,
eles têm a companhia um do outro e da natureza, num ambiente hostil e com uma fotografia
P&B de forte impacto visual. Muito bom!

O franco-atirador - Pierre Morel (2015)

Depois de uma longa carreira como matador de aluguel, Martin Terrier pretende se aposentar
e passar o resto da vida ao lado de sua amada. Mas quando ele descobre que está sendo traído
por pessoas de sua confiança, Martin começa uma viagem por toda a Europa para acertar as
contas com cada homem que tentou enganá-lo.
54

Amargo Regresso - Direção: Hal Ashby (1978)

Em 1968, Bob Hyde (Bruce Dern), um oficial do exército americano, embarca para o Vietnã.
Sally (Jane Fonda), sua mulher, vai trabalhar em um hospital de veteranos e lá se apaixona
por Luke Martin (Jon Voight), um soldado que ficou paraplégico na guerra do Vietnã. A
trama se desenvolve até que, quando a verdade revelada, as consequências se tornam
dramáticas para todos os envolvidos.

Nascido em 4 de julho – Oliver Stone (1989)

Ron Kovic (Tom Cruise) é um rapaz idealista e cheio de sonhos, que deixa a namorada (Kyra
Sedgwick) e a família para ir lutar no Vietnã. Já na guerra, ele é ferido e fica paraplégico. Ao
voltar aos Estados Unidos é recebido como herói, mas logo se vê confrontando com a
realidade do preconceito aos deficientes físicos, mesmo aqueles considerados heróis de
guerra. Ron decide então se juntar a outros para lutar pelos seus direitos, agora negados pelo
país que os enviara para a guerra.

Ano passado em Marienbad - Alain Resnais (1961)

Num hotel de luxo um homem (Giorgio Albertazzi) tenta convencer uma mulher casada
(Delphine Seyrig) a fugir com ele. Entretanto ela não consegue se lembrar do caso que
supostamente os dois tiveram no ano anterior em Marienbad.

Você também pode gostar