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CONTABILIDADE

TRIBUTÁRIA

Mini Currículo – Prof. Me. José Sóstenes Silva Cruz


Mestre em Administração e Desenvolvimento Rural. Especialista em Contabilidade
Estratégica e em Docência Superior. Contador e empresário contábil. Professor
universitário e do IFPE. Consultor do SEBRAE e Instrutor da FIEPE. Professor de diversos
programas de pós-graduação do país. Autor dos livros: Análise e Interpretação de
Balanços, pela Editora Livro Rápido e Análise Financeira de Balanços, pela Editora
Rêspel.
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Sumário
NOVO SIMPLES NACIONAL – 2018 ................................................................................................ 3
Novas alíquotas e anexos do Simples Nacional ........................................................................ 3
Novas atividades no Simples Nacional ...................................................................................... 4
Novo redutor de receita ............................................................................................................ 4
Novas regras para o MEI ........................................................................................................... 4
Fórmula para cálculo do imposto.............................................................................................. 7
IRPJ – LUCRO PRESUMIDO ............................................................................................................ 9
CSLL – LUCRO PRESUMIDO ......................................................................................................... 13
IRPJ – Lucro Real.......................................................................................................................... 16
Lucro Real Trimestral .............................................................................................................. 18
Fórmula para cálculo ........................................................................................................... 19
Exercícios ..................................................................................................................................... 20
Estimativa Mensal ................................................................................................................... 22
Fórmula para cálculo ........................................................................................................... 23
Incidência do adicional de 10% ............................................................................................... 24
Balancete de Suspensão ou Redução...................................................................................... 25
Exercícios ..................................................................................................................................... 26
CÁLCULO DO IMPOSTO ............................................................................................................... 27
Adições .................................................................................................................................... 27
Exclusões ................................................................................................................................. 27
Outros ajustes ......................................................................................................................... 27
Exercício ...................................................................................................................................... 29
INCENTIVOS FISCAIS .................................................................................................................... 30
Programa Empresa Cidadã ...................................................................................................... 30
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) ................................................................... 30
Doações ao Fundo da Criança e do Adolescente e ao Fundo Nacional do Idoso ................... 32
Incentivos às atividades culturais ou artísticas ....................................................................... 32
Atividades de Caráter Desportivo ........................................................................................... 34
Doações a Instituições de Ensino e Pesquisa .......................................................................... 34
Doações a Entidades Civis que prestem serviços gratuitos .................................................... 35
Dedutibilidade das doações feitas a OSCIP ............................................................................. 35
PAGAMENTO DO IMPOSTO..................................................................................................... 37
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO LÍQUIDO (CSLL) .............................................................. 38

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NOVO SIMPLES NACIONAL – 2018


O novo teto de faturamento agora é de R$4,8 milhões por ano, mas com uma ressalva:
o ICMS e o ISS serão cobrados separado do DAS e com todas as obrigações acessórias
de uma empresa normal quando o faturamento exceder R$3,6 milhões acumulados nos
últimos 12 meses, ficando apenas os impostos federais com recolhimento unificado.

Novas alíquotas e anexos do Simples Nacional

A alíquota inicial permanece a mesma nos anexos de comércio (anexo I), indústria
(anexo II)e serviços (anexos III, IV), exceto para o novo anexo V de serviços, que será
atualizado e não terá mais relação com o anexo V anterior. Todas as atividades do anexo
V passam a ser tributadas pelo Anexo III. Extingue-se o anexo VI e as atividades passam
para o novo anexo V.

Serviços (antigo anexo V): - administração e locação de imóveis de terceiros; - academias de dança, de
capoeira, de ioga e de artes marciais; academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas
de esportes; - elaboração de programas de computadores, jogos eletrônicos - desde que desenvolvidos
em estabelecimento do optante; - licenciamento ou cessão de direitos de uso de programas de
computação, planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas; - empresas
montadoras de estandes para feiras; - laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica, serviços de
tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, ressonância
magnética e serviços de prótese em geral.

Atividades de Arquitetura e Urbanismo, medicina, odontologia, psicologia, terapia


ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e bancos de
leite vão para o Anexo III.

Serviços (novo anexo V):

a) medicina veterinária;
b) serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de interpretação;
c) engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte
e análises técnicas e t ecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia;
d) representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e
serviços de terceiros;
e) perícia, leilão e avaliação;
f) auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administraç ão;
g) jornalismo e publicidade;
h) agenciamento, exceto de mão de obra;
i) outras atividades do setor de serviços que tenham por finalidade a prestação de
serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica,
científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada
ou não, desde qu e não sujeitas à tributação na forma dos Anexos III, IV ou V da
Lei Complementar nº 123/2006.

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Cria-se uma relação de faturamento x folha de pagamento (fopag) para redução de


alíquota das atividades tributadas pelo anexo V (que passam a ser tributadas pelo anexo
III se a relação da folha de pagamento sobre o faturamento for de 28% ou mais). Mas o
contrário também pode ocorrer (!!!)

Novas atividades no Simples Nacional

Em 2018, micro e pequenos produtores de bebidas alcoólicas (cervejarias, vinícolas,


licores e destilarias) poderão optar pelo Simples Nacional, desde que inscritos no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Também poderão pedir inclusão no Simples Nacional as organizações da sociedade civil


(Oscips), as sociedades cooperativas e as integradas por pessoas em situação de risco
ou vulnerabilidade pessoal ou social, além de organizações religiosas que se dediquem a
atividades de cunho social. Entre as Oscips, não podem participar sindicatos, associações
de classe ou de representação profissional e os partidos.

Novo redutor de receita

A grande mudança aqui é a exclusão sobre a receita bruta dos valores repassados em
parceria a cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures, pedicures, depiladores e
maquiadores.

Por exemplo: O salão fatura R$ 100,00 do corte de cabelo, mas tem um contrato de
parceria com a cabeleireira de R$ 30,00 por corte, logo, a receita do salão será de R$ 70
e não R$100. Antes, a receita do salão seria de R$100 e pagaria imposto em cima de
R$100. Agora, ele paga imposto apenas em cima de R$70.

Mas vale lembrar que a obrigação do recolhimento do imposto pelos $30, passa a ser
do contratante e não do contratado. (???)

Novas regras para o MEI

As duas grandes e principais mudanças é o novo teto de faturamento (até R$ 81.000,00


- oitenta e um mil Reais) por ano ou proporcional (nos casos de abertura) e a inclusão
do empreendedor Rural.

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ANEXO I DO SIMPLES NACIONAL 2018

Participantes: empresas de comércio (lojas em geral)

Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Quanto descontar do valor recolhido

Até R$ 180.0000,00 4% 0

De 180.000,01 a 360.000,00 7,3% R$ 5.940,00

De 360.000,01 a 720.000,00 9,5% R$ 13.860,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,7% R$ 22.500,00

De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,3% R$ 87.300,00

De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19% R$ 378.000,00

Anexo II do Simples Nacional 2018

Participantes: fábricas/indústrias e empresas industriais

Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Quanto descontar do valor recolhido

Até R$ 180.0000,00 4,5% 0

De 180.000,01 a 360.000,00 7,9% R$ 5.940,00

De 360.000,01 a 720.000,00 10% R$ 13.860,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,2% R$ 22.500,00

De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,7% R$ 85.000,00

De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30% R$ 720.000,00

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Anexo III do Simples Nacional 2018

Participantes: empresas que oferecem serviços de instalação, de reparos e de


manutenção. Consideram-se neste anexo ainda agências de viagens, escritórios de
contabilidade, academias, laboratórios, serviços advocatícios, empresas de medicina e
odontologia (a lista do Anexo III vai estar no § 5º-B, § 5º-D e § 5º-F do artigo 18 da Lei
Complementar 123)

Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Quanto descontar do valor recolhido

Até R$ 180.0000,00 6% 0

De 180.000,01 a 360.000,00 11,2% R$ 9.360,00

De 360.000,01 a 720.000,00 13,5% R$ 17.640,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 16% R$ 35.640,00

De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21% R$ 125.640,00

De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33% R$ 648.000,00

Anexo IV do Simples Nacional 2018

Participantes: empresas que fornecem serviço de limpeza, vigilância, obras, construção


de imóveis (a lista do Anexo IV vai estar no § 5º-C do artigo 18 da Lei Complementar
123)

Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Quanto descontar do valor recolhido

Até R$ 180.0000,00 4,5% 0

De 180.000,01 a 360.000,00 9% R$ 8.100,00

De 360.000,01 a 720.000,00 10,2% R$ 12.420,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 14% R$ 39.780,00

De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22% R$ 183.780,00

De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33% R$ 828.000,00

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Anexo V do Simples Nacional 2018

Participantes: empresas que fornecem serviço de auditoria, jornalismo, tecnologia,


publicidade, engenharia, entre outros (a lista do Anexo IV vai estar no § 5º-I do artigo 18
da Lei Complementar 123)

Receita Bruta Total em 12 meses Alíquota Quanto descontar do valor recolhido

Até R$ 180.0000,00 15,5% 0

De 180.000,01 a 360.000,00 18% R$ 4.500,00

De 360.000,01 a 720.000,00 19,5% R$ 9.900,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,5% R$ 17.100,00

De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23% R$ 62.100,00

De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% R$ 540.000,00

Fórmula para cálculo do imposto

Antes de mais nada, descubra em qual anexo a sua empresa está enquadrada.
(ferramenta do www.contabeis.com.br). Então, o cálculo que deve ser feito é o seguinte:
receita anual total durante o ano multiplicado pela alíquota indicada. Depois, é só
descontar o valor apontado e dividir o valor final pela receita anual bruta total.

Em suma: (RBT12 * Aliq) – PD/RBT12

RBT12: Receita Bruta Total acumulada nos doze meses anteriores

Aliq: alíquota nominal constante (anexos I e V da Lei Complementar)

PD: parcela de deduzir constante (anexos I e V da Lei Complementar)

Exemplo 1 - Empresa enquadrada no anexo I - Comércio

Receita Bruta dos últimos 12 meses - 1.331.108,20

Receita Mensal - 170.133,20

Inicialmente você vai precisar conferir dentro da tabela do anexo em questão qual a
alíquota nominal, e qual a alíquota efetiva da empresa:

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Neste caso, pela tabela a empresa ficaria enquadrada na 4° faixa (entre 720.000,01 e
1.800.000,00). E assim, pela tabela é dito que se tem uma alíquota nominal de 10,70%
e uma dedução de 22.500,00.

Então agora será aplicada a fórmula descrita, para encontrar a alíquota efetiva, ou seja,
a real alíquota para fins de cálculo do Simples Nacional.

Aplicação da fórmula:

1.331.108,20 x 10,70% - 22.500,00 = 119.928,57 / 1.331.108,20 = 9,01%

Então 9,01% será a nossa alíquota efetiva para fins de cálculo.

170.133,20 x 9,01% = 15.329,00

Então 15.329,00 será o valor a recolher no DAS. Lembrando que se dentro das seções
do anexo I, a empresa tiver algum caso que não pague um determinado tributo, como
nos casos de ICMS ST, PIS e COFINS monofásico e etc... Deverá segregar a alíquota
efetiva encontrada, para saber o percentual de tributo a desconsiderar.

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IRPJ – LUCRO PRESUMIDO


Podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas, não
obrigadas à apuração do lucro real, cuja receita bruta total, no ano-calendário
imediatamente anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 ou ao limite
proporcional de R$ 6.500.000,00 multiplicados pelo número de meses de atividades
no ano, se inferior a 12. (Lei nº 9.718/1998, art. 14 com a redação dada pelo Lei nº
10.637/2002, art. 46).

Para efeito de enquadramento no limite que autoriza a empresa a optar pelo lucro
presumido, integram a receita bruta:

a) as receitas da prestação de serviços, da venda de produtos de fabricação


própria, da revenda de mercadorias, do transporte de cargas, da industrialização
de produtos em que a matéria-prima, o produto intermediário e o material de
embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização,
da atividade rural e das outras atividades compreendidas nos objetivos sociais da
pessoa jurídica;

b) as receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com os


objetivos da empresa, bem como os ganhos de capital;

c) os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;

d) os ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de renda


variável (operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas); e

e) a parcela das receitas de exportações realizadas a pessoas vinculadas ou


domiciliadas em país com tributação favorecida (que não tribute a renda ou que
a tribute à alíquota máxima inferior a 20%), determinada segundo as normas
sobre preços de transferência, que excedeu o valor registrado na escrituração
da empresa no Brasil (da Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 22 , § 1º, "e",
e Instrução Normativa SRF nº 243/2002).

Não integram a receita bruta:

a) as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos concedidos


incondicionalmente e o IPI cobrado destacadamente do comprador ou
contratante, do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero
depositário;

b) as saídas que não decorram de vendas, a exemplo das transferências de


mercadorias para outros estabelecimentos da mesma empresa.

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No regime do lucro presumido, a apuração do imposto será feita trimestralmente,


por períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
dezembro de cada ano-calendário.

A opção pela tributação com base no lucro presumido será manifestada por ocasião do
pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido no primeiro trimestre
do ano-calendário, vencível no último dia útil de abril. (RIR/1999, art. 516, § 4º e art.
856).

O lucro presumido será determinado aplicando-se sobre a receita bruta de vendas de


mercadorias de produtos e/ou da prestação de serviços, apurada em cada trimestre, os
percentuais constantes da tabela a seguir, conforme a atividade geradora.

Espécies de atividades geradoras da receita %


Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante 1,6%
e- Venda
gás natural.
de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo)
- Transporte de cargas
- Serviços hospitalares
- Atividade rural
- Industrialização de produtos em que a matéria-prima ou o produto intermediário ou o
material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a
industrialização 8%
- Atividades imobiliárias
- Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais próprios.
- Qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços), para a qual não esteja
previsto percentual.
- Serviços de transporte (exceto o de cargas)
- Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões
regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual 16%
não superior a R$ 120.000,00.
- Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os
prestados por sociedades civis de profissões regulamentadas (que de acordo com o
Novo Código Civil passa a ser chamada de sociedade simples)
- Intermediação de negócios
- Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer 32%
natureza.
- Serviços de mão-de-obra de construção civil, quando a prestadora não empregar
materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra.

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Do imposto devido em cada trimestre será deduzido todo valor recolhido de terceiros
(público ou privado), bem como os valores retidos na fonte por conta de ganhos de
aplicação financeira.

Com o valor do imposto devido em cada trimestre poderão ser compensados os valores
de pagamentos indevidos ou a maior que o devido a título de Imposto de Renda e saldo
negativo do Imposto de Renda apurado em períodos anteriores, ainda não
compensados. Essa compensação é feita através de PER/DCOMP.

Exemplo:

Admita-se que, no 1º trimestre de 2016 (período de 1º.01 a 31.03.2016), uma empresa,


optante pela tributação com base no lucro presumido:

a) percebeu receita de vendas de mercadorias no valor total de R$


900.000,00 e receita de prestação de serviços no valor total de R$
60.000,00;
b) percebeu rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa de R$
7.000,00 (sobre os quais foi retido o Imposto de Renda na Fonte de R$
1.400,00);
c) vendeu bens do Ativo Imobilizado, tendo apurado nessa transação ganho
de capital (lucro) de R$ 18.000,00; e
d) não percebeu outras receitas ou resultados nem tem qualquer outro
valor que deva ser computado na base de cálculo do imposto.

Nesse caso, considerando que os percentuais aplicáveis sobre as receitas são de 8%


sobre a receita de venda de mercadorias e 32% sobre a receita de prestação de
serviços, têm-se:

a) determinação da base de cálculo do imposto:

8% sobre R$ 900.000,00 R$ 72.000,00


32% sobre R$ 60.000,00
............................................................. R$ 19.200,00
Soma
............................................................. R$ 91.200,00
Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa
........................................................................................... R$ 7.000,00
Ganhos de capital na alienação de bens do Ativo
................ R$ 18.000,00
Base de
Permanente .. cálculo do imposto trimestral R$ 116.200,00
........................................

b) imposto devido no trimestre:

Imposto normal: 15% de R$ 116.200,00 R$ 17.430,00


Adicional: 10% de R$ 56.200,00 R$ 5.620,00
Total do imposto devido R$ 23.050,00
IRRF sobre receitas computadas na base de cálculo trimestral (R$ 1.400,00)
Imposto líquido a pagar R$ 21.650,00

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O imposto apurado em cada trimestre deverá ser pago, em quota única, até o último
dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de sua apuração ou, à opção
da empresa, em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas, observando-se o seguinte (art.
856 do RIR/1999):

a) as quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subsequentes ao de
encerramento do período de apuração;
b) nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 e o imposto de valor
inferior a R$ 2.000,00 será pago em quota única;
c) o valor de cada quota (excluída a primeira, se paga no prazo) será acrescido de
juros equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC).

No preenchimento do DARF para o pagamento do IRPJ devido com base no lucro


presumido, utiliza-se, no campo 04, o código 2089.

O DARF não pode ser utilizado para pagamento de impostos e contribuições de valor
inferior a R$ 10,00. Se o imposto apurado for de valor inferior a R$ 10,00, deverá ser
adicionado ao imposto devido em período(s) subsequente(s) até que o valor total seja
igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser pago no prazo para o
pagamento do imposto devido no(s) período(s) em que esse limite for atingido
juntamente com esse imposto, sem nenhum acréscimo moratório.

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CSLL – LUCRO PRESUMIDO


As empresas que optarem pelo pagamento do Imposto de Renda com base no lucro
presumido deverão apurar a Contribuição Social sobre o Lucro trimestralmente e efetuar
o seu pagamento com os mesmos procedimentos dispensados ao IRPJ.

A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro devida pelas empresas


submetidas à apuração do Imposto de Renda com base no lucro presumido
corresponderá ao somatório dos seguintes valores, apurados em cada trimestre (Lei
nº 9.430/1996, arts. 29 e 30):

 12% da receita bruta da venda de mercadorias/produtos e/ou da prestação de


serviços.
 ganhos de capital (lucros) na alienação de bens do Ativo Permanente e todas as
demais receitas e resultados.

O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida no mês sobre o lucro das
empresas optantes pelo lucro presumido e das pessoas jurídicas desobrigadas de
escrituração contábil é de 32% para aquelas que exerçam as seguintes atividades:

 prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de


transportes, inclusive de carga;
 intermediação de negócios;
 administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer
natureza;
 prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

A alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro é de 9%. As deduções e compensações


são iguais as do IRPJ.

Considerando a hipótese de empresa que percebeu, no primeiro trimestre/2016, R$


960.000,00 de receita bruta de vendas de mercadorias, R$ 7.000,00 de rendimentos
de aplicações financeiras de renda fixa e R$ 18.000,00 de ganho de capital na alienação
de bens do Ativo Imobilizado, temos:

- 12% de R$ 960.000,00 R$ 115.200,00


- Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa R$ 7.000,00
- Ganhos de capital na alienação de bens do Ativo R$ 18.000,00
-Permanente
Base de cálculo da contribuição R$ 140.200,00
- Contribuição devida: 9% s/ R$ 140.200,00 R$ 12.618,00
No preenchimento do DARF deve ser utilizado (no campo 04) o código 2372.

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EXERCÍCIOS LUCRO PRESUMIDO

1 – Calcular o IRPJ/CSLL, pelo Lucro Presumido, referente ao 2º trimestre de 2016,


devido por uma empresa com múltiplas atividades, levando em consideração os
seguintes dados:

 Receitas da venda de combustíveis a consumidor final $ 500.000,00


 Sobre as receitas do item anterior, houve retenção antecipada de IRPJ $
1.200,00
 Receitas da prestação de serviços de transporte de carga $ 450.000,00
 Receitas da prestação de serviços de manutenção de veículos $ 250.000,00
 Receitas de venda de mercadorias e fornecimento de alimentação $
300.000,00

2 – Calcular o IRPJ/CSLL pelo Lucro Presumido referente ao 3º trimestre de 2016 devido


por uma empresa Comercial de Materiais para Construção, conhecendo-se:

 Receitas brutas de vendas - $ 2.000.000,00


 Rendimento aplicações - $ 10.000,00
 Devoluções de vendas - $ 20.000,00
 Descontos Incondicionais - $ 30.000,00
 IRRF s/ receitas inclusas nas receitas brutas - $ 5.000,00
 IRRF s/ aplicação - $ 1.500,00

3 – Calcular o IRPJ/CSLL com os dados a seguir:

a) Comércio – em setembro vendeu uma máquina por $ 60.000, que custou $


45.000.

Meses Faturamento Julho 2.500.000


Janeiro 1.000.000 Agosto 2.750.000
Fevereiro 1.250.000 Setembro 3.000.000
Março 1.500.000 Outubro 2.900.500
Abril 1.750.000 Novembro 3.250.000
Maio 2.000.000 Dezembro 3.500.000
Junho 2.250.000

b) Transporte de passageiros – início das atividades em março


Meses Faturamento Agosto 170.000
Março 125.000 Setembro 180.000
Abril 130.000 Outubro 185.000
Maio 140.000 Novembro 190.000
Junho 150.000 Dezembro 200.000
Julho 160.000

14
15

4 - A empresa JFX Comércio e Serviços Ltda., obteve os faturamentos abaixo relacionados:

Comércio em Vendas
Meses geral Transportes de cargas Canceladas
Janeiro 12.000,00 850,00 1.200,00
Fevereiro 13.500,00 1.600,00 -
Março 15.600,00 2.450,00 -
Abril 26.000,00 3.210,00 600,00
Maio 11.320,00 7.560,00 120,00
Junho 9.640,00 2.960,00 -
Julho 28.710,00 3.450,00 -
Agosto 65.400,00 6.470,00 -
Setembro 32.600,00 5.230,00 -
Outubro 49.280,00 1.620,00 5.000,00
Novembro 23.790,00 1.470,00 -
Dezembro 19.900,00 2.940,00 4.620,00
Total 307.740,00 39.810,00 11.540,00

O extrato de aplicações financeiras indicava:

Meses Rendimento Resgate


Janeiro 87,00
Fevereiro 163,77
Março 250,77 3.600,00
Abril 328,56
Maio 773,80
Junho 302,97
Julho 353,12 4.500,00
Agosto 662,24
Setembro 535,32 1.300,00
Outubro 165,81
Novembro 150,46 5.800,00
Dezembro 300,92
Total 4.074,74 15.200,00

Outras Informações:
Quando do resgate, incide a alíquota de 15% de IRRF.
Em Agosto houve uma venda de veículo, cujo ganho foi de $ 2.800.
Em Novembro a empresa aplicou no mercado de ações e obteve um prejuízo de $ 3.200.
16

IRPJ – Lucro Real

De acordo com a legislação atualmente em vigor, estão obrigadas à apuração do lucro


real as pessoas jurídicas (Lei nº 9.718/1998, art. 14, com a redação dada pela Lei nº
10.637/2002, art. 46):

a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior ao limite de R$


78.000.000,00 ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior
a doze meses (ou seja, no caso de início de atividades no ano anterior, multiplica-
se o número de meses de atividade por R$ 6.500.000,00);

b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de


desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de
seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais


relativos a isenção ou redução do imposto;

e) que, no decorrer do ano-calendário, efetuem pagamento mensal do Imposto de


Renda pelo regime de estimativa;

f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de


assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Deve ser notado, todavia, que, mesmo que não esteja obrigada ao lucro real, a
empresa poderá optar por este sistema de tributação.
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem adotar uma das
seguintes formas de pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro:

a) pagamento trimestral, mediante apuração de lucro real trimestral definitivo; ou


b) pagamento mensal por estimativa e apuração anual do lucro real (em 31 de
dezembro).
17

Na prática, a maioria das empresas opta pela estimativa (balanço anual), tendo em vista
vantagens de economia tributária e/ou de simplificação de procedimentos, e também pelo fato
de que a pessoa jurídica tem a faculdade de suspender ou reduzir o pagamento da
estimativa de acordo com os resultados que apurar em balanços ou balancetes levantados
especificamente para esse fim.

É importante sublinhar, ainda, que a adoção de uma das formas citadas (lucro real
trimestral ou pagamento por estimativa, com apuração anual) é irretratável para todo o ano-
calendário. (RIR/1999, arts. 220, 221 e 232 e Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 17).
18

Lucro Real Trimestral

O lucro real trimestral é definitivo. A apuração deverá ser feita partindo-se do resultado
líquido de cada trimestre (encerrado nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e
31 de dezembro do ano-calendário), determinado por meio de levantamento de balanço com
observância das normas estabelecidas pela legislação comercial e fiscal.
A apuração trimestral é definitiva, de modo que o lucro real de um trimestre não
pode ser compensado com o prejuízo fiscal de trimestre subsequente, ainda que do mesmo
ano-calendário. E, se for apurado prejuízo fiscal em um trimestre, a compensação desse
prejuízo com o lucro real apurado nos trimestres seguintes ficará sujeita à observância do
limite máximo de 30% do lucro real. Além disso, o prejuízo não operacional (atualmente
chamado de outras despesas/receitas) de um trimestre somente poderá ser compensado,
nos trimestres seguintes, com lucros da mesma natureza. Como exemplo, apresenta-se a
seguinte situação:

No 1º trimestre a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional (15.000)
- Outras receitas/despesas -
- Resultado Antes IR (15.000)
- Base para o IR -

No 2º trimestre a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 50.000
- Outras receitas/despesas -
- Resultado Antes IR 50.000
- Comp. Prejuízo (1º trim.) (15.000)
- Base para o IR 35.000

No 3º trimestre a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 10.000
- Outras receitas/despesas (20.000)
- Resultado Antes IR (10.000)
- Base para o IR -

No 4º trimestre a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 20.000
- Outras receitas/despesas -
- Resultado Antes IR 20.000
- Comp. Prejuízo -
- Base para o IR 20.000
19

No trimestre seguinte a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 30.000
- Outras receitas/despesas 10.000
- Resultado Antes IR 40.000
- Comp. Prejuízo (3º trim.) (3.000)
- Base para o IR 37.000

O resultado será ajustado mediante escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real


(Lalur) por todas as adições, exclusões e compensações determinadas ou autorizadas pela
legislação do Imposto de Renda.
Do mesmo modo, a Contribuição Social sobre o Lucro devida em cada trimestre será
determinada com base no resultado trimestral apurado contabilmente, ajustado pelas
adições, exclusões e compensações determinadas ou autorizadas pela legislação vigente.

Fórmula para cálculo

Resultado contábil trimestral antes do IRPJ


(+) Adições (Ajustes na parte "A" do LALUR)
(-) Exclusões (Ajustes na parte "A" do LALUR)
(=) Lucro real trimestral = subtotal
(-) Compensação de prejuízos fiscais (limitada a 30% do lucro real do trimestre)
(=) Lucro real tributável do trimestre
(x) alíquota de 15% sobre o total do lucro real do trimestre
(x) alíquota de 10% sobre o lucro real que exceder a R$ 60.000,00 no trimestre
(=) IRPJ devido no trimestre
(-) Incentivos (PAT, Projetos Culturais, Audiovisual, Doações).
(=) Valor do IRPJ a ser contabilizado
(-) Deduções/compensações:
(-) IR Fonte notas fiscais de serviços;
(-) IR Fonte aplicações financeiras;
(-) IR Fonte juros remuneratórios capital próprio
(-) IRPJ retido de órgãos públicos
(-) IR pago sobre ganhos de renda variável
(-) Saldo negativo de períodos anteriores
(-) Valores pagos a maior indevidamente
(-) Demais compensações solicitadas a RFB
= IRPJ a pagar (se positivo) ou
= IRPJ a compensar (se negativo)
20

Exercícios

1. Calcule a base para o IR de cada trimestre.

No trimestre a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 10.000
- Outras receitas/despesas (2.000)
- Resultado Antes IR 8.000
- Comp. Prejuízo
- Base para o IR

No trimestre seguinte a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional (5.000)
- Outras receitas/despesas -
- Resultado Antes IR (5.000)
- Comp. Prejuízo
- Base para o IR

No trimestre seguinte a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 8.000
- Outras receitas/despesas 2.000
- Resultado Antes IR 10.000
- Comp. Prejuízo
- Base para o IR

No trimestre seguinte a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 2.000
- Outras receitas/despesas (5.000)
- Resultado Antes IR (3.000)
- Comp. Prejuízo
- Base para o IR

No trimestre seguinte a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 8.000
- Outras receitas/despesas -
- Resultado Antes IR 8.000
- Comp. Prejuízo
- Base para o IR
21

No trimestre seguinte a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 5.000
- Outras receitas/despesas -
- Resultado Antes IR 5.000
- Comp. Prejuízo
- Base para o IR

No trimestre seguinte a empresa apresentou os saldos:


- Resultado Operacional 3.000
- Outras receitas/despesas 1.000
- Resultado Antes IR 4.000
- Comp. Prejuízo
- Base para o IR
Estimativa Mensal

Alternativamente à apuração do lucro real trimestral, a pessoa jurídica pode optar


pelo pagamento mensal do IRPJ e da CSLL calculados por estimativa, o que implica a
obrigatoriedade de apuração do lucro real anual em 31 de dezembro.

Manifesta-se a opção pela estimativa com o pagamento do imposto e da contribuição


correspondentes ao mês de janeiro do ano-calendário, ainda que intempestivo. No caso de
início de atividades, a opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente
ao primeiro mês de atividade da pessoa jurídica.

No regime de pagamentos por estimativa, a base de cálculo do Imposto de Renda


mensal é a mesma do regime de apuração pelo lucro presumido.

Espécies de atividades geradoras da receita %


Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante 1,6%
e- Venda
gás natural.
de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis para consumo)
- Transporte de cargas
- Serviços hospitalares
- Atividade rural
- Industrialização de produtos em que a matéria-prima ou o produto intermediário ou o
material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a
industrialização 8%
- Atividades imobiliárias
- Construção por empreitada, quando houver emprego de materiais próprios.
- Qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços), para a qual não esteja
previsto percentual.
- Serviços de transporte (exceto o de cargas)
- Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões
regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual 16%
não superior a R$ 120.000,00.
- Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual específico, inclusive os
prestados por sociedades civis de profissões regulamentadas (que de acordo com o
Novo Código Civil passa a ser chamada de sociedade simples)
- Intermediação de negócios
- Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer 32%
natureza.
- Serviços de mão-de-obra de construção civil, quando a prestadora não empregar
materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra.

Não entram na base de cálculo do imposto mensal estimado:


a) os rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa,
submetidos à incidência do Imposto de Renda na Fonte;
b) os ganhos líquidos auferidos em operações financeiras de renda variável,
se submetidos à tributação mensal separadamente;
c) os lucros e os dividendos recebidos de participações societárias avaliadas
pelo custo de aquisição;
d) o resultado positivo da avaliação de investimentos pela equivalência
patrimonial;
e) as recuperações de créditos que não representem ingresso de novas
receitas;
f) a reversão de saldo de provisões anteriormente constituídas;
g) os juros remuneratórios do capital próprio auferidos em decorrência da
participação em outras sociedades.

Fórmula para cálculo

Receita Bruta (Faturamento Mensal)


(x) % por atividade sobre o faturamento
(=) Lucro Estimado
(+) Outras Receitas
Ganhos de capital na venda de ativo imobilizado
Variação cambial ativa
Juros ativos
Multas contratuais recebidas
Descontos recebidos
Juros de taxa SELIC relativos a compensação de valores
(=) Base de cálculo estimada de imposto de renda
(x) Alíquota de 15% sobre o total do lucro real do mês
(x) Alíquota de 10% sobre o lucro real que exceder a R$ 20.000,00 no mês
(=) IRPJ mensal estimado devido
(-) Incentivos (PAT, Projetos Culturais, Audiovisual, Doações).
(=) Valor do IRPJ a ser contabilizado
(-) Deduções/Compensações:
(-) IR Fonte notas fiscais de serviços
(-) IRPJ retido de órgãos públicos
(-) Valores pagos a maior indevidamente
(-) Demais compensações solicitadas a RFB
(=) IRPJ a pagar
Incidência do adicional de 10%

No regime de apuração trimestral, sobre a parcela do lucro real de cada trimestre


que exceder a R$ 60.000,00, há a incidência do adicional de 10%, de forma definitiva, ao
passo que no regime de pagamentos mensais, embora incida o adicional sobre a parcela da
base de cálculo do imposto mensal que exceder a R$ 20.000,00, essa incidência somente
será definitiva sobre a parcela do lucro real anual que exceder a R$ 240.000,00.

Por exemplo, em uma empresa que tenha optado pela apuração trimestral do lucro
real poderá ocorrer o seguinte:

Resultado apurado
Trimestre Lucro Real Prejuízo fiscal Adicional devido R$
1º 100.000,00
R$ R$ 10% de 40.000,00 =
2º 120.000,00 10% de 60.000,00 =
4.000,00
3º 80.000,00 10% de 20.000,00 =
6.000,00
4º (70.000,00) 2.000,00
Somas 300.000,00 (70.000,00) 12.000,00

Essa empresa, por ter optado pela apuração trimestral do lucro real, acabou pagando
no ano, de forma definitiva, adicional de R$ 12.000,00, ao passo que se houvesse optado pelo
pagamento mensal do imposto, isso não teria ocorrido, porque o seu lucro real anual seria
de R$ 230.000,00 (R$ 300.000,00 menos R$ 70.000,00), abaixo, portanto, do limite de
incidência do adicional.
Nessa hipótese, no regime de pagamentos mensais, em alguns meses a empresa
poderia ter ficado sujeita ao adicional sobre a parcela do lucro mensal que excedeu a R$
20.000,00, mas essa incidência seria provisória porque o imposto devido mensalmente
durante o ano é deduzido do imposto devido sobre o lucro real anual.

Deve ser observado, ainda, que a pessoa jurídica optante pela estimativa poderá
suspender o pagamento do imposto, desde que demonstre que o valor do imposto devido
(inclusive adicional), calculado com base no lucro real do período em curso, é igual ou inferior
à soma do Imposto de Renda pago, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário
anteriores àquele a que se refere o balanço ou balancete levantado.

Se em determinado mês a pessoa jurídica optar por reduzir ou suspender o Imposto de


Renda devido mediante o levantamento de balanço ou balancete, deverá pagar a
Contribuição Social devida, relativa a esse mês, com base no respectivo balanço ou
balancete.
Balancete de Suspensão ou Redução

Empresa comercial obteve o faturamento e o lucro líquido listados nos meses abaixo:

Meses Faturamento Lucro


Janeiro 100.000 10.000
Fevereiro 150.000 9.000
Março 180.000 (3.000)
Abril 200.000 18.000
Cálculos:

Janeiro
Receita x (8% x 15%) = 100.000 x 1,2% = 1.200
Total anual = 10.000 x 15% = 1.500
Pagamento normal pela estimativa mensal – $ 1.200

Fevereiro
Receita x (8% x 15%) = 150.000 x 1,2% = 1.800
Total anual = 19.000 x 15% = 2.850
Como já foi pago $ 1.200, basta acrescer $ 1.650. (Balancete de redução)

Março
Receita x (8% x 15%) = 180.000 x 1,2% = 2.160
Total anual = 16.000 x 15% = 2.400
Como já foi pago $ 2.850, não há mais nada a pagar. (Balancete de suspensão)

Abril
Receita x (8% x 15%) = 200.000 x 1,2% = 2.400
Total anual = 34.000 x 15% = 5.100
Como já foi pago $ 2.850, basta acrescer $ 2.250. Mas observe que se optar pelo pagamento
por estimativa, pagaria $ 2.400.
Exercícios

1. Atividade da Empresa: Revenda de Mercadorias, Prestação de Serviços, Administração e


Locação de Imóveis.

 Receita com venda de mercadorias - 760.000,00


 Receita com intermediação negócios - 100.000,00
 Receita com aluguel de imóvel pertencente ao imobilizado - 30.000,00
 Ganho na venda de um bem do imobilizado - 850,00
 Juros ativos e descontos obtidos - 2.200,00
 Rendimentos de aplicações renda fixa - 22.000,00
 IRRF sobre prestação de serviços 1.500,00
 IRRF sobre aplicações renda fixa 4.400,00
 IRRF sobre juros capital próprio 600,00

2. Empresa prestadora de serviços em geral, obteve o faturamento e o lucro líquido listados


nos meses abaixo:

Meses Faturamento Lucro


Janeiro 130.000 (5.000)
Fevereiro 100.000 40.000
Março 140.000 44.000
Abril 150.000 38.500

Demonstre a forma que a empresa obterá mais economia no fluxo de caixa, referente ao
pagamento do IR.
CÁLCULO DO IMPOSTO

Adições
Devem ser adicionados ao resultado apurado contabilmente, entre outros:
I - os valores a ele debitados, relativos a:
a) Todas as provisões, com exceção para as provisões para férias e 13º salário de
empregados;
b) doações, exceto:
b.1) doações em favor de projetos de natureza cultural previamente
aprovados pelo Ministério da Cultura com base na Lei nº 8.313/1991, art. 25;
b.2) doações em favor de instituições de ensino e pesquisa sem finalidade
lucrativa, desde que observados, além desses limites, os demais requisitos
legais;
c) despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
c) despesas com brindes;
d) resultado negativo da avaliação, pela equivalência patrimonial, de investimentos
relevantes (participações societárias) em sociedades coligadas ou controladas

Exclusões
Poderão ser excluídos do resultado apurado, entre outros:
a) reversão de provisões não dedutíveis que tenham sido constituídas e adicionadas
à base de cálculo da contribuição em período de apuração anterior;
b) parcela do lucro de empreitada ou fornecimento de bens ou serviços contratados
com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob seu controle, empresa
pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, proporcional ao valor das
receitas computadas no resultado e não recebidas até o final do exercício;
c) resultado positivo da avaliação, pela equivalência patrimonial, de participações
societárias em sociedades coligadas ou controladas, caracterizadas como
investimento relevante.

Outros ajustes
Não são dedutíveis, como custos ou despesas operacionais, as multas por infrações
fiscais, salvo as de natureza compensatória e as impostas por descumprimento de obrigações
tributárias meramente acessórias de que não resultem falta ou insuficiência de pagamento de
tributo.
No entanto, as multas impostas por transgressões de leis de natureza não tributária
são indedutíveis como custos ou despesas operacionais (por exemplo, as multas de trânsito).

Como foi dito anteriormente, a despesa relativa à constituição de provisão é, em regra,


indedutível. A legislação fiscal estabelece algumas exceções a essa regra, autorizando a
dedutibilidade da despesa relativa à constituição de:
a) Provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das
entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação
especial a elas aplicável.
b) Provisões técnicas das operadoras de planos de assistência à saúde, cuja
constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável.
c) Provisão para perda de estoques, calculada no último dia de cada período de
apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido
correspondente a 1/3 do valor do estoque existente naquela data, para as
empresas que exerçam as atividades de editor, distribuidor e de livreiro.

As empresas usualmente registram provisão para perdas no recebimento de créditos,


também chamada Perdas Estimadas para Créditos de Liquidação Duvidosa (antiga PCLD ou
PDD). Essa provisão não é dedutível na apuração do IRPJ e da CSLL. Entretanto, as despesas
com perdas no recebimento de crédito serão dedutíveis quando ocorrerem, desde que
observadas as seguintes condições:
a) Créditos sem garantia
 até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independente
de terem sido iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
 acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um
ano, independente de terem sido iniciados os procedimentos judiciais para o
seu recebimento, porém mantida cobrança administrativa;
 acima de R$ 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano, desde que
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento.
b) Créditos com garantias (Vendas com Reserva Domínio, Alienação Fiduciária em
Garantia ou Operações com Garantias Reais) se vencidos há mais de dois anos,
independente de valor, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento ou o arresto das garantias.
c) Devedor falido ou concordatário - total do crédito no caso da falência e a parcela
que exceder o valor que o concordatário tenha se comprometido a pagar, a partir
da data da decretação da falência ou da concordata e desde que o credor tenha se
habilitado judicialmente para recebimento do crédito.
d) Declaração judicial de insolvência do devedor - total do crédito.
Exercício

1. Com base nos valores a seguir, apure o IR a ser recolhido.

Lucro antes do IR - $ 26.000


Multas de mora – 1.500
Doações – 8.000
Infração fiscal – 10.160
Brindes – 3.000
Prejuízo Fiscal anterior – 100.000
Multas de Trânsito – 800
INCENTIVOS FISCAIS

Programa Empresa Cidadã

O Programa Empresa Cidadã, instituído pelo Decreto nº 7.052/2009 e disciplinado


pela Instrução Normativa RFB nº 991/2010, beneficia a empregada da pessoa jurídica que
aderir ao Programa, desde que a empregada requeira a prorrogação do salário-maternidade
até o final do 1º (primeiro) mês após o parto.

A prorrogação do salário-maternidade:

a) iniciar-se-á no dia subsequente ao término da vigência do benefício de que


trata a Lei nº 8.213/1991 , art. 71 e art. 71-A.
b) será devida, inclusive, no caso de parto antecipado.

O benefício do Programa Empresa Cidadã, também se aplica à empregada de pessoa


jurídica que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, pelos seguintes
períodos:

a) por 60 dias, quando se tratar de criança de até 1 ano de idade;


b) por 30 dias, quando se tratar de criança a partir de 1 até 4 anos de idade
completos; e
c) por 15 dias, quando se tratar de criança a partir de 4 anos até completar 8 anos
de idade.

Para fazer uso da dedução do IRPJ devido, a pessoa jurídica que aderir ao Programa
Empresa Cidadã fica obrigada a controlar contabilmente os gastos com custeio da prorrogação
da licença-maternidade ou da licença à adotante, identificando de forma individualizada os
gastos por empregada que requeira a prorrogação.

A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá deduzir do Imposto sobre a
Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) devido, em cada período de apuração, o total da remuneração
da empregada pago no período de prorrogação de sua licença-maternidade, vedada a
dedução como despesa operacional.

A dedução fica limitada ao valor do IRPJ devido com base:

a) no lucro real trimestral; ou,


b) no lucro real apurado no ajuste anual

Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)

O PAT foi criado pela Lei 6.321/76. O incentivo então concedido acha-se recepcionado
pelos artigos 581 e 582 do RIR. A empresa pode, também, inscrevendo-se no PAT, optar pelo
fornecimento de vale-refeição em vez de manter setor próprio de preparação e fornecimento
de refeições. O vale-refeição é a forma adotada pela maioria das empresas. Fundamentos,
artigos 504, I, 526, 540, 543 e 581 a 588 do RIR.

O método básico de cálculo do PAT é o seguinte: o valor líquido do custeio do programa


(despesas menos valor descontado dos trabalhadores) é dedutível como despesa operacional.
O incentivo consiste em aplicar a alíquota normal do IRPJ (15%) sobre essa despesa líquida de
custeio ou R$ 1,99 x o número de refeições fornecidas.

A dedução direta no imposto, relativa ao incentivo ao PAT, fica limitada a 4%, do


Imposto de Renda (sem a inclusão do adicional), mas o eventual excesso pode ser utilizado
para dedução nos dois anos-calendário subsequentes com observância dos limites admitidos.

Para efeito de utilização do incentivo fiscal ao PAT, o custo máximo por refeição é de
R$ 2,49, sendo 80% o valor do incentivo, ou seja, R$ 1,99. Desse valor se multiplica por 15%.

O incentivo ao PAT, descontável diretamente do IRPJ, corresponderá ao menor dos


seguintes valores:

1) R$ 1,99 multiplicado pelo número de refeições fornecidas no período;


2) Aplicação da alíquota de 15% sobre a soma das despesas de custeio realizadas com o
PAT.

Exemplo:
Imposto normal: R$ 10.000,00
Despesas realizadas no mês com o PAT: R$ 6.000,00
Número de refeições servidas no mês: 1.000

Com esses dados tem-se:

I - Determinação da base de cálculo mensal do incentivo ao PAT:


R$ 1,99 x 2.000 refeições = R$ 3.980,00 x 15% = 597,00

II – Valor das despesas de custeio:


R$ 6.000 x 15% = 900,00

Com base nesses cálculos, o valor que poderá ser deduzido é de R$ 597,00.

III - Limite da dedução do PAT no mês:


R$ 10.000,00 (IRPJ) x 4% = R$ 400,00

Dessa forma, embora a empresa pudesse fazer uso do incentivo de R$ 597,00, devido
ao valor do IR a recolher, só teria direito a se compensar de R$ 400,00, sendo que a diferença
(R$ 197,00) poderá ser utilizada nos próximos dois anos-calendário subsequentes.
Doações ao Fundo da Criança e do Adolescente e ao Fundo Nacional do Idoso

As doações aos Conselhos Municipais, Estaduais ou Nacionais dos Direitos da Criança


e do Adolescente, e ao Fundo Nacional do Idoso, em bens ou em dinheiro não são dedutíveis
para fins de apuração do lucro real, embora possam reduzir o imposto devido.

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real apurado trimestralmente só


podem deduzir o incentivo do valor do imposto devido no trimestre em que os investimentos
forem efetuados, observado, ainda, o limite de 1% do imposto normal devido. Caso seja feito
o cálculo pela estimativa, a empresa poderá usar o excesso até o final do exercício.

Exemplo:
Total das doações efetuadas: R$ 2.500,00
Total do IRPJ devido: R$ 150.000,00
Limite: 1% de R$ 150.000,00 = R$ 1.500,00

Incentivos às atividades culturais ou artísticas

A dedução do incentivo referente a doações e patrocínios culturais é limitada a 4% do


imposto normal devido. Ressalta-se que o valor do incentivo que, em decorrência da
limitação, não for aproveitado no ano-calendário da realização das doações e dos patrocínios
não poderá ser deduzido do imposto devido em ano-calendário subsequente.
Para efeito de determinação do lucro real, os valores correspondentes a doações e
patrocínios culturais realizados terão um dos seguintes tratamentos, conforme o caso:

a) as doações e os patrocínios realizados em favor de projetos culturais aprovados


pelo Ministério da Cultura com base no art. 25 da Lei 8.313/91 (Lei Rouanet)
podem ser integralmente deduzidos como despesa operacional, sem prejuízo da
dedução do incentivo fiscal, sendo que as doações são incentivadas em 40% e os
patrocínios em 30%;

b) o valor total das doações e dos patrocínios realizados em favor de projetos


culturais aprovados pelo Ministério da Cultura com base no art. 18 da Lei 8.313/91
(Lei Rouanet), é indedutível como despesa operacional, o que significa que deverá
ser adicionado ao lucro líquido, para fins de determinação do lucro real. Os valores
dispendidos a título de doações e patrocínios poderão ser integralmente utilizados,
desde que não ultrapassem o limite de dedução do incentivo.
Convém definir o que sejam "doações" ou "patrocínios", nos termos da Lei Rouanet:

Doação - transferência gratuita, em caráter definitivo, à pessoa física ou jurídica


de natureza cultural, sem fins lucrativos, de numerário, bens ou serviços, para
a realização de projetos culturais, vedado o uso de publicidade paga para
divulgação deste ato.

Patrocínio - transferência gratuita, em caráter definitivo, à pessoa física ou


jurídica de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, de numerário, para a
realização de projetos culturais, com a finalidade promocional e institucional
de publicidade. Considera-se também patrocínio, a cobertura de gastos ou a
utilização de bens móveis e imóveis do patrimônio do patrocinador sem a
transferência de domínio, para a realização de projetos culturais sem fins
lucrativos.

Exemplo para o art. 25: popular

Imposto normal - R$ 52.500,00


Considerando os valores de R$ 5.000,00 (a título de doações) e de R$ 3.000,00 (patrocínios),
a parcela incentivada dos gastos seria assim determinada:

Doações (40% de R$ 5.000,00) ...... R$ 2.000,00


(+) patrocínios (30% de R$ 3.000,00) R$ 900,00
(=) Total ............................. R$ 2.900,00

Neste caso:
a) o limite de dedução do incentivo no mês seria de R$ 2.100,00 (4% de R$
52.500,00, que é o imposto normal devido); e
b) restaria um excedente dedutível nos meses seguintes, até o final do
exercício, no valor de R$ 800,00, que é a diferença entre o total da parcela
incentivada (R$ 2.900,00) e o limite deduzido (R$ 2.100,00).

Exemplo para o art. 18: erudito


Imposto normal - R$ 80.000,00
Considerando os valores de R$ 2.000,00 (a título de doações) e de R$ 1.500,00 (patrocínios),
a parcela incentivada dos gastos seria assim determinada:

Doações ........................................ R$ 2.000,00


Patrocínios ...................................... R$ 1.500,00
(=) Total ....................................... R$ 3.500,00
Neste caso:
a) o limite de dedução do incentivo no mês seria de R$ 3.200,00 (4% de R$
80.000,00, que é o imposto normal devido); e
b) restaria um excedente dedutível nos meses seguintes, até o final do
exercício, no valor de R$ 500,00, que é a diferença entre o total da parcela
incentivada (R$ 3.500,00) e o limite deduzido (R$ 3.200,00).

Atividades de Caráter Desportivo


Desde o ano-calendário de 2007 e até o ano-calendário de 2022, inclusive, poderão ser
deduzidos do imposto devido pela pessoa jurídica tributada com base no lucro real os valores
despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e para
desportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte.
As deduções de atividades de caráter desportivo ficam limitadas a 1% (um por cento)
do imposto devido. Além disso, o valor das doações e patrocínios não poderá ser deduzido
como despesa para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL.
No caso de apuração trimestral ou anual, a dedução corresponderá somente ao valor
dos investimentos efetuados dentro do respectivo trimestre de apuração. O valor deduzido
do imposto com base no lucro estimado será considerado imposto pago por estimativa
podendo ser deduzido do imposto devido no ajuste anual.
Não são dedutíveis os valores destinados a patrocínio ou doação em favor de projetos
que beneficiem, direta ou indiretamente, pessoa física ou jurídica vinculada ao doador ou
patrocinador.

Doações a Instituições de Ensino e Pesquisa


São dedutíveis as doações efetuadas às instituições de ensino e pesquisa cuja criação
tenha sido autorizada por lei federal, desde que a beneficiária preencha os requisitos previstos
na Constituição Federal, art. 213, I e II, a saber:

a) tenha finalidade comprovadamente não lucrativa e aplique seus excedentes


financeiros em educação;
b) o valor doado não ultrapasse o limite de 1,5% do lucro operacional da pessoa
jurídica doadora, antes de computada a sua dedução e a das doações a
entidades civis.

Se o valor doado exceder ao limite referido no item b, o excedente não será dedutível
ainda que a beneficiária atenda aos requisitos mencionados no item a.
Doações a Entidades Civis que prestem serviços gratuitos

São dedutíveis também as doações efetuadas a entidades civis, legalmente


constituídas no Brasil, sem fins lucrativos e reconhecidas como de utilidade pública por ato
formal de órgão competente da União, que prestem serviços gratuitos em benefício de
empregados da pessoa jurídica doadora e respectivos dependentes, ou em benefício da
comunidade onde atuem, observadas as seguintes regras:

I - essas doações são dedutíveis até o limite de 2% do lucro operacional da pessoa


jurídica, antes de computada a sua dedução;

II - se for em dinheiro, essas doações deverão ser feitas mediante crédito em conta
corrente bancária, diretamente em nome da entidade beneficiária;

III - a pessoa jurídica doadora deverá manter em arquivo, à disposição da fiscalização,


declaração conforme modelo aprovado pela Instrução Normativa SRF nº 87/1996,
fornecida pela entidade beneficiária, na qual esta se comprometa a aplicar
integralmente os recursos recebidos na realização de seus objetivos sociais, com
identificação da pessoa física responsável pelo seu cumprimento, e a não distribuir
lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes mantenedores ou associados, sob
nenhuma forma ou pretexto.

Dedutibilidade das doações feitas a OSCIP

As doações efetuadas às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip),


que atendam aos requisitos estabelecidos pela Lei nº 9.790/1999, passaram a ser dedutíveis,
a partir do ano-calendário de 2001, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo
da Contribuição Social sobre o Lucro, até o limite de 2% do lucro operacional da pessoa
jurídica, antes de computada a sua dedução.

Para efeito dessa dedução, as Oscips não precisam ser reconhecidas como de utilidade
pública por ato formal de órgão competente da União; entretanto, a dedutibilidade das
doações fica condicionada a que a entidade beneficiária tenha sua condição de Oscip
renovada anualmente pelo órgão competente da União, mediante ato formal.

Cálculos dos limites dedutíveis das doações

Respeitadas as demais condições comentadas, o valor dedutível de doações fica


limitado a:

a) no caso das doações a instituições de ensino e pesquisa: 1,5% do lucro


operacional, antes de computadas essas doações e as doações referidas na
letra "b";
b) no caso das doações às entidades civis que prestem serviços gratuitos e às
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, 2% do lucro operacional,
antes de computada essa doação.

O lucro operacional, na definição do RIR/1999, art. 277, é o resultado das atividades,


principais ou acessórias, que constituem o objeto da pessoa jurídica. Em linguagem contábil,
o lucro operacional é o valor positivo que resultar, na Demonstração do Resultado, depois de
deduzidas do lucro bruto (resultado do confronto entre a receita líquida de vendas e o custo
das vendas) as despesas operacionais e acrescidas outras receitas operacionais.

Observe-se, porém, que o parâmetro para cálculo dos limites de dedução de doações
é o valor do lucro operacional antes de deduzidas as doações. Portanto, tendo em vista que
no valor do lucro operacional já deve estar deduzido o valor das doações feitas, para o cálculo
dos limites fiscais dedutíveis, o valor computado como despesa deve ser adicionado ao valor
do lucro operacional apurado.

No cálculo do limite de dedução das doações às instituições de ensino e pesquisa


feitas, no mesmo período-base, às entidades civis que prestem serviços gratuitos e às Oscips,
adiciona-se ao lucro operacional, inclusive, o valor das demais doações.

A parcela do valor das doações deduzidas como despesas, que exceder aos limites,
deverá ser adicionada ao lucro líquido, tanto para fins de apuração do lucro real, no Livro de
Apuração do Lucro Real (Lalur), como para fins de determinação da base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro. Essas adições são definitivas, sem qualquer possibilidade
de exclusão futura.

Exemplos:

Dedução somente das doações a instituições de ensino e pesquisa

Admita-se que o lucro operacional apurado por uma pessoa jurídica seja no valor de
R$ 2.000.000,00, do qual estão deduzidas doações a instituições de ensino e pesquisa no valor
de R$ 50.000,00:

Lucro Operacional - $ 2.000.000


Valor das doações (deduzido como despesa)- $ 50.000
Base de cálculo do limite dedutível - $ 2.050.000
Limite dedutível – 1,5% de $ 2.050.000 = $ 30.750

Como a despesa com a doação foi de $ 50.000, o excedente de $ 19.250 será


adicionado ao cálculo do lucro real.
Dedução concomitante das doações

Admita-se que o lucro operacional seja de R$ 4.000.000,00 e a empresa tenha feito


doações a instituições de ensino e pesquisa no valor de R$ 65.000,00, e doações a entidades
civis que prestem serviços gratuitos no valor de R$ 80.000,00, cujos valores estão deduzidos
como despesa:

Lucro operacional – 4.000.000


Doações feitas a entidades civis – 80.000
Base de cálculo do limite dedutível – 4.080.000
Limite dedutível – 2% de 4.080.000 = 81.600
Portanto, em relação a essas doações não há adição a ser feita no lucro líquido, no
Lalur, porque o limite dedutível (R$ 81.600,00) é maior que o valor das doações feitas (R$
80.000,00).

Lucro operacional – 4.000.000


Doações feitas a entidades civis – 80.000
Doações feitas a instituições de ensino e pesquisa – 65.000
Base de cálculo do limite dedutível – 4.145.000
Limite dedutível – 1,5% de 4.145.000 = 62.175

Como a despesa com as doações foi de $ 65.000, restam ainda $ 2.825 para ser
adicionado a base de cálculo do lucro real.

PAGAMENTO DO IMPOSTO

O imposto devido em cada mês deverá ser pago até o último dia útil do mês
subsequente ao mês de apuração. O imposto devido em cada trimestre deverá ser pago até o
último dia útil do mês subsequente ao trimestre de apuração.
À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas
mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes ao de
encerramento do período de apuração a que corresponder.
Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (um mil reais) e o imposto de
valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única.
As quotas do IRPJ serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, a
partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de
apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês
do pagamento.

No preenchimento do Darf para o pagamento do IRPJ deverão ser utilizados os


seguintes códigos:
a) pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real:
a.1) entidades financeiras: 2319;
a.2) demais pessoas jurídicas: 2362;
b) pessoas jurídicas não obrigadas à apuração do lucro real: 5993.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO LÍQUIDO (CSLL)

As pessoas jurídicas que apuram o resultado pelo lucro real ficam obrigadas também
à apuração anual da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fins de
determinação do saldo a pagar ou a ser restituído ou compensado (Lei nº 9.430/1996, arts. 2º
e 28).

As adições, exclusões e compensações para cálculo do resultado ajustado seguem o


mesmo procedimento de apuração do lucro real, com exceção das notas já comentadas.

A alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro devida pelas pessoas jurídicas é de


15%, no caso de instituições financeiras, pessoas jurídicas de seguros privados e de
capitalização e de 9% para as demais empresas. A CSLL tem seu vencimento igual ao do
imposto de renda.
Exercícios

1. Com base nos valores abaixo apure o IR e a CSLL.

DRE do 1º trimestre
Prejuízo fiscal do ano anterior - 900.000
Lucro líquido – 850.000
Provisão para férias – 18.000
Provisão ajustes de valor de mercado – 17.200
Multas de trânsito – 600
Multas por atraso de pagamento – 1.100
Brindes – 5.000
Doações Fundo Municipal do Idoso – 12.000
Patrocínio Cultural Artístico art. 25 – 10.000
PAT – 7.500 – 3.500 refeições

DRE do 2º trimestre
Lucro líquido – 1.300.000
PAT – 6.500 – 3.000 refeições
Patrocínio Cultural Artístico art. 18 – 12.500

DRE do 3º trimestre

Provisões indedutíveis (26.500)


Provisão para Férias (35.700)
Multas de trânsito (1.600)
Doações OSCIP (32.000)
Doações Ensino e pesquisa (27.000)
Despesas com depreciação (69.300)
Desp. alimentação dos sócios (85.900)
Outras despesas/receitas (10.000)
Lucro Antes do IR 1.500.000

No 4º trimestre todas as despesas aumentaram em 10%, acresce-se alimentação dos sócios,


que foi de $ 12.300.

Pede-se:
1. Apuração pelo Lucro Real
LALUR (Parte A e B)

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