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MARÍLIA
2016
DIEGO APARECIDO TENÓRIO DOS SANTOS
FLÁVIO ALVES MARTINS
Orientador:
Profa. Ms. Roberta Ferreira Brondani
MARÍLIA
2016
SANTOS, Diego Aparecido Tenório. MARTINS, Flávio Alves
Terceiro Setor: As contribuições de uma organização sem fins lucrativos
na cidade de Marília. / Diego Aparecido Tenório dos Santos. Flávio
Alves Martins; orientador: Profa. Ms. Roberta Ferreira Brondani.
Marília, SP, 2016.
n.º de páginas: 48
Trabalho de Curso (Graduação em Administração) - Curso
Administração da Fundação de Ensino “Eurípides Soares da Rocha”,
Mantenedora do Centro Universitário Eurípides de Marília – UNIVEM,
Marília, 2016.
1. Terceiro Setor 2. Desenvolvimento e responsabilidade social
CDD: 658.048
Nota:
AGRADECIMENTOS
A presente monografia tem como objeto de estudo: conceituar o que são as organizações do
terceiro setor e apresentar as contribuições de uma instituição educacional sem fins lucrativos
da cidade de Marília. Assim, através da pesquisa bibliográfica e exploratória, quantificamos
as instituições com foco na educação na cidade de Marília e estudamos a fundo uma delas,
cujo resultado faz jus a razão dela existir. Considerando os três setores que abrangem e
formam o mercado: Primeiro, segundo e terceiro setor, ambos têm as suas características e
forma de atuação. Assim, o terceiro setor possui característica privada e finalidade pública,
em que trata de segmentos menos explorados pelos outros setores, tapando as lacunas
deixadas pelo governo. O terceiro setor visa atender pessoas menos favorecidas
socioeconomicamente falando, cuja as diversas formas de atender esse público varia com o
tipo da organização, mas com a finalidade da responsabilidade social, o bem comum, a
cooperação entre os membros de uma dada sociedade, geralmente, com foco local. Explorar o
TS de forma a desenvolver e capacitar as pessoas que fazem parte desse nicho é algo que vai
além da missão dessas instituições existirem, é formar cidadãos com brilhos nos olhos para ter
chance de ter uma vida mais digna, igualitária, sem preconceitos e que fomentem o
desenvolvimento de um país melhor. A vida em sociedade é melhor quando é mais unida e o
propósito do terceiro setor é desenvolver e capacitar pessoas para um amanhã melhor.
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 10
1.3 O terceiro setor – Organizações não governamentais sem fins lucrativos ................................. 19
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 45
INTRODUÇÃO
cidadão para o mercado de trabalho e as melhorias percebidas durante a sua passagem pela
instituição e o reflexo disso tudo na comunidade local.
Como metodologia de pesquisa foi utilizada a pesquisa bibliográfica para a
conceituação teórica do trabalho e o estudo de caso em uma Fundação educacional do terceiro
setor da cidade de Marília-SP, que atua desde 1994 na cidade contribuindo com o
desenvolvimento da zona norte. A pesquisa mostra o resultado positivo da instituição para
com a vida das pessoas que fazem parte da mesma, bem como o desenvolvimento pessoal e
educacional para as suas vidas e o seu futuro.
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Para Pimenta, Saraiva e Corrêa (2008, p. 3) “o Estado surge como a forma política
cristalizada do modelo hegemônico de transformação social nos países capitalistas”. Sendo
assim, por meio de suas leis e destinação o estado seria o responsável pela busca progressiva
da sociedade de maneira a zelar pelos seus princípios básicos como: a sobrevivência, a saúde,
o trabalho, o lazer, a educação e a segurança, direitos sociais que são fundamentais para
formar a cidadania, e que foram contemplados pela constituição federal de 1988.
Diante disso, o estado fica corresponsável pelos direitos fundamentais básicos para
fomentar o desenvolvimento do ser humano, sendo que o mínimo oferecido por ele é
primordial para que o cidadão obtenha o êxito do seu potencial máximo, pois é através desses
recursos prestados (serviços) que ocorre a sua formação para com a sua evolução,
consequentemente, a busca pelo coletivo em prol da formação da sociedade civil.
Assim, o Estado foi constituído para atender as necessidades comunitárias na
incessante busca da paz social e do bem comum, sendo que as suas
finalidades demonstram a preponderância dos direitos sociais e individuais
da preservação da liberdade, da segurança, do bem-estar e do
desenvolvimento, alcançados pela igualdade e pela justiça, valores esses
observados dentro de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
que busca a harmonia social e a solução pacifica dos conflitos. (SANTIN,
2004, apud COSTA e FREITAS, 2012 p.114).
A Biblioteca Virtual de São Paulo (2014, web), define governo como sendo:
“composto pelos governantes e órgãos responsáveis pela realização e manutenção da
administração pública, cujas funções são atribuídas pela lei”. De acordo com informações da
Secretaria dos Direitos Humanos (2016, web):
Políticas Públicas são consideradas o Estado em ação. É o Estado
implantando um projeto de governo, através de programas, de ações voltadas
para setores específicos da sociedade. Estas políticas são de responsabilidade
do Estado quanto à implementação e manutenção a partir de processo de
tomada de decisões que envolvem órgãos públicos e diferentes organismos e
agentes da sociedade, relacionada à política implementada. Neste sentido,
políticas públicas não podem ser reduzidas a políticas estatais.
compromissos para com a sociedade, bem como, fica responsável por julgar se as mesmas
foram executadas de fato pelo poder executivo. É composto por vários órgãos, os quais são
responsáveis pelos julgamentos das suas atividades, tais como: Supremo tribunal Federal,
Conselho Nacional da Justiça, Superior Tribunal da Justiça, Tribunais Regionais Federais,
Tribunais e Juízes Eleitorais, entre outros.
Sendo assim, observa-se a importância do Estado na formação de uma ordem, em
que o público dependente e beneficiado, possui, através de programas estatais, direitos básicos
para garantir a sua sobrevivência e sua formação como cidadão. Contudo, como o Estado não
consegue suprir estas necessidades de maneira efetiva e completa, as pessoas, que se tornaram
mais críticas e exigentes, uma vez que não se contentam com os serviços prestados, buscam
alternativas para sanar este problema no setor privado.
Ainda segundo Kotler e Roberto (1992, p. 25) “Marketing social é uma estratégia de
mudança de comportamento. Ele combina os melhores elementos das abordagens tradicionais
da mudança social num esquema integrado de planejamento e ação, além de aproveitar os
avanços na tecnologia das comunicações e na capacidade do marketing”.
As empresas utilizam do marketing social como estratégia para a promoção da sua
marca através de uma causa nobre. Mas simplesmente pensar no próximo não é algo
inovador. A empresa deve utilizar o marketing social somente se sua atuação na área social
puder ser comprovada por meio de suas ações, caso contrário, isso se tornaria uma hipocrisia
que ao invés de promover a imagem da marca acabaria por denegri-la.
Sou contra ao marketing da hipocrisia, ou seja, se a empresa não tem
conceito sustentável, não está disposta a inovar-se em prol da
sustentabilidade, jamais deveria divulgar ser o que não é. Um motivo para
não tomar tal ação é pela falta de ética e outra pela proteção a reputação da
marca. Sempre: Proteja seu nome e deixe claro quem você é. (KOTLER,
2010, p. 199)
Para Melo Neto e Froes (2004, p.74) “o verdadeiro marketing social atua
fundamentalmente na comunicação com os funcionários e seus familiares, com ações que
visam aumentar comprovadamente o seu bem-estar social e o da comunidade”.
Dessa forma, os autores acreditam que o bem estar vai além da promoção da sua
marca ou da sua empresa, é a iniciativa movida pelo bem comum que acontece dentro da
organização e transmite para além dela, refletindo na sua comunidade local, ou ainda mais
abrangente, por causas que movem o mundo. É o fazer sem querer mostrar, mas mostrando o
porquê da sua existência e o seu comprometimento para com a sociedade.
De acordo com Cides (2009, p.14) marketing é o conjunto das atividades que fazem
com que sua empresa venda mais e com maior lucratividade. Esse é o marketing clássico, que
é bem diferente do marketing sustentável.
O marketing sustentável deve partir de um planejamento, onde se verifica de
que forma poderá ser comercializado um produto ou serviço de tal forma a
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Cada vez mais as empresas estão buscando por vantagens competitivas de forma
sustentável. Através do marketing sustentável ou marketing verde elas produzem produtos,
serviços ou embalagens que buscam não impactar tanto o meio ambiente. Como por exemplo,
novas formulas que contenham menos plásticos ou materiais recicláveis para que se
decomponha em um menor espaço de tempo. O marketing sustentável não está relacionado
somente ao produto ou serviço, mas também à sua forma de descarte, sendo assim, ensinando
os consumidores a não poluir ou descartar de forma correta aquele produto. Dessa maneira,
essas organizações contribuem para o desenvolvimento do planeta e ajudam no
desenvolvimento dos cidadãos, pois geram, direta ou indiretamente, serviços de coletas e
separação de materiais descartáveis como a reciclagem.
Contudo, esta atuação das organizações privadas em áreas como responsabilidade
social e ambiental não foi suficiente para suprir às necessidades da sociedade. Neste sentido, a
junção das responsabilidades e carências do primeiro setor com as características
administrativas do segundo setor, atrelado às necessidades de desenvolvimento e de
responsabilidade social, acabaram por formar um novo setor: o terceiro setor.
A abordagem do assunto não é nova, e sim a sua nomenclatura. O terceiro setor (TS)
sempre existiu, pois ele é formado por ações de caridade através das igrejas ou de uma dada
comunidade que busca um bem comum: o desenvolvimento social. Essa abordagem surgiu
com o intuito de inserir os cidadãos na sociedade, de forma a cooperar com o seu
desenvolvimento pessoal e social. Dessa forma, o TS se dá pela necessidade de suprir as
falhas do primeiro setor, pois o Estado não é capaz de atender às necessidades locais, os
grupos menos favorecidos, que necessitam dessas assistências. Neste sentido, é mais cômodo
ao Estado direcionar recursos, ou seja, fazer o repasse de verbas para que instituições do
terceiro setor trabalhem em prol do desenvolvimento dessa parte da sociedade, que muitas
vezes é vista como marginalizada. Ou seja, como apontam Paes (2010) apud Costa e Freitas
(2012, p. 114) “o Estado, por si só, não tem capacidade de gerar o bem-estar social, fomentar
o progresso econômico, resguardar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da
população”.
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Portanto, terceiro setor é aquele que não é público e nem privado, no sentido
convencional desses termos; porém guarda uma relação simbiótica com
ambos, na medida em que ele deriva sua própria identidade da conjugação
entre a metodologia deste com as finalidades daquele. Ou seja, o terceiro
setor é composto por organizações de natureza “privada” (sem objetivo de
lucro) dedicadas à consecução de objetivos sociais ou públicos, embora não
seja integrante do governo (Administração Estatal). (PAES, 2010, apud
COSTA e FREITAS, 2012, p.125)
A existência e o elo entre os três setores mostra a relação na qual eles se interligam,
a junção do primeiro e do segundo setor para a formação do terceiro setor, bem como as áreas
de atuação do mesmo, identificando que as falhas de um pode se tornar a existência do outro
para que essas lacunas sejam preenchidas e findadas para um bem comum.
Como exposto, pouco se conhece sobre o termo, mas muito se tem ouvido falar como
uma das novidades em termos de políticas públicas e até mesmo como provisão de serviços
sociais. De fato, o chamado terceiro setor é algo novo no cenário acadêmico brasileiro. Como
explica Fernandes (1994) definir terceiro setor não é uma tarefa fácil. Primeiro, por se tratar
de um termo novo no Brasil, e ainda pouco explorado. O termo terceiro setor foi utilizado
pela primeira vez no Brasil por Rubens César Fernandes em sua obra “Privado, porém
Público”.
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Denomina-se, portanto, o Estado, como sendo o primeiro setor. Esse, por sua vez,
representado por prefeituras, governos, presidência e órgãos diretamente ligados a eles, de
caráter público, que existem para suprir e fomentar o desenvolvimento dos cidadãos.
Paralelamente a isso, existe também o segundo setor, sendo representado pelo mercado
(empresas particulares) possuindo assim, caráter privado, que tem por objetivo conquistar
uma fatia cada vez maior da sociedade oferecendo produtos e serviços com a finalidade de
gerar lucro. Por decorrência da falta de equilíbrio entre o Estado, a sociedade e das falhas
existentes na administração pública, surgiu o terceiro setor, com o intuito de suprir as
necessidades do Estado, porém, sendo de origem privada e sem fins lucrativos para que haja
um potencial de desenvolvimento nas áreas em que o Estado não oferece recursos suficientes.
De acordo com Fernandes (1994, p. 21), “essas organizações provêm da iniciativa
privada produzindo bens e serviços públicos para o consumo e serviços públicos para o
consumo coletivo criando ganhos e satisfazendo as necessidades de todo o povo.” Ainda
segundo Fernandes (1994, p. 21) “o terceiro setor denota um conjunto de organizações e
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iniciativas privadas que visam à produção de bens de serviço de mútua ajuda. Este é o sentido
positivo da expressão. ‘Bens e serviços públicos’, neste caso, implicam uma dupla
qualificação: não geram lucros e respondem às necessidades coletivas.”.
Sabendo então quais os fundamentos para o desenvolvimento do terceiro setor, deve-
se voltar um pouco no tempo para saber como ele surgiu e a sua origem no Brasil. De acordo
com Parente (2008) os Estados Unidos foram os pioneiros a utilizar o termo terceiro setor
assim como alguns países da Europa. O terceiro setor surgiu com grande força em meados das
décadas de 1970 e 1980, contando até mesmo com uma relação mais efetiva com o poder
público e até mesmo com algumas empresas do setor privado. Outra característica importante
era que nos Estados Unidos o terceiro setor se fortaleceu com um histórico de voluntariado
muito arraigado, inclusive com forte incentivo das empresas.
Segundo Coelho (2002, p. 21):
os Estados Unidos são o país onde o terceiro setor mais se desenvolveu, em
virtude [...] de uma cultura política voltada para o associativismo e o
voluntarismo. O terceiro setor americano é, portanto, segundo a visão de
vários analistas, um parâmetro mundial de comparação.
O terceiro setor tem crescido em todo o mundo e com este crescimento repentino o
termo passou a ser visto de uma forma não muito benéfica, pois tornou mais visível as lacunas
que o governo deixava e que se tornavam problemas sociais. Sendo assim, passou a
incomodar e gerar certo desconforto ao governo em virtude do contexto no qual o terceiro
setor se desenvolve.
Anteriormente nos Estados Unidos eram utilizadas duas outras expressões que se
assemelham com o que já está se tornando habitual no Brasil. Como explica Fernandes (1995)
a primeira refere-se a “organizações sem fins lucrativos” (no profit organizations), definição
atribuída a instituição cujos benefícios financeiros não podem jamais ser distribuídos entre
seus diretores e associados. A outra expressão semelhante à primeira refere-se a
“organizações voluntárias” cujo sentido é complementar ao anterior. Se não há lucro entre os
seus diretores e acionistas, entende-se que o surgimento é fruto de um ato dos seus
fundadores, não sendo proveniente de uma iniciativa governamental, porém de um ato
voluntário, no qual acredita-se que dure por um tempo indeterminado, uma vez que existe um
grande número de adesões em prol de uma causa que não é devidamente atendida pelo
governo.
A lei inglesa, tradicionalista como é, usa uma expressão mais antiga para
designar nosso objeto. Fala de “caridades” (charities), o que remete a
memória religiosa medieval e enfatiza o aspecto da doação (de si para o
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outro) que caracteriza boa parte das relações idealizadas neste campo.
(FERNANDES, 1995, p. 30).
não têm condições financeiras de adquiri-las. Diante do exposto, fica claro que o terceiro setor
é na verdade, um reflexo de ações que resulta em reações de uma dada comunidade que
buscam preencher uma lacuna que deveria ter sido preenchida por outros setores.
O objetivo das instituições de terceiro setor não é somente ajudar as pessoas que se
encontram em situações precárias, que precisam de alguma caridade. O trabalho visa sim à
caridade em prol dos menos favorecidos, porém, vai além do dar a quem precisa. As
instituições ensinam através de projetos sociais a formar cidadãos melhores, com uma
participação ativa na sociedade, na formação da sua moral, do encontro dos seus princípios,
do resgate de uma cultura e a inserção deles em novas culturas, em realidades distintas para
que eles tornem-se melhores, busquem conhecimento e cresçam.
Essas formas de desenvolvimento fazem com que o cidadão torne-se alguém melhor
e passe adiante como ser alguém melhor para a sociedade. As instituições de terceiro setor
que atuam na área educacional, por exemplo, resgatam princípios culturais em que ensinam
através da arte, sendo ela disseminada de várias formas como a dança, a música, o teatro, o
artesanato, que por trás de tudo isso, procura introduzir valores morais e éticos, estando
muitas vezes não explícitos, mas ensinando a ter disciplina e respeito, através do esporte, a
união, com a música, a valorização de uma vida, com as realidades teatrais e a dignidade do
trabalho, através do artesanato. Sobretudo, dando uma oportunidade para que o participante
possa se sentir valorizado e inserido na sociedade, sendo capaz de atuar no mercado de
trabalho, tendo contato com a tecnologia através de cursos, ou seja, o que para muitos é algo
que talvez fosse muito difícil de acontecer.
Outro propósito das instituições de terceiro setor é diminuir a criminalidade nas
zonas mais periféricas da sociedade em se tratando de educação, estimulando as crianças a se
desenvolverem e ter uma vida mais digna através desses projetos. Já na área de saúde, visam
estimular melhores condições de saúde e higiene para que se desenvolvam de forma saudável,
alimentem-se de maneira melhor e aprendam também a produzir os alimentos, ensinando,
assim, habilidades de plantio (novas culturas) para esses jovens. Contudo, essa renovação na
cabeça no cidadão é a forma como ele será inserido na sociedade (nova para ele), mas que é
um direito básico que o Estado deveria oferecer para todos.
Segundo Naves (2005, p. 570) apud Machado (2012) no Brasil, as ONGs são um
fenômeno recente, “nascem calcadas no modelo norte-americano e dentro de circuitos de
cooperação global”. Por mais que as entidades filantrópicas e assistenciais passaram a se
declarar como ONGs na década de 1980, Landim (1993), afirma que elas já existiam desde
1960 e 1970. Porém, somente em 1980 é que se declararam como sendo organizações não
governamentais, sendo assim, muitos acreditando que o seu surgimento se deu nessa época,
pois foi quando o termo começou a se tornar mais popular, gerando então uma identidade para
essas entidades do terceiro setor.
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Assim, como explica Tachizawa (2006, p. 312) a diretoria de uma ONG pode ser
composta apenas por um único membro, entretanto, pode ser exercida de forma colegiada,
tornando assim um modelo de gestão mais democrático e participativo. Todavia, isso depende
do que está disposto no contrato social da ONG. Os membros da diretoria são eleitos ou
designados, conforme dispõe o seu estatuto.
O papel que as organizações do terceiro setor ocupam na sociedade abrange várias
áreas sociais. Segundo pesquisa do IBGE e FASFIL (2012) em 2010, havia 290,7 mil
Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (Fasfil) no Brasil, voltadas,
predominantemente, à religião (28,5%), associações patronais e profissionais (15,5%) e ao
desenvolvimento e defesa de direitos (14,6%). As áreas de saúde, educação, pesquisa e
assistência social (políticas governamentais) totalizavam 54,1 mil entidades (18,6%). Como
exposto no gráfico 2.
Existem vários segmentos para a existência das ONGs. Cada uma exerce a sua
finalidade de acordo com o seu estatuto (sua razão de ser), podendo abranger vários setores
cujo governo não consegue atender. De acordo com o PMD Pro – Gestão de Projetos para o
Desenvolvimento (2016,web): “De portes diversos, as ONGs se estruturam e desenvolvem
suas atividades conforme o foco de interesse, objetivos e abrangência e sobretudo o impacto
que desejam criar”.
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Portanto, pode-se pontuar algumas áreas de atuação das ONGs de acordo com seus
interesses e o tipo de impacto com o qual desejam proporcionar na sociedade, tais como:
Assistência social;
Cultura;
Saúde;
Meio ambiente;
Desenvolvimento e defesa de direitos;
Habitação;
Educação e Pesquisa.
Para o presente trabalho foram escolhidas para serem detalhados, devido à sua
relevância social, os seguintes desmembramentos das ONGs: cooperativas; sindicatos;
organizações religiosas; associações; e fundações. Dando ênfase em especial às fundações por
se tratar do foco da pesquisa.
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2.2.1 Cooperativas
As cooperativas são vantajosas para seus associados ao que diz respeito às suas
relações de trabalho. Sendo que os próprios associados podem trabalhar na direção das
atividades, representando coletivamente os interesses dos associados, asseguram direitos
iguais a todos os sócios cooperados, desenvolvem o intelectual dos associados e seus
familiares com programas que incentivam a educação ou parcerias com instituições, bem
como negociam melhores preços e prazos com fornecedores, e dependendo do seu segmento,
até mesmo melhores taxas para financiamentos e créditos.
2.2.2 Os Sindicatos
por meio de trabalhos práticos e do arrecadamento de verba para dar continuidade a essa
iniciativa.
2.2.4 Associações
Uma das inciativas mais comuns no terceiro setor é composto pela criação de
associações. Cardoso (2014 p.7) salienta que:
De acordo com a Lei nº 6.015/73 (artigos 120 e 121) para registrar uma associação
são necessários os seguintes documentos:’ 1 Ata de Fundação; 2 Duas vias do Estatuto; 3 A
relação dos associados fundadores e dos membros da diretoria eleita; 4 Ofício encaminhado
ao cartório.
Cardoso (2014) relata os passos a serem realizados para a criação de uma associação.
A primeira fase é chamada de sensibilização, ela é caracterizada pelo contato inicial com as
pessoas envolvidas, no qual buscam levantar o maior número de informações sobre o tema. A
segunda fase é composta pela constituição, trata-se da assembleia de constituição, é uma fase
formal que compõe o processo de legalização da instituição, é também nessa fase que são
escolhidos o nome e o local da sede. A terceira fase é intitulada pré – operacional, nesse
momento os associados dão início aos procedimentos que vão definir a estruturação, como
criação de contas bancárias, alvarás necessários, etc. Por fim, a fase quatro, denominada de
fase operacional, onde se iniciam as atividades.
2.2.5 Fundações
Dados primários são aqueles que ainda não foram coletados, cujas informações são
buscadas diretamente na fonte, consequentemente, tornam-se dados mais difíceis, pois ainda
não foram explorados. Eles são pesquisados com o objetivo de atender às necessidades
específicas de uma dada pesquisa em andamento.
Para utilização desses dados foi aplicada uma pesquisa de campo em uma instituição
de terceiro setor, cujo segmento é o ensino (escolar). Através da entrevista realizada com um
dos membros da instituição levantou-se as informações necessárias para responder aos
objetivos primários e secundários do projeto.
Dados secundários são aqueles dados que já foram coletados anteriormente e estão
disponíveis ao público mediante acervos na internet. As fontes destes dados incluem livros,
periódicos, censos, biografias, artigos e bancos de dados na internet.
Os dados secundários servem de complemento para as ideias e as defesas dos autores de
acordo com o seu ponto de vista. Dessa forma, autores que abordam os temas de Terceiro
Setor e responsabilidade social, bem como o marketing sustentável usado pelas instituições e
seus produtos visando um bem comum e o papel do Estado e das instituições privadas.
Em Marilia, de acordo com o Censo 2010 existem 390 organizações sem fins
lucrativos. Especificamente na área educacional e de pesquisa são 25 fundações, que
correspondem ao universo da pesquisa. Como amostra para realização da pesquisa foi
escolhida uma Instituição de ensino que se encontra na Zona Norte da cidade de Marília/SP.
Esta fundação foi escolhida pois, a empresa privada que a mantém, iniciou as suas atividades
na cidade de Marília. Portanto, seria interessante identificar de que forma eles contribuem
para a sociedade local e o seu desenvolvimento na área educacional.
3.5 A Fundação
como, o marketing sustentável que a empresa recebe por esse trabalho refletindo diretamente
no seu posicionamento de mercado.
3.7 Questionário
Com o intuito de conhecer melhor o papel das instituições de ensino do terceiro setor
na cidade de Marília e a sua contribuição para o desenvolvimento da sociedade local, foi
aplicado um questionário com 11 perguntas abertas, visto que apenas um questionário foi
aplicado, as perguntas abertas proporcionam uma resposta mais completa e detalhista do
negócio, sendo assim, transmitindo melhor as informações que se pretende explorar.
3.9 Conclusão
serem trilhados, com bagagens mais consistentes, formadores de opinião e de decisão para o
melhor para si, consequentemente, melhor para o mundo. Estatisticamente, essas evoluções
mostram que a fundação realmente trabalha em prol da sua missão de existir colaborando para
com essas pessoas e até mesmo oferecendo oportunidades para ingressarem no mercado de
trabalho na própria instituição privada, para dali em diante, tornar-se pessoas melhores,
sempre à frente, com presença e completas.
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REFERÊNCIAS
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e fundação. Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. 2009. Disponível
em:<http://idis.org.br/wp-content/uploads/2014/05/Fundacoes_e_associacoes_diferencas1.pdf
>.Acesso em: 31 de outubro de 2016.
CIDES, S. J. Marketing para negócios de sucesso. São Paulo: Universo dos livros, 2009.
COELHO, Simone de Castro Tavares. Terceiro Setor: um estudo comparado entre Brasil e
Estados Unidos. São Paulo: Senac, 2002.
COSTA, Ilton Garcia. FREITAS, Paulo Henrique de Souza. Terceiro Setor, ONGs:
Questões Críticas. São Paulo: Editora Verbatim, 2012.
FERNANDES, Rubem Cesar. Privado, Porém Público. 2ª ed. Rio de Janeiro: Relume
Dumará, 2002.
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INSTITUTO PRO BONO. Manual do Terceiro Setor. Sem data. Disponível em:
<http://www.probono.org.br/arquivos/file/manualterceirosetor.pdf>. Acesso em: 31 de
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LANDIM, Leilah. A invenção das ONGs: do serviço invisível à profissão impossível. Tese
de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Programa de Pós‐graduação em
Antropologia Social. Rio de Janeiro, 1993
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27.ed. São Paulo: Malheiros,
2002.
MEREGE, Luiz Carlos. Terceiro Setor: a arte de administrar sonhos. São Paulo: Editora
Plêiade, 2009.
PARENTE, Juliano. Revista de Educação. São Paulo: Anhanguera Educacional S.A. 2008. –
Vol. XI, Nº 12.
SZAZI, Eduardo. Terceiro Setor: regulação no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis
Ltda., 2003, ISBN 85-7596-001-6
APÊNDICE A - Questionário
PESQUISA DE CAMPO
1 – Quando a instituição foi fundada em Marília e porque a cidade foi escolhida para ter uma
unidade?
6 – A instituição é mantida por uma empresa privada. Qual o interesse desta empresa em
manter estas atividades e quais os benefícios que a empresa privada recebe por este
investimento?
7 – Porque investir em responsabilidade social é importante para esta empresa e para a própria
instituição?