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Técnico em Administração
FRANCA-SP
2021
Lorranya Cristina Garcia
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado como
exigência final para
obtenção do título Técnico
em Administração da
Habilitação Profissional
Técnica de Nível Médio de
Técnico em Administração
da Escola Técnica Dr. Júlio
Cardoso. Orientadora: Profa.
Vanessa Cintra Alves
Barbosa
FRANCA-SP
2021
[...] existe uma forte correlação entre o lugar ocupado na divisão social do
trabalho e a participação nas redes de sociabilidade e nos sistemas que cobrem
um indivíduo diante dos acasos da existência (CASTEL, 1998, p.24)
1.1 Problematização
Em primeira análise demos nos atentar o problema, da percepção de
diferença entre Diversidade e inclusão social:
Afinal, como discorre Confúcio, “não corrigir nossas falhas é o mesmo que
cometer novos erros”.
1.7 Cronograma
Nessa perspectiva, é lícito postular que uma pesquisa realizada pelo IBGE
no ano de 2020 revela que a quantidade estimada de pessoas em situação de
vulnerabilidade nas ruas ultrapassa a marca dos 220 mil habitantes, número esse
que vem se alastrando de maneira estrondosa no âmbito da sociedade brasileira
uma vez que muitos destes não são assessorados por políticas públicas de inserção
social. De maneira análoga a isso, essa população enfrenta uma discriminação e
preconceitos já que sem uma casa e renda fixa muitas vezes são obrigados a
recorrer a atividades como pedir esmola, vender balas e etc. Neste prisma, um fator
importantíssimo é a marginalização dessa população, uma vez que necessitando de
recursos básicos para subsistência recorrem a atitudes como roubo e tráfico para
sobreviver, fatores esses que fazem com que sejam tratados com indiferença
impedindo-os de sair da miséria e aumentando a cada dia a desigualdade social.
“que tipo de mundo podemos preparar para os nossos bisnetos?”- Richard
Porty
3 PERSPECTIVA HISTÓRICA
Assim, pode-se concluir que, nas mais antigas sociedades, o ramo voluntário
das ações sociais estava embasado no objetivo de auxiliar membros desprovidos de
participação social. Além disso, depreende-se que a noção de que aqueles que
detinham muito deveriam auxiliar aqueles que não detinham nada, contribuindo para
o fluxo natural do equilíbrio, bem como para o desenvolvimento e internalização
desse panorama na posteridade.
É, também, oportuno destacar a influência da religião enquanto um fator
estimulador do voluntariado. Desde os primórdios, os fatores religiosos assumiram
uma grande responsabilidade no que tange ao estímulo desse tipo de atividade –
como, por exemplo, a filosofia religiosa do Egito Antigo que considerava boas ações
em vida como formas diretas de obtenção da vida além-túmulo.
Ainda sob a perspectiva religiosa, o trabalho voluntário atingiu novas
proporções com o advento das religiões monoteístas. Os primeiros estimuladores do
voluntariado foram os sacerdotes judeus, que difundiam a ideia de que aqueles que
possuíam recursos tinham a obrigação de auxiliar os seus semelhantes privados de
condições similares. Os moldes de caridade foram impulsionados pelo catolicismo.
Com o fim da perseguição ao Catolicismo em Roma (313 d.c.) as doações
para a igreja passaram a ser legais, provendo recursos aos fundos de apoio
aos desamparados. Na Idade Média o catolicismo praticamente
monopolizou o voluntariado, sempre com a concepção da caridade
enquanto redentora dos pecados.(PINHEIRO, 2018)
Dessa forma, torna-se evidente a notoriedade da importância do catolicismo
para o desenvolvimento da filantropia. Com ele, fez-se possível a realização de
fatores que, sob a forma de redenções, estimulavam a complacência nas
sociedades.
Porém, a religião, sobretudo o que diz respeito ao seu poder e domínio,
passou a não ser a única estimuladora do trabalho voluntário. Após o século XVI, as
forças do Estado, aliadas à pseudoações comunitárias, começaram a almejar a
mitigação da pobreza. A partir desse momento, mais sociedades passaram a agir de
formas que, atualmente, configurariam filantropia. A ação da igreja passa a ser
complementar à da sociedade, culminando em uma forma primária de voluntariado.
Com o desenrolar do tempo, outro fator foi aderido às mecânicas sociais: a
industrialização. A esse fator é atribuído a intensificação da pobreza e, portanto, a
potencialização da necessidade de um trabalho voluntário como forma de suporte.
Na primeira metade do século XX os governos, principalmente na Europa,
criaram Estados de Bem-Estar Social que assumiram as funções
assistenciais. Hospitais, escolas e instituições foram criados para combater
a pobreza das grandes cidades e amparar a população carente.
(PINHEIRO,2018)
Essa máxima confirma o predomínio de atividades filantrópicas por parte dos
estados como uma forma de desenvolvimento social, envolvendo a criação de
importantes aspectos para a sociedade, principalmente para aqueles que não
excluídos dela.
À luz dessa perspectiva, infere-se que um dos agentes incentivadores do
voluntariado foi, e continua sendo, o Capitalismo, mais especificamente as
deficiências provocadas por ele. Enquanto um aspecto intensificador de disparidades
sociais, essa estrutura econômica é responsável por gerar déficits que só podem ser
supridos por meio do voluntariado; e o desenvolvimento industrial da humanidade é
capaz de ratificar esse postulado.
A partir da década de 1970, observou-se um cenário filantrópico não mais
comandado por Estados, mas, sim, cada vez mais necessário por conta deles. Diante
da crise econômica mundial da época, gastos foram cortados pelos governos e,
portanto, necessidades cada vez mais básicas tiveram de ser supridas pelo
voluntariado. Segundo PINHEIRO, “esse momento é o responsável pela
popularização das ONGs” – Organizações Não Governamentais -, que, como
soluções para óbices ignorados pelos governos e empresas, se valia de trabalho
voluntário e doações para buscar a igualdade, por meio do incentivo da equidade.
6. PESQUISA DE CAMPO
A partir dos posicionamentos expressos e desenvolvidos ao longo do
questionário, tem-se acesso a um perfeito reflexo da sociedade brasileira;
evidenciando, portanto, um retrato pertinente para a análise proposta pelo presente
trabalho. Em prol de facilitar a investigação da essência do formulário, será
esmiuçado um aspecto por vez.
6.1 Construção do significado de voluntariado
Neste quesito, pode ser observado um certo consenso entre as respostas.
De modo bastante simplificado, mostrou-se frequente o seguinte ponto: o trabalho
voluntário está relacionado a atividades exercidas sem qualquer pretensão de fins
lucrativos ou conveniência disfarçada de filantropia. Ademais, foi levantado o fato de
que ele está relacionado - sobretudo no que diz respeito à sua natureza - a
sentimentos de empatia e compaixão para com o próximo; assim, é oportuno
destacar que a sensibilidade pode ser, sim, um fator estimulador do voluntariado, ao
passo que, quando imersas em importância com o próximo, as pessoas apresentam
a tendência a optarem por formas de ajudar o outro, levando assim a um
conhecimento considerável no índice de voluntariado em comunidades.
Além disso, foi abordada também a interpretação desse tipo de trabalho
como uma forma de redenção social, de modo que, com ele, é possível realizar
ações que propiciam a reconstrução de uma boa imagem de um indivíduo por parte
da sociedade. Evidentemente, esse não deve ser o único fator estimulador do
voluntariado, mas, sim, uma das suas consequências imediatas, após a sua
realização.
6.2 Análise das manifestações do voluntariado na cidade de Franca
Os posicionamentos, em geral, foram discrepantes entre si. Enquanto alguns
exploravam a existência do voluntariado nos domínios da cidade, outros defendiam
a tese de que, infelizmente, ele não se faz presente. No primeiro caso, foi frequente
a abordagem de exemplos que salientam a presença desse tipo de trabalho social,
como as ONGs “Pedra Bruta” – cujo intuito elementar é auxiliar estudantes do ensino
público a ingressarem no ensino superior – e “Cão Que Mia” – a qual representa um
suporte para animais em estado de carência e/ou abandono. Ainda neste quesito,
outro ponto levantado (também abordado anteriormente no trabalho) foi ao da
construção de uma agradável imagem da empresa, impulsionando assim um cunho
atrativo em relação à preocupação social.
Em contrapartida, os defensores da ausência do voluntariado apontaram
que, atualmente, é praticamente utópico considerar o contrário pois as empresas
francanas não apresentam – ou, se apresentam, o índice é bastante mínimo –
reponsabilidade social na sua visão, missão e em seus valores.
A pergunta em questão também apresentava como uma extensão implícita
os benefícios que poderiam ser proporcionados, caso as empresas optassem pelo
ramo do trabalho social. Neste quesito foram apresentados, dentre outros, os
seguintes quesitos: diminuição do risco de depressão; satisfação pessoal; amparo
social; estímulo ao amadurecimento de capacidades e valores; e, novamente, a
construção de uma estratégia competitiva para as empresas, posto que auxilia na
criação de uma boa imagem.
6.3 Conceito individual de vulnerabilidade social
6,70%
3,30%
90%
30%
60%
16,70% 16,70%
10%
56,70%
26,70%
73,30%
a.) Complementar a ação das empresas b.) Orientar a ação das empresas
c.) Restringir a ação das empresas d.) Inexistir
8. REFERÊNCIAS
VII jornada internacional políticas pðblicas, 7., 2021, são luís. As reflexões de
robert castel sobre os conceitos de “risco” e “vulnerabilidade social”. São
Luís/ Maranhão: Uema, 2013. 11 p.