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FACULDADE DELTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO


FRANCISCA NASCIMENTO DOS SANTOS

A PERSPECTIVA DO ADMINISTRADOR NA INCLUSÃO SOCIAL DA


PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO MERCADO DE TRABALHO

Goiânia
2013
1
FACULDADE DELTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
FRANCISCA NASCIMENTO DOS SANTOS

A PERSPECTIVA DO ADMINISTRADOR NA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO MERCADO DE TRABALHO

Artigo apresentado ao curso de Ad-


ministração, Faculdade Delta, como
requisito parcial para a obtenção de título
de graduação.

Orientadora: Profª. Ma. Karina Miranda


M. B. Cunha

Goiânia
2013
2
FRANCISCA NASCIMENTO DOS SANTOS

A PERSPECTIVA DO ADMINISTRADOR NA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO MERCADO DE TRABALHO

Artigo apresentado ao Curso de Administração, como parte das exigências para


obtenção do título de Bacharel. Banca de exame em /_ /

Banca Examinadora:

Profª Ma. Karina Miranda M. B. Cunha


Orientadora – Faculdade Delta

Profª Esp. Keyla Coutinho Gonçalves


Faculdade Delta

Profª Ma. Valéria da Gaynor Fonseca


Faculdade Delta

Profº Msc. Léllis Antonio Fincatti (suplente)


Faculdade Delta

Goiânia
2013
3
Dedico esta monografia a minha amada
família, em especial a minha mãe, mulher
guerreira que Deus escolheu para ser não
só minha mãe, mas também minha amiga
e companheira de todas as horas. Todos
os amigos que contribuíram para essa
conquista.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço ao meu Deus que escolhi servi-lo e ser grata a Ele por
todas as bênçãos que alcancei até aqui. Aos professores e amigos da Faculdade
Delta, que estivemos juntos por quatro anos. Todos os que me apoiaram e me
ajudaram na realização desse sonho. A minha orientadora, professora Karina Cunha,
pela sua disponibilidade e satisfação em me orientar e apoiar na escolha do meu
tema. A minha patroa, por permitir que eu me ausentasse do meu trabalho para
estudar, apoiar nos meus estudos e, pela sua contribuição, para que eu alcançasse
os meus objetivos.
“Um grande homem pode sair de um lar
pequeno, e uma grande alma pode ser
encontrada num corpo pequeno e
disforme; o que me faz crer que a
natureza produz essas pessoas a fim de
que se perceba que a virtude pode nascer
em qualquer lugar.”
(Lucius Annaeus Sêneca)
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo geral mostrar que pessoas com deficiência física
possuem capacidades de exercer um trabalho produtivo e de qualidade. Para que
isso aconteça, é necessário que haja incentivos por parte do Governo, das
organizações, das Instituições de ensino, dos órgãos privados e da sociedade. Os
gestores são peças fundamentais para que a inclusão da pessoa com deficiência
física seja mais efetiva no mercado de trabalho. Os gestores, com seus
conhecimentos técni- cos, são capazes de visualizar as oportunidades que nem
sempre são vistas por pessoas comuns. As organizações, por sua vez, devem
investir financeiramente na qualificação profissional da pessoa com deficiência física,
juntamente com a partici- pação da sociedade na reintegração dessas pessoas no
mercado de trabalho. Con- tudo ressaltamos que pessoas com deficiência física
possuem capacidades de reali- zar vários trabalhos, com bom desempenho e
responsabilidade, desde que compre- endidas dentro de seus limites.

Palavras-chave: Deficiência física, inclusão, gestor, mercado de trabalho.

7
ABSTRACT

This paper aims to show that people with disability have general capabilities to
perform productive and qualitative work. For this, it is necessary incentives from
government organizations, educational institutions, private corporations and society.
Managers are fundamental to the inclusion of people with physical disability is more
effective in the job market. The managers, with their expertise are able to visualize
the opportunities that are not always seen by ordinary people. Organizations, must
invest financially in the professional qualification of the person with physical disability,
along with society’s participation in the reintegration of these people into the labor
market. However, we emphasize that people with physical disability have capabilities
to perform multiple jobs with good performance and accountability, once it is included
within its boundaries.

Keywords: Physical disability, inclusion, manager, job market.

8
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10

1 INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ...................................... 11

1.1 O que é Inclusão Social? .............................................................................. 12

1.2 O que representa a Inclusão do Deficiente Físico no Mercado de Trabalho


Brasileiro............................................................................................................... 14

1.3 Leis sobre o Deficiente Físico ...................................................................... 16

1.4 Dificuldades enfrentadas pela Pessoa com Deficiência Física.................. 18

2 O GESTOR E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO MERCADO DE TRABALHO ................................ 19

2.1 Dificuldades enfrentadas pelos novos gestores do século XXI ao contra-


tarem uma pessoa com deficiência física ....................................................... 23

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 25

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 28

9
INTRODUÇÃO

As inovações, a tecnologia e o conhecimento intelectual humano crescem


quase como a velocidade da luz. Com o avanço da Globalização nas últimas
décadas, as mudanças vêm ocorrendo constantemente na sociedade, o que tem
contribuído para uma nova era. Com isso, o século XXI tem sido palco de grandes
conquistas em todos os campos da vida social do indivíduo.
A maior parte da história da pessoa com deficiência física foi marcada pela
desigualdade. Com o passar dos anos, percebeu-se que essas pessoas ainda são
vistas como a minoria que faz parte da sociedade e que possui desejos, direitos e
necessidades em qualquer meio social. Um problema enfrentado pela pessoa com
deficiência é que ainda existem, de fato, preconceitos a respeito da capacidade e
limites que essas pessoas possuem.
Sendo assim, o trabalho que antes era visto como uma ação natural do
homem, hoje na sociedade moderna, passa a beneficiar uns em detrimento dos
outros, o que torna o papel do administrador cada vez mais importante na inclusão
social da pessoa com deficiência física no mercado de trabalho.
Dorival Correa, Professor da Cadeira de Sistemas, em seu artigo sobre a
integração do deficiente no mercado de trabalho, citou o que seria uma pessoa com
deficiência. É uma pessoa que possui algumas limitações de ordem física, mental ou
sensorial, sendo que apenas essa limitação a faz ser diferentes de pessoas que se
julgam “normais”. O que parece óbvio hoje para nossa sociedade é que todas as
pessoas com deficiência estão conseguindo seu lugar na sociedade através dos
seus direitos como qualquer indivíduo.
Por muitos anos, houve um retrocesso na inclusão social da pessoa com
deficiência física. A falta de transporte, de educação, habitação adequada, incentivos
econômicos, e informação por parte da sociedade permitiram a exclusão dessa força
de trabalho.
10
É importante observar, entretanto, que a maior parte das organizações ainda
hesita em mudar seus antigos conceitos ditados por uma sociedade preconceituosa,
e egoísta, o que tem atrasado ainda mais a inclusão da pessoa com deficiência
física.

A Lei nº 8.213, que entrou em vigor dia 24 de julho de 1991, garante à pessoa
com deficiência trabalhar em uma organização que tenha no seu quadro de
funcionários mais de 100 colaboradores. Essas organizações são obrigadas a
preencher de 2% a 5% dos seus cargos com deficientes. O gestor deve ser uma
pessoa que tenha um espírito de liderança, que seja inovador, flexível, que trabalhe
em equipe. Tudo isso faz dele a ferramenta fundamental para a inclusão social da
pessoa com deficiência física no mercado de trabalho.

A visão do gestor envolve a unidade de uma organização. A sua habilidade


de transformar os seus conhecimentos técnicos em uma ação favorável a um grupo
social o torna uma pessoa capaz de mudar um ambiente, valorizando o indivíduo,
garantindo-lhe total direito a uma vida digna e reconhecendo a capacidade e
habilidade de uma pessoa com deficiência física, sendo um agente de transformação
para uma sociedade democrática e igualitária.

1 INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A inclusão social surgiu com o objetivo de dar oportunidades às pessoas


minoritárias da sociedade. Pessoas com deficiência seja ela, física, mental, auditiva,
ou sensorial, está ligada à inclusão social, pois são pessoas que não possuem tanta
oportunidade dentro da sociedade como uma pessoa “normal”.
A pessoa com deficiência física sofre discriminações desde o século passado,
isso acontece porque muitos acreditam que são pessoas incapazes de exercer uma
atividade em grupo.
Embora não tenham conseguido plenamente sua inclusão na sociedade como
deveria, muitos já conquistaram seu espaço no meio social. Se realmente se deseja
uma sociedade democrática, deve ser criada uma nova ordem social. É preciso
conhecer a vida e as expectativas de uma pessoa com deficiência física, como ela
se sente diante de tantos obstáculos a serem ultrapassados, o que lhe tem causado
11
portanto tempo a falta de reconhecimento, de oportunidade, para que elas possam
mostrar suas qualidades e virtudes a uma sociedade que ainda vive em torno do
preconceito.

A razão mais importante para a inclusão é o valor social. A pessoa que possui
alguma deficiência precisa se sentir valorizada e aceita na sociedade em que vive.
Makhoul (2007) afirma que

No entanto a preocupação com a inclusão das pessoas com deficiência só


ocorreu “oficialmente” no final da década de 1980 e início da década de
1990, movida mais por interesses de orientação política e econômica do
que de outra ordem. (p.29)

E foram justamente esses interesses do poder político e econômico que


possibilitaram a inclusão da pessoa com deficiência na vida da sociedade moderna.
Foi um marco importante para aqueles que eram considerados excluídos e
marginalizados pela sociedade. Compete ao governo a obrigação de contribuir para
a inclusão dessas pessoas tanto no mercado de trabalho, como nas escolas públicas
e estaduais. Faz parte de entes federados como, União, Estado, Municípios e Distrito
Federal, assegurar a satisfação das necessidades coletivas variadas de todas as
pessoas, tais como a segurança, cultura, lazer, saúde e bem estar.
Promover a inclusão de pessoas com deficiência física no mercado de
trabalho faz parte de um desenvolvimento cultural da sociedade, que vem a muitos
milhares de anos causando sofrimentos, angústias e rejeições em pessoas que são
tão capazes de desempenhar funções com sucesso em qualquer lugar quanto as
pessoas normais.
É importante que os profissionais da educação, das organizações e até
mesmo o próprio país, se conscientizem de que essas pessoas possuem os mesmos
direitos Constitucionais como qualquer outra pessoa. Essa falta de conscientização
dificulta a presença e a permanência delas no meio social com mais frequência.

1.1 O que é Inclusão Social?

Inclusão social é respeitar direitos e deveres, não se importando com o sexo,


a idade, a raça, ou a cor de cada pessoa, ou seja, uma sociedade totalmente aberta
que aprecia as diferenças, e que dá oportunidades iguais a todos.

12
Para que uma sociedade se torne inclusiva, é preciso que haja esforços
coletivos na busca pelos direitos, deveres e igualdade de todos. Almeida (2003)
afirma que a inclusão

Constitui um grande desafio, pois envolve mudanças na concepção de soci-


edade, de homem, de educação e de escola. Mudar concepções já cristali-
zadas e arraigadas em nome de outro modelo de educação, não é tarefa
simples e fácil, sobretudo quando essas vão beneficiar pessoas que foram
historicamente injustiçadas, marginalizadas e excluídas da sociedade (apud
MAKHOUL, 2007, p. 36).

É preciso que haja uma mudança de comportamento e de mente, não é fácil


quebrar velhos paradigmas, é hora de inserir novos valores, novas oportunidades,
conhecer e reconhecer o potencial daqueles que sofrem injustiças. Hawking (2011)
conceitua que

De fato, temos a obrigação moral de remover as barreiras à participação e


de investir recursos financeiros e conhecimento suficiente para liberar o
vasto potencial das pessoas com deficiência. Os governantes de todo o
mundo não podem mais negligenciar as centenas de milhões de pessoas
com deficiência cujo acesso à saúde, reabilitação, suporte, educação e
emprego tem sido negado, e que nunca tiveram a oportunidade de brilhar.
(apud SÃO PAULO, 2011, p.3).

Muitas pessoas com deficiência física estão isoladas por falta de um ambiente
adequado, condições de vida melhor, são privadas de estarem em uma instituição
de ensino, e seu nível da saúde é precário. Essa situação evidencia que as barreiras
enfrentadas por elas precisam ser rompidas, com a participação dos governantes,
dos gestores, das escolas em geral, e de todos da sociedade. O mundo, nos últimos
anos, vem retratando uma sociedade aberta às adversidades, tanto de cultura,
religião, classe social dentre outras, através da inclusão social, o que ainda precisa
avançar um pouco mais.
Para que se encontrem mais alternativas de melhoria para a inclusão da
pessoa com deficiência física, todos devem participar em conjunto em busca de um
sucesso real na vida de cada pessoa com deficiência física que vive no mundo
inteiro, à espera de novas oportunidades e de uma vida melhor. Cabe a todos os
homens do século XXI contribuir para a inclusão da pessoa com deficiência no meio
social.

13
1.2 O que representa a Inclusão do Deficiente Físico no Mercado de Trabalho
Brasileiro

Em tempos de um mercado aquecido e bem mais competitivo, onde há uma


alta demanda por mão-de-obra, é natural que as organizações estejam preocupadas
em buscar para seu quadro de funcionários, pessoas que estejam qualificadas para
alcançarem esse objetivo. No entanto, o administrador precisa considerar pontos
essenciais que impedem a inclusão de pessoas com deficiência no seu quadro de
funcionário. Por exemplo, encarar que essas pessoas são capazes de contribuir para
o crescimento de qualquer empresa onde ela tenha a oportunidade de mostrar
sua capacidade de trabalho.
O gestor do século XXI, tem se tornado a pessoa com um desejo de
competência no que faz. É a pessoa que tem como função gerir de forma ética,
técnica e transparente, tudo que acontece dentro de uma organização. Ele sabe lidar
com as pessoas, delega tarefas, é participativo, inovador, motivador e garante o bom
funcionamento da organização. Isso significa que o gestor pode estimular a inclusão
da pessoa com deficiência dentro da organização, ele tem um papel fundamental
para a inclusão social.
Existem dois grandes desafios para os gestores na inclusão da pessoa com
deficiência física no mercado de trabalho brasileiro: A conscientização para o apoio
à inclusão e o desenvolvimento profissional.
Promover a conscientização de todas as pessoas dentro de uma organização
é de fato uma mudança que trará pontos positivos para a qualidade da força de
trabalho brasileira. A aceitação das diferenças individuais produz na sociedade uma
nova mentalidade. Todas as pessoas possuem potenciais a serem descobertos
dentro do ambiente de trabalho.
Um dos pontos cruciais para as organizações terem uma boa fatia do
mercado hoje é a conscientização feita pelos gestores de que a inclusão não é
apenas só um ato de permitir ou mesmo favorecer pessoas com deficiência física a
terem acesso ao meio comum. A inclusão insere novos valores, confiança e, o
principal, o respeito mútuo, além de poder influenciar o comportamento, as ideias e
também as atitudes de seus colaboradores. Chiavenato (2004) conceitua que

14
Liderança é a influência interpessoal exercida em uma situação dirigida por
meio do processo de comunicação humana para a consecução de um ou
mais objetivos específicos. A liderança ocorre como um fenômeno social e
exclusivamente nos grupos sociais. (p.122)

O gestor como um líder1 é tão somente alguém que está no comando das
situações que estão em seu âmbito de influência. Ele pode fazer acontecer toda uma
mudança no grupo no qual está inserido. Incluir uma pessoa com deficiência física
no meio social faz parte da transformação de uma nação que busca a igualdade, a
dignidade, os valores, a confiança e, o principal, o respeito mútuo.
Os direitos para toda nação brasileira são iguais, sem que haja qualquer tipo
de discriminação que seja vista pelas chefias dentro da organização. O mercado de
trabalho brasileiro é um tema polêmico. Com o avanço da tecnologia da informação
e das inovações, as organizações buscam dar oportunidades às pessoas que
possuem qualificação profissional, ao mesmo tempo em que não dão oportunidades
para estarem qualificadas. O maior problema são os requisitos solicitados pelo
mercado de trabalho.
O trabalho, para a maioria dos homens, não é apenas uma fonte de renda
para sua própria sobrevivência, às vezes se confunde com a integridade social, em
que a pessoa se sente um inútil. Para as pessoas com deficiência física, a procura
por uma vaga de emprego no mercado de trabalho brasileiro torna-se mais difícil,
pois muitas pessoas subestimam as potencialidades que essas pessoas possuem. O
trabalho da pessoa com deficiência física representa para o Brasil um aspecto
importante, gerador de progresso social e econômico, pois a nova concorrência do
mercado hoje é a economia do conhecimento. Como coloca Chiavenato (2003)

A nova economia é uma economia do conhecimento, graças a TI. Mas, o


conhecimento é criado por pessoas, apesar da inteligência artificial e de ou-
tras tecnologias da informação. O conteúdo de conhecimento integrado em
produtos e serviços está crescendo significativamente (p. 577).

Com a nova economia do mercado brasileiro, a capacitação profissional


tornou-se indispensável para sua sobrevivência, seja ela pessoa comum ou com
deficiência física, seus conhecimentos abrirão para as organizações novos
mercados. E para manter seu espaço no mercado, é preciso se enquadrar aos

1
Segundo Aurélio Líder significa: Guia; chefe.
15
novos moldes exigidos pelos consumidores; não basta apenas bons produtos e
serviços, agora requer o máximo de envolvimento da sociedade e da inclusão de
todos.
O Brasil está vivendo a universalização da mudança. Isso significa que
ninguém escapará de seus impactos. O gestor, diante deste cenário, precisa estar à
frente das mudanças e fazê-las acontecer para a pessoa com deficiência física. A
inclusão da pessoa com deficiência física dentro de uma organização a torna mais
responsável por um número maior de pessoas trabalhando em conjunto sem
qualquer tipo de preconceito, na qual todas possuem habilidades, e que possam
desenvolvê-las com qualidade independentemente de quem a pessoa seja. É uma
obrigação das organizações do século XXI promover condições adequadas para que
essas pessoas façam parte de um grupo de trabalhadores com expectativa de vida
melhor, exercendo sua função com eficácia.
Essa organização também conquista mais espaço no mercado globalizado e
competitivo do século XXI em que, no século XX a expectativa de vida era bem
menor do que no século XXI. O maior incentivador da inclusão da pessoa com
deficiência física no mercado de trabalho vem dessa nova geração de profissionais
qualificados para a ocupação de um cargo como de gestor de uma organização.

1.3 Leis sobre o Deficiente Físico

A lei veio para garantir o direito do benefício, da proteção, da liberdade, e dos


devidos amparos para o cidadão, sem que haja discriminação de cor, raça, religião,
ou estado físico da pessoa.

Art. 4º São princípios fundamentais do Estatuto da pessoa com deficiência:


I - respeito à dignidade inerente, autonomia individual, incluindo a liberdade
de fazer suas próprias escolhas, e à independência das pessoas;
II - não discriminação;
III - inclusão e participação plena e efetiva na sociedade;
IV - respeito pela diferença e aceitação da deficiência como parte da
diversidade e da condição humana;
V - igualdade de oportunidades;
Art. 5º É dever do Estado, da sociedade, da comunidade e da família
assegurar, com prioridade, às pessoas com deficiência a plena efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à
maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização,
ao trabalho, à previdência social, habilitação e reabilitação, transporte,
acessibilidade, cultura, desporto, turismo, lazer, informação e comunicação,
avanços científicos e tecnológicos, dignidade, respeito, liberdade e
convivência familiar e comunitária, dentre outros decorrentes da

16
Constituição Federal e das leis, que propiciem seu bem estar pessoal,
social e econômico desses indivíduos.
Art. 7 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social.
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e c ritérios
de admissão do trabalhador portador de deficiência;
No art. 23 É competência Comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência;
No art. 24 está escrito que Compete somente à União, os Estados e o
Distrito Federal legislarem corretamente sobre:
XIV – proteção é integração social das pessoas portadoras de deficiência; o
Governo está diretamente ligado na inclusão social das pessoas com
deficiência, dentro da sociedade.
Art. 57. A pessoa com deficiência tem direito ao exercício de atividade
profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

Diante do exposto, pode-se obervar que a pessoa com deficiência física


possui direitos e são legalmente amparados pela lei. Em tese, esses possuem os
mesmos direitos/obrigações que uma pessoa não deficiente tem.
A Lei nº 4.613, de 02 de Abril de 1965, isenta dos impostos de importação e
de consumo, bem como da taxa de despacho aduaneiro, os veículos especiais
destinados a uso exclusivo de paraplégicos ou de pessoas com deficiência física, os
quais fiquem impossibilitados de utilizar os modelos comuns.
A Lei Federal nº 8.213 é referente a cotas dentro das empresas. Ela entrou
em vigor no dia 24 de julho de 1991, é regulamentada pelo Decreto Federal
3.298/99. Essa Lei determina a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de
trabalho através de cotas, em que as empresas com 100 ou mais funcionários
contratem para seu quadro de funcionários um percentual de 2% a 5% de pessoas
com deficiência. Essas pessoas têm ocupado, com o passar dos anos, seu lugar de
posição no mercado de trabalho. Essa proposta de melhoria para a inclusão da
pessoa com deficiência coloca as organizações dentro de um novo conceito.
Os deficientes físicos, através das evoluções ocorridas nos últimos anos,
ganharam um importante aliado, o Ministério Público Federal, o qual vem atuando
em favor da inclusão social da pessoa com deficiência. A Lei 7.853, a qual criou o
CORDE 2, manda que os Ministérios Públicos Federal e Estadual defendam a
pessoa com deficiência física, garantindo-lhe oportunidades sem olhar
somente para suas limitações físicas.

2
CORDE: Órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Cidadania, responsável pela gestão de
políticas voltadas para a inclusão da Pessoa com Deficiência, em todas as esferas da sociedade.
17
1.4 Dificuldades enfrentadas pela Pessoa com Deficiência Física

A pessoa com deficiência física enfrenta grandes dificuldades no decorrer de


sua vida, são elas: financeiras, emocionais, física e o preconceito, que muitas vezes
parte da própria família, que não recebe o suporte necessário para se adaptarem
com mais facilidade em meio a um grupo de indivíduos. Essas pessoas, como
quaisquer outras, possuem seus direitos. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(2011)

A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com


Deficiências (CRPD, na sigla original), adotada em 2006, tem como
objetivo “promover, proteger e assegurar o gozo integral e igual de
todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as
pessoas com deficiência, e promover o respeito por sua dignidade
inerente” (p.7).

A dignidade da pessoa com deficiência, por muito tempo, foi deixada de lado
pela sociedade. Historicamente, foram pessoas avaliadas por suas potencialidades,
com isso sofreram muito pelo estigma que as colocaram na condição de pessoas
incapazes de realizarem em grupo qualquer tipo de trabalho. No entanto, os direitos
são iguais a todos e são garantidos pela Constituição Federal.
A dificuldade enfrentada por uma pessoa com deficiência física implica em
várias situações, como é o caso de um cadeirante. A falta de adaptações em
rampas, portas, banheiros e ambiente de trabalho adequado, calçadas adequadas
para sua acessibilidade causam a exclusão dessa pessoa na sociedade. Para que se
mude essa situação, é necessário que haja vontade e disponibilidade por parte da
sociedade.

Reconhecer e identificar estes problemas enfrentados por pessoas com


deficiência física, é papel do governo, das entidades públicas, privadas, e das
instituições de ensino. Há muito que se esclarecer a respeito desse problema. A
inclusão da pessoa com deficiência física só será efetivamente conquistada no
momento em que a sociedade brasileira assumir de fato que existem cidadãos que
buscam formas de conseguir recursos para atenderem suas necessidades
básicas, além de estarem buscando o direito que lhes é garantido por lei de serem
cidadãos como quaisquer outros, e não apenas excluídos da sociedade.
18
O preconceito tem sido um fato que, por muitos anos, vem impedindo que
pessoas com deficiência física consigam se adaptar em meio à sociedade. A falta de
cumplicidade com uma pessoa que não possui as mesmas condições físicas das
que se consideram normais pode causar um clima de insegurança e outras
consequências na vida dessa pessoa, frustrando seus sentimentos e expectativas de
ter uma vida digna.
A pessoa com deficiência física não é valorizada. Muitos acreditam que são
pessoas incapazes de exercer qualquer tipo de atividade pelo fato de possuírem
uma limitação, sendo que são pessoas inteligentes, decididas, sonhadoras, lutando
por um espaço que é seu por direito. É um cidadão como qualquer outra pessoa, e
mais, em razão de sua condição especial, deve ser tratado de forma especial, e não
de forma diferenciada pela desigualdade.

2 O GESTOR E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA INCLUSÃO SOCIAL DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO MERCADO DE TRABALHO

O gestor tem um papel fundamental no processo de inclusão da pessoa com


deficiência. Como foi mencionado na seção 3.2, ele é a pessoa que deve saber
como tratar as pessoas, delegar tarefas, mostrar–se participativo, inovador. Assim,
ele tem como garantir o bom funcionamento da organização. Isso significa que o
gestor é o principal responsável pela inclusão do deficiente físico no mercado de
trabalho. O gestor que se preocupa com essas pessoas ganha confiança por parte
da sociedade, e ainda garante um sucesso na sua carreira, mas isso exige dele um
esforço educativo.
O Brasil é um país em desenvolvimento. O fato é que, com as mudanças que
estão ocorrendo na ciência e na tecnologia, modificou-se também a profissão do
gestor em relação ao século passado. Hoje, o gestor tem muitas possibilidades de
crescimento, além de atuar no mercado de trabalho, sendo reconhecido como uma
peça fundamental para o sucesso das organizações.
Visto o intenso crescimento das organizações no século XXI, o
comportamento do homem vai se modificando de acordo com as situações
políticas, econômicas e sociais da época. Consequentemente, surgem os problemas
de relaciona- mento dentro das organizações entre os colaboradores num mesmo
19
espaço de trabalho em que se busca o reconhecimento, o sucesso e o crescimento
profissional. Verifica-se que a comunicação entre os líderes e liderados é
fundamental para que se reduza o número de conflitos e a organização alcance
sucesso no mercado competitivo do século XXI.
Os conflitos dentro das organizações causam a exclusão da pessoa com
deficiência física, como as críticas, rejeição, e falta de companheirismo, o que leva a
pessoa a se sentir excluída do grupo do qual, no seu dia-a-dia, ela faz parte. O
gestor tem como objetivo mudar a cultura organizacional, com o propósito de que se
estabeleçam relacionamentos duradouros e comprometidos, através do
comportamento, hábitos, estilos competência e caráter de cada colaborador do
grupo.
Na maioria das organizações, leva tempo para se mudar os costumes
internos, os colaboradores ainda resistem às mudanças, o novo às vezes causa
medo. São apenas velhos paradigmas que ainda não foram quebrados. O papel
principal do gestor é conscientizar seus colaboradores sobre a necessidade de se ter
outros profissionais com perfis e competências diferentes, além de criar um novo
panorama que está se modificando a cada ano com as constantes mudanças do
século XXI.
O conhecimento a respeito de como auxiliar no cumprimento da Lei
estabelecida a favor dos direitos da pessoa com deficiência física mostra que a
organização se preocupa com a responsabilidade social. O gestor precisa fazer uso
de seus conhecimentos, e tornar-se uma pessoa que busca a cada momento
reciclar–se para não ser um gestor ultrapassado. A sua maior riqueza é o seu capital
intelectual. Stewart (1998) descreve que

O conhecimento torna-se o principal ingrediente do que produzimos,


fazemos, compramos e vendemos. Resultado: administrá-lo- encontrar e
estimular o capital intelectual, armazená-lo, vendê-lo e compartilhá-lo,
torna-se a tarefa econômica mais importante dos indivíduos, das empresas
e dos países (p.11).

O poder do conhecimento tem se tornado uma força que acelera a economia


do mercado mundial, e sendo cada vez mais usado como estratégias competitivas
com foco na qualidade e produtividade. Com as mudanças sociais sofridas nos
últimos anos, a postura dos gestores tem mudado seus conceitos de como liderar
pessoas através do conhecimento intelectual, o que influencia na vida de seus
20
colaboradores e também na economia da organização e do país. A impressionante
magnitude do uso desse recurso implica também na exclusão daqueles que ainda
são a minoria da população e pelo simples fato de ainda não terem a oportunidade
de mostrar suas especialidades. Dessa forma, a organização que passa a valorizar
as pessoas com suas diferenças passa a fazer parte de um novo patamar de
desenvolvimento do potencial humano (STEWART,1998).
No cenário atual, o gestor faz parte das inovações vividas pelas grandes
organizações, ele garante o sucesso no mercado e gera resultados satisfatórios. Sua
participação na inclusão social da pessoa com deficiência física no mercado de
trabalho mostra que ele está preparado para lidar com as pressões da globalização.
No momento em que as transformações ocasionadas pelo uso de ferramentas como,
a internet, comércio eletrônico e os celulares de última geração tomam conta do
cotidiano dos indivíduos, fica cada vez mais claro que as organizações precisam se
adequar para receberem pessoas com deficiência física (ibid).
As incertezas, pressões e as mudanças bruscas que acontecem no mercado
de trabalho e no mundo causam preocupação na sociedade. Os gestores estão em
busca de pessoas qualificadas, competentes e ágeis. Stewart (1998, p.41) descreve
que “os mercados são implacáveis. Recompensam o que cria valor e ignoram ou
castigam o que não cria.” O mercado de trabalho exclui uma parte da sociedade, a
falta de recursos financeiros os baixos salários, falta de infraestrutura, de saúde, de
educação, transporte de qualidade para a população, acaba causando um número
significativo de pessoas excluídas do meio social. O gestor, assim como as
organizações, pode desenvolver parcerias que garantam a participação proativa da
pessoa com deficiência física no mercado de trabalho.
O reconhecer e, principalmente, o repensar nas lutas enfrentadas pelas
pessoas com deficiência é o suficiente para lhes oferecer mais oportunidades,
melhor condição de vida, saúde, lazer e espaço adequado dentro das organizações,
garantindo seus direitos e deveres como um cidadão comum.
O preconceito pode surgir dentro de uma organização no momento em que
se estabelece uma necessidade exagerada de requisitos na hora do recrutamento e
seleção, como a boa forma e beleza. Esse tem sido o erro cometido que veio do
passado, a preocupação de algumas companhias com a imagem da sua marca no
mercado. Não contratar um profissional por ele não preencher esses requisitos não
só é preconceito, como também, uma falta de respeito para com o próximo. A
21
evolução do comportamento humano veio para que esse tipo de ato não seja aceito
pela sociedade.
O Desenvolvimento Econômico do país vem aumentando nestes últimos anos.
As organizações têm avançado no mercado competitivo e globalizado, o que tem
gerado mais oportunidade de emprego para a sociedade em geral. Isso não significa
que pessoas com deficiência física vivam em um cenário diferente. Elas ainda
enfrentam dificuldades e sofrem preconceitos, pois elas vivem em um país de renda
baixa, em que seu custo de vida com transporte, tratamentos com a saúde,
alimentação e lazer ainda é muito alto, são pessoas que sofrem com a taxa de
pobreza tanto quanto as demais pessoas.
O gestor tem o dever de contribuir para o desenvolvimento econômico e
humano dos indivíduos. É ele o influenciador na inclusão do deficiente físico no
mercado de trabalho, para que as gerações futuras tenham uma nova forma de viver
em uma sociedade que respeita as adversidades e que promovam a redução das
desigualdades sociais. Migueles (2008) relata que

O discurso sobre a importância da diversidade nas organizações não é


novo, mas embora já conhecido, o foco na sua capacidade de geração de
valor é muito pouco abordado o que torna uma questão de
responsabilidade social, e não de Gestão de negócios voltada para a
produtividade. (...) a visão de responsabilidade social, embora relevante,
deixa de fora a importância da diversidade como fonte de diferencial
competitivo em mercados globais cada vez mais segmentados. (p.66)

Na visão inconsciente de muitos gestores, a inclusão da pessoa com


deficiência no mercado de trabalho pode ser um gasto a mais para a organização.
Alguns gestores ainda não conseguem enxergar nas adversidades das pessoas, sua
competência e o talento que essas pessoas possuem. O diferencial competitivo está
ligado à força de trabalho e à grande disputa por pessoas qualificadas para exercer
todo e qualquer tipo de trabalho.
Pensar num mundo em que as pessoas são vistas por suas competências e
pelo seu intelecto sem que haja distinção por raça, gênero, religião, classe
econômica ou qualquer restrição mediante as condições físicas das pessoas por
enquanto ainda é só uma filosofia de vida. Migueles (2008, p.109) afirma que “muitas
pessoas com deficiências ainda são avaliadas pelo aspecto do que elas não podem
fazer em vez de o que elas podem fazer (...)”. Esse ainda é um fato que precisa ser
mudado dentro das organizações. Seria muito importante, tanto para os gestores
22
quanto para a pessoa com deficiência física, que vissem essa questão não apenas
pelo aspecto da deficiência da pessoa, mas também como uma questão de capital
humano, que pode impactar toda a sociedade em geral (MIGUELES, 2008).
Existe, em muitos casos, uma barreira para o processo de contratação de
pessoas com deficiência. A falta de compreensão e de conhecimento por parte
gestores, além de sua conscientização em relação à questão da deficiência faz com
que eles vejam esses trabalhadores como tendo muitas limitações para cumprir
certas funções. Portanto, os gestores precisam de treinamentos para atender
adequadamente pessoas com deficiência física, assim poder incluí-las no mercado
de trabalho influenciando-as para sua formação profissional.
Um dos pontos mais importantes para se incluir uma pessoa com deficiência
física é reabilitá-la, capacitar essa pessoa para o exercício de tal função dentro de
uma organização. Existe hoje um novo estilo de gerenciar uma organização, em que
os gestores são democráticos, têm consideração por seus colaboradores, lhes dá o
poder de participar das tomadas de decisões, que desejam a participação e o
envolvimento total de todos os colaboradores sem exceção.
A participação da pessoa com deficiência física nas tomadas de decisões
mostra a capacidade de modificar e influenciar as demais organizações e os seus
próprios colaboradores a aceitarem essas pessoas, garantindo-lhes os direitos que
constam na Constituição Federal. A inclusão social do deficiente físico no mercado
de trabalho só ocorre por meio de relacionamentos e da comunicação entre gestores
e colaboradores, além do oferecimento de condições próprias para o seu trabalho na
empresa.

2.1 Dificuldades enfrentadas pelos novos gestores do século XXI ao


contratarem uma pessoa com deficiência física

Muitos anos atrás, quando esse assunto de inclusão social era visto apenas
como mais um gasto para a organização, as pessoas com deficiência viviam num
mundo desconhecido por muitos. Mas, com a chegada da globalização e o
desenvolvimento cultural, social e econômico, as oportunidades surgem com mais
impacto. As organizações do século XXI vivem em constantes mudanças,
produzindo riscos econômicos e oportunidades para os profissionais qualificados, o
ritmo da mudança torna-se cada vez mais acelerado, num ambiente cheio de
23
adversidades culturais, o que causa certos obstáculos para a inclusão da pessoa
com deficiência física.
O gestor do século XXI, atualmente, confronta-se com desafios que seus
antecessores pouco enfrentaram: a crescente competição global, as mudanças no
funcionamento das organizações, sem contar com a alta demanda pela qualidade e
valor para os consumidores. Tornou-se o mundo dos negócios cada vez mais
competitivo, obrigando o gestor a mudar seu estilo de comandar e liderar pessoas.
Nota-se que o administrador tem buscado se qualificar cada vez mais,
através de cursos oferecidos pelas organizações e pelo seu próprio desejo de se
qualificar mais para o mercado de trabalho. A vida das pessoas do mundo
moderno de hoje depende das organizações, e as organizações dependem do
trabalho das pessoas.

O que ainda falta para que haja maior participação da pessoa com
deficiência no mercado de trabalho são os incentivos do governo, das escolas, das
instituições privadas e da população. Nota-se que o maior incentivo tem partido da
família que faz parte dessa inclusão. No momento em que as pessoas são motivadas
a fazerem algo, mesmo possuindo alguma limitação, automaticamente, a situação
muda gradativamente pelo motivo de acreditarem que serão capazes de realizar algo
eficaz dentro de qualquer organização.
A crise financeira porque passa algumas organizações e a falta de
qualificação de mão-de-obra dos gestores é um obstáculo que enfrenta a pessoa
com deficiência. Devido a problemas financeiros dentro das organizações, o gestor
não tem como investir melhor no ambiente de trabalho para receber essas pessoas,
garantindo todos os direitos devidos e a acessibilidade.
Em qualquer tempo da vida do indivíduo, ele é gerenciado por alguém, sejam
elas pais, professores, líderes religiosos, até chegar às organizações das quais irá
fazer parte, sendo que, ordens sempre partirão de alguém superior. Isso mostra que
uma tomada de decisão importante envolve uma pessoa superior com a participação
dos seus colaboradores, com quem irá contribuir para a inclusão social da pessoa
com deficiência física. Ou seja, parte do gestor contribuir para o crescimento de uma
sociedade melhor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que a inclusão social da pessoa com deficiência física no


mercado de trabalho exige muito das organizações. A partir da pesquisa realizada,
através de um questionário, foi possível destacar os obstáculos que enfrentam uma
pessoa com deficiência física.
O objetivo principal dessa pesquisa foi esclarecer mais a respeito da inclusão
social do deficiente físico no mercado de trabalho e suas complicações. O fato de
deficientes ainda não serem vistos pelos gestores como pessoas capazes de
fazerem parte de um grupo pelo seu potencial intelectual, pode levar a considerar
que são pessoas excluídas pelas organizações.
Nota-se que, desde a evolução da Administração, as organizações buscam
formas de melhorar sua estrutura organizacional, buscando adequar-se às novas
mudanças do mercado. Lentamente, conceitos formados estão sendo mudados com
o avanço da informação. O uso de ferramentas importantes, como a tecnologia
avançada, tem contribuído para essa nova forma de se administrar pessoas e
organizações.
Há milhares de anos passados na história do homem na terra, a vida da
pessoa com deficiência foi marcada por discriminações. Ela era vista como uma
pessoa amaldiçoada, castigo dos deuses, além de sofrer outras discriminações. Com
as constantes evoluções que o homem sofreu as pessoas com deficiência, aos
poucos, conseguiram recursos que lhes proporcionaram um avanço em meio à
sociedade na qual estão inseridos.
O mundo está mudando, dessa forma, os indivíduos fazem parte dessa
mudança. Seus desejos e necessidades não são mais os mesmos. Com isso, o
século XXI tem sido palco de grandes mudanças, tanto no campo da vida social
quanto política. Hoje, existem muitas pesquisas na área das deficiências, bem como
leis e políticas públicas que amparam o deficiente.
O panorama da história da pessoa com deficiência mostra que, por muitas
décadas, a valorização do ser humano foi negada. Hoje, em pleno século XXI, esse
panorama está aos poucos sendo mudado, pois a pessoa com deficiência luta para
ser incluída num meio social, sem que haja discriminação por parte da sociedade.
Todas as organizações aprendem a desenvolver sua própria cultura, o que
tem causado problemas, como a exclusão da pessoa com deficiência. É necessário
25
que haja mais interesse por parte das organizações e dos novos gestores. É fato
que o mundo passa por uma crise econômica mundial, a qual provoca rupturas na
economia dos estados, gerando um clima de incertezas para os gestores, causando
mais um problema para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de
trabalho.

Administrar é um processo que envolve todos do grupo, tanto os que exercem


autoridade como os colaboradores que auxiliam nesse processo. A inclusão social
da pessoa com deficiência envolve cada pessoa que faz parte de uma organização
que busca seu espaço no mercado.
Em tempos de mercado aquecido e bem mais competitivo, é natural que as
organizações do século XXI estejam preocupadas em buscar para seu quadro de
funcionários pessoas que estejam qualificadas e habilitadas para ocuparem um
cargo. O que não vem acontecendo com as pessoas deficientes, além de muitos
obstáculos que enfrentam os recursos para sua reabilitação e capacitação são
escassos.
A pessoa com deficiência física é capaz de exercer um cargo dentro da
organização, desde que haja qualificação e aceitação de suas limitações.
Ressalta-se que os colaboradores fazem parte desse processo de inclusão social.
Ela tem os mesmos direitos e deveres como qualquer outro cidadão. São
importantes para o desenvolvimento da sociedade. Elas têm seus medos, receios e
sonhos a serem realizados.
É dever do Estado, da sociedade, da família assegurar que a pessoa com
deficiência cresça profissionalmente, mostrando suas habilidades, tomando suas
próprias decisões e, o mais importante, assumindo suas responsabilidades.
O preconceito tem sido um fato na vida da pessoa com deficiência. Por muitos
anos, vem impedindo que o deficiente consiga fazer parte de um meio social, o que
tem causado um clima de insegurança e outras consequências na vida dessas
pessoas.

Com a falta de interação entre os gestores e o comprometimento com a


responsabilidade social, fica claro que as oportunidades de trabalho para as pessoas
com deficiência se tornam mais difíceis ainda. O Estado de Goiás tem procurado
garantir que as pessoas com deficiência física, façam parte da sociedade, buscando
a valorização da pessoa e investindo em sua reabilitação.
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Os gestores, por sua vez, são pessoas que devem lutar pela inclusão da
pessoa com deficiência. Eles devem envolver seu ambiente de trabalho com essas
novas mudanças, transformar a estrutura dos negócios, derrubando as barreiras do
preconceito e comprometendo-se com o avanço das mudanças na cultura das
organizações.
As mudanças que sofre uma sociedade envolvem todos do grupo, o
envolvimento com os problemas sociais faz parte da vida de todos, resolvê-los vai
depender de todos e não apenas da minoria. Na medida em que os dias se passam,
o problema da inclusão social vem causando indignação na pessoa com deficiência,
que se sente discriminada, e desrespeitada pela sociedade. A dignidade do homem
e seu direito à igualdade de oportunidades ainda estão deixando a desejar.
O processo de inclusão da pessoa com deficiência faz com que o país se
desenvolva com mais qualidade de vida e dignidade uma vez que todos os direitos e
deveres são cumpridos, de forma correta, respeitando o potencial do ser humano.

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REFERÊNCIAS

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