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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE ENGENHARIA – FAEN


ENGENHARIA CIVIL

Andressa Ponse Santos


Bruna Chiesse Bastos
Lohana Vieira Silva
Ludiele Reverse
Matheus Rodrigues Pereira do Nascimento
Raphael Soares Erbes

PROJETO ASSISTIDO POR COMPUTADOR


TRABALHO 1 - PARÂMETROS DE ESTABILIDADE GLOBAL

DOURADOS - MS
2023
Andressa Ponse Santos
Bruna Chiesse Bastos
Lohana Vieira Silva
Ludiele Reverse
Matheus Rodrigues Pereira do Nascimento
Raphael Soares Erbes

PROJETO ASSISTIDO POR COMPUTADOR


TRABALHO 1 - PARÂMETROS DE ESTABILIDADE GLOBAL

Trabalho apresentado à disciplina de Projeto


Assistido por Computador no curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal da
Grande Dourados como requisito parcial de
avaliação.

Professor Orientador: André Felipe Aparecido de


Mello

DOURADOS - MS
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................4

1.1 Parâmetro de Instabilidade α.........................................................................................4


1.2 Coeficiente 𝛾𝑧...................................................................................................................5
2 OBJETIVOS...........................................................................................................................6

3 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................6

3.1 Pórticos Equivalentes......................................................................................................7


3.2 Parâmetro de estabilidade global α na direção x.........................................................8
3.3 Parâmetro de estabilidade global α na direção y.........................................................9
3.4 Coeficiente de estabilidade global γz na direção x.....................................................11
3.5 Coeficiente de estabilidade global γz na direção y.....................................................11
4 CONCLUSÃO......................................................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................11
1 INTRODUÇÃO

Ao desenvolver um projeto estrutural é necessário verificar o comportamento da


estrutura mediante as cargas e ações que atual nela, determinando os esforços e os
deslocamentos dos elementos estruturais e da própria estrutura (VALANDRO;
TROMBETTA, 2016).

Nesse sentido, é fundamental estudar a estabilidade global da estrutura, analisando as


deformações causadas pelas ações das cargas horizontais e verticais, e consequentemente o
efeito global de segunda ordem resultante, para assim verificar a resposta da estrutura e
certificar-se da segurança do projeto, de modo que o estado limite último de instabilidade de
qualquer parte do sistema nunca seja atingido, ou seja, que nenhuma parte da estrutura perca a
capacidade de resistência (VALANDRO; TROMBETTA, 2016).

Entretanto, essa análise é muito complexa devido ao fato de o concreto armado


apresentar um comportamento de não linearidade física, relacionado ao material de sua
constituição, e de não linearidade geométrica, relacionado à mudança de sua geometria. Esses
efeitos podem ser estipulados por meio de um estudo na qual se considera a estrutura na sua
configuração final de equilíbrio (ZUMAETA, 2016).

Dessa forma, para avaliar a estabilidade global de um edifício é necessário calcular os


parâmetros de estabilidade. Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), o parâmetro de
instabilidade 𝛼 e o coeficiente 𝛾𝑧 são capazes de definir se a estrutura deve ser classificada
como de nós fixos, quando os deslocamentos horizontais de seus nós são pequenos (inferiores
a 10% dos respectivos esforços de primeira ordem) e pode-se desconsiderar os efeitos de
segunda ordem, ou de nós móveis, onde os deslocamentos horizontais são significativos
(superiores a 10% dos respectivos esforços de primeira ordem) e esses efeitos devem ser
observados.

1.1 Parâmetro de Instabilidade α


O parâmetro de instabilidade 𝛼 é uma medida da deslocabilidade horizontal da
estrutura de qualquer número de andares, sendo utilizado na avaliação da sensibilidade
estrutural na presença de efeitos de segunda ordem e auxiliando na classificação da estrutura
em nós fixos ou móveis (VALANDRO; TROMBETTA, 2016).
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), o valor de 𝛼 é dado pela Equação 1 abaixo.

α =H tot∗
√ Nĸ
(Ecs∗Ic )
(1)

Sendo, Htot a altura da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um nível


pouco deslocável do subsolo, Nĸ o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura
(a partir do nível considerado para o cálculo de Htot), com seu valor característico e Ecs∗Ic o
somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na direção considerada, no caso de
estruturas de pórticos, de treliça os mistas, ou com pilares de rigidez variável com a altura,
pode ser considerado o valor da expressão 𝐸𝑐𝑠 * 𝐼𝑐 de um pilar equivalente de seção
constante.
Para classificar as estruturas usando esse parâmetro é necessário também determinar
um valor de referência, o 𝛼1 (ABNT, 2014). Esse é calculado pela Equação 2 em seguida.

{
α ₁= 0,2+ 0,1∗n , se n ⩽3
0,6 , se n ⩾ 4
(2)

Considerando que n o número de níveis de andares acima da fundação ou de um nível


pouco deslocável do solo, então se 𝛼 < 𝛼1, a estrutura é considerada de nós fixos, e se 𝛼 ≥ 𝛼1,
de nós móveis. Além disso. a norma NBR 6118 (ABNT, 2014) recomenda adotar o valor-
limite α ₁ = 0,6 para estruturas usuais de concreto, para associação de pilares-paredes e para
pórticos associados a pilares-paredes, entretanto, sugere adotar α₁ = 0,7, no caso de
contraventamento constituído exclusivamente por pilares-parede, e adotar α₁ = 0,5, quando
houver apenas pórticos.
Vale ressaltar que esse parâmetro não se aplica em estruturas consideravelmente
assimétricas ou que desenvolvam deslocamentos horizontais significativos sob ação das
cargas verticais. Ademais, ele não estima os efeitos de segunda ordem (ZUMAETA, 2016).

1.2 Coeficiente 𝛾𝑧
O coeficiente 𝛾𝑧 também tem a finalidade de avaliar a estabilidade global de um
edifício, porém ele consegue determinar os esforços de segunda ordem atuantes, por meio da
majoração dos esforços de primeira ordem (VALANDRO; TROMBETTA, 2016).
De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014), o valor de 𝛾𝑧 só é válido para edifícios de
no mínimo quadro andares e é determinado por meio da Equação 3.
1
γz=
∆ Mtot , d (3)
1−
M 1 ,tot , d

Em que ∆Mtot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura,
na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de
seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de primeira ordem e M 1,tot,d é o
momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças horizontais da
combinação considerada, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura.

Conforme a mesma norma, o coeficiente 𝛾𝑧 deve estar entre os valores de 1 a 1,3, pois
valores fora desse intervalo relevam uma estrutura instável. Na costumam utilizar um limite
superior de 1,2 (ZUMAETA, 2016). Ademais, os valores da parte decimal de 𝛾𝑧 podem ser
relacionados a magnitude dos efeitos globais de segunda ordem, como:

a) 1,05 – Efeitos de segunda ordem em torno de 5% dos de primeira;


b) 1,10 – Efeitos de segunda ordem em torno de 10% dos de primeira;
c) 1,15 – Efeitos de segunda ordem em torno de 15% dos de primeira.

Além disso, determinado o valor do coeficiente pode-se estimar os esforços finais da


estrutura, por meio da multiplicação dos esforços horizontais de primeira ordem, da
combinação de carregamento considerada, por 0,95 * 𝛾𝑧. Contudo, esse cálculo só é válido
quando 𝛾𝑧 ≤ 1,3 (ABNT, 2014).

Já em relação a classificação da estrutura analisando esse coeficiente pode-se


considerar que a estrutura é de nós fixos se for obedecida a condição 𝛾𝑧 ≤ 1,1, e de nós
móveis se 1,1 < 𝛾𝑧 ≤ 1,3 (ABNT, 2014).

2 OBJETIVOS

Apresentar o desenvolvimento de cálculos e equações necessárias para determinar


parâmetros de estabilidade global de um edifício de concreto armado e assim classificar as
suas estruturas em nós fixos ou móveis.
3 DESENVOLVIMENTO

Neste tópico, serão apresentados os cálculos necessários e valores adotados para


determinar os parâmetros de estabilidade global α e γz nas direções x e y de um edifício
composto por um térreo, quatro pavimentos e uma cobertura, sendo seu pé-direito de 3
metros, com planta baixa apresentada na Figura 1.
Figura 1: Planta Baixa.

Fonte: Mello, 2022.

3.1 Pórticos Equivalentes


Para determinarmos alguns valores fundamentais para os cálculos é necessário
construir pórticos equivalentes da estrutura analisada, construindo modelos bidimensionais,
tanto na direção x como na y, por meio do software FTool (Figuras 2 e 3). Nesse caso, foi
considerando um concreto C25, as seções dos pilares com 19x60cm, as seções das vigas com
19x60cm, o peso estimado de cada pisa de 14kN/m² e a pressão do vento estimada em 1,2
kN/m².
Esses pórticos foram posicionados de acordo com as informações da planta baixa e
sequencialmente ligados por barras rígidas com grande seção transversal (100x70cm),
rotuladas nas extremidades. É válido ressaltar que para as vigas e pilares foi utilizada a seção
real descrita no parágrafo anterior.
Figura 2: Pórtico Equivalente na direção X.
Fonte: Elaboração própria.
Figura 3: Pórtico Equivalente na direção Y.

Fonte: Elaboração própria.

3.2 Parâmetro de estabilidade global α na direção x


Para determinarmos o parâmetro α na direção X precisamos verificar a deslocabilidade
horizontal no topo do projeto (valor de “a”, denominado como Dx no programa FTool)
quando é aplicado um carregamento na direção horizontal na estrutura contraventamento,
nesse caso foi utilizado o valor equivalente a 1kN para fazer essa análise (Figura 4 e 5).

Figura 4: Posicionamento da força para análise em x.


Fonte: Elaboração própria.

Figura 5: Deslocamento, ou valor a, da análise em x.

Fonte: Elaboração própria.


Considerando o valor de a encontrado por meio do programa, a = 0,0352 mm,
podemos calcular a rigidez equivalente pela Equação 4:
P∗H
EIeq= (4)
3a
Sendo P o peso por piso, dado pela multiplicação do peso estimado de cada piso pelas
dimensões da estrutura na direção X (18x8), ou seja, P = 2016 kN, e H a altura da estrutura,
H=15m, temos que EIeq = 31960227,27.
Substituindo esses valores na Equação 1, considerando que o valor total da estrutura
Nk é equivalente a multiplicação entre o número de andares e o valor de P, ou seja, Nk =
10080kN, temos:
α =15∗
√ 10080
31960227,27
=0,266

Sabendo que o valor de referência para determinar a classificação dos nós, α1, para
projetos compostos apenas por pórticos é igual a 0,5, podemos concluir que na direção
analisada a estrutura é formada por nós fixos, visto que α < α1.

3.3 Parâmetro de estabilidade global α na direção y


Para determinarmos o parâmetro α na direção Y precisamos verificar a deslocabilidade
horizontal no topo do projeto (valor de “a”, denominado como Dx no programa FTool)
quando é aplicado um carregamento na direção horizontal na estrutura contraventamento,
nesse caso foi utilizado o valor equivalente a 1kN para fazer essa análise (Figura 6 e 7).

Figura 6: Posicionamento da força para análise em y.

Fonte: Elaboração própria.

Figura 7: Deslocamento, ou valor a, da análise em y.

a
Fonte: Elaboração própria.
Considerando o valor de a encontrado por meio do programa, a = 0,139 mm, podemos
calcular a rigidez equivalente pela Equação 4, portanto EIeq = 8093525,18.
Substituindo esses valores na Equação 1, temos:

α =15∗
√ 10080
8093525,18
=0,529

Sabendo que o valor de referência para determinar a classificação dos nós, α1, para
projetos compostos apenas por pórticos é igual a 0,5, podemos concluir que na direção
analisada a estrutura é formada por nós móveis, visto que α > α1.

3.4 Coeficiente de estabilidade global γz na direção x


O

3.5 Coeficiente de estabilidade global γz na direção y


A

4 CONCLUSÃO

Portanto,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto — Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Cargas para o


cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.

MELLO, A. F. A. Notas de aula da disciplina Projeto Assistido por Computador.


Universidade Federal da Grande Dourados, 2022.

VALANDRO, Amanda; TROMBETTA, Dâmaris Thaise. Estabilidade global de edifícios:


aplicação do parâmetro de instabilidade α e processo P-Delta. 2016. 100 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco,
2016.

ZUMAETA, W. Análise da Estabilidade de Edifícios com Estrutura de Concreto


Armado. Manaus: WL Cursos, 2016.

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