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edição

006
26.ago

2020

#Reúso
Destinação
O presidente Rogério
Cedraz, acompanhado
por outros diretores da
Embasa, assina o projeto
de cooperação técnica,

Sustentável
em evento que ocorreu
em outubro de 2019

#PRACEGOVER
Foto colorida da sala da
Reúso de efluentes tratados é presidência. Há seis pes-
soas sentadas à mesa,
objeto de estudos na Embasa com o presidente ao cen-
tro. Há mais uma pessoa,

E
m julho, foi realizado um Webinar sobre um estudo de Ava- de pé, ao lado da mesa,
liação das Potencialidades de Reúso de Efluente Sanitário e mais cinco pessoas ao
Tratado no Estado da Bahia que está sendo realizado pela fundo.
Diretoria Técnica e de Planejamento (DT), por meio de um contrato
com a consultoria internacional Consórcio Worley (Brasil/EUA), no
âmbito de um Projeto de Cooperação Técnica (PCT), firmado entre
a Embasa, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agri-
cultura (IICA) e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério
das Relações Exteriores (ABC/MRE).
O objetivo do estudo, pioneiro no Brasil, é diagnosticar o potencial
de reúso para a Bahia, seus municípios e regiões, considerando o
uso intensivo em agricultura, desenvolvimento do semiárido e uso
industrial. O reúso de efluentes sanitários tratados é uma alternati-
va para uma destinação sustentável, com vantagens sociais e eco-
nômicas, para o esgoto produzido no Brasil. A prática tem potencial
para contribuir com o atingimento das metas de universalização do
acesso aos serviços de saneamento básico, além de contribuir para
uma gestão eficiente e adequada dos recursos hídricos.
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#reúso ■ edição 006 ■ 26.ago.2020
“A partir do reúso, um grande volu-
me de água bruta deixa de ser reti-
rado da natureza para fins que não
demandam potabilidade do re-
curso hídrico, como a irrigação ou
o resfriamento de equipamentos
industriais. Esse é um ponto fun-
damental para a sustentabilidade
tanto da empresa, quanto do pró-
prio meio ambiente, especialmente
na Bahia, onde temos uma grande
parte do Estado situada no semiá-
rido”, explica o gerente da Unidade
de Desenvolvimento Operacional
(TDO), Alisson Brandão.
Durante o Webinar, foram apre-
sentados os resultados prelimina-
res do estudo e, também, alguns
exemplos práticos que já estão em
andamento na empresa e que va-
mos conferir nesta edição do Em-
basa em Pauta.

#PRACEGOVER
Foto do interior de um tan-
que de tratamento de efluen-
tes. O líquido é escuro e, sobre
ele, há uma bomba de sucção
fixada em boias. Ao fundo,
há uma passarela verde com
guarda-corpo amarelo.

DADOS Em um cenário conservador, o Estudo pre-


viu que o potencial de reúso na Bahia é de
DO 1.391,2 l/s (litros por segundo), sendo 916 l/s
para uso na agricultura e 475 l/s na indústria.
ESTUDO O destaque é para o polo industrial de Ca-

1.391,2
maçari, com potencial misto para reúso de
250 l/s (190 l/s na indústria e 42 l/s em usos
agrícolas). Já no cenário considerado ideal,
o potencial no estado sobe para 3.693 l/s no
total, sendo 3.104 l/s para uso agrícola e 589 LITROS POR SEGUNDO
l/s para o uso industrial. É O POTENCIAL DE
REÚSO DE EFLUENTES
NA BAHIA
Segundo o gerente de Tecnologia Operacio-
nal (TDOT), Júlio Mota, algumas estações de
tratamento de esgoto já estão sendo projeta-
das com a perspectiva de reúso. É o caso das
futuras estações de Iraquara, de Guanambi
e de Luís Eduardo Magalhães que permitirão
o reúso de efluentes para fins agrícolas. No
caso de Luís Eduardo, a prática ainda trará

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outra vantagem ecológica: o efluente será

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usado em um projeto de irrigação de mudas
para recuperação de áreas degradadas.
CLIQUE AQUI & CONFIRA
A previsão é que o Estudo seja finalizado
até novembro deste ano, quando será re- Quer conferir tudo que
alizado mais um evento de divulgação dos aconteceu no primeiro
resultados. Webinar? A gravação do
evento está acessível no
Microsoft Teams.

#PRACEGOVER
Foto aérea do Pólo Industrial de
Camaçari. Ocupando a maior
parte da imagem, o centro in-
dustrial apresenta suas estrutu-
ras em tons de cinza a branco. Na
parte superior, há algumas áreas
verdes e duas lagoas. Ao fundo,
tem-se o horizonte e o céu limpo.

SAIBA MAIS
A escassez hídrica é um dos principais motiva-
dores do investimento em tecnologias voltadas
A água de reúso pode
para o reúso de efluentes. Por isso, países como ser utilizada para
Israel, Espanha, Filipinas e Estados Unidos (re- diferentes aplicações:
gião Oeste) estão num patamar mais avançado
nesse tipo de iniciativa.
“O fator econômico atrelado às questões ambien-
tais vem tornando o reúso um tópico de estudos
e investimentos em todo o mundo. No Brasil, as IRRIGAÇÃO
de áreas verdes e também
iniciativas mais significativas em termos de vazão para a produção de alimentos
estão em São Paulo, onde a indústria sofre por fal-
ta de água”, afirma Júlio Mota.
Com base no balanço hídrico de 2016 da Agência
Nacional de Águas (ANA), a Bahia é um dos es-
tados com maior criticidade hídrica, com grande USOS URBANOS
parte de seu território em zona de semiárido. A NÃO POTÁVEIS
ex.: lavagem de ruas
Bahia possui a quinta maior área irrigada do país.
Ilustração criada com recursos do Flaticon.com

Além dos investimentos, o avanço das práticas


depende também da regulação, já que existem
vários níveis de tratamento de águas residuais,
dependendo da finalidade de reúso. Nesse que- USOS INDUSTRIAIS
ex.: torres de resfriamento
sito, o estado da Bahia é um dos mais adiantados
do país, pois é o único que já possui critérios defi-
nidos em Resolução para o reúso agrícola.
“Acredito que a iniciativa de reúso também pode
auxiliar a melhoria dos processos de tratamento RECARGA DE AQUÍFERO
de esgoto, uma vez que as exigências de quali- quando o efluente tratado é lançado
no manancial com o intuito de repor
dade para o reúso visando determinados fins ge- o volume de água disponível
ram um novo olhar para a atividade”, avalia Júlio.

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REÚSO NA Em março de 2018, a Embasa implantou um
sistema piloto para reúso de efluentes na irri-

IRRIGAÇÃO DO
gação das áreas verdes do Resort Iberostar, no
Litoral Norte. Com essa iniciativa, cerca de 2,5
milhões de litros de água deixaram de ser reti-
IBEROSTAR EVITA rados dos mananciais, diariamente, para aten-
der a essa demanda do Resort.

A RETIRADA DE A estação de tratamento de esgoto (ETE) que


a Embasa opera no Iberostar adota processos

2,5 MILHÕES DE de digestão anaeróbia com lodos ativados, se-


guidos de floculação, decantação e filtração,

LITROS DE ÁGUA removendo matéria orgânica nociva, sólidos


suspensos e sedimentáveis, além de eliminar

POR DIA DA
o excesso de substâncias patogênicas. As eta-
pas de tratamento são necessárias para garan-
tir o padrão de qualidade ideal a ser utilizado

NATUREZA na agricultura e irrigação. O efluente tratado,


inclusive, é rico em nutrientes necessários para
o desenvolvimento de plantas.
“Essa é uma experiência de sucesso que pode
#PRACEGOVER ser replicada em outras estações de tratamen-
Foto colorida de uma lagoa do inte- to para diversos tipos de reúso com fins agrí-
rior do Resort Iberostar. Abaixo, na colas, industriais ou urbanos. A água que está
margem onde foi feita a foto, é pos- deixando de ser retirada para irrigação dos
sível observar algumas pedras e um campos de golfe do hotel está nos ajudando
fluxo de água sendo despejado sobre a dar mais segurança hídrica para a região”,
elas. Ao fundo, no margem oposta, há explica José Souza, Gerente do Escritório Local
alguns coqueiros e parte da estrutura de Barra do Pojuca.
do resort. O céu está sem nuvens.

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EFLUENTE DA ETE GARANTE
ALIMENTAÇÃO DE ANIMAIS
EM FAZENDAS DE GUANAMBI
Irrigar o pasto para garantir a alimentação de gundo o produtor, foram investidos cerca de
animais em período de estiagem é uma re- R$ 100 mil entre equipamentos, tubulações,
alidade consolidada em duas propriedades Licença Ambiental e a Outorga para disposi-
localizadas no entorno da Estação de Trata- ção final no solo. Ele conta que, por ser uma
mento de Esgoto de Guanambi que utilizam área plana, não foi necessário implantar um
o efluente produzido pelo Sistema de Esgo- sistema de bombeamento e o efluente che-
tamento Sanitário da cidade. No município, ga ao reservatório instalado dentro de bacia
localizado no Sertão Produtivo, o serviço de natural em uma parte do terreno mais rocho-
esgotamento sanitário implantado pela Em- so com a ajuda da gravidade.
basa proporciona cobertura, com coleta e
Na fase experimental, o projeto prevê a irri-
tratamento de esgoto, em 63% da sede urba-
gação dos oito hectares por uma hora dia-
na e tem capacidade para tratar 12 mil litros
riamente e na etapa seguinte será possível
de esgoto por dia ou 141 litros por segundo.
irrigar toda a área durante seis horas por dia.
Atualmente o sistema opera com 5.350 me-
Além do reúso do efluente, Kadson Rodrigo
tros cúbicos por dia, o que representa 62 li-
também investiu na tecnologia para otimizar
tros por segundo.
o aproveitamento e automatizou todo o pro-
Uma parte deste volume é reutilizado pelo jo- cesso de irrigação. “Mesmo que eu não esteja
vem Kadson Rodrigo Cotrim que iniciou, em na fazenda, posso controlar remotamente a
sua propriedade de 25 hectares, um projeto irrigação, como o tempo de liberação de água
para irrigação de pastagem e silagem utili- e os pontos que devem receber maior ou me-
zando uma área piloto de oito hectares. Se- nor quantidade”, descreve orgulhoso a inova-

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ção. Como resultado, nas primeiros a garantir a rotatividade no cultivo,
registros, Kadson Rodrigo relata ter enquanto descansa a área prepara- #PRACEGOVER
produzido 40 quilos diários de insu- da para a próxima plantação. Foto colorida da ETE
mos para alimentar os animais. Guanambi. Na imagem,
O projeto de reúso do efluente nes- há uma grande lagoa
A uma pequena distância da ETE, se ta fazenda garante autonomia para utilizada no tratamento
encontra uma outra fazenda, onde seis horas durante um dia, apesar dos efluentes. No entor-
os animais já não são alimentados de a capacidade máxima ainda não no da lagoa, há vegeta-
apenas com palma durante a es- ter sido alcançada. Mesmo assim, ção rasteira, num tom
tiagem. Com capacidade para uma o resultado contabilizado pelas pri- verde-oliva. Ao fundo,
vazão de 54 metros cúbicos por meiras colheitas rendeu 32 tone- muito distantes, apare-
hora e com o auxílio de uma bom- ladas de insumos que fortificam a cem alguns montes e
ba com potência de 15 cavalos, que ração consumida pelas vacas, bois o céu está totalmente
eleva água para o reservatório cons- e cavalos. Segundo o proprietário, limpo.
truído para armazenar 16 mil litros o resultado de uma análise do solo
de efluente, o sistema irriga as plan- realizada por um laboratório priva-
tações de milho e forrageira numa do constatou que a terra de sua fa-
área total de seis hectares. O produ- zenda está naturalmente adubada
tor investiu R$ 110 mil e dividiu o ter- indicando o percentual de 65% nos
reno em pequenos blocos de modo níveis de nitrogênio e fósforo.

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expediente
DIRETORIA EXECUTIVA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Presidência Gerência Débora Ximenes
Rogério Costa Cedraz Edição Mariana Paranhos
Diretoria de Gestão Corporativa Redação Mariana Paranhos
Gervásio Carvalho Mauri Azevedo
Diretoria Financeira e Comercial Fotos Acervo Embasa
Cláudio Britto Villas Boas Mauri Azevedo (Embasa)
Diretoria Técnica e de Planejamento Mauro Lira (Embasa)
César Silva Ramos Valdeck Filho (Embasa)
Diretoria de Empreendimentos Revisão Silvia Noronha
#reúso Rita de Cássia Sarmento Bonfim Arte final Alberto Freitas
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Carlos Ramirez Magalhães Brandão
+55 71 3372.4898 Diretoria de Operação do Interior Veja mais conteúdos
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