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Motorista por

Aplicativo: Práticas
ilegais.
Vamos deixar claro aqui que, tudo citado está baseado em Leis Federais;
Estaduais e Municipais (Entenda-se que por hierarquia uma lei municipal
não pode alterar ou sobrepor-se à uma lei estadual, assim como uma lei
estadual não tem força maior que uma lei federal, excetuando-se decretos
que NÃO têm base legal alguma, ou seja não tem natureza jurídica apenas
é expedido por uma autoridade competente por via judicial).
QUAL LEI QUE DÁ BASE PARA FISCALIZAR A PROFISSÃO???
LEI N° 9.503 DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 , (APLICADA EM 1° DE
JANEIRO DE 1998) TRATA-SE DO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.

 CONFORME: AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES


(ANTT) :
TEMA  MOTORISTA PROFISSIONALTRANSPORTE
CLANDESTINOTRÂNSITO INFRAÇÃO DE TRÂNSITO.
**ANTT: AGÊNCIA REGULAMENTADORA e FISCALIZADORA, ou seja:
responsável por regular as atividades de exploração da
infraestrutura rodoviária federal e fiscalizar a execução dos
contratos de concessão das rodovias federais entregues a iniciativa
privada. Pertencente ao SISTENA NACIONAL DE TRÂNSITO.
Bem, vamos para um começo, e ele se encontra na Lei Federal
nº 13.640 de 26 de Março de 2018, onde houve alteração na Lei
Federal nº 12.587 de 03 de Janeiro de 2012 (Política Nacional
de Mobilidade Urbana – alterando para regulamentar o
transporte remunerado privativo individual de passageiros).
Mais especificamente em seu artigo 4° inciso X, oficializando a
criação de uma nova modalidade de exploração dos serviços de
transporte remunerado de pessoas, conhecida popularmente
como “motoristas por aplicativo” – (Devido a chegada “Uber”
no Brasil); O texto passou a vigorar com a seguinte
redação, na Seção I – Das Definições:
Art. 4º Para os fins dessa Lei, considera-se: [...]
X - Transporte remunerado privado individual de
passageiros: serviço remunerado de transporte de
passageiros, não aberto ao público, para a
realização de viagens individualizadas ou
compartilhadas solicitadas exclusivamente por
usuários previamente cadastrados em aplicativos ou
outras plataformas de comunicação em rede.

***Observa-se que o texto deixou perfeitamente delimitado a


forma como essa nova modalidade de trabalho deve funcionar.
As delimitações que caracterizam o transporte de pessoas por
aplicativo são:

 Trata-se de um tipo de transporte não aberto ao público.


Portanto, não deve funcionar como transporte público
coletivo, que é a modalidade “acessível a toda a população
mediante pagamento individualizado, com itinerários e
preços fixados pelo poder público” (inciso VI). Assim, o
motorista por aplicativo que fixa itinerário rotineiro ou
que se desloca com o veículo de ponto em ponto
embarcando e desembarcando passageiros ao longo de
um trajeto ou até mesmo recrutando/assediando clientes
aleatoriamente para que por ele sejam transportados e
aufere remuneração com tais práticas, comete a infração
administrativa do artigo 231, VIII, do CTB – Código de
Trânsito Brasileiro, UMA VEZ QUE O PODER PÚBLICO
MUNICIPAL NÃO CONCEDE ESSE TIPO DE
AUTORIZAÇÃO À PESSOAS FÍSICAS EM SEUS
VEÍCULOS PARTICULARES MAS SIM TÃO SOMENTE
ÀS EMPRESAS DE TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO.

 Nesse caso, o CTB prevê:


Art. 231. Transitar com o veículo: [...]
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens,
quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força
maior ou com permissão da autoridade competente :
Infração – gravíssima.
Penalidade – multa. (R$ 293,47).
Medida administrativa – remoção do veículo (BRASIL,
2019, grifo nosso).
 O motorista por aplicativo é contratado para realização de
viagens individualizadas ou compartilhadas. Assim, o
serviço que o motorista por aplicativo está
disponibilizando ao mercado consumidor é a realização
de uma viagem em seu veículo particular,
independentemente do número de ocupantes, observada
a capacidade de transporte de pessoas de cada modelo de
veículo e conforme dispõe o CTB. Não cabe ao motorista
cobrar sua remuneração “por pessoa”. A remuneração
cobrada deve ser calculada pela viagem é não pelo
número de pessoas. Tal prática pode ser entendida como
o ilícito de “fazer afirmação enganosa sobre o preço do
serviço”, prevista no artigo 66 do Código de Defesa do
Consumidor – Lei 8.078/1990, com pena de detenção de
3 meses a 1 ano e multa, estendendo-se a
responsabilidade sobre aqueles que patrocinarem a oferta
enganosa.

O acionamento e contratação do serviço de transporte de


motoristas por aplicativo DEVE ser solicitado exclusivamente
por usuários previamente cadastrados em aplicativos ou outras
plataformas de comunicação em rede. Aqui se encontra o erro
mais comum que os motoristas por aplicativos cometem – o
não uso do aplicativo no aceitamento das viagens. Existem
várias empresas no mercado que disponibilizam seus
aplicativos e cada motorista se cadastra (pessoa e veículo)
naquele que lhe for mais interessante e conveniente, assim
como fazem também, os usuários dessa modalidade de
transporte. Ocorre que na prática e pelos mais diversos
motivos, o aplicativo em si é pouco usado para o acionamento
dos motoristas. Corriqueiramente os clientes realizam as
chamadas mediante ligação telefônica, por chamada de
terceiros e até mesmo, por “aceno de braço”, quando percebem
o veículo caracterizado transitando pela via pública ou quando
estacionados nos terminais de linhas urbanas e terminais
rodoviários (situação já comentada acima). Ocorre que no
momento da fiscalização, o motorista por aplicativo é
surpreendido realizando a prestação do serviço de transporte
remunerado (por aplicativo) sem que esteja utilizando o
aplicativo. Fato que, por si só, já contrária a definição da
atividade prevista no artigo 4º, inciso X, da Lei 12.587/2012.
Sendo assim, tal prática passa a ser caracterizada como
transporte ilegal de passageiros, também conhecido como
“transporte clandestino”, conforme prevê o artigo 11-B:
Art. 11-B Parágrafo único – A exploração dos serviços
remunerados de transporte privado individual de
passageiros sem o cumprimento dos requisitos
previstos nesta Lei e na regulamentação do poder
público municipal e do Distrito Federal caracteriza
transporte ilegal de passageiros.

Neste momento, é oportuno esclarecer que o ato de


usar um veículo automotor para realizar transporte
remunerado de pessoas sem o uso de aplicativos é
atividade privativa dos profissionais de taxis do
Brasil, conforme artigo 2º da Lei Federal 12.468/2011, que
regulamentou a profissão. Sendo assim, o motorista por
aplicativo que não usa o aplicativo para receber e aceitar suas
viagens remuneradas, faz papel de taxista. Porém, como não
preenche os requisitos elencados no artigo 3º da mesma Lei,
em especial o inciso IV (falta de alvará de funcionamento),
infringe o artigo 231, VIII, do CTB e comete a contravenção
penal do artigo 47 do Decreto-Lei 3.688/1941:
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou
anunciar que a exerce, sem preencher as condições a
que por lei está subordinado o seu exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses,
ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de
réis (BRASIL, 1941).
Ainda nesse contexto, outro angulo de visão é percebido e
questionado. O artigo  4º, X, da Lei Federal nº 12.587/2012
prevê ainda que “[...] outras plataformas de comunicação em
rede” podem ser usadas para acionar o motorista por
aplicativo. Pode-se entender aqui, por exemplo, que o
aplicativo WhatsApp é um meio legalmente amparado para
realização do acionamento do motorista por aplicativo. Quanto
a esse aspecto, a legislação não especifica quais são essas
“outras plataformas”. Ficando a cargo do agente fiscalizador,
verificar sua aceitação ou não. Contudo, imaginar que um
motorista recebe suas chamadas através de um aplicativo que
não é aquele especifico da empresa ao qual o motorista está
vinculado – não é algo muito coerente, do ponto de vista
comercial e lógico.
Avançando nas análises dos casos reais à luz da legislação, o
não preenchimento dos requisitos legais para exercer a
atividade de motorista por aplicativo também é algo
rotineiramente percebido. Esses requisitos foram elencados no
artigo 11-B da Política Nacional de Mobilidade Urbana,
acrescidos pela Lei Federal nº 13.640/2018, que são:
Art. 11-B. O serviço de transporte remunerado privado
individual de passageiros previsto no inciso X do art. 4º desta
Lei, nos Municípios que optarem pela sua regulamentação,
somente será autorizado ao motorista que cumprir as
seguintes condições:
I - possuir Carteira Nacional de Habilitação na categoria B
ou superior que contenha a informação de que exerce
atividade remunerada;
II - conduzir veículo que atenda aos requisitos de idade
máxima e às características exigidas pela autoridade de
trânsito e pelo poder público municipal e do Distrito Federal;
III - emitir e manter o Certificado de Registro e
Licenciamento de Veículo (CRLV);
IV - apresentar certidão negativa de antecedentes criminais.
Parágrafo único. A exploração dos serviços remunerados de
transporte privado individual de passageiros sem o
cumprimento dos requisitos previstos nesta Lei e na
regulamentação do poder público municipal e do Distrito
Federal caracterizará transporte ilegal de passageiros
(BRASIL, 2018).

Feita a apresentação do texto legal, verifica-se sua aplicação na


prática:

 Possuir CNH – Carteira Nacional de Habilitação na


categoria B ou superior. Ou seja, a atividade de
motorista por aplicativo não pode ser realizada por
motoristas utilizando motocicletas e similares. Para
elas, existem duas modalidades especificas, o moto
taxista e o motofrete, regulamentados pela Resolução
nº 356/2010 do Conselho Nacional de Trânsito –
CONTRAN.
 A CNH do motorista por aplicativo deve conter a
anotação “EAR” no campo de observações, indicando
que Exerce Atividade Remunerada vinculada ao uso
de veículo automotor, conforme previsto no
artigo 147, § 5º do CTB. A falta dessa anotação,
sujeita o condutor ao previsto no artigo 241 do CTB,
além das outras sanções já citadas.
 Veículo adequado – Esse ponto deverá ser observado
pelos municípios que optarem pela regulamentação
da atividade, observando aquilo que estiver previsto
no CTB, em especial o capitulo IX – Dos Veículos.
 Emitir e manter o Certificado de Registro de
Licenciamento do Veículo (CRLV) – Não é permitido
o trânsito de veículos em via pública sem que estejam
devidamente licenciados, conforme previsto no
artigo 230, V, do CTB. O condutor deve se atentar
para a emissão e o porte do documento (CRLV), uma
vez que, caso a agente fiscalizador não possua meios
para consultar os dados do veículo, cabe ao
condutor/proprietário comprovar sua regularidade.
 Certidão negativa de antecedentes criminais – Esse
quesito visa oferecer maior segurança aos usuários
do serviço, uma vez que a Lei deixa claro que pessoas
com antecedentes criminais não poderão ser
autorizadas a exercer a atividade de motorista por
aplicativo.
 Ao final do artigo 11-B, o parágrafo único informa
que a exploração da atividade de motorista por
aplicativo sem preencher os requisitos da Lei e sem
cumprir a regulamentação do município
caracterizam o transporte ilegal de passageiros.
Situações essas, que sujeitão o motorista aos
enquadramentos já citados até aqui, conforme o caso
concreto, em especial, aqueles do artigo 231, VIII,
do CTB e artigo 47 da Lei das Contravenções Penais.

 VAMOS AGORA PARA FISCALIZAÇÃO E O


APARENTE CONFLITO DE COMPETÊNCIAS!

Após listar as diversas formas de como não se deve exercer a


atividade de motorista por aplicativo, averígua-se a
necessidade de discutir um outro ponto, que gera discussões
acaloradas, mas que possui respostas simples. Observa-se que
as alterações do ano de 2018 na Lei Federal nº 12.587/2012
estabeleceu que:
Art. 11-A. Compete exclusivamente aos Municípios e
ao Distrito Federal regulamentar e fiscalizar o
serviço de transporte remunerado privado
individual de passageiros previsto no inciso X do art.
4º desta Lei no âmbito dos seus territórios (BRASIL,
2018, grifo nosso).

Observando apenas o previsto no artigo citado, pode-se


afirmar, indubitavelmente, que apenas o Poder Público
Municipal é o responsável pela regulamentação e fiscalização
da atividade dos motoristas por aplicativo. Inclusive, esse é 7
dos argumentos usados pelos motoristas infratores ao serem
abordados por um órgão de fiscalização distinto daquele
municipal. Utilizando-se da argumentação de incompetência
pra fiscalizar e assim saírem ilesos das penalidades.
Entretanto, os incisos do mesmo artigo esclarecem que a
regulamentação e a fiscalização por parte do município são
referentes à:
 Cobrança dos tributos para exploração da atividade,
 Contratação de seguro veicular contra acidentes
pessoais e de passageiros, bem como, o pagamento
do seguro obrigatório (DPVAT), e
 Inscrição do motorista no INSS – Instituto Nacional
de Seguro Social.
Ressalta-se que o principal órgão de fiscalização das atividades
relativas ao trânsito de veículos no Estado de Minas Gerais é a
Polícia Militar – Instituição de Estado, na esfera do Poder
Executivo, à qual compete fiscalizar o trânsito e tomar as
medidas cabíveis, conforme o caso concreto que for
identificado, estando suas ações, amparadas pelo CTB nos
artigos 23, III e 280, § 4º.
Vale uma observação: O Código de Trânsito Brasileiro estabelece
que o Sistema Nacional de Trânsito compõe-se de órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, estendendo até estes as competências executivas da
gestão do trânsito. Criando repartições responsáveis para
fiscalizações de Trânsito; como EPTC (Empresa Pública de
Transporte e Circulação) em Porto Alegre/RS, CODETRAN
(Coordenadoria de Trânsito) em Itajaí/SC e DEMUTRAM
(Departamento Municipal de Trânsito) em Ponte Nova/MG.
Ademais, os motoristas de aplicativos durante a prática das
suas atividades profissionais podem estar incorrendo em
crimes e contravenções penais, sendo a Policia Militar a
responsável pela averiguação e pela tomada de providências
contra tais situações, conforme o caso concreto e baseadas no
artigo 144 da Constituição Federal de 1988.
Sendo assim, não é competência única e exclusiva do Poder
Municipal a fiscalização das atividades dos motoristas por
aplicativo, tendo em vista que são muitas as circunstâncias que
podem ser verificadas/fiscalizadas no conjunto motorista,
passageiros, bagagens, veículo e atividade.
E O TRANSPORTE INTERMUNICIPAL DE
PASSAGEIROS??? É PERMITIDO?!?!?

Esse é um assunto que gera muitas dúvidas entre os motoristas


por aplicativo. Eles podem ou não podem realizar viagens
remuneradas intermunicipais? Para esclarecer o assunto,
verifica-se que a Lei Federal nº 12.587/2012, no seu artigo 11-
B cita que a regulamentação da atividade de motorista
por aplicativo é uma opção do município. Por aí, já se
pode retirar uma conclusão óbvia – não existe a
possibilidade de um município A (isoladamente)
autorizar um determinado motorista por aplicativo à
explorar a atividade de transporte remunerado de
passageiros no município B. Vendo isso, se forma o
entendimento CLARO de que o motorista por
aplicativo não pode ultrapassar os limites do
município realizando o transporte remunerado de
pessoas. Simplificando a cidade de Ponte Nova não
pode autorizar que o motorista vá para a cidade de
Oratórios.

*** Vou explicar mais adiante porquê o município não


têm autonomia para liberar que uma determinada, ou
determinadas plataforma de mobilidade urbana executem
o transporte denominado intermunicipal, pois para isso é
necessário uma ATF.***

Ampliando esse espectro de entendimento, porém,


restringindo quanto à localidade, analisa-se a Lei Estadual de
Minas Gerais, nº 19.455/2011 que foi instituída com o
propósito de coibir o transporte clandestino de passageiros no
Estado. A citada, em seu artigo 2º, I, diz que:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se clandestino o


transporte metropolitano ou intermunicipal remunerado de
passageiros, realizado por pessoa física ou jurídica, em
veículo particular ou de aluguel, que:
I – não possua a devida concessão, permissão ou autorização
do poder concedente (MINAS GERAIS, 2011, grifo nosso).
Essa autorização denomina-se AUTORIZAÇÃO DE
TRASNPORTE FRETADO ou ATF, que é nada mais e nada menos
que autorização necessária para a realização do transporte
remunerado de pessoas (escolares, estudantes, funcionários,
grupos de pessoas, tratamento de saúde fora do domicílio).

Está claro que para se realizar o transporte intermunicipal de


pessoas de forma remunerada utilizando veículo automotor no
Estado de Minas Gerais é necessário antes, possuir autorização
do órgão concedente, que no caso é o Departamento de
Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais – O
DER/MG.

Aqui quero deixar claro que isso não se aplica somente ao


estado de Minas Gerais, já que a Lei que coíbe o transporte
irregular e clandestino é o CTB, ou seja quem regulamenta o
transporte fretado no Brasil todo é o DER (Departamento de
Edificações e Estrada e Rodagem).

O fato excêntrico é que o DER não possui um protocolo


regulamentado para autorizar essa modalidade de transporte
de pessoas pelas rodovias do Estado. Isso significa que: o
motorista por aplicativo que for flagrado efetuando o
transporte intermunicipal de pessoas de forma remunerada
será enquadrado no “transporte clandestino”, por falta de
autorização do órgão concedente. Sendo assim, mesmo que o
motorista interessado se dirija até o DER/MG para solicitar a
prévia autorização, não irá conseguir emiti-la, pois (até o
momento) não existe uma rotina de emissões do órgão para
essa modalidade de transporte de pessoas.

Mas porquê o DER não emite essa ATF? Pelo simples motivo
que em sua regulamentação é concedia somente para: Pessoa
jurídica legalmente constituída para o exercício de atividade
econômica de transporte de pessoas, sob a forma de empresa
proprietária ou detentora do arrendamento mercantil do veículo de
aluguel, ou cooperativa, titular da autorização para a prestação do
serviço.
A prestação deste serviço para o cidadão segue regras previstas no decreto 44.035/2005.

O motorista pode até ousar e correr o risco de praticar o


transporte intermunicipal de passageiros pelas rodovias de
Minas Gerais sem autorização, mas cabe observar que além das
penalidades já citadas nos exemplos anteriores, o artigo 8º da
mesma Lei Estadual previu uma medida ainda mais coercitiva.
O Estado de Minas Gerais entende que o ilícito de “transporte
clandestino” gera prejuízos econômicos à Fazenda Pública.

Art. 8º A autoridade competente, ao autuar o infrator,


representará perante a autoridade policial objetivando a
apuração das infrações criminais relacionadas com o
transporte clandestino, adotando, entre outras, as
providências de que trata o art. 301 e seguintes do Código de
Processo Penal.
Parágrafo único. Verificado prejuízo para a Fazenda Pública,
a autoridade que lavrar o auto de infração instaurará o
respectivo processo administrativo contra o infrator e fará
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 2º do
Decreto-Lei Federal nº 3.240, de 8 de maio de 1941. (MINAS
GERAIS, 2011, grifo nosso).

O artigo 301 do CPP prevê a prisão em flagrante delito do


autor, no caso, o motorista que realiza o transporte clandestino
e determina que seja aplicado o artigo 2º do Decreto-Lei
3.240/1941 contra o autor:
Art. 2º O sequestro é decretado pela autoridade judiciária,
sem audiência da parte, a requerimento do ministério público
fundado em representação da autoridade incumbida do
processo administrativo ou do inquérito policial.

Sendo assim, os bens patrimoniais do motorista infrator


poderão ser sequestrados pela justiça. No caso concreto, o
veículo é o bem mais propicio a sofrer o sequestro,
considerando que foi o instrumento usado na execução da
prática ilícita e provavelmente já estará sob a tutela do Estado,
recolhido à deposito no pátio credenciado do Departamento
Estadual de Trânsito – DETRAN/MG.

Oque isso significa? Que seu carro será apreendido, será


Aplicada a multa correspondente ao ato infracional, e você
será criminalmente processado nos crimes de contravenção
penal.... Além de constranger seu passageiro, ter que arcar
com o transporte do mesmo até seu destino final, arcar com
os gastos de guincho, estadia no depósito, custas para tentar
reaver seu bem, além de seu próprio gasto com transporte
para sair do local que foi pego em flagrante. Humilhante não
acha?

CONSIDERAÇÕES FINAS:

A atividade detalhada no presente artigo é uma alternativa


viável e honesta para se quem deseja auferir uma renda extra
ou mesmo se enveredar de vez na profissão de motorista.
Contudo, os critérios da Lei Federal nº 12.587/2012 devem ser
rigorosamente observados, mesmo que não haja
regulamentação municipal, afim de se evitar problemas com
multas, remoção do veículo e processos na justiça, gerados na
fiscalização por parte dos diversos órgãos que compõe o
Sistema Nacional de Trânsito.

Aqueles que optarem em seguir a profissão motorista por


aplicativo devem incentivar e orientar seus clientes a usarem o
aplicativo no acionamento e durante todo o percurso da
viagem. Isso garante legalidade, transparência e honestidade
quanto ao itinerário percorrido, sobre a índole do condutor e
também sobre o valor cobrado pela prestação do serviço.

Até o momento, entende-se que o motorista por


aplicativo somente pode atuar dentro de um
município. Sendo vedada a realização do transporte
remunerado intermunicipal de passageiros.
 Com Isso fica entendido que essa permissão não
é dada por prefeitura ou pela plataforma que
pode alegar que o município forneceu a
autorização, ou até mesmo o governo estadual.
Somente quem expede esse documento é
DER/DAER de cada estado da federação.
PORTANTO quando a plataforma afirmar que
têm autorização para sair de um município à
outro SOLICITE a ATF!

Autor:

*Leandro Vitor Alves

*Charles Lester Silveira

https://der.mg.gov.br/servicos/autorizacao-para-
transporte-fretado-de-passageiros

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