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73/2023
Ao
Excelentíssimo Deputado,
Atenciosamente,
2. DO VÍCIO FORMAL
Sendo esta uma atividade privada, devem prevalecer sobre ela os princípios
da livre iniciativa e da livre concorrência, resguardados pelo artigo 170 da
Constituição Federal, de modo que qualquer interferência do Poder Público não
deve, sob nenhuma hipótese, ferir a liberdade de negócio da empresa ou o seu
caráter essencialmente privado.
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Disponível em
https://forumseguranca.org.br/publicacoes_posts/visivel-e-invisivel-a-vitimizacao-de-mulheres-no-bras
il-4a-edicao/. Acesso em 25 ago 2023
Isso demonstra que tanto nas viagens intermediadas pelas empresas, como
no local de partida ou de destino dessas viagens, podem ocorrer situações de
assédio - assim como podem ocorrer em qualquer outro modal de transporte, local
ou circunstância - o que só evidencia o fato de que transferir a responsabilidade de
"julgamento" para as empresas e a obrigatoriedade de reporte às autoridades
policiais pode representar um equívoco. E disto decorre também a assimetria
regulatória prevista pelo PL. Determinar que somente as empresas intermediadoras
do transporte remunerado privado individual de passageiros realizem as notificações
cria uma obrigação extra a essas empresas (e novamente, desarrazoada) que não é
criada para empresas de outros modais de transporte, como táxis e ônibus. Como é
de conhecimento geral e também foi demonstrado pela pesquisa, os assédios em
transportes privados representam uma parcela pequena dos possíveis assédios no
país, demonstrando a desarrazoabilidade da proposta e a consequente
desproporcionalidade do PL para com outros meios de transporte.
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Nesse sentido e mais detalhes disponíveis no artigo publicado pelas delegadas de polícia Fernanda
Moretzsohn e Patricia Burin. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2022-mai-06/questao-genero-acao-penal-crimes-sexuais-autonomia-vitima
#:~:text=Na%20atual%20reda%C3%A7%C3%A3o%2C%20trazida%20pela,havendo%20elementos%
20suficientes%2C%20a%20den%C3%BAncia. Acesso em 19.10.23.
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Disponível em: https://www.uber.com/pt-BR/newsroom/seguranca-como-prioridade/
empresas de tomarem atitudes - novamente, em sua seara privada e particular -
visando aumentar a segurança de mulheres usuárias e pessoas em eventual
situação de vulnerabilidade, sejam elas motoristas parceiras ou passageiras.
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https://www.metoobrasil.org.br/artigos/metoo-brasil-expande-canal-de-suporte-psicologico-com-a-uber-para-casos-como-racis
mo-e-lgbtifobia
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https://www.metoobrasil.org.br/artigos/metoo-brasil-expande-canal-de-suporte-psicologico-com-a-uber-para-casos-como-racis
mo-e-lgbtifobia
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https://www.uber.com/pt-BR/newsroom/uber-lanca-ferramenta-que-concentra-recursos-de-seguranca-para-usuarios/
para expansão do recurso para as demais unidades da Federação.
a) 99 Mulher
i) Recurso que permite que as motoristas parceiras optem por
receber apenas chamadas de passageiras, permitindo que as
condutoras se sintam mais seguras, principalmente, durante a
noite.
ii) Atuação por meio de verificações, feitas por Inteligência
Artificial, exigindo o reconhecimento facial da motorista parceira,
comparando com as informações recebidas no cadastro e
fazendo uma checagem de documentos e dados antes de dar
acesso à funcionalidade. Caso um passageiro homem peça
uma corrida usando um ID feminino, a condutora tem a opção
de denunciar o usuário e recusar a corrida, sem punições.
e) Câmeras de Segurança
i) A empresa disponibiliza aos motoristas, que assim desejarem,
câmeras embarcadas nos carros e conectadas à sua Central de
Segurança, uma equipe de profissionais especializados,
disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana. As câmeras
possuem um botão de emergência para casos de necessidade.
6. SUGESTÃO DE EMENDA
§ 2º. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, entende-se por transporte individual privado de
passageiros mobilidade urbana aquele o serviço remunerado de transporte de passageiro
ou mercadoria, não aberto ao público, para a realização de viagens individualizadas ou
compartilhadas solicitadas exclusivamente por usuários previamente cadastrados em
aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede.
Art. 2º Para a caracterização dos crimes contra a dignidade sexual, deverão ser observadas
as definições estabelecidas no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal).
III – será enviada em até quarenta e oito horas 5 (cinco) dias à autoridade policial e ao
Ministério Público após a solicitação formal, a contar da denúncia na plataforma, para as
providências cabíveis e para fins estatísticos; e
Parágrafo único. As empresas de que trata esta Lei, antes autorizar a adesão de motoristas
em suas plataformas, deverão proceder junto ao órgão de segurança pública estadual, à
consulta quanto ao registro de denúncias por crimes contra a dignidade sexual em face do
motorista.
Art. 4º Em caso de descumprimento do que preceitua esta Lei, incorrerão as empresas nas
seguintes penalidades:
I – advertência; e
II – multa de R$ 1.000 (mil) reais até R$ 15.000 (quinze mil) reais, graduada de acordo com
a gravidade da infração e a capacidade econômica do infrator.
§ 1º Os valores da multa descrita no inciso II do caput deste artigo serão dobrados em caso
de reincidência, entendendo-se como rei ncidência o cometimento da mesma infração em
período inferior a 2 (dois) anos.
Art. 5º O Poder Executivo poderá regulamentar a presente Lei, para fins de assegurar a sua
devida execução.
Art. 6º Essa Lei entra em vigor no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data de
sua publicação
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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