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PERSPECTIVA
PSICANALÍTICA
PROFª ERICA CAMPOS
PARADOXO: O INDIVÍDUO É UMA ILUSÃO.
INCLUSIVE ESTE INDIVÍDUO QUE
SUSTENTA O MEU, E O TEU, EU.
ENTÃO: O EU NÃO EXISTE. E O QUE É ISTO: MINHA
EXPERIÊNCIA, MEUS PENSAMENTOS, MEUS
SENTIMENTOS, MEU CORPO? ISSO É O SUPORTE
DESSA ILUSÃO. ISSO É O VEÍCULO, A TELA, O MEIO
ATRAVÉS DO QUAL SE PROCESSAM EXPERIÊNCIAS,
QUE SE REÚNEM, SE COMPÕEM E TRAMAM UMA TEIA
DE REPRESENTAÇÕES, NO CENTRO DA QUAL SE
FORMA A MIRAGEM DO EU.
• É preciso dissolver o indivíduo, se quisermos perceber o que está além do
indivíduo. Para a construção teórica do objeto Grupo, é preciso iniciar uma
operação de desconstrução daquilo que parece formar os grupos, ou seja, é preciso
questionar o Indivíduo como unidade da realidade grupo.
• A segunda ferida narcísica fez reconhecer nosso próximo parentesco com todas as
formas de vida da Terra. Nosso narcisismo reagiu, e levantou contra a teoria
darwiniana todo tipo de argumento, desde os religiosos-fundamentalistas (como o
criacionismo, amplamente defendido em determinadas regiões dos Estados Unidos
e mesmo no Brasil), até os culturais e artísticos, que sustentavam a grande
diferença nas nossas produções simbólicas comparadas às de qualquer outro
animal. Mas, modernamente os estudos genéticos, e em particular o grande estudo
genômico internacional que mapeou o DNA, demonstrou a grande semelhança
genética entre nós e os nossos primos: as bases nitrogenadas de nosso DNA
comparado ao do chimpanzé apresentam apenas entre um e meio a três por cento
de diferença.
TERCEIRA
• Com Freud vem a 3ª ferida narcísica, o homem não é mais o centro do universo ou
o rei da criação e nem mesmo o centro de si mesmo. Pois o inconsciente nos põe
habitantes de nós mesmos junto com um desconhecido. Já não somos senhores de
nossa própria casa. Como Freud previu em 1917, a sua descoberta não foi bem
incorporada. Esforços revisionistas são permanentes, e não passa ano em que a
mídia não prepare um grande furo de reportagem, com títulos como: Freud
morreu! Ou A psicanálise é uma farsa. As concepções freudianas são
permanentemente submetidas a ataques que questionam a teoria da sexualidade,
a pulsão de morte, e a própria eficácia do método. Isso tudo não impediu da
psicanálise se difundir tão amplamente que passou a fazer parte do vocabulário
cotidiano. Porém, a divulgação excessiva não é reconhecimento e sim vulgarização
e descaracterização. A ferida aberta pela psicanálise continua a doer.
QUARTA
ÁVILA, L.A. Grupos – a perspectiva psicanalítica. Vínculo v.4n4. São Paulo, dez 2007.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-24902007000100003