Você está na página 1de 4

[para la versión en castellano, ver infra]

ALEA: ESTUDOS NEOLATINOS


https://revistas.ufrj.br/index.php/alea

Alea: Estudos Neolatinos - Organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é uma revista científica com periodicidade quadrimestral, sem fins lucrativos,
de aceso aberto, que integra o grupo de revistas científicas brasileiras da Scientific Electronic Library Online -
SciELO que aderiram o programa Ciência Aberta, avaliada com Qualis A1 pela CAPES e indexada em SciELO,
em Scopus, em Web of Science, entre outros indexadores regionais como Latindex e Redalyc.

CHAMADA
Vol. 26/1 (janeiro, fevereiro, março, abril/2024)

Tema: Não ser o que (logo) sou. Paradoxos ontológicos na literatura latino-americana
contemporânea

Editores Convidados:
Diana Klinger (Universidade Federal Fluminense, Brasil)
Wojciech Sawala (Adam Mickiewicz University, Polônia)

Recepção: 16/05 a 15/09 de 2023

Ementa:
A presente chamada tem como eixo problemático a importância do paradoxo como modo de
pensamento e representação/construção do mundo, alternativo às epistemologias hegemónicas
associadas à razão instrumental do Ocidente.

“Voltar aonde nunca se esteve”, “lembrar daquilo que nunca aconteceu”, “cometer no
presente atos com consequências no passado” – na literatura e outras narrativas culturais
contemporâneas se registra cada vez mais a presença dessas e outras figuras paradoxais.

O espírito de paradoxo, além de marcar a relação com o espaço e o tempo (bilocações,


curvaturas, reversões...), também marca, de modos cuja eloquência nos interessa apreender, a
relação com o/a outro/a. Um dos desafios que enfrentamos atualmente talvez consista em
pensar o “ser”, simultaneamente, em termos identitários e de devir: termo com uma
genealogia que vai de Heráclito via Bergson até Deleuze, e que há algumas décadas vem
sendo resgatado como forma de evitar essencializações imobilizantes.

Os discursos que, no Ocidente, se organizaram de modo privilegiado em torno ao paradoxo


são principalmente aqueles voltados para o mapeamento de territórios que se estendem por
fora da hegemonia do sujeito racional: a vivência lírica, o absoluto (misticismo), a loucura, as
pulsões e o desejo (psicanálise).

O deslumbramento perante a condição paradoxal da existência humana (e a divina) já pautou


o espírito do barroco ibérico, que nas suas controvérsias teológicas prefigurava algumas
tendências do pensamento (pós-)moderno, como a desmontagem de oposições binárias.
Lembre-se, por exemplo, da disputa (interessante, aliás, por seu caráter trans-latino-
americano) sobre as finezas de Cristo entre o padre Antônio Vieira e Sóror Juana Inés de la

1
Cruz: negação como máxima afirmação; afirmação como máxima negação. Ser nada como a
consequência última de ser tudo (atributo essencial de Deus) – esses deslumbramentos,
séculos mais tarde, avivariam a escrita agnóstica de Jorge Luis Borges, fascinado pelas ciladas
da silogística mente humana, prestes a provar que, bem examinado, o perfeito herói seria
traidor e o traidor mais vil – máximo herói. Essas considerações não deixam de revelar uma
proximidade, que interessa explorar hoje cada vez mais, com os modos ameríndios de
configurar relações entre actantes que, a diferença das oposições estáveis “adjuvante–
oponente” à moda de um Greimas, estabelecem uma compreensão muito mais dinâmica e
complexa da noção de inimigo, procurando “tomar a sua perspectiva” (tema estudado por
Eduardo Viveiros de Castro, com cujo trabalho esta colocação tem uma dívida evidente).

Hoje, o paradoxo preside vários projetos culturais. O rapper Emicida mobiliza a mitologia
ioruba, do oeste da África, na epígrafe do seu trabalho Amar-elo, voltado para reimaginar o
presente, o passado e o futuro, vistos como um todo organizado segundo leis muito mais sutis
e complexas do que a velha linearidade do tempo histórico trazida junto com a episteme
colonial europeia: Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje.

Parece que são exatamente as metafísicas “não-ocidentais” (nomeadamente ameríndias e afro-


americanas) que podem ser hoje fontes particularmente ricas de figuras paradoxais que talvez
possam permitir propor categorias mais produtivas para pensarmos o mundo contemporâneo.
A exploração dessas linhas de pensamento – assim como de outras próximas, que as cruzem,
encurvem, rompam ou convirjam sem nunca se tocar – é o objetivo que preside a preparação
do dossiê proposto.

Diretrizes para autoras/es e submissões online:


https://revistas.ufrj.br/index.php/alea/about/submissions

2
ALEA: ESTUDOS NEOLATINOS
https://revistas.ufrj.br/index.php/alea

Alea: Estudios Neolatinos - Organizada por el Programa de Postgrado en Letras Neolatinas de la Universidad
Federal de Río de Janeiro (UFRJ), es una revista científica con periodicidad cuatrimestral, sin fines lucrativos, de
acceso abierto, que integra el grupo de revistas científicas brasileñas de la Scientific Electronic Library Online
(SciELO) que adhirieron al programa Ciencia Abierta, siendo evaluada con el concepto Qualis A1 por la CAPES
e indexada en SciELO, en Scopus y en Web of Science, entre otros indexadores regionales, como Latindex y
Redalyc.

CONVOCATORIA
Vol. 26/1 (enero, febrero, marzo, abril/2024)

Tema: No ser lo que (luego) soy. Paradojas ontológicas en la literatura latinoamericana


contemporánea

Editores Invitados:
Diana Klinger (Universidade Federal Fluminense, Brasil)
Wojciech Sawala (Adam Mickiewicz University, Polônia)

Recepción: 16/05 a 15/09 de 2023

Descripción:
La presente convocatoria tiene como eje problemático la importancia de la paradoja como
modo de pensamiento y representación/construcción del mundo, alternativo a las
epistemologías hegemónicas asociadas a la razón instrumental del Occidente.

“Volver adonde nunca se ha estado”, “recordar algo que nunca ha acontecido”, “cometer en el
presente actos con consecuencias en el pasado”: en la literatura y otras narrativas culturales
contemporáneas se registra cada vez más la presencia de estas y otras figuras paradójicas.

El espíritu de la paradoja, aparte de marcar la relación con el espacio y el tiempo


(bilocaciones, curvaturas, reversiones…), marca también, de modos cuya elocuencia nos
interesa captar, la relación con el/la otro/a. Uno de los desafíos que enfrentamos actualmente
consiste quizás en pensar el “ser”, simultáneamente, en términos identitarios y del devenir:
término con una genealogía que va desde Heráclito vía Bergson hasta Deleuze, y que desde
hace algunas décadas viene siendo rescatado como forma de evitar esencializaciones
inmovilizadoras.

Los discursos que, en el Occidente, se han organizado de manera privilegiada en torno a la


paradoja son principalmente aquellos interesados en mapear los territorios que se extienden
afuera de la hegemonía del sujeto racional: la vivencia lírica, el absoluto (misticismo), la
locura, las pulsiones y el deseo (psicoanálisis).

El deslumbramiento ante la paradójica condición de la existencia humana (y divina) pautó ya


el espíritu del barroco ibérico, que en sus polémicas teológicas prefiguraba algunas tendencias
del pensamiento (pos)moderno, como el desmantelamiento de las oposiciones binarias.
Recuérdese, por ejemplo, la disputa (interesante, por cierto, por su carácter
translatinoamericano) sobre las sutilezas de Cristo entre el Padre Antônio Vieira y Sor Juana
Inés de la Cruz: la negación como máxima afirmación; afirmación como la negación última.

3
Ser nada como consecuencia última de ser todo (atributo esencial de Dios): estos
deslumbramientos, siglos después, avivarían la escritura agnóstica de Jorge Luis Borges,
fascinado por las trampas de la mente humana silogística, a punto de demostrar que, bien
examinado, el héroe perfecto sería un traidor y el traidor más vil – el máximo héroe. Estas
consideraciones no dejan de revelar una proximidad, que interesa explorar cada vez más hoy,
con las formas amerindias de configurar relaciones entre actantes que, a diferencia de las
oposiciones estables "adyuvante-oponente" al estilo de un Greimas, establecen una
comprensión mucho más dinámica y compleja de la noción de enemigo, buscando “tomar su
perspectiva” (tema estudiado por Eduardo Viveiros de Castro, con cuya obra este
planteamiento es claramente deudor).

Hoy, la paradoja preside varios proyectos culturales. El rapero Emicida moviliza la mitología
yoruba, del África Occidental, en el epígrafe de su obra Amar-elo, diseñada como forma de
reimaginar el presente, el pasado y el futuro, vistos como un todo organizado según leyes
mucho más sutiles y complejas que la antigua linealidad de tiempo histórico unido a la
episteme colonial europea: Exu mató un pájaro ayer, con una piedra que recién hoy ha
tirado.

Parece que son precisamente las metafísicas “no occidentales” (a saber, amerindias y
afroamericanas) las que hoy pueden ser fuentes particularmente ricas de figuras paradójicas
que nos permitan proponer categorías más productivas para pensar el mundo contemporáneo.
La exploración de estas líneas de pensamiento –así como de otras cercanas, que se cruzan,
curvan, rompen o confluyen sin tocarse nunca– es el objetivo que preside la elaboración del
dossier propuesto.

Directrices para autoras/es y envíos en línea:


https://revistas.ufrj.br/index.php/alea/about/submissions

Você também pode gostar