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FARMACOTÉCNICA I

FORMAS FARMACÊUTICAS
OBTIDAS POR DIVISÃO MECÂNICA

Profª. Nylza Maria Tavares Gonçalves


Como ocorre o processo de
obtenção de:

Pó
 Cápsula
Drágea
 Granulado
FORMAS FARMACÊUTICAS OBTIDAS
POR DIVISÃO MECÂNICA

São formas farmacêuticas sólidas resultantes


da transformação de um fármaco em pó, que
poderá ser dispensado diretamente ou
aglutinado em diversos estados.
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POR DIVISÃO MECÂNICA

Vantagens!!!

 Maior estabilidade medicamentosa, considerada a


ausência de umidade;
 Menor volume do que ocupado pelas formas
farmacêuticas líquidas correspondentes, o que os
torna mais econômicos e fáceis de transportar e
armazenar;
 Menor sensação de gosto, o que é particularmente
atenuado em formas, como cápsulas, em que o
fármaco é preservado dentro de invólucros;
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POR DIVISÃO MECÂNICA

Vantagens!!!
 Facilidade de administração, sendo na maioria dos
casos dispensado o uso de utensílios de medida;
 Menor dispêndio e cuidado na aquisição de embalagens
adequadas, ao contrário do que acontece com o
acondicionamento de líquidos;
 Possibilidade de se executarem revestimentos externos
em algumas dessas formas farmacêuticas, tornando-as
assim resistentes ao suco gástrico.
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ESPÉCIES
 As misturas de plantas ou de partes de plantas secas,
divididas em pequenos fragmentos, as quais eventualmente
podem ser adicionadas compostos quimicamente definidos.
Esta forma farmacêutica destina-se a obtenção de outras como
os macerados, infusos, digestos e cozimentos.
 Formas Complementares da Espécies: Cigarros Medicinais
 MÉTODOS EXTRATIVOS:

 MACERADO – a espécie é deixada em imersão em diferentes


tipos de veículos.

 INFUSÃO – verte-se sobre a espécie água fervente, mantendo


essa mistura por 15 minutos a 30 minutos. Após esse tempo é
filtrada.

 DIGESTO – a espécie é aquecida simultaneamente com o veículo,


mantendo a fervura por 10 minutos. Após é resfriada e filtrada.
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Pós

São preparações farmacêuticas constituídas por


partículas sólidas, livres e secas e mais ou menos
finas, devendo apresentar, dentro de cada categoria,
uma certa homogeneidade entre as partículas que a
constituem.
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 Fármacos animais

PÓ → Fármacos vegetais ou obtidos


por síntese química

 Fármacos minerais
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Pós
Podem ser administrados:

Diretamente : interna ou externamente.


Destinam-se:

 A aplicação de outras preparações farmacêuticas


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PREPARAÇÃO DE PÓS

Está dividida em três partes fundamentais:

1º Operações Preliminares

 2º Operação Principal ou Pulverização


propriamente dita

 3º Operações Acessórias
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OPERAÇÕES PRELIMINARES

 Triagem ou Monda : é uma operação mecânica que se pratica


para separar as partes inertes ou alteradas que acompanham,
por vezes a droga.
Pode ser realizada por vários processos: à mão (separação por
exemplo das folhas dos frutos de uma droga vegetal); por
crivo (eliminação das partículas de terra que aderem as
raízes); por ventilação (utilizadas para separar matérias muito
leves); por lavagem (indicada nos casos que as impurezas
encontram-se muito aderentes).
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 Divisão grosseira : é um processo de fragmentação das drogas


a fim de torná-las aptas a sofrerem uma divisão posterior.
Pode ser realizada por :seção (consiste em dividir um corpo em
pequenos fragmentos); contusão (reduz corpos sólidos a fragmentos
relativamente pequenos por meio de choques repetidos); rasuração
(divisão de corpos em pequenas partículas por atrito contra uma
superfície áspera ou por meios mecânicos diversos); granulação ( é
um processo de divisão reservado para os metais), extinção (
aplicado na divisão grosseira de materiais de natureza argilosa e
siliciosa).
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 Amolecimento: é aplicada quando a substância seja muito


compacta ou apresente uma consistência córnea que a torne
resistentes aos processos de pulverização.

 Secagem: operação obrigatória, sempre que se tenha uma


substância com certo grau de umidade, pois nestas condições ela
apresenta-se pouco friável, resistindo, por isso, à desagregação.

Processos de secagem: exposição ao ar livre, secagem pelo ar seco


à temperatura ambiente, secagem pelo ar quente, secagem por
radiações infravermelhas.
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Estabilização: é uma operação que tem por fim manter


inalterável a composição química das drogas vegetais.

Métodos de estabilização: destruição das enzimas pelo álcool


à ebulição, destruição das enzimas pelo calor úmido, outros
métodos (calor seco, correntes de alta frequência).
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TÉCNICAS DE PULVERIZAÇÃO

PULVERIZAÇÃO EM ALMOFARIZ
 É um processo utilizado para reduzir a pó pequenas
quantidades de material. Há almofarizes de ferro, bronze,
porcelana, vidro, mármore, ágata, etc. devendo-se escolher a
almofariz dependendo da droga a pulverizar (ex. almofarizes
de ferro = drogas vegetais, almofariz de porcelana = sais,
almofariz de vidro = drogas já pulverizadas).
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PULVERIZAÇÃO EM ALMOFARIZ
Por contusão – a droga é colocada no almofariz e é contundida com
o pistilo até obter-se a redução da droga a pó. É um processo
utilizado para pulverizar a grande maioria das drogas
vegetais.
Por trituração – a droga é fragmentada imprimindo-se ao pistilo o
um movimento que se inicia no centro do almofariz e vai
descrevendo uma espiral que termina contra as paredes deste,
exercendo o operador uma pressão de acordo com a
resistência oferecida pelo corpo a pulverizar
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 PULVERIZAÇÃO POR INTERMÉDIO


Muitas substâncias, dependendo de suas características físicas
especiais, não são pulverizadas diretamente, sendo necessário
adicionar-lhes uma substância estranha para facilitar a sua
redução a pó. Essas substâncias poderão ser eliminadas ou não da
forma farmacêutica.

Os intermédios podem ser sólidos (solúveis: açúcar, cloreto de


sódio, etc. e os insolúveis: carbonato de cálcio e de magnésio),
líquidos (álcool, éter, água, etc.) ou gasosos (ar frio).
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 PULVERIZAÇÃO POR FRICÇÃO


Esta técnica é aplicada apenas a substâncias friáveis e
moles, que se aglomeram pela ação do pistilo.

 PULVERIZAÇÃO QUÍMICA
Este processo de preparar certas substâncias num estado
de grande divisão recorrendo a reações químicas.
 Ex.: Enxofre precipitado – obtém-se fazendo atuar o ácido
clorídrico sobre uma solução de sulfureto de sódio e o
carbonato de cálcio.
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 PORFIRIZAÇÃO
Constitui um método laboratorial para a obtenção de pós
caracterizados pela sua grande tenuidade.
Processo consta em friccionar a substância de encontro a uma
placa de mármore ou de vidro. Pode ser feita a seco ou a úmido
adicionando-se uma substância que não reaja com o fármaco e
não o dissolva.
 PULVERIZAÇÃO POR MOINHOS
É um processo utilizado para reduzir a pó grandes quantidades
de substâncias. Apresenta grande importância na indústria ,
sendo pouco utilizado nas farmácias.
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OPERAÇÕES ACESSÓRIAS

TAMISAÇÃO
É uma operação que se pratica no decurso da
pulverização e que tem por fim obter pós cujas
partículas tenham um determinado tamanho médio.
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 É necessário que o produto a pulverizar seja tamisado


periodicamente por um tamis cuja abertura da malha
corresponda à tenuidade do pó a se obter, voltando ao
almofariz ou ao moinho a parte da droga por ele retida.
Este resíduo será submetido a novas pulverizações e
tamisações até que a droga passe pelo tamis, e só então se
dará por terminada a operação – pulverização sem
resíduo.
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 TAMISES

São instrumentos constituídos por um aro de diâmetro


variável, apresentando uma das extremidades fechada por
um tecido de abertura (malha), também variável, que
permite a separação das partículas submetidas à tamisação.

Malha = soma do diâmetro (d) dos fios com a distância que


separa dois fios consecutivos (l) :

M=l+d
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 TÉCNICA DE TAMISAÇÃO
Em primeiro lugar, deve-se escolher o tamis a utilizar na operação de
acordo com a tenuidade que o material tamisado deve apresentar, sendo
necessário, ainda, que a rede de tamis e o produto a tamisar sejam
compatíveis entre si.
Ao fazermos uma tamisação poderemos utilizar um tamis simples ou
coberto, sendo que este último é escolhido quando a substância a tamisar seja
irritante ou tóxica.
Uma vez colocado à substância a tamisar sobre o tecido do instrumento,
imprime-se a este movimentos alternados para um lado e para outro,
evitando sacudidelas e golpes violentos, de maneira que o material deslize
naturalmente e sem qualquer pressão sobre a rede, passando pela malha
apenas as partículas cujo diâmetro é ligeiramente inferior à abertura
daquelas.
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 Vantagens !!!

Todas as suas vantagens estão relacionadas ao grau


de pulverização do fármaco.

“ Os pós apresentam-se mais ativos quanto maior seu


grau de divisão”
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 De uma maneira geral a pulverização favorece um efeito


farmacológico mais rápido e regular. Por apresentar uma grande
superfície, esta forma farmacêutica, apresenta uma melhor absorção
gastrintestinal do que os fármacos correspondentes. A rápida difusão
operada com os pós não só permite obter níveis sanguíneos mais
elevados como em menor nível de tempo.
 Facilidade de dissolução.
Facilidade de deglutição, possibilidade de se misturarem a alimentos e
bebidas.
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Desvantagens !!!

Sofrem alterações com maior facilidade que outras


formas farmacêuticas como, por exemplo,
comprimidos e cápsulas.

Ex. de alterações: oxidações, hidrólises, decomposição


pela ação da luz, etc.
CÁPSULAS

São preparações farmacêuticas constituídas


por um invólucro de natureza, forma e
dimensões variadas, contendo substâncias
medicinais sólidas, pastosas ou líquidas.

O invólucro das cápsulas foi, correntemente,


de natureza amilacea (hóstias) ou é constituído por
gelatina (cápsulas gelatinosas).
CÁPSULAS

 O acondicionamento das substâncias medicamentosas nos


referidos invólucros apresenta diversas vantagens:

O uso das cápsulas constitui um meio de administração de


substâncias nauseosas ou de sabor desagradável sob uma
forma que não se percebe o seu gosto;
As paredes das cápsulas amilaceas e gelatinosas são
digestíveis e libertam, rapidamente, os medicamentos
depois da ingestão;
CÁPSULAS

Graças à elasticidade de suas paredes, as cápsulas são de


mais fácil deglutição do que os comprimidos;

As cápsulas gelatinosas são suscetíveis de serem revestidas


por invólucros gastro resistentes, podendo passar pelo
estômago sem serem degradadas ou constituírem um
preparado de ação modificada.
CÁPSULAS

 Hóstias ou Cápsulas Amiláceas

Esta forma farmacêutica, cuja a designação corrente


é hóstia, é constituída por duas cúpulas de pão ázimo,
de forma redonda, bicôncovas na parte central e plana
nos bordos, no interior das quais se acondicionam
medicamentos sólidos.
CÁPSULAS

Cápsulas Gelatinosas

Podemos definir cápsulas gelatinosas como preparações constituídas


por invólucros gelatinosos ocos, de forma esférica, ovóide com uma
ponta alongada ou cilíndrica, corados ou não, os quais contêm
substâncias medicamentosas sólidas, pastosas ou líquidas.
As cápsulas gelatinosas são preparadas
com gelatina, adicionada ou não de
substâncias emolientes, como a glicerina
ou o sorbitol, as quais lhe modificam a
sua consistência.
CÁPSULAS

 Classificam-se em cápsulas duras, quando o invólucro é


apenas constituído por gelatina, e em cápsulas moles ou
elásticas sempre que o invólucro é formado por
gelatina adicionada de emolientes.

 As cápsulas gelatinosas duras são consideradas,


atualmente, uma das melhores formas para
acondicionar substâncias medicamentosas, pois
protegem contra a ação da luz, do ar e da umidade.
CÁPSULAS

 Além disso, são facilmente administradas, possibilitam


algumas associações de substâncias, impedem que se
notem o sabor e odor desagradáveis dos fármacos,
podem ser preparadas com facilidade e grande precisão
de dosagem (+/- 1%), ocupam pequeno volume,
conservam-se bem e sua apresentação é atraente.
CÁPSULAS

Cápsulas Duras

São constituídas por partes cilíndricas, arredondadas nos


extremos, apresentando diâmetro e comprimento
diferentes. A parte mais comprida serve para acondicionar
as substâncias medicamentosas e a outra atua como uma
espécie de tampa na qual se encaixa a primeira. O
ajustamento entre as duas partes consegue-se
simplesmente por ação mecânica, podendo ou não ser
coladas.
CÁPSULAS

 Fundamentalmente, a preparação consegue-se por


imersão de punções de cilindros, arredondados nos
extremos, em soluções aquosas de gelatina, aquecidas a
75ºC, as quais contêm vários adjuvantes não emolientes
(corantes, anti-sépticos, anti-oxidantes, etc. ).
 Os invólucros para as cápsulas duras apresentam-se no
comércio com variados tamanhos, designados por um
algarismo arbitrário. A medida que vai sendo mais
elevado o seu algarismo designativo, vai diminuindo a
capacidade dos invólucros: 000,00,0,1,2,3,4 e 5.
CÁPSULAS

As cápsulas moles que se destinam, preferencialmente, a


acondicionar líquidos, podem apresentar variadas formas e
tamanhos e conter substâncias medicamentosas em quantidades
variadas.
Para medicina veterinária (animais de grande corpulência) existem
ainda outros tipos de cápsulas, que se distinguem pelos seguintes
números: n°10 (correspondente a +/- 30g), nº11 (+/- 15g) e nº12
(+/- 7,5g).
Mais de 90% da totalidade das cápsulas de encaixe produzidas em
todo o mundo são cheias por meio de aparelhos, muitas vezes
extremamente simples, mas em todos os casos possuem sistemas
mecanizados.
CÁPSULAS

Tanque de derretimento de
gelatina.

Máquina para encher


cápsulas automática.
CÁPSULAS

 A dosificação correta das cápsulas duras depende


de três fatores fundamentais:

1) Escolha de invólucros de capacidade exata;

2) Método de enchimento;

3) Produto a encapsular.
CÁPSULAS

 Escolha de invólucros de capacidade exata


Normalmente escolhida a capacidade do invólucro, o pó a acondicionar é
adicionado de pós inertes que funcionam como diluentes, os quais contêm
substâncias lubrificantes. A diluição é executada de tal forma que o volume
aparente do pó permita encher, perfeitamente, os receptáculos escolhidos. A
mistura de lactose com 1% de estearato de magnésio é um dos diluentes
mais utilizados.

A escolha da cápsula a utilizar pode fazer-se avaliando o volume aparente


de um dado peso de pó a acondicionar por exemplo 10 cápsulas. Para esta
medição pode se usar uma proveta de pequeno diâmetro.
CÁPSULAS

Método de enchimento
O método de enchimento das cápsulas é muito variável, podendo
ser manual, automático ou semi-automático.

Produto a encapsular
O produto a encapsular influencia, notavelmente, o enchimento. Se
há pós que, pela sua elevada densidade e existência de diminutas
forças de atração entre as partículas, podem encher com facilidade
os invólucros gelatinosos, acontece que outros, que não apresentam
estas propriedades, escoam irregular e morosamente para esses
mesmos invólucros.

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