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No episódio “Olhe, mas não toque”, da série de televisão “Greys Anatomy”, três médicas vão
a um presídio feminino de segurança máxima para atender uma detenta de dezesseis anos que
tinha uma gravidez de risco. Chegando ao local as doutoras ficam abismadas com a situação de
vida precária das prisioneiras, que, além de serem destratadas pelas funcionárias do presídio,
lidavam com a falta de medicamentos e produtos de higiene pessoal. Fora da ficção, no Brasil,
milhares de encarcerados vivem em um regime prisional ineficaz, e as principais causas da crise
no sistema penitenciário brasileiro são a superlotação nas cadeias e a ineficiência da
ressocialização após o cumprimento da pena.
Sabe-se que, uma das principais falhas do sistema carcerário é a dificuldade na ressocialização
dos detentos. Uma matéria do G1 apontou que menos de 1/5 dos presos trabalham no Brasil, e
apenas um a cada oito estudam. Tais dados provam a ineficaz tentativa do Governo de reinserir
essas pessoas na sociedade durante e após o cumprimento da pena. Diante desse cenário, grande
parte dos presidiários que são liberados não consegue se reinventar, a maioria deles não tem
formação escolar, e uma fixa suja que dificulta a inclusão no competitivo mercado de trabalho,
consequentemente, acabam cometendo outros delitos.
Além disso, a superlotação nos presídios femininos e masculinos em todo país é uma dos
principais motivos para as péssimas condições de vida dos detentos. A série norte-americana
“Greys Anatomy” retrata bem a realidade de uma prisão que não oferece recursos suficientes
para todas as reclusas. Dessa forma, a maior parte das cadeias no Brasil não tem infraestrutura
para acomodar a quantidade de presos que recebem todos os anos. Ademais, muitas pessoas
consideradas importantes, como políticos condenados, acabam recebendo tratamento especial,
enquanto o resto da população compartilha celas cheias.