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Leia, agora, o poema “O amor, quando se revela”, do poeta português Fernando 

Pessoa.

O amor, quando se revela

O amor, quando se revela,


Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar para ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente


Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,


Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Para saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;


Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe


O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

1. É possível perceber, nas duas primeiras estrofes do poema “O amor, quando


se revela”, que o eu lírico, a voz do poema, está vivendo um drama interno. Qual é
a dúvida que ronda esse eu poético? Justifique sua resposta.

2. Observe a estrutura do poema e responda ao que se pede.

a) Quantos versos há nesse poema?

b) E quantas estrofes?

3. Para você, há poesia no poema “O amor, quando se revela”? Explique sua


resposta.

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