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Série/ ano Nome:


Disciplina: Língua Portuguesa Data:

Presságio – Fernando Pessoa E se um olhar lhe bastasse


O amor, quando se revela, Pra saber que a estão a amar!
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela, Mas quem sente muito, cala;
Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Quem quer dizer o que sente Fica só, inteiramente!
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente… Mas se isto puder contar-lhe
Cala: parece esquecer… O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Ah, mas se ela adivinhasse, Porque lhe estou a falar…
Se pudesse ouvir o olhar,

1 - Leia os versos: “Ah, mas se ela adivinhasse,/ Se pudesse ouvir o olhar”


Nesses versos, para expressar seus sentimentos, o eu lírico vale-se do uso da figura de linguagem:
(A) Eufemismo. (D) Aliteração.
(B) Metáfora. (E) Sinestesia.
(C) Metonímia.

2 - No poema “Presságio”,
(A) o poeta demonstra ser incapaz de revelar seus sentimentos; pois eles não são verdadeiros.
(B) a definição do que é o sentimento amoroso é a temática principal desenvolvida por seu autor.
(C) o eu lírico está perdidamente apaixonado e é uma pessoa que declara abertamente sua paixão.
(D) o amor do poeta transforma-se em uma polêmica sobre a maneira de se revelar esse sentimento ao mundo.
(E) a poesia é uma forma de o eu lírico confessar seus sentimentos e sua incapacidade de revelá-los ao ser amado.

A VIUVINHA – José de Alencar


Em amor, dois meses depressa se passam; os dias são momentos agradáveis e as horas, flores que os amantes
desfolham sorrindo.
Por fim chegou a véspera do casamento, que se devia fazer simplesmente em casa, na presença de um ou dois
amigos; o moço, fatigado dos prazeres ruidosos, fazia agora de sua felicidade um mistério.
Nenhum dos seus conhecidos sabia de seus projetos; ocultava o seu tesouro, com medo que lho roubassem;
escondia a flor do sentimento que tinha dentro d’alma, receando que o bafejo do mundo onde vivera a viesse crestar.
A noite passou-se simplesmente como as outras; apenas notava-se em D. Maria uma atividade que não lhe era
habitual.
A boa senhora, que exigira como condição que seus dois filhos ficassem morando com ela para alegrarem a
sua solidão e a sua viuvez, temia que alguma coisa faltasse à festa simples e íntima que devia ter lugar no dia seguinte.
De vez em quando erguia-se e ia ver se tudo estava em ordem, se não havia esquecido alguma coisa; e parecia-
lhe que voltava aos primeiros anos da sua infância, repassando na memória esse dia, que uma mulher não esquece
nunca.
Nele se passa o maior acontecimento de sua vida; ou realiza-se um sonho de ventura, ou murcha para sempre
uma esperança querida que se guarda no fundo do coração; pode ser o dia da felicidade ou da desgraça, mas é sempre
uma data notável no livro da vida.
No momento da partida, quando Jorge se levantou, D. Maria, que compreendia o que essas duas almas tinham
necessidade de dizer-se mutuamente, retirouse.
Os dois amantes apertaram-se as mãos e olharam-se com um desses olhares longos, fixos e ardentes que
parecem embeber a alma nos seus raios límpidos e brilhantes.
Tinham tanta coisa a dizer e não proferiam uma palavra; foi só depois de um comprido silêncio que Jorge
murmurou quase imperceptivelmente:
- Amanhã!...
Carolina sorriu enrubescendo; aquele amanhã exprimia a felicidade, a realização desse belo sonho cor-de-rosa
que havia durado dois meses; a linda e inocente menina, que amava com toda a pureza de sua alma, não tinha outra
resposta.
Sorriu e corou.
Jorge desceu lentamente a ladeira, e ao quebrar a rua voltou-se ainda uma vez para lançar um olhar à casa.
Uma luz brilhava nas trevas entre as cortinas do quarto de sua noiva; era a estrela do seu amor, que
brevemente devia transformar-se em lua de mel.

3 - Na frase “Carolina sorriu enrubescendo.”, o termo em destaque, enrubescendo, do verbo enrubescer , tem o mesmo
significado de outro verbo que aparece no texto que é
(A) corar. (D) alegrar.
(B) sorrir. (E) brilhar.
(C) dizer.

4 - Nesse trecho do romance, A viuvinha, José de Alencar, escritor que figura no período literário do Romantismo,
apresenta cenas que reproduzem costumes
(A) do cotidiano da sociedade atual.
(B) da alta sociedade do século XX.
(C) da vida burguesa do século XIX.
(D) da vida de habitantes da floresta.
(E) do dia a dia de uma família, em 1970.
5 - Na frase “Em amor, dois meses depressa se passam; os dias são momentos agradáveis e as horas, flores que os
amantes desfolham sorrindo“, observa-se o uso da metáfora, uma figura de linguagem que
(A) apresenta uma série de ideias em progressão ascendente ou descendente.
(B) atribui a seres irracionais e inanimados, qualidades e sentimentos humanos.
(C) emprega palavras e expressões contrastantes, geralmente na mesma frase.
(D) usa palavras ou expressões agradáveis, substituindo as de sentido grosseiro.
(E) faz uso de uma palavra fora de seu sentido normal, por efeito de comparação.
Motivo - Cecilia Meireles Se desmorono ou se edifico,
Eu canto porque o instante existe se permaneço ou me desfaço,
e a minha vida está completa. — não sei, não sei. Não sei se fico
Não sou alegre nem sou triste: ou passo.
sou poeta. Sei que canto. E a canção é tudo.
Irmão das coisas fugidias, Tem sangue eterno a asa ritmada.
não sinto gozo nem tormento. E um dia sei que estarei mudo:
Atravesso noites e dias — mais nada.
no vento.
6 - Na terceira estrofe da poesia “Motivo”, a repetição da conjunção se, seguida de termos que se opõem, demonstra as
(A) incertezas que angustiam o eu lírico nas trilhas de sua vida de poeta.
(B) alternativas que deixam o poeta mudo e incapaz de entoar um canto.
(C) ações que devem ser realizadas pelo poeta, que é objetivo e realista.
(D) diversas hipóteses com que o poeta se depara por ser alegre e triste.
(E) dúvidas sobre a imensa vontade do eu lírico, de seguir vivendo ou não.

7 - O poema é basicamente composto por termos que se opõem, tais como alegre/ triste; gozo/tormento; noites/dias
etc. e que caracterizam uma figura de linguagem denominada
(A) ironia. (D) comparação.
(B) antítese. (E) prosopopeia.
(C) metáfora.

8 - Leia as frases:
I. “- Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar?”
II. “Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer”.

Nelas observa-se o uso, respectivamente, de


(A) discurso direto e discurso indireto livre.
(B) discurso direto e discurso indireto.
(C) discurso indireto livre e discurso direto.
(D) discurso indireto livre e discurso indireto.
(E) discurso indireto e discurso indireto livre.

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