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- Língua Portuguesa -
UERJ
Simulado
1º Exame de qualificação 2019
Gabarito do 1º exame
Simulado
Questões do simulado
e em amor; nascer
O VERBO NO INFINITO QUESTÃO O título e o último verso do poema se referem ao verbo no infinito, enquanto todos os verbos
mecer
Ser criado, gerar-se, transformar
rar O amor em carne e a carne em amor; nascer
18 do poema se mostram na forma infinitiva.
Este jogo de palavras com a gramática da língua portuguesa é possível porque a forma verbal
infinitiva expressa uma ação que aponta para a seguinte ideia:
Respirar, e chorar, e adormecer (A) abstração do tempo
spertar
E se nutrir para poder chorar (B) modificação do sujeito
ndo e ouvir (C) reiteração do argumento
5 Para poder nutrir-se; e despertar (D) transformação do contexto
sorrir Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir LINGUAGENS
SIMULADO 9
chorar. E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar. QUESTÃO No verso 1, a combinação das vozes passiva e reflexiva produz um efeito poético.
haver E crescer, e saber, e ser, e haver 19 Esse efeito confere ao sujeito pressuposto do poema, em relação a si mesmo, a possibilidade de:
(A) alienação
orror
10 E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito (B) invenção
maldito (C) resignação
E esquecer tudo ao vir um novo amor
novo amorE viver esse amor até morrer (D) cooperação
rer E ir conjugar o verbo no infinito... VINICIUS DE MORAES
nfinito... SONETO DE FIDELIDADE
VINICIUS DE MORAES
QUESTÃO O título e o último verso do poema se referem ao verboDeno
tudoinfinito,
ao meu amorenquanto
serei atentotodos os verbos
do poema se mostram na forma infinitiva. Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
SONETO DE FIDELIDADE
LINGUAGENS
QUESTÃO A palavra fidelidade não aparece nos versos do poema. Entretanto, o poeta defende
ão das vozes passiva e reflexiva produz um efeito poético.
De tudo ao meu amor serei atento
ujeito pressuposto do poema, em relação a si mesmo, a possibilidade de:
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
20 determinada fidelidade, que está associada ao seguinte sentimento referido no texto:
(A) amor
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento. (B) solidão
(C) encanto
DEQuero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto (D) angústia
ento
re, eE rir
tanto meu riso e derramar meu pranto
r encanto QUESTÃO No último verso do poema, a proposição mas que seja infinito enquanto dure constitui um
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Ao seu pesar ou seu contentamento
nsamento.
omento
paradoxo que enfatiza o seguinte aspecto:
E assim, quando mais tarde me procure
ar meu canto
Quem
pranto sabe a morte, angústia de quem vive (A) enaltecimento da vida
mento
Quem sabe a solidão, fim de quem ama (B) reconhecimento da ilusão
e procure
de quem vive
Eu possa me dizer do amor (que tive): (C) aceitação do desencontro
quem ama
Que não seja imortal, posto que é chama
ue tive):
(D) intensificação do sentimento
ue éMas
chama que seja infinito enquanto dure.
o dure. VINICIUS DE MORAES
VINICIUS DE MORAES 10 SIMULADO
10
Ela é de capricórnio, eu sou de libra
Eu sou o Oxalá velho, ela é Inhansã
23 (A) assunção do desejo
(B) aceitação da dúvida
A mim me enerva o ardor com que ela vibra
(C) necessidade de convivência
E que a motiva desde de manhã.
(D) mudança de comportamento
- Como é que pode, digo-me com espanto
A luz e a treva se quererem tanto...
VINICIUS DE MORAES
VINICIUS DE MORAES
5 D 28 A 33 D
6 A INGLÊS 34
II 7SIMULADO
D 24 B
Gabarito do simulado 8 B
GABARITO
9 C
25
26
D
A
CIÊNCIAS
NATUREZ
10 A 27 C 35 D
28 A 36
TEXTO BASE ESPANHOL
LÍNGUA MATEMÁTICA CIÊNCIAS
37
1 B C
24PORTUGUESA 29 D HUMANAS
38
2 D 25 11D C 30 D 47 39 A
3 C 26 12B B 31 C 48 40 B
4 B 27 13D A 32 B 49 41D
5 D 28 14A C 33 D 50 42 B
6 A INGLÊS15 D 34 C 51 43 A
7 D 24 16B C 52 44 C
8 B 25 17D D CIÊNCIAS DA 53 45 B D
9 C 26 18A A NATUREZA 54 46 C
10 A 27 19C B 35 D 55 D
28 20A A 36 C 56 A
21 D 37 B 57 C
LÍNGUA
22 B
PORTUGUESA 38 B 58 B
23 C
11 C 39 A 59 A
pegou o vírus na Amazônia e entrou na Mata Atlântica depois, possivelmente na altura de Montes
QUESTÕES
contaminação de pessoas. Sem primatas para picar na copa das árvores, os mosquitos
procuram sangue humano. (l. 18-20)
TEXTO BASE
(D) Tanto o homem quanto o macaco, quando picados, só carregam o vírus da febre amarela
Questão Parapor
apresentação
cerca de trêsdasdias.
tesesDepois
que explicam o avanço daproduz
disso, o organismo febre anticorpos.
amarela, a autora do texto recorre,
(l. 23-25)
01
principalmente, à seguinte estratégia:
Questão (A)Noreferências
quinto parágrafo,
a dilemassão apresentadas duas hipóteses acerca da disseminação da febre amarela.
08 (B)A marca
alusãoverbal
(C)(A)construção
que evidencia a formulação dessas hipóteses é o uso de:
a subentendidos
voz ativa de silogismo
(D)(B)argumentos
modo subjuntivo
de autoridade
(C) futuro do pretérito
Questão No
(D)quinto
forma parágrafo, são apresentadas duas hipóteses acerca da disseminação da febre amarela.
no gerúndio
09 (A) pergunta
(B) estatística
• suspeitos → 435.
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modos de fazer poesia. (l. 1-2)
A relação que se estabelece entre essa declaração inicial do crítico Antonio Candido e o restante
A flutuação do gosto em relação aos poetas é normal, como é normal a sucessão dos modos de seu texto pode ser definida pela seguinte sequência:
de fazer poesia. Pelo visto, Vinicius de Moraes anda em baixa acentuada. Talvez o seu prestígio (A) problema – solução
tenha diminuído porque se tornou cantor e compositor, levando a opinião a considerá-lo mais (B) abstração – realidade
letrista do que poeta. Mas deve ter sido também porque encarnou um tipo de poesia oposto a (C) pressuposição – asserção
5 certas modalidades para as quais cada palavra tende a ser objeto autônomo, portador de maneira (D) generalização – particularização LINGUAGENS
isolada (ou quase) do significado poético.
Na história da literatura brasileira ele é um poeta de continuidades, não de rupturas; e o nosso Questão A articulação do primeiro com o segundo parágrafo revela o seguinte eixo principal da
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é um tempo que tende à ruptura, ao triunfo do ritmo e mesmo do ruído sobre a melodia, assim argumentação do crítico:
como tende a suprimir as manifestações da afetividade. Ora, Vinicius é melodioso e não tem medo
10 de manifestar sentimentos, com uma naturalidade que deve desgostar as poéticas de choque. (A) valorização de versos coloquiais
Por vezes, ele chega mesmo a cometer o pecado maior para o nosso tempo: o sentimentalismo. (B) descrição de uma poética singular
8 VESTIBULAR ESTADUAL 2019 1ª FASE EXAME DE QUALIFICAÇÃO
Isso lhe permitiu dar estatuto de poesia a coisas, sentimentos e palavras extraídos do mais singelo (C) contestação de artistas modernos
cotidiano, do coloquial mais familiar e até piegas, de maneira a parecer muitas vezes um seresteiro (D) exaltação de uma obra convencional
milagrosamente transformado em poeta maior. João Cabral disse mais de uma vez que sua própria
15 poesia remava contra a maré da tradição lírica de língua portuguesa. Vinicius seria, ao contrário,
alguém integrado no fluxo da sua corrente, porque se dispôs a atualizar a tradição. Isso foi possível
devido à maestria com que dominou o verso, jogando com todas as suas possibilidades.
Questão Com base nas ideias apresentadas no texto, a metáfora um raro malabarista (l. 22) sugere que
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Ele consegue ser moderno usando metrificação e cultivando a melodia, com uma imaginação o poeta articula os seguintes aspectos em sua poesia:
renovadora e uma liberdade que quebram as convenções e conseguem preservar os valores
(A) humor e seriedade
20 coloquiais. Rigoroso como Olavo Bilac, fluido como o Manuel Bandeira dos versos regulares, terra
a terra como os poemas conversados de Mário de Andrade, esse mestre do soneto e da crônica (B) tradição e inovação
é um raro malabarista. (C) erudição e formalismo
ANTONIO CANDIDO (D) musicalidade e silêncio
Adaptado de Teoria e debate, nº 49. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, out-dez, 2001.
Questão De repente da calma fez-se o vento
Soneto de separação 15 Que dos olhos desfez a última chama (v. 5-6)
Em relação à expressão o vento, o verso sublinhado assume a função de indicar uma:
(A) gradação
(B) nomeação
De repente do riso fez-se o pranto (C) comparação
(D) caracterização
Silencioso e branco como a bruma
3 E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto. Questão Uma série de transformações é apresentada pelo verbo fazer acompanhado da palavra se.
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outro por parte do poeta.
9 De repente, não mais que de repente A partir dessa seleção, os estados emocionais por que passa o poeta podem ser definidos como:
(A) cíclicos
Fez-se de triste o que se fez amante (B) hesitantes
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poeta em relação à separação.
De repente, não mais que de repente. Essa reação é marcada pelo sentimento de:
(A) indecisão
(B) libertação
(C) resignação
(D) preocupação
Soneto do Corifeu * Questão Os dois primeiros versos do soneto sugerem uma advertência dirigida aos apaixonados.
19 Com base na leitura do poema, essa advertência se baseia no pressuposto de que a paixão é
capaz de provocar estado de:
São demais os perigos desta vida (A) apatia
Para quem tem paixão, principalmente (B) carência
(C) contrariedade
3 Quando uma lua surge de repente
(D) vulnerabilidade
E se deixa no céu, como esquecida.
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uma relação do seguinte tipo:
12 Uma mulher que é como a própria Lua:
(A) ambígua
Tão linda que só espalha sofrimento
(B) antitética
Tão cheia de pudor que vive nua. (C) denotativa
(D) metalinguística
* Corifeu: personagem sempre presente no antigo teatro grego.
(C) hipérbole
Soneto da hora final Questão No título Soneto da hora final, para revelar o tema do poema, recorre-se à figura de linguagem
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(D) ironia
denominada:
Será assim, amiga: um certo dia
(A) eufemismo
Estando nós a contemplar o poente
(B) metonímia
3 Sentiremos no rosto, de repente
(C) hipérbole
O beijo leve de uma aragem fria.
(D) ironia
Tu me olharás silenciosamente
6 E eu te olharei também, com nostalgia
E partiremos, tontos de poesia Questão No poema, há diversas referências metafóricas à morte, como exemplifica o seguinte verso:
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Para a porta de treva aberta em frente.
(A) Estando nós a contemplar o poente (v. 2)
9 Ao transpor as fronteiras do Segredo (B) E eu te olharei também, com nostalgia (v. 6)
Eu, calmo, te direi: – Não tenhas medo (C) Ao transpor as fronteiras do Segredo (v. 9)
E tu, tranquila, me dirás: – Sê forte. (D) E como dois antigos namorados (v. 12)
Questão No poema, há diversas referências metafóricas à morte, como exemplifica o seguinte verso:
2. ( ) 6. ( )
Rua “Adeus: vamos para a frente,
torta, recuando de olhos acesos.” (Drummond)
Lua
morta.
Tua
porta.” (Cassiano Ricardo)
FIGURAS DE LINGUAGEM
2.FIGURAS DE SINTAXE
üHipérbato: troca na ordem mais corrente dos termos de uma oração ou mesmo das orações
de um período composto.
ü"Passeiam, à tarde, as belas na Avenida." (Drummond)
üPleonasmo: uma das figuras de linguagem mais conhecidas, trata-se da repetição enfática de
um termo ou uma ideia, reforçando-o no enunciado.
üAnacoluto: quando há, dentro de uma oração ou frase, um termo qualquer que parece
deslocado ou que compromete, de certa maneira, a compreensão do sentido geral.
üSilepse: concordância com a ideia que uma palavra expressa e não com sua categoria
número/gênero/pessoa.
üa dupla era invencível por que eram muito fortes.
üSua Majestade parece cansado hoje.
üOs cariocas gostamos muito de samba.
Figuras de linguagem
2. Figuras de sintaxe
• Sínquise: consiste numa inversão de tal ordem tão violenta, que
a frase se torna obscura ou ininteligível.
• Um cãozinho tinha o Paulo fofinho e peludinho.
• Anástrofe: aplica-se somente à inversão da ordem normal dos
termos numa frase (palavras vizinhas).
• "Tão leve estou (= Estou tão leve), que nem sombra tenho.“
• Elipse: é a omissão de um termo ou de uma oração inteira,
sendo que essa omissão geralmente fica subentendida pelo
contexto.
• Como estávamos com pressa, preferi não entrar.
• Zeugma: trata-se de um caso especial de elipse, quando o termo
omitido já tiver sido expresso anteriormente.
• Os rapazes entraram com tamanha algazarra que quebraram o vidro da
porta.
a) elipse g) anacoluto
b) zeugma h) silepse de gênero
c) pleonasmo i) silepse de número
d) polissíndeto j) silepse de pessoa
e) assíndeto l) anáfora
f) hipérbato m) anástrofe
Nos exercícios de número 1 a 22, faça a associação de acordo com o código acima:
1. ( ) “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos.”(Machado de
Assis)
2. ( ) “Aquela mina de ouro, ele não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.”
(José Lins do Rego)
3) ( ) “Este prefácio, apesar de interessante, inútil.” (Mário Andrade)
4. ( ) “Era véspera de Natal, as horas passavam, ele devia de querer estar ao lado de lá-
Dijina, em sua casa deles dois, da outra banda, na Lapa-Laje.” (Guimarães Rosa)
5. ( ) “Em volta: leões deitados, pombas voando, ramalhetes de flores com laços de fitas, o
Zé-Povinho de chapéu erguido.”
(Aníbal Machado)
6. ( ) “Sob os tetos abatidos e entre os esteios fumegantes, deslizavam melhor, a salvo, ou
tinham mais invioláveis esconderijos, os sertanejos emboscados. “ (Euclides da Cunha)
7. ( ) V. Exa. está cansado?
8. ( ) “Caça, ninguém não pegava... (Mário de Andrade)
9. ( ) “Mas, me escute, a gente vamos chegar lá.”(Guimarães Rosa)
10. ( ) “Grande parte, porém, dos membros daquela assembleia estavam longe destas
ideias.”(Alexandre Herculano)
11. ( ) “E brinquei, e dancei e fui
Vestido de rei....”(Chico Buarque)
12. ( ) “Wilfredo foge. O horror vai com ele, inclemente. Foge, corre, e vacila, e tropeça e
resvala, E levanta-se, e foge alucinadamente....”(Olavo Bilac)
13. ( ) “Agachou-se, atiçou o fogo, apanhou uma brasa com a colher, acendeu o cachimbo,
pôs-se a chupar o canudo do taquari cheio de sarro.” (Graciliano Ramos)
14. ( ) “Tão bom se ela estivesse viva me ver assim.”
(Antônio Olavo Pereira)
15. ( ) “Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” (Aníbal Machado)
16. ( ) “Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado.”(Martinho da Vila)
17. ( ) “Rubião fez um gesto. Palha outro; mas quão diferentes.”( Machado de Assis)
18. ( ) “Estava certo de que nunca jamais ninguém saberia do meu crime.” (Aurélio
Buarque de Holanda)
19. ( ) “Fulgem as velhas almas namoradas....
- Almas tristes, severas, resignadas,
De guerreiros, de santos, de poetas. “
(Camilo Pessanha)
20. ( ) “Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: vivem porque veem os outros
viverem.”
(J. Simões Lopes Neto)
21. ( ) “Um mundo de vapores no ar flutua.”
(Raimundo Correa)
22. ( ) “Tende piedade de mulher no instante do parto.
Onde ela é como a água explodindo em convulsão
Onde ela é como a terra vomitando cólera
Onde ela é como a lua parindo desilusão.”
(Vinícius de Morais)
Figuras de linguagem
3. Figuras de palavras
• Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da
subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o
conectivo não está expresso, mas subentendido.
• "Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a
razão." (M. de Assis).
• Metonímia: Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de
semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua:
• o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice) de licor.
• a causa pelo efeito e vice-versa: "E assim o operário ia / Com suor e com cimento (com trabalho) /" (Vinicius de
Moraes).
• o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do
Porto).
• o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado).
• o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração (sentimento, sensibilidade).
• o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos revolucionários.
• a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa.
• o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo.
• a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura).
• o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão).
• Sinédoque: Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do
sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:
• o todo pela parte e vice-versa: "A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de
ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo." (J. Cândido de Carvalho)
• o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido.
• o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um mecenas (protetor).
Figuras de linguagem
Figuras de palavras
• Catacrese: é um tipo de especial de metáfora, já tornada comum pelo uso dos falantes.
• folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego
/ mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco.
• Sinestesia: A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão.
• "A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias
feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida,
macia [sensações táteis], quase irreal." (Augusto Meyer)
• Antonomásia: Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade,
característica ou fato que a distingue. Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que
apelido, alcunha ou cognome
• "E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo
Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos
escravos (= Castro Alves)
• Alegoria: A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma
figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a
evoque e intensifique o seu significado.
• "A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do
baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em
presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a
orquestra é excelente..." (Machado de Assis).
Figuras de linguagem
4. Figuras de pensamento
• Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos
opostos.
• "Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos
bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal." (Rui Barbosa).
• Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou
imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise
sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.
• "Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?" (Castro Alves).
• Paradoxo: Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto,
mas também na de ideias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma
verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra
designação para paradoxo.
• "Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento
descontente; / É dor que desatina sem doer;" (Camões)
• Eufemismo: Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para
atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
• "E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague". (Chico Buarque).
• Gradação: Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras que intensificam uma
mesma ideia.
• "Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo." (Castro Alves).
Figuras de linguagem
4. Figuras de pensamento
Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de proporcionar uma imagem
emocionante e de impacto.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares!" (Olavo Bilac).
Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o
contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
"Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: / um amor." (Mário de
Andrade).
Prosopopeia: Ocorre prosopopeia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento,
ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou
imaginários.
"... os rios vão carregando as queixas do caminho." (Raul Bopp)
Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto,
acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.
"Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil." (André Filho)
• Nas frases abaixo, coloque entre parênteses: (M) Metáfora; (S) Sinestesia;
(P)Personificação; (H) Hipérbole, (C) Catacrese.
• 01 - ( ) Redondos tomates de pele quase estalando. (Clarice Lispector)
• 02 - ( ) A noite é como um olhar longo e claro de mulher." (Vinícius de Morais)
• 03 - ( ) O Forte ergue seus braços para o céu de estrelas e de paz. ( Adonias Filho)
• 04 - ( ) Lá fora a noite é um pulmão ofegante. (Fernando Namora)
• 05 - ( ) "Os montes de mais perto respondiam, / quase movidos de alta piedade." (Camões)
• 06 - ( ) Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a [vida é um sol estático]."
• 07 - ( ) Quando embarquei no avião, fui dominado pelo medo.
• 08 ( ) Avista-se o grito das araras. (Guimarães Rosa)
• 09 - ( ) Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na manhã, somaria mais
que todas as vertidas desde Adão e Eva. (Machado de Assis)
• 10 - ( ) Todo sorriso é feito de mil prantos, toda vida se tece de mil mortes. ( Carlos de Laet)
• 11 - ( ) A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
• 12 - ( ) Guardei na memória pedaços de conversas. (Graciliano Ramos)
• 13 - ( ) O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
• 14 - ( ) Acenando para a fonte o riacho despediu-se triste e partiu para a longa viagem de
volta.
• 15 - ( ) Voando e não remando, lhe fugiram. (Camões)
• 16 - ( ) Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.
• 17 - ( ) Aquela mulher é uma víbora.
• 18 – ( ) Um áspero sabor de indiferença a atormentava.
• 19 - ( ) Estou morto de cansaço: vou dormir.
• 20 – ( ) Preparei uma sabatina para os meus alunos nesta quarta-feira.
1 - "...O vice-presidente da Câmara, José Augusto, foge à barafunda parlamentar e
mergulha nos clássicos...“ Há:
a) metonímia
b) metáfora
c) sinédoque
d)catacrese
e)perífrase
Paráfrase Paródia