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Primeiro, Hebe Camargo, toda animada, pediu a Sílvio (D) pretendeu magoar Hebe Camargo.
Santos um “selinho” (beijinho). Não ganhou: “Nem
selinho, nem selo, nem selão”, ouviu dele, categórico. Em (E) não teve idéia da repercussão da sua atitude.
seguida, Gilberto Gil entrou no palco, de mão estendida
para cumprimentá-lo. O que fez o apresentador? Disse
“selinho”, esticou os lábios e zás — tascou um beijinho na
boca do músico. A cena foi ao ar de madrugada, no
encerramento do Teleton, a Maratona beneficente exibida As questões de números 04 a 07 baseiam-se nos textos a
pelo SBT. Gil ficou surpreso. Hebe fingiu brabeza e Sílvio seguir.
riu muito. “Tirei uma onda, foi só uma bicotinha”, diz ele.
“Tudo tem uma primeira vez”. Soneto de fidelidade
(Veja, 07.11.2001, pág. 101.) (Vinicius de Moraes)
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04. Nos dois primeiros quartetos do soneto de Vinicius de (E) catacrese.
Moraes, delineia-se a idéia de que o poeta 07. Em “Por enquanto”, Renato Russo diz que “... o pra
sempre / sempre acaba”. Essa idéia, no poema de
(A) não acredita no amor como entrega total entre duas Vinicius de Moraes, aparece no seguinte verso:
pessoas.
(A) “Mas que seja infinito enquanto dure”.
(B) acredita que, mesmo amando muito uma pessoa, é (B) “Quero vivê-lo em cada vão momento”.
possível apaixonar-se por outra e trocar de amor.
(C) “Quem sabe a morte, angústia de quem vive”.
(C) entende que somente a morte é capaz de findar (D) “Quem sabe a solidão, fim de quem ama”.
com o amor de duas pessoas.
(E) “Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto”.
(D) concebe o amor como um sentimento intenso a ser
compartilhado, tanto na alegria quanto na tristeza.
As questões de números 08 e 09 referem-se aos textos a
(E) vê, na angústia causada pela idéia da morte, o seguir.
impedimento para as pessoas se entregarem ao
amor. Texto 1
Isto
(Fernando Pessoa)
05. No segundo verso do poema, no qual o poeta mostra Dizem que finjo ou minto
como tratará o seu amor, as expressões “com tal zelo”, Tudo que escrevo. Não.
“sempre” e “tanto” dão, respectivamente, idéia de Eu simplesmente sinto
Com a imaginação
(A) modo – intensidade – modo. Não uso o coração.
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(E) a dificuldade de expressão escrita comum a todos
os escritores, que têm de idealizar um texto sem
saber de que forma ele será entendido.
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09. A leitura dos dois textos permite afirmar que (E) o sonho de uma vida mais simples e natural,
(A) os autores mostram a necessidade de se distante dos centros urbanos.
exprimirem os sentimentos reais vividos e sentidos INGLÊS
pelo escritor em seu coração.
INSTRUÇÃO: as questões de números 11 a 16 referem-se
(B) o poeta, para Fernando Pessoa, deve buscar o ao texto seguinte.
sentimento no coração e reproduzi-lo de forma
mais intensa do que realmente ele é.
(C) há diferença notável entre a escrita idealizada e a THE FRAGILE CHARM OF CITIES
realizada, na concepção de Rachel de Queiroz,
pois sempre a idealizada sofre correções para que 1. New Yorkers know as well as anyone that great
os sentimentos pareçam reais, o que a torna cities are works in progress, but disturbed by disasters
melhor. provoked by avarice, ideology and politics. Now, New
York has seen firsthand how acts of terrorism – a vari-
(D) a sensação de desapontamento é comum, segundo ation of such factors – can affect a great city.
Rachel de Queiroz, pois o texto produzido não 2. But every great city rests, in part, on the broken
corresponde ao esforço despendido em sua stones, walls, and foundations of its own past. These
produção. foundations are strong enough to recover, like the
(E) o poeta, segundo Fernando Pessoa, deve exprimir inhabitants themselves. Leveled with the ground,
os sentimentos como imaginários, embora sejam cities rise again, building on what came before.
reais. 3. As New Yorkers set about designing and build-
ing whatever will stand in the place of the Twin Tow-
ers, they would do well to consult Anthony M. Tung’s
Para responder à questão de número 10, compare os dois Preserving the World’s Great Cities. He wrote it after
trechos a seguir. visiting 22 cities, from Amsterdam to Vienna, from
Texto 1 Cairo to Kyoto.
(Zé Rodrix e Tavito) 4. This wonderful book mixes well-told tales of
urban destruction and renewal, using preservation and
Eu quero uma casa no campo planning as the prism through which history is viewed.
do tamanho ideal 5. For example, Tung examines Warsaw’s
pau-a-pique e sapê painstaking postwar restoration of its 17 th century Old
Onde eu possa plantar meus amigos Town, itself a reconstruction of an older neighborhood
meus discos destroyed by fire.
meus livros 6. He also looks at how religious conflict has dev-
e nada mais astated Jerusalem, and how Berlin recovered from
World War II and three decades of being split by the
Texto 2 Wall.
(Cláudio Manuel da Costa) 7. In each chapter, Tung evaluates varying ap-
proaches to preservation, seeking solutions that might
Se o bem desta choupana pode tanto,
conciliate the destruction and loss of historical trea-
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
sures with development.
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
8. The earliest attempts at preservation, he tells
Aqui descanse a louca fantasia; us, date from the seventh century B. C. in
E o que té agora se tornava em pranto, Mesopotamia. Anyone who dared to damage
Se converta em afetos de alegria. the appearance of the Royal Road of Nineveh was
hanged from the roof of his own house.
10. Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os 9. By the fifth century A. D., punishments had
textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é eased: in Rome workmen found stripping marble from
(A) o uso da emoção em detrimento da razão, pois esta imperial monuments had their hands cut off. Regard-
retira do homem seus melhores sentimentos. less of these draconian measures, Rome’s
physical deterioration was far
(B) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando as from being halted.
riquezas naturais. 10. Modern sanctions – some would say because
(C) a dedicação à produção poética junto à natureza, they are not so strict – were not able to prevent the at-
fonte de inspiração dos poetas. tack on New York either. But New Yorkers will surely
rebuild – it does not matter how – what they lost last
(D) o aproveitamento do dia presente – o carpe diem –,
year.
pois o tempo passa rapidamente.
(Adaptado de “The Fragile Charm of Cities” de David Rocks,
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in Business Week, 22 de outubro de 2001.) 11. Segundo o texto, a mesmas
cidade de Nova conseqüências.
Iorque
(C) usa diferentes
(A) foi atingida por relatos de cidades
um desastre de devastadas para
causa totalmente explicar a causa
inédita. dessa devastação.
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(A) depois de visitar (D) “completely de-
mais de 20 stroyed”.
diferentes cidades
do mundo. (E) “partially re-
built”.
(B) enquanto visitava
22 cidades
situadas na África
e na Ásia.
(E) ambíguo.
QUESTÕES
15. No parágrafo 2, a ex-
pressão “leveled with
DISCURSIVAS
the ground” equivale
a
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desses que vivem na Chego às vezes a dormir. tempo está em nosso Justifique a sua
sombra O tempo então aproveita pensamento, e lembra-se. res- posta.
disse: Vai, Carlos! ser e passa “Vou matando o tempo,
gauche na vida. [escondido. enquanto o tempo não me b) No trecho do
(...) Mas com que velocidade! mata” — respondia-me texto 2 “Não
Basta ver o estado das na Índia um grande precisamos olhar
coisas homem amigo meu, cada para o espelho
17. Os dois textos não só depois que vez que perguntava como nem para nenhum
se assemelham com desperto: ia passando. relógio: o tempo
relação ao tema de quase (...) está em nosso
que tratam, como [todas fora Em todo caso, esses são coração, e ouve-
também à do lugar, os tempos grandes. O se...”, os dois
estruturação. ou tempo pequeno é o dos pontos poderiam
desaparecid nossos relógios. ser substituídos
a) Que tema é as; ou-[tras por um conectivo
desenvolvido em com uma para ligar as
ambos os textos? prole 19. Ambos os textos orações.
imensa; tratam da questão do Reescreva o
b) Qual a O que é preciso é nunca tempo, da forma trecho,
semelhança na dormir, e ficar vigilante, como ele age sobre as explicitando esse
estrutura entre para obri- pessoas e como elas o elemento de
eles? Dê um [gá-lo ao sentem. ligação das
exemplo. menos a orações.
disfarçar a a) No texto 1, o
evidência autor deixa claro
de [suas que é impossível
18. O anjo é um elemento metamorfo fugir à ação do
comum aos dois ses. tempo.
textos. (...) Transcreva o
Contudo, não se deve trecho que
a) De que forma são ligar comprova essa
tratados os anjos demasiada idéia.
nos textos? importânci
a ao b) Que relação há
b) Nos versos de [tempo. Ele entre “olhar para
Chico Buarque, o corre de o espelho” e o
querubim qualquer tempo, no texto
“decretou”; nos maneira. de Cecília
de Drummond, o É até possível que não Meireles? A que
anjo “disse”. exista. verso do texto 1
Qual a diferença Seu propósito evidente é essa relação pode
desses verbos na envelhecer o mundo. ser associada?
caracterização do Mas a resposta do mundo
querubim e do é renascer sempre para o
anjo? tempo. 20. Muitos recursos
lingüísticos garantem
ao texto a sua coesão
Considere os textos de Texto 2 e expressividade.
Aníbal Machado e
O tempo e os relógios
Cecília Meireles para (Cecília Meireles) a) No texto de
responder às questões de Aníbal Machado,
números 19 e 20. Creia-se ou não, todo os termos “mas”
mundo sente que o tempo (3o verso) e
Texto 1 passa. Não precisamos “contudo” (6o
olhar para o espelho nem verso) têm a
O grande clandestino
(Aníbal Machado) para nenhum relógio: o mesma função
tempo está em nosso coesiva e
Eu me distraio muito com coração, e ouve-se; o expressiva?
a passagem do tempo.
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Para responder às questões de números 21 a 23, tenha 23. O emprego de pronomes, além de garantir a coesão
como referência o texto “Romance de uma Caveira”. textual, pois organiza as informações, permite que se
entendam as referências, o que é um auxílio na
compreensão do texto.
b) aos nova-iorquinos?
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PROVA DE REDAÇÃO
PROVA DE REDAÇÃO das quantidades de que dispomos de cada uma dessas
aptidões, da importância que o comunicar-se tem no meio
Freqüentemente se lê sobre falar e escrever como social em que a criatura vive etc. etc. (...) E depois das
necessidades do ser humano. Do ponto de vista acadêmico composições praticávamos cartas, relatórios, tudo lá no
e profissional, por exemplo, são competências que podem curso primário do grupo escolar onde as professoras eram
garantir sucesso a muitas pessoas. muitíssimo respeitadas e corrigiam, reviam, ensinavam.
O que é importante para falar e escrever com Ainda bem que o computador trouxe de volta a
competência, ou seja, de forma que as intenções de importância da escrita, e por isso vale a pena lembrar
comunicação dos indivíduos sejam plenamente satisfeitas como se fazia no tempo em que mal-e-mal em alguns
de acordo com a situação com que se defrontam? escritórios algumas pessoas escreviam a máquina, mas
Leia os textos a seguir e, depois, a proposta de todos tinham de ter uma letra legível. A caligrafia parece,
redação. de momento, fora do campo das utilidades a escrita não.
Mas ela voltará.
(...) Não é porque sabemos escrever complexos re-
latos que deixamos de precisar saber fazer cópia, ditado e
descrição. Como passar um procedimento se não
Texto 1 soubermos descrever, por exemplo? A escrita está em
todos os lugares do nosso cotidiano moderno.
No grupo escolar E seu ensino ficou precário ao privilegiar a
criação em detrimento da precisão.
Eu vou agora descrever o jeito como se ensinava
"linguagem". Era o jeito como se aprendia a ler, a escrever (“Equilíbrio”, Folha de S. Paulo, 20.09.2001.)
e a redigir na escola pública e na particular.
Já podemos falar de um "era uma vez" um mundo
em que a professora primária era levada a sério, por isso
ela não media esforços em ensinar seus alunos. Nesse
tempo, nos boletins, além da nota de linguagem, aritmética Texto 2
e conteúdos, existia nota de ordem, aplicação e
comportamento. Só por aí já vemos que capricho, atenção A dificuldade com a clareza é um traço cultural no
e modos respeitosos já foram valores a merecer menção. Brasil. “Num país com tantas carências educacionais, falar
(...) de maneira rebuscada é indicador de status, mesmo que o
No ensino de linguagem, a escrita se fazia por meio falante não esteja dizendo coisa com coisa”, afirma o
de cópia, ditado, descrição e composição. Em geral, a professor Francisco Platão Savioli, da Universidade de São
professora escrevia no quadro-negro, e os alunos Paulo. Esse amor pelas palavras difíceis tem origem na
copiavam, e essa cópia era depois religiosamente corrigida época da transição do Império para a República, no fim do
pela professora. Copiar é ver e repetir o que se viu. (...) século XIX. Conforme explica Sérgio Buarque de
Essa é uma etapa importante, em que se mistura o ler com Holanda, em seu clássico Raízes do Brasil, com o advento
o escrever. da República o curso superior passou a ser o principal
Já o ditado, pavor das criancinhas recém- parâmetro de reconhecimento social. Na época, estavam
alfabetizadas, pede outras aptidões. Escuta-se e em voga as escolas de direito. Assim, para ser alguém na
transforma-se o som em símbolos gráficos da escrita de sociedade daquele tempo, era necessário não apenas ser
que a cópia nos dá o domínio. Automatizar esse processo advogado, mas também falar como advogado. É daí que
exige mais tarefas de nosso sistema nervoso. E os ditados surge, segundo Sérgio Buarque, a linguagem bacharelesca.
também eram corrigidos um a um. Esse estilo floresceu no começo do século XX e, a partir
Já sabemos escrever o que vemos (cópia) e sabemos do modernismo, seu prestígio foi decaindo. O português
escrever o que ouvimos (ditado). É chegada a hora de empolado persiste, no entanto, até hoje, em formas
escrever o que percebemos. Agora já cabe a quem escreve degeneradas. Uma delas é o chamado “burocratês”, a
fazer o ritmo e a respiração, isto é, criar o texto que, na linguagem dos memorandos das empresas, nos quais
cópia e no ditado, vinham prontos. Cada sala de aula tinha mesmo para solicitar uma caixa de clipes são necessárias
um caderno enorme com desenhos que os alunos tinham várias saudações e salamaleques. Outra é a retórica de
de colocar em palavras. Só depois vinham as composições. parte dos políticos. O linguajar pomposo também
Para tanto, precisávamos ser capazes de realizar todas as sobrevive nas teses acadêmicas e, como era de esperar, no
aptidões desenvolvidas nas outras etapas. Por termos discurso dos advogados.
praticado a transposição de vários estímulos para a escrita, (...)
podíamos, finalmente, transpor também desejos, A dificuldade do brasileiro em falar e escrever de
esperanças e fantasias. Isto é, sentimentos ou, sendo mais forma a se fazer entender não é apenas conseqüência da
específica, subjetividade. Se faremos isso pobremente ou tradição bacharelesca. Há outros fatores. Para começar,
genialmente, depende em parte do exercitar-se e, em parte, lê-se pouco no Brasil. A Câmara Brasileira do Livro
divulgou recentemente um estudo que mostra que, na
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verdade, os brasileiros lêem em média apenas 1,2 livro por
ano. Não cultivar a leitura é um desastre para quem deseja
expressar-se bem. Ela é condição essencial para melhorar
a linguagem oral e escrita. Quem lê interioriza as regras
gramaticais básicas e aprende a organizar o pensamento. VESTIBULAR
(Veja, 07.11.2001, pág. 108-9.)
UFSCar 2002
Texto 3
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