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LÍNGUA PORTUGUESA 03.

Considerando a situação em que a expressão “Tirei


uma onda” foi dita pelo apresentador Sílvio Santos,
pode-se entender que ele
Para responder às questões de números 01 a 03, leia o
texto a seguir. (A) fez uma brincadeira com o músico.

(B) ofendeu os artistas e o público.


Selinho, sim, mas só para poucos
(C) quis deixar o público horrorizado.

Primeiro, Hebe Camargo, toda animada, pediu a Sílvio (D) pretendeu magoar Hebe Camargo.
Santos um “selinho” (beijinho). Não ganhou: “Nem
selinho, nem selo, nem selão”, ouviu dele, categórico. Em (E) não teve idéia da repercussão da sua atitude.
seguida, Gilberto Gil entrou no palco, de mão estendida
para cumprimentá-lo. O que fez o apresentador? Disse
“selinho”, esticou os lábios e zás — tascou um beijinho na
boca do músico. A cena foi ao ar de madrugada, no
encerramento do Teleton, a Maratona beneficente exibida As questões de números 04 a 07 baseiam-se nos textos a
pelo SBT. Gil ficou surpreso. Hebe fingiu brabeza e Sílvio seguir.
riu muito. “Tirei uma onda, foi só uma bicotinha”, diz ele.
“Tudo tem uma primeira vez”. Soneto de fidelidade
(Veja, 07.11.2001, pág. 101.) (Vinicius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
01. O termo “selinho” é bastante utilizado na linguagem
atual. O diminutivo no uso da palavra serve para Quero vivê-lo em cada vão momento
enfatizar que se trata de um beijo E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
(A) indiscreto. Ao seu pesar ou seu contentamento.

(B) demorado. E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
(C) engraçado. Quem sabe a solidão, fim de quem ama

(D) indecente. Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
(E) breve. Mas que seja infinito enquanto dure.

02. O vocabulário do texto mostra que o jornalista optou Por enquanto


por uma expressão mais à vontade e informal. Essa (Renato Russo)
opção pode ser comprovada pelo emprego de
Mudaram as estações
(A) “toda animada” e “categórico”. Nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
(B) “categórico” e “tascou”. Tá tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente
(C) “esticou” e “tascou”. Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
(D) “beijinho” e “encerramento”. Sem saber
Que o pra sempre
(E) “encerramento” e “beneficente”. Sempre acaba.

4
04. Nos dois primeiros quartetos do soneto de Vinicius de (E) catacrese.
Moraes, delineia-se a idéia de que o poeta 07. Em “Por enquanto”, Renato Russo diz que “... o pra
sempre / sempre acaba”. Essa idéia, no poema de
(A) não acredita no amor como entrega total entre duas Vinicius de Moraes, aparece no seguinte verso:
pessoas.
(A) “Mas que seja infinito enquanto dure”.
(B) acredita que, mesmo amando muito uma pessoa, é (B) “Quero vivê-lo em cada vão momento”.
possível apaixonar-se por outra e trocar de amor.
(C) “Quem sabe a morte, angústia de quem vive”.
(C) entende que somente a morte é capaz de findar (D) “Quem sabe a solidão, fim de quem ama”.
com o amor de duas pessoas.
(E) “Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto”.
(D) concebe o amor como um sentimento intenso a ser
compartilhado, tanto na alegria quanto na tristeza.
As questões de números 08 e 09 referem-se aos textos a
(E) vê, na angústia causada pela idéia da morte, o seguir.
impedimento para as pessoas se entregarem ao
amor. Texto 1
Isto
(Fernando Pessoa)

05. No segundo verso do poema, no qual o poeta mostra Dizem que finjo ou minto
como tratará o seu amor, as expressões “com tal zelo”, Tudo que escrevo. Não.
“sempre” e “tanto” dão, respectivamente, idéia de Eu simplesmente sinto
Com a imaginação
(A) modo – intensidade – modo. Não uso o coração.

(B) modo – tempo – intensidade.


Texto 2
(Rachel de Queiroz)
(C) tempo – tempo – modo.
E o trabalho, este nosso trabalho de escrever? Meu Deus,
(D) finalidade – tempo – modo. como às vezes chega a ser sórdido! Aquele riscar, aquela
grosseria do texto primitivo, aquele tatear atrás da palavra
(E) finalidade – modo – intensidade. desejada e, ainda pior, da combinação de palavras
desejada! A gaucherie do que sai escrito – tanta beleza que
a gente sonhou, depois de posta no papel como ficou
inexpressiva, barata e normal! Já dizia tão bem o velho
Para responder à questão de número 06, leia os versos: Bilac: “a palavra pesada abafa a idéia leve!” — e não é
mesmo?
“E rir meu riso e derramar meu pranto Vocabulário:
Ao seu pesar ou seu contentamento.” gaucherie: falta de jeito. Do francês gauche: esquerdo, canhoto.

“Mudaram as estações 08. Os textos têm assunto comum, pois discutem


Nada mudou”
(A) a importância da crítica literária e do leitor para
que o escritor idealize e materialize seus textos,
06. É notória a oposição de idéias nos versos, o que criando de forma produtiva e agradável.
significa que neles se encontra como principal figura (B) a questão da escrita literária como forma que
de linguagem a depende única e exclusivamente da inspiração dos
grandes escritores.
(A) metáfora.
(C) a própria linguagem na questão da criação artística,
(B) antítese. da forma como o escritor idealiza e materializa seu
texto.
(C) sinestesia. (D) a questão da criação artística do escritor, que sofre
muito com as imposições dos leitores a despeito de
(D) metonímia. obras originais.

4
(E) a dificuldade de expressão escrita comum a todos
os escritores, que têm de idealizar um texto sem
saber de que forma ele será entendido.

5
09. A leitura dos dois textos permite afirmar que (E) o sonho de uma vida mais simples e natural,
(A) os autores mostram a necessidade de se distante dos centros urbanos.
exprimirem os sentimentos reais vividos e sentidos INGLÊS
pelo escritor em seu coração.
INSTRUÇÃO: as questões de números 11 a 16 referem-se
(B) o poeta, para Fernando Pessoa, deve buscar o ao texto seguinte.
sentimento no coração e reproduzi-lo de forma
mais intensa do que realmente ele é.
(C) há diferença notável entre a escrita idealizada e a THE FRAGILE CHARM OF CITIES
realizada, na concepção de Rachel de Queiroz,
pois sempre a idealizada sofre correções para que 1. New Yorkers know as well as anyone that great
os sentimentos pareçam reais, o que a torna cities are works in progress, but disturbed by disasters
melhor. provoked by avarice, ideology and politics. Now, New
York has seen firsthand how acts of terrorism – a vari-
(D) a sensação de desapontamento é comum, segundo ation of such factors – can affect a great city.
Rachel de Queiroz, pois o texto produzido não 2. But every great city rests, in part, on the broken
corresponde ao esforço despendido em sua stones, walls, and foundations of its own past. These
produção. foundations are strong enough to recover, like the
(E) o poeta, segundo Fernando Pessoa, deve exprimir inhabitants themselves. Leveled with the ground,
os sentimentos como imaginários, embora sejam cities rise again, building on what came before.
reais. 3. As New Yorkers set about designing and build-
ing whatever will stand in the place of the Twin Tow-
ers, they would do well to consult Anthony M. Tung’s
Para responder à questão de número 10, compare os dois Preserving the World’s Great Cities. He wrote it after
trechos a seguir. visiting 22 cities, from Amsterdam to Vienna, from
Texto 1 Cairo to Kyoto.
(Zé Rodrix e Tavito) 4. This wonderful book mixes well-told tales of
urban destruction and renewal, using preservation and
Eu quero uma casa no campo planning as the prism through which history is viewed.
do tamanho ideal 5. For example, Tung examines Warsaw’s
pau-a-pique e sapê painstaking postwar restoration of its 17 th century Old
Onde eu possa plantar meus amigos Town, itself a reconstruction of an older neighborhood
meus discos destroyed by fire.
meus livros 6. He also looks at how religious conflict has dev-
e nada mais astated Jerusalem, and how Berlin recovered from
World War II and three decades of being split by the
Texto 2 Wall.
(Cláudio Manuel da Costa) 7. In each chapter, Tung evaluates varying ap-
proaches to preservation, seeking solutions that might
Se o bem desta choupana pode tanto,
conciliate the destruction and loss of historical trea-
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
sures with development.
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
8. The earliest attempts at preservation, he tells
Aqui descanse a louca fantasia; us, date from the seventh century B. C. in
E o que té agora se tornava em pranto, Mesopotamia. Anyone who dared to damage
Se converta em afetos de alegria. the appearance of the Royal Road of Nineveh was
hanged from the roof of his own house.
10. Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os 9. By the fifth century A. D., punishments had
textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é eased: in Rome workmen found stripping marble from
(A) o uso da emoção em detrimento da razão, pois esta imperial monuments had their hands cut off. Regard-
retira do homem seus melhores sentimentos. less of these draconian measures, Rome’s
physical deterioration was far
(B) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando as from being halted.
riquezas naturais. 10. Modern sanctions – some would say because
(C) a dedicação à produção poética junto à natureza, they are not so strict – were not able to prevent the at-
fonte de inspiração dos poetas. tack on New York either. But New Yorkers will surely
rebuild – it does not matter how – what they lost last
(D) o aproveitamento do dia presente – o carpe diem –,
year.
pois o tempo passa rapidamente.
(Adaptado de “The Fragile Charm of Cities” de David Rocks,
4
in Business Week, 22 de outubro de 2001.) 11. Segundo o texto, a mesmas
cidade de Nova conseqüências.
Iorque
(C) usa diferentes
(A) foi atingida por relatos de cidades
um desastre de devastadas para
causa totalmente explicar a causa
inédita. dessa devastação.

(B) sofreu as (D) lista todos os


conseqüências de tesouros
um mal que teve históricos que as
origem na avidez grandes cidades
dos políticos do mundo já
locais. perderam devido
ao progresso.
(C) conheceu um
desastre que, na (E) afirma que a
verdade, é uma divisão física foi
outra forma de a causa da
males já devastação de
conhecidos pelas cidades como
grandes cidades. Jerusalém e
Berlim.
(D) viu seu progresso
prejudicado por
um desastre que
jamais ocorrera
em outra grande 13. A parte de Varsóvia
cidade. conhecida como
Cidade Velha
(E) progride graças a
uma combinação (A) teve que ser
de avidez, reconstruída após
ideologia e um recente
política. incêndio.

(B) foi destruída pelo


fogo durante uma
guerra.
12. Nos diferentes
capítulos de seu livro, (C) passou por total
Anthony M. Tung restauração após
uma guerra no
(A) avalia diversos século XVII.
procedimentos
que buscam (D) constitui exemplo
conci-liar a de devastação
preservação do dolorosa e
passado com o irrecuperável.
progresso.
(E) é a reconstrução
(B) analisa a situação de algo que já
de diferentes existia anterior-
cidades que mente.
foram devastadas 14. Anthony M. Tung
pelas mesmas escreveu seu livro
causas e com as

6
(A) depois de visitar (D) “completely de-
mais de 20 stroyed”.
diferentes cidades
do mundo. (E) “partially re-
built”.
(B) enquanto visitava
22 cidades
situadas na África
e na Ásia.

(C) enquanto viajava


16. No parágrafo 9, a
expressão “had 2a PARTE
de Quioto para o eased” tem um
Cairo. caráter

(D) enquanto visitava (A) inquisitivo.


Amsterdã e
Viena. (B) irônico.

(E) depois de visitar (C) argumentativo.


22 vezes Quioto e
o Cairo. (D) especulativo.

(E) ambíguo.
QUESTÕES
15. No parágrafo 2, a ex-
pressão “leveled with
DISCURSIVAS
the ground” equivale
a

(A) “slightly de-


stroyed”.

(B) “totally rebuilt”.

(C) “thoroughly re-


stored”.

LÍNGUA E decretou que eu tava


PORTUGUESA predestinado
A ser errado assim
As questões de números Já de saída a minha
17 e 18 baseiam-se nos estrada entortou
dois textos a seguir. Mas vou até o fim.
PROVAS DE LÍNGUA Texto 1
PORTUGUESA E DE Até o fim
Texto 2
(Chico Buarque) Poema de Sete Faces
LÍNGUA INGLESA Quando eu nasci veio um
(Carlos Drummond de Andrade)

anjo safado Quando nasci, um anjo


O chato dum querubim torto

5
desses que vivem na Chego às vezes a dormir. tempo está em nosso Justifique a sua
sombra O tempo então aproveita pensamento, e lembra-se. res- posta.
disse: Vai, Carlos! ser e passa “Vou matando o tempo,
gauche na vida. [escondido. enquanto o tempo não me b) No trecho do
(...) Mas com que velocidade! mata” — respondia-me texto 2 “Não
Basta ver o estado das na Índia um grande precisamos olhar
coisas homem amigo meu, cada para o espelho
17. Os dois textos não só depois que vez que perguntava como nem para nenhum
se assemelham com desperto: ia passando. relógio: o tempo
relação ao tema de quase (...) está em nosso
que tratam, como [todas fora Em todo caso, esses são coração, e ouve-
também à do lugar, os tempos grandes. O se...”, os dois
estruturação. ou tempo pequeno é o dos pontos poderiam
desaparecid nossos relógios. ser substituídos
a) Que tema é as; ou-[tras por um conectivo
desenvolvido em com uma para ligar as
ambos os textos? prole 19. Ambos os textos orações.
imensa; tratam da questão do Reescreva o
b) Qual a O que é preciso é nunca tempo, da forma trecho,
semelhança na dormir, e ficar vigilante, como ele age sobre as explicitando esse
estrutura entre para obri- pessoas e como elas o elemento de
eles? Dê um [gá-lo ao sentem. ligação das
exemplo. menos a orações.
disfarçar a a) No texto 1, o
evidência autor deixa claro
de [suas que é impossível
18. O anjo é um elemento metamorfo fugir à ação do
comum aos dois ses. tempo.
textos. (...) Transcreva o
Contudo, não se deve trecho que
a) De que forma são ligar comprova essa
tratados os anjos demasiada idéia.
nos textos? importânci
a ao b) Que relação há
b) Nos versos de [tempo. Ele entre “olhar para
Chico Buarque, o corre de o espelho” e o
querubim qualquer tempo, no texto
“decretou”; nos maneira. de Cecília
de Drummond, o É até possível que não Meireles? A que
anjo “disse”. exista. verso do texto 1
Qual a diferença Seu propósito evidente é essa relação pode
desses verbos na envelhecer o mundo. ser associada?
caracterização do Mas a resposta do mundo
querubim e do é renascer sempre para o
anjo? tempo. 20. Muitos recursos
lingüísticos garantem
ao texto a sua coesão
Considere os textos de Texto 2 e expressividade.
Aníbal Machado e
O tempo e os relógios
Cecília Meireles para (Cecília Meireles) a) No texto de
responder às questões de Aníbal Machado,
números 19 e 20. Creia-se ou não, todo os termos “mas”
mundo sente que o tempo (3o verso) e
Texto 1 passa. Não precisamos “contudo” (6o
olhar para o espelho nem verso) têm a
O grande clandestino
(Aníbal Machado) para nenhum relógio: o mesma função
tempo está em nosso coesiva e
Eu me distraio muito com coração, e ouve-se; o expressiva?
a passagem do tempo.
6
Para responder às questões de números 21 a 23, tenha 23. O emprego de pronomes, além de garantir a coesão
como referência o texto “Romance de uma Caveira”. textual, pois organiza as informações, permite que se
entendam as referências, o que é um auxílio na
compreensão do texto.

Romance de uma Caveira a) Explique a diferença de uso do pronome “se” em


(Alvarenga e Ranchinho) cada um dos versos:
Eram duas caveiras que se amavam “Eram duas caveiras que se amavam”
E à meia-noite se encontravam “E matou-se de um modo romanesco”
Pelo cemitério os dois passeavam
E juras de amor então trocavam.
Sentados os dois em riba da lousa fria b) No verso “Que trocou ele por um defunto fresco”,
A caveira apaixonada assim dizia o referente do pronome é facilmente identificável.
Que pelo caveiro de amor morria Contudo, nota-se que o emprego do pronome foge
E ele de amores por ela vivia. à norma padrão. Reescreva o verso segundo as
(...) convenções da linguagem culta.
Mas um dia chegou de pé junto
Um cadáver, um vudu, um defunto.
E a caveira por ele se apaixonou
E o caveiro antigo abandonou.
O caveiro tomou uma bebedeira A questão de número 24 baseia-se no texto a seguir, de
E matou-se de um modo romanesco Machado de Assis.
Por causa dessa ingrata caveira
Que trocou ele por um defunto fresco. Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me
canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir
alguns magros capítulos para esse mundo sempre é
tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro
é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração
21. O texto é uma música da dupla humorístico-sertaneja cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior
Alvarenga e Ranchinho, que fez muito sucesso por defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de
cerca de quatro décadas. envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração
direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro
a) Quanto ao tema, o que garante à música o seu e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à
romantismo? esquerda, andam e param, resmungam, urram,
gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
b) Há elementos no texto que quebram o espírito do
romantismo, tornando a história cômica. Que
elementos são esses?
24. O trecho apresentado faz parte de Memórias póstumas
de Brás Cubas, obra que tem como narrador o falecido
Brás Cubas. Daí poder-se entender que escrever distrai
um pouco da eternidade.
22. Para alcançar certos efeitos expressivos, os autores
servem-se de vários recursos, entre eles, a a) O narrador tem toda a eternidade para escrever. O
manipulação da gramática. Com base nessa leitor, porém, tem um tempo diferente. Essa
informação, responda: oposição estabelece que tipo de relação entre a
obra e o leitor, segundo o narrador?
a) Por uma questão de ritmo ou estilo, os autores da
música podem ter optado pelo uso do verbo “ser” b) O narrador compara seu estilo aos ébrios
no trecho “Eram duas caveiras que se amavam”. (bêbados), usando orações coordenadas e curtas. O
Reescreva esse trecho, substituindo o verbo “ser” que essas orações sugerem?
pelo verbo “haver”.

b) Como é sabido, a palavra “caveira” pertence ao


gênero feminino. Todavia, no texto, encontra-se a
forma “o caveiro”. Qual é a função desse uso no
texto?
10
PROVA DE LÍNGUA INGLESA

INSTRUÇÃO: Leia novamente o texto The Fragile


Charm of Cities, na página 6, e responda
em português às questões de números 25 a
28.

25. Segundo o texto,

a) qual é a descrição que se aplica às grandes


cidades?

b) o que os nova-iorquinos vão construir no lugar das


Torres Gêmeas?

26. Releia o parágrafo 4 e explique

a) como está organizado o livro Preserving the


World’s Great Cities.

b) a referência feita à história.

27. Com relação aos esforços de preservação de


monumentos,

a) onde e quando eles tiveram início?

b) qual era o castigo aplicado a quem desobedecia à


lei de preservação nesse local?

28. No parágrafo 10 do texto, o que se afirma com relação

a) ao ataque terrorista a Nova Iorque que destruiu as


Torres Gêmeas?

b) aos nova-iorquinos?
11
PROVA DE REDAÇÃO
PROVA DE REDAÇÃO das quantidades de que dispomos de cada uma dessas
aptidões, da importância que o comunicar-se tem no meio
Freqüentemente se lê sobre falar e escrever como social em que a criatura vive etc. etc. (...) E depois das
necessidades do ser humano. Do ponto de vista acadêmico composições praticávamos cartas, relatórios, tudo lá no
e profissional, por exemplo, são competências que podem curso primário do grupo escolar onde as professoras eram
garantir sucesso a muitas pessoas. muitíssimo respeitadas e corrigiam, reviam, ensinavam.
O que é importante para falar e escrever com Ainda bem que o computador trouxe de volta a
competência, ou seja, de forma que as intenções de importância da escrita, e por isso vale a pena lembrar
comunicação dos indivíduos sejam plenamente satisfeitas como se fazia no tempo em que mal-e-mal em alguns
de acordo com a situação com que se defrontam? escritórios algumas pessoas escreviam a máquina, mas
Leia os textos a seguir e, depois, a proposta de todos tinham de ter uma letra legível. A caligrafia parece,
redação. de momento, fora do campo das utilidades  a escrita não.
Mas ela voltará.
(...) Não é porque sabemos escrever complexos re-
latos que deixamos de precisar saber fazer cópia, ditado e
descrição. Como passar um procedimento se não
Texto 1 soubermos descrever, por exemplo? A escrita está em
todos os lugares do nosso cotidiano moderno.
No grupo escolar E seu ensino ficou precário ao privilegiar a
criação em detrimento da precisão.
Eu vou agora descrever o jeito como se ensinava
"linguagem". Era o jeito como se aprendia a ler, a escrever (“Equilíbrio”, Folha de S. Paulo, 20.09.2001.)
e a redigir na escola pública e na particular.
Já podemos falar de um "era uma vez" um mundo
em que a professora primária era levada a sério, por isso
ela não media esforços em ensinar seus alunos. Nesse
tempo, nos boletins, além da nota de linguagem, aritmética Texto 2
e conteúdos, existia nota de ordem, aplicação e
comportamento. Só por aí já vemos que capricho, atenção A dificuldade com a clareza é um traço cultural no
e modos respeitosos já foram valores a merecer menção. Brasil. “Num país com tantas carências educacionais, falar
(...) de maneira rebuscada é indicador de status, mesmo que o
No ensino de linguagem, a escrita se fazia por meio falante não esteja dizendo coisa com coisa”, afirma o
de cópia, ditado, descrição e composição. Em geral, a professor Francisco Platão Savioli, da Universidade de São
professora escrevia no quadro-negro, e os alunos Paulo. Esse amor pelas palavras difíceis tem origem na
copiavam, e essa cópia era depois religiosamente corrigida época da transição do Império para a República, no fim do
pela professora. Copiar é ver e repetir o que se viu. (...) século XIX. Conforme explica Sérgio Buarque de
Essa é uma etapa importante, em que se mistura o ler com Holanda, em seu clássico Raízes do Brasil, com o advento
o escrever. da República o curso superior passou a ser o principal
Já o ditado, pavor das criancinhas recém- parâmetro de reconhecimento social. Na época, estavam
alfabetizadas, pede outras aptidões. Escuta-se e em voga as escolas de direito. Assim, para ser alguém na
transforma-se o som em símbolos gráficos da escrita de sociedade daquele tempo, era necessário não apenas ser
que a cópia nos dá o domínio. Automatizar esse processo advogado, mas também falar como advogado. É daí que
exige mais tarefas de nosso sistema nervoso. E os ditados surge, segundo Sérgio Buarque, a linguagem bacharelesca.
também eram corrigidos um a um. Esse estilo floresceu no começo do século XX e, a partir
Já sabemos escrever o que vemos (cópia) e sabemos do modernismo, seu prestígio foi decaindo. O português
escrever o que ouvimos (ditado). É chegada a hora de empolado persiste, no entanto, até hoje, em formas
escrever o que percebemos. Agora já cabe a quem escreve degeneradas. Uma delas é o chamado “burocratês”, a
fazer o ritmo e a respiração, isto é, criar o texto que, na linguagem dos memorandos das empresas, nos quais
cópia e no ditado, vinham prontos. Cada sala de aula tinha mesmo para solicitar uma caixa de clipes são necessárias
um caderno enorme com desenhos que os alunos tinham várias saudações e salamaleques. Outra é a retórica de
de colocar em palavras. Só depois vinham as composições. parte dos políticos. O linguajar pomposo também
Para tanto, precisávamos ser capazes de realizar todas as sobrevive nas teses acadêmicas e, como era de esperar, no
aptidões desenvolvidas nas outras etapas. Por termos discurso dos advogados.
praticado a transposição de vários estímulos para a escrita, (...)
podíamos, finalmente, transpor também desejos, A dificuldade do brasileiro em falar e escrever de
esperanças e fantasias. Isto é, sentimentos ou, sendo mais forma a se fazer entender não é apenas conseqüência da
específica, subjetividade. Se faremos isso pobremente ou tradição bacharelesca. Há outros fatores. Para começar,
genialmente, depende em parte do exercitar-se e, em parte, lê-se pouco no Brasil. A Câmara Brasileira do Livro
divulgou recentemente um estudo que mostra que, na
13
verdade, os brasileiros lêem em média apenas 1,2 livro por
ano. Não cultivar a leitura é um desastre para quem deseja
expressar-se bem. Ela é condição essencial para melhorar
a linguagem oral e escrita. Quem lê interioriza as regras
gramaticais básicas e aprende a organizar o pensamento. VESTIBULAR
(Veja, 07.11.2001, pág. 108-9.)
UFSCar 2002
Texto 3

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do


Farroupilhas estiveram lá em casa numa mesma missão, GABARITO DA PROVA DE
designada por seu professor de Português: saber se eu
considerava o estudo da Gramática indispensável para
aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. LÍNGUA PORTUGUESA E
(...)
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é LÍNGUA INGLESA
um meio de comunicação e que deve ser julgada
exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras
básicas da Gramática, para evitar os vexames mais
gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma
questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever Língua Portuguesa LÍNGUA
claro, não necessariamente certo. INGLESA
(...)
E adverti que minha implicância com a Gramática
01 E 06 B 11 C
na certa se devia à minha pouca intimidade com ela.
Sempre fui péssimo em Português. Mas — isso eu disse — 02 C 07 A 12 A
vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão
indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da
minha total inocência na matéria.
03 A 08 C 13 E
(Luís Fernando Veríssimo. O gigolô das palavras.) 04 D 09 D 14 A
05 B 10 E 15 D
- - - - 16 B
Baseando-se nos textos apresentados e valendo-se
de outras informações de seu domínio, elabore um texto
dissertativo em que seja analisada a questão: ÍNDICE DE ABSTENÇÃO DESTA
PROVA: 10,4%
OS PRINCÍPIOS BÁSICOS QUE DEFINEM
O BOM USO DA LÍNGUA.

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