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GÊNERO

LÍRICO
Por que
“lírico?”
Lira
“(...) Ao chegarem ao acampamento dos mirmidões,
guerreiros de Aquiles, encontraram-no a tanger
uma lira e a entoar cânticos em que narrava
altos feitos de heróis. Pátroclo, o amigo fiel,
ouvia-o atentamente (...).”
Lirismo
Emotividade
Subjetividade
Tipo de texto em
que um sujeito
poético evidencia
a subjetividade
Geralmente, o texto
lírico é construído em
V E R S O S
O texto lírico está
associado, normalmente,
a três funções:
P O É T I C A
E X P R E S S I V A
M E T A L I N G U Í S T I C A
C A R A C T E R Í S T I C A S
EU–LÍRICO
SUJEITO LÍRICO
O emissor, normalmente,

1a pessoa do
está associado à

discurso.
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes
que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Alberto Caeiro
Amo e odeio ao mesmo tempo
Como pode ser?
Duas coisas tão opostas
Ao mesmo tempo tão juntas?

Como pode ser ignoro;


Sei que o sinto, e a causa és tu
E sei que é tão cru tormento
Que o não pode haver mais cru.
Catulo
O Modernismo trouxe
uma N A R R A T I V I D A D E maior
aos poemas, utilizando-se, muitas
vezes, da 3ª pessoa.
O Modernismo
TENDE A DESPREZAR A
MUSICALIDADE
métrica regular
rimas
ritmo
Quando o lírico aborda a
realidade externa, é apenas como
um caminho para chegar ao
sujeito e não como
fatos de uma história a ser relatada.
emissor
Não se pode confundir o

autor
com
Meu nome é Severino
Não tenho outro de pia.

(João Cabral de Melo Neto)


SUBJETIVIDADE
xpressão

dos sentimentos
O conteúdo da poesia lírica vem dos
juízos subjetivos, das emoções, das
alegrias, das dores, das angústias
que, em determinado momento,
ocupam lugar na consciência do
poeta e, em outro momento, ocupam
lugar na poesia que ele compõe.
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água
quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adélia Prado
UNIVERSALISMO
Experiências humanas
desafios
“Quem quer passar além do Bojador
tem que passar além da dor
Deus ao mar os perigos e o abismo deu
Mas foi nele que espelhou o céu...”

obstáculos/risco pontos positivos


Transcender
o t e m p o e o e s p a ç o.
O CARÁTER SIMBÓLICO
do texto lírico possibilita que ele
seja interpretado fora de seu
tempo e do seu espaço original.
F I G U R A S

de

LINGUAGEM
Recursos expressivos,
artísticos, estilísticos
“Não perguntes nada
Não perguntes não
Tenho uma espada metáfora
tempo enferrujada
dor emocional
atravessada no coração
e como está quebrada
Risco para o interlocutor
não se põe a mão
M U S I C A L I D A D E
VERSO
&
MÉTRICA
__________________
__________________ verso: cada linha do poema
__________________

{
__________________ estrofe:
__________________
__________________ conjunto de versos

__________________
__________________
__________________
o soneto italiano
__________________
__________________
__________________
__________________ 4
__________________
__________________
__________________
__________________ 4
__________________
__________________
__________________
__________________
3
__________________
__________________ 3
Quando as estrofes não seguem um
padrão comportamental,

a estrofação é irregular!
conta-se até a última tônica
1 2 3 4

“Oh, minha amada


1 2 3 4
que
1
olhos
2
os
3 4
teus
são cais noturnos
1 2 3 4
cheios de adeus
padronização da
quantidade de sílabas
métrica regular. poéticas nos versos
Metros importantes:
5 sílabas poéticas: redondilha menor
7 sílabas poéticas: redondilha maior
10 sílabas poéticas: heroicos ou decassílabos
12 sílabas poéticas: alexandrinos ou dodecassílabos
redondilha menor Estilo de menor
redondilha maior rigor formal

heroicos ou decassílabos Estilo de maior


alexandrinos ou dodecassílabos rigor formal
Quando os versos não apresentam o

a métrica é irregular!
mesmo número de sílabas poéticas,
observação
Também há textos
em prosa
com características líricas
O amor é uma escada que tem uma extremidade na glória e outra no
abismo.
Vezes há que essa escada, devendo resvalar na glória, resvala
abruptamente no abismo. O amor é uma torrente de circunstâncias anormais.
Quanto maior é o amor, maior deve ser o sacrifício. O amor faz gigantes e faz
anões, ilumina e entenebrece os espíritos nervosos e doentios. É como o cáustico;
cura mas deixa os sinais evidentes.
Para a felicidade doméstica, o agente que mais influi é o amor, mas não esse
amor gasto que anda a suspirar pelos madrigais, pelas belas noites de luar, pelos
suntuosos saraus de onde se sai com o estômago encharcado de maus vinhos e a
consciência cambaleando, pelo efeito das luzes, das flores, das músicas e das
pompas.
Não! Não!...
Mas o amor sadio, limpo, asseado, o amor que sabe ter energias e sabe ter
heroísmos, o amor que ri com a esposa e soluça com o filho, o amor que mostra a
camisa rota do operário, o arado do aldeão, mas que à noite, nas suavíssimas
meias sombras do lar, lembra-se que tem de almoçar no dia seguinte e que a
mulher já lhe disse, abraçando-o expansivamente, entre as harmonias alegres e
francas de um sorriso, que não há lenha em casa.
É esse o amor.
Tropos e fantasias, Cruz e Sousa
C A V A L G A M E N T O
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego.

“transbordamento”
cavalgamento do verso
R I T M O
“Cavaleiro das armas escuras
Onde vais pelas trevas impuras? ritmo
Com a espada sanguenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes? regularidade na posição das
E gemidos nos lábios frementes sílabas átonas e tônicas nos
Vertem fogo do teu coração? versos
R I M A
Rimas pobres
mesma classe gramatical

De repente do riso fez-se o pranto


Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
Rimas ricas
classe gramatical diferente

Mas que na forma se disfarce o emprego


Do esforço: e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego.
F I G U R A S

de

SONORIDADE
Aliteração
repetição de sons
consonânticos
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Tudo nas cordas dos violões ecoa
Assonância
repetição de sons vocálicos
Paronomásia
“brincadeira” com nomes parecidos na
grafia e na pronúncia
Onomatopeia
transformação de sons em palavras.

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