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A Pedra da Onça

Um dos locais que caracterizam a Ilha do Governador, a “Pedra da Onça”


sempre atraiu a curiosidade popular. Em torno da estátua surgiram várias histórias,
como a de que em certa ocasião uma índia iria se banhar todas as tardes naquela
localidade, acompanhada de seu animal de estimação, no caso uma onça. Certa vez
ao mergulhar não retornou. No entanto, a onça lá permaneceu, fiel a sua dona,
aguardando que um dia a mesma retornasse.
Lendas a parte, a história é um pouco diferente.
A primeira tentativa para dar um destaque ao local, surgiu em 1926, quando foi
criado o “Parque da Pedra dos Amores”, pois era assim que era chamada a formação
rochosa existente defronte a praia do Bananal. Alguns anos mais tarde o Dr. Carlos
Bastos, morador do local resolveu criar um monumento que representasse a primeira
denominação indígena da Ilha do Governador simbolizada por um gato Maracajá.
O primeiro a ser consultado sobre o assunto foi o artista e professor da Escola
de Belas Artes, Jordão de Oliveira, que declinou do pedido para a elaboração de uma
escultura, porém lembrando-se de outro artista, Galdino Guttmann Bicho., que
prontamente foi procurado pelo Dr. Carlos Bastos. Após ouvir atentamente a
descrição do projeto para uma escultura de um gato Maracajá a ser colocada no topo
da Pedra dos Amores . Tal como relatado por Jordão de Oliveira em 1961, na
Sociedade Brasileira de Belas Artes, Guttmann Bicho convenceu a João Zaco Paraná
( Jan Zak , polonês radicado no Brasil) a executar a obra.
No entanto, havia um problema: Nenhum dos artistas até então jamais havia
visto um Maracajá.... A solução encontrada foi uma visita ao Museu Nacional, de onde
obtiveram uma ilustração e puderam observar um espécime empalhado. No entanto
outro problema surgiu: Uma estátua em tamanho real, teria o tamanho pouco maior
do que um gato, o que a tornaria pouco visível.
A solução encontrada por Zaco Paraná foi esculpir o monumento utilizando-se
de uma escala. Desta maneira seriam preservadas todas as proporções e a estátua
poderia ser visível mesmo à distância.
Em maio de 1937, durante uma série de eventos, foi finalmente inaugurado o
monumento ao Gato Maracajá. A população de imediato começou a escalar o vão
existente até então entre as duas pedras ( hoje em dia, por obra da Prefeitura,
preenchido com concreto) , e a utilizar a estátua para cavalga-la, ou então para se
apoiar para mergulhar no mar nas ocasiões de maré cheia. Ao mesmo tempo, ao
observarem o aspecto do monumento, que pelo aspecto e tamanho lembrava uma
onça, passou a chamar o local de “Pedra da Onça”.
Em 1965 , durante as comemorações do IV Centenário do Rio de Janeiro, a
estátua original foi substituída por um outro modelo, com linhas modernistas , até que
anos atrás uma nova versão foi instalada no mesmo local, cuja imagem lembra um dos
personagens de desenhos japoneses...

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