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EDUCAÇÃO
Organizadores:
Norivan Lustosa Lisboa Dutra, Lívia Santos Brisolla e Alciane Barbosa Macedo
Pereira
Gislene de Sousa Oliveira Silva e Janaina Karla Pereira da Silva Rodrigues Firmino
Tarsila Flores
Fernanda Welter Adams, Paula Fernandes de Assis Crivello Neves e Bráulio Ramos
da Silva
A obra remete aos Direitos Humanos como uma instancia de luta libertadora
por uma dignidade que emancipa o ser humano. Por esta via, a Educaçao e
compreendida como um direito humano fundamental, imprescindível para a
formaçao de sujeitos de direitos conscientes, que assumam posturas políticas,
sociais e culturais que defendam, simultaneamente, a universalidade das garantias
e o respeito as diferenças.
proclamada pela ONU em 1948. Certamente tivemos muitos avanços nas normativas
internacionais e nacionais de proteçao dos Direitos Humanos, mas precisamos
lembrar que a consolidaçao dos Direitos Humanos em uma sociedade democratica
se faz a partir de lutas constantes pelo reconhecimento da dignidade humana, em
suas diferentes manifestaçoes, no contexto das relaçoes sociais.
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Participaram deste estudo, no ano de 2015, tres professoras, com carga horaria de
40 horas/semanais e que atuavam no ensino medio e pertenciam ao quadro de
professores efetivos da SEEDF, ministravam aulas de Educaçao Física (EF), Arte (A)
e Língua Portuguesa (LP) do 1° ao 3° ano e usavam tecnologias digitais em suas
praticas docentes diariamente. Optou-se pela pesquisa qualitativa, pela analise
interpretativa e pela construçao de duas categorias de analise: “Pratica Pedagogica,
Uso das Tecnologias Digitais, Construindo Aprendizagem” e “Sentidos do Uso das
Tecnologias Digitais em Salas de Aula”, por acreditar que essa escolha foi a mais
adequada para compreender os objetivos propostos neste estudo. Nas concepçoes
das professoras, foi possível constatar que as tecnologias digitais sao: uma
necessidade em sala de aula; podem transformar os processos ensino-aprendizagem
em algo mais prazeroso, visto que os conhecimentos e as informaçoes podem
transcender os espaços físicos da sala de aula e tornarem-se mais atrativos e
significativos para os jovens estudantes, alem de despertarem o gosto desses
estudantes para atividades que os instiguem a se tornarem protagonistas do seu
processo de aprendizagem e sujeitos ativos nas redes sociais.
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Ranilce Guimarães-Iosif
Pós-Doutora em Educação (University of Alberta, Canadá)
Adjunct Assistant Professor with the Department of Educational Policy Studies, University of
Alberta, Canadá
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Educaçao (45h), Teoria dos Direitos Fundamentais (60h), Fundamentos dos Direitos
Humanos (60h), Fundamentos das Políticas Publicas de Direitos Humanos (60h),
Topicos Especiais de Políticas Publicas de Direitos Humanos I (60h) e Topicos
Especiais de Políticas Publicas de Direitos Humanos II (60h) foram identificadas
como disciplinas optativas do curso de Pedagogia da UFRJ que trabalham com EDH
em seus conteudos.
1 Entre outros marcos legais publicados, destaca-se a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008), o Decreto nº 6.949/2009 que promulga a Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo, e a Resolução
CNE/CEB nº 4/2009 que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional
Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.
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Por fim, o terceiro desafio que a pesquisa revela diz respeito a formaçao do
pedagogo na perspectiva da interculturalidade, entendida como possibilidade para
superar as simplificaçoes que buscam o contato e o mero dialogo entre as culturas
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ADAMSON, B.; MORRIS, P. Comparaçoes entre currículos. In: BRAY, M.; ADAMSON, B.;
MASON, M. (Orgs.). Pesquisa em educação comparada: abordagens e metodos. Brasília,
Liber Livro, 2015. p. 345-368.
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“[...] Mas a peça histórica e terrível de Jorge Andrade vai mais longe e mais
largo, abrangendo um dos dramas maiores da nossa condição, que é a
tendência para pôr o homem sobre o arbítrio do homem. A História é em
grande parte história disso; dos esforços que os homens fazem para
reduzir o semelhante ao seu dispor, ou para se livrarem deste estado.
Costumamos considerar piores os regimes que criam possibilidades de
arbítrio, de brutalidade sistemática de uns sobre os outros. Costumamos
considerar melhores os que as atenuam. E em qualquer regime, é bom
lembrar que no fundo de cada homem há sempre a possibilidade do pior
vir para fora e se espraiar, quando é solicitado pelos que o manipulam
como útil instrumento de domínio.” (CANDIDO, 1977, p. 10).
Nesse cenário, o teatro grego emerge segundo Arendt (2001) como uma arte
naturalmente política, própria da Pólis, em face de toda a tradição grega que a
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conformou. É por esse sentido aberto da relação criativa teatral com a formação e
condição humana que os totalitarismos do passado e do presente não aceitam
conviver com a teatralização de suas próprias misérias e mazelas. Assim, querer
apagar o elemento político do teatro revela a profunda incompreensão da natureza
profundamente política do teatro. Não por acaso os Anfiteatros gregos eram em
espaços abertos, públicos em sentido mais amplo. Eventuais tentativas de se
impedir expressões teatrais de rua demonstram, nesse raciocínio, novamente uma
total ignorância da tradição teatral ocidental, na qual o palco da cena nasce da esfera
pública da Pólis, pois, como bem anota “A Pólis grega foi pensada como um grande
anfiteatro onde todos pudessem exercer sua liberdade através da arte de realização”
Ferigate (2006).
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figura que passou séculos interdita nos calabouços franceses pós-Bastilha: o divino
Marquês de Sade, personagem histórico relegado ao ostracismo, mormente por
questões morais e religiosas, mas que escreveu, produziu e encenou exuberante e
vigorosa dramaturgia ainda que sob o pálio e jugo do encarceramento, sob o velho
pretexto de promover o escândalo público, a devassidão, a subversão dos “bons
costumes”, sendo considerado, portanto, um pedagogo da obscenidade.
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Por falar em grupos teatrais engajados, figura entre eles o do Professor Dr.
Rafael Villas Bôas. O referido docente atua na FUP na cidade de Planaltina-DF,
unidade acadêmica da Universidade de Brasília no curso de Educação do Campo2.
Assim, a questão a agrária tem sido o palco para trabalhar a linguagem teatral entre
os movimentos que lutam por reforma na distribuição de terras, conduzindo a
formação política e estética em ações de militância conjunta. (VILLAS BÔAS, 2009).
A encenação da diferença tem sido a tônica dos teatros que operam hoje na
cultura teatral contemporânea. O que ainda há de mais vergonhoso em toda a
pedagogia teatral é não ter conseguido ensinar adequadamente que a mimesis e a
verossimilhança aristotélica são elementos da história da tragédia, do drama e do
teatro, mas não são a realidade, inclusive, porque a realidade é um conjunto
complexo social, filosófico e pessoal de impressões.
encenação teatral não deixa o espectador fugir da arena construída no palco, o que
acaba redundando em algum nível de percepção de realismo em qualquer
experiência teatral, mesmo no teatro épico brechtiano, que propunha um
afastamento da mimesis aristotélica. Portanto, de alguma forma, Brecht
reconfigurou o debate moderno sobre o lugar do realismo na arte, há condições de
se discutir a centralidade do realismo na arte, com especial destaque para o papel
da política nessa interação da arte com a realidade, algo basilar em qualquer
conceito de realismo artístico:
O realismo não é, pois, um tema para discussões literárias de bastidores,
mas, sim, o verdadeiro fundamento da arte, do seu significado social, e,
simultaneamente, da atitude do artista perante a sociedade. Os nossos
livros, os nossos quadros, os nossos teatros, os nossos filmes e a nossa
música podem e devem contribuir decisivamente para a solução dos
problemas vitais do nosso país. A ciência e a arte assumem, na
estruturação social da nossa República, uma posição de tal modo
eminente, por ser essa a posição adequada à importância de uma ciência
progressista e de uma arte realista. Esta política-através-da-cultura exige
à nossa inteligência uma fecunda colaboração, à altura dos seus objetivos.
A política é coadjuvada por um movimento literário, teatral e
cinematográfico, que tem por objetivo auxiliar milhares de homens na
compreensão do passado e do presente e no conhecimento do futuro;
pelos pintores, escultores e músicos, em cuja arte transparece algo da
maneira de ser da nossa época, e cujo otimismo ajuda milhares de
homens. (BRECHT, 1978, p. 178).
O que ainda não foi suficientemente explicado no debate social sobre as artes
e o teatro em específico, diz respeito a uma diferença fundamental entre teatro
panfletário, e que mesmo assim tem o seu lugar, e o teatro político, uma perspectiva
e orientação estético-teatral amplamente investigada por Piscator (1957).
Como vemos, Bertold Brecht foi outra figura de proa para uma nova e
moderna compreensão sobre a relação do teatro com a política, que não se confunde
igualmente com uma leitura rasa do conceito de política (ainda frequentemente
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Não é mais aceitável tanta hostilidade com a arte que formou o espírito
democrático ocidental e com seus idealizadores e transformadores culturais. Todas
as ações culturais democráticas precisam observar o papel central da educação para
os direitos como algo basilar para se desconstruir modelos de tentativas
neofascistas e ultraconservadores que propalam a existência de um mundo
“desideologizado”, e que insistem que ideologia(s) – para Bakhtin (2009): “toda
palavra é um signo ideológico por excelência” (BAKHTIN, 2006) –, é sinônimo de
pensamento de esquerda meramente partidarista, operando uma desfaçatez
discursiva com fulcro na construção de discursos pretensamente neutros, mas que
são notórias para qualquer inteligência média as intenções de sufocar a diferença de
pensamento. Sufocar e reprimir manifestações teatrais que contestam a onda
fascista atual é um retorno de um filme já bastante conhecido.
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dos agentes que operam dentro e fora dos palcos, aspectos que influenciam a
construção de um modelo complexo de um mundo que nega a importância ao teatro,
mas se apavora com a possibilidade da encenação crítica e inovadora dos dilemas
políticos, econômicos e sociais de nosso tempo.
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ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras Poéticas Políticas. 6ª Edição. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1991.
BRECHT, Bertold. Estudos Sobre Teatro. Tradução Fiama Pais Brandão. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1978.
__________. O direito à literatura. Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 2004.
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PISCATOR, Erwin. Teatro político. Traducción Salvador Vila. Buenos Aires: Editorial
Futuro S.R.L., 1957.
VILLAS BÔAS, Rafael Litvin. Teatro Político e questão agrária, 1955-1965: contradições,
avanços e impasses de um momento decisivo. Tese (Doutorado em Teoria Literária).
Universidade de Brasília. Brasília, 2009. Disponível em:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/4435/1/2009_RafaelLitvinVillasBoas.pdf.
Acesso em: 18 out. 2017.
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