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Guilherme Araújo, Marcela Graciano, Maria Gusmão, Sofia Castello, Victória Alves e Yasmin Zakur
RESUMO
O artigo tem como objetivo o debate acerca do vínculo existente entre a área da
nutrição e a propagação de fake news na contemporaneidade. A partir da análise do
contexto da globalização, o estudo aponta o imediatismo causado pela pressão
social como fator crucial para a ruptura do senso crítico dos indivíduos que desejam
obter resultados rápidos no processo de emagrecimento. Discute também tópicos
como a banalização da nutrição e a ineficácia de certos métodos amplamente
disseminados, principalmente, no meio online e como essa postura antiética afeta
profissionais da saúde que estão, de fato, dispostos a ajudar de forma eficaz.
Palavras-chave: nutrição; perda de peso; emagrecimento; fake news; chás
INTRODUÇÃO
Na atualidade, são recorrentes as citações sobre a divulgação de informações
falsas, principalmente, em redes sociais. O que ocorre, de fato, é que, no século
XXI, o fenômeno da globalização intensificou-se com os avanços tecnológicos e,
assim, a troca de conteúdos, dos mais diversos temas, se tornou ainda mais fácil.
Com o objetivo de atrair e engajar o público, diariamente, são lançadas notícias
sensacionalistas, previamente, planejadas para convencer ou vender uma ideia.
Destarte, cria-se um cenário sinuoso e ambíguo entre os usuários das mídias que
buscam conhecimento.
Tal fenômeno está inserido no conceito filosófico a era da Pós-verdade, definido
pelo Dicionário de Oxford como um substantivo “que se relaciona ou denota
circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião
pública do que apelos à emoção e crenças pessoais”. Isto é, o pensamento
consolidado por valores pessoais e ideias de agentes externos ganham mais
credibilidade do que estudos e comprovações científicas.
Isto posto, as desinformações, popularmente conhecidas como “fake news”,
atingem, com mais frequência, o público com menor senso crítico que procura
noções de assuntos que tangem, especialmente, o psicológico pessoal. Nesse
contexto, a área da nutrição, por ser de interesse coletivo, é bombardeada,
constantemente, por esse tipo de notícia.
OS ''MILAGRES'' NUTRICIONAIS
Chá emagrecedor, shake milagroso, promessas de emagrecimento rápido e pílulas
superpoderosas: qual internauta nunca ouviu falar sobre um desses tópicos?
O uso de chás, por exemplo, é divulgado nas mídias como uma alternativa fácil e
rápida para perda de peso. Por vezes, são propagados no mercado, principalmente
por não profissionais da área, afim de lucrar em cima da ignorância dos
consumidores. Isso é evidenciado no estudo ''Chá e emagrecimento: uma análise
crítica do que está sendo recomendado nos vídeos do Youtube'' feito por Rebeca
Reis Silva e Paula Alvarez Abreu publicado na Revista Saúde e Meio Ambiente -
UFMS em 2021. O estudo Carvalho et al. (2016), citado nesse artigo, comprova a
não eficácia dos chás na redução do percentual de gordura corporal. Cabe, ainda,
realçar que nos registros analisados não foram abordadas contraindicações e
interações com medicamentos externos.
CONCLUSÃO
Avanços tecnológicos intensificaram a globalização, tornando a propagação de
informações mais rápida e fácil. Com este fenômeno, notícias sensacionalistas ou
até mesmo falsas se intensificaram e se tornaram cada vez mais comum. Paralelo a
isso, houve um crescimento na auto cobrança e na pressão social para se atingir o
“corpo perfeito”, tendo impacto negativo na saúde mental dos indivíduos, fazendo
com que tais tenham uma busca incessante para se encaixar neste padrão.
Relacionando os assuntos, é possível enxergar o aumento no número de ''fake
news'' na área da saúde, buscando atingir pessoas sem conhecimento em relação a
nutrição. Com promessas milagrosas de resultados rápidos e fáceis, são
propagadas diversas desinformações acerca do assunto. Sendo assim, fica
perceptível que a propagação de informações falsas no âmbito nutricional está muito
presente nos dias de hoje, sendo até mesmo um risco a saúde dos indivíduos que
as consomem.
REFERÊNCIAS
RAUEN, Eduardo. Fake news sobre alimentação também podem ser prejudiciais.
Forbes, 2021. Disponível em: https://forbes.com.br/colunas/2021/09/eduardo-rauen-
fake-news-sobre-alimentacao-tambem-podem-ser-prejudiciais/. Acesso em:
06/10/2022
SILVA, Rebeca. Chá e emagrecimento: uma análise crítica do que está sendo
recomendado nos vídeos do Youtube. Periódicos UFMS, 2021. Disponível em:
https://periodicos.ufms.br/index.php/sameamb/article/download/11731/8933. Acesso
em: 07/10/2022