Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
METODOLOGIA DO ENSINO
DA GEOGRAFIA
2010
Equipa da ESE de Setúbal (Portugal)
Sérgio Claudino Índice
Carlos Moreira Cruz
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
disciplinas ou áreas disciplinares relevantes tanto para o auto-conhecimento ção em mobilizar as representações geográficas dos alunos e a interacção entre
como para o conhecimento das pessoas e dos espaços que nos rodeiam. Já in- professores e alunos, sublinhando o apelo neste sentido por parte das autori-
dividualizado, o ensino de Geografia surge nas 5ª e 6ª classes, tendo por temas dades educativas angolanas e, ainda, as orientações metodológicas que marcam
gerais O Espaço Geográfico e O Género Humano e o Ambiente, respectivamente. na actualidade o ensino de Geografia, como retomaremos adiante. Por outro
No primeiro destes anos, o programa encontra-se estruturado em seis temas e os lado, e não menos importante, valorizou-se o diálogo e a experiência de forma-
seus objectivos repartem-se pelos domínios de atitudes e valores, habilidades/ ção dos autores nas missões da ESE efectuadas na Escola do Magistério Primário
competências e, por último, conhecimentos. Apela-se à abordagem de temáti- de Benguela/EMPB, que permitiram conhecer os contextos e os actores locais de
cas motivadoras para o aluno1, privilegiando-se as escalas local e regional, bem formação (Fig. 1). Em especial, dialogou-se com os docentes de EMPB em torno
como a do país, do continente e do mundo. No 6º ano, identificam-se igualmente da formação inicial que desenvolvem, das suas necessidades e aspirações. Esta
seis temas, com a gestão dos recursos naturais a surgir como uma preocupa- foi uma experiência fundamental para a planificação e concretização dos módu-
ção transversal. Na respectiva Introdução, sublinha-se a importância concedida à los de formação, com que se pretende responder aos objectivos enunciados no
problemática do Desenvolvimento. Também neste nível, são valorizados as ati- Plano de Trabalho da Missão, com as limitações introduzidas por não ter sido
tudes e os valores, as habilidades/competências e os conhecimentos, ao encon- possível concretizar a Missão prevista para 2010.
tro da preocupação de formação integral dos futuros docentes do Ensino Geral
de Angola. Este programa contém um capítulo de Orientação Metodológica,
onde se aponta para as interacções professor-aluno-alunos2, sendo valorizadas a
exploração de vários tipos de documentos (como textos, estatísticas e imagens),
propostas actividades de discussão (debates, dramatizações) e, ainda, as visitas
de estudo/trabalho de campo.
princípios metodológicos e experiências escolares concretas – o que contrariaria domiciliar no território) a predominar sobre o jus sanguinis (o direito da comu-
todos os princípios da formação inicial de professores. Não há modelos rígidos, nidade de sangue) – Claudino, 20011. O território é, afinal, ícone e património
contextos escolares pré-definidos ou actores escolares de comportamento uni- colectivo das comunidades que o habitam e a Geografia surge no sistema lib-
forme, ainda que numa mesma instituição. Cabe ao grupo de docentes e a cada eral de ensino, instituído no século XIX, para promover a identificação dos jovens
um fazer a melhor adequação das propostas que aqui se formulam à realidade cidadãos com o estado-nação. Este é um processo particularmente importante
escolar concreta em que trabalham. Nas experiências de formação que aqui se em jovens países africanos, como Angola, em que se vive um processo dinâmico
sugerem tivemos presente o princípio do isomorfismo na formação de profes- de consolidação da identidade nacional. Recorde-se, a este propósito, Lameiro
sores: estes tendem a reproduzir nas suas práticas os princípios a que obedeceu Monteiro (1997: 60)2, que sublinha a premência da construção do estado-nação
a sua própria formação docente. Também em conformidade com este princípio, no continente africano:
as propostas de formação estimulam a construção de recursos didácticos pelos
No plano política e administrativo ainda está muito por fazer em África. A con-
docentes.
strução do Estado-nação, ou se se quiser, a adequação da ou das nações ao Estado é
Utilizamos diversos materiais ao longo das várias propostas. Os mesmos, uma questão ainda em aberto e dura desde as independências.
como imagens e power points, são agora fornecidos ou estão disponíveis na Es-
Tanto na construção da nossa personalidade individual como colectiva, a
cola do Magistério Primário de Benguela, na sequência da Missão de Formação
Geografia surge como um elemento fundamental: todos nós possuímos uma
ou, ainda, iriam ser disponibilizados na Missão de 2010 – mas poderão ser mobi-
identidade territorial, elo afectivo que nos liga ao espaço habitado, e a educação
lizados a qualquer momento.
geográfica contribui activamente para esta construção. Ela é sempre um pro-
cesso interactivo, pois tem como referência a própria pessoa, as características
do território e a sociedade em que se desenvolve (Fig. 2).
A Nova Geografia, emergente nos anos 60 e 70, fala-nos de um modelo pa- Para os construtivistas, o saber escolar desenvolve-se nos contextos escolares,
dronizado, de pessoas com comportamentos optimizados, num território isomór- na interacção entre o conhecimento socialmente organizado (os saberes disci-
fico, ou seja, desprovido de particularidades e de identidade. Contudo, como a plinares, tal como ministrados pelo professor e que reflectem a sua formação,
Geografia da Percepção e da Geografia Humanista sublinham criticamente, não programas e manuais) e o conhecimento ordinário de alunos. Não existem sig-
há territórios objectivos, despojados de vivências, nem pessoas desprovidas de nificados absolutos externos aos indivíduos, porque os saberes são construções
afectos na sua relação com os outros e com os locais que habitam. Cada um de relativas a um tempo e a um espaço determinados. O conhecimento gera-se da
nós constrói os territórios a partir das representações que desenvolve, múltiplas relação entre i) questões sociais relevantes, ii) crenças, teorias e interesses pes-
e complexas. Na realidade, com o aumento das mobilidades e do crescente des- soais e comunitários e iii) influências externas de outras teorias, interesses e ex-
encontro entre os espaços de residência e de trabalho, multiplicam-se os lugares periências (García Perez, 2000)1. Rejeita-se o paradigma da simplificação, em favor
com que desenvolvemos a nossa afectividade, numa pluripresença geradora de uma ecologia conceptual defendida por Toulmin, num olhar global sobre o
de multipertenças (Ferrão, 20041) aos vários espaços. Numa primeira leitura, desenvolvimento humano e o desenvolvimento social que lhe é indissociável – o
o discurso escolar surge como mediador da construção das nossas identidades conhecimento escolar surge, pois, como metadisciplinar.
territoriais mas, na realidade, ele constitui um agente activo na definição dessas
Metodologicamente, parte-se da identificação das concepções prévias dos
identidades (Claudino, 20092), como a frequente intervenção dos poderes políti-
alunos; da formulação de questões-chave de âmbito social, do confronto das
cos nacionais na definição das orientações curriculares de Geografia testemunha.
opiniões prévias dos alunos com a informação pesquisada, com reconstrução do
Em última análise, é o projecto de cidadania que está em causa numa educação
conhecimento inicial (conhecimento integrado e coerente, como refere Mérenne-
geográfica que é desenvolvida, desde logo, com as crianças mais jovens3.
Schoumaker2). Por último, surge a apresentação de propostas, com promoção da
consciência crítica e de atitudes de responsabilidade social, numa perspectiva
de cidadania territorial (Fig. 3). Souto Gonzalez (1993)3 simplifica esta abordagem
em Geografia, referindo-se aos três globos na construção da aprendizagem: o
1.3 UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA primeiro, o das nossas vivências e representações; o segundo, o da informação
a que acedemos, pela escola, crescentemente pela internet e pela comunicação
DE INSPIRAÇÃO CONSTRUTIVISTA social; o terceiro globo, aquele que reconstruímos, a partir do confronto dos an-
teriores. No desenvolvimento desta perspectiva aplicada ao ensino de Geogra-
fia, o conteúdo de ensino não é a informação explorada, mas os conceitos e as
actividades que possibilitam a resolução de um problema relevante – a fome
O facto de cada um de nós construir as suas próprias representações dos ter- no mundo, a desertificação, a desigualdade no acesso à internet, a resolução de
ritórios que habita está no centro de propostas metodológicas sobre o ensino problemas locais relevantes, etc.
de Geografia surgidas a partir dos anos 80/90, designadamente as inspiradas nas
perspectivas construtivistas da aprendizagem.
ricana surge como particularmente relevante num jovem país. sores de Geografia, tendo o debate sobre os resultados sido enriquecidos pelo
confronto das respostas obtidas nas duas ocasiões.
No trabalho com mapas, na ausência de exemplares angolanos, recorreu-se a
mapas portugueses, como sucede numa proposta de trabalho que aqui é desen- Entra-se, então, nos processos de localização e orientação geográfica, que
volvida. Contudo, foi feito um grande esforço de mobilização e de tratamento de têm uma relevância primordial no ensino de Geografia. Assim, surge a ficha so-
informação angolana e africana, ao encontro do compromisso e dos objectivos bre Localização onde, a par da orientação pelo sol ou pela bússola, se mobilizam
antes identificados. o GPS e Google Earth, ao encontro do que já foi escrito sobre a utilização das
novas tecnologias na educação. Segue-se, então, O Globo – um instrumento de
Por vezes, pede-se aos alunos que criem questões – um exercício de reflexão
trabalho, com que se pretendeu não só valorizar o globo numa utilização tradi-
e de selecção elementar de informação. Outras vezes, pede-se que imaginem
cional, a de leitura de localizações, como sobretudo num processo de utilização
viagens, situações… Na actualidade, perdeu-se um pouco a tradição deste tipo
dinâmico, em que, por exemplo, o aluno pode pesquisas informação e assinalar
de exercícios. Mas consideramos, como o grande especialista inglês James Fair-
a mesma no globo.
grieve, do começo do século XX, que ajudar os alunos a imaginar tem um grande
valor educativo, promove a capacidade de recriar espaços e de discutir as trans- Recorde-se a atenção que os programas angolanos dão ao globo. A valoriza-
formações a introduzir no território em que vivemos. ção do trabalho com mapas surge, desde logo, na exploração de um conhecido
atlas angolano, bastante divulgado em Benguela, em O Atlas Geográfico – uma
As nossas propostas de trabalho estão fundamentalmente estruturadas em
janela sobre o mundo. Nesta ficha, não nos limitamos à mera leitura de informa-
fichas informativas e, principalmente, em fichas de trabalho. Esta opção deve-se
ção cartográfica como à análise da inter-relação dos fenómenos, ao encontro
ao facto de facilitar o trabalho escolar de formação de formadores e propiciar
do conhecido e importante princípio da causalidade geográfica, que sublinha
uma mobilização flexível, de acordo com os contextos de aprendizagem e vai ao
a interdependência dos fenómenos. A ficha seguinte, Geografia: ler um mapa,
encontro das solicitações que nos foram efectuadas de uma forte componente
descobrir um território, centra-se na exploração de um mapa corográfico de um
prática, também por parte da Direcção da EMPB.
território de características contrastadas, disponível na EMPB, e decorre directa-
A primeira ficha, sobre Geografia: o que és, pretende apoiar a discussão em mente do trabalho efectuado com os professores desta instituição, que são seus
torno dos objectivos da discussão geográfica – essencial à formação de profes- co-autores; a selecção de localizações concretiza a perspectiva de uma interven-
sores. A ficha que se segue, tenta aprofundar a reflexão sobre os objectivos do ção prática sobre o território.
ensino da Geografia, a partir de algumas questões sobre a Carta Internacional
Em Um mundo de paisagens, concretiza-se uma proposta também desenvolvi-
da Educação Geográfica, documento cuja leitura se estimula, bem como de out-
da na EMPB, que apela à observação e valorização das paisagens, à utilização das
ros documentos sobre ensino de Geografia; desde há anos, encontra-se em dis-
novas tecnologias e que, por último, repete o confronto de opções territoriais.
cussão a revisão da Carta Internacional, mas não se altera, no essencial, o seu
Seleccionaram-se paisagens contrastadas e significativas para os alunos. Estas
conteúdo. A ficha seguinte, O nosso Mundo – as nossas representações, apela à
mesmas paisagens são disponibilizadas em ficheiro informático. Por último, em
exteriorização das representações territoriais por parte dos professores em for-
Descobrir e viver o estado do tempo!, apela-se ao trabalho de campo no meio local,
mação; cada um valorizará de forma diferente territórios e atributos dos mesmos
em torno dos aspectos ambientais; utilizam-se instrumentos de grande interesse
e este levantamento ajuda a tomar consciência das suas próprias percepções e
escolar e didáctico, numa proposta que se espera ver retomada nas práticas de
a respeitar as representações do outro – ao encontro do que Daudel (1996) des-
formação.
igna com uma “Didáctica da Alteridade” no ensino de Geografia1. Naturalmente,
subjaz também a esta proposta o princípio do isomorfismo na formação de pro- Acreditamos que a implementação de actividades de aprendizagem apoiada
fessores. Esta ficha foi aplicada na EMPB e também em Portugal, junto de profes- nas propostas aqui formuladas permitirá a sua reapreciação e reformulação das
mesmas. Este é trabalho a que estamos atentos e fundamental para a validação
1 DAUDEL, C. (1996) - A Geografia e o seu ensino: para uma didáctica de alteridade. Conferência das propostas didácticas aqui formuladas.
apresentada ao Encontro Nacional de Professores de Geografia, Lisboa, pol.
2
LHO
BA
TRA
D E
H AS
FIC
26 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 27
Fig. 1 – A Geografia descreve a terra Para localizar os fenómenos, os geógrafos constroem mapas. Os mapas são
representações planas da superfície da terra com a localização dos fenómenos.
1.Todos nós já ouvimos falar de Geografia, bem como de outras ciências. Na tua opinião, Nas aulas de Geografia, nos manuais escolares, nas enciclopédias, os mapas estão
o que estuda a Geografia? sempre presentes (Fig. 3). Mas a Geografia não se
__________________________________________________________________ limita a descrever a localização dos fenómenos.
Como qualquer ciência, a Geografia quer conhecer
__________________________________________________________________ as causas da distribuição dos fenómenos, o porquê
__________________________________________________________________ das localizações.
Em Geografia, fazem-se perguntas como:
Geografia é formada a partir de duas outras palavras:
Geo - terra . Porque se localizam aqui os climas frios?
grafia – escrita, descrição . Porque há uma grande poluição atmosférica neste
local?
2. O que significa, então, a palavra Geografia? . Porque acontecem aqui grandes sismos e vulcões?
__________________________________________________________________ (Fig. 4)
__________________________________________________________________ . Porque se concentra tanta população neste local?
. Porque têm fome as populações daquele país?
__________________________________________________________________
. Porque não conseguem aceder à internet muitos
Esta descrição tem a preocupação de localizar os fenómenos à superfície da terra. dos jovens daquele continente? Fig. 3 – Os mapas ajudam a localizar
Os geógrafos (os especialistas em Geografia) não estudam o que ocorre no interior do
planeta ou a muitas centenas de quilómetros de altitude, longe do local onde habitamos.
A Geografia descreve a localização tanto dos aspectos físicos (o clima, o relevo, a
28 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 29
3.Assim, como já percebeste até agora, a Geografia A Geografia localiza os fenómenos físicos e humanos à superfície da terra, explica
procura (assinala a resposta correcta): esta localização e tenta resolver os problemas sociais e ambientais, para que cada
povo e cada pessoa tenham condições de vida dignas no local que habita – qualquer
localizar os fenómenos à superfície da terra e explicar que seja o ponto do planeta onde se encontram.
esta localização.
5. Tens de explicar a um teu colega a utilidade da Geografia. De forma breve, indica para
explicar as causas dos fenómenos e localizá-los.
que serve a Geografia.
explicar a localização dos fenómenos e indicar, de-
pois, a sua localização. __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Fig. 4 – Porque há vulcões Esperamos que tenhas dado a resposta correcta1. Para
__________________________________________________________________
aqui? além destas duas preocupações, a Geografia tem ainda
uma terceira.
2.Em “Desafios e Respostas”, são referidas diversas questões com importância geográfica.
Indica as seis principais questões mencionadas na Carta.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
A Carta Internacional deve ser lida com atenção, bem como outros documentos sobre o
ensino de Geografia. Boas leituras!
32 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 33
Cada um de nós olha para o local onde vive, para o seu país, para o seu continente, 1.Estás perdido?
para o mundo em que vive, de uma maneira diferente. Cada um constrói a sua própria Sabes qual é a superfície do nosso planeta Terra? 510 milhões de quilómetros quadrados.
representação. As representações são a forma como cada um encara os territórios onde É difícil imaginar o que isso significa!
vive. Perante distâncias tão grandes (ou mais pequenas), não nos podemos perder. À
medida que a nossa mobilidade aumenta, com o desenvolvimento dos transportes,
Dirigimo-nos para os locais que preferimos e evitamos aqueles de que temos uma mais importante é sabermos onde estamos e onde se encontram os lugares para que
representação negativa. Por isso, é importante conhecermos as representações que nos deslocamos. Temos de nos localizar: identificar os lugares onde estamos ou que
cada um de nós possui dos lugares que habita! procuramos.
1. Aponta, agora, cinco palavras que descrevam África. 2. A rosa dos ventos
___________________ ___________________ _____________________ Efectua-se uma localização relativa quando se indica a posição de um lugar em
___________________ ___________________ relação a outro. Se te perguntam onde fica uma oficina de motorizadas e respondes
“Fica mesmo à nossa frente, atravessando esta praça”, estás a forncer uma localização
2.Indica cinco palavras que, na tua opinião, ajudem a caracterizar a Europa. relativa.
Para ajudar nessa localização, ao longo dos séculos, a humanidade sentiu necessidade
___________________ ___________________ _____________________
de criar pontos de referência comuns, que todos conhecessem. É assim que surgem os
___________________ ___________________ pontos cardeais.
Quando um lugar se localiza a norte de outro, podemos dizer que ele é setentrional ou,
Agora, compara as tuas respostas com as dos teus colegas. Ficas a conhecer melhor a quando se encontra a sul, tem uma localização meridional. Há ainda outras designações
forma como os teus colegas encaram o mundo em que vivem e o olhar que tu próprio menos utilizadas.
tens sobre o mundo em que vives!
34 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 35
Porque se identifica o Este de Nascente e o Oeste de Poente? Provavelmente, já Vamos supor que vais construir uma casa. A negro estão assinaladas as janelas principais.
adivinhaste. Pretendes ter sol:
- no quarto, ao acordares
- na cozinha, quando almoças
- na sala, ao fim da tarde
3. Indica o nº que identifica as divisões
que vais escolher:
Quarto ____
Cozinha ____
Sala ____
A terra não está parada durante o dia. Dá uma volta completa sobre si mesma - 4. Supõe que queres plantar flores no exterior de casa e que estas preferem a sombra,
movimento de rotação. Assim, o sol surge com diferentes posições durente o dia: têm dificuldade em sobreviver perante um sol forte. Onde as vais cultivar? Justifica.
. Este ou Nascente, quando nasce o Sol, de manhã.
__________________________________________________________________
. Oeste ou Poente, é onde se “põe” o sol, ao fim do dia.
Ao longo do ano, o sol nunca se afasta muito do Equador. Assim, ao meio dia, quando __________________________________________________________________
o sol está mais elevado no horizonte, no hemisfério sul ele está a norte, indica o Norte.
__________________________________________________________________
Mas não bastam os pontos cardeais, são igualmente necessários os pontos colaterais.
A bússola
1.Eles são oito e tu vais ajudar-nos a completar a sua identificação:
O sol ajuda a nossa orientação. Contudo, para uma localização mais fácil e rigorosa, de
. Nordeste - entre o Norte e o Este. Representa-se, simplificadamente, por NE.
dia ou de noite, utilizamos um pequeno aparelho, a bússola.
. Sudeste (ou Sueste) - entre o Sul e o Este. Representa-se por .
É um aparelho muito antigo e simples, que se pensa ter sido descoberto pelos chineses.
. Sudoeste - Entre o Sul e o . Representa-se por SO ou SW.
Tem desenhada uma rosa dos ventos e possui uma agulha, cuja ponta vermelha é
. Noroeste – Entre o Norte e o Oeste. Representa-se por NO ou .
atraída para o Norte Magnético. Ele não coincide totalmente com o Norte Geográfico
(Pólo Norte). Em Angola, o Norte Geográfico está a 10o/12o este do Norte Magnético
2. Completa, agora, a rosa dos ventos, com as iniciais dos respectivos pontos cardeais e
(esta diferença é designada de declinação magnética).
colaterais (no final, podes pintar com diferentes cores).
Na tua Escola poderão existir bússolas. Pede ao teu professor para utilizar uma bússola.
Com os teus colegas, coloca a bússola numa mesa e identifica a localização do Norte, a
partir do que reconheces os restantes rumos da Rosa dos Ventos.
5. Para onde estão orientadas as janelas da tua sala de aula? Em função dessa orientação,
hé alguma altura do dia em que o sol incide com maior intensidade? Qual?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
O Google Earth
Figura 6
– Um GPS
6. No futuro, os carros novos virão todos equipados com o GPS? Qual a tua opinião?
__________________________________________________________________ Figura 7 – Uma imagem do planeta
__________________________________________________________________ Fonte: http://www.google.com/earth/
__________________________________________________________________
1 Segunda opção
38 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 39
Na Figura 7, observam-se vários continentes (um deles de forma incompleta). Para cada Aproximemo-nos mais de Benguela (figura 9, na página segunte). Estamos a uma altitude
país, só se visualiza a respectiva fronteira. Na Figura 8, surgem duas outras informações: de vizualização de 377 km de altitude, portanto muito mais próximos.
o nome do país e a localização da respectiva capital.
11. Já te deslocastes a alguma das localidades indicadas no mapa? Quais?
Estas duas fotografias têm escalas diferentes. A escala é a relação entre as dimensões __________________________________________________________________
na realidade e na representação – neste caso, a imagem s continentes ou dos países.
__________________________________________________________________
Uma escala é tanto maior quanto maior for o pormenor com que é representado o
território. __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
9. Assim, qual das imagens, da figura 7 ou da figura 8, tem uma maior escala?
__________________________________________________________________
12. No caso de já teres visitado, o que gostastes mais de ver (e também podes dizer do
que gostastes menos, claro!). Se preferires, indica o que aprecias mais em Benguela ou
Vamos agora fazer localizar os países vizinhos de Angola em relação ao seu território
noutra localidade que conheças.
(sem Cabinda) – Figura 8.
_________________________________________________________________
10. A República Democrática do Congo localiza-se a norte e nordeste. __________________________________________________________________
A Zâmbia localiza-se a ______________________________.
__________________________________________________________________
A Namíbia localiza-se a ______________________________.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
13. Dos locais identificados no mapa, indica um que gostarias de visitar proximamente. De seguida, desloca o cursor para o Lobito e faz um novo clique. Uma linha amarela une
Qual o motivo especial para o quereres visitar? estas cidades.
__________________________________________________________________
16. Qual a distância entre em linha
__________________________________________________________________ recta (ou em “voo de passáro”, como
se costuma dizer) entre Benguela e
__________________________________________________________________
Lobito?
____________________________
14. Em relação a Benguela, qual a localização de:
17. A que se deve a diferença entre a
. Cassongue _____________ distância por estrada e a que agora se
. Huambo _______________ calculou?
. Caluquembe ____________ ____________________________
. Baía Farta ______________ _____________________________
____________________________
Fica agora o desafio para que tu próprio faças mais pesquisas com o Google Earth.
_____________________________
Aqui fica uma sugestão concreta: calcular a distância entre Benguela e Lobito, primeiro
por estrada, depois em linha recta. _____________________________
19. Calcula, agora, a distância entre Benguela e outro local que selecciones. Indica não só
a distância como o transporte que utlizarias na tua deslocação.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Figura 10 – Pesquisa de trajecto entre Benguela e Lobito
__________________________________________________________________
Abre-se uma janela por baixo, com indicações do trajecto, e no final, se surge o total de __________________________________________________________________
quilómetros percorridos e o tempo aproximado do percurso.
Vai à barra “Ferramentas”, selecciona “Régua”. Desloca o cursor (com o “rato”) para a bola
vermelha que localiza Benguela, e clica uma vez (aparece-te inicialmente uma pequena
bola verde). Obrigado e continuação de bom trabalho!
42 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 43
O Globo – um instrumento de trabalho 2.No globo, foram agora destacados dois países
africanos (Fig. 3). Quais?
Nome:__________________________________ Nº_____ Ano/Turma____ __________________________________
__________________________________
Como sabes, a terra é redonda, tem a forma de uma esfera. O globo é a forma mais 3. Na fig. 4, estão assinalados os cinco Países
correcta de a representar (Fig. 1) – por isso, o globo surge sempre nos cabeçalhos destas Africanos de Língua Oficial Portuguesa/PALOPs.
fichas de Geografia. Se necessário com a ajuda de um mapa, Indica
os respectivos nomes.
__________________________________________ Fig. 3 – Um globo em branco
__________________________________________
Fig. 4 – Os Países
Africanos de
Fig. 1 – O globo Língua Oficial
Portuguesa/
Vamos utilizar agora um globo especial: um globo onde estão assinalados os continentes PALOPs
e os países e principais rios (Fig. 2).
Este globo tem o fundo branco, para que nele possas marcar e destacar o que quiseres, 4. No globo, foi agora assinalada a bacia de um importante
com uma marcador apropriado (Fig. 2 e Fig. 3). rio africano (Fig. 5). Consulta mapas, fala com os teus colegas
e o professor. Qual o nome deste rio?
________________________________________
Fig. 5 – Bacia de um
importante rio africano
Fig. 2 – Um globo de fundo branco Aprende Geografia, de uma forma divertida!
44 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 45
3.Vários rios marcam a fronteira com outros países. Indica o nome dos rios que ajudam a
definir a fronteira de Angola:
Escola do Magistério Primário de Benguela
Ficha de Trabalho a) a noroeste, com o Zaire (entre Soyo e Nóqui). _________________________
O Atlas Geográfico uma janela sobre o mundo b) a leste de Icoca e Mangando, também com o Zaire. ___________________________
5.O rio Cuanza é um outro importante rio angolano. Descreve, de uma forma geral, o seu
trajecto, desde a sua nascente no planalto do Bié.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Fig. 1 – Atlas Geográfico, da República Popular de Angola (1983), vol. 2
6.Quem viajar entre Benguela e o Lobito, que rio tem de atravessar?
O Ministério da Educação de Angola publicou, em 1983, um conhecido Atlas Geográfico, __________________________________________________________________
que nos ajuda a conhecer o território do Mundo, de África e de Angola.
Um atlas é um livro que reúne um conjunto organizado de mapas, podendo ainda ter 7.O Atlas também nos fornece informações sobre a vegetação que domina nos vários
outras informações complementares. territórios. Assim, e com base na legenda, identifica o tipo de vegetação dominante:
a) no norte de Cabinda.
1.Abre o Atlas no Índice e completa o quadro 1. __________________________________________________________________
Quadro 1- Territórios cartografados no Atlas Geográfico b) no extremo nordeste, junto ao rio Cassai.
Angola África __________________________________________________________________
O mapa de Angola tem uma escala numérica de 1: 5 000 000. Este número dá-nos o 12.Não conheces Maputo, mas supõe que irias passear pela cidade. Que locais gostarias
número de vezes que a dimensão na realidade é superior à dimensão na representação de visitar (exemplo: o centro histórico; avenidas junto à praia; centros comerciais; fábricas;
(neste caso, o mapa). Assim, 1 centímetro no mapa representa 5000000 cm na realidade. bairros fora da cidade, onde reside muita da população que nela trabalha, etc)?
Este valor é equivalente a 50 km, como se pode ler na escala gráfica - segmento de recta
__________________________________________________________________
onde se indica o valor a que corresponde a sua dimensão, na realidade.
__________________________________________________________________
8. Recorda que 1 cm no mapa representa 50 km na realidade. Supõe que fazes uma
viagem de avião entre Benguela e Namibe, a sul. Quantos quilómetros percorres 13. Que locais terias menor interesse em visitar? Justifica.
aproximadamente (apresenta os cálculos)?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
9. Em Benguela, termina uma importante linha de caminho de ferro, precisamente a
Linha de Benguela. 14. Em Angola e de Moçambique, as produções minerais obtidas do subsolo são
Percorre a Linha de Benguela até à fronteira com o Zaire e indica o nome das duas diferentes. Quais as mais frequentes num e noutro país?
capitais de província (consulta a legenda) por onde passa esta Linha e que possuem um
__________________________________________________________________
aeroporto.
__________________________________________________________________ __________________________________________________________________
Consulta, agora, os mapas das páginas 6 e 7. São mapas temáticos: representam diversos 15. A escala do mapa da África Austral (pág. 7) é de 1: 25 000 000. A escala de um mapa é
assuntos/temas (daí, a designação de temáticos), como a divisão política, a distribuição tanto maior quanto mais detalhe/pormenor permitir. Assim, comparando com o mapa
da população, das actividades económicas, etc. de Angola (pág. 5-6), o mapa da África Austral tem uma escala:
10.Partindo de comboio de Benguela, poderás deslocar-te a Maputo, em Moçambique. a) maior, pois fornece mais informação de um território mais pequeno.
Com base no mapa da página 7 (e também do mapa da página anterior), identifica os b) menor, pois dá menos informações e representa uma área mais extensa.
países que irias atravessar até alcançar a capital moçambicana.
c) semelhante ao mapa de Angola, pois apresenta as mesmas informações.
__________________________________________________________________
Na parte superior da página 10, há um mapa sobre “Precipitação Anual, Correntes
Oceânicas” em África.
As maiores precipitações ocorrem nas regiões próximas do Equador. Quando nos
afastamos, para norte e para sul, as precipitações tendem a diminuir. Há regiões
desérticas, como o Sara, a norte, mas também a sul, com início em Benguela – é o
deserto de kalahari.
As regiões junto aos oceanos são habitualmente húmidas, devido à influência dos ventos
Fig. 2 – A cidade do Maputo (http://www.xiconhoca.org/cidadedemaputo) marítimos. O que levará a que haja desertos ou regiões muito secas junto ao oceano,
como sucede em Benguela?
11.Como sabes, em Maputo também se fala em português, o que te permitiria falar
facilmente com as restantes pessoas. Regressemos a Moçambique e observemos,
Indica três perguntas que gostarias de fazer quando chegasses a Maputo e pudesses também, o Golfo da Guiné, duas regiões onde as
falar com algum dos seus habitantes, para conhecer melhor a realidade geográfica da precipitações são elevadas. Em ambas faz-se sentir
cidade. a influência de uma corrente marítima quente.
__________________________________________________________________ Devido às temperaturas elevadas, a água evapora-
__________________________________________________________________ se para a atmosfera, o ar aquecido eleva-se e,
carregado de vapor de água, arrefece e dá origem Fig. 3 – Formação de chuva com as
__________________________________________________________________ a chuvas. correntes marítimas quentes
48 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 49
16. Observemos agora as correntes marítimas que influenciam, no Atlântico norte, o Há um país africano que apesar de se localizar maioritariamente no deserto do Sara, tem
deserto do Sara e a sul a costa de Benguela para sul – podes também encontrar esta grandes concentrações de população: o Egipto.
informação nos dois mapas de Temperaturas, Correntes Oceânicas, da página 49. Como
são se classificam as correntes marítimas, como a corrente de Benguela? 22. Observando o mapa de distribuição da população mundial, mas consultando
__________________________________________________________________ também os das páginas 8-9 ou a fotografia de satélite da Fig. 1, o que ajudou a contrariar
a falta de água das chuvas no Egipto?
17. Se estas correntes são frias, não há evaporação e o ar é arrefecido, pelo que não sobe
__________________________________________________________________
– logo, não há condições para a formação de chuva. Na realidade, o deserto que surge
de Benguela para sul deve-se a\à _________________________________________. __________________________________________________________________
As regiões mais secas não são favoráveis à presença da população, como se observa no Confronta agora a tua resposta com a do teu colega mais próximo. Têm as mesmas
Sara, no grande deserto australiano, etc (pág. 56-57, O Mundo: População). opiniões? Em caso de dúvida, fala com o teu professor.
Ao contrário, no Sudeste da Ásia (Japão, China, Índia e Indochina) ou na Europa, com
abundância de água, há grandes concentrações de população. O rio que atravessa o Egipto é o Nilo, um dos maiores do mundo. Tem as suas nascentes
na região húmida dos Grandes Lagos. Ao dirigir-se para norte, encontra o deserto do
18. Em África, de uma forma geral, como é a distribuição da população nas áreas mais Sara, o mais extenso do mundo.
húmidas (consulta também o mapa da População, pág. 8)? Podes imaginar o espanto dos egípcios em relação a este grande rio que surgia no
__________________________________________________________________ deserto, sem se saber onde nascia, e que permitia cultivar os campos e obter alimentos,
para além da própria água. Chegavam a considerar este rio um deus!
19. Observa, agora, as correntes marítimas que influenciam, no Atlântico
norte, o deserto do Sara e a sul a costa de Benguela para sul – podes Podemos fazer também uma outra leitura do Nilo: é a África Oriental, mais húmida, que
também encontrar esta informação nos dois mapas de Temperaturas, fornece água à África do Nordeste, desértica, através do Nilo. Não é um milagre, mas é
Correntes Oceânicas, da página 49. Como são se classificam as correntes um excelente exemplo de colaboração entre regiões africanas de climas diferentes.
marítimas, como a corrente de Benguela? A natureza frequentemente parece colaborar entre si.
______________________________________________________
23. No sul do Egipto, a seguir ao Lago Nasser, surge no Nilo uma das maiores barragens
20. Se estas correntes são frias, não há evaporação e o ar é arrefecido, do mundo. Indica o respectivo nome (mapa da página 9).
pelo que não sobe – não há condições para a formação de chuva. A que __________________________________________________________________
se deve, então, o deserto que surge de Benguela para sul?
Esta barragem está a provocar um grave problema ambiental: a retenção de muitos dos
_____________________________________________________
sedimentos (areias, barros, etc) que, no passado, eram depositados no delta do Nilo.
______________________________________________________ Como deixaram de o ser, o Mar Mediterrâneo tende a avançar sobre a foz do rio, com
forte ocupação humana.
______________________________________________________
Ao desaguar, o rio Nilo divide-se em vários canais e ganha a forma da letra grega Delta
(Δ). Por isso, se diz que um rio desagua em delta quando se divide em vários canais na
As regiões mais secas não são favoráveis à presença da população, como
sua foz (parte terminal).
se observa no Sara, no grande deserto australiano, etc (pág. 56-57, O
Este é um dos maiores deltas do mundo, que se estende de Alexandria, a oeste, a Porto
Mundo: População).
Said, a este, e tem início a sul, na conhecida capital do Egipto.
Ao contrário, no Sudeste da Ásia (Japão, China, Índia e Indochina) ou
na Europa, com abundância de água, há grandes concentrações de
24. Qual o nome da capital do Egipto? _____________________________________
população.
25. Como se referiu, o Nilo nasce na região húmida dos Grandes Lagos e corre para norte,
21. Em África, de uma forma geral, o que se observa quanto à distribuição
atravessa o deserto até alcançar o mar.
da população nas áreas mais húmidas (consulta também o mapa da
Com a ajuda dos mapas de África do teu Atlas, que nos falam também da vegetação e
População, pág. 8)?
das produções, imagina uma viagem ao longo do rio Nilo. Faz-nos um pequeno relato
Fig. 4 – O vale ______________________________________________________
da mesma.
do Nilo
50 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 51
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ Escola do Magistério Primário de Benguela
__________________________________________________________________ Ficha de Trabalho
_________________________________________________________________
Geografia: ler um mapa, descobrir um território
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ Nome:__________________________________ Nº_____ Ano/Turma____
__________________________________________________________________
a) planta
b) mapa topográfico
c) mapa corográfico
d) planisfério
6.1. Identifica, agora, a latitude aproximada das duas sedes de concelho referidas na 16. Indica, agora, o número da estrada que liga estas duas vilas.
questão anterior.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
7. Três cidades têm uma longitude de quase 9o Oeste. Indica o nome de duas destas
cidades. 17. No vale do Tejo, a sudoeste de Santarém, há frequentes cheias no Inverno. O caudal
__________________________________________________________________ do rio aumenta devido às chuvas e estradas e casas são invadidas pela água. Justifica
esta situação, com base nas características do relevo.
8. Como se designa o pequeno arquipélago que se encontra a noroeste da Península de
__________________________________________________________________
Peniche (a reserva natural tem o nome do arquipélago)?
__________________________________________________________________ __________________________________________________________________
9. Identifica, agora, o nome do cabo localizado mais a ocidente. 18. Um aeroporto necessita de uma área extensa e plana. Tendo presente estas exigências,
__________________________________________________________________ indica o local que escolherias para a construção de um aeroporto localizado próximo da
capital portuguesa. Justifica a tua resposta.
10. Recordando que os rios desaguam em estuário ou em delta, identifica a forma da foz
__________________________________________________________________
do rio Tejo e do rio Sado.
__________________________________________________________________ __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
11. Selecciona, com X, a orientação geral do rio Tejo:
__________________________________________________________________
a) Norte-Sul
b) Este-Oeste
c) Nordeste-Sudoeste
d) Nordeste-Sudoeste
12. Indica o nome das quatro cidades da margem direita do rio Tejo (duas são capitais de
distrito).
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
13. A nordeste, corre o rio Zêzere, onde foi construída uma barragem que assegura tanto
o fornecimento de água potável como de energia eléctrica a toda a região. Qual o nome
desta barragem?
__________________________________________________________________
14. Indica a altitude máxima da Serra de Aire (a norte de Santarém). Muito obrigado!
__________________________________________________________________ Os professores
15. Calcula a distância mínima, em linha recta, entre o centro de Salvaterra de Magos e Dália Afonso
Almeirim (na margem esquerda do Tejo). Daniel Paulo
Isabel Nduva
__________________________________________________________________
Jermaine André
__________________________________________________________________ Sérgio Claudino
54 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 55
__________________________________________________________________
Vamos falar dos principais elementos do clima e dos
aparelhos que o medem.
O termómetro é o aparelho que mede a temperatura.
Em Angola, como na maior parte do mundo, a
temperatura é medida em graus centígrados/0C.
A água congela a 0 0C e ferve a 100 0C . Quando
medimos a temperatura atmosférica, utilizamos um
lugar à sombra,
ou seja, que não esteja a receber directamente a luz
Muito obrigado!
do sol.
Fig. 2 – Um termómetro
Sérgio Claudino
58 • Projecto de Formação de Formadores de Professores para o Ensino Primário em Angola Metodologia do Ensino da Geografia | Geografia, uma disciplina de cidadania global • 59
1. Como sabes, a temperatura varia ao longo do dia. Desde o começo da manhã até à 6. Qual a humidade relativa indicada pelo higrómetro?
hora do almoço, como varia a temperatura?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
7. Com este valor, o tempo estará húmido ou seco?
2. E a partir do começo da hora do almoço, como evolui a temperatura?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
O elemento do clima de que vamos
3. Olha agora para o mostrador do termómetro da Fig. 2. Qual a temperatura do ar que agora falar é a pluviosidade/chuva.
regista? O aparelho que mede a pluviosidade
é o pluviómetro, também designado
__________________________________________________________________
por udómetro.
O pluviómetro é um aparelho muito
Um outro elemento do clima é a pressão atmosférica.
simples. É um pequeno funil aberto
A pressão atmosférica é a força que o ar exerce sobre
para cima, a fim de recolher a água
os corpos que estão à superfície da terra.
da chuva (Fig. 5).
Assim, por exemplo, se o ar está quente, fica mais leve
O valor da pluviosidade é a altura de
e exerce uma menor pressão. Ao contrário, se o ar
água caída, medida em milímetros/
está mais frio, fica mais pesado e a pressão é maior. A Fig. 5 – Um pluviómetro
mm. Em muitos dias não há qualquer
pressão atmosférica é medida em milibares e a pressão visto de cima e de lado
precipitação – o valor da precipitação
atmosférica normal é de 1013 milibares/mb.
é, então, de 0 mm.
O aparelho que mede a pressão é o barómetro.
A chuva é incómoda, molha-nos.
Contudo ela é muito importante.
Fig. 3 – Um barómetro
10.A sombra do pluviómetro indica o ponto cardeal contrário. Assim, a sombra aponta
para:
ao começo da manhã – o Oeste
ao meio dia – o __________________
ao fim da tarde – o ________________
11. Supõe que não sabes qual é a hora do dia. Com o auxílio da bússola, verificas que a
sombra aponta para Sul. A que hora te encontras, aproximadamente?
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 14. Observa os dados que registaste. De manhã para a tarde, como variaram a
__________________________________________________________________ temperatura, a pressão e a humidade?
__________________________________________________________________ __________________________________________________________________
__________________________________________________________________ __________________________________________________________________
Mas vamos utilizar os nossos aparelhos! Vamos para rua. Mas há que ter alguns cuidados. Se puderes, repete as tuas observações noutros dias.