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Julia Rany Campos Uzun
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CONCEITO-CHAVE
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conhecimentos geográficos mediante várias linguagens diferentes (ALMEIDA,
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2017). A principal proposta da BNCC é permitir que o aluno aprenda a captar as
informações do espaço vivido, dos lugares e paisagens pelos quais transita,
compreendendo como seu entorno foi construído e modificado pelas relações
entre o homem e a natureza.
ASSIMILE
Buscando desenvolver este novo modo de entender o espaço, a BNCC propõe sete
recursos específicos para o trabalho em sala de aula. O primeiro deles é a analogia,
a partir do qual é possível comparar fenômenos e acontecimentos que ocorrem
em dois ou mais locais, compreendendo suas características comuns (definindo os
princípios de um tsunami ou de um maremoto, por exemplo) ao mesmo tempo em
que investiga as diferentes consequências de fenômenos semelhantes em espaços
diferentes. Isso se dá por meio da análise das condições geográficas e geológicas
de cada ambiente, das formas de ocupação do espaço, das dinâmicas de
construção dos edifícios e dos mecanismos protetivos diversos, entendendo as
particularidades de cada região e as potencialidades para a ocorrência de novos
episódios na mesma área, facilitando, assim, a sua compreensão e mapeamento
(CASTELLAR, 2017).
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latifúndio, além de levar à reflexão acerca da dimensão de um fenômeno natural,
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como uma enchente. O sexto recurso, a localização, relaciona-se à identificação
dos objetos territoriais no espaço, garantindo que os alunos diferenciem os
conceitos de lugar (estabelecido a partir das relações sociais criadas, sendo
determinado pelo sentimento de pertenci- mento, pela identidade e pela
afetividade) e de local (definido pelas coordenadas geográficas como uma
referência fria, sem relação com a sociedade). O último recurso é a ordem, que
busca relacionar as formas de utilização do território com um novo olhar sobre seu
ordenamento. Sugere-se ao professor crie práticas para que os alunos entendam o
conjunto de políticas públicas de planejamento territorial, que são necessárias
para que se passe por determinado caminho para alcançar uma localidade e não
por outro, permitindo uma análise crítica sobre as finalidades políticas que
influenciam a construção de obras públicas e os fluxos migratórios.
Esses recursos devem ser utilizados para o trabalho com as sete competências
específicas de geografia para o ensino fundamental, sugeridas pela Base Nacional
Comum Curricular como instrumentos norteadores do componente curricular. Em
primeiro lugar, os conhecimentos geográficos devem ser utilizados para a
compreensão da interação entre a sociedade e o meio físico natural, permitindo
que o aluno exercite o espírito científico e a resolução de problemas. Ele também
deve conseguir criar conexões entre as diversas temáticas do conhecimento
geográfico, considerando a relevância dos objetos técnicos para compreender
como o homem se utilizou dos recursos naturais em diversos momentos
históricos. Por meio dos sete recursos, acredita-se que o aluno pode desenvolver
seu senso crítico e sua autonomia para entender e aplicar o raciocínio geográfico
na produção do espaço e para examinar a ocupação do homem sobre o território.
O estudante também precisa desenvolver o pensamento espacial, utilizando-se de
diversas linguagens, buscando resolver problemas relacionados às informações
geográficas e, para isso, ele precisa receber a alfabetização cartográfica. Os
recursos também devem ajudar o aluno a desenvolver e a usar as práticas e
processos de pesquisa para entender o mundo econômico, social, político, natural,
técnico-científico e informacional, propondo questões e soluções para os
problemas que busquem conhecimentos geográficos. A BNCC também propõe que
o componente curricular busque construir argumentos a partir da defesa de ideias,
debates e informações geográficas, desenvolvendo pontos de vista para a
promoção do respeito à biodiversidade, da alteridade e da consciência ambiental,
ajudando a acabar com qualquer tipo de preconceito. Por fim, o ensino de
geografia deve promover a resiliência, a ação individual e coletiva com
responsabilidade e autonomia, a flexibilidade e a determinação, a partir de
preceitos solidários, sustentáveis, éticos e democráticos.
SAIBA MAIS
As competências específicas para o ensino de Geografia e as habilidades
dispostas para os anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como o
trabalho realizado com o componente curricular na Educação Básica,
dialogam diretamente com as disposições da Agenda 2030 para o
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Desenvolvimento Sustentável, um plano de atividades assinado por
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diversas nações em setembro de 2015, cujos objetivos principais são a
erradicação da pobreza, a garantia da prosperidade e da paz, além da
proteção da Terra. Ela determina 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, que devem ser tomados por todos em todas as partes do
mundo.
EXEMPLIFICANDO
Uma das propostas para o ensino de geografia na educação infantil
consiste na reprodução de diversos lugares de convivência dos alunos por
meio de formas de representação geográfica. Com o auxílio do professor,
os alunos devem escolher os principais lugares de sua comunidade de
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pertencimento (como a casa, a escola e o parque), elaborando desenhos,
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maquetes e mapas simplificados, dentre outras possiblidades, reunindo-as
em um compêndio que deve guiar o início da alfabetização cartográfica dos
alunos. Com esta atividade, o grupo passa a reconhecer e a valorizar os
diversos espaços de sua convivência, aprendendo os principais conceitos do
raciocínio geográfico, transformando-se em produtores de conhecimento,
de acordo com as demandas da BNCC para a educação infantil.
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proporcionar maior aprofundamento dos estudantes acerca de si mesmos, de sua
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família e da comunidade em que vivem, ampliando, assim, as experiências das
crianças com os conceitos de tempo e de espaço. Nesse sentido, o professor deve
garantir que os alunos compreendam como ocorrem as dinâmicas que formatam
suas relações sociais, de gênero e étnicas, para que aprendam a respeitar os
diversos cenários socioculturais e se identifiquem melhor com a própria
comunidade. O professor deve, ainda, oferecer ferramentas para que seus alunos
construam suas identidades a partir das relações com o outro, valorizando seu
passado e sua memória vivenciada em espaços distintos. Assim, conforme forem
se alfabetizando, os alunos vão expandindo a compreensão que possuem sobre o
mundo. A unidade temática também permite ao professor o estímulo ao
desenvolvimento do raciocínio geográfico e das relações espaciais projetivas,
topológicas e euclidianas, de grande importância tanto para o aprendizado de
diversas linguagens (por meio do pensamento espacial e das várias formas de
representação) como para os processos de alfabetização cartográfica (GUIMARÃES,
2018).
PESQUISE MAIS
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superfície terrestre capazes de explicar determinado local, como uma paisagem,
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uma localização ou os diferentes fenômenos geográficos.
REFLITA
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De forma geral, é possível afirmar que o ensino de geografia para a educação
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infantil e para o ensino fundamental passou a priorizar o pensamento espacial e o
raciocínio geográfico como os conceitos centrais para a prática do componente
curricular. O professor deve se atentar para dar início á alfabetização cartográfica
do aluno desde cedo, criando ferramentas para que ele desenvolva competências
e habilidades para se orientar no espaço e para reconhecer o ambiente vivido e
construído, apropriando-se do tempo e dos lugares vivenciados de forma mais
efetiva e crítica desde a sua infância.
REFERÊNCIAS
ANGOTTI-SALGUEIRO, H. A construção de representações nacionais: os desenhos
de Percy Lau na Revista Brasileira de Geografia e outras “visões iconográficas” do
Brasil moderno. Anais do museu paulista: história e cultura material, São Paulo,
v. 13, n. 2, p. 21-72, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v13n2/a03v13n2.pdf>. Acesso em: 22 maio
2019.
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BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria Executiva. Secretaria de Educação
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Básica. Conselho Nacional de Educação. Base Nacional Comum Curricular:
Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília, DF: MEC; Secretaria Executiva;
Secretaria de Educação Básica; Conselho Nacional de Educação, 2017.
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CAMPOS, A. C. Metodologia do ensino de geografia. São Cristóvão: Universidade
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Federal de Sergipe, CESAD, 2010. Disponível em:
<http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCata-
lago/17554416022012Metodologia_do_Ensino_de_Geografia_Aula_1.pdf>. Acesso
em: 22 maio. 2019.
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2003.
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FRANCO, A. P.; SILVA JR., A. F.; GUIMARÃES, S. Saberes históricos prescritos na
BNCC para o ensino fundamental: tensões e concessões. Ensino em Revista.
Uberlândia, v. 25, p. 1016-1035. Disponível em:
<http://www.seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/view/46455/24952>. Acesso: 1
abr. 2019.
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Educação em Foco, Vale do Ribeira, v.1, n. 22, p. 8-29, set. 2013. Disponível em:
<http://unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/
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educacao_foco/artigos/ano2013/setembro/ensino_geografia.pdf>. Acesso em: 22
maio 2019.