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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

AS TRANSFORMAÇÕES DO ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA


NA CONTEMPORANEIDADE

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seõçatona reV
Julia Rany Campos Uzun

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SEM MEDO DE ERRAR

P ara elaborar o plano de ensino de história e geografia para a educação


infantil dentro das normativas da Base Nacional Comum Curricular, a
professora Alice terá como principal desafio centralizar o aluno como agente do
processo de ensino-aprendizagem, colocando-o como produtor da cultura e da
sociedade em que vive. Nesse sentido, o novo plano de ensino deve responder aos
cinco campos de experiência, desenvolvendo práticas em sala de aula que
estimulem o trabalho com a identidade, com a alteridade, com o reconhecimento
do espaço, do tempo físico, do tempo cronológico, das medidas e do
reconhecimento de outras culturas, ampliando o horizonte do aluno para além de
sua comunidade de vivência próxima.

Cumprida essa tarefa, a professora Alice deverá partir para o desenvolvimento do


plano de ensino de história e geografia dos anos iniciais do ensino fundamental.
Seus preceitos principais deverão ser a articulação dos fatos históricos estudados
com o presente vivido do aluno, permitindo desenvolver seu senso crítico e sua
capacidade de analisar outras sociedades. Deve, também, ter como prioridade o
desenvolvimento do pensamento espacial e do raciocínio geográfico no aluno,
tornando-o autônomo para reconhecer e questionar as paisagens e os ambientes
por onde passar.

A BNCC estimula o trabalho transdisciplinar a partir do momento em que trata dos


componentes curriculares e de suas habilidades a serem desenvolvidas sem
determinar as disciplinas e suas cargas horárias. Dessa forma, é possível que a
professora Alice proponha diversos projetos temáticos para o trabalho com
conceitos específicos que ultrapassem as diversas disciplinas e dialoguem com o
cotidiano do aluno – como uma prática de reconhecimento da comunidade em que
o aluno vive (em um contexto social e espacial), a construção histórica da cidade
em que o aluno vive e de seus bairros ou a proposta da criação de um álbum da
família (e de suas origens). Com isso, o trabalho de colaboração entre as disciplinas
também ocorre de forma contínua, permitindo o desenvolvimento dos
conhecimentos e habilidades propostos pela BNCC para os componentes
curriculares de história e geografia para a educação infantil e os anos iniciais do
ensino fundamental.
AVANÇANDO NA PRÁTICA

A BNCC E A ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Após alinhar o plano de ensino da área das humanidades da educação infantil, a

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professora Alice se reuniu com o corpo docente do colégio que atua nessa etapa

seõçatona reV
de ensino para discutir as possíveis dúvidas que viessem a surgir com a nova
proposta curricular, que transforma o aluno em um agente de sua cultura e de sua
sociedade, tornando-o ativo no processo de ensino-aprendizagem. A professora
Leila, que leciona para crianças de 2 a 3 anos, solicitou a ajuda da coordenadora
acerca da nova organização do tempo dentro da dinâmica escolar: se a BNCC
determina que os professores devem desenvolver cinco campos de experiência, de
que forma o tempo de aula deve ser dividido para que todas as atividades sejam
realizadas a ponto de estimular todos os campos, visto que as professoras são
polivalentes?

RESOLUÇÃO 

A coordenadora Alice indicou para a professora Leila a necessidade de criar


uma rotina no ambiente da sala de aula como mais um elemento educativo,
que permite que as crianças aprendam sobre as convenções sociais e se
acostumem à passagem do tempo físico, dentre os quais estão os horários
para o cuidado com a higiene e para a alimentação. De acordo com a BNCC, o
reforço à rotina transmite segurança para as crianças, a partir do momento em
que são criados episódios diários repetidos, diminuindo sua ansiedade. Isso
responde a uma das principais determinações do documento para a educação
infantil, que é a criação da autonomia e da autorregulação. No entanto, a
coordenadora atentou para a necessidade de não centrar a rotina diária em
um grande bloco para o trabalho com os campos de experiência, mas sim criar
diversos momentos para a interação da criança em grandes grupos,
permitindo, inclusive, a interação entre os grupos com faixas etárias distintas,
nos quais ela deve ter liberdade para interação com a natureza e com o
ambiente. Assim, a nova rotina deve incluir alguns tempos fixos, outros
modificáveis, sem trabalhar em blocos e com atividades curtas, dando bastante
atenção para sua ludicidade.

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