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Julia Rany Campos Uzun
seõçatona reV
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CONVITE AO ESTUDO
Ao término desta unidade, é importante que você consiga identificar como era o
contexto educacional antes da promulgação da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) para as séries indicadas, especialmente em história e geografia, e como ele
foi transformado com a nova legislação em vigor. Nesse processo, você deve se
atentar principalmente às mudanças colocadas pela Base Nacional Comum
Curricular em comparação com os Parâmetros Curriculares Nacionais, buscando
descobrir quais são os diferenciais e as competências específicas dispostas pelo
novo documento, promovendo uma abordagem ampla e interdisciplinar e
desenvolvendo seus conhecimentos e habilidades.
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A professora Alice assumiu a coordenação de humanidades de um colégio de
educação infantil e ensino fundamental I e viu-se com um conjunto de desafios a
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serem enfrentados antes mesmo do início do ano letivo. O primeiro deles era a
atualização do plano de ensino de história e geografia para as novas
determinações legais vigentes no país, visto que todo o planejamento do currículo
escolar ainda seguia o modelo dos Parâmetros Curriculares Nacionais e precisava
ser adequado à Base Nacional Comum Curricular. O que a professora Alice precisa
observar para adequar o plano de ensino desses componentes curriculares às
propostas do novo documento? Como o tratamento dado aos componentes de
história e geografia sofreu transformações nas últimas décadas brasileiras? De que
forma o ensino de história e geografia foi realizado nos últimos anos e como foi
modificado pela Base Nacional Comum Curricular? Como é possível comparar as
metodologias, abordagens e os conteúdos trazidos pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais e pela Base Nacional Comum Curricular? Como ela pode garantir o
trabalho interdisciplinar e transdisciplinar a partir dessa nova proposta?
CONCEITO-CHAVE
REFLITA
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Como resultado desse processo, as diversas propostas curriculares foram
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consolidadas na primeira versão dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em 1995,
encaminhados para a avaliação e consulta de um grupo de especialistas e
professores. No processo de validação dos PCNs, o governo brasileiro promulgou a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), que determinou que
a educação deveria ter como finalidade o desenvolvimento pleno do aluno,
preparando-o para a prática cidadã e para o universo do trabalho. A LDB atribuiu
ao componente curricular de história a responsabilidade do estudo da realidade
política e social, destacando a importância da contribuição das diversas etnias e
culturas para a construção do Brasil. Também ressalta a relevância do estudo da
história da África e de seus habitantes, da presença negra no Brasil e seu legado. A
geografia, por sua vez, seria a responsável pelo conhecimento natural e físico do
mundo (FONSECA, 2003).
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a concepção que entende a criança como um ser histórico, psicológico e social,
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tendo o construtivismo como referencial teórico e, portanto, partindo do universo
da criança para elaborar uma educação transformadora e democrática. Divide a
educação infantil por idades, devendo ser oferecida em creches (ou instituições
equivalentes) até os 3 anos de idade e pré-escolas, entre os 4 e 6 anos,
determinando objetivos para cada faixa etária (CERISARA, 2002).
“
[...] diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos
e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do ensino
fundamental e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e local. (BRASIL, 2017, p. 10).
PESQUISE MAIS
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auxiliam na exploração do espaço e no reconhecimento de diversas linguagens
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presentes nas diferentes culturas (no campo “Corpo, gestos e movimentos”);
permitem a experiência dos alunos com as manifestações culturais, científicas e
artísticas de muitos povos, incluindo de diversas áreas brasileiras, permitindo que
o aluno reproduza essas práticas (no campo “Traço, sons, cores e formas”); ajudam
a reconhecer as variadas formas de comunicação da cultura humana, como os
jogos e as brincadeiras, estimulando a imaginação (no campo “Escuta, fala,
pensamento e imaginação”); e a construção de noções de espaço, tempo físico,
tempo cronológico e medidas (no campo “Espaço, tempo, quantidades, relações e
transformações”).
Dentro dos preceitos da BNCC, a história deve criar um diálogo constante entre o
presente vivido e o passado, transformando o componente curricular em uma
ferramenta para a compreensão das diferentes sociedades e das formas de se
viver. Mais do que conhecer os fatos de outras épocas, os alunos devem ter a
capacidade de relacionar os acontecimentos de diversas épocas aos fenômenos da
atualidade. Isso deve instigar o aluno a ter um olhar crítico para os fatos históricos,
motivando-os a criar suas próprias hipóteses, questionamentos e interpretações,
confrontando o conhecimento histórico pré-determinado. Para essa mudança no
olhar, é preciso levar a cabo cinco processos diferentes: a identificação do objeto
de estudo e dos sentidos
Dentro dos preceitos da BNCC, a história deve criar um diálogo constante entre o
presente vivido e o passado, transformando o componente curricular em uma
ferramenta para a compreensão das diferentes sociedades e das formas de se
viver. Mais do que conhecer os fatos de outras épocas, os alunos devem ter a
capacidade de relacionar os acontecimentos de diversas épocas aos fenômenos da
atualidade. Isso deve instigar o aluno a ter um olhar crítico para os fatos históricos,
motivando-os a criar suas próprias hipóteses, questionamentos e interpretações,
confrontando o conhecimento histórico pré-determinado. Para essa mudança no
olhar, é preciso levar a cabo cinco processos diferentes: a identificação do objeto
de estudo e dos sentidos atribuídos a ele; a comparação entre a realidade do aluno
e a do outro (da sociedade de seu objeto), reconhecendo suas semelhanças e suas
diferenças; a contextualização dos fenômenos históricos, dotando-os de
significados; a interpretação do conteúdo, permitindo o posicionamento crítico
sobre ele; e, por fim, a análise do objeto estudado, problematizando, inclusive, as
formas de escrever a história. Para que isso seja possível, é necessário que o
professor se coloque como um auxiliar no processo de construção do saber,
abrindo espaço para que seus alunos desenvolvam um papel ativo na elaboração
de seu próprio conhecimento (BRASIL,2017).
EXEMPLIFICANDO
Dentro da proposta da BNCC, uma aula de história para o ensino
fundamental I sobre a formação da comunidade em que os alunos vivem
deve, ao mesmo tempo, mostrar a eles que suas famílias chegaram ao
Brasil em um momento em que a mão de obra estrangeira era necessária
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(especialmente no caso de famílias italianas, espanholas, portuguesas,
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alemãs e japonesas), apontando os motivos da vinda, as formas de
adaptação e as memórias da nação de origem. Ao mesmo tempo, o
professor pode questionar porque os movimentos migratórios de
refugiados que chegam ao Brasil na atualidade (como é o caso dos sírios e
dos latino-americanos) não possuem a mesma receptividade, instigando o
pensamento crítico nos alunos.
A abordagem da BNCC para o ensino de geografia, por sua vez, busca enfatizar o
desenvolvimento do raciocínio geográfico e do pensamento espacial para os anos
iniciais do ensino fundamental. O conhecimento é dividido em cinco unidades
distintas: “O sujeito e seu lugar no mundo”; “Conexões e escalas”; “Mundo do
trabalho”; “Formas de representação e pensamento espacial” e “Natureza,
ambientes e qualidade de vida”, buscando preparar o aluno para questionar todos
os fenômenos que se materializam no espaço ao seu redor, retomando o princípio
inicial da BNCC, que é levar a criança e o adolescente a buscarem diversos tipos de
informação através dos lugares e paisagens por onde passam, compreendendo
suas relações e discutindo os motivos de sua ocorrência (BRASIL,2017, p. 358-360).
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Os dois referenciais curriculares também defendem a transversalidade entre as
disciplinas, evocando-a por meio dos Temas Transversais, nos PCNs, e dos Temas
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Integradores, na BNCC. Nos dois documentos, são apresentados os objetivos e as
competências (gerais e específicas) que todas as áreas do conhecimento devem
desenvolver nos diversos níveis de ensino. Os documentos também contemplam a
possibilidade de currículos escolares adaptáveis às diversas realidades brasileiras,
determinando uma parcela comum a todos os colégios e uma parte diversificada,
que deve ser escolhida por cada instituição de ensino em conjunto com sua
comunidade. Tanto o PCN quanto a BNCC fazem referências aos materiais,
recursos e atividades lúdicas e diversificadas que podem ser realizadas,
enfatizando as tecnologias, como jogos, computador e calculadora. Os conteúdos
de cada componente curricular são apresentados de forma agrupada, criando os
blocos de conhecimento, nos PCNs, e os eixos de conhecimento, na BNCC
(BRASIL,1998).
ASSIMILE
A BNCC trouxe uma grande inovação para a educação infantil em relação aos
documentos anteriores por avançar de forma significativa no olhar sobre os modos
de aprendizagem da criança, criando referências para a elaboração de um
currículo a partir de direitos de seu desenvolvimento, colocando a criança como a
figura principal em todos os espaços e transformando-a em agente criadora e
transformadora da sociedade e da cultura em que vive. Os documentos anteriores,
como o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil tratavam a criança como mero
receptor do conhecimento oferecido pelo professor.
Ainda que os documentos possuam algumas semelhanças, a BNCC traz muito mais
detalhes em relação às competências e às habilidades a serem trabalhadas em
cada componente curricular. Ela também abre maiores possibilidades de
adequação do currículo no ensino fundamental, a partir do momento em que
apenas define componentes curriculares – e não disciplinas – que se desenvolvem
em habilidades a serem trabalhadas em cada ano. Seu propósito principal é o
estabelecimento de um trabalho transdisciplinar e interdisciplinar mais intenso,
por meio de um ensino mais contextualizado, dentro das obrigações determinadas
pela Lei de Diretrizes e Bases, que afirma que a carga horária anual mínima deve
ser aumentada para 1400 horas, de forma gradual. Ela também trabalha com a
educação integral do indivíduo, buscando torná-lo capaz para resolver problemas,
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argumentar, tomar decisões, ser criativo, alcançando o sucesso profissional e
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pessoal.