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I

FOCO NO MERCADO DE TRABALHO


OS OBJETIVOS DA BNCC PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA NAS
SÉRIES INICIAIS

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seõçatona reV
Julia Rany Campos Uzun

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SEM MEDO DE ERRAR

E m conjunto, a professora Sandra (responsável pelo componente curricular de


geografia para a educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental) e a
coordenadora Alice analisaram as propostas da Base Nacional Comum Curricular e
conheceram as orientações do documento para os programas de geografia: na
educação infantil, os principais objetivos do componente são determinados por
meio do cumprimento dos seis direitos de aprendizagem a partir dos cinco campos
de experiência, transformando o aluno em agente construtor do conhecimento e
desenvolvendo a criança de forma integral, utilizando a geografia como forma de
desenvolver sua identidade, de mediar seu conhecimento sobre o tempo e o
espaço e de reconhecer e respeitar as diferenças. Nos anos iniciais do ensino
fundamental, por sua vez, os objetivos principais do componente curricular devem
permitir o reconhecimento do indivíduo e do outro, as relações do homem com a
natureza (e suas formas de transformar o espaço), a articulação entre as escalas
geográficas (ligando os fenômenos locais aos globais), o reconheci- mento das
diversas profissões e a alfabetização cartográfica.

A partir da determinação das principais orientações da BNCC, as professoras


Sandra e Alice devem se atentar para a proposta de tecnologias que abranjam os
seis direitos fundamentais da criança (conviver, brincar, participar, explorar,
expressar e conhecer-se) para a educação infantil, além das competências
específicas e as habilidades que a geografia precisa desenvolver nos anos iniciais
do ensino fundamental. Nesse sentido, é importante que as professoras se
utilizem de tecnologias que envolvam o trabalho em grupo, o movimento corporal,
o desenvolvimento da atenção, o respeito ao outro, a promoção de elementos
identitários e a valorização do espaço vivido. Para os alunos não-alfabetizados,
propõe-se a elaboração de jogos envolvendo a concepção do tempo e do espaço,
de brincadeiras que promovam o reconhecimento do espaço vivido e do próprio
corpo, além da elaboração de atividades que permitam que o aluno reconheça a si
mesmo como parte ativa de seu ambiente, como desenhos, elaboração de cartazes
e colagens. Já para os alunos alfabetizados, além das atividades já sugeridas, é
possível trabalhar com a descrição de espaços e lugares, com fotografias e com
orientações geográficas.
Diante desse esforço de reformulação das abordagens para o trabalho com o
componente curricular de geografia, as professoras Sandra e Alice podem propor
um olhar interdisciplinar acerca de diversas temáticas. Ao discutir a construção da
identidade do aluno por meio de seu ambiente vivido, elas podem criar um amplo

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diálogo com outros componentes curriculares, como a história (que reflete sobre a

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identidade e a origem da criança) e a língua portuguesa (que pensa sobre a
identidade linguística do aluno). Ao trabalhar com o mundo do trabalho, novos
diálogos podem se abrir com o componente curricular de história. As brincadeiras
e jogos que envolvem o espaço e o corpo levam aos diálogos com o componente
curricular de educação física, enquanto as criações de maquetes, cartazes e
colagens sobre o espaço vivido podem ser realizadas em conjunto pelo
componente curricular de artes.

AVANÇANDO NA PRÁTICA

A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA E A BNCC


Ao estudarem as orientações da Base Nacional Comum Curricular, a coordenadora
Alice e a professora Sandra reconheceram o desenvolvimento do pensamento
espacial e o raciocínio geográfico como os principais elementos norteadores para o
ensino de geografia sob as novas determinações. Para desenvolver esses
elementos, elas decidiram criar estratégias para iniciar a alfabetização cartográfica
nos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, permitindo que eles
pudessem acessar as diversas formas de representação do espaço e reconhecer
várias formas de interação entre o homem e a natureza. Qual é a importância da
alfabetização cartográfica para cumprir os objetivos do componente curricular de
geografia para os anos iniciais do ensino fundamental? Quais táticas elas podem
desenvolver para a promoção da alfabetização cartográfica? De quais tipos de
documentos e linguagens elas podem se valer para esse fim?

RESOLUÇÃO 

O desenvolvimento da alfabetização cartográfica é um dos principais focos da


proposta da Base Nacional Comum Curricular para os anos iniciais do ensino
fundamental, pois permite que o aluno dê os primeiros passos para o
aprendizado dos conhecimentos cartográficos. Como o espaço e o tempo são
conceitos muito abstratos, a alfabetização cartográfica precisa partir da
realidade do aluno, de seu espaço concreto, percebido e vivido. Nesse sentido,
as professoras Alice e Sandra devem começar o processo de alfabetização
cartográfica a partir do universo do aluno, com brincadeiras e jogos que
envolvam seu corpo e permitam a apropriação do espaço a partir dos sentidos,
como a visão, o tato e a audição. Brincadeiras de roda com cordas ou com
pulos são indicadas, pois permitem o trabalho com alguns conceitos
geométricos iniciais. Além disso, as professoras devem se utilizar de maquetes,
com a planta da sala de aula, com o mapa do corpo, com fotos e com a
construção de instrumentos de orientação (como a bússola), desenvolvendo
noções básicas de cartografia.

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