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CAPITULO 12

TRANSMISSÃO POR ELEMENTOS FLEXÍVEIS

12.1-INTRODUÇÃO

A transmissão de potência ou movimento pode ser transmitida por elementos


flexíveis, os quais podem ser assim relacionados: correias, polias, correntes, cabos e
eixos. Sendo que a utilização dos mesmos, pode ser evidenciada de acordo com a sua
respectiva aplicação, nas mais diversas situações, envolvendo maquinas e equipamentos.

Outros elementos flexíveis são: fitas de aço, correntes, cordas, na transmissão por
elementos flexíveis ocorre a resistência denominada de rijeza; é a resistência oposta pelo
órgão flexível ao variar o seu raio de curvatura, isto é, ao ser enrolado ou desenrolado de
um cilindro.

Exemplo: Uma fita de aço, para ser enrolada sobre uma polia, requer um trabalho
externo para se vencer as reações elásticas que o material opõe a sua deformação, logo
que cessa a ação das forças externas, devida às reações elásticas do material, a fita de aço
se endireita espontaneamente sem gastar trabalho externo.

Uma corrente metálica, o atrito entre os elos se opõe a qualquer variação de


posição.

Os cabos, e cordas e as correias apresentam um comportamento intermediário isto


para desenrolá-las, depois do enrolamento, deverá ser gasta uma energia menor do que a
gasta para enrolá-la. A diferença destas energias é tanto mais sensível, quanto mais se
aproxima do comportamento elástico.

12.2- TRANSMISSÃO POR CORREIAS

Corresponde aos elementos de maquinas que transmitem movimento de rotação


entre dois eixos (motor e movido) por intermédio de polias.

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Figura 12.1- Transmissão de correias

Polia que transmite movimento e forca corresponde a polia motora ou condutora.


Polia que recebe movimento e forca corresponde a polia movida ou conduzida.
Existem diversos tipos de correias, de forma que as mais empregadas são planas
e as trapezoidais. A correia em V ou trapezoidal e inteiriça, produzida com seção
transversal em forma de trapézio, feita de borracha revestida de lona e constituída em seu
interior por coronéis vulcanizados utilizados para suportar as forças de tração.
A escolha do emprego da correia trapezoidal ou em V, em relação a correia plana,
e justificável porque:

• Praticamente não apresenta deslizamento.

• Permite a proximidade das polias.

• Elimina choques e ruídos presentes em correias emendadas (planas).

A seguir são visualizados os diferentes perfis padronizados de correias trapezoidais.

Figura 12.2 - Perfis de correias trapezoidais

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Correias podem ser: Planas, V, sincronizadas (dentadas) e suas derivações

Fatores que influenciam o rendimento: o principal fator que influencia o


rendimento é a rijeza, que é a resistência do órgão flexível ao variar sua curvatura.

EMPREGO DE CORREIA: Usado quando a distância entre eixos impossibilita a utilização


de engrenagens, sendo este movimento transmitido pelo atrito entre a correia e a polia.

VANTAGENS: não transmitem choques, não apresentam problemas de lubrificação,


podem servir como elemento de proteção contra extrema sobrecarga, são econômicas e de fácil
montagem.

As transmissões por correias possuem como principais características:


- permitem a transmissão de potência entre eixos relativamente distantes um do
outro;
- baixo custo;
- absorvem vibrações devido a flexibilidade da correia;
- funcionamento silencioso.

Figura 12.3 – Polias e correias (I- distância entre centros)

A polia que transmite o movimento é chamada de polia motriz ou acionadora.


A polia que recebe o movimento é chamada de polia movida ou acionada.

PRINCIPAIS TIPOS DE CORREIAS

Figura 12.4 – Tipos de correias

MATERIAIS DAS CORREIAS

Podem ser: couro, borracha, tecidos, fita de aço, nylon, neoprene, compostos.

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ESQUEMAS DE MONTAGEM

Figura 12.5 – Montagens

Com exceção da montagem aberta as outras exigem que a correia tenha maior
flexibilidade. As transmissões por correias podem ser classificadas quanto a relação de
transmissão em:
 TRANSMISSÂO REDUTORA: Quando a frequência da polia movida é menor
do que a frequência da polia motriz ou seja: i > 1
 TRANSMISS˜AO MULTIPLICADORA: Quando a frequência da roda movida e
maior do que a frequência da roda motriz ou seja: i < 1
As transmissões por correias e polias ainda apresentam as seguintes vantagens:
 Possuem baixo custo inicial, alto coeficiente de atrito, elevada resistência ao
desgaste e funcionamento silencioso.
 São flexíveis, elásticas e adequadas para grandes distancias entre centros.

Figura 12.6 – Transmissões por correis e polias

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São montadas com uma devida tensão em função da potência a transmitir.
Sempre nestas transmissões temos dois ramais, um menos tenso t e um mais tenso T.

Para o aumento do ângulo de abraçamento o ramal menos tenso se encontra na


parte superior.

Figura 12.6 – Transmissões por correis e polias

ANALISE DE FORÇAS NA CORREIA

As forças que atuam no elemento rdα, forças tangencias, forças centrifugas e


forças de rijeza.

Figura 12.7 – Forças atuantes

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RESULTANTE DAS FORÇAS DE RIJEZA

As fibras externas do elemento rdα são tracionadas e por isso são alongadas
com alongamento ε, e igual a:

Indicando com R a força tangencial de rijeza e com S a secção do elemento em


questão temos;

A resultante radial será:

Logo, a força radial sobre o elemento será:

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A força de atrito elementar entre a correia e polia será:

O diferencial da força tangencial deve ser menor ou igual a força de atrito para
não haver escorregamento da correia sobre a polia, logo:

Integrando entre t e T, O e a

Força tangencial

Para velocidades v menor que 20 m/s e correias de pequenas espessuras

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FORÇAS NOS EIXOS

Quando em repouso a força que tende a aproximar os eixos das polias é dada
por:

Os dois ramais da correia são tracionados com a mesma força To=(T-t)/2.

Quando em movimento deve-se levar em conta a força centrifuga. A força que


tende aproximar os eixos das polias é dada, neste caso por:

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TENSÕES NAS CORREIAS:

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COMPRIMENTO NOMINAL DA CORREIA

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DIMENSIONAMENTO E SELEÇÃO DE CORREIAZ COM PERFIL TREPEZOIDAL

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1- Representação de uma transmissão:

α = Ângulo de abraçamento entre a correia e a menor polia em mm

D1= Diâmetro da menor polia em mm

D2= Diâmetro da maior polia em mm

I= Distância entre os centro das duas polias em mm

l=comprimento nominal da correia e mm

2- Cálculo da distância entre centros das duas polias

3- Calculo do comprimento nominal da correia

4- Cálculo do ângulo de abraçamento entre correia e polia ou arco de contato

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5- Gráfico para determinação da secção das correias A, B, C, D, e E

6- Gráfico para determinação da secção das correias 3V, 5V, e 8V

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7- Tabela para correção do fator de serviço da transmissão

8- Fator de correção do arco de contato α

D2-D1/I Fator Ângulo do menor arco contato

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9- Calculo da capacidade em HP por correia

9-Comprimento nominal de correias

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10-Polias para correias

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Referências Bibliográficas

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