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Exercícios

Texto I - O futuro na balança

Se na década de 1970 o principal entrave ao desenvolvimento das crianças brasileiras era a


desnutrição, hoje, quase 50 anos depois, a preocupação pende para o extremo oposto da balança. “A
obesidade é a maior epidemia de todos os tempos e não deixou o Brasil de fora”, sentencia a pediatra
Renata Machado, do Departamento de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). É
um problema que afeta gente de todas as idades – a prevalência entre os adultos aumentou 60% no
país de 2006 a 2016! – e começa cada vez mais cedo. Entre meninos e meninas de 5 a 9 anos, 33% já
estão acima do peso e 15% são considerados obesos. Nesse ritmo, a estimativa é que a obesidade
atinja 11,3 milhões de brasileirinhos em 2025. E por que os especialistas se inquietam tanto com isso?
“Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”, alerta Michele Lessa,
coordenadora de alimentação e nutrição do Ministério da Saúde. A condição está associada a nada
menos que 26 doenças crônicas, como pressão alta e diabetes tipo 2 – problemas que deixaram de ser
exclusividade de gente grande. Nesse cenário, vislumbra-se, pela primeira vez na história recente, uma
geração que poderá viver menos e pior que seus pais.

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Texto I - O futuro na balança

Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida. Isso por causa da má qualidade da
alimentação, que nas últimas décadas vem perdendo nutrientes bacanas e ganhando açúcar, gordura e sódio desde
muito cedo. Imagine que 32,5% das crianças com menos de 2 anos consomem refrigerante ou bebidas adoçadas cinco
ou mais vezes na semana. “O que vemos é uma geração de mães e pais que trabalham muito, que chegam em casa e
não têm tempo de cozinhar e acabam oferecendo alimentos prontos, mais baratos e com alto teor calórico”, observa a
pediatra Louise Cominato, coordenadora do Ambulatório de Obesidade do Instituto da Criança do hospital das Clínicas
de São Paulo. É claro que não se trata de culpar os pais. Até porque hábitos alimentares se constroem também a partir
de políticas públicas, informação adequada, melhoria do ambiente escolar, restrição de propaganda e redução da
disponibilidade de produtos desequilibrados. Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que
sustentam o ganho de peso. “A obesidade é um problema complexo e multifatorial”, ressalta Odete Freitas, diretora de
sustentabilidade da Amil, companhia de seguros que lançou em 2014 o movimento “Obesidade Infantil Não”, com o
intuito de conscientizar escolas e toda a sociedade. O sedentarismo, ela lembra, tem papel decisivo nos quilos a mais.
Estudos sugerem que, ao chegar aos 18 anos, um jovem de hoje poderá ter passado três anos em frente a uma tela de
televisão, celular ou tablete. Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em movimento
fiquem em segundo plano.

Texto I - O futuro na balança

Outro aspecto associado ao abuso das telas e ao próprio excesso de peso é a má qualidade do sono. Sem horários
estabelecidos para dormir e acordar, muitas crianças descansam pouco ou mal, situação propícia a desregular
hormônios que controlam a fome e a saciedade e o desenvolvimento do corpo. Tem mais: sono ruim gera cansaço, baixo
rendimento escolar e problemas emocionais. E aí chegamos a outro ponto crítico: a obesidade não compromete só a
saúde física, prejudica também o bem-estar mental e social. “Algo que os pacientes trazem muito é a questão do
preconceito. As crianças acima do peso são humilhadas e responsabilizadas por seu problema”, repara a médica Maria
Edna de Melo, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Com a campanha “Obesidade, Eu Trato com Respeito”, a entidade procura esclarecer, por exemplo, que recriminar a
criança funciona apenas como fonte de estresse. “Obesidade precisa de tratamento, não existe um botão de liga e
desliga”, afirma Maria Edna. Não é incomum, nesse contexto, que na convivência diária pais e cuidadores deixem de
notar que o pequeno está ganhando peso demais. Daí a necessidade de prestar atenção e acompanhar de perto com o
pediatra. Até porque, uma vez instalada a obesidade, mais difícil fica reverter o quadro. “Sem uma atuação em conjunto,
que envolva uma equipe interdisciplinar, a família e a escola, não há como resolver”, avalia a educadora física Vera
Lúcia Perino Barbosa, presidente do Instituto Movere, em São Paulo.

(Paula Desgualdo. Revista Saúde é Vital. São Paulo: Editora Abril, setembro de 2018. (adaptado))

01. A autora explora uma aparente contradição na seguinte frase:

(a) “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso”;

(b) “Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida”;

(c) “Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em
movimento fiquem em segundo plano”;

(d) “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”.

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01. A autora explora uma aparente contradição na seguinte frase:

(a) “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso”;

(b) “Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada
desnutrida”;

(c) “Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em
movimento fiquem em segundo plano”;

(d) “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”.

02. “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso” (l.22). Nesta frase, a palavra em destaque é empregada no sentido
de:

(a) desarrumação;

(b) transtorno;

(c) enguiço;

(d) diarreia.

02. “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso” (l.22). Nesta frase, a palavra em destaque é empregada no sentido
de:

(a) desarrumação;

(b) transtorno;

(c) enguiço;

(d) diarreia.

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03. “É um problema que afeta gente de todas as idades...” (l.5). Neste trecho, a
palavra destacada pode ser substituída por:

(a) atinge;

(b) simula;

(c) representa;

(d) sensibiliza.

03. “É um problema que afeta gente de todas as idades...” (l.5). Neste trecho, a
palavra destacada pode ser substituída por:

(a) atinge;

(b) simula;

(c) representa;

(d) sensibiliza.

04. Está empregada em sentido figurado ou conotativo a palavra destacada em:

(a) “A obesidade é a maior epidemia de todos os tempos...”

(b) “Nesse cenário, vislumbra-se, pela primeira vez na história recente...”

(c) “... a preocupação pende para o extremo oposto da balança.”

(d) “...a prevalência entre os adultos aumentou 60% no país de 2006 a 2016!”

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04. Está empregada em sentido figurado ou conotativo a palavra destacada em:

(a) “A obesidade é a maior epidemia de todos os tempos...”

(b) “Nesse cenário, vislumbra-se, pela primeira vez na história recente...”

(c) “... a preocupação pende para o extremo oposto da balança.”

(d) “...a prevalência entre os adultos aumentou 60% no país de 2006 a 2016!”

05. Em “A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas...” (l.10),
a palavra destacada se refere a:

(a) chance;

(b) obesidade;

(c) nutrição;

(d) problema.

05. Em “A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas...” (l.10),
a palavra destacada se refere a:

(a) chance;

(b) obesidade;

(c) nutrição;

(d) problema.

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O texto a seguir é uma circular, datada de 1794, dirigida aos funcionários públicos da França, após a Revolução
Francesa:

O funcionário público, acima de tudo, deve desfazer-se da roupagem antiga e abandonar a polidez forçada, tão
inconsistente com a postura de homens livres, e que é uma relíquia do tempo em que alguns homens eram ministros e
outros, seus escravos.

Sabemos que as velhas formas de governo já desapareceram: devemos até esquecer como eram. As maneiras simples
e naturais devem substituir a dignidade artificial que frequentemente constituía a única virtude de um chefe de
departamento ou outro funcionário graduado.

Decência e genuína seriedade são os requisitos exigidos de homens dedicados à coisa pública. A qualidade essencial do
Homem na Natureza consiste em ficar de pé. O jargão ininteligível dos velhos ministérios deve dar lugar ao estilo claro,
conciso, isento de expressões de servilismo, de formas obsequiosas, indiretas e pedantes, ou de qualquer insinuação no
sentido de que existe autoridade superior à razão e à ordem estabelecida pelas leis – um estilo que adote atitude natural
em relação às autoridades subalternas. Não deve haver frases convencionais, nem desperdício de palavras.

(Apud LASSWELL, Harold e KAPLAN, Abraham. A linguagem da política. Brasília: EUB, 1979)

06. De acordo com o contexto, as “maneiras simples e naturais” (l.3-4) podem ser
traduzidas por atitudes que denotem:

(a) despretensão, frugalidade, naturalidade e complexidade;

(b) humildade, modéstia, presunção e franqueza;

(c) desafetação, espontaneidade, sobriedade e despojamento;

(d) sinceridade, pompa, singeleza e modéstia.

06. De acordo com o contexto, as “maneiras simples e naturais” (l.3-4) podem ser
traduzidas por atitudes que denotem:

(a) despretensão, frugalidade, naturalidade e complexidade;

(b) humildade, modéstia, presunção e franqueza;

(c) desafetação, espontaneidade, sobriedade e despojamento;

(d) sinceridade, pompa, singeleza e modéstia.

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07. Pode-se inferir que o texto está relacionado à história porque, em relação à
França:

(a) narra fatos históricos;

(b) defende historicamente teses contrárias entre si;

(c) descreve temática ufanista relativa ao país;

(d) reflete ideais e concepções da sociedade da época.

07. Pode-se inferir que o texto está relacionado à história porque, em relação à
França:

(a) narra fatos históricos;

(b) defende historicamente teses contrárias entre si;

(c) descreve temática ufanista relativa ao país;

(d) reflete ideais e concepções da sociedade da época.

08. A expressão “jargão ininteligível” (l.7) diz respeito àquele que não se consegue:

(a) ler;

(b) escutar;

(c) igualar;

(d) compreender.

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08. A expressão “jargão ininteligível” (l.7) diz respeito àquele que não se consegue:

(a) ler;

(b) escutar;

(c) igualar;

(d) compreender.

09. De acordo com o contexto, afirmativa segundo a qual “a qualidade essencial do


Homem na Natureza consiste em ficar de pé” (l.6-7) fundamenta-se em fator:

(a) cultural;

(b) literário;

(c) social;

(d) biológico.

09. De acordo com o contexto, afirmativa segundo a qual “a qualidade essencial do


Homem na Natureza consiste em ficar de pé” (l.6-7) fundamenta-se em fator:

(a) cultural;

(b) literário;

(c) social;

(d) biológico.

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