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Texto I - O futuro na balança
Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida. Isso por causa da má qualidade da
alimentação, que nas últimas décadas vem perdendo nutrientes bacanas e ganhando açúcar, gordura e sódio desde
muito cedo. Imagine que 32,5% das crianças com menos de 2 anos consomem refrigerante ou bebidas adoçadas cinco
ou mais vezes na semana. “O que vemos é uma geração de mães e pais que trabalham muito, que chegam em casa e
não têm tempo de cozinhar e acabam oferecendo alimentos prontos, mais baratos e com alto teor calórico”, observa a
pediatra Louise Cominato, coordenadora do Ambulatório de Obesidade do Instituto da Criança do hospital das Clínicas
de São Paulo. É claro que não se trata de culpar os pais. Até porque hábitos alimentares se constroem também a partir
de políticas públicas, informação adequada, melhoria do ambiente escolar, restrição de propaganda e redução da
disponibilidade de produtos desequilibrados. Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que
sustentam o ganho de peso. “A obesidade é um problema complexo e multifatorial”, ressalta Odete Freitas, diretora de
sustentabilidade da Amil, companhia de seguros que lançou em 2014 o movimento “Obesidade Infantil Não”, com o
intuito de conscientizar escolas e toda a sociedade. O sedentarismo, ela lembra, tem papel decisivo nos quilos a mais.
Estudos sugerem que, ao chegar aos 18 anos, um jovem de hoje poderá ter passado três anos em frente a uma tela de
televisão, celular ou tablete. Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em movimento
fiquem em segundo plano.
Outro aspecto associado ao abuso das telas e ao próprio excesso de peso é a má qualidade do sono. Sem horários
estabelecidos para dormir e acordar, muitas crianças descansam pouco ou mal, situação propícia a desregular
hormônios que controlam a fome e a saciedade e o desenvolvimento do corpo. Tem mais: sono ruim gera cansaço, baixo
rendimento escolar e problemas emocionais. E aí chegamos a outro ponto crítico: a obesidade não compromete só a
saúde física, prejudica também o bem-estar mental e social. “Algo que os pacientes trazem muito é a questão do
preconceito. As crianças acima do peso são humilhadas e responsabilizadas por seu problema”, repara a médica Maria
Edna de Melo, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Com a campanha “Obesidade, Eu Trato com Respeito”, a entidade procura esclarecer, por exemplo, que recriminar a
criança funciona apenas como fonte de estresse. “Obesidade precisa de tratamento, não existe um botão de liga e
desliga”, afirma Maria Edna. Não é incomum, nesse contexto, que na convivência diária pais e cuidadores deixem de
notar que o pequeno está ganhando peso demais. Daí a necessidade de prestar atenção e acompanhar de perto com o
pediatra. Até porque, uma vez instalada a obesidade, mais difícil fica reverter o quadro. “Sem uma atuação em conjunto,
que envolva uma equipe interdisciplinar, a família e a escola, não há como resolver”, avalia a educadora física Vera
Lúcia Perino Barbosa, presidente do Instituto Movere, em São Paulo.
(Paula Desgualdo. Revista Saúde é Vital. São Paulo: Editora Abril, setembro de 2018. (adaptado))
(a) “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso”;
(b) “Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada desnutrida”;
(c) “Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em
movimento fiquem em segundo plano”;
(d) “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”.
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01. A autora explora uma aparente contradição na seguinte frase:
(a) “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso”;
(b) “Ironicamente, uma criança acima do peso pode até ser considerada
desnutrida”;
(c) “Não espanta, assim, que as brincadeiras e as atividades que botam o corpo em
movimento fiquem em segundo plano”;
(d) “Uma criança obesa tem 80% de chance de se tornar um adulto obeso”.
02. “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso” (l.22). Nesta frase, a palavra em destaque é empregada no sentido
de:
(a) desarrumação;
(b) transtorno;
(c) enguiço;
(d) diarreia.
02. “Na verdade, o desarranjo com a comida é só um dos pilares que sustentam o
ganho de peso” (l.22). Nesta frase, a palavra em destaque é empregada no sentido
de:
(a) desarrumação;
(b) transtorno;
(c) enguiço;
(d) diarreia.
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03. “É um problema que afeta gente de todas as idades...” (l.5). Neste trecho, a
palavra destacada pode ser substituída por:
(a) atinge;
(b) simula;
(c) representa;
(d) sensibiliza.
03. “É um problema que afeta gente de todas as idades...” (l.5). Neste trecho, a
palavra destacada pode ser substituída por:
(a) atinge;
(b) simula;
(c) representa;
(d) sensibiliza.
(d) “...a prevalência entre os adultos aumentou 60% no país de 2006 a 2016!”
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04. Está empregada em sentido figurado ou conotativo a palavra destacada em:
(d) “...a prevalência entre os adultos aumentou 60% no país de 2006 a 2016!”
05. Em “A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas...” (l.10),
a palavra destacada se refere a:
(a) chance;
(b) obesidade;
(c) nutrição;
(d) problema.
05. Em “A condição está associada a nada menos que 26 doenças crônicas...” (l.10),
a palavra destacada se refere a:
(a) chance;
(b) obesidade;
(c) nutrição;
(d) problema.
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O texto a seguir é uma circular, datada de 1794, dirigida aos funcionários públicos da França, após a Revolução
Francesa:
O funcionário público, acima de tudo, deve desfazer-se da roupagem antiga e abandonar a polidez forçada, tão
inconsistente com a postura de homens livres, e que é uma relíquia do tempo em que alguns homens eram ministros e
outros, seus escravos.
Sabemos que as velhas formas de governo já desapareceram: devemos até esquecer como eram. As maneiras simples
e naturais devem substituir a dignidade artificial que frequentemente constituía a única virtude de um chefe de
departamento ou outro funcionário graduado.
Decência e genuína seriedade são os requisitos exigidos de homens dedicados à coisa pública. A qualidade essencial do
Homem na Natureza consiste em ficar de pé. O jargão ininteligível dos velhos ministérios deve dar lugar ao estilo claro,
conciso, isento de expressões de servilismo, de formas obsequiosas, indiretas e pedantes, ou de qualquer insinuação no
sentido de que existe autoridade superior à razão e à ordem estabelecida pelas leis – um estilo que adote atitude natural
em relação às autoridades subalternas. Não deve haver frases convencionais, nem desperdício de palavras.
(Apud LASSWELL, Harold e KAPLAN, Abraham. A linguagem da política. Brasília: EUB, 1979)
06. De acordo com o contexto, as “maneiras simples e naturais” (l.3-4) podem ser
traduzidas por atitudes que denotem:
06. De acordo com o contexto, as “maneiras simples e naturais” (l.3-4) podem ser
traduzidas por atitudes que denotem:
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07. Pode-se inferir que o texto está relacionado à história porque, em relação à
França:
07. Pode-se inferir que o texto está relacionado à história porque, em relação à
França:
08. A expressão “jargão ininteligível” (l.7) diz respeito àquele que não se consegue:
(a) ler;
(b) escutar;
(c) igualar;
(d) compreender.
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08. A expressão “jargão ininteligível” (l.7) diz respeito àquele que não se consegue:
(a) ler;
(b) escutar;
(c) igualar;
(d) compreender.
(a) cultural;
(b) literário;
(c) social;
(d) biológico.
(a) cultural;
(b) literário;
(c) social;
(d) biológico.
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