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ANTIGONA – ISONOMIA

A tragédia esta no centro de uma disputa cultural-intelectual, envolvendo elites


oligárquicas e democráticas que não aceitavam o povo ser a cidade, oque se evidencia
na fala de Creon ao dizer: “Eu sou a cidade”. É nesse momento de disputa que a tragédia
adquire sentido e singularidade.

O filho de Creon, hémon, também se faz importante na tragédia pois seus


questionamentos abrem espaço para novas perspectivas para a sociedade, ele apresenta
um novo caminho, participativo e plural. O jovem entende que seu pai deve escutar a
voz da cidade, pois para ele os fundamentos de uma sociedade não devem vir de
interesses familiares ou religiosos mas da articulação de uma linguagem compartilhada
pelos cidadãos.

Nesse embate entre o joven Hémon e o já estabelecido Creon surge a reflexão de uma
nova forma de convívio, pois o jovem não quer ser privado de seu direito de construir
uma nova referência.

A afirmação Hémon de que “a cidade só pode ser cidade se for de todos” vai totalmente
ao contrario do que a oligarquia defendia, isso fica claro quando seu pai Creon diz “eu
sou a cidade”. Hémon defendia o diálogo horizontal, enquanto seu pai, o vertical, para
Hémon a ação na cidade deveria ser plural e solidária, não regida por uma relação de
dominado x dominador.

A isonomia não se trata apenas de igualdade perante a lei, mas de direitos iguais a
palavra, a atividade política.

Os diálogos entre Hémon e seu pai nos levam a perceber a busca por novas formas de
convívio, a busca por um viver coletivo e participativo onde devemos dividir o mundo
com muitos para assim instituí-lo, entretanto, oque Creon expressa é descredito.

A TRAGÉDIA

A tragédia ocupava lugar central na vida dos cidadãos e exercia sobre eles uma
verdadeira fascinação.

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