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Introdução aos Balanços de Massa

Sem e Com Reação Química

Introdução
Balanços
Cálculos de Balanço de Massa
Balanços em Processos de Múltiplas Unidades
Reciclo e Desvio
Estequiometria das Reações Químicas
Balanços em Processos Reativos
Reações de Combustão
Estudo de Casos: Aplicações na Indústria
0
Balanços Materiais ou Balanços de Massa (BM)

Os balanços materiais nada mais são do que a aplicação da lei da


conservação das massas, ou seja, “a matéria não é criada, nem destruída”.

O BM é uma primeira etapa, absolutamente essencial na análise de um


processo químico. É com o BM que o Engenheiro começa a ter um
sentimento do tamanho do processo, já que lida com massas ou volumes
envolvidos.

São as vazões (ou cargas) de materiais que determinam o tamanho e


custo de reatores, compressores, trocadores de calor (juntamente com o BE)
e outros equipamentos de processos.

Os cálculos de BM são quase sempre um pré-requisito para todos os


outros cálculos na resolução de problemas de Engenharia Química.
1
Nos processos industriais, a precisão com que se consegue fechar um BM é
limitada pelos erros naturais de medição de volumes (ou vazões), na obtenção
de amostras representativas e na precisão das análises.
A imprecisão do BM torna-se maior quando o processo envolve grandes
diferenças de temperatura, pois a variação do volume com a temperatura
não é uniforme para todas as substâncias.
Resolução de BM

Para realizar um BM e também um BE de um processo, primeiro é preciso


especificar qual é o sistema no qual vai se realizar o balanço.
Um sistema (ou volume de controle) significa uma porção arbitrária para
análise. É qualquer parte de um processo que pode ser incluída dentro de uma
caixa hipotética (fronteira ou limite). Pode ser o processo completo, uma
combinação de algumas unidades do processo, uma única unidade, um
ponto no qual duas ou mais correntes se juntam ou um ponto onde uma
corrente se divide em outras.
As entradas e saídas do sistema são as correntes de processo que
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cortam as fronteiras do sistema.
Classificação dos Processos

1- Processo em batelada – Constitui um sistema fechado, no qual exceto nos


períodos de carga e descarga, não ocorre transferência de material através das
fronteiras do sistema.
2- Processo contínuo – Constitui um sistema aberto, no qual as entradas e
saídas escoam continuamente ao longo do tempo total de duração do processo.
3- Processo em semi-batelada ( ou processo semi-contínuo) – qualquer
processo que não é nem contínuo e nem em batelada.
Na área de reatores químicos (especialmente bioquímicos) é muito usual o
termo batelada alimentada ou fed-batch, que é um tipo de processo semi-
contínuo.

Se todas as variáveis no processo (temperaturas, vazões, volumes) não


variam com o tempo, excetuando possíveis flutuações em torno de valores
médios, se diz que o processo está operando em estado estacionário.
Se qualquer das variáveis do processo muda com o tempo, diz-se que a
operação é transiente ou no estado não estacionário. 3
• Os processos em batelada e semi-batelada são transientes por
natureza e os contínuos podem tanto ser estacionários quanto
transientes.

• Os processos contínuos são conduzidos tão perto quanto


possível do estado estacionário.
• Condições transientes são verificados durante as operações de
partida de um processo contínuo e nas possíveis mudanças no
processo.

• Em processos industriais em que a qualidade da matéria-prima pode


sofrer grandes variações, as condições de estado estacionário
podem ser difíceis de serem mantidas.
• Em processos industriais é desejável uma menor variação possível de
qualidade dos produtos ao longo do tempo de operação, o que pode
ser conseguido usando o tipo de controle mais adequado para se
reduzir a influência das perturbações de processo.
• Na prática um processo contínuo em estado estacionário não ocorre,
sendo que sempre existirão oscilações em torno de um valor pré-
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estabelecido.
A Equação Geral do Balanço Material (BM)
Suponha o processo contínuo abaixo, no qual uma substância qualquer “A” seja
um componente das correntes de entrada e saída, sendo wA a vazão mássica de
A (kg/h). Suponha que a vazão mássica de A da entrada seja diferente
da de saída.
wA(E) unidade wA(S)

As possíveis razões para as vazões mássicas de A de entrada e saída serem


diferentes são:
üA está sendo consumido ou gerado (formado) dentro da unidade;

üA está sendo acumulado dentro da unidade;

üExiste vazamento de A para fora da unidade;

üAs medidas das vazões estão erradas.

Se as medições estão corretas e não há vazamentos, as outras possibilidades,


geração ou consumo em uma reação química ou acúmulo dentro da
unidade, são as possíveis explicações para as diferenças entre as diferentes
vazões mássicas de entrada e saída de A. 5
A Equação do Balanço Material (BM)
A figura a seguir ilustra um sistema genérico, que pode ser um equipamento
de processo, um conjunto de equipamentos ou uma unidade industrial, sobre
a qual vai se realizar um BM.

Entradas
Sistema Saídas

Ao se realizar o BM para o sistema não é necessário conhecer os


detalhes internos do sistema.
A Equação do BM, de uma forma geral, pode ser escrita como:

Entrada + Geração – Consumo – Saída = Acúmulo

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Tipos de Balanços Materiais
1- Balanço diferencial – indica o que está acontecendo em um sistema em
um instante determinado. Cada termo da equação do BM é uma taxa
(taxa de entrada, taxa de geração, taxa de acúmulo, taxa de saída,
por exemplo kg/s). Usual para processo contínuo.
2- Balanço integral – aquele que descreve o que acontece entre dois
instantes de tempo (∆t). Cada termo da equação é uma porção da
grandeza balanceada (ex. kg de um componente, mol de um componente).
Num processo em batelada é aplicado entre o instante logo após a entrada
(carga) dos materiais no sistema e no momento de início da descarga dos
produtos do sistema.
Análise dos BM diferencial e integral
Seja a equação do balanço geral:
Entrada + Geração – Consumo – Saída = Acúmulo
Um balanço de um componente A qualquer pode ser escrito para um intervalo
de tempo suficientemente pequeno:

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Entrada (kg) = wE (kg/s) *dt(s)
Saída(kg) = wS (kg/s) *dt(s)
Geração = rg(kg/s)* dt(s)
Consumo = rc(kg/s)*dt(s)

Logo uma análise do acúmulo para BM diferencial, será :

dM = ( wE + rg - wS - rc )dt (1)
dM
= wE + rg - wS - rC (2)
dt
dM/dt é o acúmulo de A, wE é a vazão mássica de entrada (ex. kg/s), wS é a
vazão mássica de saída (kg/s), rg taxa de geração (kg/s), rC é a taxa de consumo
(kg/s), M é quantidade da variável balanceada.
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Como a Equação 2 é uma equação diferencial, o BM é denominado balanço
diferencial e é aplicado a processos em estado não estacionário
(quando qualquer dos termos do segundo membro da equação 2 varia com o
tempo).
Se a Equação 2 é aplicada a um processo contínuo no estado estacionário, a
quantidade M deverá ser uma constante e dM/dt será zero. Logo a equação 2
se transforma na Equação 3. Se o sistema está em estado estacionário,
acúmulo = 0, não importa o que esteja sendo balanceado.
Entrada + geração = saída + consumo (3)
Balanços integrais - A equação 1, dM = ( wE + rg - wS - rc )dt

integrada desde o instante t(0) até o instante t(f) gera a equação do BM


integral, entre o tempo carga e descarga, dada por:
Acúmulo = entrada + geração –saída – consumo (4)
Só que agora cada termo representa uma quantidade e não uma taxa. Para um
sistema fechado (batelada), o acúmulo é zero.

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Uma análise da Equação 4, em termos do processo:
üSe a quantidade balanceada é a massa total, então geração =
consumo =0.
üSe a espécie balanceada é uma espécie não reativa, então geração =
consumo =0.
Realização do BM
O BM pode ser realizado em:
1- Massa total
2 - Moles totais
3- Massa de um composto químico
4- Massa de uma espécie atômica
5- Mols de um composto químico
6- Mols de uma espécie atômica
7- Volume (possivelmente)
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Conceitos
üVazão mássica (w) – massa por unidade de tempo em uma dada corrente ;
üVazão molar (F) – número de mol de um componente ou mistura por unidade
de tempo;
üFração mássica (fi) de um componente i numa mistura :
m wi
fi = i OU f i =
Mt Wt
Onde: mi é a massa do componente i e Mt é a massa total da corrente;
wi é a vazão mássica de i na vazão mássica total Wt.

üFração molar (x) é a relação entre o número de mols de um componente i


pelo número total de mols da corrente (ou mistura).

ni Fi
x= OU xi =
nt Ft

Importante: para uma dada corrente ou mistura, a


soma das frações mássicas ou das frações molares é 11
sempre igual a 1ou 100%.
Transformar frações molares em frações mássicas e vice-versa

Exemplo 1: O ar atmosférico, em termos técnicos, pode ser considerado como


uma mistura formada por 21% de O2 e 79% de N2, em porcentagens molares. A
transformação dessa composição para porcentagens mássicas pode seguir a
sequência: (OBS. Para gases ideais, % molar = % volumétrica).
Base de cálculo: 100 mols de ar

Componente n(mols) M(g/mol) m(g) x (kg/kg)

O2 21 32 672 0,233

N2 79 28 2212 0,767

Totais 100 - 2884 1,000

Verifica-se que as frações molares do O2 e N2 no ar são 0,21 e 0,79 e as


frações mássica 0,233 e 0,767, respectivamente.
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Exemplo 2 – Uma mistura é formada de 100 kg de H2 e 100 kg de N2. Calcule as
frações mássicas e molares da mistura:
a) Frações mássicas

100 kg 100 kg
fH 2 = = 0,5 e fN 2 = = 0,5
100 + 100 kg 100 + 100 kg

b) Frações molares
100
100 nN 2 = = 3,57 kmols
nH 2 = = 50 kmols e 28
2
50 3,57
xH 2 = = 0, 93 e xN 2 = = 0, 07
53, 57 53,57

OU xN2 = 1 – 0,93 = 0,07

Obs: verifica-se neste caso grande diferença entre os valores das frações
mássicas com as frações molares, devido às grandes diferenças entre as
massas molares ou moleculares dos componentes.
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Escalonamento e Base de Cálculo

1 kg C6H6
2 kg
1 kg C7H8
misturador
0,5 kg C6H6/kg Mesmos
0,5 kg C7H8/kg
valores
das
300 kg C6H6 frações
600 kg mássicas
300 kg C7H8
misturador
0,5 kg C6H6/kg
0,5 kg C7H8/kg

Suponha um processo balanceado e que a quantidade ou vazão mássica de


uma corrente é w1. Se o interesse é transformar esta quantidade para
w2,então multiplique todas as quantidades ou vazões das correntes por w2/w1,
que é o fator de ampliação ou redução de escala.

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üUm processo balanceado pode ser sempre escalonado,os cálculos
de balanço podem ser realizados na base de qualquer conjunto
conveniente de quantidades de corrente ou de vazões e
os resultados podem ser sempre escalonados.

üUma base de cálculo é uma quantidade (massa ou mols) ou vazão


(mássica ou molar) de uma corrente ou um componente de uma
corrente de processo. Após a escolha da base de cálculo,
todas as variáveis desconhecidas são calculadas com
relação à base de cálculo escolhida.

üEm muitas situações a base de cálculo é um dado do processo, mas


pode ser baseada numa composição de uma corrente de
entrada ou saída e todos os cálculos serem realizados nesta
base e no final escalonados para uma base real do problema.
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Procedimento geral para cálculos de balanço de massa

Dada a descrição de um processo:


1- Desenhe um fluxograma e indique todos os valores das variáveis
conhecidas; Identifique o sistema (volume de controle). Coloque os dados
importantes no
fluxograma.

2- Escolha como base de cálculo, uma quantidade ou vazão de uma das


correntes. Se nenhuma quantidade ou vazão for conhecida, assuma qualquer
uma como base de cálculo (100 kg,100 kg/h, 100 mol, ...).

3- Coloque no fluxograma os dados importantes. Indique através de


incógnitas, as variáveis desconhecidas.

4- Converta valores de volumes e vazões volumétricas em


quantidades mássicas ou molares, usando dados tabelados de densidade
ou da lei dos gases.

5- Se houver uma mistura de unidades mássicas e molares, é conveniente


adotar-se uma ou outra para realização dos cálculos (conversão de fração
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mássica em molar e vice-versa).
6- Escreva equações de balanço material, identificando o tipo de processo
em questão (contínuo, batelada, transiente, permanente, com ou
sem reação química). Assim será possível definir a Equação Geral do BM e
verificar quais são os termos da mesma que se anulam.

Como as equações de balanço de massa são interdependentes, se não


houver reação e N espécies estiverem presentes, pode-se escrever um
máximo de N equações.

Se uma for equação de balanço total, então pode-se escrever (N-1)


equações para componentes.

Lembre-se que o número de equações tem que ser igual ao número


de variáveis desconhecidas. Caso contrário, há algo errado.

Se as N equações dos N componentes forem somadas, resulta na equação do


balanço total (ou global, relacionado à massa total de entrada e saída).

7- ) Se houver reações químicas, algumas informações e equações


virão da estequiometria das reações envolvidas, bem como dados de
conversão, rendimento e seletividade. 17
Fontes de Equações

1 - ) Balanços de massa
Para um processo que não envolve reações químicas, podem ser escritos N
balanços materiais, onde N é o número de espécies moleculares envolvidas no
processo (Ex. C6H6, H2O). Por exemplo se numa coluna de destilação entram e
saem benzeno e tolueno, podem ser escritos dois BM serão independentes.
balanços de benzeno, de tolueno, de massa total, de carbono
atômico, de hidrogênio atômico, de número de mols de benzeno, de
número de mols de tolueno, mas ao menos
Se possível, para N componentes, monte uma equação do BM global
e (N – 1) equações para componentes. Se não ocorrer reações químicas, o
balanço pode ser realizado tanto em massa como número de mols (kmols,
lbmols).
Se ocorrer reações químicas, a massa total é mantida, logo o BM total ou
global em massa é válido, mas não o balanço em número de mols.
Exemplo: na reação química C2H5OH → C2H4 + H2O ocorre aumento do número
de mols e na reação inversa, C2H4 + H2O →C2H5OH ocorre diminuição do número
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de mols.
2-) Balanço de energia - Se a quantidade de energia trocada entre o sistema e suas
vizinhanças é conhecida, ou se esta energia é uma das variáveis do processo, um
balanço de energia fornece uma relação entre vazões e temperaturas.
3-) Especificações de processo - Algumas variáveis podem estar relacionadas, por
exemplo 5% do etanol alimentado à coluna sai como produto de fundo.
4-) Leis e propriedades físicas - Duas das variáveis desconhecidas podem ser
massa e volume de uma corrente. Neste caso uma densidade relativa (para líquidos e
sólidos) ou uma equação de estado para gases pode proporcionar uma relação entre
as variáveis. Também a partir de relações de equilíbrio podem ser obtidas relações
entre variáveis.
5-) Restrições físicas - Por exemplo, a somatória das frações mássicas ou molares
de uma dada corrente é sempre igual a 1. Existem também substâncias de ligação
entre entrada e saída (Ex.: substâncias inertes em processos reacionais).
6-) Relações estequiométricas – Se há reações químicas, as equações
estequiométricas fornecem relações entre quantidades de reagentes consumidos e de
produtos formados.
Ex.: C10H8 + 4,5 O2 → C8H4O3 + 2CO2 + 2H2O
x 4,5x x 2x 2x (relações molares)
C10H8 + 12 O2 → 10CO2 + 4H2O
19
y 12y 10y 4y (relações molares)
Exemplos
1-) Uma coluna de destilação é alimentada com uma solução alcoólica que
encerra 10% de etanol em massa (m/m) e está produzindo um destilado com
60% de etanol em peso. Calcule a composição do produto de fundo, sabendo
que o produto de topo corresponde a 10% da alimentação.

T
F: 10% EtOH; 90% H2O
F T: 60% EtOH; 40% H2O
T = 0,1F

No exemplo não foi fornecida nenhuma vazão, logo não seria possível uma
solução numérica, sem uma base de cálculo que seja uma vazão.

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Base de cálculo adotada: 1000 kg de F

Resolução:
F = 1000 kg → 100 kg EtOH e 900 kg água (Ag)
Suponha que monte as equações de BM para os 2 componentes:
EtOH (F) = EtOH (T) + EtOH(B) e Ag(F) = Ag((T) + Ag(B)
0,1 *1000 = 0,6 T + xEt*B (BM para o etanol) (Eq. 1)
0,9*1000 = 0,4 T + xAg*B (BM para a água) (Eq .2)
A soma das Eq 1 e Eq 2 dá a Eq do BM total que é 1000 = T + B
Logo, para N componentes, é sempre interessante usar uma equação do BM
total e (N-1) equações de BM de componentes.

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BM global: T + B = 1000 (3); T = 0,1F, logo T = 100 kg
De (3), B = 1000 – 100 = 900 kg
BM para o etanol: 100 = 0,6*100 + EtOH (B) logo EtOH(B) = 40 kg e
Ag(B) = 900 – 40 = 860 kg
Composição de B:
B = 40 kg EtOH e 860 kg Ag
xEtOH = 40/900 = 0.044 ou 4,44% (m/m ou p/p)
xAg = 860/900 = 0,955 ou 95,55% (m/m ou p/p)

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3-) Deseja-se produzir 8000,00 kg/h de uma mistura concentrada de ácido
nítrico e ácido sulfúrico numa unidade de concentração, utilizando ácido
sulfúrico (2350,00 kg/h) e ácido nítrico diluídos. O ajuste final é feito com
ácido sulfúrico concentrado, de acordo com o esquema mostrado na figura
abaixo. Determinar as quantidades de ácido nítrico e ácido sulfúrico
necessárias, a vazão de água (efluente) e as demais frações mássicas não
indicadas na tabela de correntes abaixo
1
H2SO4 concentrado
Unidade
2 de 5
H2SO4 diluído Mistura de
Concentração ácidos
de
3 Ácidos
HNO3 diluído

Água (efluente)

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Solução: 3 componentes → 1 BM total e 2 BM componentes
BM global: M1 + 2350 + M3 = M4 + 8000 →
M1 + M3 – M4 = 5650 (1)
H2SO4: 0,98M1 + 0,60*2350 – 0,0015M4 = 0,495*8000 →
0,98M1 – 0,0015M4 = 2550 (2)
HNO3: 0,612M3 – 0,001M4 = 0,495*8000 →
0,612M3 – 0,001M4 = 3960 (3)
Resolvendo as equações 1, 2 e 3, determina-se M1 = 2607,3 kg; M3 = 6476,20 kg
e M4 = 3433,49 kg e com isso completa-se a Tabela, apresentada a seguir.

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4-) Oxigênio e nitrogênio tecnicamente puros são produzidos industrialmente pela
destilação criogênica do ar atmosférico de acordo com o esquema mostrado na figura
abaixo. Para a composição do ar atmosférico: O2 = 20,55% mol; Ar = 0,91% mol; H2O =
l,96% mol; N2 = balanço, determinar os valores em branco na tabela de correntes dada.
Purga

4
Destilação Nitrogênio
1
Ar Atmosférico Criogênica
Do Ar
5
Oxigênio

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Conversão da composição molar do ar para composição mássica:
BC = 100 kmols de ar

Componente kmols Massa (kg) % mássica


O2 20,55 657,60 22,88
Ar 0,91 36,34 1,26
H2O 1,96 35,32 1,23
N2 76,58 2145,00 74,63
Totais 100,00 2874,26 100,00

Completando a tabela de correntes com os valores conhecidas, conclui-se


que existem 4 incógnitas: M1, M2 , M3, a (% de N2 na corrente 2).Logo as 4
equações de BM são suficientes, 1 do BM global e 3 de componentes.

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BM total: M1 = M2 + M3 + 6000 16000 →
M1 – M2 – M3 = 22000 (1)
O2: 0.2288M1 – 0,05M2 = 0,001*6000 + 0,995*16000
0,2288M1 – 0,05M2 = 15926 (2)
H2O: 0,0123 M1 = M3 (3)

Resolvendo as Eq. 1, 2 e 3 obtem-se: M1 = 82635,23 kg/h; M2 = 59618,81 kg/h e


M3 = 1016,41 kg/h

N2 corrente 2 = N2 corrente 1 – N2 corrente 4 = 61670,67 – 5994 = 55676,67 kg/h


Ar corrente 2 = Ar corrente 1 – Ar corrente 5 = 1041,20 – 80 = 961,2 kg/h
% N2 corrente 2 = (55676,67)/(59618,81 = 0,9339 = 93,39%
% Ar (argônio) corrente 2 = 100 – 5 - 93,39 = 1,61%

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A tabela de correntes completa é apresentada a seguir:

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Balanços materiais em processos com múltiplas unidades

Quando se tem mais que uma unidade compondo um determinado


processo, é fundamental definir-se as fronteiras dentro das quais se
está se realizando o balanço.
O espaço delimitado por essas fronteiras é usualmente denominado
de volume de controle (VC) ou sistema (e sub-sistema).
Um VC pode ser um processo como um todo ou apenas uma parte
do mesmo.
Pode combinar unidades interligadas ou localizar-se sobre uma
mesma unidade.
O VC pode ser um ponto de junção ou divisão de correntes de
processo.
Para a identificação dos diferentes sistemas considerados, utiliza-se
o desenho de blocos em linhas pontilhadas em torno da região
considerada no fluxograma, tomando-se para efeito de balanço, as
correntes de fluxo que atravessam essas fronteiras imaginárias.
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A figura a seguir ilustra esquematicamente um processo com duas unidades,
um ponto de mistura de correntes e um ponto de divisão de correntes. No
processo aparecem 9 correntes e podem ser identificados 5 volumes de
controle (VC).
2

VC1

VC2 VC5 VC3


1 3 5 7 9
A B
VC4

4 6 8

O volume de controle VC1 ou fronteira 1 contém o processo inteiro. Com base no


VC1 realiza-se o BM global (ou total) do processo todo, envolvendo as correntes
1, 2, 4, 6, 8 e 9.
VC2 – unidade A, envolve as correntes 3, 4 e 5.
30
VC3 – unidade 3 – correntes 7, 8 e 9.
VC4 – junção das correntes 1 e 2, formando a corrente combinada 3.
VC 5 – divisão da corrente 5 nas correntes 6 e 7.

O procedimento para resolver BM de múltiplas unidades é o mesmo já descrito


anteriormente. Deve-se isolar e escrever os BM para os vários subsistemas do
processo para obter as equações.
Faça a análise dos graus de liberdade do processo global e em cada subsistema,
levando em conta apenas as correntes que cortam as fronteiras do sistema
considerado.

31
Balanços materiais com reciclo e purga

Ac Unidade de Produto
An Unidade de
Processo Separação
P

Rc R Corrente
de Purga
Corrente de reciclo

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Problemas envolvendo reciclo e purga de correntes são
freqüentemente encontrados na indústria química.
As correntes de reciclo na engenharia química são usadas para
enriquecer um produto, para conservar energia, ou para reduzir custos
operacionais. São vários exemplos industriais onde estas correntes
podem estar presentes.
Em processos físicos de separação podemos citar:
a) em torres de destilação, parte do destilado retorna à torre como
refluxo para enriquecer o destilado no componente mais leve, obtendo
uma melhor qualidade do destilado, quanto maior for essa corrente de
refluxo;
b) em operações de secagem com ar, parte do ar efluente do secador
é reciclado, misturando-se com o ar fresco na entrada do secador,
aquecendo apenas o ar fresco e mantendo o ar em nível razoável. No
item a, o reciclo é usado para melhorar a qualidade do produto, no
item b, para redução do custo operacional.
33
Nos reatores catalíticos, como nos processos de síntese de amônia a partir de N2 e
H2, síntese de metanol a partir de CO e H2, síntese do óxido de etileno a partir de
etileno e oxigênio, dentre outros, somente parte dos gases presentes na carga
reagem, ou seja, a conversão no produto final não é total.
Os produtos são separados e a mistura gasosa não convertida em produto é
reciclada para o reator, após ser misturada coma carga fresca (alimentação nova).
Estas operações de reciclo são importantes, pois desta forma se consegue um
aproveitamento maior da matéria-prima, levando a uma redução do custo de
operação, apesar do maior custo de investimento, uma vez que reatores
precisarão ter maior capacidade para permitir processar uma vazão maior de carga
do reator.
Se componentes inertes (que não participam da reação química) estiverem
presentes na carga (alimentação), é necessário que se faça uma purga contínua
da mistura gasosa não convertida para limitar a concentração deste inerte na
entrada do reator, ou seja, não se fazendo a purga e reciclando todo o material
não–reagente, a concentração de inerte cresceria ilimitadamente no reator.
O reciclo de reagentes não reagidos ao reator faz com que a conversão global do
processo aumente muito em relação à conversão por passe.

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Processos com Desvio (by-pass)

Uma operação também comum na indústria química é o desvio de uma parte de


alimentação de uma unidade e a combinação dessa corrente chamada de “by-
pass” (desvio) com a corrente de saída daquela unidade.

Alimentação
Unidade de produto
Processo

Corrente de by-pass

35
Exemplos
1-) O ar que sai de secadores é freqüentemente reciclado com a finalidade de
minimizar o custo de operação. Numa instalação de secagem de um produto P,
em contra corrente com ar, as condições de operação acham-se indicadas no
fluxograma, Calcular a vazão de ar fresco, em kg/h e a fração do ar que é
reciclada no processo.
Dados: Corrente 1: ar úmido; Corrente 2: corrente de ar úmido na saída do
secador, na vazão de 5000 kg/h (base seca), numa umidade de 0,048 kg H2O/kg
de ar seco; Corrente 3: reciclo; Corrente 4: ar fresco (ar novo), numa umidade
de 0,012 H2O/kg de ar seco; Corrente 5: P, contendo 0,25 kg de água, por kg de
P seco; Corrente 6: suspensão aquosa de P, numa vazão mássica de 100 kg/h,
contendo 1,30 kg H2O/kg de P seco.

2
1 4
Secador
6 5

36
BC = 100 kg/h da corrente 6 (corrente de P úmido)
Análises das correntes 5 e 6:
üf(ag) = (1,3 kg água)/ (1,3 kg água + 1,0 kg P seco) = 0,565 kg água/ kg
suspensão (NA CORRENTE 6)
üf(P) = 1,0 - 0,565 = 0,435 kg P/kg suspensão (NA CORRENTE 6)
üÁgua na corrente 6 = 0,565*100 = 56,5 kg água/h
üP seco (isento de água) na corrente 6 = 100 – 56,5 = 43,5 kg P/h
üP seco (isento de água) na corrente 5 = 43,5 kg P/h
üÁgua na corrente 5 = [0,25 kg água/kg P seco]*43,5 kg P seco = 10,9 kg água
üVazão total corrente 5 = 43,5 + 10,9 = 54,4 kg/h

Como não são conhecidas as vazões das correntes 1 e 4, não é possível o


balanço global do sistema.

37
Balanço no secador

2 7
Corrente 7 é a mistura
secador
das correntes 3 e 4
6 5

Balanço de água no secador


üÁgua na corrente 2 = q2 = [5000 kg ar seco/h]*0,048 kg água/kg ar seco =
ü240 kg água/h
üÁgua corrente 6 = 56,5 kg/h
üÁgua na corrente 5 = 10,9 kg/h
üÁgua na corrente 7 = q7
üLogo: 56,5 + q7 = 10,9 + 240 → q7 = 194,4 kg/h

38
Balanço de ar seco e água na junção das correntes 3 com 4

3
Vazão de ar seco:Q
7 4

üAr seco: Q3 + Q4 = 5000 (equação 1)


üÁgua: 0,0048Q3 + 0,012Q4 = 194,4 (equação 2)
üDas equações 1 e 2 → Q4 = 1267 kg /h ar seco e Q3 = 3733 kg/h ar seco

Respostas

Ar (úmido) que entra na corrente 4 = (1 + 0,012)*1267 = 1282 kg/h

Fração de ar reciclada = Q3/Q2 = 3733/5000 = 0,747


Ou 74,7% do ar que sai do secador é reciclado
39
2-) 4500 kg/h de uma solução de K2CrO4 a 33,33% em massa é
misturada com uma corrente de reciclo contendo 36,4% de K2CrO4, e a
corrente combinada é alimentada a um evaporador. A corrente
concentrada que sai do evaporador contem 49,4% de K2CrO4; esta
corrente é alimentada a um cristalizador no qual a mesma é resfriada,
causando a cristalização do K2CrO4 e então filtrada. A torta do filtro
consiste de cristais de K2CrO4 e uma solução que contem 36,4% de
K2CrO4 em massa; os cristais representam 95% da massa total da torta
do filtro. A solução que passa através do filtro, também contendo 36,4%
de K2CrO4, é a corrente de reciclo
Calcule a taxa de evaporação, a taxa de produção de K2CrO4 cristalino,
as taxas de alimentação do evaporador e do cristalizador e a razão de
reciclo (massa de reciclo/massa de alimentação fresca).

40
Qw

An Aev Ac T
Evaporador Cristalizador
e Filtro

Rc

Notação para H20: A e para K2CrO4: K


Base de cálculo: 4500 kg de An ou 1 h de operação
An = 4500 kg/h solução 33,3% de K ; Rc: 36,36 % de K; Ac: 49,4% de K
T: 95% cristais de K e 5% solução a 36,36% de K; Qw: água
1ª proposta de solução: considerar a torta formada (T) como duas correntes,
uma de sólução e outra de cristais sólidos.
2ª proposta de solução: considerar T como um única corrente → usada aqui

41
Cálculo das frações mássicas de A e K na corrente T
Base de cálculo (apenas para determinação da composição de T) = 100 kg de T
Logo em T tem-se 95 kg de cristais de K e 5 kg de solução a 36,36 % de K, o que
implica que:
100 kg de T= 95 kg de K + 0,3636*5 kg de K + (1 – 0,3636)*5 kg de A
100 kg de T = 96,82 kg de K + 3,18 kg de A
Logo na corrente T: fK = 0,9682 e fA = 0,0318
Balanço total
K em An = 0,333*4500 = 1498,5 kg
K em An = K em T = 1498,5 kg → (O sal é componente de ligação)
1498,5 kg............96,82%
T ....................100% → T = 1547,7 kg
Portanto T = 1498,5 kg de K e 49,2 kg A
OU, T = 0,95*1547,7 = 1470,3 kg de cristais e 77,4 kg de solução
42
Balanço global de água (A) para toda a unidade
A em An = Qw + A em T → (1 – 0,333)*4500 = Qw + 49,2 → Qw = 2952,3 kg
Balanço no cristalizador/filtro
Ac = T + Rc → Ac = 1547,7 + Rc (Eq. 1) (global no cristalizador)
0,494*Ac = 1547,7*0,9682 + 0,3636*Rc (Eq.) (para K no cristalizador)

Com Eq. 1 e 2 → Rc = 5624 kg e Ac = 7171,7 kg

Aev = An + Rc → Aev = 4500 + 5624 = 10124 kg

Razão de reciclo = 5624/4500 = 1,25 kg reciclo por kg de An

43
Outros exemplos

1-) A separação de leveduras num processo de fermentação alcoólica é


esquematizado na figura abaixo. Para as condições dadas, pede-se as vazões
de Vd e Cl, para 100 m3/h de Vf (Vf é vinho fermentado, Vd é vinho delevedurado
e Cl é creme ou leite de levedura).A densidade da levedura não altera a
densidade da água.

Vd

Vf Dados: XVf = 13%, XVd = 0,5%; XCl =


centrífuga
70%; X = concentração de levedura
% em v/v
Cl

Solução: 2 incógnitas e 2 componentes (água e levedura) →BC = 1 hora de


operação → como a densidade é constante, é válido balanço em volume.
Balanço global: Vd + Cl = 100 (1)
Balanço levedura; 0,005*Vd + 0,7*Cl = 0,13*100 (2)
Logo : Vd = 82,3 m3/h e Cl = 17,7 m3/h 44
3-) Para o esquema de purificação e dados a seguir, determine a
vazão das correntes F e A.
3

1 2 4
Osmose Inversa Armazenamento

5 6

Corrente 1: Água salobra a 10 g de sal por litro; vazão Q = 36 m3/h.


Corrente 2: Alimentação da unidade de osmose inversa, vazão F.
Corrente 3: Água em bypass, vazão Fb.
Corrente 4: Água na concentração de 0,1 g de sal por litro; vazão 0,2 F;
Corrente 5: Vazão de salmoura concentrada (x g/L).
Corrente 6: Água potável, a 0,5 g de sal por litro, vazão A.
As densidades de todas as soluções podem ser consideradas iguais às da água
pura e o processo ocorre sem variação de temperatura.
45
Uma análise da unidade de osmose inversa indica que a vazão da corrente 5 deve
ser 0,8 F.
Balanço global (toda a unidade):
36 = 0,8F + A (1)
36 *10 = 0,8F*x + 0,5*A (2) → 2 equações e 3 incógnitas.
Balanço de sal na unidade de osmose inversa
10F = 0,2F*0,1 + 0,8F*x → x = 12,475 g/L.
Com x = 12,475 g/L e equações 1 e 2:
F = 35,7 m3/h e A = 7,44 m3/h = 7440 L/h = 446400 L/min
Balanço na divisão das correntes 1, 2 e 3:

36 = 35,7 + Fb → Fb = 0,3 m3/h = 300 L/h = 18000 L/min

46
4-) A figura abaixo ilustra um processo de produção de suco concentrado.
Calcule a produção de suco concentrado para 1000 kg de suco natural
alimentado e vazão de bypass (Fb):
Fb

Suco natural Suco concentrado


evaporador F
(P)

Água
(A)

Dados: suco natural com 13,5% sólidos (m/m); suco concentrado (P)com 45%
sólidos; suco saída evaporador (P) com 61% sólidos.
Balanço global
1000 = A + P
0,135*1000 = 0,45*P → P = 300 kg e A = 700 kg
Balanço na junção: F + Fb = 300 (1)
0,135*Fb + 0,161*F = 0,45*300 (2) → F = 193,3 kg e Fb = 106,7 kg
47
47
Estequiometria das Reações Químicas
Estequiometria é a parte da química que trata das proporções
nas quais as espécies químicas se combinam. A equação
química balanceada (equação estequiométrica) de uma
reação química indica a quantidade relativa de moléculas ou
moles de reagentes e produtos que participam da reação
química.
Exemplo: a equação 2SO2 + O2 → 2SO3 indica que para 2
moléculas (ou 2 mol,ou 2 kmol ou 2 libramol) de SO2 que
reagem, 1 molécula (ou 1 mol, ou 1 kmol, ou 1 libramol) de O2
reage para formar 2 moléculas (ou 2 mol, ou 2 kmol ou 2
libramol) de SO3.Os números que precedem as fórmulas são
os coeficientes estequiométricos.
A relação entre os coeficientes estequiométricos de dois
componentes participantes de uma reação química é chamado
48
de razão estequiométrica. Ex. 2 mol SO2/1mol O2 48
Proporção estequiométrica: dois reagentes A e B estão em proporção
estequiométrica numa mistura reacional se a razão moles de A para moles
de B for igual à razão estequiométrica (ou igual à razão entre os
coeficientes estequiométricos de A e B na equação química balanceada).
Exemplo: Alimentação do processo: 1280 kg de SO2 e 320 kg de O2,

Reação: 2SO2 + O2 → 2SO3


1280 kg SO2 1kmol SO2
= 20 kmol SO2
1 64 kg SO2

320kg O2 1kmol O2
= 10 kmol O2
1 32 kg O2

Logo: 20 kmol de SO2 para 10 kmol O2, ou 2 para 1 que é a


proporção estequiométrica definida pela reação
49
Se na alimentação do reator os regentes estiverem numa
proporção diferente da estequiométrica (ou teórica), e se a
reação é completada, aquele reagente que é consumido
totalmente é denominado reagente limite ou limitante.
Então regente limitante é aquele que PODE ser consumido
completamente. O reagente limitante está presente no meio
reacional em uma quantidade menor do que a proporção
estequiométrica relativa ao(s) outro(s) reagente(s).
O outro (ou outros) reagente é denominado reagente em
excesso, que está presente em uma quantidade maior que a
sua quantidade estequiométrica.
Se todos os reagentes estão em proporção estequiométrica
(ou em quantidades teóricas), nenhum reagente é limitante.

50
Em muitas reações industriais, mesmo com excesso de
reagentes, o reagente limitante não se esgota
completamente. Isto pode ser devido ao equilíbrio que se
estabelece, no caso de reações reversíveis, ou devido a
ineficiência de mistura adequada entre os reagentes.
Cálculo do excesso (ou porcentagem de excesso)
Seja mt a massa teórica (estequiométrica) ou nt o número
teórico (estequiométrico) de moles de um dado reagente
(definida pela proporção estequiométrica). Seja ma a massa
alimentada do mesmo reagente ou na o número de moles
alimentados
Então:
mt.................100% (ma - mt )
E= 100%
(ma – mt)...............E , ou seja mt
51
O excesso em massa é dado por: E = (ma – mt)

O excesso em termos molares é dado por:


nt............100%
( na - nt )
(na – nt)..........E ou E= ´100%
nt
Conversão (X): é a fração ou porcentagem de um dado reagente que é
convertido a produtos. Para um componente B qualquer, se foi
alimentada a massa ma (ou na moles de B) então a conversão X será:

mB ( reagida ) nB ( reagido )
X= X=
mB ( alimentada ) nB ( alimentado )
Grau de complementação ou grau de conclusão: é a conversão do
reagente limitante.
52
Rendimento- existem várias maneiras de se definir o rendimento, tais
como:
üRendimento baseado em alimentação – é quantidade obtida de
produto desejado (em massa ou mols), dividida pela quantidade
alimentada ( em massa ou mols) de um reagente, normalmente o
reagente limitante;
üRendimento baseado em reagente consumido – é a quantidade
obtida (em massa ou mols) de produto desejado, dividida pela
quantidade consumida (em massa ou mols) de um dado reagente,
normalmente o limitante;
üRendimento baseado no consumo teórico do reagente limitante - é
quantidade obtida de produto desejado (em massa ou mols), dividida
pela quantidade teoricamente obtida (em massa ou mols) deste produto,
admitindo consumo total do reagente limitante.
üRendimento em situações onde além da reação desejada, ocorre
reações paralelas – é definido pela relação entre o número de mols do
produto desejado formados, pelo número de mols do produto desejado
que seriam formados se não houvesse reações paralelas e se o reagente
53
limitante reagisse completamente.
Seletividade
Seletividade é um parâmetro importante em situações onde ocorrem
reações múltipas, sendo uma delas a reação desejada e as demais,
normalmente indesejadas. Seletividades altas significam que as reações
paralelas ocorrem em pequena extensão ou mesmo foram suprimidas. É
uma medida da “qualidade” da reação ou do catalisador.
A seletividade pode ser definida como:
moles formados produto desejado
S=
moles formados produto indesejado

Exemplo 1) Seja a reação na formação de fosfato monocálcico


(superfosfato)
Ca3(PO4)2 + 2H2SO4 → 2CaSO4 + CaH4(PO4)2
Carga do reator: 500 kg fosfato de cálcio com 87% de pureza; 250 kg de
ácido sulfúrico concentrado;
Ao final são obtidos 280 kg de fosfato monocálcico. Determine:
54
a) Reagente limitante; b) O excesso do outro reagente; c) O grau de
complementação da reação.
a) Ca3(PO4)2 + 2H2SO4 → 2CaSO4 + CaH4(PO4)2
310 kg 196 kg 234 kg
1 kmol 2 kmol 1 kmol
A proporção estequiométrica entre os reagentes é;
üEm massa: fosfato/ácido sulfúrico = 310/196 = 1,582
A proporção na alimentação, é:
üEm massa: fosfato/ácido sulfúrico = 500x0,87/250 = 1,74
Logo o fosfato está em excesso, pois 1,74 > 1,582. Então o H2SO4 é o
reagente limitante.
üEm mol – proporção estequiométrica = 1/2 = 0,5
nº kmol Ca3(PO4)2 = 500x0,87/310 = 1,403 kmol
nº kmol H2SO4 = 250/98 = 2,551 kmol
Logo, fosfato/ác. Sulfúrico = 1,403/2,551 = 0,550 (>0,5), que implica
fosfato em excesso e ácido sulfúrico limitante. 55
b) Cálculo do excesso de fosfato – pela reação, vem que:
310 kg Ca3(PO4)2..............196 kg H2SO4
x .....................................250 kg Logo, x = 395,4 kg

395,4 kg......................100%
(500x0,87 – 395,4) kg...........E Logo, E = 10%
Em moles, seria:
1 kmol Ca3PO4..............2 kmol H2SO4 (estequiometria)
x................................2,551 kmol H2SO4 Logo x = 1,275 kmol
Excesso = 1,403 – 1,275 = 0,128 kmol de Ca3PO4
1,275.............100
0,128...............E Logo, E = 10%

56
c) Grau de complementação do H2SO4
Pela reação, tem-se:
196 kg H2SO4...............234 kg CaH4(PO4)2
y..................................280 kg Logo, y = 234,53 kg

250 kg H2SO4..........100%
234,53.......................GC Logo, GC = 93,8%
Ou em mols: 280 kg superfosfato correspondem a 1,196 kmol
2 kmol ác..........1 kmol superfosfato
y........................1,196 y = 2,392 kmol (gasto)

2,551 kmol ác..............100%


2,392 ............................GC Logo, GC = 93,77%
57
A reação do exemplo anterior
Ca3(PO4)2 + 2H2SO4 → 2CaSO4 + CaH4(PO4)2 é uma simplificação de
uma situação real, da reação de acidulação de rocha fosfática, que ocorre
na indústria de fertilizantes dada pela equação a seguir:

Ca10(PO4)6X2(s) + (7-y)H2SO4(l)+ 3H2O(l) →


3CaH4(PO4)2.H2O(s) + (7-y)CaSO4(s) + (2-2y)HX(l) + yCaX2(s)

A apatita é o constituinte predominante da rocha fosfática, e sua reação


direta com o ácido sulfúrico em diluição pode ser escrita conforme descrito
na Equação 2.1, onde X pode ser F, OH, 1/2 CO3, Cl ou 1/2 SiF6 e y é a
fração não reagida do CaX2 oriundo da apatita.

Quando X é o flúor, tem-se a flúor apatita. A última reação ocorre em duas


etapas consecutivas e simultâneas.

58
Exemplo 2
Num processo, naftaleno é convertido a anidrido ftálico com perdas de
naftaleno, na produção de CO2 por combustão completa. Naftaleno e ar são
alimentados ao reator e os produtos do reator vão para condensadores,
onde são separados uma fase líquida, composta de anidrido ftálico e água e
uma fase gasosa, composta por 80,9% de N2; 15,7 % de O2 e 3,27 % de CO2,
em base seca. Que fração do naftaleno alimentado é convertido a anidrido
ftálico e que fração é convertida a CO2 ?
G F = naftaleno e ar
F G = 80,9% de N2; 15,7 % de O2 e 3,27
% de CO2
L L = anidrido ftálico e água

C10H8 + 4,5 O2 → C8H4O3 + 2CO2 + 2H2O (Desejada)


C10H8 + 12 O2 → 10CO2 + 4H2O (Indesejada)

59
Base de cálculo: 100 mol da corrente G → 80,9 mol N2; 15,7 mol O2 e
3,27 mol CO2
Pelas reações
C10H8 + 4,5 O2 → C8H4O3 + 2CO2 + 2H2O
x 4,5x x 2x 2x

C10H8 + 12 O2 → 10CO2 + 4H2O


y 12y 10y 4y
Como o N2 é inerte neste processo, tem-se:
N2 alimentado = N2 em G = 80,9 mol
O2 alimentado = (21/79)x80,9 = 21,5 mol
O2 reagido = O2 alimentado – O2 em G = 21,5 – 15,7 = 5,8 mol
CO2 formado = 3,27 mol
Portanto:
BM para O2: 4,5x + 12y = 5,8 (1); BM para CO2: 2x + 10y = 3,27 (2)
Com equações 1 e 2, tem-se: x = 0,8935 mol e y = 0,1483 mol
x 0,8935 6 Para cada 7 mol de C10H8 reagidos, 6 reagem
= =
y 0,1483 1 segundo a reação desejada, o que
60
corresponde a 85,71%
Reações de combustão
As reações de combustão são talvez as mais usadas industrialmente,
embora os produtos da combustão CO2, CO, SO2, H20, possam ser
menos valiosos que os combustíveis usados.
Exemplos:
C + O2 → CO2; S + O2 → SO2; H2 + 0,5 O2 → H2O
A combustão é definida completa quando os produtos da reação são
totalmente oxidados e incompleta quando isso não é verificado.
Exemplo:
C4H10 + 6,5O2 → 4CO2 + 5H2O (combustão completa, desejada)
C4H10 + 4,5O2 → 4CO + 5H2O (combustão incompleta, indesejada)
C4H10 + 2,5 O2 → C + 5H2O ( combustão incompleta, indesejada)
Na combustão o O2 normalmente é proveniente do ar, que é perfeitamente
aceitável para a combustão, ser constituído de 79% de N2 e 21% de O2,
em porcentagens molares ou volumétricas. Outra informação relevante é
a relação molar N2/O2 = 3,76. 61
A composição dos gases de combustão (frações molares ou em massa)
pode ser em base úmida quando a água é considerada na análise e em
base seca quando a água não faz parte desta análise. A análise em base
seca é também denominada análise de Orsat.
Por exemplo um gás que apresenta33,3% molar CO2, 33,3% molar N2 e
33,3% molar de H2O em base úmida, apresenta 50% molar CO2 e 50%
molar de N2 em base seca.
O produto gasoso que sai da câmara de combustão é conhecido como
gás de chaminé ou gás de combustão. Quando se mede a vazão deste
gás, a água está contida nesta medida de vazão, porém algumas
técnicas de análise não medem o teor de água.
Ar (ou O2) teórico e ar (ou O2) em excesso
O oxigênio teórico é o O2 necessário para a combustão completa de todo
o combustível alimentado ao processo, admitindo que todo o carbono
seja oxidado a CO2 e todo o H2 oxidado a H2O. No cálculo do oxigênio
(ou ar) teórico não importa se houve combustão incompleta,
considera sempre o necessário para a combustão completa.
62
Cálculo do excesso de ar ou de oxigênio
( ar ) ( fornecido ) -(ar ) ( teórico)
E= ´100%
(ar ) ( teórico)

Exemplo 1: Cem mol/h de C4H10 e 5000 mol/h de ar são alimentados a um reator de


combustão. Calcule o excesso de ar.
C4H10 + 6,5O2 → 4CO2 + 5H2O
1 6,5 4 5 (estequiometria)
Para 100 mol/h de C4H10, o O2 teórico será 6,5 x 100 = 650 mol O2
O2 alimentado = 0,21 x 5000 = 1050 mol/h
650 mol.............100%
(1050 -650).........E E = 61,5% (calculado pelo oxigênio).
Cálculo pelo ar
Ar teórico = 650 (oxigênio)+ 3,76 x 650 (nitrogênio) = 3094 mol ar
3094 mol .............100%
(5000 – 3094)........E E = 61,6% 63
Exemplo 2 -Um óleo combustível contém em massa 85% de carbono, 12% de
hidrogênio, 1,7% de enxofre e o balanço, matéria não combustível. O óleo é
queimado com 20% de excesso de ar. A seletividade da produção de CO2
para CO é 10:1. Calcule:
a-) A razão massa de combustível para massa de ar na alimentação ao queimador.
b-) A composição dos gases de chaminé em base úmida e seca (análise de Orsat).
Admitir que a matéria incombustível presente no óleo não esteja nos gases.

Solução
Base de cálculo = 100 g de óleo, logo tem-se
85 g C → 7,08 mol C
12 g H → 12 mol H
1,7 g S → 0,053 mol S
a-)
C + O2 → CO2; 2H + 0,5 O2 → H2O; S + O2 → SO2
7,08 7,08 7,08 12 3 6 0,0053 0,053 0,053

O2 teórico = 7,08 + 3 + 0,053 = 10,133 mol


O2 alimentado = 1,2 x 10,133 = 12,160 mol
N2 alimentado = 3,76 x 12,160 = 45,72 mol
Massa ar alimentada = 12,160 x 32 + 45,72 x 28 = 1669,28 g
Massa combustível/massa ar = 100g/1669,28g = 0,06 64
b-) Pela seletividade, tem-se que para cada 11 mol de C reagido, 10 mol formam
CO2 e 1 forma CO.
11 mol C.........10 mol CO2
7,08 mol C.......n n= 6,436 mol CO2
11 mol C...........1 mol CO
7,08 mol C.........x x = 0,643 mol CO
OU: CO formado = 7,08 – 6,436 = 0,644 mol CO
Gases em base úmida Gases em base seca
Subst. nº mol %molar Subst nºmol %molar
CO2..........6,436...........10,51 CO2 ........6,436.........11,65
CO............0,643...........1,05 CO..........0,643.........1,16
H2O...........6,000...........9,80 SO2.........0,053.........0,096
SO2...........0,053...........0,09 N2............45,743.......82,83
N2..............45,72..........74,71 O2............2,35...........4,25
O2..............2,35............3,84 Total......55,225.........100%
65
Total..........61,202........100%
Exemplo 3- Um forno queima 12.183 kg/h de enxofre puro com ar seco, de acordo
com a reação S + O2 → SO2. Os gases de combustão devem conter 10,8 mol% de
SO2. Sendo a composição do ar em %molar: 20,96% O2; 0,93% Ar (Argônio);
balanço N2, determine: a-) A quantidade de ar necessária; b-) a composição
completa dos gases de combustão.
Base de Cálculo: 100 kmol ar na entrada do forno
Componente Corrente Corrente Corrente
1( kmols) 2 (kmols) 3 (kmols)
3 S y 0 0

O2 0 20,96 20,96 - y
for
1 no N2 0 78,11 78,11

Ar 0 0,93 0,93
2
SO2 0 0 y

Totais y 100 G = 100

66
a-) Como o SO2 em G é 10,8 %, vem:
y = 0,108 x 100 = 10,8 kmol
Ampliando a escala para 12183 kg/h de S = 12183/32 = 380,72 kmol S
10,8 kmol S...............100 kmol ar
380,72 kmol S.............nar → nar = 3525,18 kmol/h de ar.
Logo o fator de ampliação de escala será 3525,18/100 = 35,252
b-) A corrente 3 é formada por:

O2 = (20,96 – y )x35,252= (20,96 – 10,8)x35,252 = 358,16 kmol


N2 = 78,11 x 35,252 = 2753,53 kmol/h
Ar = 0,93x35,252 = 32,78 kmol/h
SO2 = 10,8x35,252 = 380,72 kmol/h

67
Processos com reciclo e purga
Processos envolvendo reciclo e purga são frequentemente encontrados na
indústria química. As correntes de reciclo na engenharia química são usadas
para enriquecer um produto, para aumentar conversão e rendimento, para
conservar energia, ou para reduzir custos operacionais. Em processos físicos
podem ser citados refluxo em colunas de destilação, reciclo de ar em
operações de secagem, reciclo de sólidos em operações de granulação.
Em processos envolvendo reações químicas, a maioria das correntes são
misturas que exigem muitas etapas de separação que envolvem reciclo de
algumas das correntes. Nos reatores catalíticos, como na síntese da amônia a
partir do N2 e H2, ou na síntese do metanol, a partir do CO e H2, somente parte
dos reagentes presentes na alimentação ou carga reagem, ou seja, a
CONVERSÃO POR PASSE não é completa. Assim, os produtos são separados
e a mistura contendo os reagentes não reagidos é reciclada para o reator, após
mistura com a alimentação nova ou fresca.
Com as operações de reciclo nestes casos consegue-se um aproveitamento
maior da matéria-prima (MAIOR CONVERSÃO GLOBAL OU CONVERSÃO NO
PROCESSO), reduzindo custo de produção, apesar do maior custo de
investimento.

68
Se componentes inertes estiverem presentes na carga ou alimentação do reator,
é necessário que se faça uma purga contínua da mistura gasosa não convertida,
para evitar um aumento indesejável do componente inerte no processo. Como
exemplos pode-se citar a presença de gases como argônio na mistura N2 e H2
na síntese da amônia.
Um processo genérico envolvendo reação química, reciclo e purga é ilustrado de
forma simplificada na Figura a seguir.

An At Pr P
Reator Separador

Ps
Rc R

Na figura anterior:
üAn representa a alimentação ou carga nova ou fresca;
üAt é carga ou alimentação combinada, total ou também denominada
alimentação do reator;
69
üRc é a corrente de reciclo;
üPr é a corrente de saída do reator;
üPS é a corrente de saída do separador;
üR é a corrente de purga ou resíduo.
Podem ser realizados balanços materiais nos vários volumes de controle
ou sistemas:
üBalanço global: envolve todo o sistema e inclui as correntes An, R e P. A
conversão de um dado reagente no sistema é a conversão global ou conversão
do processo (X) e é dada por:

(reagente entra processo) - (reagente sai processo)


X= ´100%
(reagente entra processo)

üBalanço no ponto de mistura de An com RC: An + Rc = At

70
üBalanço no reator: relaciona a corrente At com a corrente Pr através da
conversão por passe (ou conversão no reato) Xpasse, dada por:

(reagente entra reator ) -(reagente sai reator )


X Passe = ´ 100%
(reagente entra reator )

üBalanço no ponto de separação da corrente PS: PS = RC + R


üBalanço no separador: Pr = PS + P
Exemplo 1) Num processo de produção de amônia, a alimentação nova é
composta por 75,16 mol % de H2, 24,57 mol % de N2 e 0,27mol % de argônio. A
alimentação nova é misturada com o gás de reciclo, e entra no reator. O gás que
entra no reator contém 79,52 mol% de H2, enquanto que o gás que sai do
separador de amônia contém 80,01 mol% de H2 e nenhuma amônia. A amônia
que sai do separador não contém gases dissolvidos. A conversão global do
reagente limitante é 98,5%. Calcule, por 100 kmol de alimentação nova:
a)Todas as correntes do processo;
b)Conversão de hidrogênio por passe no reator.

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An At Pr P
Reator Separador

Ps
Rc R

Reação: 3H2 + N2 → 2NH3


Base de cálculo: 100 kmol An
An (% molar): 75,16 H2, 24,57 N2, 0,27 Ar; At (% molar): 79,52 H2;
PS (% molar): 80,01 H2 (OBS: PS, RC e R tem a mesma composição).
Proporção estequiométrica na reação = 3 mol H2 / 1 mol N2
Proporção molar H2 para N2 em An = 75,16 / 24,57 = 3,05 mol H2 / 1 mol N2, logo o
H2 está em excesso e N2 é o limitante.
Com a conversão global de 98,5% do N2, vem:
72
24,57 kmol N2.............100%
N2 reage......................98,5% Logo N2 reagido = 24,2 kmol

N 2 reagido processo N 2 reagido processo


Ou pela fórmula: 0,985 = =
N 2 em An 24,57

N2 reagido no processo = 24,2 kmol


Logo, pela estequiometria da reação: NH3 formado = 2x24,2 = 48,4 kmol e H2
consumido = 3x24,2 = 72,6 kmol
Balanço na junção: An + Rc = At (global) e H2 (An) + H2 (RC) = H2 (At)

100 + RC = At (Eq. 1);


75,16 + 0,8001RC = 0,7592At (Eq. 2), Logo
RC = 889,79 kmol e At = 989,79 kmol

73
At = 989,79 kmol
H2 (At) = 0,7952x989,79 = 787,08 kmol
H2(Pr) = H2(At) – H2(reage) = 787,08 – 72,6 = 714,48 kmol
H2 (PS) = H2 (Pr) = 714,48 kmol
H2 (R) = H2 (PS) – H2 (RC)
H2 (RC) = 0,8001RC = 0,8001x889,79 = 711,92 kmol
H2(R) = H2 (PS) – H2 (RC) = 714,48 – 711,92 = 2,56 kmol

2,56 kmol H2.................80,01%


R................................100% Logo R = 3,20 kmol
Purga (R)
Ar .....................................0,27 kmol.............8,44%
H2.....................................2,56 kmol.............80,01%
N2 = 3,20 – 0,27 – 2,56 = 0,37 kmol............11,56%
Total corrente = R =........3,20 kmol...............100% 74
compon An(kmol) Rc(kmol) At(kmol) Pr(kmol) PS(kmol R(kmol) P(kmol)

N2 24,57 102,86 127,43 103,23 103,23 0,37 -

H2 75,16 711,92 787,07 714,47 714,48 2,56 -

Ar 0,27 75,01 75,28 75,28 75,28 0,27 -

NH3 - - - 48,4 - - 48,4

Totais 100 889,79 989,79 941,38 892,99 3,20 48,4

A composição das correntes PS, Rc e R são as mesmas (8,44% Ar; 80,01% H2;
11,56% N2) portanto com a composição de RC e sabendo que RC = 889,79 kmol,
tem-se os vários componentes desta corrente.
A coluna At = coluna An + coluna RC
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A coluna Pr = coluna At – reagido no reator. No reator reage 24,2 kmol N2, 72,6
kmol H2. O Argônio em Pr é o mesmo de At.

Respostas:
a) Tabela
b) Conversão H2 por passe

Hidrogênio reage 72,6


X passe = ´ 100% = ´ 100% = 9,22%
Hidrogênio At 787,08

OU: H2 reage = H2 (At) – H2 (Pr)

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Exemplo 2 ) Metanol pode ser produzido pela reação de dióxido de carbono com
hidrogênio, conforme equação a seguir:
CO2 + 3 H2 ® CH3OH + H2O
A alimentação nova ( fresca) ao processo contém hidrogênio e dióxido de carbono
em proporção estequiométrica, e 0,5 mol % de inertes ( I). O efluente do reator
alimenta um condensador, que remove essencialmente todo o metanol e água
formados, e nada dos reagentes e inertes. Os reagentes e inertes são reciclados
para o reator. Para evitar acúmulo excessivo de inertes no sistema, uma corrente
de purga é retirada do reciclo. A alimentação ao reator contém 2 % de inertes, e a
conversão por passe é 60 %. Calcule as correntes molares de alimentação nova,
alimentação total do reator e a corrente de purga, para uma produção de 1000
mol/h de metanol.

An At Pr P
Reator Condensador

Ps
Rc R

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An: I (inerte)= 0,5 mol% , logo 100 – 0,5 = 99,5%
99,5/4 = 24,875 mol% de CO2 e 24,875x3 = 74,625 mol% H2
At: 2 mol% I, portanto 100 – 2 = 98%
98/4 = 24,5 mol% CO2 e 24,5x3 = 73,5 mol% H2
Conversão por passe = 60% (tanto em relação ao CO2 como em relação ao H2,
pois estão em PROPORÇÃO ESTEQUIOMÉTRICA em todas as correntes onde
estão presentes).
Uma vez que é fornecida a conversão por passe e se conhece a composição da
corrente At, uma base de cálculo em At é conveniente.
Base de cálculo: 100 mol At, que corresponde a 24,5 mol de CO2 e 73,5 mol H2,
além de 2 mol de I.
Balanço no reator: conversão por passe = 0,6
CO2 (em Pr) = 24,5 – 0,6x24,5 = 9,8 mol ou (1 – 0,6)x24,5 = 9,8 mol.
H2 (em Pr) = 73,5 – 0,6x73,5 = 29,4 mol ou H2 (em Pr) = 3x CO2 (em Pr) = 29,4 mol;
H2O (em Pr) = nº mol CO2 reagido = 0,6x24,5 = 14,7 mol.

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CH3OH (em Pr) =H2O (em Pr) = nº mol CO2 reagido = 0,6x24,5 = 14,7 mol.
I (em Pr) = 2 mol.
Balanço no condensador: Pr = P + PS
9,8 + 29,4 + 14,7 + 14,7 + 2 = 14,7 + 14,7 + Ps
PS = 41,2 mol (9,8 mol CO2, 29,4 mol H2 e 2 mol I), que equivale a 23,79%
CO2; 71,37% H2 e 4,85% I, que é a composição de R e Rc.
Pr = 9,8 + 29,4 +14,7 + 14,7 + 2 = 70,0 mol
Balanço na junção:
An + Rc = 100 (Eq. 1) (Global)
0,24875 An + 0,2379 Rc = 24,5 (Eq.2) (Balanço CO2)
Rc = 34,56 mol e An = 65,44 mol

Cálculo de R: PS = R + Rc, Logo R = 41,2 – 34,56 = 6,64 mol

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Ampliando a escala para a produção de 1000 mol de CH3OH:
Na base de cálculo de 100 mol de At foi produzido 14,7 mol de metanol:

100 mol At ................14,7 mol CH3OH


At (real)....................1000 mol CH3OH At (real) = (1000/14,7)x100 = 6802,7 mol

A razão (1000/14,7) = 68,027 é o fator de ampliação de escala


An (real) = 65,44x68,027 = 4451,7 mol
Rc (real) = 34,56x68,027 = 2351 mol
R (real) = 6,64x68,027 = 451,7 mol
Pr (real) = 70,6x68,027 = 4802,7 mol
PS (real) = 41,2x68,027 = 2802,7 mol

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Referências
1-) Felder, M. F. e Rosseau, R. W. Princípios Elementares dos Processos
Químicos. 3ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora. 2005.
2-) Himmelblau, D. M. e Riggs, J. B. Engenharia Química – Princípios e Cálculos.
7ª ed. Rio de Janeiro: LTC Editora. 2006.
3-) Brasil, N. I. Introdução à Engenharia Química. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora
Interciência. 2004.
4-) BADINO JÚNIOR, A. C.; CRUZ, A. J. G. Fundamentos de Balanço de Massa
e Energia. 2. ed. São Carlos: EdUFSCar, 2013.

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