Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
de Processos Químicos
Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
Revisão Textual:
Pérola Damasceno
Balanço Material e de Energia
Combinados Aplicados a
Processos Químicos
• Introdução;
• Balanços de Massa e Energia Aplicados Simultaneamente.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Entender os conceitos aplicados em processos com mais de uma unidade, por meio de defi-
nição de volumes de controle;
• Relacionar os conceitos de massas e energias em processos químicos industriais, de ma-
neira simultânea.
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
Introdução
Para fechar o nosso conteúdo na disciplina, nessa Unidade veremos aplicações dos
conceitos abordados anteriormente em sistemas de múltiplas unidades. Até então, vimos
como realizar o balanço em etapas únicas do processo; por analogia, é como se anali-
sássemos apenas uma parte de um grande jogo de quebra-cabeça, e agora veremos o
jogo completo com todas as peças! Vamos lá?
Sabemos que raros são os processos que são realizados em etapa única, logo, se
faz necessário o entendimento total, de como acontece cada etapa isoladamente ou em
conjunto com outras.
Como visto, os balanços de massa nos ajudam a responder perguntas sobre a taxa
em que os poluentes se acumulam em um sistema, a concentração máxima que um
poluente pode chegar a um ponto de um rio após um derramamento a montante, ou o
tamanho de um reator que temos que construir para alcançar uma redução percentual
desejada na concentração de um poluente. Um exemplo muito interessante é se consi-
derarmos que para definir a quantidade de CO2 em uma sala, devemos saber o quanto
que entra ou sai pela porta e pelas janelas, o quanto de CO2 é gerado pela respiração, e,
se houver plantas na sala, saber o quanto do mesmo gás é consumido pela fotossíntese.
8
Figura 1 – VCs previamente determinados
m1 + m2 + m4 = m7 + m9 + m11 + m12
m1 + m2 =
m3
9
9
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
m=
8 m9 + m10
m3 + m4 + m5 =
m6
m6 = m5 + m7 + m8
m=
10 m11 + m12
10
Figura 5 – Volume de controle 1, 2 e 3 (VC1, VC2 e VC3)
• Volume de controle D (VCD): É aquele que compreende um subsistema formado
pelo ponto de mistura e pela unidade de processo 1. Assim:
m1 + m2 + m5 + m4 =
m6
11
11
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
Figura 8 – Reciclo
Figura 9 – Desvio
12
• Purga: É a corrente que é aplicada quando se tem a necessidade de reduzir um
fluxo do processo para remover um acúmulo de inertes ou material indesejado que
poderia se acumular na corrente de reciclo, como apresentado na Figura 10.
Figura 10 – Purga
Exemplo 1
A acetona é usada na fabricação de muitos produtos químicos e também como solven-
te. Em seu último papel, muitas restrições são colocadas sobre a liberação de vapor de
acetona para o meio ambiente. Você é solicitado a projetar um sistema de recuperação
de acetona com o fluxograma ilustrado na Figura 11. Todas as concentrações mostradas,
de ambos os gases e líquidos, são especificados em porcentagem (em massa), neste caso
especial para simplificar os cálculos. Calcule A, F, W, B e D por hora. G = 1.400 Kg/h.
Resolução
Esse sistema envolve três unidades de processos, que possibilitam a aplicação de vá-
rios volumes de controle, e três componentes: acetona, água e ar. O balanço pode ser
feito da seguinte maneira:
13
13
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
VC Global:
G +W = A + D + B
1400 = A + D + B –W
G + W =A + F
1400 + W =A + F
Ar:
Acetona:
Água:
F= D + B
221, 053= D + B
xacF
= .F xacD.D + xacB.B
0,19.221,
= 053 0,99.D + 0, 04.B
=42 0,99.D + 0, 04.B
14
Água:
xagF
= .F xagD.D + xagB.B
179,
= 053 0, 01.D + 0,96.B
B =186,150 kg
D = 34, 903 kg
Exemplo 2
Um esquema de um processo para a produção de NaOH em flocos, que é usado em
residências para limpar encanamentos entupidos.
VC Global:
F= W + P
10000= W + P
15
15
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
NaOH:
xNaOHF
= .F xNaOHW .W + xNaOHP.P
0 + [ 0,95 P + 0, 45. 0, 05 P ]
0, 4.10000 =
P = 4113,110 lb
Água:
xagF
= .F xagW .W + xagP.P
6000= W +113,110
W = 5886, 889 lb
Para se definir o valor do reciclo, uma das opções é aplicar o balanço de massa
no “cristalizador e no filtro”, que é nossa unidade de processo 2.
VC – Cristalizador e filtro
G= R + P
G= R + 4113,110
NaOH:
xNaOHG
= .G xNaOHR.R + xNaOHP.P
0,5 . G 0, 45 . R + 4000
=
Água:
xagG
= .G xagR.R + xagP.P
G = 42984,110 lb
R = 38871lb
16
Agora, suponha que a mesma taxa de produção de flocos de NaOH seja obtida, mas que o
filtrado não seja reciclado. Qual seria então a taxa de alimentação total de 40% de NaOH?
Suponha que a solução produzida do evaporador ainda contém 50% de NaOH. O que pode
ser concluído, desse novo resultado?
Dica: o novo fluxograma ficará assim:
Ao finalizar os cálculos, você notará que sem a corrente de reciclo, a taxa de alimen-
tação será 5,37 vezes maior do que com reciclo para produzir a mesma quantidade de
produto. Assim, F será de 53730 lb.
Exemplo 3
Uma corrente de alimentação está fluindo a 100 mol/h, contendo 31% de monóxido
de carbono (CO), 66% de hidrogênio (H2) e 3% de nitrogênio(N2). A corrente de alimen-
tação nova se junta a uma corrente de reciclo e a corrente combinada é alimentada a um
reator catalítico para a síntese de metanol.
Este fluxo é misturado com uma corrente de reciclo em uma proporção de 4 mol
de reciclo para 1 mol de alimentação para entrar no reator, e a corrente que entra no
reator contém 11% em mol de N2. O reator efluente vai para um condensador, de onde
saem dois fluxos: uma corrente líquida, contendo CH3OH puro, e uma corrente gasosa,
contendo todos os subprodutos: CO, H2 e N2. O fluxo de gás do condensador é dividido
em uma corrente de purga, e o restante é reciclado para misturar com a alimentação
nova para entrar no reator. Calcule:
a) A taxa de fluxo molar e composição do gás de purga;
b) A taxa de produção de metanol.
17
17
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
Resolução
a) VC – ponto de mistura
Balanço total:
n1 + n6 =
n2
n6 = 4. n1
n6 = 400 mol / h
Logo,
n1 + n6 =
n2
n 2 = 500 mol / h
N2:
yN 2,1.n1 + yN 2, 6. n6 =
yN 2, 2.n 2
0, 03 .100 + yN 2, 6 . 400 =
0,11.500
yN 2, 6 = 0,13
VC global:
18
Balanço por componente:
N2:
yN 2,1.n1 yN 2, 7. n7 + yN 2, 4.n 4
=
0,
= 03 .100 yN 2, 7. n7 + 0
yN
= 2, 6 yN
= 2, 7 0,13
Logo:
0, 03
= .100 0,13. n7 + 0
C:
H:
yCO, 7 = 0, 23
yH 2, 7 = 0, 64
mol
n 4 = 25, 71 de metanol
h
19
19
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
Escalonamento de Processo
Você já se perguntou como é feito o dimensionamento de um processo que foi pro-
jetado em escala laboratorial para uma escala industrial? Com o balanço de massa,
podemos estimar essa quantidade a partir do escalonamento.
Você não pode, no entanto, dimensionar massas ou vazões de massa para quantida-
des molares ou vice-versa por simples multiplicação; conversões deste tipo devem ser
realizadas usando os métodos discutidos na seção fração de massa e fração molar.
Como exemplo, podemos observar a seguinte ilustração de uma mistura entre ben-
zeno e tolueno:
20
Note que, nesse exemplo, o valor original era 2 Kg, e o processo foi escalonado para
uma produção de 600 Kg, logo, percebe-se que o fator de escala foi de 300 e multiplicado
pela quantidade alimentada e produzida, permanecendo a mesma composição de processo.
21
21
UNIDADE Balanço Material e de Energia Combinados
Aplicados a Processos Químicos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Indústrias de processos químicos
SHREVE, R. N.; BRINK JR., J. A. Indústrias de processos químicos. 4. ed. [s. l.]: Gua-
nabara Koogan, 1997.
Vídeos
Processos Industriais – Introdução
https://youtu.be/Js4UBEJ0-94
22
Referências
ERWIN, D. Projeto de processos químicos industriais. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2016. (e-book).
23
23