Você está na página 1de 9

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral

Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

A Formação da Música Brasileira

1- Texto Base: “Período Colonial”, de Bruno Kiefer

Embora a música dos indígenas praticamente não deixasse vestígios em nossa


música, constituindo até hoje um fenômeno exótico, não se pode iniciar uma história
da música brasileira sem breves referências a seu respeito. As fontes relativas ao
século do descobrimento são, naturalmente, os relatos de portugueses e estrangeiros
que por aqui passaram ou aqui se radicaram. A mais antiga dessas referências,
sumaríssima, é encontrada na famosa Carta A El Rey Dom Manuel, de Pero Vaz de
Caminha, escrita “Deste Porto Seguro, da vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira,
primeiro dia de maio de 1500”. Diz aí o missivista, em certa altura, referindo-se aos
índios: “E olhando-nos, assentaram-se. E, depois de acabada a missa, assentados
nós a pregação, levantaram-se muitos deles, tangeram corno ou buzina e começaram
a saltar e a dançar um pedaço”.

Uso da buzina por índio da Amazônia

Devemos a Jean de Lery, aqui chegado em 1557 em função da “França Antártica”, o


primeiro documento em notação musical relativo à música dos índios.

Heu heura heura heura heura heura heura heura ouech

A impressão causada por esta música aos ouvidos europeus de Jean Lery é por ele
descrita: “Essas cerimônias duraram cerca de duas horas e durante esse tempo os
quinhentos ou seiscentos selvagens não cessaram de dançar e cantar de um modo
tão harmonioso que ninguém diria não conhecerem música. Se, como disse, no início
dessa algazarra, me assustei, já agora me mantinha absorto em coro ouvindo os
acordes dessa multidão e, sobretudo a cadência e o estribilho repetido a cada copla:
Hê. He ayre, heyrá, heyrayre, heyra, heyre, uêh.” Bem diversa foi a reação dos
jesuítas diante dessa música. Relata o Padre Manuel da Nóbrega, em carta de 1549,
dirigida ao Padre Simão Rodrigues, que seu colega Aspilcueta Navarro visitava “ora
um, ora outro lugar da cidade e à noite ainda faz cantar os meninos certas orações
que lhe ensinou em sua língua, em lugar de certas canções lascivas e diabólicas que

1
Profª Gesiane Castro – Música
Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

antes usavam”. Diz ainda o autor do trabalho do qual definimos esta citação, José
Ramos Tinhorão: “A impressão definida como diabólica das canções indígenas
derivava, naturalmente, da forma pela qual os padres as ouviam, sempre ligadas a
danças rituais, entre batidas de pés no chão, volteios de corpo e pequenos estribilhos
em uníssono, pois – como informava o padre Fernão Cardim falando de “bailos e
cantos” dos índios: “não fazem uma coisa sem a outra”. Para começar, os jesuítas,
assustados com o caráter selvagem do instrumental da música indígena – trombetas
com crânios de gente na extremidade, flautas de ossos, chocalhos de cabeças
humanas, e etc. – trataram de iniciar os catecúmenos nos segredos do órgão, do
cravo e do fagote, que melhor se adaptavam à música sacra. Com o aprendizado
desses instrumentos, a estrutura natural da música dos indígenas, baseadas em
escalas diferentes da européia, e portanto, geradora de um esquema harmônico
igualmente diverso, perdia sua razão de ser, reduzindo-se o som original da música da
terra à marcação de um ou outro instrumento de percussão, ainda permitido no
acompanhamento de umas poucas danças julgadas inofensivas pela severa censura
dos Jesuítas. Com isto já entramos na ação catequética dos jesuítas que incluía como
recurso para cativar mais facilmente os índios e fixar-lhes melhor o aprendizado da
doutrina (católica), a música. (...) A ação dos jesuítas no campo da música tinha
finalidade catequética e visava sobretudo os indígenas. Acontece, porém, que a
conseqüente “deculturação” do índio foi tão radical que, praticamente não ficaram
vestígios da música indígena na música brasileira.

Deculturação - Perda ou degradação da identidade cultural de um indivíduo ou de um grupo étnico ao se


adaptar a uma cultura diferente.

(Texto: “O Período Colonial”, Kiefer p. 9, 10,11, 1977)

1.1-Considerações sobre o negro escravo e a formação da música brasileira no


período colonial

Segundo, Bruno Kiefer, a contribuição do negro africano para a música se deu de


maneira direta, ou seja, ao trazer valores próprios da música nativa africana que foram
de suma importância para a música brasileira e de maneira indireta, ao contribuir com
seu trabalho, que propiciou o desenvolvimento econômico e cultural da colônia. O
autor evidencia a participação do negro escravo em funções musicais eruditas ou
semieruditas, como músico executante e difusor da música européia importada ou
criada no Brasil colonial. “O emprego do negro escravo como músico era costume que
se observava no período colonial afora (kiefer, pág. 15, 1977). Além disto: “Devem ter
possuído um repertório especial, de alto nível artístico, o que implica conhecimento de
solfejo e teoria da música. (...) “o conhecimento da literatura musical erudita chegava
facilmente aos ouvidos do povo por uma classe que representava a ponte”. (...) “Havia
escravos charameleiros que, com seus instrumentos musicais, alegravam as festas”.

Charameleiro – Músico executante da charamela.

Charamela é um antigo instrumento musical de sopro do qual descendem o oboé e o fagote.

2
Profª Gesiane Castro – Música
Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

1.2-A Música Brasileira: Indígenas, Europeus e Africanos

Algumas Contribuições Indígenas

A partir do texto acima podemos perceber que a música do Brasil formou-se a partir da
mistura de elementos europeus, africanos e discreto substrato da cultura indígena.
Estes elementos trazidos respectivamente pelos colonizadores europeus, escravos e
pelos nativos que habitavam as terras brasileiras recém descobertas, foram
dialogando no decorrer da história, somando-se a outros gêneros musicais que
chegaram posteriormente, mormente no período Imperial e contribuindo com a
formação da música, até os nossos dias.
Conforme lemos no texto, quando chegaram ao Brasil, os portugueses ouviram
músicas muito diferentes das que estavam acostumados e ficaram impressionados
com os instrumentos musicais utilizados pelos nativos, que eram confeccionados com
materiais encontrados na natureza: ossos de animais, ossos humanos, sementes,
cuias, cascas de árvores, barro, pele, penas de animais, bambu e outros materiais
encontrados no seu habitat. A música indígena era ligada às cerimônias, rituais e às
atividades da vida da tribo: cantos e danças de guerra, ritos de passagem, de caça, de
pesca, de invocação, celebração de fatos sociais da vida e da morte, homenagem às
entidades sobrenaturais e aos fenômenos da natureza. A música indígena era uma
prática coletiva da tribo que vinculava o canto à dança, marcada pelo ritmo, com
estribilhos e poucas palavras (melodias repetitivas). Podemos destacar como
contribuições indígenas para a formação da música brasileira alguns instrumentos
musicais e algumas danças como a catira e o caboclinho.

Catira ou cateretê - A dança catira é um ritmo de origem híbrida, pois tem influências de diversas
culturas, sendo as principais: africana, portuguesa, espanhola, européia e indígena.
Caboclinho – dança popular brasileira de memória indígena.

Alguns instrumentos indígenas

1- Maracá – cabaça oca, colocada na extremidade de um pau, cheia de


pedrinhas, caroços ou sementes.

2- Tambor – os indígenas possuíam tambores diversos e originais.

3- Flauta - construída de madeira, osso ou barro, podendo ter o


formato cilíndrico ou o formato de concha.

4- Flauta-pan - formada pelo conjunto de tubos, com diferentes


tamanhos.

5- Apito - feito de côco, folha de palmeira, chifre, concha, madeira...


Servia principalmente para a caça e imitava os sons dos pássaros.

1-maracá 4-flauta-pan 2-tambor


3
Profª Gesiane Castro – Música
Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

1.3-Algumas Contribuições Africanas

Os portugueses tiveram dificuldades no processo de escravização dos povos


indígenas e encontraram como alternativa para a mão de obra a utilização de escravos
africanos, obtidos através do tráfico negreiro. Essa atividade iniciou-se oficialmente em
meados do século XVI, quando Portugal decidiu permitir o ingresso de escravos
vindos da África para a colônia, mas intensificou-se durante o ciclo da cana de açúcar
e da mineração. Segundo, Kiefer, os africanos foram essenciais para o
desenvolvimento econômico da colônia, paralelamente ao desenvolvimento cultural.
Na música destacaram-se imediatamente a sua chegada, como músicos executantes
de música erudita e semierudita – as orquestras constituídas por escravos africanos
possibilitaram a circulação de música para os habitantes dos povoados, portanto,
esses músicos foram de suma importância ao difundir a música no Brasil colonial.
Trouxeram ainda, ritmos, danças, instrumentos musicais que, no decorrer da vida da
colônia e do Império contribuíram dialogicamente com as sonoridades de outras
nações que confluíram para o Brasil, configurando assim a formação de novos
gêneros musicais.

Alguns Instrumentos Musicais Africanos

1-Berimbau – instrumento de corda utilizado para fazer percussão na capoeira,


marcando o ritmo da luta.

2-Agogô – instrumento de metal utilizado no samba e na capoeira.

3-Cuíca – espécie de tambor, com uma haste de madeira presa no centro da


membrana de couro, pelo lado interno. O som é obtido friccionando a haste com um
pedaço de tecido molhado pressionando a parte externa da cuíca com o dedo,
produzindo um som de ronco característico, muito utilizado no samba.

4-Atabaque – instrumento de percussão, semelhante a um tambor, tocado com as


mãos ou com baquetas.

Atabaque Berimbau Cuíca

Agogô
4
Profª Gesiane Castro – Música
Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

1.4-A Música Européia

Desde o descobrimento em 1500, na esquadra de Pedro Álvares Cabral, vieram como


seus auxiliares, Frei Pedro Neto, corista, e Frei Maffeo, organista e músico. Segundo o
documento de 1908 “A Música no Brasil”, eles impressionaram aos índios com sua
arte na celebração da primeira missa no Brasil. A partir de 1549 chegaram os
primeiros jesuítas com a missão de espalhar a fé católica e utilizaram a música para a
catequização dos índios, que em pouco tempo aprenderam a tocar instrumentos
europeus, tais como o cravo, o órgão, o violino, dentre outros. Os indígenas foram
levados a aprenderem os valores europeus, o que fez com que a diversidade cultural
deles fosse esquecida. Os jesuítas encontraram nas tribos brasileiras uma inclinação
natural para a música, a dança, o teatro, principalmente na forma dos autos que se
prestavam a contar narrativas bíblicas e história dos santos; tinham também
habilidades para a oratória, afinal, a arte era muito valorizada na cultura indígena.
Além da música religiosa trazida pelos jesuítas, os primeiros imigrantes e
desbravadores da colônia também trouxeram a música profana européia. Temos num
primeiro momento, a música religiosa, a música sacra , a música popular portuguesa
que foi trazida pelos colonizadores e aos poucos, uma maior diversidade de músicas
vindas de outros países, com suas melodias, ritmos, harmonias, instrumentação e
letras: o fado, as cantigas de roda, cantigas de ninar, a modinha, o lundu, a polca, as
danças e os festejos populares como a Folia de Reis, o bumba-meu-boi que se
somaram a música dos espanhóis, dos holandeses, dos franceses, dos italianos que,
com o passar dos anos também vieram a influenciar e contribuir para a formação da
música brasileira. No século XIX, com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil e o
início do período Imperial houve grande incremento da vida econômica e cultural,
particularmente na vida musical do Rio de Janeiro, capital da Corte. Um período de
grande difusão de gêneros musicais e artistas músicos vindos de todas as partes do
mundo com suas sonoridades e tradições.
Lundu- dança brasileira híbrida com traços africanos e europeus, caracterizada pelo ritmo malemolente e pelos
batuques de origem africana.

Instrumentos Musicais Europeus

Cravo- Violino- flauta doce-

Charamela-

5
Profª Gesiane Castro – Música
Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

A Formação da Música Brasileira: a chegada da família real portuguesa e o


período imperial

No módulo anterior conhecemos um pouco da história e da sonoridade do período


colonial que se iniciou com a chegada dos colonizadores portugueses, em 1500.
Falamos sobre as habilidades musicais dos indígenas, africanos e europeus, dos
instrumentos musicais utilizados por eles e da música que soava no serviço religioso
com destaque às igrejas de Minas Gerais. Agora falaremos de um fato muito
marcante para a vida musical: a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de
Janeiro, em 1808, e do período imperial (1822/1889) com seus gêneros musicais
peculiares.

A Chegada da Família Real Portuguesa

A partir da chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro aconteceram algumas


transformações no Rio de Janeiro, cidade que abrigou os nobres portugueses. De
imediato, a criação da Real Capela Imperial, que contava com músicos vindos de
todas as partes do mundo, pagos “a peso de ouro”, que atuavam na música litúrgica
da capela e muitas vezes também na música secular. D. João VI era um apaixonado
por música e fez muitos investimentos neste sentido, para tal construiu, inclusive, o
Real Teatro de São João, em 1813, no qual se apresentavam com freqüência
espetáculos de ópera e música de concerto.

É importante saber que durante todo o século XIX, principalmente por conta da
confluência de viajantes ou imigrantes de outras nações, houve um intenso diálogo
cultural e musical na cidade do Rio de Janeiro: modinha, lundu, polca, valsa, tango,
maxixe, choro, marcha, ópera e gêneros do teatro musicado, tais como a mágica e o
teatro de revista, contribuíram para a formação da música brasileira. Aos poucos se foi
construindo uma identidade nacional para a música até chegarmos aos gêneros e
subgêneros musicais atuais e à diversidade de instrumentos, práticas e estilos
interpretativos. Vamos conhecer alguns gêneros musicais que se popularizaram e
influenciaram a nossa música.

A Modinha e o Lundu

Desde o século XVIII a modinha e o lundu se destacaram no gosto do público que se


reunia nos salões, nos saraus, nas festas populares, nas serestas ao luar, ao som dos
pianos, das violas e dos cantores que demonstravam suas habilidades artísticas. A
modinha é um gênero lírico amoroso que apresenta influências diretas da ópera,
composta para canto solista com acompanhamento usual de piano, viola e flauta,
6
Profª Gesiane Castro – Música
Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

construída geralmente em estrofes, que fala do amor romântico, do sofrimento e das


desilusões amorosas por um amor impossível. Já o lundu, inicialmente uma dança
executada em terreiros, é um gênero híbrido, de influências africanas e ibéricas,
jocoso, por vezes cômico, com letras que trazem um duplo sentido para divertir o
ouvinte, podendo ser cantado ou dançado, com acompanhamento do batuque de
origem africana dependendo da ocasião e do público. O mais importante cantor de
modinhas e lundus, Domingos Caldas Barbosa (século XVIII), ficou célebre não só nas
terras brasileiras, mas também em Portugal. A modinha e o lundu perduraram ao
século XIX e influenciaram a formação dos novos gêneros musicais brasileiros.

Música para ler e ouvir: modinha imperial

1-Róseas Flores d’alvorada


(modinha imperial – intérprete Soprano Márcia Domingues)

https://www.youtube.com/watch?v=ozQapMvzqeA

Róseas flores d’alvorada


Teus perfumes causam dor

Róseas flores d’alvorada


Teus perfumes causam dor

Essa imagem que recordas


É meu puro e santo amor

Essa imagem que recordas


É meu puro e santo amor
Ai, quem respira os teus
odores
Fenece triste, morre de
amores

Sarau nos tempos do Império

7
Profª Gesiane Castro – Música
Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

Música para ouvir: Lundu

2-Lundu da Marrequinha (lundu – Lira D’orfeo)

https://www.youtube.com/watch?v=jXDITbmU-tY

A dança Lundu

Valsa
A valsa é uma dança de origem alemã e vienense. O nome “valsa” tem origem na
palavra alemã “waltzen” que significa “dar voltas”. A valsa foi introduzida nos salões do
Rio de Janeiro pela família real portuguesa em 1808, consagrou-se na vida corte
carioca por ser dançada com a aproximação dos pares e tornou-se um instrumento de
socialização e abordagem galante para os namorados da época.
3-Branca (valsa imperial)

https://www.youtube.com/watch?v=ohPakKN-OqE

Polca

A polca é um gênero musical dançante, de andamento vivo e compasso binário, que


surgiu na Boêmia – atual República Tcheca – no começo do século XIX. Foi
introduzida na vida musical carioca por volta de 1844. A polca caiu no gosto dos
pianistas que animavam as festas da classe média e popularizou-se como dança nos
salões, recebendo algumas transformações rítmicas, melódicas e interpretativas no
decorrer do tempo.

Polca – música dançante

Profª Gesiane Castro – Música


Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – Campus Pinheiral
Formação da Música Brasileira. Períodos Colonial e Imperial

Maxixe

O maxixe é uma dança popular urbana criada no Rio de Janeiro, na segunda metade
do século
XIX. Sua invenção é atribuída aos habitantes da Cidade Nova – bairro do Rio de
Janeiro surgido por volta de 1860, que em 1872 já havia se tornado o bairro mais
populoso da cidade e também o bairro dos divertimentos mais liberais. A dança foi
considerada desde o início muito vulgar e um tanto escandalosa para os costumes da
época por causa da excessiva aproximação e entrelaçamento das pernas dos pares. O
maxixe resultou dos esforços dos músicos de choro em adaptar e estilizar o ritmo das
músicas dançantes tais como a polca e o lundu dançado e cantado, aos volteios e
requebros de corpo que agradavam aos dançarinos de salões das classes mais
populares, que ousavam inovar os passos das danças de salão tradicionais. A
descoberta do novo gênero de dança chegaria ao conhecimento das demais classes
sociais do Rio de Janeiro quase simultaneamente a sua criação, porém inicialmente
restrito aos bailes das sociedades carnavalescas e aos quadros de canto e dança do
teatro de revista.

4-A dança Maxixe

https://www.youtube.com/watch?v=q78QC47iP_o

Bibliografia
TINHORÃO, José Ramos. História Social da Música Popular Brasileira. São Paulo: Editora 34,1998.
KIEFER, Bruno. A Modinha e o Lundú.Porto Alegre: Editora Movimento, 1986.

Profª Gesiane Castro – Música


Prof. Pablo da Cunha – Artes Visuais

Você também pode gostar