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MODULO II

VIDA E
PREVIDENCIA

MATERIAS:
SEGUROS DE PESSOAS – PÁGINAS 2 A 29
MERCADO FINANCEIRO – PÁGINAS 30 A 49
PREVIDENCIA COMPLEMENTAR– PÁGINAS 50 A 77
OPERAÇÃO DE SEGUROS– PÁGINAS 78 A 96

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RESUMO SEGUROS DE PESSOAS

UM POUCO DE HISTÓRIA: A necessidade de segurança e inerente ao ser humano. Desde sua


origem, sofrendo as consequências das situações climáticas e dos ataques de animais e de
outros homens, de doenças, invalidez e morte, o homem sentiu a necessidade de buscar
formas de proteção, desde a integração em tribos ou grupos, até a criação de moradias que
minimizassem certos perigos. O ser humano necessita se proteger.
Posteriormente, o homem comprovou haver situações que podiam determinar a perda de
seus bens e observou que, para desenvolver suas atividades com segurança, teria que
descobrir alguma maneira de estar protegido. Surgiu, então, a “ideia” do seguro.

Curiosidade: Os antigos romanos organizavam os serviços funerários e de beneficência através


de seus collegia, que equivaliam a Montepios. Os membros dos collegia contribuíam, antecipadamente,
para a criação de um Fundo que assumia as despesas ocasionadas pelos enterros. Esses collegia
chegaram a se especializar, existindo, por exemplo, o da milícia, que concedia pensões aos membros
que se encontrassem em situações de incapacidade, provocadas por feridas sofridas em combate, ou
outorgava rendas de aposentadoria a quem atingisse o limite da idade militar.
Já no século XIX, a vida dos escravos transportados por mar era segurada sob forma coletiva, por um só
contrato de vida, que garantia ao proprietário o pagamento de uma determinada quantia para cada
escravo que morresse durante a viagem. Registra-se, também, no final daquele século, a contratação de
seguros coletivos de trabalhadores, pelos quais os empregadores estipulavam Seguros de Vida em
benefício de seus empregados. O conceito de seguro contra Acidentes Pessoais também vem de longa
data. Há registro de que se praticava esse seguro na Idade Média. Era relacionado, principalmente,
aos riscos de mar e de guerra. No campo comercial, seu aparecimento amplo ocorreu com o início do
desenvolvimento industrial.

O Seguro de Pessoas no Tempo: O Código Comercial Brasileiro, publicado em 1850 e ainda


hoje em vigor – apenas nos itens referentes ao Direito Comercial Marítimo –, determinava
a proibição da contratação de Seguros de Vida de pessoas livres. Era permitida somente a
contratação de seguros para as vidas dos escravos, não considerados pessoas. Assim, no Brasil,
o Seguro de Vida teve sua pratica retardada por ter sido considerado, durante longo tempo,
uma especulação imoral.
Em 1905, surgiu um “plano” que cobria as vidas dos empregados de uma cadeia de armazéns
varejistas, contratado por meio de diversas apólices individuais que exigiam a realização previa
de exames médicos. O “plano” utilizado foi o denominado seguro temporário renovável
automaticamente e os prêmios das apólices eram recolhidos e pagos a Seguradora pelo
empregador.
Em 1910, foi emitida, nos EUA, a primeira apólice de Seguro de Vida em Grupo, que
apresentava como condições: não realização dos exames médicos individuais prévios, prêmios
quitados pelos segurados e o benefício por morte do funcionário pago ao beneficiário por ele
indicado. O Código Civil Brasileiro, publicado em 1916 e já inteiramente revogado, passou a
considerar a vida e as faculdades humanas objetos seguráveis, o que foi mantido pelo Código
Civil publicado em 2002 (Lei 10.406/02).
Em 1929, o Seguro de Vida em Grupo surgiu no Brasil, época na qual o referido ramo já estava
consolidado e modernizado nos EUA. Foi introduzido em nosso mercado, seguindo o modelo
americano no que se referia a taxas e a condições.
Em 1954, no Brasil, foi publicada uma Portaria que definiu padrões para o Ramo de Acidentes
Pessoais, sendo aquele ano considerado o marco inicial para o desenvolvimento da carteira.

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SEGURO DE PESSOAS NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO (LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002):
O Código Civil Brasileiro apresenta uma série de artigos aplicáveis a seguros, sendo alguns
voltados, exclusivamente, para os contratos de Seguros de Pessoas. E muito importante ler
atentamente os artigos apresentados a seguir e ter as diretrizes sempre em mente, pois
ajudam a esclarecer diversas dúvidas dos segurados.
[...]
Art. 789 – Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo
proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo
ou diversos seguradores.
Art. 790 – No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a declarar, sob pena de
falsidade, o seu interesse pela preservação da vida do segurado.
Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interesse, quando o segurado é
cônjuge, ascendente ou descendente do proponente.
Art. 791 – Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não tiver como causa
declarada a garantia de alguma obrigação, é lícita a substituição do beneficiário, por ato entre
vivos ou de última vontade.
Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado oportunamente da substituição,
desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo beneficiário.
Art. 792 – Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não
prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não separado
judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da vocação
hereditária.
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão beneficiários os que
provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à subsistência.
Art. 793 – É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do contrato o
segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato.
Art. 794 – No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital
estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os
efeitos de direito.
Art. 795 – É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para pagamento reduzido do
capital segurado.
Art. 796 – O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida
do segurado.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o segurador não terá ação para
cobrar o prêmio vencido, cuja falta de pagamento, nos prazos previstos, acarretará, conforme
se estipular, a resolução do contrato, com a restituição da reserva já formada, ou a redução do
capital garantido proporcionalmente ao prêmio pago.
Art. 797 – No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um prazo de carência,
durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o segurador é obrigado a devolver ao beneficiário o
montante da reserva técnica já formada.
Art. 798 – O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida
nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de
suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a cláusula contratual que
exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado.
Art. 799 – O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda que da apólice
conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado provier da utilização de meio de
transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de
humanidade em auxílio de outrem.
Art. 800 – Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do
segurado, ou do beneficiário, contra o causador do sinistro.

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Art. 801 – O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou jurídica em proveito
do grupo que a ela, de qualquer modo, se vincule.
§ 1º O estipulante não representa o segurador perante o grupo segurado, e é o único
responsável, para com o segurador, pelo cumprimento de todas as obrigações contratuais.
§ 2º A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expressa de segurados que
representam 3/4 do grupo.
Art. 802 – Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do reembolso de
despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o custeio das despesas de luto e de
funeral do segurado.”

NOÇÕES GERAIS: Os planos de Seguros de Pessoas são aqueles destinados a oferecer


coberturas de risco (por exemplo, morte, invalidez, doenças graves) e/ou coberturas por
sobrevivência.
Atenção: A cobertura por sobrevivência é aquela que garante o pagamento do capital segurado
pela sobrevivência do segurado ao período de diferimento contratado ou a compra, mediante
pagamento único, de renda imediata.
As coberturas de risco são aquelas coberturas dos Seguros de Pessoas cujo evento gerador não é a
sobrevivência do segurado a uma data predeterminada.
Em resumo, todas aquelas situações que não se enquadrarem no conceito de cobertura de
sobrevivência apresentado acima, automaticamente, são entendidas como cobertura de risco.

SUJEITOS DA OPERAÇÃO: Na contratação de um plano de Seguros de Pessoas estão envolvidas


as seguintes partes:
Segurado: Pessoa física que contrata o plano ou, no caso de contratação sob a forma coletiva,
que adere ao plano;
Seguradora: Pessoa jurídica obrigatoriamente constituída sob a forma de sociedade anônima –
S/A, que assume a responsabilidade pela cobertura dos riscos especificados na apólice,
mediante o recebimento do prêmio correspondente;
Corretor: Pessoa física ou jurídica que faz a intermediação da contratação do plano;
Beneficiário: Desde que respeitadas as determinações legais e regulamentares, beneficiário e
a pessoa física ou jurídica livremente indicada pelo segurado para receber os valores dos
capitais segurados – indenizações –, na hipótese de ocorrência do sinistro; e
Estipulante: Pessoa física ou jurídica que propõe a contratação de plano coletivo, ficando
investido de poderes de representação do segurado, nos termos da legislação e
regulamentação em vigor.

Sobre o Estipulante: O Estipulante só pode ser beneficiário em um plano de Seguros de


Pessoas se comprovado o legitimo interesse para que ele figure nessa condição.
Esse e o caso, por exemplo, do Seguro Prestamista, que veremos mais adiante.
O estipulante será identificado como:
■■ estipulante-instituidor: aquele que participa, total ou parcialmente do custeio do plano; e
■■ estipulante-averbador: aquele que não participa do custeio do plano.
Não podem ser estipulantes, salvo quando estiverem estipulando apólices para seus próprios
funcionários:
■■ corretoras de seguros, seus sócios, dirigentes, administradores, empregados, prepostos ou
representantes;
■■ corretores; e
■■ sociedades seguradoras, seus dirigentes, administradores, empregados, prepostos ou
representantes.
O estipulante tem várias obrigações a cumprir, como:
■■ fornecer a seguradora todas as informações necessárias para a análise e a aceitação do
risco;

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■■ manter a seguradora informada a respeito dos dados cadastrais dos segurados, alterações
na natureza do risco coberto, bem como quaisquer eventos que possam, no futuro, resultar
em sinistro;
■■ fornecer ao segurado, sempre que solicitado, quaisquer informações relativas ao contrato
de seguro;
■■ comunicar, de imediato, a seguradora, a ocorrência de qualquer sinistro, ou expectativa de
sinistro, referente ao grupo que representa, assim que delas tiver conhecimento, quando tal
comunicação estiver sob sua responsabilidade;
■■ dar ciência aos segurados dos procedimentos e prazos estipulados para a liquidação dos
sinistros; e
■■ comunicar, de imediato, a SUSEP, quaisquer procedimentos que considerar irregulares
quanto ao seguro contratado, bem como fornecer aquela autarquia quaisquer informações
solicitadas, dentro do prazo por ela estabelecido.
Sempre que houver qualquer alteração nas condições contratuais que implique modificação
nas escolhas dos segurados, ônus ou dever para eles, a referida alteração somente será válida
com a anuência previa e expressa de segurados que representem, no mínimo, 3/4 do grupo
segurado.
Não e considerada estipulante a pessoa jurídica que, sem ter subscrito proposta de
contratação, tem sua participação restrita a condição de consignante, responsável,
exclusivamente, pela efetivação dos descontos correspondentes aos prêmios na folha de
pagamento do respectivo segurado e o consequente repasse em favor da sociedade
seguradora.
Quando o plano for contratado com previsão de consignação em folha, as condições gerais
deverão conter dispositivo determinando que a ausência do repasse dos valores dos prêmios
recolhidos dos segurados pelo consignante a seguradora não poderá causar qualquer prejuízo
aos segurados ou respectivos beneficiários, no que se refere a cobertura e demais direitos.
Nos seguros contributários, ou seja, quando os segurados são responsáveis pelo pagamento,
total ou parcial, dos valores dos prêmios, o não repasse dos valores dos prêmios recolhidos
dos segurados pelo estipulante a seguradora, nos prazos contratualmente estabelecidos,
poderá acarretar a suspensão ou o cancelamento da cobertura, a critério da seguradora,
além de sujeitar o estipulante as cominações legais.
Nas apólices coletivas, em que o estipulante possui com o grupo segurado exclusivamente o
vínculo de natureza securitária referente a contratação do seguro, deverá haver tratamento de
apólice individual, no que concerne ao relacionamento dos segurados com a seguradora.
Os sujeitos vinculados ao estipulante são caracterizados da seguinte forma:
■■ componente segurado: pessoa que já aderiu ao seguro, tendo sido aceita pela sociedade
seguradora, ou seja, que já participa do plano coletivo de Seguros de Pessoas contratado pelo
estipulante; e
■■ componente segurável: pessoa que pode vir a ser incluída no plano, ou seja, pessoa
passível de se tornar um componente segurado.

FORMAS DE CONTRATAÇÃO: Os planos de seguros de pessoas podem ser contratados de duas


formas: individual ou coletiva.
■■ individual: aquelas nas quais a relação entre os segurados e a seguradora e direta; e
■■ coletiva: aquelas nas quais a relação entre os segurados e a seguradora e indireta, por
meio do estipulante.

CUSTEIO DO PLANO: O custeio do plano pode ser:


■■ não contributário: quando os segurados não pagam os valores dos prêmios, sendo o plano
inteiramente custeado pelo estipulante; ou
■■ contributário: quando os segurados são responsáveis pelo pagamento, total ou parcial, dos
valores dos prêmios.

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MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS:
As coberturas podem ser estruturadas na forma de benefício definido ou de contribuição
variável.
Benefício Definido: A cobertura estruturada na forma de benefício definido e aquela na qual
o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou sob a forma de renda, e o valor do
prêmio são estabelecidos previamente na proposta.
Importante: Todas as coberturas de risco são estruturadas na modalidade de benefício definido.
Exemplos:
1) Quando o segurado contrata um plano com cobertura de morte (cobertura de risco), ele está
contratando uma cobertura que é estruturada na modalidade de benefício definido, pois os valores do
capital segurado e do prêmio já estão definidos previamente na proposta.
2) Quando o segurado contrata um plano e define, no momento da contratação, o capital segurado que irá
receber à vista ao final do período de diferimento caso sobreviva, ele está contratando uma cobertura
estruturada na modalidade de benefício definido.
Período de diferimento
Período compreendido entre a data de início de vigência da cobertura por sobrevivência
e a data contratualmente prevista para início do pagamento do capital segurado.
Contribuição Variável: Na cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável, o
segurado tem a opção de poder efetuar contribuições ao plano a qualquer tempo e de
valor definido por ele, independentemente dos valores e prazos de pagamento de prêmios
estarem definidos na proposta de contratação; ou seja, nas coberturas estruturadas na
modalidade de contribuição variável, não é obrigatório que o valor da contribuição e do prazo
de pagamento dos prêmios estejam previamente definidos na proposta.
Destaca-se que o valor do capital segurado, pagável de uma única vez ou sob a forma de
renda, será calculado ao final do período de diferimento, com base no saldo acumulado na
Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC) e no fator de cálculo.
A Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBaC) corresponde aos
Compromissos da Seguradora para com os seus segurados dos respectivos planos, relativamente aos
benefícios a conceder sob o regime financeiro de capitalização.
Parágrafo Único. A provisão deve ser constituída para a cobertura de benefícios decorrentes
de planos ou produtos estruturados no regime financeiro de capitalização.
Fator de cálculo: Resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros e tábua de
mortalidade, quando for o caso, utilizado para obtenção do capital segurado a ser pago sob a
forma de renda.
Atenção: Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de
contribuição variável.
Exemplo: o VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre – é um plano em que o segurado paga prêmios
que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente.
Ao final do período de diferimento, a seguradora calcula o valor do capital segurado, pago sob a forma
de renda, com base no valor acumulado na PMBaC e no fator de cálculo.
É fácil imaginar que quanto mais o segurado tiver acumulado, maior será o valor de renda que ele irá
receber.

VALORES GARANTIDOS: Representam direitos dos segurados e/ou dos beneficiários previstos
nos planos com cobertura de morte estruturada no regime financeiro de capitalização e nos
planos com cobertura por sobrevivência.
Nos planos com cobertura por sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois valores
garantidos: resgate e portabilidade.
Resgate: Corresponde ao direito que os segurados e, quando tecnicamente possível, os
beneficiários tem de retirar os recursos da PMBaC durante o período de diferimento, desde
que observadas determinadas regras; e
Portabilidade: E o direito garantido aos segurados de movimentar os recursos da
PMBaC durante o período de diferimento, desde que observadas determinadas regras.

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Em contrapartida, nos planos com cobertura de risco, e desde que tal cobertura seja
estruturada no regime financeiro de capitalização, e possível a previsão dos seguintes valores
garantidos: resgate, portabilidade, saldamento e seguro prolongado.
Resgate: Permite ao segurado, antes da ocorrência do sinistro, retirar os recursos da PMBaC;
Portabilidade: Permite ao segurado, antes da ocorrência do sinistro, movimentar os recursos
da PMBaC para outro plano, seja com cobertura de risco ou com cobertura por sobrevivência;
Saldamento: Consiste na manutenção da cobertura originalmente contratada, com redução
proporcional do capital segurado contratado, na eventualidade da paralisação do pagamento
dos prêmios.
Quando previsto nas condições gerais, o salvamento pode ser efetuado automaticamente pela
sociedade seguradora, quando o segurado deixa de pagar o plano e não solicita o resgate dos
recursos acumulados na PMBaC.
Nesses casos, a sociedade seguradora deve comunicar ao segurado o fato, de forma a ficar
claro que o segurado tem direito a uma cobertura com capital segurado menor do que aquele
inicialmente contratado sem a necessidade de continuar a pagar prêmios; e
Seguro prolongado: Consiste na manutenção temporária da cobertura contratada, mantendo
o capital segurado originalmente contratado, na eventualidade de ocorrer a paralização do
pagamento dos prêmios.

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA: A assistência financeira e o empréstimo financeiro oferecido ao


titular do plano, sendo vedada a concessão ao segurado que possua, exclusivamente, plano
estruturado no regime financeiro de repartição.
Para tal, e firmado contrato entre o segurado e a seguradora, e a assistência financeira
somente poderá ser concedida durante o período anterior ao pagamento da indenização do
seguro.

CARREGAMENTO: O carregamento e uma parcela inserida no cálculo do prêmio liquido, com


objetivo de custear as despesas administrativas e despesas comerciais da seguradora.
O valor ou o percentual de carregamento, o critério e a forma de cobrança deverão constar da
proposta (ou propostas), da nota técnica atuarial e do regulamento, devendo ser observados
os seguintes limites, conforme o tipo de estruturação:
Nota Técnica Atuarial: Documento técnico elaborado por atuário contendo a formulação
utilizada nos cálculos do prêmio, formas de custeio e obrigações, considerando os regimes
financeiros adotados no plano.
■■ Coberturas de Sobrevivência:
– 10%, para as coberturas estruturadas na modalidade de contribuição variável; e
– 30%, para as coberturas estruturadas na modalidade de benefício definido.
■■ Coberturas de Risco:
– Não há limite de carregamento.

Importante: Existem planos que admitem a cobrança de carregamento em percentual superior


aos 30%, aplicados, exclusivamente, sobre os prêmios pagos durante os primeiros 120 dias de
vigência do plano, desde que o valor do carregamento nivelado durante a vigência do plano
não seja superior a 30% do prêmio efetuado para a cobertura de sobrevivência, e a
periodicidade de pagamento do prêmio seja, no máximo, anual.
As sociedades seguradoras ficam obrigadas, caso estruturem planos na forma prevista acima, a
devolverem 100% dos prêmios pagos referentes à cobertura por sobrevivência, bem como a
parcela do prêmio da cobertura de risco referente ao risco a decorrer, no caso de solicitação
de cancelamento do plano, por qualquer motivo, dentro dos primeiros 120 dias de vigência do
plano.

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MIGRAÇÃO DE APÓLICES: A migração de apólices consiste na transferência de apólice coletiva,
em período não coincidente com o termino da respectiva vigência.
No caso de recepção de grupo de segurados e assistidos, originado em processo de migração
de apólices, deverão ser admitidos todos os componentes do grupo cuja cobertura esteja em
vigor, inclusive aqueles afastados do serviço ativo por acidente ou doença, podendo ser
estendidas a nova seguradora as condições gerais, as condições especiais, o contrato e a nota
técnica atuarial, mediante autorização da SUSEP, na forma da regulação especifica.
Nos casos de migração de apólices, não será iniciada a contagem de novo prazo de carência
para segurados já incluídos no seguro pela apólice anterior, em relação as coberturas e aos
respectivos valores já contratados.

INTRODUÇÃO: Os planos com coberturas de risco (morte, invalidez, doenças graves) tem por
objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado e aos seus beneficiários,
observadas as condições contratuais e as garantias contratadas.
Como exemplo desses planos, temos o Seguro de Vida, o Seguro Funeral, o Seguro de
Acidentes Pessoais, o Seguro Educacional, o Seguro Viagem, o Seguro Prestamista, o Seguro de
Diária por Internação Hospitalar, o Seguro Desemprego (perda de renda), o Seguro de Diária
por Incapacidade e o Seguro de Perda de Certificado de Habilitação de Voo.
As coberturas de risco são aquelas coberturas dos Seguros de Pessoas cujo evento gerador não
é a sobrevivência do segurado a uma data predeterminada.
Capital Contratado e o valor a ser pago pela seguradora na ocorrência do sinistro, limitado ao
valor do capital segurado da respectiva cobertura contratada .

CONTRATAÇÃO: Na formalização da contratação de um plano de Seguros de Pessoas


com cobertura de risco são utilizados os seguintes instrumentos contratuais: proposta de
contratação, proposta de adesão, apólice, bilhete e certificado individual.
Quando da assinatura da proposta ou da solicitação de aumento do valor do capital segurado,
para efeito de subscrição, e facultado a seguradora solicitar informação ao proponente ou ao
segurado quanto a contratação de outros Seguros de Pessoas com coberturas concomitantes.
Por outro lado, e vedado o estabelecimento de clausula que obrigue o segurado a comunicar a
seguradora sobre a contratação posterior de outros Seguros de Pessoas com coberturas
concomitantes.
A rejeição de proponente pela razão única de ser portador de deficiência configurara
discriminação e será passível de punição, nos termos da legislação especifica.
Nas condições contratuais, e vedada a inclusão de clausula de concorrência de apólices, exceto
no caso de coberturas que garantam o reembolso de despesas.

Proposta de Contratação: A proposta de contratação e o documento que contem a declaração


do risco e dos elementos essenciais do interesse a ser garantido.
Na proposta de contratação, o proponente, pessoa física ou jurídica, expressa a intenção de
contratar uma cobertura (ou coberturas), manifestando pleno conhecimento das condições
contratuais.
Atenção: Proponente é o interessado em contratar a cobertura (ou coberturas), no caso de contratação
individual, ou aderir ao contrato, no caso de contratação coletiva.
Na contratação de um plano Coletivo, quem assina a proposta de contratação é o estipulante. Já na
contratação de um plano Individual, quem assina a proposta de contratação é o segurado.

Proposta de Adesão: A proposta de adesão e o documento que contem a declaração do risco e


dos elementos essenciais do interesse a ser garantido.
Na proposta de adesão, o proponente, pessoa física, expressa a intenção de aderir a
contratação coletiva, manifestando pleno conhecimento das condições contratuais.

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Com o objetivo de dar transparência aos segurados quanto aos seus direitos e suas obrigações,
a regulamentação das coberturas de risco prevê que as propostas de contratação e as de
adesão deverão:
■■ informar o percentual (ou percentuais) de reversão de excedente técnico, bem como o
prazo de carência, quando previsto pelo plano;
■■ fazer constar: a) os valores, em moeda corrente nacional, do prêmio à vista, e, quando for
o caso, do prêmio total fracionado de cada uma das parcelas; b) a taxa de juros
remuneratórios pactuada; c) o número e a periodicidade das parcelas; d) os juros de mora
e/ou outros acréscimos legalmente previstos;
■■ discriminar a forma e o critério de custeio de cada cobertura contratada;
■■ estabelecer os valores dos prêmios e dos capitais segurados, discriminados por cobertura.
Os valores deverão ser estabelecidos na proposta de contratação, nos casos de planos
individuais, e na proposta de adesão, nos casos de planos coletivos; e
■■ conter a informação de que:
– se o segurado, seu representante legal, ou seu corretor de seguros fizer declarações inexatas
ou omitir circunstancias que possam influir na aceitação da proposta ou no valor do prêmio,
ficara prejudicado o direito a indenização, além de estar o segurado obrigado ao pagamento
do prêmio vencido;
– a aceitação do seguro estará sujeita a análise do risco;
– o registro do plano na SUSEP não implica, por parte da SUSEP, incentivo ou recomendação a
sua comercialização; e
– o segurado poderá consultar a situação cadastral de seu corretor de seguros, no site
www.susep.gov.br, utilizando-se do número de registro profissional na SUSEP, nome
completo, CNPJ ou CPF.
Apólice: Após receber a proposta de contratação, a seguradora emite a apólice, assinada por
um representante legal da seguradora, que é o documento que formaliza a aceitação da
cobertura solicitada pelo proponente, nos planos individuais, ou pelo estipulante, nos planos
coletivos.
Bilhete de Seguro: Documento jurídico emitido pela seguradora que dispensa a
obrigatoriedade da proposta e substitui a apólice. E utilizado para agilizar a contratação
de determinada modalidade de seguro.
Certificado Individual: O certificado individual e o documento destinado ao segurado, emitido
pela seguradora no caso de contratação coletiva, quando da aceitação do proponente, das
renovações do seguro e nas alterações de valores do capital segurado ou do prêmio. Seu envio
aos segurados e obrigatório, não se aplicando apenas nos casos de Seguros de Pessoas com
capital global.
A mesma regulamentação estabelece, ainda, que:
■■ deverão constar da proposta de contratação (no caso de planos individuais) ou da proposta
de adesão (no caso de planos coletivos) e da respectiva apólice os valores do prêmio à vista e,
quando for o caso, do prêmio total fracionado de cada uma das parcelas, ambos expressos em
moeda nacional, além da taxa de juros remuneratórios pactuada, do número de parcelas, sua
periodicidade e os juros de mora e/ou outros acréscimos legalmente previstos;
■■ o início e o final da vigência das coberturas contratadas deverão ser especificados na
apólice, no certificado individual e nas propostas de contratação e de adesão; e
■■ para os seguros que não tenham cobertura vitalícia, deverá constar em destaque na
proposta de contratação, na proposta de adesão, na apólice e do certificado individual, a
seguinte informação: “Este seguro é por prazo determinado, tendo a seguradora a faculdade
de não renovar a apólice na data de vencimento, sem devolução dos prêmios pagos nos
termos da apólice”.

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PERÍODO DE COBERTURA: O período de cobertura e aquele durante o qual o segurado ou os
beneficiários, quando for o caso, farão jus aos capitais segurados contratados. O período de
cobertura pode ser temporário ou vitalício.
Período de cobertura temporário e aquele em que o pagamento do capital segurado somente
será feito se o evento ocorrer dentro de período perfeitamente determinado no contrato.
Período de cobertura vitalício e aquele em que o pagamento do capital segurado será feito
quando ocorrer o evento, a qualquer tempo.

CÁLCULO DO PRÊMIO: O valor do prêmio e fundamental para a manutenção dos níveis de


equilíbrio das Apólices.
Seu cálculo leva em consideração o perfil do proponente ou do segurado, bem como da
cobertura contratada.
E da junção desses dois fatores que os subscritores, após analisar a massa segurada nos casos
de contratação coletiva, precificam o valor do prêmio.
Nesse sentido, e importantíssimo que sejam analisadas a idade do proponente/segurado, em
paralelo com seu perfil medico, componentes hereditários, esportes praticados, estilo de vida
(profissão, sedentarismo, tabagismo, obesidade) e doenças preexistentes.
Tal analise deve ser acrescida pela das coberturas contratadas, já que o subscritor terá que
levar em consideração a junção das características pessoais do proponente/segurado com as
coberturas pretendidas, para poder fixar o valor do prêmio. Exemplo: se o proponente
pretende a contratação de uma cobertura de acidentes pessoais e de seu perfil consta que ele
pratica salto de paraquedas, a fixação do valor do prêmio levara em consideração essa junção
do perfil com a cobertura contratada gerando, possivelmente, um prêmio agravado.
Assim, podemos dizer que a fixação do valor do prêmio influencia, sobremodo, nos custos da
apólice e, consequentemente, na comissão de corretagem da renovação, na distribuição do
Excedente Técnico e na manutenção do relacionamento das partes envolvidas na contratação.
Nas contratações de planos coletivos, o primeiro passo para o cálculo do prêmio e calcular a
taxa pura. Essa taxa pode ser única para todo o grupo segurado ou diferenciada por idade ou
faixa etária. Ela e chamada de “pura” porque não considera os carregamentos para custeios
comerciais e administrativos, mas apenas o risco.

COBERTURAS: Os planos podem oferecer, juntos ou separadamente, os seguintes tipos


de coberturas:
■■ Morte (Natural ou Acidental);
■■ Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD);
■■ Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD);
■■ Doenças Graves; e
■■ Acidentes Pessoais.
Morte (Natural ou Acidental): O objetivo desta cobertura e garantir o pagamento do capital
segurado ao beneficiário em caso de morte do segurado principal, tanto por causas naturais
como acidentais.
Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença (ILPD): O objetivo desta cobertura e
garantir o pagamento de indenização em caso de invalidez laborativa permanente total,
consequente de doença. A invalidez laborativa permanente total por doença e aquela para a
qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação, com os recursos terapêuticos
disponíveis no momento de sua constatação, para a atividade laborativa principal do segurado,
ou seja, para aquela pela qual o segurado obteve maior renda dentro de determinado
exercício anual, definido nas condições contratuais.
Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para efeitos dessa cobertura, os
segurados portadores de doença em fase terminal atestada por profissional legalmente
habilitado.

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Não podem figurar como segurados dessa cobertura as pessoas que não exerçam qualquer
atividade laborativa, sendo vedado o oferecimento e a cobrança de prêmio para o seu custeio,
por parte da seguradora.
Reconhecida a invalidez laborativa pela seguradora, a indenização deve ser paga de uma só vez
ou sob a forma de renda certa, temporária ou vitalícia, em prestações mensais, iguais e
sucessivas, conforme acordado entre as partes.
Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga sob a forma de renda,
o segurado poderá ser automaticamente excluído da apólice, conforme a estruturação técnica
do plano, com a consequente devolução de valores eventualmente pagos após a constatação
da invalidez, devidamente atualizados nos termos da regulamentação especifica.
No caso de o segurado não ser excluído da apólice, se o estado de invalidez laborativa cessar
antes do termino do pagamento da renda contratada, o valor do capital segurado da cobertura
de ILPD será reintegrado.
Após o pagamento da indenização ou da primeira parcela, quando paga sob a forma de renda,
caso o segurado permaneça na apólice, o valor do prêmio deverá ser ajustado, de acordo com
as coberturas remanescentes, a partir da respectiva data de pagamento da indenização.
Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD): O objetivo desta cobertura e
garantir o pagamento de indenização em caso de invalidez funcional permanente total,
consequente de doenca que cause a perda da existência independente do segurado.
E considerada perda da existência independente do segurado a ocorrência de quadro clinico
incapacitante que inviabilize de forma irreversível o pleno exercício das relações autonômicas
do segurado, comprovado na forma definida nas condições gerais e/ou especiais do seguro.
Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos para os efeitos dessa cobertura,
os segurados portadores de doença em fase terminal, atestada por profissional legalmente
habilitado.
A forma e a periodicidade de pagamento da indenização seguem os mesmos critérios da
garantia de invalidez laborativa permanente total por doença.
Doenças Graves: Esta cobertura tem por objetivo garantir o pagamento de indenização em
decorrência de diagnóstico de doenças devidamente especificadas e caracterizadas nas
condições gerais e/ou especiais do plano de seguro como “graves”, sendo vedada a
estipulação de critérios de cálculo do capital segurado com base nas despesas medicas e/ou
hospitalares incorridas pelo segurado para o tratamento da doença.
Acidentes Pessoais: As coberturas relacionadas a acidentes pessoais, normalmente incluídas
nos planos de Seguro de Acidentes Pessoais, tem por objetivo garantir aos beneficiários do
segurado ou a ele próprio o pagamento de uma indenização, caso venha a falecer ou se tornar
invalido em decorrência de acidente pessoal ou, ainda, tenha a necessidade de se submeter a
tratamento médico em função de acidente.
Incluem-se no conceito de acidente pessoal, os danos físicos decorrentes de:
■■ Ação da temperatura do ambiente ou influencia atmosférica, quando a elas o segurado
ficar sujeito, em decorrência de acidente coberto;
■■ escapamento acidental de gases e vapores;
■■ sequestros e tentativas de sequestros; e
■■ alterações anatômicas ou funcionais da coluna vertebral, de origem traumática, causadas,
exclusivamente, por fraturas ou luxações, radiologicamente comprovadas.
Nas situações onde está prevista a indenização por suicídio, esta deverá ocorrer como acidente
pessoal e não como morte natural.
Estão excluídos do conceito de acidentes pessoais:
■■ doenças, incluídas as profissionais, quaisquer que sejam suas causas, ainda que
provocadas, desencadeadas ou agravadas, direta ou indiretamente por acidente, ressalvadas
as infecções, estados septicêmicos e embolias, resultantes de ferimento visível causado
em decorrência de acidente coberto;

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■■ intercorrências ou complicações consequentes da realização de exames, tratamentos
clínicos ou cirúrgicos, quando não decorrentes de acidente coberto;
■■ lesões decorrentes, dependentes, predispostas ou facilitadas por esforços repetitivos ou
micro traumas cumulativos, ou que tenham relação de causa e efeito com eles, assim como as
lesões classificadas como: Lesão por Esforços Repetitivos – LER, Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho – DORT, Lesão por Trauma Continuado ou Continuo – LTC ou
similares, que venham a ser aceitas pela classe medico-cientifica, bem como as suas
consequências pós-tratamentos, inclusive cirúrgicos, em qualquer tempo; e
■■ situações reconhecidas por instituições oficiais de Previdência ou assemelhadas, como
“invalidez acidentaria”, nas quais o evento causador da lesão não se enquadre integralmente
na caracterização de invalidez por acidente pessoal.
Exemplo: As situações descritas a seguir evidenciam riscos cobertos, ou seja, apresentam casos
que dão direito à cobertura de Acidentes Pessoais:
1) um segurado sofre um grave acidente que o impossibilita de se locomover em busca de socorro. Se as
condições meteorológicas forem adversas, como chuva e frio, ficando o segurado por muito tempo
exposto até ser socorrido e, em decorrência disso, contrair pneumonia que lhe venha a ser fatal, este
evento terá cobertura, visto ter sido motivado por traumatismos que impediram a sua mobilidade;
2) um segurado sofre um atropelamento e, em consequência desse acidente, tem um braço amputado;
3) um segurado é vítima de assalto, ocasião em que é ferido. O ferimento gera séria infecção.
Morte Acidental: Esta cobertura tem por objetivo garantir aos beneficiários designados pelo
segurado o pagamento de indenização especifica, caso o falecimento do segurado tenha sido
ocasionado por acidente pessoal coberto.
Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente (IPA): Esta cobertura tem por objetivo
garantir ao próprio segurado o pagamento de uma indenização referente a perda, redução ou
impotência funcional definitiva, total ou parcial, de membros ou órgãos, ocasionada por
acidente coberto.
Não ficando abolidas por completo as funções do membro ou órgão lesado, a indenização por
perda parcial e calculada pela aplicação, a porcentagem prevista no plano para sua perda total,
do grau de redução funcional apresentado.
Atenção: Quando a indicação médica sobre a extensão das lesões for estabelecida em termos de grau
máximo, médio ou mínimo, sem a indicação exata do grau de redução funcional apresentado, a
indenização será calculada, respectivamente, com base nas seguintes percentagens:
■■ Grau máximo: 75% dos percentuais constantes da tabela;
■■ Grau médio: 50% dos percentuais constantes da tabela; e
■■ Grau mínimo: 25% dos percentuais constantes da tabela.
Exemplo:
Um segurado contratou uma cobertura de Acidentes Pessoais com capital de R$ 100.000,00 na garantia
de IPA (Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente) e sofre um acidente que lhe atinge um dos
pés. Segundo a indicação médica, trata-se de uma lesão de grau mínimo.
Supondo-se que a tabela constante do Anexo tenha sido utilizada, verifica-se que a porcentagem para a
perda total do uso de um dos pés é de 50% da importância segurada.
Todavia, como o médico indicou que o grau da lesão foi mínimo, ele só terá direito a 25% desse R$
50.000,00. Assim, sua indenização será de R$ 12.500,00.
São ainda procedimentos relativos à invalidez permanente total ou parcial por acidente:
■■ nos casos cuja especificação não consta da tabela, a indenização deve ser estabelecida,
levando em consideração a diminuição permanente da capacidade física do segurado, sem que
a sua profissão tenha qualquer peso nesta aferição; e
■■ se mais de um órgão ou membro for lesionado no mesmo acidente, a indenização será
determinada pela soma dos percentuais respectivos constantes da tabela. A indenização
resultante não poderá, em qualquer hipótese, ser superior a 100% do capital segurado para a
garantia.
■■ quando membros ou órgãos não forem íntegros ou inteiramente funcionais antes do
acidente, a indenização será estabelecida deduzindo-se, da porcentagem indicada na tabela, a
porcentagem correspondente a invalidez preexistente;

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■■ os danos de natureza estética, ou seja, aqueles que apenas afetam a aparência do
segurado, sem implicarem perda ou redução da funcionalidade das partes afetadas, estão
excluídos da cobertura de invalidez permanente, assim como a perda de dentes;
■■ a invalidez permanente indenizável deve sempre ser comprovada mediante a
apresentação de laudo médico detalhado à seguradora.

Importante: No caso de divergências sobre a causa, natureza ou extensão de lesões, bem como
sobre a avaliação da incapacidade relacionada ao segurado, a seguradora deverá propor ao segurado,
por meio de correspondência escrita, dentro do prazo de 15 dias, a contar da data da contestação, a
constituição de junta médica. Essa junta será formada por três membros, sendo um nomeado pela
seguradora, outro pelo segurado e um terceiro, desempatador, escolhido pelos dois nomeados. Cada uma
das partes pagará os honorários do médico que tiver designado; os do terceiro serão pagos, em
partes iguais, pelo segurado e pela seguradora. O prazo para a constituição da junta médica será de,
no máximo, 15 dias a contar da data da indicação do membro nomeado pelo segurado.

Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas (DMHO): Esta cobertura tem por objetivo
garantir o reembolso, limitado ao capital segurado, das despesas efetuadas pelo segurado para
o tratamento das consequências de acidente coberto, iniciado sob orientação medica, nos
30 primeiros dias contados da data do acidente. Ela cobre as despesas medicas e dentarias,
assim como os custos de diárias hospitalares que, a critério medico, sejam necessárias a
recuperação do segurado. Cabe ao segurado a livre escolha dos prestadores dos serviços
medico- hospitalares e odontológicos, desde que legalmente habilitados.
As seguradoras estão autorizadas a estabelecer acordos ou convênios com prestadores de
serviços médico-hospitalares e odontológicos, a fim de facilitara prestação da assistência ao
segurado, mas preservando sempre a livre escolha que esse segurado venha a fazer fora
daquela rede.
É possível a contratação da clausula prevendo franquia dedutível do total a reembolsar, com
redução da taxa.
■■ Franquia – valor previsto na apólice com o qual o segurado participara em caso de sinistro.
■■ Franquia dedutível – tipo de franquia mais utilizado, cujo valor e deduzido de todos os
prejuízos. Para fins de ressarcimento, parcial ou total, das despesas médico-hospitalares
efetuadas, são exigidos comprovantes originais e relatórios do médico assistente ou do
dentista.
São ressarcidas, também, as despesas cobertas efetuadas no exterior.
Nesse caso, o ressarcimento toma como base o câmbio oficial de venda da moeda estrangeira
na data do efetivo pagamento realizado pelo segurado.
A conversão a moeda nacional e atualizada monetariamente, pela seguradora, quando da
liquidação do sinistro.

Importante
As coberturas relacionadas a acidentes pessoais podem ser oferecidas em um plano de Seguro de
Acidentes Pessoais, ou em qualquer outro plano de Seguros de Pessoas, como, por exemplo, o Seguro
de Vida em Grupo. Um plano de Seguros de Pessoas bastante comum no mercado é o Seguro Viagem,
que tem por objetivo garantir aos segurados, durante período de viagem previamente determinado, o
pagamento de indenização quando da ocorrência de riscos previstos e cobertos nos termos das
condições gerais e especiais contratadas. Entretanto, deve-se observar que este tipo de seguro deve
oferecer, no mínimo, as coberturas básicas de morte acidental e/ou invalidez permanente total ou
parcial por acidente. Além disso, outras coberturas poderão ser oferecidas no Seguro Viagem, desde que
estejam relacionadas a viagem. Um exemplo seria a indenização referente à perda de bagagem.

Diárias por Incapacidade (DI): Esta cobertura consiste no pagamento de diárias, a partir da
caracterização da impossibilidade continua e ininterrupta de o segurado exercer a sua
profissão ou ocupação. O pagamento das diárias se dá durante o período em que o segurado
se encontrar sob tratamento, sendo efetuado a partir do 1 dia após o período de franquia de,

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no máximo, 15 dias. Geralmente, e oferecido o limite máximo de 360 diárias por período
contratual. Esse limite também é o máximo pagável por um mesmo evento.
Diárias por Internação Hospitalar (DIH): Esta cobertura tem por objetivo garantir o
pagamento de indenização proporcional ao período de internação do segurado, observados o
período de franquia e o limite contratual máximo por evento, fixado nas condições gerais e/ou
especiais. O período de franquia deve ser de, no máximo, 15 dias, a contar da data do evento,
e o valor do capital segurado deve ser estabelecido sob a forma de diária, independentemente
das despesas efetuadas pelo segurado.
Importante: As coberturas de Diárias por Incapacidade (DI) e Diárias por Internação Hospitalar (DIH)
podem ser decorrentes de acidente pessoal ou não. A abrangência dessas coberturas e determinada
pela seguradora nas condições gerais do plano.
Perda de Renda: Esta cobertura garante o pagamento de indenização em caso de perda de
emprego. Deverão ser observados os critérios estabelecidos no plano, tais como: tempo
mínimo de carteira profissional assinada, tempo mínimo no último emprego, motivos de
demissão, entre outros.
Auxílio-Funeral: Esta cobertura garante o reembolso das despesas com o funeral até o
limite do capital segurado. E importante destacar que, ainda que a seguradora ofereça a
alternativa de prestação de serviços, e garantida a livre escolha dos prestadores de serviço
pelos beneficiários, com o respectivo reembolso das despesas efetuadas.

Atenção: Você sabe qual é a diferença entre o Seguro Auxílio-Funeral e a Assistência Funeral?
O Seguro Auxílio-Funeral é uma modalidade do Seguros de Pessoas. Portanto, todas as seguradoras
autorizadas a operar no Ramo Vida podem comercializar esta cobertura, desde que incluída em algum
plano devidamente protocolado na SUSEP.
A cobertura de Auxílio-Funeral, geralmente com capital segurado de baixo valor, tem por objetivo
reembolsar os gastos referentes ao funeral no caso de morte do segurado.
A sua caracterização como seguro está condicionada à livre escolha dos prestadores
de serviços, com cobrança de prêmio e constituição de provisão.
De forma distinta, a Assistência Funeral é tratada como um serviço complementar ao contrato de
seguro, não havendo direito à livre escolha, ou seja, o segurado fica limitado aos prestadores de serviço
indicados pela seguradora.
Neste caso, deve ser observado que:
1) os serviços não podem ser prestados diretamente pela seguradora;
2) os serviços terão seus regulamentos previstos em documento próprio apartado das condições
contratuais do seguro;
3) quando cobrado do segurado, o pagamento dos serviços deverá estar discriminado em apartado ao
prêmio de seguro; e
4) o regulamento não poderá prever o pagamento em espécie ou reembolso ao segurado.

Cobertura para Segurados Dependentes: Trata-se da possibilidade de se contratar um seguro


onde existe mais de um segurado. Nos seguros coletivos, o segurado titular e aquele que
mantem vínculo com o estipulante (por exemplo, o funcionário da empresa que contratou a
apólice), e os segurados dependentes poderiam ser o cônjuge e filhos.
Podem ser admitidos como segurados, desde que previsto no plano e contratados pelo
estipulante: o cônjuge, o(a) companheiro(a), os filhos, os enteados e os menores, considerados
dependentes econômicos do componente principal do grupo, bem como outros membros da
família. As duas clausulas que permitem a inclusão de coberturas para os componentes
dependentes são: cláusula suplementar de inclusão de cônjuge e cláusula suplementar de
inclusão de filhos.
A clausula suplementar de inclusão de cônjuge define a inclusão no plano dos cônjuges dos
segurados principais, que pode ser feita das seguintes formas:
■■ automática – quando abranger os cônjuges de todos os segurados principais; e

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■■ facultativa – quando abranger os cônjuges dos segurados principais que assim o
autorizarem.
A clausula suplementar de inclusão de filhos define a inclusão no plano dos filhos do segurado
principal e/ou do cônjuge segurado pela clausula suplementar de inclusão de cônjuge, que
pode ser feita das seguintes formas:
■■ automática – quando abranger os filhos de todos os segurados principais e/ou dos
cônjuges segurados; e
■■ facultativa – quando abranger os filhos dos segurados principais e/ou dos cônjuges
segurados que assim o autorizarem.

SEGURO EDUCACIONAL: O Seguro Educacional visa auxiliar o custeio das despesas com
educação do beneficiário, em razão da ocorrência dos eventos cobertos.
O Seguro Educacional deverá conter condições gerais especialmente elaboradas para o
produto. O beneficiário dessa modalidade de seguro será sempre o educando, ainda que
representado ou assistido, na forma da lei.
O plano de Seguro Educacional poderá ser estruturado com quaisquer coberturas de risco,
sendo que, quando o educando for responsável pelo pagamento das mensalidades escolares,
não poderão ser oferecidas coberturas para risco que impeçam o educando de estudar.
O pagamento da indenização relativo as coberturas de perda de renda e por invalidez
temporária fica limitado ao período estabelecido nas condições contratuais, havendo
reintegração do capital segurado após o retorno as atividades laborativas, no caso de perda de
renda; ou após alta medica definitiva, no caso de invalidez temporária.
O capital segurado deve ser estabelecido para auxiliar o pagamento das mensalidades e,
opcional ou adicionalmente, de outras despesas escolares, facultando-se, ainda, o
estabelecimento de um valor a ser pago ao final do 2o ou 3o graus como apoio e incentivo a
iniciação profissional.
O pagamento da indenização poderá ser contratado de forma mensal, bimestral, trimestral,
quadrimestral, semestral ou anual.
O pagamento de indenização de forma única só pode ocorrer nos seguintes casos:
1) quando o capital segurado se restringir ao último ano letivo do período contratado;
2) quando o pagamento da indenização se referir:
a. a Invalidez do educando;
b. a concessão de um dote ao final do período de formação; e c. as despesas escolares do ano
de referência.
E facultada a previsão contratual de suspensão do pagamento da indenização decorrente de
descontinuidade dos estudos, sem perda de direito dos valores indenizáveis e de sua
respectiva atualização monetária, uma vez caracterizado o evento coberto.
Importante: Considerando que existe a possibilidade de diferenciação nos critérios de atualização
das mensalidades escolares e do capital segurado, deverá ser observado que o capital segurado pode não
ser suficiente para quitar integralmente as mensalidades. Por esse motivo, é vedada a utilização da
terminologia “garantia de custeio educacional” na designação do Seguro Educacional.
Além disso, deve ficar claro que não se incluem, na modalidade educacional, os seguros de Acidentes
Pessoais que visem, exclusivamente, à cobertura de acidentes dos educandos durante a permanência no
estabelecimento de ensino ou em seu trajeto.

SEGURO PRESTAMISTA: O Seguro Prestamista objetiva o pagamento de prestacoes ou a


quitação do saldo devedor da compra de bens adquiridos pelo segurado ou da tomada de
emprestimos por ele realizada. Esse seguro se configura como uma protecao financeira para
empresas que vendem a credito, bem como ao segurado que fica livre da responsabilidade em
caso de sinistro.
Nos Seguros Prestamistas, o primeiro beneficiário será sempre o Estipulante, pelo valor do
saldo da dívida ou do compromisso, devendo a diferença que o ultrapassar, quando for o caso,

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ser paga ao beneficiário indicado pelo segurado, aos herdeiros legais ou ao próprio segurado
no caso de invalidez.
E comum a contratação dos seguros prestamistas, contendo as coberturas de Morte, Invalidez
por Acidente e/ou Doença. Eventualmente, a cobertura de Perda de Renda também pode ser
contratada. Essa última cobertura eleva significativamente os prêmios do seguro.

CAPITAL SEGURADO: Entende-se como capital segurado o valor máximo, vigente na data do
evento para a cobertura contratada, a ser pago ou reembolsado pela seguradora, no caso de
ocorrência de sinistro coberto pela apólice.
Nos planos coletivos, para cada grupo pode haver uma ou mais classes de capitais segurados,
devendo a respectiva escala ser fixada em função de fatores objetivos, como:
■■ uniforme – os capitais segurados são iguais para todos os componentes do grupo
segurado;
■■ múltiplo salarial – os capitais segurados são múltiplos do salário do componente principal;
■■ escalonado – os capitais segurados acompanham um determinado critério preestabelecido
em função da idade e salário, por exemplo; e
■■ global – os capitais segurados referentes a cada componente sofrem variações decorrentes
de mudanças na composição do grupo segurado.
O capital segurado para a cobertura de despesas medicas, hospitalares e odontológicas
representa o limite máximo de reembolso pelo mesmo evento.
No caso de invalidez parcial por acidente, a reintegração do capital segurado e automática
após cada sinistro, geralmente sem cobrança de prêmio adicional.
Se, depois de paga a indenização por invalidez permanente por acidente, verificar-se a morte
do segurado em consequência do mesmo acidente, a importância já paga por invalidez
permanente deve ser deduzida do valor do capital segurado por morte, se contratada esta
cobertura.
Nos seguros em que o segurado seja responsável pelo custeio do plano, total ou parcialmente,
e vedada a redução, por parte da seguradora, do valor do capital segurado contratado sem a
devida solicitação expressa do segurado.
Exemplo: Um segurado tem um capital segurado de R$ 100.000,00 e sofre um acidente, no qual
perde totalmente o uso de uma das mãos, recebendo 60% de indenização. Seu capital segurado, no
entanto, é reintegrado, ou seja, volta a ser de R$ 100.000,00. Se tiver novo acidente, terá direito à nova
indenização. A reintegração se dá porque cada acidente é um evento aleatório, independente do anterior.
Todavia, se for comprovada a Invalidez Permanente Total, não há reintegração. A indenização é
paga e o segurado é excluído do grupo.
Importante: Considera-se como data do evento, para efeito de determinação do capital segurado,
quando da liquidação dos sinistros:
1) para as coberturas de acidentes pessoais: a data do acidente;
2) para a cobertura de risco por invalidez, não consequente de acidente: a data indicada na declaração
médica; e
3) para as demais coberturas de risco: a data da ocorrência do evento coberto, conforme definido nas
condições gerais e/ou especiais, ressalvado o disposto nos itens 1 e 2 acima.

VIGÊNCIA: O início de vigência e a data a partir da qual as coberturas de risco propostas


serão garantidas pela seguradora. A vigência de um plano com cobertura de risco e
normalmente de um ano, sendo facultada a contratação por período diferente (dias, meses,
anos, vitalício).
Deverão ser especificados nas apólices, nos certificados individuais e nas propostas o início e o
final de vigência das coberturas contratadas, sendo que o início e o termino de vigência
ocorrerão sempre as 24 horas das datas neles indicadas.
Para as propostas que tenham sido recepcionadas sem pagamento de prêmio, o inicio de
vigência da cobertura devera coincidir com a data de aceitação da proposta ou com data
distinta, desde que expressamente acordada entre as partes.

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Em contrapartida, para as propostas que tenham sido recepcionadas com adiantamento de
valor para futuro pagamento parcial ou total do prêmio, o início de vigência da cobertura será
a partir da data de recepção da proposta pela seguradora.
CARÊNCIA: Entende-se como prazo de carência o período, contado a partir da data de início de
vigência do seguro ou do aumento do capital segurado ou da recondução, no caso de
suspensão, durante o qual, na ocorrência do sinistro, o segurado ou os beneficiários não terão
direito a percepção dos capitais segurados contratados.
Os planos com cobertura de risco poderão estabelecer prazo de carência, devendo ser
respeitado o limite máximo de 2 anos.
O prazo de carência, exceto no caso de suicídio ou de sua tentativa, não poderá exceder
metade do prazo de vigência previsto pela apólice, no caso de contratação individual, ou pelo
certificado, no caso de contratação coletiva.
A carência poderá, a critério da seguradora, ser reduzida ou substituída por declaração pessoal
de saúde ou de atividade e/ou exame médico.
O prazo de carência, quando previsto pelo plano de seguro, devera:
1) no caso de planos individuais: ser fixado na proposta de contratação, condições gerais e
nota técnica atuarial; e
2) no caso de planos coletivos: ser fixado no contrato, na proposta de contratação e na
proposta de adesão, com expressa menção de sua existência nas condições gerais e na nota
técnica atuarial.
O prazo de carência poderá ser aplicado aos aumentos de capital segurado solicitados após o
início de vigência, desde que assim conste das condições gerais.
Importante: Em caso de renovação de apólice não será iniciado novo prazo de carência.
Para sinistros decorrentes de Acidentes Pessoais, não poderá ser estabelecido prazo de carência, exceto
no caso de suicídio ou de sua tentativa, quando o referido período corresponderá a 2 anos ininterruptos,
contados da data de contratação ou de adesão ao seguro, ou de sua recondução depois de suspenso.
No caso de migração de apólices, não será reiniciada a contagem de novo prazo de carência para
segurados já incluídos no seguro pela apólice anterior, em relação às coberturas e aos respectivos valores
já contratados.

CESSAÇÃO DE COBERTURA: Respeitado o período correspondente ao prêmio pago, a


cobertura de cada segurado cessa, automaticamente, no final do prazo de vigência da
apólice, se esta não for renovada.
Na hipótese de o segurado, seus prepostos ou seus beneficiários agirem com dolo, fraude ou
simulação na contratação do seguro ou durante sua vigência, ou ainda para obter ou para
majorar a indenização, dá-se, automaticamente, a caducidade do seguro, sem restituição dos
prêmios, ficando a seguradora isenta de qualquer responsabilidade.
Respeitado o período correspondente ao prêmio pago, a cobertura do segurado principal
cessa, ainda:
■■ com o desaparecimento do vínculo entre o segurado principal e o estipulante, nos planos
coletivos; e
■■ quando o segurado solicitar sua exclusão da apólice ou quando deixar de contribuir com
sua parte no prêmio.
Além das situações mencionadas acima e de outras previstas nas condições gerais e/ou
especiais dos planos, a cobertura de cada segurado dependente cessa:
■■ se for cancelada a respectiva clausula suplementar;
■■ com o cancelamento do seguro do segurado principal;
■■ com a morte do segurado principal;
■■ no caso de cessação da condição de dependente; e
■■ a pedido do segurado principal, na hipótese de inclusão facultativa do segurado
dependente.

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CARREGAMENTO: Para fazer face as despesas administrativas e de comercialização, pode-se
estabelecer a cobrança de carregamento sobre os prêmios comerciais, sendo vedada a
cobrança de inscrição ou quaisquer outros encargos ou comissões adicionais incidentes sobre
os valores dos prêmios.
Para as coberturas de risco, o critério e a forma de cobrança do carregamento deverão
constar da nota técnica atuarial, não havendo limite percentual.

PERDA DE DIREITOS: Das condições gerais dos planos, deverá constar que o segurado perdera
o direito a indenização se agravar intencionalmente o risco.
Nas condições gerais e na proposta, deverá constar informação de que se o segurado, seu
representante legal ou seu corretor de seguros fizerem declarações inexatas ou omitirem
circunstancias que possam influir na aceitação da proposta ou no valor do prêmio, ficara
prejudicado o direito a indenização, além de estar o segurado obrigado ao pagamento do
prêmio vencido.
Entretanto, deve ficar claro que se a inexatidão ou a omissão nas declarações não resultar de
má-fé do segurado, a seguradora poderá:
1) na hipótese de não ocorrência do sinistro:
■■ cancelar o plano, retendo a parcela proporcional ao tempo decorrido do prêmio
originalmente pactuado; ou
■■ mediante acordo entre as partes, permitir a continuidade do plano, cobrando a diferença
de prêmio cabível ou restringindo a cobertura contratada.
2) na hipótese de ocorrência de sinistro com pagamento parcial do capital segurado:
■■ cancelar o seguro, após o pagamento da indenização, retendo a parcela calculada
proporcionalmente ao tempo decorrido do prêmio originalmente pactuado, acrescido da
diferença cabível; ou
■■ mediante acordo entre as partes, permitir a continuidade do seguro, cobrando a diferença
de prêmio cabível ou deduzindo-a do valor a ser pago ao segurado ou ao beneficiário, ou
restringindo a cobertura contratada para riscos futuros.
3) na hipótese de ocorrência de sinistro com pagamento integral do capital segurado:
■■ cancelar o seguro após o pagamento da indenização, deduzindo a diferença de prêmio
cabível do valor a ser indenizado.
Devera, também, constar das condições gerais do plano de seguro que o segurado e obrigado
a comunicar a seguradora, logo que saiba, qualquer fato suscetível de agravar o risco coberto,
sob pena de perder o direito a cobertura, se ficar comprovado que silenciou de má-fé.
Nesses casos, a seguradora, desde que a faca nos 15 dias seguintes ao recebimento do aviso
de agravação do risco, poderá dar ciência ao segurado, por escrito, de sua decisão de cancelar
o seguro ou, mediante acordo entre as partes, restringir a cobertura contratada ou cobrar a
diferença de prêmio cabível, sendo que o cancelamento do plano só será eficaz 30 dias após a
notificação, devendo ser restituída a diferença do prêmio, calculada proporcionalmente ao
período a decorrer.

CANCELAMENTO E REABILITAÇÃO DA APÓLICE: O contrato de seguro pode ser rescindido a


qualquer tempo mediante acordo entre as partes contratantes, devendo ser observada, no
caso dos planos coletivos, a anuência previa e expressa de segurados que representem,
no mínimo, 3/4 do grupo segurado. As apólices não poderão ser canceladas durante a vigência,
pela seguradora, sob a alegação de alteração da natureza dos riscos.
O não pagamento do prêmio por parte do segurado ou estipulante nos prazos estipulados nas
condições contratuais, poderá acarretar o cancelamento da apólice ou do certificado
individual, a partir do primeiro dia de vigência do período de cobertura a que se referir a
cobrança.

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No caso de não ocorrer o cancelamento imediato da apólice ou do certificado individual, por
inadimplência do segurado ou do estipulante, deverá ser adotada uma das seguintes hipóteses
pela seguradora:
■■ prazo de tolerância – cobertura dos sinistros ocorridos durante o período de
inadimplência, com a consequente cobrança do prêmio devido ou, quando for o caso, seu
abatimento da indenização paga ao(s) beneficiário(s); ou
■■ prazo de suspensão – não cobertura dos sinistros ocorridos durante o período de
inadimplência, sendo vedada cobrança dos prêmios referentes a esse período.
Os prazos de tolerância e/ou suspensão tratados acima deverão estar especificados nas
condições gerais do plano.
As condições gerais poderão prever a reabilitação da apólice ou do certificado individual a
partir das 24 horas da data em que o segurado ou o estipulante retomarem o pagamento do
prêmio. Nesta hipótese, a seguradora responde por todos os sinistros ocorridos a partir de
então.
No caso de seguros com cobrança de prêmio postecipado, a reabilitação se dá com o
pagamento dos valores referentes ao período em que houve cobertura, na forma estabelecida
nas condições gerais.
As regras de inadimplência e de reabilitação dispostas acima não se aplicam aos casos de
prêmio fracionado, pois, se configurada a falta de pagamento de qualquer uma das parcelas
subsequentes a primeira, o prazo de vigência da cobertura será ajustado em função do prêmio
efetivamente pago, observada, no mínimo, a fração prevista na tabela de prazo curto existente
no plano.
A seguradora deverá informar ao segurado ou ao seu representante, por meio de comunicação
escrita, o novo prazo de vigência, ajustado nos termos da tabela de prazo curto.
Restabelecido o pagamento do prêmio das parcelas ajustadas, acrescidas dos encargos
contratualmente previstos, dentro do novo prazo de vigência da cobertura, ficara,
automaticamente, restaurado o prazo de vigência original da apólice.
Findo o novo prazo de vigência da cobertura, sem que tenha sido retomado o pagamento do
prêmio, dar-se-á, de pleno direito, o cancelamento do contrato de seguro, desde que haja
expressa previsão contratual nesse sentido.
No caso de fracionamento em que a aplicação da tabela de prazo curto não resultar em
alteração do prazo de vigência da cobertura, a seguradora poderá cancelar o contrato ou
suspender sua vigência, sendo vedada a cobrança de prêmio pelo período de sua suspensão,
em caso de restabelecimento do contrato.

RENOVAÇÃO DA APÓLICE: A renovação automática do plano, desde que haja previsão


expressa em suas condições gerais, só poderá ocorrer uma única vez, e por igual período,
devendo as renovações posteriores serem feitas, obrigatoriamente, de forma expressa.
A renovação automática não se aplica aos segurados, nos planos individuais, e estipulantes,
nos planos coletivos, ou a seguradora que comunicarem o desinteresse na continuidade do
plano, mediante aviso prévio de, no mínimo, 60 dias que antecedam o final da vigência da
apólice.
A renovação expressa poderá ser efetivada quantas vezes se fizer necessária, se realizada pelo
estipulante nos seguros coletivos, e desde que não implique ônus, ou dever para os segurados
ou redução de seus direitos, bem como pelo próprio segurado, em se tratando de seguros
individuais.
Caso haja, na renovação, alteração da apólice que implique ônus ou dever aos segurados, ou a
redução de seus direitos, deverá haver anuência previa e expressa de, pelo menos, 3/4 do
grupo segurado.
Nas renovações expressas, caso a seguradora não tenha interesse em renovar a apólice,
deverá comunicar aos segurados e ao estipulante, mediante aviso prévio de, no mínimo, 60
dias que antecedam o final de vigência da apólice.

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RISCOS EXCLUÍDOS: Os planos possuem níveis distintos de exclusão. Por esse motivo, e
imprescindível a leitura atenta das condições gerais do plano a ser contratado.
Na relação dos riscos excluídos, deverão constar os danos causados por atos ilícitos dolosos
praticados pelo segurado, pelo beneficiário ou pelo representante, de um ou de outro.
Nos seguros contratados por pessoas jurídicas, deverão ser excluídos, além dos citados acima,
os danos causados por atos ilícitos dolosos praticados por seus sócios controladores, dirigentes
e administradores, pelos beneficiários e pelos respectivos representantes.
Não pode ser estipulada, entre as partes, clausula que exclua o suicídio ou a sua tentativa,
após os primeiros 2 anos de vigência inicial do contrato ou da sua recondução depois de
suspenso.
Caso as condições gerais e/ou especiais excluam doença preexistente das coberturas do
seguro, esta deverá ser definida como doença de conhecimento do segurado e não declarada
na proposta de contratação ou, no caso de contratação coletiva, na proposta de adesão.
Usualmente, não estão cobertos pelo Seguro de Acidentes Pessoais os riscos decorrentes de:
■■ atos ou operações de guerra, com ou sem declaração formal, guerra química ou
bacteriológica, guerra civil, guerrilha, revolução, agitação, motim, revolta ou outras
perturbações da ordem pública e delas decorrentes, exceto a prestação de serviço militar ou
atos de humanidade em auxilio de outrem;
■■ uso de material nuclear para quaisquer fins, incluindo a explosão nuclear provocada ou
não, bem como a contaminação radioativa ou a exposição a radiações nucleares ou ionizantes;
■■ furacões, ciclones, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas e outras convulsões da
natureza;
■■ ato reconhecidamente perigoso que não seja motivado por necessidade justificada, exceto
pratica de esporte e utilização de meio de transporte mais arriscado;
■■ pratica, por parte do segurado, do beneficiário ou do representante legal de um ou de
outro, de atos ilícitos ou contrários a lei;
■■ perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espécie, bem como intoxicações
decorrentes da ação de produtos químicos, drogas ou medicamentos, salvo quando prescritos
por medico, em decorrência de acidente coberto; e
■■ suicídio ou tentativa de suicídio, ocorrida nos primeiros 2 anos contados a partir do início
de vigência do seguro, ou de sua recondução depois de suspenso.

DISTRIBUIÇÃO DE EXCEDENTE TÉCNICO: Exclusivamente nos planos coletivos, poderá ser


adotada clausula de excedente técnico estabelecendo as condições de distribuição, ao
estipulante e/ou aos segurados do grupo, dos resultados técnicos da apólice.
Consideram-se como receitas, para fins de apuração dos resultados técnicos, no mínimo:
■■ prêmios de competência correspondentes ao período de vigência da apólice efetivamente
pagos; e
■■ estorno de sinistros computados em períodos anteriores e, definitivamente, não devidos.
São despesas mínimas para os fins de apuração dos resultados técnicos:
■■ comissões de corretagem pagas durante o período;
■■ comissões de administração pagas durante o período;
■■ valor total dos sinistros ocorridos em qualquer época e ainda não considerados até o fim
do período de apuração, computando-se de uma só vez os sinistros com pagamento
parcelado;
■■ saldos negativos dos períodos anteriores, ainda não compensados;
■■ despesas efetivas de administração, acordadas com o estipulante.
As receitas e as despesas devem ser atualizadas monetariamente desde:
■■ o respectivo pagamento, para prêmios e comissões;
■■ o aviso a seguradora, para os sinistros;
■■ a respectiva apuração, para os saldos negativos anteriores;

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■■ as datas em que incorreram, para as despesas de administração;
■■ outras datas estabelecidas na clausula de excedente técnico, para receitas ou despesas não
previstas no rol mínimo descrito acima.
A apuração do resultado técnico deve ser atualizada, monetariamente, desde o termino do
período de apuração determinado no contrato até a data da distribuição do excedente técnico,
destinando-se aos segurados e/ou estipulante um percentual do resultado apurado,
estabelecido no contrato.
A distribuição de excedentes técnicos deve ser realizada após o termino do prazo previsto no
contrato, depois de pagas todas as faturas do período e no prazo máximo de 60 dias a contar
da última quitação, vedado qualquer adiantamento a título de resultados técnicos.
Nos seguros, parcial ou totalmente contributários, o excedente técnico a ser distribuído deve
ser, respectivamente, proporcional ou integralmente destinado ao segurado, podendo ainda
ser revertido em benefícios ao grupo segurado, na forma estabelecida na clausula de
excedente técnico.
Nesses casos, deverá ser incluída, no certificado individual, a informação de que o segurado
tem direito ao excedente técnico.

FORMA DE PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO: A indenização pode ser paga de uma única vez
(capital) ou sob a forma de renda. De modo geral, o critério e estabelecido pelo segurado, na
contratação do plano pelo segurado. Entretanto, existe a possibilidade de que seja dada a
opção, ao beneficiário, da escolha do critério, no que diz respeito ao recebimento do capital
segurado.
No que se refere as rendas, elas podem ser pagas nas formas mensal, trimestral,
quadrimestral, semestral ou anual, sendo a forma mensal a mais comum.
As rendas, também chamadas de anuidades, designam uma sucessão de pagamentos feitos
em intervalos regulares, e podem ser classificadas em:
■■ vitalícias – caracterizadas pelo pagamento enquanto o segurado ou beneficiário
sobreviver; e
■■ temporárias – caracterizadas pelo pagamento durante um período de tempo
predeterminado em contrato.
Além dessa classificação, essas rendas ainda podem ser:
■■ renda certa – trata-se de uma renda, exclusivamente, financeira, independentemente da
sobrevivência ou não do beneficiário. E considerada certa porquê e paga durante um prazo
previamente acordado e determinado.
Exemplo: Suponha um plano com cobertura de morte por qualquer causa, sendo a indenização
paga ao beneficiário indicado pelo segurado por 60 meses (prazo certo).
Dessa forma, o compromisso da seguradora é pagar ao beneficiário indicado pelo segurado a
indenização a que este tem direito pelo período de 60 meses. Caso o beneficiário venha a falecer antes
de completado o prazo de 60 meses, seus beneficiários terão direito a continuar a receber a indenização
pelo prazo que estiver faltando para completar o prazo certo. Inexistindo beneficiários remanescentes, a
indenização será paga aos sucessores legítimos, observada a legislação vigente, até o término do prazo
certo contratado. Nesse caso, findos os 60 meses, extingue-se a indenização.
■■renda aleatória – trata-se de uma renda atuarial, pois considera a probabilidade de morte
do beneficiário.

Exemplo: Suponha agora um plano com cobertura de morte natural, sendo a indenização paga
ao beneficiário indicado pelo segurado enquanto estiver vivo. Dessa forma, o compromisso da
seguradora é pagar ao beneficiário indicado pelo segurado a indenização a que este tem direito
enquanto ele sobreviver. Quando ocorrer a morte do beneficiário, o compromisso da seguradora
termina.
E importante destacar que esses contratos tem sua estrutura técnica diferenciada.

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Assim, não caberá ao consumidor que contrata um seguro estruturado sob a forma de renda
aleatória pleitear cobertura similar a daqueles que contrataram uma renda certa. Os direitos
serão distintos.
Outro aspecto a ser observado e o de que as rendas vitalícias são aleatórias (pois não se sabe
quando o beneficiário falecera), enquanto as rendas temporárias podem ser tanto aleatórias
quanto certas.

COBERTURA por SOBREVIVÊNCIA – CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA:


A cobertura por sobrevivência dos Seguros de Pessoas pode ser oferecida isoladamente ou em
conjunto com a cobertura (ou coberturas) de risco. E sempre estruturada sob o regime
financeiro de capitalização e tem por finalidade o pagamento do capital segurado, de uma
única vez ou sob forma de renda, a pessoas físicas vinculadas, ou não, a um estipulante.
Ressalvado o caso de concessão de renda imediata, adquirida mediante pagamento único, o
evento gerador do pagamento do capital segurado nos planos com cobertura por
sobrevivência e sempre a sobrevivência do segurado ao período de diferimento
contratualmente previsto.
A cobertura por sobrevivência poderá ser estruturada nas seguintes modalidades:
Modalidade de contribuição variável: Neste tipo de modalidade, o valor dos prêmios, o seu
prazo de pagamento, bem como o valor do capital segurado, pode estar previamente definido
na proposta. O Capital segurado, quando devido, e pago de uma única vez ou sob a forma de
renda, por ocasião da sobrevivência do segurado ao período de diferimento, sendo calculado
com base no saldo acumulado da respectiva PMBaC e no fator de cálculo; e
Modalidade de benefício definido: Neste tipo de modalidade, o valor dos prêmios, o seu prazo
de pagamento, bem como o valor do capital segurado, deve estar previamente definido na
proposta. O Capital segurado, quando devido, e pago de uma única vez ou sob a forma de
renda.
A cobertura por sobrevivência poderá ser contratada de forma individual ou coletiva. A
contratação deverá ser efetivada por meio de proposta de contratação e, no caso de plano
coletivo, a adesão a apólice pelos proponentes será precedida do preenchimento da respectiva
proposta de adesão.
A contratação sob a forma coletiva, por pessoa física ou jurídica denominada estipulante,
destina-se a grupos de pessoas que a ela estejam vinculadas de qualquer forma licita, devendo
o vínculo ser estabelecido em contrato.
No caso de contratação coletiva, o plano deverá estar disponível a todos os componentes do
grupo que mantenham vínculo com o estipulante. A adesão e facultativa e podem ser
admitidos como segurados do plano: o cônjuge, o(a) companheiro(a), os filhos, os enteados e
os menores considerados dependentes econômicos do componente do grupo.
O regulamento e a nota técnica atuarial deverão prever a forma e o critério de custeio
(pagamento de prêmios pelos segurados e/ou pelo estipulante-instituidor). O valor e a
periodicidade do pagamento dos prêmios poderão ser previamente fixados, ficando facultado
as seguradoras estabelecer critérios objetivos no regulamento do plano, limitando o valor
máximo de aportes extraordinários, vedando clausulas que prevejam qualquer tipo de
discricionariedade por parte da seguradora e cujos efeitos não sejam claros e transparentes
para os segurados.
Ressalvado o disposto anteriormente, na modalidade de contribuição variável fica facultado ao
segurado pagar prêmios adicionais de qualquer valor.
Os planos, em função da cobertura por sobrevivência, podem ser:
Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL): Garante aos segurados, durante o período de
diferimento, a remuneração da PMBaC baseada na rentabilidade da(s) carteira(s) de
investimentos dos FIE’s, no(s) qual(is) esteja(m) aplicado(s) os respectivos recursos, sem
garantia de remuneração mínima e de atualização de valores e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável sem reversão.

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O VGBL e um produto do tipo unit link (ou unidade de conta), vinculando a acumulação de
recursos de uma conta individualizada a performance de um fundo de investimento financeiro
especialmente constituído, sem qualquer tipo de garantia de rentabilidade durante a fase de
acumulação, ou seja, não há qualquer risco biométrico e/ou financeiro para a seguradora
durante o período de diferimento.
Tendo em vista que o VGBL e um plano de contribuição variável, o segurado pode fazer
aportes variáveis de acordo com sua conveniência, desde que as seguradoras não
estabeleçam, nos seus regulamentos, critérios objetivos limitando o valor máximo
de aportes extraordinários.
Com a regulamentação do VGBL, uniformizou-se e propiciou-se a transparência ao cálculo e a
divulgação da rentabilidade de cada plano, idêntica a do respectivo FIE em que foi aplicado o
montante das contribuições, permitindo o acompanhamento diário da rentabilidade dos
diversos fundos e viabilizando a comparação entre a rentabilidade dos diversos planos,
conforme disposto a seguir:
■■ VGBL Soberano – neste tipo de plano, a carteira de investimentos do FIE e composta
unicamente por títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil e
créditos securitizados do Tesouro Nacional;
■■ VGBL Renda Fixa – neste tipo de plano, a carteira de investimentos do FIE e composta por
títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil, por créditos
securitizados do Tesouro Nacional e por investimentos de renda fixa, nas modalidades e
dentro dos critérios de diversificação e de diversidade admitidos pela regulamentação vigente;
■■ VGBL Composto – neste tipo de plano, a carteira de investimentos do FIE admite
investimentos em renda variável de no máximo, 49% do seu patrimônio liquido, sendo
admissível o estabelecimento de percentual mínimo de aplicação em renda variável.
Vida Gerador de Benefício Livre Programado (VGBL Programado): A exemplo do que
acontece com o VGBL, garante aos segurados, durante o período de diferimento, a
remuneração da Provisão Matemática de Beneficios a Conceder, baseada na rentabilidade
da(s) carteira(s) de investimentos de FIE(s), no(s) qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos
respectivos recursos, sem garantia de remuneração mínima e de atualização de valores e
sempre estruturado na modalidade de contribuição variável. No entanto, o VGBL Programado
oferece, adicionalmente, a possibilidade de contratação, durante o período de diferimento, de
pagamentos financeiros programados na forma definida no Regulamento e na Nota Técnica
Atuarial;
Vida com Remuneração Garantida e Performance (VRGP): Garante aos segurados, durante o
período de diferimento, remuneração por meio da contratação de índice de atualização de
valores e de taxa de juros, bem como a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros;
Vida com Remuneração Garantida e Performance sem Atualização (VRSA): Garante aos
segurados, durante o período de diferimento, remuneração por meio da contratação de taxa
de juros e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros. E sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável;
Vida com Atualização Garantida e Performance (VAGP): Garante aos segurados, durante o
período de diferimento, por meio da contratação de índice de preços, apenas a atualização
de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros;
Dotal Puro: Garante ao segurado, durante o período de diferimento, remuneração por meio
da contratação de índice de atualização de valores, taxa de juros e, opcionalmente, tabua de
mortalidade, sem reversão de resultados financeiros, sendo o capital segurado pago ao
segurado sobrevivente ao termino do período de diferimento. E sempre estruturado na
modalidade de benefício definido;
Dotal Misto: Garante o pagamento do capital segurado que será pago em função dá
sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em função da sua morte ocorrida
durante aquele período, sem reversão de resultados financeiros. E sempre estruturado na
modalidade de benefício definido e no regime financeiro de capitalização;

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Plano Dotal Misto com Performance: Garante um capital segurado que será pago em função
da sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em função da sua morte ocorrida
durante aquele período, com reversão, parcial ou total, de resultados financeiros durante o
período de diferimento.
E sempre estruturado na modalidade de benefício definido e no regime financeiro de
capitalização;
Vida com Renda Imediata (VRI): Garante, mediante prêmio único, o pagamento do capital
segurado sob a forma de renda imediata;
Vida com Desempenho Referenciado (VDR): Apresenta, durante o período de diferimento,
garantia mínima de desempenho, segundo critérios definidos no plano, e a reversão, parcial ou
total, de resultados financeiros e sempre estruturado na modalidade de contribuição variável.

TIPOS DE PLANOS DE COBERTURA POR SOBREVIVÊNCIA DURANTE A FASE DE ACUMULAÇÃO:

MODALIDADES DE RENDA: Finda a fase de acumulação de recursos, o segurado pode optar


por receber, a vista, o saldo acumulado em sua PMBaC ou transforma-la em um tipo de renda,
cujo valor e calculado em função da sua idade, da modalidade de renda escolhida e dos
parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros e tabua de mortalidade). As principais
modalidades de renda são:
Renda Mensal Vitalícia: Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao segurado a partir
da data escolhida para concessão da indenização. O pagamento da renda cessa com a morte
do segurado;
Renda Mensal Temporária: Consiste em uma renda paga temporária e exclusivamente ao
segurado, cessando com o seu falecimento ou o fim da temporariedade contratada, o que
ocorrer primeiro;
Renda Mensal Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido: Consiste em uma renda paga
vitaliciamente ao segurado a partir da data escolhida para a concessão da indenização. No

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entanto, se durante o período de auferimento da renda ocorrer o falecimento do segurado,
antes de ter completado o prazo mínimo de garantia escolhido, a renda será paga aos
beneficiários, pelo período restante do prazo mínimo de garantia;
Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado: Consiste em uma renda paga
vitaliciamente ao segurado a partir da data escolhida para concessão da indenização.
Ocorrendo o falecimento do segurado, durante a percepção dessa renda, um percentual do
seu valor estabelecido na proposta será revertido vitaliciamente ao beneficiário indicado. Na
hipótese de falecimento do beneficiário antes do segurado, e durante o período de
recebimento da renda, a reversibilidade estará extinta sem direito a compensações ou
devoluções dos valores pagos;
Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com Continuidade aos Menores: Consiste em
uma renda paga vitaliciamente ao segurado a partir da data escolhida para concessão da
indenização. Ocorrendo o falecimento do segurado durante a percepção dessa renda, um
percentual do seu valor estabelecido na proposta será revertido vitaliciamente ao cônjuge e,
na falta deste, reversível temporariamente aos menores até que o mais novo complete uma
idade considerada como maioridade, conforme estabelecido no regulamento do plano (a
denominada “maioridade contratual”).

PARÂMETROS TÉCNICOS: Acabamos de ver que, com o fim da fase de acumulação de


recursos, o segurado pode optar por receber, a vista, o saldo acumulado em sua PMBaC ou
transforma-la em um tipo de renda, cujo valor e calculado em função da sua idade, da
modalidade de renda escolhida e dos parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros
e tabua de mortalidade).
Com relação a taxa de juros, a regulamentação estabelece que no período (ou períodos) em
que houver garantia mínima de remuneração, a taxa de juros contratualmente prevista devera
respeitar o limite fixado pela SUSEP, observado o máximo de 6% ao ano ou seu equivalente
efetivo mensal.
Já para as tábuas de mortalidade, a regulamentação estabelece que a tabua de mortalidade
que será utilizada para cálculo do fator de renda será aquela definida no plano submetido a
aprovação da SUSEP, devendo ser observado o limite mínimo da taxa de mortalidade
constante da tabua AT-2000 Male.
Ainda com relação as tabuas biométricas, as seguradoras podem adotar, na estruturação dos
planos com cobertura por sobrevivência, uma tabua biométrica elaborada por instituição
independente, com reconhecida capacidade técnica, cujo critério de elaboração e atualização
tenham sido previamente aprovados pela SUSEP.

CARREGAMENTO: E a denominação da remuneração que as Seguradoras recebem para fazer


face a manutenção de sua operação.
O critério e a forma de cobrança do carregamento deverão constar da proposta de
contratação e da de adesão, do regulamento, da nota técnica atuarial e, no caso de planos
coletivos, do contrato, devendo ser observado o limite de:
■■ 10%, para as coberturas estruturadas na modalidade de contribuição variável;
■■ 30%, para as coberturas estruturadas na modalidade de benefício definido.
Os percentuais de carregamento deverão constar da proposta de contratação e da de adesão,
bem como, do contrato e, para os planos individuais, também do regulamento e da nota
técnica atuarial.
Os percentuais de carregamento incidirão, exclusivamente, sobre o valor dos prêmios
efetivamente pagos a seguradora, ficando vedada a cobrança de quaisquer outros valores.
O carregamento poderá ser cobrado:
■■ no pagamento dos prêmios; e/ou
■■ no resgate ou na portabilidade de recursos, calculado, proporcionalmente, ao saldo do
valor nominal dos prêmios pagos, contido no montante resgatado ou portado.

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RESGATE: O segurado poderá solicitar, independentemente do número de prêmios
pagos, resgate parcial ou total dos recursos do saldo da PMBaC, após o cumprimento de
período de carência, que deverá estar compreendido entre 60 dias e 24 meses, a contar da
data de protocolo da proposta de contratação ou de adesão na seguradora.
Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro pedido somente pode ser feito após o
cumprimento do intervalo estabelecido no plano, que deverá estar compreendido entre 60
dias e 6 meses.
Ressalte-se, no entanto, que os resgates ficarão suspensos enquanto não quitadas todas as
contraprestações relativas a eventual assistência financeira contratada pelo segurado.
O pagamento do resgate será efetivado da seguinte forma:
Resgate total: Considera-se o valor dos saldos da PMBaC e da provisão técnica de excedentes
financeiros, calculados, na forma da regulamentação em vigor, no segundo dia útil
subsequente a data da solicitação do resgate; e
Resgate parcial: Considera-se o valor ou percentual solicitado pelo segurado, com
base, exclusivamente, no saldo da PMBaC, calculado, na forma da
regulamentação em vigor, no segundo dia útil subsequente a data da solicitação de resgate.
No caso de pagamento de resgate parcial, o respectivo valor será composto por parcelas
calculadas proporcionalmente:
■■ ao somatório do valor nominal dos prêmios pagos pelo segurado;
■■ demais recursos.
Atenção: Nos planos estruturados na modalidade de benefício definido, é vedado o resgate parcial.
Nos planos com estrutura puramente financeira, na ocorrência de invalidez ou morte do segurado,
mediante solicitação devidamente instruída e registrada na seguradora, os saldos da provisão
matemática de benefícios a conceder e da provisão técnica de excedentes financeiros serão postos à
disposição do segurado ou beneficiário(s) sem qualquer prazo de carência. O pagamento somente será
efetuado após o pleno reconhecimento do evento gerador pela seguradora.
A provisão técnica de excedentes financeiros somente existe nos períodos (acumulação e/ou de
pagamento do capital segurado sob a forma de renda) em que seja garantida a reversão de resultados
financeiros.
Ressalvados os encargos de saída e o carregamento postecipado, não será permitida a
cobrança de quaisquer despesas por ocasião do resgate.

PORTABILIDADE: Independentemente do número de prêmios pagos, o segurado poderá


solicitar a portabilidade, total ou parcial, de recursos do saldo da PMBaC para outro plano com
cobertura por sobrevivência, após o cumprimento do período de carência, contado da data de
protocolo da proposta de contratação ou de adesão na seguradora.
Para o VGBL, o período de carência será de 60 dias. Para os planos que garantirem reversão de
resultados financeiros durante o período de diferimento, o período de carência estará
compreendido entre 60 dias e 24 meses.
Quando se tratar de portabilidades entre planos com cobertura por sobrevivência da mesma
seguradora, podem ser estabelecidos períodos inferiores aos mencionados anteriormente.

Atenção: Da mesma forma que no resgate, as portabilidades também ficarão suspensas enquanto
não quitadas todas as contraprestações relativas a eventual assistência financeira contratada pelo
segurado, também fica vedada a portabilidade parcial nos planos estruturados na modalidade de
benefício definido.
Com vistas a limitar o seu risco, é facultado às seguradoras que estabeleçam critérios objetivos no
regulamento dos planos para aceitação de valores oriundos de portabilidades, sendo vedadas cláusulas
que prevejam qualquer tipo de discricionariedade e cujos efeitos não sejam claros e transparentes para
os segurados.
A portabilidade será efetivada da seguinte forma:

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Portabilidade Total: Com base no valor dos saldos da PMBaC e da provisão técnica de
excedentes financeiros, calculados na forma da regulamentação em vigor;
Portabilidade Parcial: Considera-se o valor ou o percentual solicitado pelo segurado e
com base no saldo da PMBaC, calculado, na forma da regulamentação em vigor.
A portabilidade efetivar-se-á mediante solicitação do segurado, devidamente registrada na
seguradora, informando:
■■ o plano (ou planos) de Seguros de Pessoas com cobertura por sobrevivência, quando da
mesma seguradora; ou
■■ o plano (ou planos) com cobertura por sobrevivência e respectiva seguradora, quando para
outra sociedade;
■■ o respectivo valor ou percentual do saldo da PMBaC;
■■ as respectivas datas.
Atenção: Deverá ser anexada, pelo segurado, à solicitação de portabilidade, documento expedido
pela seguradora cessionária, contendo a data em que foram contratados o plano receptor e a declaração
de que não se opõe à portabilidade, especialmente no que se refere ao valor a ser portado.
Nos casos de portabilidade para plano com cobertura por sobrevivência, no qual o segurado não esteja
inscrito, deverá ser previamente formalizado o preenchimento de proposta de contratação ou de adesão
e adotadas todas as demais providências necessárias.
No caso de portabilidade de recursos para plano de benefício definido, a seguradora receptora deverá
providenciar para que o segurado seja previamente informado a respeito do critério técnico de
aproveitamento do valor portado.
A seguradora cedente dos recursos devera efetivar a portabilidade até o quinto dia útil
subsequente as respectivas datas determinadas pelo segurado.
Os recursos financeiros serão portados diretamente entre as seguradoras, ficando vedado seu
trânsito, sob qualquer forma, pelo segurado. Tais recursos deverão ser recepcionados e
contabilizados na PMBaC, até o segundo dia útil subsequente a sua efetiva disponibilidade.
Importante: Caberá ao diretor responsável pelos controles internos, ou a outro diretor designado
pela seguradora cedente, a responsabilidade pelo cumprimento do prazo para efetivação da portabilidade,
prestando, dentro desse prazo, à seguradora cessionária dos recursos portados, no mínimo, as seguintes
informações, dentre outras consideradas necessárias à plena identificação da operação de portabilidade:
■■ montante correspondente ao valor nominal dos prêmios pagos pelo segurado;
■■ dados relativos ao segurado, número do processo SUSEP do plano receptor e identificação
do documento de deposito feito em favor da seguradora cessionária.
A seguradora cedente dos recursos devera efetivar a portabilidade até o quinto dia útil
subsequente as respectivas datas determinadas pelo segurado.
Os recursos financeiros serão portados diretamente entre as seguradoras, ficando vedado seu
trânsito, sob qualquer forma, pelo segurado. Tais recursos deverão ser recepcionados e
contabilizados na PMBaC, até o segundo dia útil subsequente a sua efetiva disponibilidade.
O segurado deverá receber documento fornecido pela seguradora:
■■ cedente dos recursos, no prazo máximo de sete dias uteis, a contar da data de sua
portabilidade, atestando a data da operação, o valor e a seguradora cessionária; e
■■ cessionária dos recursos, no prazo máximo de sete dias uteis, a contar da data de sua
recepção, atestando a data de recebimento, o valor e o plano ao qual foram alocados os
recursos.
Atenção: São vedadas:
■■ a cobrança de carregamento sobre o valor dos recursos portados pela seguradora receptora;
■■ a portabilidade de recursos entre segurados; e
■■ a cobrança de quaisquer importâncias pela seguradora cedente dos recursos, exceto as relativas as
tarifas bancarias necessárias a portabilidade, ao encargo de saída e ao carregamento postecipado.

NOÇÕES de REGULAÇÃO de SINISTROS

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REGULAÇÃO DO PROCESSO DE SINISTRO: Os segurados deverão ser informados sobre os
procedimentos para liquidação de sinistros, com especificação dos documentos básicos
previstos a serem apresentados para cada tipo de cobertura, facultando-se as seguradoras, no
caso de dúvida fundada e justificável, a solicitação de outros documentos.
O prazo para pagamento das indenizações deverá ser estabelecido pela seguradora, não
podendo ser superior a 30 dias, contados a partir da entrega de todos os documentos básicos,
ressalvado os casos de solicitação de documentação e/ou informação complementar, nos
quais o prazo para pagamento da indenização e suspenso, voltando a correr a partir do
primeiro dia útil subsequente aquele em que forem completamente atendidas as exigências.
Observe-se que somente e possível a Seguradora solicitar documentos complementares uma
única vez, oportunidade na qual deverão ser requeridos todos os documentos necessários, na
medida em que não haverá nova oportunidade de solicitação de tais documentos.
O não pagamento da indenização no prazo previsto implicara a aplicação de juros de mora a
partir da data do atraso, sem prejuízo de sua atualização, nos termos da legislação especifica.
O pagamento da indenização poderá ser realizado sob a forma de parcela única ou de renda,
sendo admissível que o plano com cobertura de risco preveja a hipótese de substituição do
pagamento da indenização em dinheiro por pagamento em bens ou serviços, desde que
expressamente solicitada pelo segurado ou beneficiários.
O pagamento da indenização não deve estar condicionado a nenhuma restrição temporal,
sendo vedada a inclusão de clausula que disponha sobre a fixação de prazo máximo para a
comunicação de sinistro.

ATUALIZAÇÃO de VALORES
UMA NOÇÃO HISTÓRICA: Embora no Decreto-Lei 73/66 já houvesse a previsão da
possibilidade de atualização monetária de valores nos contratos de seguros, a correção
monetária só se tornou obrigatória no final de 1968, quando foi publicada a Lei 5.488, cujo
foco eram as indenizações. Ao longo das décadas e dos diversos planos visando a estabilização
da moeda no Brasil, foram adotados inúmeros atos normativos que tratavam das atualizações
monetárias e da periodicidade de suas aplicações. A título de exemplo, os atos normativos que
tratam da atualização de valores – Resolução CNSP 103/2004 e Circular SUSEP 255/2004 –
revogaram quase 47 normas.
AS REGRAS ATUAIS: Os planos com coberturas estruturadas na modalidade de benefício
definido deverão conter clausula de atualização anual de valores com base em índice
pactuado. Exceção a regra são as contratações com vigências igual ou inferior a 1 ano, que não
poderão conter clausula de atualização de valores.
Dessa forma, os capitais segurados e os prêmios serão atualizados na data de aniversário da
contratação, com base no índice pactuado, ficando facultado o estabelecimento de outra data-
base, desde que os valores, contratualmente previsto sejam atualizados até essa outra data-
base e, a partir de então, seja respeitada a periodicidade anual.
Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o pagamento de prêmio
único, os capitais segurados deverão ser atualizados pelo índice pactuado até a data de
ocorrência do evento gerador.
Alternativamente a atualização de valores, existe a possibilidade de adoção de clausula de
recalculo do capital segurado durante o período que antecede o pagamento da indenização,
segundo fatores objetivos (variação salarial, mensalidade escolar) expressos nas condições
gerais, na apólice, no certificado, nas propostas e no contrato, devendo ser observado que
essa possibilidade está restrita as coberturas estruturadas no regime financeiro de repartição
e que tenham sido contratadas sob a forma coletiva.
Já os planos com coberturas estruturadas na modalidade de contribuição variável poderão
conter clausula de atualização anual dos prêmios com base no índice pactuado.

28
RESUMO MERCADO FINANCEIRO

ECONOMIA: CONCEITOS BÁSICOS e FUNÇÕES


CONCEITOS BÁSICOS: Somente por meio do conhecimento de alguns conceitos básicos de
economia e que se pode entender, de forma ampla e critica, o funcionamento
do mercado financeiro.
Assim, e importante que você saiba que a economia estuda a riqueza (individuo, sociedade,
empresa ou nação), as transações de troca que se verificam entre as pessoas (oferta e
demanda) e países (importação e exportação). Além disso, a economia também procura
compreender a decisão de utilização de recursos produtivos escassos por natureza (terra,

29
trabalho e capital), que, por sua vez, carregam o custo de oportunidade no processo de
transformação e produção de diversos bens e serviços, além de sua respectiva distribuição.
Algumas questões que envolvem renda, investimento e poupança serão abordadas nesta
unidade para que você compreenda melhor.
Unidades Econômicas: As unidades econômicas são aquelas que, de alguma forma, influenciam
a economia a partir de suas decisões e ações, tomadas racionalmente. São elas:
■■ Famílias.
■■ Empresas (pública e privada).
■■ Governo.
Abordaremos a classificação das unidades econômicas entre superavitárias, deficitárias e
unidades com orçamento equilibrado, na próxima unidade.
Renda, Investimento e Poupança: A renda representa a remuneração dos agentes que
participam de alguma forma do processo produtivo de uma economia. Por exemplo: salários
recebidos, juros sobre capital emprestado ou lucros sobre capital investido.
Ja o investimento representa a utilização de capital, próprio ou de terceiros, em alternativas
que promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva de um país.
A poupança e a parcela da renda não consumida pelas unidades econômicas na aquisição de
bens e serviços. E por intermédio dela que todo o processo produtivo e realimentado,
utilizando diversos instrumentos de intermediação do mercado financeiro. Ou seja, os
intermediários financeiros (ex.: bancos) captam a poupança disponível e a transferem ao
sistema produtivo da economia mediante diversas formas de créditos, contribuindo, assim,
para a expansão do nível de investimento e a oferta de bens e serviços.
Crescimento Econômico x Desenvolvimento Econômico: Embora muitas vezes esses dois
termos sejam usados como se fossem a mesma coisa, crescimento econômico ocorre quando
há expansão quantitativa da capacidade produtiva ao longo do tempo.
Assim, ao observarmos, por exemplo, a elevação da quantidade de bens e serviços produzidos
por um país ser superior ao de sua população, evidenciando sua produtividade, dizemos que o
país se encontra em pleno crescimento econômico.
Por outro lado, o desenvolvimento econômico aborda outras variáveis além das consideradas
na avaliação de crescimento econômico, ressaltando as condições de vida da população de um
país. Seu conceito e considerado mais complexo porque necessita da análise de indicadores
socioeconômicos como renda, saúde e educação.

POLÍTICA MONETÁRIA - Definição e Objetivos: A política monetária enfatiza sua atuação sobre
os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros. O Banco Central do Brasil, também
conhecido como BC, BCB ou BACEN, e a instituição responsável pela administração da política
monetária do país e tem sob seu controle a oferta de moeda, as taxas de juros e as condições
de credito para atingir alguma meta desejada, como reduzir a taxa de inflação.
BC, BCB ou BACEN: O Banco Central do Brasil é o responsável pelo controle da inflação no
país. Ele atua para regular a quantidade de moeda na economia que permita a estabilidade de
preços. Suas atividades também incluem a regulação e supervisão das instituições financeiras
para garantir que o mercado brasileiro fique financeiramente estável.
A política monetária pode ser:
■■ Restritiva.
■■ Expansionista.
Uma política monetária e considerada restritiva quando as autoridades monetárias promovem
reduções dos meios de pagamento da economia, retraindo o consumo, o investimento e a
atividade econômica. As medidas restritivas são tomadas quando o crescimento da demanda e
dos investimentos empresariais se situam acima da capacidade da oferta de moeda da
economia, visando anular os efeitos da inflação. A adoção dessa política tem como objetivo
restringir a oferta de credito e elevar seu custo, de forma a adequar o consumo e o
investimento agregados a oferta monetária da economia.

30
Uma política monetária, por sua vez, e considerada expansionista quando eleva a liquidez da
economia, injetando maior volume de recursos nos mercados e elevando os meios de
pagamentos. Essa situação e geralmente adotada em momentos de retração do nível da
economia em que se produz uma deflação.
Instrumentos da Política Monetária: Os três instrumentos clássicos de política monetária são:
■■ Depósitos compulsórios.
■■ Redesconto bancário.
■■ Operações de mercado aberto.
Depósitos Compulsórios: Todo banco e obrigado a manter depositada, em sua conta de
reserva bancaria no BACEN, uma quantia que representa um determinado percentual
sobre o saldo dos depósitos a vista de seus clientes.
Alterações na alíquota do deposito compulsório, ou seja, no percentual sobre os depósitos,
representam o papel do compulsório como instrumento de política monetária. Os bancos tem
sua capacidade de conceder empréstimos e, portanto, de criar depósitos a vista, restringida
quando esse percentual e aumentado e vice-versa. Assim, se o percentual de deposito
compulsório e aumentado, os bancos terão menos reservas livres para emprestar, pois terão
que direcionar uma parcela maior dessas reservas para a sua conta no BACEN.
Redesconto Bancário: O redesconto bancário e um empréstimo concedido pelo BACEN a um
banco comercial que enfrenta um problema temporário de liquidez, ou seja, um banco que
não possui reservas bancarias suficientes para cumprir seus compromissos de curto prazo.
O BACEN utiliza o redesconto como instrumento de política monetária, ampliando ou
restringindo o acesso dos bancos a esse tipo de recurso, principalmente por meio de
alterações na taxa de juros cobrada deles nessas operações, isto e, a taxa de redesconto.
Uma elevação da taxa de redesconto desestimula os bancos a recorrerem ao redesconto,
obrigando-os a manter um nível mais elevado de reservas, reduzindo, desse modo, os
empréstimos e sua capacidade de criar depósitos à vista.
Operações de Mercado Aberto: Por meio das operações de mercado aberto, o BACEN compra
ou vende títulos do Tesouro Nacional dos bancos, visando controlar o saldo das reservas
bancarias e, dessa forma, exercer influência sobre a taxa de juros praticada no mercado
interbancário.
Ao comprar títulos, o BACEN aumenta o saldo de suas reservas bancarias, provocando, dessa
forma, uma redução na taxa de juros. Já quando o BACEN vende títulos, os bancos pagam por
meio da redução de suas contas de reservas bancarias. A diminuição do volume de reservas
bancarias disponíveis tende a elevar a taxa de juros. Observe os quadros a seguir. Eles
sintetizam os impactos desejados pelo BACEN ao utilizar cada um dos três instrumentos
clássicos de política monetária.

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POLÍTICA FISCAL: A política fiscal centraliza suas preocupações com relação aos gastos do
setor público e aos impostos cobrados da sociedade. Assim, ela deve mostrar-se eficaz para
que haja equilíbrio entre a arrecadação tributaria e as despesas governamentais, garantindo
que sejam alcançados determinados objetivos macroeconômicos e sociais.
O Governo pode financiar seus gastos por intermédio da cobrança de impostos e tarifas, bem
como por meio de empréstimos. Os empréstimos tomados pelo Governo, geralmente, são
feitos via lançamento de títulos, cujo saldo corresponde ao total da sua dívida pública.
A política fiscal pode ser:
Expansionista: A política fiscal expansionista acontece quando há uma ação do Governo para
estimular a economia a partir da adoção de políticas de redução de impostos e aumento de
suas despesas, que incentivam o crescimento econômico pelo lado da demanda.
Os resultados dessas medidas oneram o orçamento da União, promovendo déficit
orçamentário — isto e, o resultado negativo e coberto pelo Governo, geralmente mediante a
emissão de moedas ou de títulos públicos, aumentando, assim, a dívida pública.

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Contracionista: Uma política fiscal contracionista ocorre quando o Governo obtém
superavit orçamentário com o objetivo de conter eventuais elevações da demanda que sejam
interpretadas como inflacionarias.

O déficit (ou o superávit) orçamentário pode ser classificado como primário ou nominal. Veja
as características de cada um a seguir.
Primário: E o resultado da arrecadação do governo (receitas) menos as despesas, exceto juros
da dívida. A grosso modo, e a geração de caixa do governo; e a economia para reduzir o
endividamento. Mostra se as contas estão em ordem ou não. Um resultado primário positivo
(superavit) mostra contas sob controle e mostra que a dívida não seguira uma trajetória
explosiva.
Nominal: O resultado nominal do governo equivale a arrecadação de impostos (receitas)
menos as despesas, incluindo os juros da dívida. E a medida mais completa, já que o número
representa a total necessidade de financiamento do setor público. Ao apresentar um déficit
nominal, o governo terá que se financiar, por exemplo, com a colocação de títulos públicos.

POLÍTICA CAMBIAL: O comercio internacional lida com diferentes moedas representativas das
economias envolvidas nas operações. Para se estabelecer a conversão entre as moedas, o
mercado instituiu a taxa de câmbio.
A taxa de câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita
negociar sua moeda, ou seja, vender a moeda de sua emissão (compra de moeda estrangeira)
ou adquiri-la (vender moeda estrangeira).
A política cambial está baseada na administração das taxas de cambio — promovendo
alterações das cotações cambiais — e, de forma mais abrangente, no controle das transações
internacionais executadas por um país.
Ela e fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da economia e promover seu
desenvolvimento econômico.
Os regimes cambiais podem ser de:
Taxa de câmbio flutuante: Permite maior liberdade as economias na execução de suas
políticas monetárias. Em momentos de eventuais desequilíbrios econômicos, é possível ter
mais agilidade nas variações de oferta e procura da moeda no mercado. Nesse modelo, as
taxas acompanham livremente as oscilações da economia, ajustando-se mediante as
alterações em seus valores.
Taxa de câmbio fixa: Quando tem o seu valor atrelado a um referencial fixo, como ouro
ou dólar. As taxas de câmbio fixas permitem maior nível de certeza ao comercio internacional,
por revelarem, previamente, o valor futuro da moeda. No entanto, a manutenção desse
padrão e de maior risco para os governos, obrigando-os, em momentos de desequilíbrio, a
gastar elevadas somas de suas reservas cambiais para manter a cotação da moeda nacional.
Os objetivos da adoção de um ou outro regime cambial podem ser, entre outros: equilibrar o
balanço de pagamentos (caso típico do regime de taxa de câmbio flutuante) ou mesmo

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combater a inflação (caso típico do regime de taxa de câmbio fixa adotado por muitos países
emergentes nas décadas de 1980 e 1990).

SETOR REAL X SETOR FINANCEIRO: O setor real da economia diferencia-se do setor financeiro
em diversos aspectos. Todavia, ambos os setores se complementam e são relevantes para a
sociedade. O setor real abrange a produção e a circulação de bens e de mercadorias e a
prestação de serviços não financeiros, como comercio, telecomunicações, transporte e outros.
Os ativos reais são bens ou direitos que não representam, necessariamente, reserva de valor,
mas são mantidos em função do proveito que deles se espera obter. Exemplos: maquinas e
equipamentos. Já o setor financeiro abrange a custodia, a intermediação e a compensação de
ativos e de passivos financeiros.
Um ativo financeiro constitui um direito em relação a outra unidade econômica, mantido
como reserva de valor em função do retorno financeiro que dele se espera obter. Inclui moeda
e todo título que representa dívida ou participação patrimonial (ex.: ações, título de dívida,
royalties).
Um passivo financeiro representa a obrigação decorrente de ativo financeiro. E, portanto, a
contrapartida para aquele que emitiu um ativo financeiro (ex.: dividas).

FUNÇÕES BÁSICAS DO MERCADO FINANCEIRO: O mercado financeiro possibilita que as


unidades econômicas (também conhecidas como agentes econômicos) estejam em contato,
direto ou indireto, a um custo mínimo e com as menores dificuldades possíveis para esse
relacionamento. Dessa forma, a utilização dos recursos financeiros da economia pode ser
otimizada, possibilitando um aumento geral da produtividade, da eficiência e do bem-estar da
sociedade.
Ao viabilizar o contato entre unidades econômicas, o mercado financeiro também cumpre as
seguintes funções:
■■ Estímulo à formação de poupança – as instituições financeiras existentes no mercado
financeiro estimulam a formação de poupança de diferentes formas. Assim, elas captam
poupança e, em troca, emitem ativos com diferentes graus de liquidez. O mercado
de capitais — no qual operam os bancos de investimento e corretoras de títulos — auxilia as
empresas a emitirem títulos próprios, como ações e debentures. Os fundos de pensão, os
fundos de investimento e as seguradoras são importantes demandantes desses títulos e,
portanto, também estimulam a formação de poupança.
■■ Facilitação da transferência de poupança entre as unidades econômicas – quando o
mercado financeiro coloca em contato as diferentes unidades econômicas, a troca de recursos
entre os que possuem recursos financeiros excedentes e os que necessitam de recursos e
facilitada. Os bancos são importantes facilitadores dessa troca, pois repassam os recursos
captados de poupadores a tomadores de empréstimos.
■■ Provimento de liquidez às unidades econômicas – os bancos que captam recursos com o
público e emitem depósitos a vista (depósitos em conta corrente) devem ser capazes de
oferecer liquidez imediata aos seus clientes. Assim, por meio desse tipo de instituição
financeira, e processada a maior parte dos pagamentos realizados pelas unidades econômicas.

INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
O PAPEL DA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA: O processo de intermediação financeira pode ser
entendido como a captação de recursos por instituições financeiras junto as unidades
econômicas superavitárias e o seu subsequente repasse para as unidades econômicas
deficitárias. Esta unidade busca descrever o papel desempenhado pelos intermediários
financeiros nas transferências de recursos entre poupadores e tomadores.
Classificação das Unidades Econômicas: Pode-se dizer que a economia e composta por
intermediários financeiros e agentes ou unidades econômicas. O conjunto das unidades
econômicas pode ser dividido em três categoria s:

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Unidades superavitárias (US): São aquelas unidades que apresentam receitas correntes
maiores do que gastos correntes. O excesso de receitas não representa necessariamente lucro,
podendo significar tão somente sobra de caixa momentânea.
Unidades deficitárias (UD): São aquelas unidades cujos gastos correntes excedem suas
receitas correntes. No caso de uma empresa, o excesso de gastos em relação as receitas
correntes não significam dizer que ela opere com prejuízo. Os gastos em excesso podem, por
exemplo, ser empregados em investimentos que permitirão uma futura expansão de
suas atividades.
Unidades com orçamento equilibrado (UOE): São aquelas unidades que tem seus gastos
correntes iguais as receitas correntes. As UOE, por não terem sobras de caixa e por serem
capazes de financiar seus gastos correntes e de investimento a partir de suas receitas
correntes, não precisam, portanto, de qualquer tipo de financiamento. Se todas as unidades
econômicas (UE) fossem sempre UOE, não faria sentido existirem intermediários financeiros.
Na pratica, contudo, e difícil de se conceber uma unidade econômica que, em algum
momento, não possua recursos financeiros ociosos, ou mesmo uma que seja capaz de se
autofinanciar completamente.
As unidades econômicas superavitárias tendem a investir o excedente da receita em ativos
financeiros, que são direitos sobre a renda futura de outras unidades. Portanto, podem ofertar
seus excedentes mediante retorno que compense seus riscos e gere uma remuneração
adicional.
As unidades deficitárias podem buscar recursos para atender as suas necessidades de
financiamento, aceitando arcar com os custos dessa operação.
Essa e a hipótese que justifica a existência da atividade de intermediação financeira e os
agentes que desenvolvem tal atividade são chamados de intermediários financeiros, sendo,
geralmente, instituições financeiras.
Formas de Financiamento: A atividade de intermediação financeira justifica-se por servir de
elo entre as unidades superavitárias (US), ou seja, aquelas que tem sobra de caixa, e as
unidades deficitárias (UD), que necessitam de financiamento. Ou seja, os intermediários
financeiros proporcionam um encontro entre os recursos financeiros excedentes das US e as
necessidades de financiamento das UD.
A atividade de intermediação financeira nasceu da necessidade de aumento da eficiência das
transferências de recursos financeiros entre as unidades econômicas (UE).
Uma UD pode financiar seus gastos das formas apresentadas a seguir.
Autofinanciamento: Para se financiar, uma UD pode vender ativos próprios, inclusive
instrumentos financeiros. Por exemplo, se for pessoa física, um indivíduo pode vender ações
em seu poder para financiar a compra de um bem; ou uma empresa pode vender um terreno
que esteja ocioso para adquirir, com o dinheiro arrecadado, maquinas novas que ampliem sua
capacidade produtiva.
Financiamento externo: A outra opção de uma UD para financiar seus gastos e obter recursos
de terceiros, o que pode ser feito de duas maneiras:
≫» Financiamento direto: emitir ações e outras formas de participação em negócios, sem
assumir uma dívida, ou emitir títulos de dívida — como debentures e notas promissórias —
que sejam adquiridos diretamente por US.
≫» Financiamento indireto: empréstimos tomados de instituições financeiras. Essa forma de
financiamento e chamada de indireta, porque conta com a intermediação de uma instituição
financeira que adquire títulos emitidos pelas UD com os recursos captados junto as US.
Nas operações de financiamento indireto, as instituições financeiras captam recursos junto as
US, assumindo a obrigação de honrar a exigibilidade desses recursos, e os emprestam as UD.
Já nas operações de financiamento direto, a transferência de recursos ocorre diretamente
entre as UE superavitárias e deficitárias, e o papel das instituições financeiras e simplesmente
promover a corretagem de valores.

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O financiamento direto e o papel desempenhado pela intermediação financeira se encontram
resumidos, esquematicamente, na figura a seguir.

O financiamento indireto, mostrado pelas linhas cheias, está representado no lado esquerdo
do esquema pela troca de créditos adiantados pelas instituições financeiras por títulos diretos
(por exemplo, uma nota promissória) entregues pela UD; já no lado direito, está representado
pela troca feita entre as instituições financeiras (IF), que oferecem ativos financeiros (por
exemplo, um deposito a vista), e as US, que nelas depositam seus excessos (ociosos) de caixa.
Note-se que esses depósitos das US representam, de fato, um empréstimo temporário
concedido as IF.
O valor da remuneração pelos recursos financeiros emprestados e chamado de juros ou, em
termos percentuais, taxa de juros. Essa taxa e considerada, por um lado, a remuneração dos
poupadores e, por outro, o custo de capital dos tomadores.
As instituições financeiras cobram regularmente taxas de juros dos tomadores superiores as
taxas contratadas nas captações de recursos, a fim de cobrir despesas e riscos, bem como para
obter remuneração pela atividade de intermediação. A diferença entre a remuneração
cobrada nas operações ativas e o custo do dinheiro captado nas operações passivas dá-se
o nome de spread. O spread pode também ser definido como a diferença entre a taxa média
de juros cobrada pelos empréstimos e a taxa média paga aos depositantes.
Tradicionalmente, o spread bancário e elevado no Brasil. Entretanto, nas duas últimas décadas
ele vem decrescendo basicamente em função da maior concorrência gerada pelo
desenvolvimento e pela expansão dos mecanismos de financiamento direto disponíveis no
mercado de capitais.
Nesse mercado, as empresas conseguem realizar captação de recursos diretamente com o
investidor interessado, sem a necessidade de intermediação financeira.
A transformação dos departamentos financeiros das grandes empresas em autenticas
instituições financeiras, somada ao crescimento dos investidores institucionais e ao crescente
papel desempenhado pelas empresas de classificação de risco, significou uma quebra da
posição hegemônica das instituições bancarias e a perda de parte importante de sua clientela,
particularmente as empresas de maior porte.
A existência do spread significa que, pelo menos em tese, os financiamentos indiretos seriam
mais caros do que os financiamentos diretos, enquanto o retorno para os depositantes seria
menos atraente do que se investissem diretamente na compra de um título direto emitido por
uma unidade deficitária.
No entanto, algumas vantagens dos intermediários financeiros levam ainda grande parte das
unidades deficitárias a se endividar com eles, e das unidades superavitárias a depositar neles
seus recursos.
Vantagens dos Intermediários Financeiros: Os intermediários financeiros justificam sua
existência por serem mais capazes de reduzir os custos de transação e os problemas gerados
pela assimetria de informações entre as partes do que as unidades econômicas em geral.

36
Porém, você pode estar se perguntando: o que são esses custos de transação?
Simples: os custos de transação se referem aos gastos envolvidos em cada transação
financeira, como o processo de reuniões entre as partes e o pagamento de honorários
advocatícios para redação dos contratos de empréstimo.
Já a assimetria de informação ocorre quando uma das partes de uma transação está mais bem
informada do que a outra em relação a questões pertinentes a negociação. Quando há
assimetria de informação, conflitos de interesse entre as partes tendem a ocorrer.
Assim, a redução dos custos de transação e da assimetria de informação presentes nas
transações e possibilitada, principalmente, por duas vantagens apresentadas pelos
intermediários financeiros: ganhos de escala e diversificação das operações.
Ganhos de escala: Em função da especialização (expertise) desenvolvida na coleta de dados e
no processamento das informações, os intermediários financeiros apresentam vantagens
relativas a ganhos de escala, possibilitando a redução do custo por transação à medida que se
aumenta o número de transações. Todo intermediário financeiro possui um departamento de
análise de credito, sendo os custos de manutenção de tal estrutura divididos entre milhares de
contratos. O mesmo se aplica aos custos legais de elaboração de contratos de empréstimo,
entre outros custos operacionais.
Diversificação das operações: A possibilidade de diversificação das operações ativas e passivas
reduz fortemente, por um lado, a probabilidade esperada de perdas com inadimplência nos
empréstimos e, por outro lado, os riscos de liquidez provenientes de saques dos depositantes.
Portanto, os intermediários são capazes de produzir tal resultado em função dos ganhos de
escala, da especialização em intermediação financeira e de seus ativos e passivos
diversificados. Além disso, outra vantagem que apresentam e a diversificada oferta de
alternativas de captação e de aplicação de recursos, já que dificilmente as unidades
econômicas conseguiriam dispor por conta própria e com a mesma agilidade.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


O PAPEL DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: O SFN pode ser definido como o conjunto de
instituições financeiras (públicas e privadas) e instrumentos financeiros destinados a oferecer
alternativas de aplicação e de captação de recursos financeiros entre as unidades econômicas
(famílias, empresas e Governo). Ele engloba não só o mercado financeiro, mas também o de
Seguros Privados e de Previdência Complementar.
Instituições: Compõem o mercado financeiro diferentes tipos de instituições financeiras, como
bancos, corretoras, distribuidoras e seguradoras. Cada tipo de instituição exerce funções
especificas, de acordo com o que determinam suas respectivas legislações.
Instrumentos financeiros: Podem ser divididos em duas classes:
≫» Instrumentos de dívida, como depósitos bancários, debentures e títulos públicos.
≫» Instrumentos de participação patrimonial ou propriedade, entre os quais se destacam as
ações.

ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN):

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ÓRGÃOS NORMATIVOS: Os órgãos normativos são responsáveis pela regulamentação do
sistema financeiro. São três os órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional, cada um
sendo responsável por um determinado segmento do sistema.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) normatiza as atividades das instituições e os mercados
supervisionados pelo Banco Central (BACEN) e pela CVM, além de regular as aplicações das
reservas dos investidores institucionais. E o órgão deliberativo máximo do sistema e
estabelece as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o órgão regulador do mercado de seguros
– que inclui as atividades das companhias de seguro, de resseguro, das empresas de
capitalização e das entidades de previdência aberta –, cujo órgão supervisor e a
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
O terceiro órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional e o Conselho Nacional de
Previdência Complementar (CNPC), que normatiza as atividades dos fundos de pensão,
supervisionadas pela Superintendência de Previdência Complementar (PREVIC).

ENTIDADES SUPERVISORAS: Essas entidades são responsáveis por supervisionar o bom


funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. Elas possuem o objetivo de supervisionar
o segmento pelo qual são responsáveis, juntamente com o órgão normativo a que estão
subordinadas.
O Banco Central do Brasil (BACEN) “cumpre e faz cumprir” as orientações do Conselho
Monetário Nacional. Suas principais responsabilidades são garantir o poder de compra da
moeda nacional e manter a estabilidade do sistema financeiro e do sistema de pagamentos.
Entre os exemplos de atividades sob responsabilidade do BACEN estão a emissão de papel-

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-moeda e de reservas bancarias, recolhimentos compulsórios e voluntários de instituições
financeiras, realização de operações de redesconto e de compra e venda de títulos públicos
federais.
Exercendo o seu papel de supervisão e fiscalização das instituições financeiras, o BACEN
também e responsável pela autorização do funcionamento dessas instituições, estabelece
condições para o exercício de cargos de direção nas mesmas, vigia a interferência de outras
empresas nos mercados financeiros e de capitais, além de monitorar o fluxo de capital
estrangeiro no país.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e responsável por disciplinar, fiscalizar e
desenvolver o mercado de valores mobiliários – ou seja, o mercado de capitais –, entendendo-
se como tal aquele em que são negociados títulos e ações emitidos por empresas que buscam
captar, junto ao público, recursos destinados ao financiamento de suas atividades. A CVM,
portanto, assegura o funcionamento eficiente e regulação dos mercados de bolsa e de balcão,
protege titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais, coíbe
fraudes, assegura acesso público as informações sobre os valores negociados no mercado,
entre outras atividades.
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), por sua vez, fiscaliza a constituição, a
organização, o funcionamento e a operação das sociedades seguradoras, resseguradoras, de
capitalização e entidades abertas de Previdência Complementar, sempre zelando pela
proteção dos interesses dos consumidores, pela estabilidade, liquidez e solvência das
sociedades que integram o mercado.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é a autarquia
supervisora das atividades das entidades fechadas de Previdência Complementar e de
execução das políticas para o regime de Previdência Complementar operado por essas
referidas entidades.

SEGMENTOS do MERCADO FINANCEIRO:


O mercado financeiro pode ser subdividido em quatro segmentos específicos:
Mercado monetário: Envolve as operações de curtíssimo e curto prazos.
Mercado de crédito: Engloba as operações de financiamento de curto e médio prazos.
Mercado de capitais: Contempla as operações financeiras de médio e longos prazos.
Mercado de câmbio: Corresponde as operações de compra e de venda de moeda estrangeira.
Embora, para fins de analise, seja importante fazer a distinção entre esses diferentes
segmentos do Mercado Financeiro, você deve saber que, na pratica, eles estão interligados.
Os conglomerados financeiros atuam nos quatro segmentos. Em particular, a taxa de juros de
curtíssimo prazo, praticada no Mercado Monetário, e fator determinante do comportamento
dos outros três segmentos do Mercado Financeiro.

MERCADO MONETÁRIO: O Mercado Monetário encontra-se estruturado visando ao controle


da liquidez monetária da economia. Os papeis são negociados nesse mercado tendo como
parâmetro de referencia a taxa de juros, que se constitui como sua mais importante moeda de
transação. O Sistema Especial de Liquidação e Custodia (SELIC) foi desenvolvido pelo BACEN e
pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (ANDIMA) para operar com
títulos públicos de emissão do BACEN e do Tesouro Nacional. Na verdade, esse sistema e um
grande computador que tem a finalidade de controlar e liquidar financeiramente as operações
de compra e venda de títulos públicos e manter sua custodia física e escritural. A partir das
taxas praticadas nas negociações diárias realizadas, obtém-se a taxa SELIC (taxa média dos
financiamentos diários, com lastro em títulos federais), que representa importante referencial
para a formação das taxas de juros no mercado, uma vez que e aceita, no Brasil, como a taxa
de juros livre de risco, por envolver títulos públicos. A Central de Custodia e de Liquidação
Financeira de Títulos Privados (CETIP) e um sistema semelhante ao SELIC, só que abrigando
títulos privados.

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O principal título do CETIP e o certificado de deposito interbancário (CDI), que permite
transferência de recursos entre as instituições financeiras. A CETIP opera também com CDB,
debentures, notas promissórias, letras financeiras do tesouro (LFT), entre outros.
A cada reunião ordinária, o Comitê de Política Monetária (COPOM) tem por objetivo principal
estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a meta da taxa de juros a ser praticada
pelo BACEN. A meta da taxa de juros, que servira de referência para o Mercado Financeiro, e
definida no Brasil pela taxa SELIC. Essa meta vigora por todo o período entre reuniões
ordinárias do Comitê. Se for o caso, o COPOM também pode definir um viés, que é o poder
concedido ao presidente do Banco Central para modificar a meta para a taxa SELIC a qualquer
momento antes da próxima reunião.

MERCADO DE CRÉDITO: O Mercado de Credito visa suprir as necessidades de caixa de curto e


médios prazos das várias unidades econômicas, seja por meio de concessões de credito as
pessoas físicas ou por empréstimos e financiamentos as empresas.
As operações desse mercado são realizadas pelas instituições financeiras bancarias (bancos
comerciais e múltiplos). Muitas vezes, as operações de financiamento de bens de consumo
duráveis praticadas pelas sociedades financeiras são também incluídas no âmbito do mercado
de credito.
No Brasil, da mesma maneira que na Europa Continental e no Japão, as empresas utilizam o
credito bancário como principal fonte de financiamento, enquanto em países como os Estados
Unidos e a Inglaterra, as empresas obtém financiamento principalmente a partir da colocação
de títulos de dívida e de ações no mercado de capitais.
Os financiamentos concedidos no Mercado de Credito são tipicamente operações
intermediadas. Os bancos múltiplos são os maiores participantes do mercado de credito
brasileiro, respondendo por mais de 80% do total de empréstimos do sistema financeiro.
A seguir, algumas modalidades de credito disponíveis no mercado:
■■ Credito rotativo.
■■ Contas garantidas.
■■ Desconto bancário de títulos.
■■ Credito direto ao consumidor (CDC).
■■ Adiantamento de contrato de câmbio (ACC).
■■ Empréstimo para capital de giro.

MERCADO DE CAPITAIS: O objetivo do Mercado de Capitais e suprir as necessidades de


investimentos das unidades econômicas por meio de diversas modalidades de financiamentos
de médio e longo prazos, tanto para capital fixo quanto para capital de giro. Também e
possível encontrar, no Mercado de Capitais, financiamentos com prazo indeterminado, como
as operações que envolvem emissão e subscrição de ações.
O Mercado de Capitais e o grande municiador de recursos permanentes para a economia, em
virtude da ligação que efetua entre os que tem capacidade de poupança, os investidores, e
aqueles que dependem de recursos de longo prazo, ou seja, possuem déficit de investimento.
A seguir, você encontra listadas as principais modalidades de financiamento negociadas no
mercado de capitais:
■■ Financiamento de capital de giro.
■■ Arrendamento mercantil (leasing).
■■ Oferta pública de ações e debentures.
■■ Securitização de recebíveis.
■■ Caderneta de poupança.
■■ Fundo garantidor de credito (FGC).

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MERCADO DE CÂMBIO: No Mercado de Cambio, são realizadas as operações de compra e
venda de moedas estrangeiras. Esse mercado reúne todas as unidades econômicas que tem
motivos para realizar transações com o exterior, via operadores de comercio internacional,
instituições financeiras, investidores ou bancos centrais, ou, ainda, que tenham que realizar
exportações e importações, pagamentos de dividendos ou recebimento de capitais ou outros
valores. O BACEN atua nesse mercado visando, principalmente, o controle das reservas
cambiais da economia e a manutenção do valor da moeda nacional em relação a outras
moedas internacionais.
O mercado cambial no Brasil encontra-se segmentado em:
Mercado de câmbio de taxas livres (câmbio comercial): O câmbio comercial envolve as
operações de importações e exportações, pagamentos internacionais de juros e dividendos,
empréstimos externos, investimentos de capital etc.
Mercado de câmbio de taxas flutuantes (câmbio turismo): O câmbio de taxas flutuantes inclui
negociações de moeda estrangeira para operações de turismo e demais despesas
relacionadas.

INSTRUMENTOS FINANCEIROS
CARACTERÍSTICAS DOS INSTRUMENTOS FINANCEIROS:
Risco: O risco de um investimento está associado à sua rentabilidade. A expectativa
e que, quanto maior o risco esperado, maior a rentabilidade projetada da operação.
Entretanto, alguns instrumentos emitidos por instituições financeiras têm risco próximo de
zero se o valor da aplicação obedecer a certo limite: o investidor que mantiver, em um
determinado banco, o total de seus depósitos a vista, a prazo e de poupança, limitado a R$ 250
mil, tem garantidas para as suas aplicações, mesmo que o banco “quebre” (isto e, entre em
processo de liquidação extrajudicial).
Cabe aqui mencionar que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que é uma entidade privada e
sem fins lucrativos, administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e
investidores, que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituições
financeiras, em caso de intervenção, de liquidação ou de falência. O valor máximo por
conglomerado financeiro e de R$ 250.000,00 por depositante ou aplicador,
independentemente do valor total e da distribuição em diferentes formas de deposito e
aplicação. Nas contas conjuntas, o valor da garantia e limitado a R$ 250.000,00 ou ao saldo da
conta quando inferior a esse limite, dividido pelo número de titulares, sendo o credito do valor
garantido feito de forma individual. A partir de 2016, o CMN excluiu dessa cobertura as
aplicações em instituições financeiras feitas por fundos de pensão, fundos de investimento,
clubes de investimento, seguradoras e sociedades de capitalização.
Vale informar que, a partir de 2017, o FGC estabeleceu um teto de R$ 1.000.000,00, a cada
período de quatro anos, por CPF ou CNPJ em seu uso, sendo que, após quatro anos, o teto e
restabelecido. Ou seja, existe um valor máximo de restituição (R$ 1.000.000,00) para cada
período de quatro anos, por CPF ou CNPJ, permanecendo inalterado o limite de R$ 250 mil
por CPF ou CNPJ na instituição financeira. Vale destacar que o período de quatro anos se inicia
na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira na qual o investidor detenha
valor garantido pelo FGC.
Liquidez: A liquidez de uma aplicação financeira depende de seu prazo — quanto menor o
prazo, maior a liquidez esperada — e de haver um mercado secundário que negocie o titulo —
por exemplo, as ações emitidas por grandes empresas são geralmente negociadas em bolsa.
Depósitos em bancos não são negociáveis, mas são de curto prazo; portanto, são considerados
líquidos em razão do prazo.
Rentabilidade: A rentabilidade dos instrumentos financeiros e determinada pelo mercado,
com exceção dos depósitos de poupança. As ações são instrumentos de renda variável.
Os instrumentos de renda fixa podem ser classificados em:

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Prefixados: Quando os juros nominais para o investidor são pactuados entre as partes no
momento em que o instrumento e negociado.
Pós-fixados: Quando a remuneração e indexada, por exemplo, a variação de índices de preços,
a taxa SELIC, a taxa de câmbio etc.

INSTRUMENTOS DE CAPTAÇÃO EMITIDOS POR INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: O objetivo desta


parte do material e dar uma noção geral dos principais instrumentos de captação existentes no
Mercado Financeiro. Por esta razão, trataremos aqui apenas daqueles que julgamos
importantes por serem eles os mais falados em nosso dia a dia, tanto na mídia impressa ou
falada quanto no cotidiano de um profissional como um corretor de seguros.
Depósitos à Vista: São também denominados depósitos em conta corrente. Não são
remunerados, mas são os mais líquidos e, como já vimos, eles são livres de risco até um certo
limite.
Depósitos a Prazo: E a denominação oficial dos certificados de deposito bancário (CDBs),
sendo atualmente a mais importante fonte de captação de recursos dos bancos. Os CDBs têm
prazos mínimos que, geralmente, variam de 30 a 120 dias. São títulos nominativos, de renda
fixa (rentabilidade prefixada ou pós-fixada), emitidos por bancos na modalidade de depósitos a
prazo, sendo o prazo definido no momento da negociação.
Depósitos de Poupança: Mais conhecidos como caderneta de poupança. Desde 2012, a
caderneta de poupança possui uma nova forma de cálculo de remuneração. Por essa regra, o
dinheiro depositado na poupança será corrigido mensalmente pelo equivalente a 70% da taxa
básica de juros (taxa SELIC) mais a variação da Taxa Referencial (TR).
Esse investimento pode ser resgatado a qualquer momento, mas, caso o resgate ocorra fora da
“data de aniversario”, o investidor perde a remuneração equivalente aos dias decorridos após
a data de aniversário (mensal) anterior.
Letras Financeiras: Oferecidas no mercado brasileiro desde 2010, as letras financeiras são
títulos de dívida privados emitidos por instituições financeiras para a captação de recursos. São
instrumentos de renda fixa que garantem mais flexibilidade as instituições financeiras na
captação de recursos, na medida em que podem ser ajustadas as suas necessidades. As letras
financeiras estão livres do recolhimento do deposito compulsório; dessa forma, apresentam
rentabilidades superiores aos dos CDBs. Entretanto, as letras financeiras apresentam algumas
desvantagens em relação aos CDBs. Em primeiro lugar, porque o valor mínimo para aplicação
e de R$ 150 mil, o que restringe o rol de investidores pessoa física. Em segundo lugar, porque
só podem ser resgatadas após 24 meses; portanto, são instrumentos menos líquidos do que os
CDBs. Além disso, a letra financeira não possui a garantia do FGC.
Outros tipos de captação bancária
Veja alguns outros exemplos:
■■ LCI – Letra de Crédito Imobiliário: recursos aplicados são direcionados para financiamentos
habitacionais.
■■ LCA – Letra de Crédito do Agronegócio: título emitido por instituições garantido por
empréstimos concedidos ao setor de agronegócio. Esses títulos foram criados pelo Governo
com objetivo de ampliar os recursos disponíveis ao financiamento agropecuário.
■■ CDI – Certificados de Depósito Interfinanceiro: e um instrumento financeiro utilizado para
a captação de recursos entre instituições financeiras, que serve como lastro para as operações
do mercado interbancário.

INSTRUMENTOS FINANCEIROS EMITIDOS POR EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS


Ações: As ações são títulos de propriedade, isto e, representam a propriedade de uma fração
da empresa emissora. Sua valorização depende do comportamento do mercado acionário e,
portanto, são consideradas títulos de renda variável.
Existem duas espécies de ações: ordinárias e preferenciais.

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As ações ordinárias dão direito a voto, enquanto os portadores de ações preferenciais têm
predileção pela distribuição de dividendos e estão na frente dos detentores de ações
ordinárias, como credores, no caso de falência da empresa.
O investidor, além de poder se beneficiar de um ganho de capital representado por uma
eventual valorização da cotação da ação da empresa, pode receber:
Dividendos: Parcela do lucro líquido distribuído aos acionistas.
Bonificações: Quando a empresa aumenta seu capital, pode haver distribuição gratuita de
ações aos acionistas, em proporção ao número de ações já possuídas.
Direito de subscrição: Se não for exercido, pode ser vendido em bolsa.

Debêntures: São títulos de dívida emitidos por sociedades por meio de ações, de capital
aberto ou fechado. São nominativos, negociáveis e de médio e de longo prazo. Rendem juros
fixos ou variáveis e podem possuir clausulas de correção monetária.
E comum que as empresas ofereçam garantias reais para esses papeis, cujas características
podem ser renegociadas ao longo do contrato. Os contratos de emissão de uma debenture
podem prever sua conversão em ações ao termino do contrato.
Debentures são instrumentos de captação de recursos que oferecem uma significativa
flexibilidade as companhias emissoras. As companhias podem determinar as formas de
remuneração, os fluxos de amortização dos títulos e as garantias oferecidas como melhor lhes
convier. Essa flexibilidade permite que as parcelas de amortização e as condições de
remuneração se ajustem ao fluxo de caixa da companhia, a algum projeto que a emissão
porventura possa estar financiando e as condições de mercado no momento da emissão.
Empresas de capital aberto estão autorizadas a fazer oferta pública de debentures, que, então,
podem ser negociadas na bolsa. Seus maiores demandantes são os investidores institucionais,
que geralmente carregam esses títulos até seu vencimento. Isso ajuda a explicar o fato de não
haver ainda um mercado secundário tão amplo para esses papeis como os verificados em
outros países.
Notas Promissórias: Também conhecidas como commercial papers, são títulos cujo prazo de
vencimento varia de 30 a 180 dias. Seu rendimento e, na maioria dos casos, prefixado, e, ao
contrário do que ocorre com as debentures, as empresas emissoras não oferecem garantias
reais.

FUNDOS DE INVESTIMENTO
Definições: Fundo de investimento e um conjunto de recursos monetários formado por
depósitos de grande número de investidores que se destinam a aplicação coletiva em carteira
de títulos e valores mobiliários. Os fundos de investimento são representados por grupos de
investidores que reúnem, em fundo comum, os recursos monetários de muitos investidores,
vendendo-lhes cotas de participação e podendo obter condições mais favoráveis de
negociação.
Os fundos são regidos por um regulamento a partir do qual são estabelecidas todas as regras
de seu funcionamento e demais informações relevantes como: tipos de ativos que irão compor
a sua carteira, limites máximos e mínimos para cada um dos ativos, estratégias de
investimento, perfil de risco etc.
As principais decisões que envolvem o patrimônio dos fundos de investimento são tomadas
em assembleia geral de cotistas. Nelas, são deliberadas as políticas de investimento, prestação
de contas do administrador, alterações do regulamento do fundo, definição da taxa de
administração, entre outras.
A gestão do fundo de investimento e exercida por um administrador eleito por seu cotistas.
Sua responsabilidade e ampla, cobrindo desde a gestão da carteira de títulos e valores
mobiliários até a execução das atividades operacionais e legais relacionadas com o fundo e
seus cotistas.

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A taxa de administração e cobrada pela instituição financeira para remunerar os serviços
prestados de administração do fundo e de gestão da carteira.
O percentual dessa taxa e fixado pela própria administradora do fundo, sendo cobrada sobre o
valor total da aplicação de cada cotista, independentemente do resultado alcançado.
A taxa de performance e cobrada com base no desempenho apresentado pela carteira do
fundo de investimento em relação a um índice de mercado.
Todo participante de um fundo de investimento detém determinada quantidade de cotas que,
por sua vez, corresponde a uma fração ideal de seu patrimônio e é determinada pela relação
entre o capital aplicado e o valor do patrimônio do fundo.
O valor da carteira de um fundo de investimento varia diariamente devido as entradas e saídas
de cotistas e comportamento dos valores de seus ativos no mercado financeiro.
E importante destacar que os fundos de previdência se diferenciam dos demais fundos de
investimento por não ocorrer a cobrança do imposto de renda (IR) na fonte, que acontece
duas vezes ao ano, ao final de maio e de novembro. Nos fundos de Previdência Privada, a
tributação ocorre somente no resgate, e também e possível aplicar nas mais diferentes
categorias de produtos, desde fundos de renda fixa a fundos de ações e multimercados.
Classificação dos Fundos de Investimento: As classificações são definidas a partir do principal
fator de risco associado a carteira do fundo, que pode ser o índice de preço, a taxa de juros, o
índice de ações ou o preço do ativo, cuja variação pode produzir maiores efeitos sobre o valor
da sua aplicação no fundo. São elas:
■■ Curto prazo.
■■ Referenciados.
■■ Renda fixa.
■■ Ações.
■■ Cambiais.
■■ Divida externa.
■■ Multimercado.
Curto prazo: Aplicam seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou privados
prefixados ou indexados a CDI/SELIC ou a outros índices.
Esses títulos podem ser indexados a taxas de juros ou inflação, com prazo máximo a decorrer
de 375 dias e prazo médio da carteira do fundo inferior a 60 dias.
Referenciados: Investem, no mínimo, 95% de sua carteira em títulos ou operações que buscam
acompanhar a variação do indicador de desempenho escolhido (benchmarking). Podem ser
indexados a índices de juros (como o CDI), inflação (como IGPM, IPCA), moedas estrangeiras
e outros.
Renda fixa: Devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados a variação da
taxa de juros ou a um índice de inflação. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de
moeda estrangeira ou de renda variável.
Ações: Devem manter, no mínimo, 67% da carteira investidos em ações negociadas em bolsa
de valores ou em mercado de balcão organizado.
Cambiais: Devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados a variação de
preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.
Além de estarem sujeitos a variação cambial, os ativos podem ter outros tipos de risco, como
títulos de dívida com risco de credito. O montante não aplicado em ativos relacionados a
moedas estrangeiras deve ser aplicado somente em títulos e operações de renda fixa.
Dívida externa: Aplicam, no mínimo, 80% de seu patrimônio em títulos representativos
da dívida externa de responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação do restante em
outros títulos de créditos transacionados no mercado internacional.
Multimercados: Fundos multimercados podem ter características como performance,
risco e liquidez muito diferentes uns dos outros, dependendo da estratégia de cada fundo.
As políticas de investimento dos fundos multimercados envolvem várias modalidades de
investimento.

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TÍTULOS DO TESOURO DIRETO: Assim como fazem muitas empresas, o Governo financia seu
déficit por meio da venda de títulos, conhecidos genericamente como títulos públicos.
Esses títulos compõem a dívida pública mobiliaria ou, simplesmente, dívida pública.
Os principais títulos são os seguintes:
Letra Financeira do Tesouro (LFT): Tem rentabilidade diária vinculada a taxa SELIC. O resgate
do principal e dos juros ocorre em seu vencimento.
Letra do Tesouro Nacional (LTN): Titulo prefixado, adquirido com deságio, ou seja, sua
rentabilidade nominal e definida no momento em que é adquirido. Seu preço varia na direção
inversa a da variação da taxa SELIC. Portanto, torna-se um título atraente para o investidor que
acredita na queda da taxa básica de juros.
Nota do Tesouro Nacional – Série C (NTN-C): Sua rentabilidade e vinculada a variação do
Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), acrescida de juros definidos no momento da
compra. Paga juros semestralmente (cupom de juros semestral) e o resgate do valor nominal
atualizado ocorre em sua data de vencimento.
Nota do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B): Possui as mesmas características de uma NTN-C,
com a diferença de que o índice de inflação que corrige seu valor nominal e o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA).

DERIVATIVOS:
Definição: Derivativos são contratos cujos valores dependem de um fator de risco, como:
■■ O preço de uma mercadoria, de um instrumento financeiro ou de uma moeda.
■■ Índices de preços ou de Bolsa.
■■ Taxas referenciadas.
Os derivativos mais usados, conhecidos como derivativos de primeira geração, são os
contratos futuros, de opções e de swaps. Tais contratos podem ser utilizados como
mecanismos de hedge (proteção) ou para especulação.
Veja a seguir as definições de cada um deles.
Futuros: Os contratos futuros representam um acordo entre vendedor e comprador
que irão entregar e receber um ativo (mercadoria, moeda, ativo financeiro, índice, taxa
referenciada) por um preço previamente estabelecido para liquidação em uma data futura.
Como são padronizados, e possível a reversão da posição ao longo do contrato.
Quando compra um contrato futuro, o investidor acredita na elevação futura do preço do
ativo; se vende um contrato futuro, espera ganhar com a queda do preço do ativo.
Exemplo de utilização de um contrato futuro como operação de hedge: Um produtor de trigo terá o
produto para entrega no prazo de seis meses; enquanto um produtor de farinha de trigo precisará
comprar trigo também daqui a seis meses.
Suponhamos que os contratos futuros de trigo com vencimento em seis meses estejam sendo
negociados a um dado preço e que tanto o produtor de trigo quanto o de farinha de trigo consideram
que aquele preço atende às suas necessidades de negócio. O produtor de trigo, então, vende um
contrato, por temer que o preço de mercado do trigo, daqui a seis meses, seja inferior ao do contrato
futuro, enquanto o produtor de farinha de trigo comprará o contrato futuro por acreditar que há
possibilidade de que o preço do trigo, daqui a seis meses, seja superior ao do estabelecido no contrato.
Opções: E um instrumento financeiro que garante ao investidor o direito futuro de compra ou
venda de um ativo por um preço predeterminado. Existem duas modalidades de contrato de
opção:
Opção de compra (Call)? O titular tem o direito de compra de um ativo valido para ser
exercido por determinado período de tempo ou em uma data futura especifica, e por preço
previamente estabelecido. A opção e exercida quando o preço de mercado do ativo e superior
ao preço de exercício da opção, somado aos custos do exercício.
Opção de venda (Put): O titular tem o direito de venda de um ativo valido para ser exercido

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por determinado período de tempo ou em uma data futura especifica, e por preço
previamente estabelecido. A opção é exercida quando o preço de mercado do ativo e inferior
ao preço de exercício da opção, deduzidos os custos do exercício.
Os contratos de opções diferem dos contratos futuros pois garantem ao investidor o direito
futuro de comprar ou vender um ativo, mas não uma obrigação; e a seu vendedor uma
obrigação futura, caso solicitado pelo comprador da opção.
O contrato de Opções tem custo para o investidor — o comprador do contrato remunera o
vendedor com um prêmio, conhecido como preço da opção. O comprador da opção paga em
data presente o prêmio ou preço da opção para remunerar o vendedor por assumir a
responsabilidade de tomar uma posição no mercado em data futura, se assim o solicitar o
comprador da opção.
O contrato de opções pode ser negociado em bolsa de valores.
Swap: E um contrato que prevê a troca (swap) de fluxos de caixa derivados de dois
instrumentos financeiros diferentes. Por exemplo, quem tem uma dívida em dólar e receitas
em reais pode querer trocar esse “risco dólar” pelo “risco taxa de juros” com quem tem
receitas em dólar e dívida corrigida pela taxa de juros.
A operação de swap pode ser feita diretamente entre as partes ou por meio de uma instituição
financeira.

PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR: Previdência Privada e uma alternativa de


aposentadoria complementar a Previdência Social. A principal característica da Previdência
Privada e que sua adesão e opcional e tem como objetivo básico a manutenção do padrão de
vida de uma pessoa quando decide parar de trabalhar.
As sociedades de Previdência Privada oferecem diversos planos aos seus participantes. O
modelo mais conhecido de plano e aquele em que a pessoa contribui com parcelas mensais
durante um período de anos, para que, ao final desse período, possa contar com o benefício
desejado.
Os benefícios podem ser contratados para serem pagos por toda a vida do participante, por
um período limitado de tempo ou de uma só vez.
Veja a seguir as principais modalidades da Previdência Privada Complementar.
Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL): O PGBL e uma alternativa de aplicação financeira
direcionada preferencialmente para a aposentadoria das pessoas. Funciona como um fundo de
investimento comum, aplicando os recursos recebidos no Mercado Financeiro e creditando
todos os rendimentos auferidos para os investidores.
A carteira de investidores do PGBL pode ser formada por ações, títulos de renda fixa, cotas de
fundos de investimentos e imóveis.
Não há garantia mínima de rendimentos para os investidores.
Plano de Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL): O VGBL e outro tipo de fundo de
investimento estruturado para captar poupanças de longo prazo, destinado a complementar a
aposentadoria. O VGBL e similar ao PGBL, sendo diferente apenas o tratamento tributário. No
caso do VGBL, os depósitos efetuados não são admitidos como dedutíveis na declaração do
imposto de renda da pessoa física, incidindo apenas sobre os rendimentos acumulados
de acordo com uma tabela progressiva. No caso do PGBL, o imposto de renda incide sobre o
total resgatado.
Fundos de pensão: Os fundos de pensão têm como objetivo fundamental acumular fundos a
partir de um sistema de capitalização, que garantam o pagamento de aposentadoria e outros
benefícios para seus associados.
São organizados sob a forma de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos, e são
acessíveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas, ou aos
servidores da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, ou aos associados,
membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial.

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Sua expansão e mais marcante em países que não dispõem de um sistema público de
aposentadoria satisfatório ou, ainda, naqueles que estejam reformando (privatizando) seus
sistemas de bem-estar social. No Brasil, assim como em muitos outros países, os maiores
fundos de pensão estão vinculados as entidades públicas.

ADMINISTRAÇÃO de RISCO
RISCOS QUE CORREM AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
A seguir, vamos falar de cada um dos riscos que correm as instituições financeiras, que são:
risco de credito, risco de liquidez, risco de mercado, risco operacional, risco de insolvência e
risco legal.
Risco de Crédito: E a possibilidade de que a contraparte de um empréstimo (tomador) ou
operação financeira não queira ou não possa cumprir suas obrigações contratuais, gerando,
assim, perdas para a instituição financeira.
Esse risco pode surgir em operações de empréstimos, aquisição de títulos ou operações com
derivativos em mercados de balcão não organizados, operações de resseguro e retrocessão.
O risco pode ser diminuído por meio de uma cuidadosa diversificação das operações entre
diferentes setores ou áreas geográficas e também a partir da análise financeira das
contrapartes envolvidas.
Risco de Liquidez: As instituições financeiras sofrem com a dificuldade de encontrar o balanço
correto entre seus ativos e passivos. O risco de liquidez se relaciona com a possibilidade de
descasamento entre os fluxos financeiros de ativos e passivos de uma instituição financeira e
seus reflexos sobre a capacidade financeira da instituição de honrar suas obrigações.
O risco de liquidez e particularmente relevante para instituições bancarias, pois elas
geralmente apresentam ativos menos líquidos do que passivos.
Então, o risco de liquidez de um banco decorre da possibilidade de que seus depositantes
realizem saques em papel-moeda ou transfiram suas contas para outros bancos em volume
muito superior ao de suas reservas.
Um banco pode, inicialmente, recorrer ao mercado interbancário de reservas ou mesmo ao
redesconto do BACEN. Se nem assim conseguir atender a demanda de seus clientes, o banco
tem que se desfazer imediatamente de seus ativos, a começar pelos ativos com maior liquidez,
e podem ocorrer perdas.
Uma crise de liquidez atinge o banco quando a fuga de deposito se prolonga — isto e, quando
ocorre uma “corrida” ao banco. Crises de liquidez refletem a desconfiança, fundada ou
infundada, da solidez de um banco e tem sido uma das razoes da quebra de instituições
depositarias (bancos comerciais e de poupança).
Os bancos podem reduzir esse tipo de risco mantendo reservas elevadas ou mesmo mantendo
outros ativos de grande liquidez e de prazos de maturação reduzidos. A dificuldade dos bancos
de gerenciar a liquidez de seus ativos está relacionada ao fato de que os ativos mais líquidos
são os que oferecem taxas de retorno mais baixas. No caso especifico das reservas bancarias
depositadas no BACEN, a taxa de retorno e zero.
Risco de Mercado: O risco de mercado está associado a possibilidade de perdas decorrentes
de mudança nos preços dos ativos retidos pelas instituições financeiras. Os preços dos ativos
podem variar em virtude de modificações na taxa de juros, na taxa de câmbio, no preço de
ações e de commodities etc.
O risco de mercado e particularmente relevante em operações nos mercados de futuros e
opções. Nesses tipos de operação, pequenas alterações nas taxas praticadas pelo mercado ou
nos preços dos ativos podem levar a fortes perdas para os aplicadores, dado o elevado grau de
alavancagem, ou seja, os valores em jogo — possibilidade de ganho ou perda — podem
ser muitas vezes superiores ao capital aplicado.

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Risco Operacional: O risco operacional se refere a possibilidade de perda originada por falhas
na estrutura organizacional da instituição financeira, seja relativa a falhas humanas, gerenciais,
de controle ou dos sistemas operacionais, ou, ainda, pela perda dos valores éticos e
corporativos que unem os diferentes elementos dessa estrutura.
As autoridades supervisoras tem dedicado significativa atenção a esse tipo de risco. Como
exemplos de risco operacional, podem ser citadas: fraudes de funcionários da própria
instituição financeira ou de seus clientes; falhas no sistema de informática; falhas nas rotinas
de controles internos, entre outras.
Risco de Insolvência: O risco de insolvência se refere a possibilidade de uma instituição
financeira se tornar insolvente. Uma instituição financeira se torna insolvente quando seu
patrimônio liquido estiver abaixo do mínimo exigido pelas autoridades supervisoras. Tal
possibilidade pode ser resultado de diversas situações de risco, como perdas em negociação
com títulos, aplicações em derivativos, diminuição do valor contábil dos empréstimos
resultante da inadimplência, parcial ou total, dos tomadores de empréstimo; variações
na taxa de câmbio. A manutenção de patrimônio liquido suficiente para absorver choques
dessa natureza pode reduzir esse risco, mas a estratégia mais eficiente para evitar uma crise
de solvência e não assumir riscos excessivos nas operações ativas.
Risco Legal: O risco legal corresponde a possibilidade de que contratos não sejam executados
porque as leis ou regulações não dão suporte as regras estabelecidas entre uma instituição
financeira e seus clientes, outras instituições financeiras ou o Governo.
No Brasil, um exemplo de risco legal verificado no setor bancário e a dificuldade enfrentada
em reaver ativos oferecidos como garantia no caso de falência do tomador de um empréstimo.

PERFIL DE RISCO DOS INVESTIDORES INDIVIDUAIS: Os investidores podem ser classificados de


acordo com sua propensão ou tolerância ao risco.
Com base nisso, foram traçados cinco perfis diferentes: conservador, moderado, balanceado,
arrojado e agressivo.
Perfil conservador: E aquele que prioriza a segurança e a liquidez nos investimentos em lugar
de buscar alta rentabilidade. Esse tipo de cliente prefere investimentos com retornos
previsíveis, normalmente buscando investimentos de renda fixa. Em alguns casos, pode ser
incluída uma parcela muito pequena de renda variável, normalmente representada por ações
ou cambio.
Perfil moderado: É o tipo de investidor que gosta da segurança de investimentos de renda fixa,
mas quer, ou pode dar uma “apimentada” na carteira de investimentos. Geralmente, esse
investidor quer ter um retorno sem correr riscos expressivos. Por isso, participa, em parte,
também em fundos multimercado ou de ações.
Perfil balanceado: Esse e o investidor que tem condições e apetite para buscar ganhos mais
expressivos, mas ainda tem algumas limitações para correr grandes riscos. A diversificação e
um pouco maior e a exposição a renda fixa e menor.
Perfil arrojado: Esse perfil caracteriza quem não tem problema em correr riscos no curto e
médio prazo e tem conhecimento de que o retorno normalmente está ligado ao risco
assumido. Seus objetivos são de longo prazo, portanto, sua carteira pode estar sujeita a
volatilidade durante o período de acumulação.
Apesar do apetite ao risco, esse tipo de investidor tem total consciência e corre apenas riscos
calculados que estejam de acordo com seu planejamento de longo prazo.
Perfil agressivo: E aquele investidor que busca obter o máximo de retorno possível, não
levando em conta os riscos assumidos. Normalmente, esse investidor toma decisões por conta
própria, muitas vezes levado pela emoção, e não segue regras ou parâmetros para investir.
As categorias de riscos que correm as instituições financeiras são semelhantes as utilizadas
para o investidor individual. Assim, as formas de diminuir cada risco também são similares.
No entanto, como as instituições financeiras administram elevada soma de recursos, podem
diversificar mais amplamente suas carteiras de aplicações.

48
Por isso, podemos dizer que as instituições financeiras são especialistas em analise e
administração de riscos.
De modo geral, a maneira mais eficiente de reduzir riscos de aplicações financeiras e
diversificar a carteira, isto e, investir em diferentes tipos de títulos. Por exemplo, manter certa
parte do capital aplicado em ações, outra parte em títulos do Governo, outra em dólar. A
possibilidade de diversificação depende, e claro, do montante disponível, já que cada operação
de compra e venda implica custos.
Os benefícios da diversificação crescem à medida que as aplicações estejam inversamente
correlacionadas: investir em ações de cinco companhias de petróleo e menos eficaz do que
investir em ações de cinco companhias que operem em cinco setores diferentes da economia.

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RESUMO PREVIDENCIA COMPLEMENTAR

A CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL: A ideia de proteção está intimamente


associada ao instinto de sobrevivência, ao sentimento de insegurança e a incerteza. No
entanto, durante séculos, os indivíduos se viram desprovidos de qualquer ação por parte
dos governos que viesse a protege-los na velhice ou em caso de doença e incapacidade física.
A previdência estava, diretamente, ligada a livre iniciativa de caráter assistencial e não,
propriamente, presidencial.
Nesse dualismo – assistência ou previdência –, cresceu a Previdência Social Brasileira, que
passou, nos últimos anos, por várias mudanças conceituais e estruturais, compreendendo,
entre outros aspectos, o grau de cobertura, o elenco de benefícios oferecidos e a forma de
financiamento do sistema.
Com essa evolução, a Previdência Social Brasileira adquiriu personalidade própria, expandindo
consideravelmente sua área de atuação e constituindo-se, efetivamente, em um sistema de
seguridade social.
Entende-se por seguridade social “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes
públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, a previdência e a
assistência social”, como disposto no artigo 194 da Constituição Brasileira.
Previdência e um sistema que, mediante contribuições, tem por finalidade assegurar aos seus
beneficiários meios indispensáveis de manutenção, decorrentes de incapacidade física,
desemprego involuntário, idade avançada, tempo de contribuição ou morte.
A história da Previdência, no Brasil, foi marcada por fatos relevantes, conforme se observa no
quadro a seguir.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURIDADE SOCIAL: A seguridade social brasileira foi organizada,


observando-se os princípios básicos definidos no texto constitucional. São eles:
Universalidade da cobertura e do atendimento: Todos, sem distinção, tem direito a
seguridade social.
Seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços: O legislador deve
“selecionar” as contingencias sociais mais importantes e “distribui-las” a um maior número
possível de pessoas acometidas de necessidades.
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais:
Trabalhadores urbanos e rurais passam a ter os mesmos direitos.
Diversidade da base de financiamento: Visa garantir maior estabilidade da Seguridade Social,
na medida em que impede que se atribua o ônus do custeio a segmentos específicos da
sociedade. Desse modo, quanto maior for a base de financiamento (ou seja, sendo a obrigação
do custeio imposta a um maior número possível de segmentos da sociedade), maior será a
capacidade da seguridade social fazer frente aos seus objetivos, constitucionalmente,
traçados.
Irredutibilidade do valor dos benefícios: Tem por objetivo impedir a redução nominal das
prestações da seguridade social.
Equidade na forma de participação do custeio: O custeio da seguridade social deve ser feito
de forma proporcional a capacidade contributiva de todos que a ele estão obrigados.
Preexistência do custeio em relação aos benefícios ou serviços: Tem por objetivo impedir que
benefícios ou serviços da seguridade social sejam criados ou majorados sem que antes sejam
estabelecidas as correspondentes fontes de custeio/financiamento dessas prestações.
Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa: Visa a aproximação dos
cidadãos as organizações e aos processos de decisão dos quais dependem seus direitos.

FONTES DE CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL: A seguridade social e financiada por toda a


sociedade, de forma direta ou indireta, mediante recursos provenientes da União, dos estados,
do Distrito Federal, dos municípios e de contribuições sociais.

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Receitas que Compõem o Orçamento: O orçamento da seguridade social, no âmbito federal, e
composto das seguintes receitas:
Recursos da União: Recursos adicionais do orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente
na Lei Orçamentaria Anual.
Contribuições sociais:
a) das empresas, que incidem sobre a folha de salários dos segurados empregados e demais
pessoas físicas a seu serviço, e sobre o faturamento e o lucro;
b) das empresas exclusivamente rurais, incidentes sobre o valor da venda da produção;
c) das empresas agroindustriais, que incidem sobre a folha de salário dos segurados
empregados e demais pessoas físicas a seu serviço, e sobre o faturamento e o lucro;
d) dos empresários e empregadores domésticos;
e) dos trabalhadores em geral (empregados, empregados domésticos, autônomos,
equiparados a autônomos, avulsos, facultativos), incidentes sobre a remuneração;
f) dos produtores rurais, pessoas físicas e dos segurados especiais;
g) incidentes sobre os chamados concursos prognósticos (loterias em geral, corridas de
cavalo);
h) dos clubes de futebol profissional, que incidem sobre a renda dos espetáculos desportivos
de que participam no território nacional e de contratos de patrocínio, licenciamento de uso de
marcas e símbolos, de publicidade ou propaganda e transmissão dos espetáculos desportivos.
Outras fontes: Constituem outras receitas da seguridade social:
a) multas, atualização monetária e juros moratórios, como as multas pelo atraso no
recolhimento das contribuições, que variam de acordo com cada caso, aplicadas as empresas e
contribuintes individuais;
b) remuneração recebida pela prestação de serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança
prestados a terceiros. Essa fonte de receita vem do serviço prestado pelo INSS e de
arrecadação e fiscalização das contribuições devidas pelas empresas urbanas e rurais, para o
salário educação e para outros fundos e entidades (SESI, SESC, SEST, SENAC, SENAR, SENAI,
INCRA, entre outros);
c) demais receitas patrimoniais, industriais, financeiras e outras receitas.

O DIREITO À PREVIDÊNCIA: O direito a Previdência e garantido pela Constituição como parte


integrante do conjunto de ações que compõem a seguridade social.
Organização da Previdência: A Previdência Social e organizada sob a forma de dois regimes:
Regime Geral de Previdência Social – RGPS: Esse regime, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, garante um conjunto de benefícios tanto ao segurado quanto a seus dependentes.
Todo cidadão tem o direito de vinculação ao Regime Geral de Previdência Social – RGPS –,
mediante contribuição.
E exclusivo aos funcionários da iniciativa privada. Entre os contribuintes, encontram-se os
empregadores, os empregados assalariados, os domésticos, os autônomos, os contribuintes
individuais e os trabalhadores rurais.
Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS: Esses regimes, voltados para os funcionários
públicos e militares, garantem um conjunto de benefícios tanto ao segurado quanto a
seus dependentes.
E exclusivo aos servidores públicos titulares de cargo efetivo, mantido pelos entes públicos da
Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
A previdência social pode ser vista como um pacto de gerações, onde os participantes ativos
financiam, com as suas contribuições, os benefícios pagos para os inativos. Logo, não ha
reservas individualizadas na previdência social.
Por esse motivo, não há possibilidade de o segurado da previdência social transferir os
recursos que ele pagou para um plano de previdência complementar.

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Benefícios: Alguns dos principais benefícios do Regime Geral da Previdência Social:

Quanto ao valor dos benefícios, o texto constitucional estabelece que: ■■ nenhum benefício
que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor
mensal inferior ao salário mínimo;
■■ todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão
devidamente atualizados na forma da lei;
■■ e assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real conforme critérios definidos em lei.

FORMAS DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS


Para os Segurados
Aposentadoria por Tempo de Contribuição: Pode ser integral ou proporcional: Para ter direito
à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de
contribuição, e a trabalhadora mulher, 30 anos.
Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos:
tempo de contribuição e idade mínima.
■■ Os homens podem requerer aposentadoria proporcional com 53 anos de idade e 30 anos
de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de
1998, para completar 30 anos de contribuição.
■■ As mulheres tem direito a aposentadoria com 48 anos de idade e 25 anos de contribuição,
mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998, para
completar 25 anos de contribuição.
Atenção: Para ter direito à aposentadoria integral ou proporcional, é necessário também o
cumprimento do período de carência, que corresponde ao número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício. Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991
devem ter, pelo menos, 180 contribuições mensais.
A aposentadoria por tempo de contribuição e irreversível e irrenunciável: depois que receber o primeiro
pagamento, sacar o PIS ou o Fundo de Garantia (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir
do benefício.
O trabalhador não precisa sair do emprego para requerer a aposentadoria.
O aposentado que voltar ao trabalho terá de contribuir para a Previdência Social, de acordo com sua
categoria de segurado e faixa salarial, porem sua contribuição não acarretara a concessão de novo
benefício ou recalculo do benefício já adquirido.
A Regra 85/95 Progressiva para a Aposentadoria por Tempo de Contribuição: O segurado
que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela
não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total
resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data
de requerimento da aposentadoria, for:
■■ igual ou superior a noventa e cinco (95) pontos, se homem, observando o tempo mínimo
de contribuição de trinta e cinco anos;
■■ igual ou superior a oitenta e cinco pontos (85), se mulher, observando o tempo mínimo de
contribuição de trinta anos.
Até 30 de dezembro 2018, para se aposentar por tempo de contribuição, sem incidência do
fator, o segurado terá de somar 85 pontos, se mulher, e 95 pontos, se homem. A partir de 31
de dezembro de 2018, para afastar o uso do fator previdenciário, a soma da idade e do tempo
de contribuição terá de ser 86, se mulher, e 96, se homem. A lei limita esse escalonamento

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até 2026, quando a soma para as mulheres deverá ser de 90 pontos e para os homens, 100 –
conforme abaixo:
■■ Em 31 de dezembro de 2018 – 86 para mulheres e 96 para homens (acréscimo de 1 ponto
na formula 95/85);
■■ Em 31 de dezembro de 2020 – 87 para mulheres e 97 para homens (acréscimo de 2 pontos
na formula 95/85);
■■ Em 31 de dezembro de 2022 – 88 para mulheres e 98 para homens (acréscimo de 3 pontos
na formula 95/85);
■■ Em 31 de dezembro de 2024 – 89 para mulheres e 99 para homens (acréscimo de 4 pontos
na formula 95/85);
■■ Em 31 de dezembro de 2026 – 90 para mulheres e 100 para homens (acréscimo de 5
pontos na formula 95/85).

Aposentadoria Especial: Benefício concedido ao segurado que tenha trabalhado em condições


prejudiciais a saúde ou a integridade física. Para ter direito à aposentadoria especial, o
trabalhador deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes
nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido
para a concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos).
Aposentadoria por Idade: Tem direito ao benefício os trabalhadores urbanos do sexo
masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade. Os
trabalhadores rurais podem pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: a partir
dos 60 anos, homens e a partir dos 55 anos, mulheres. Tanto para os trabalhadores urbanos
quanto para os rurais há a necessidade de se cumprir a carência mínima de 180 meses de
contribuição (15 anos).
Aposentadoria por Invalidez: Benefício concedido aos trabalhadores que, por doença ou
acidente, forem considerados pela perícia medica da Previdência Social incapacitados para
exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.
Não tem direito a aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar a Previdência Social, já tiver
doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no
agravamento da enfermidade.
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem de passar por pericia medica de dois em dois
anos, senão o benefício e suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado
recupera a capacidade e volta ao trabalho.
Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem que contribuir para a Previdência Social por,
no mínimo, 12 meses, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo de carência não e
exigido, mas é preciso estar inscrito na Previdência Social.
Aposentadoria Especial a Pessoas com Deficiência (Idade ou Tempo de Contribuição):
Garante ao segurado do INSS com deficiência o direito à aposentadoria por idade, aos 60 anos
se homem e 55 anos se mulher, e a aposentadoria por tempo de contribuição com tempo
variável, de acordo com o grau de deficiência (leve, moderada ou grave). Poderá se beneficiar
da lei o segurado da Previdência Social com deficiência intelectual, mental, física, auditiva

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ou visual, avaliada pelo INSS. A aposentadoria especial a pessoas com deficiência só se aplica
aos benefícios requeridos e com direito a partir do dia 4 de dezembro de 2013.
Beneficios com datas anteriores a vigência da lei não se enquadram nesse direito e nem
podem pleitear revisão.
Para os Dependentes do Segurado Pensão por Morte: Benefício pago a família do trabalhador
quando ele morre. Para concessão de pensão por morte, não há tempo mínimo de
contribuição, mas e necessário que o óbito tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha
qualidade de segurado.
A duração do benefício pode variar conforme a quantidade de contribuições do falecido, além
de outros fatores.
Para o cônjuge, o(a) companheiro(a), o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de
fato que recebia pensão alimentícia:
■■ Duração de 4 (quatro) meses a contar da data do óbito:
≫» se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha realizado 18 contribuições mensais à
Previdencia;
≫» se o casamento ou união estável se iniciou em menos de 2 (dois) anos antes do
falecimento do segurado.
■■ Duração variável conforme a tabela abaixo:
≫» se o óbito ocorrer depois que o segurado tenha realizado 18 contribuições mensais pelo
segurado e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável;
≫» se o óbito decorrer de acidente de qualquer natureza, independentemente da quantidade
de contribuições e tempo de casamento/união estável.

Para o cônjuge invalido ou com deficiência, o benefício será devido enquanto durar a
deficiência ou invalidez, respeitando-se os prazos mínimos descritos na tabela anterior.
Para os filhos, equiparados ou irmãos do falecido (desde que comprovem o direito), o
benefício e devido até os 21 (vinte e um) anos de idade, salvo em caso de invalidez ou
deficiência.
O valor mensal da pensão por morte corresponde a cem por cento (100%) do valor da
aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado
por invalidez na data de seu falecimento.
Auxílio-reclusão: O auxilio-reclusão e um benefício devido aos dependentes do segurado
recolhido a prisão, durante o período em que estiver preso sob regime fechado ou semiaberto.
não cabe concessão de auxilio-reclusão aos dependentes do segurado que estiver em
livramento condicional ou cumprindo pena em regime aberto.
Para que os dependentes tenham direito, é necessário que o último salário recebido pelo
cidadão esteja dentro do limite previsto pela legislação vigente. Caso não esteja, não há direito
ao benefício.
Para a concessão do benefício, e necessário o cumprimento dos seguintes requisitos:
■■ o segurado que tiver sido preso não poderá estar recebendo salário da empresa na qual
trabalhava, nem estar em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência
em serviço;

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■■ a reclusão deverá ter ocorrido no prazo de manutenção da qualidade de segurado.
Requisitos para o recebimento do auxílio-reclusão
Em relação aos dependentes:
■■ para cônjuge ou companheira – comprovar casamento ou união estável na data em que o
segurado foi preso;
■■ para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão (desde que comprove a dependência), de
ambos os sexos – possuir menos de 21 anos de idade, salvo se for invalido ou com deficiência.

Como Calcular o Valor dos Benefícios?


Para os benefícios de aposentadoria por idade e por tempo de contribuição, o salário de
benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 será a média aritmética
simples de 80% dos maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente desde julho
de 1994.
Já para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, a média aritmética simples de 80%
dos maiores salários de contribuição considera todo o período contributivo, com correção
monetária.
Em ambas as situações, será aplicado o fator previdenciário; no caso da aposentadoria por
idade, só será utilizado o Fator Previdenciário se for mais vantajoso para o segurado.
Para os benefícios de aposentadoria por invalidez e especial, auxílio-doença e auxílio-
acidente, calcula-se a média aritmética simples dos maiores salários de contribuição,
corrigidos, correspondentes a 80% de todo o período contributivo.
Na aplicação da Regra 85/95 Progressiva para a Aposentadoria por Tempo de Contribuição,
também não há a incidência do Fator Previdenciário.
Como se Calcula o Valor do Benefício da Aposentadoria por Idade?
Atenção: O valor do salário de benefício está sujeito a limite mínimo e máximo, que são,
respectivamente, o valor do salário mínimo e o limite máximo do salário de contribuição. Vale
ressaltar que os Beneficios de salário-família e auxílio-acidente poderão ter valores inferiores ao salário
mínimo.
A aposentadoria por idade corresponde a 70% do salário de benefício, mais 1% para cada
grupo de 12 contribuições mensais, até no máximo de 100% do salário de benefício. O
benefício não será inferior a um salário mínimo.
O salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 correspondera
a média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos
monetariamente, desde julho de 1994.
Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média
aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo,
corrigidos monetariamente.
A aplicação do Fator Previdenciário é facultativa. E como dissemos anteriormente, só será
utilizado se for mais vantajoso para o segurado.
Exemplo: O cidadão homem possui 33 anos de contribuição e 68 anos de idade – “Salário de
Benefício” = R$ 2.000,00.
1ª opção - Aposentadoria por Idade SEM aplicação do Fator Previdenciário
Multiplicação pela alíquota de 0,70 + 0,30 (33 anos completos de trabalho) =
R$ 2.000,00 × 1,00
Renda Mensal Inicial = R$ 2.000,00
2ª opção - Aposentadoria por Idade COM aplicação do Fator Previdenciário
Fator previdenciário = 1,140 (será aplicado por ser vantajoso) =
R$ 2.000,00 × 1,140 = R$ 2.280,00
Renda Mensal Inicial = R$ 2.280,00
Neste exemplo, houve a aplicação do Fator Previdenciário, uma vez que era vantajoso para o
cidadão, bem como houve a limitação da parcela por tempo de trabalho (30%, em vez de 33%),
pois a soma das parcelas não pode ser superior a 100%.

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Como se Calcula o Valor do Benefício da Aposentadoria por Invalidez?
A aposentadoria por invalidez corresponde a 100% do salário de benefício, caso o trabalhador
não esteja em auxílio-doença. O salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de
novembro de 1999 correspondera a média dos 80% maiores salários de contribuição,
corrigidos monetariamente, desde julho de 1994. Para os inscritos a partir de 29 de novembro
de 1999, o salário de benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo
o período contributivo.
O aposentado por invalidez que necessitar de assistência permanente de outra pessoa poderá
ter direito a um acréscimo de 25% no valor de seu benefício, inclusive sobre o 13o salário,
conforme determina o art. 45 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991. Neste caso, é necessário
efetuar o requerimento na agencia do INSS onde e mantido o benefício. Além disso, o
segurado passara por uma nova avaliação medico-pericial do INSS. Caso o benefício seja
cessado por óbito, o valor não será incorporado a pensão deixada aos dependentes. Somente
o aposentado por invalidez possui este direito.
Fator Previdenciário: E aplicado para o cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição
e por idade, sendo opcional no segundo caso. Criado com o objetivo de equiparar a
contribuição do segurado ao valor do benefício, baseia-se em quatro elementos: alíquota de
contribuição, idade do trabalhador, tempo de contribuição a Previdencia Social e expectativa
de sobrevida do segurado (conforme tabela do IBGE).
A formula do fator previdenciário e:

f = fator previdenciário
Tc = tempo de contribuição do trabalhador
a = alíquota de contribuição (0,31)
Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria
Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria
O Fator Previdenciário e utilizado somente no cálculo do valor da aposentadoria por tempo de
contribuição. Na aposentadoria por invalidez e na aposentadoria especial, não ha utilização do
fator. Na aposentadoria por idade, a formula e utilizada opcionalmente, apenas quando
aumentar o valor do benefício.
Pelas regras da aposentadoria por tempo de contribuição, se o fator for menor do que 1,
haverá redução do valor do benefício. Se o fator for maior que 1, haverá acréscimo no valor e
se o fator for igual a 1, não haverá alteração.
Compete ao IBGE publicar, anualmente, até o dia 1o de dezembro, no Diário Oficial da União, a
tabua completa de mortalidade para o total da população brasileira referente ao ano
pesquisado.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
UMA ALTERNATIVA DE POUPANÇA: A previdência complementar, também conhecida como
previdência privada, e um sistema que permite ao cidadão guardar uma parcela de recursos
ao longo do tempo, para garantir uma renda futura melhor para si mesmo e sua família, ou
seja, representa uma alternativa de poupança, de caráter exclusivamente privado, destinada a
manutenção do poder aquisitivo, caso haja perda da capacidade laborativa ou, simplesmente,
uma forma alternativa de investimento.
Em linhas gerais, aquele que contrata um plano de Previdencia Complementar deseja garantir,
principalmente na aposentadoria, uma renda próxima aquela que recebia quando ativo, ou
seja, quando inserido no mercado de trabalho.
E importante ter em mente que para qualquer país, a poupança e fundamental, pois e a
origem do investimento. Para se fazer qualquer investimento, a condição indispensável e que
se tenha previa ou simultaneamente uma poupança. E nesse contexto de formadora e

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mantenedora de poupança de médio e longo prazos que se insere a Previdencia
Complementar.
A pessoa física que contrata um plano de Previdencia Complementar e denominada
participante, enquanto que a pessoa física em gozo do recebimento do benefício e
denominada assistido.
Uma maneira de se precaver contra o risco de não haver recursos na aposentadoria e
economizar parte do salário, acumulando esses recursos em fundos individuais, para usufruir
dos recursos acumulados na aposentadoria.
Este e o princípio de funcionamento dos planos de complementação de aposentadoria. Por
isso, a existência da previdência complementar se justifica, também, pelo fato de ser uma
alternativa para a complementação dos benefícios pagos pela Previdencia Social.
Quando financiada pelas empresas, a Previdencia Complementar se justifica pela necessidade
cada vez mais evidente que as companhias tem de atrair, reter e desenvolver talentos, capazes
de trabalhar em equipe e com comprometimento, descentralizando decisões para gestores e
colaboradores.
Contratar e reter bons funcionarios passa a ser uma tarefa primordial para qualquer
companhia, visando, sobretudo, evitar uma grande rotatividade, que pode abalar o seu
sucesso, especialmente se a perda de qualquer de seus colaboradores ocorrer para uma
empresa concorrente.
Nesse caso, além da perda de um funcionário que custou tempo e dinheiro para ser treinado, a
companhia fornece a concorrência informações e talentos importantes.
Um outro fator que merece destaque refere-se a oxigenação dos colaboradores e é um dos
motivos mais fortes que levam as empresas a criar planos de Previdencia Complementar,
tornando possível manter ou mesmo aumentar a competitividade delas no mercado, por
intermédio da substituição dos funcionários mais velhos e com maior dificuldade em
acompanhar padrões de produtividade e criatividade. Com a complementação da
aposentadoria, esses funcionários mais antigos acabam aceitando com tranquilidade a decisão
de se aposentar, uma vez que seu padrão de renda não declinara, mantendo-se próximo do
atual.
E certo também que a política de remuneração da empresa exerce papel fundamental na
atracão, retenção e motivação de talentos. Entretanto, apesar dos diversos componentes da
remuneração total que um indivíduo pode ter (salário-base e adicionais, remuneração variável
de curto prazo, benefícios e incentivos de longo prazo), o plano de Previdencia Complementar
e um dos benefícios mais significativos em termos de custo e de valor, em face das vantagens
fiscais sobre outras alternativas de remuneração.
Entretanto, e importante esclarecer que há limites para a dedução do que as empresas e as
pessoas físicas pagam para planos de previdência complementar, ou seja, o que é pago não e
100% abatido no imposto de renda.

ESTRUTURA DO SISTEMA
A Previdencia Complementar no Brasil e operada por entidades de Previdencia Complementar,
que tem por objetivo principal instituir e executar planos de benefícios de caráter
previdenciário. Essas entidades são classificadas em Entidades Abertas de Previdência
Complementar (EAPC) e Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC). As
entidades fechadas de previdência complementar são também conhecidas por Fundos de
Pensão.
Entidades Abertas de Previdência Complementar – EAPC: São aquelas constituídas
unicamente sob a forma de sociedades anonimas1, que tem por objetivo principal instituir
planos que podem ter coberturas de morte, invalidez ou sobrevivência.

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A Lei Complementar 109/2001 permitiu que as sociedades seguradoras que operem
exclusivamente no Ramo de Seguro de Pessoas sejam autorizadas a comercializar planos de
Previdencia Complementar.
As EAPCs encontram-se subordinadas ao Ministério da Fazenda e tem como órgãos normativo
e fiscalizador, respectivamente, o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP – e a
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.
Os planos das entidades abertas podem ser contratados sob a forma individual ou coletiva. Os
planos individuais são aqueles acessíveis a quaisquer pessoas físicas, enquanto os planos
coletivos são aqueles destinados a pessoas físicas vinculadas, direta ou indiretamente,
a uma pessoa jurídica contratante, que pode participar do custeio do plano, conforme
disposições constantes no contrato celebrado entre a pessoa jurídica contratante e a entidade
aberta.
Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC: São aquelas organizadas sob a
forma de fundações de direito privado ou de sociedade civil, conhecidas também como fundo
de pensão, sem fins lucrativos, acessíveis exclusivamente:
■■ aos empregados de uma empresa, ou grupo de empresas, e aos servidores da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios, entes denominados patrocinadores;
■■ aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou
setorial, denominados instituidores.
As EFPCs têm a finalidade de administrar e operar planos de benefícios previdenciários criados
por empresas (patrocinadores) para seus empregados (participantes) ou por pessoas jurídicas
de caráter profissional, classista ou setorial (instituidores) para seus associados (participantes).
As entidades fechadas encontram-se subordinadas ao Ministério da Fazenda4 e tem como
órgão normativo o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC – e órgão
fiscalizador a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC.

FUNDO MULTIPATROCINADO: Observe como está organizada a Previdencia Complementar no


Brasil pelo organograma que segue:

*A Lei Complementar 109/2001 vetou a constituição de entidades abertas de Previdência


Complementar sem fins lucrativos. Dessa forma, somente aquelas que existiam antes da
promulgação da lei é que continuam operando planos de benefícios.

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PLANOS de ENTIDADES ABERTAS de PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR:
ESTRUTURA BÁSICA: Os planos de Entidades Abertas de Previdencia Complementar – EAPC –
são estruturados com a finalidade de conceder benefícios a pessoas físicas, vinculadas ou não
a uma pessoa jurídica, que preencham as condições estabelecidas para participação no plano.
Os planos comercializados pelas entidades abertas de Previdencia Complementar podem
oferecer, isoladamente ou em conjunto, coberturas de morte ou invalidez total e permanente
ou cobertura por sobrevivência.
Os planos com cobertura por sobrevivência têm por objetivo conceder ao próprio participante
que sobreviver ao prazo de diferimento contratado o recebimento de um benefício a vista ou
sob a forma de renda.
Em contrapartida, os planos com cobertura de morte têm por objetivo conceder um benefício,
a vista ou sob a forma de renda, aos beneficiários indicados, em decorrência da morte do
participante ocorrida durante o período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o
período de carência estabelecido pelo plano, se houver.
Já os planos com cobertura de invalidez total e permanente tem por objetivo conceder um
benefício, a vista ou sob a forma de renda, ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente, ocorrida durante o período de cobertura, desde que tenha sido
cumprido o período de carência estabelecido pelo plano, se houver.
Independentemente do tipo de cobertura oferecida, os planos podem ser contratados de
forma individual ou coletiva:
Individual: Quando acessível a quaisquer pessoas físicas.
Coletiva: Quando acessível a pessoas físicas vinculadas, direta ou indiretamente, a uma pessoa
jurídica contratante. A vinculação indireta refere-se exclusivamente ao caso de contratação
por uma associação representativa de pessoas jurídicas, envolvendo pessoas físicas vinculadas
a suas filiadas.
O plano coletivo deverá ser disponibilizado, obrigatoriamente, a todos os componentes do
grupo que mantenham vinculo jurídico de mesma natureza com a instituidora/averbadora. No
entanto, a adesão e facultativa, podendo ser admitidos como participantes: o cônjuge, o(a)
companheiro(a) e os filhos e os enteados menores considerados dependentes econômicos
do componente do grupo.
No caso de contratação coletiva, temos dois tipos de planos:
Plano coletivo averbado: Plano em que a pessoa jurídica propõe a contratação, ficando
investida de poderes de representação exclusivamente para contrata-lo, sem participar do
custeio do plano. Neste caso, a pessoa jurídica e denominada averbadora.
Plano coletivo instituído: Plano em que a pessoa jurídica propõe a contratação, ficando
investida de poderes de representação exclusivamente para contrata-lo, participando, total ou
parcialmente, do custeio do plano. Nesse caso, a pessoa jurídica e denominada instituidora.
Atenção: Além das características e dos benefícios, dos planos de entidades abertas de Previdencia
Complementar que veremos a seguir, um plano coletivo instituído pode prever ainda, entre suas clausulas,
a possibilidade de vesting.
Vesting: É o conjunto de cláusulas que o participante é obrigado a cumprir para ter acesso aos recursos das
provisões decorrentes das contribuições pagas pela instituidora, líquidos de carregamento, quando for o caso.
Tais clausulas constam, obrigatoriamente, do contrato entre a EAPC e a instituidora e são,
portanto, de expresso e prévio conhecimento do participante.
Envolvem condições como mínimos de idade, anos de serviço ou de vinculação ao plano e
podem não dar direito a totalidade das contribuições da instituidora. As cláusulas variam de
plano para plano.

59
MODALIDADES DE ESTRUTURAÇÃO DAS COBERTURAS: As coberturas dos planos de
Previdencia Complementar Aberta podem ser estruturadas na forma de benefício definido ou
de contribuição variável.
Benefício Definido: A cobertura estruturada na forma de benefício definido e aquela em
que o valor do beneficio – pagável de uma única vez ou sob a forma de renda – e o valor da
contribuição são estabelecidos previamente na proposta de inscrição.
Importante: As coberturas de morte e de invalidez total e permanente são sempre estruturadas na
modalidade de benefício definido. A cobertura por sobrevivência também pode ser estruturada nessa
modalidade.
Exemplos:
1. Quando o participante contrata um plano de pecúlio por morte, ele está contratando uma cobertura
(morte) que está estruturada na modalidade de benefício definido, pois os valores do benefício e da
contribuição já estão definidos previamente na proposta de inscrição.
2. Quando o participante contrata um plano, definindo no momento da contratação o valor do benefício
que ele recebera a vista, ao final do período de diferimento, se e somente se ele estiver vivo, ele estará
contratando uma cobertura (sobrevivência) estruturada na modalidade de benefício definido.
Contribuição Variável: A cobertura estruturada na modalidade de contribuição variável e
aquela em que o valor e o prazo de pagamentos das contribuições podem ser definidos
previamente na proposta de inscrição, sendo que o valor do benefício, pagável de uma única
vez ou sob a forma de renda, será calculado ao final do período de diferimento, com base no
saldo acumulado na provisão matemática de benefícios a conceder e no fator de cálculo.
Importante: Somente a cobertura por sobrevivência pode ser estruturada na modalidade de
contribuição variável.
Exemplo: O PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre – e um plano em que o participante paga
contribuições que podem ou não ter os seus valores estabelecidos previamente. Ao final do período de
diferimento, a EAPC calcula o valor do seu benefício, pago sob a forma de renda, com base no valor
acumulado na provisão matemática de benefícios a conceder e no fator de cálculo. É fácil imaginar que
quanto mais o participante tiver acumulado, maior será o valor de renda que ele recebera.
Fator de cálculo – resultado numérico calculado mediante a utilização de taxa de juros e tabua
biométrica, quando for o caso, utilizado para a obtenção do benefício a ser pago sob a forma de renda.

60
PERÍODOS DE DIFERIMENTO E COBERTURA: Para a cobertura por sobrevivência, consideram-
se:
Período de diferimento: Aquele compreendido entre a data de início de vigência da cobertura
por sobrevivência e a data contratualmente prevista para início do pagamento do benefício.
Período de pagamento do benefício: Aquele em que o assistido fara jus ao recebimento do
benefício sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.
Período de cobertura: Prazo correspondente aos períodos de diferimento ou de pagamento
de benefício, sob a forma de renda.
Para as coberturas de morte e invalidez, consideram-se:
Período de cobertura: Aquele durante o qual o participante, no caso de invalidez, ou os
beneficiários, por morte do participante, farão jus aos benefícios contratados.
Período de pagamento do benefício: Aquele em que o assistido fara jus ao recebimento do
benefício sob a forma de renda, podendo ser vitalício ou temporário.

ADMISSÃO: A contratação de qualquer plano de Previdencia Complementar Aberta se


dará mediante assinatura da proposta de inscrição, sua protocolização e aceitação pela EAPC,
e consequente remessa do certificado de participante.
A EAPC pode determinar limites de idade, mínimos e máximos, para ingresso em seus planos.
Se o proponente for menor, eles terão de ser representados ou assistidos pelos pais, tutores
ou curadores, devendo ser observado o que dispuser a legislação vigente.
Para sua aceitação como participante, a pessoa física deve assinar a proposta de inscrição e
protocola-la junto a EAPC. Para aceitação da proposta de inscrição, a EAPC poderá exigir
comprovação de renda ou provas de saúde, como declaração complementar de saúde ou de
atividade laborativa, relatório médico, exames específicos e pericia medica.
A partir da data do protocolo da proposta de inscrição, a aceitação se dará automaticamente,
caso não haja manifestação em contrário da EAPC, no prazo máximo de 15 dias. Contudo, esse
prazo pode ser suspenso nos casos em que seja necessária, comprovadamente, a requisição de
outros documentos ou dados para análise do risco, devendo ficar claro que a suspensão
cessara com a protocolização dos documentos ou dos dados solicitados para análise do risco.
Proposta de Inscrição: Da proposta de inscrição devem constar varias informações, tais como:
■■ denominação e CNPJ da EAPC;
■■ número do processo SUSEP;
■■ índice e critério a serem utilizados na atualização de valores;
■■ percentual de carregamento;
■■ valores de benefício e contribuição discriminados por cobertura contratada;
■■ data prevista para a concessão do benefício.
Aceita a proposta de inscrição pela EAPC, o participante recebera um certificado.
O prazo máximo para entrega desse certificado e de 30 dias, a contar da data de protocolo da
proposta de inscrição.

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Certificado: Do certificado do participante devem constar varias informações tais como:
■■ denominação e CNPJ da EAPC;
■■ número do processo SUSEP;
■■ identificação do participante;
■■ data do início de vigência do plano.
O Regulamento atualizado do plano será colocado a disposição do proponente, previamente a
contratação, sendo obrigatoriamente remetido ao participante no ato da inscrição, como parte
integrante da proposta de inscrição.

CONTRIBUIÇÕES: Contribuição e o valor correspondente aos aportes efetuados para custeio


do plano.
Nos planos em que sejam oferecidas diversas coberturas, deverão ser discriminados, na
proposta de inscrição, no certificado de participante, no extrato e nos documentos de
cobrança, os valores destinados ao custeio de cada uma das coberturas contratadas.
O valor e a periodicidade de pagamento das contribuições poderão ser definidos na proposta
de inscrição, sendo facultado ao participante, no caso de cobertura por sobrevivência
estruturada na modalidade de contribuição variável, efetuar pagamentos adicionais a qualquer
tempo. Entretanto, fica facultado a EAPC estabelecer critérios objetivos no regulamento
do plano, limitando o valor máximo de aportes extraordinários. Também ficam vedadas
clausulas que prevejam qualquer tipo de discricionariedade e cujos efeitos não sejam claros e
transparentes para os participantes.
O pagamento das contribuições poderá ser efetuado em dinheiro, cheque, ordem de
pagamento, documento de ordem de credito, debito em conta corrente, desconto em folha de
pagamento ou por meio de cartão de credito, devendo ser facultado ao participante o
pagamento por mais de uma das formas previstas.
Nos planos coletivos instituídos, o documento de cobrança devera discriminar os valores a
serem pagos pela instituidora e pelos participantes, quando for o caso.
Sob sua exclusiva responsabilidade perante os participantes, a EAPC poderá delegar a
instituidora/averbadora o recolhimento das contribuições, ficando esta responsável pelo
repasse das contribuições, nos prazos contratualmente estabelecidos.
A ausência de repasse a EAPC de contribuições de responsabilidade de participantes,
recolhidas pela instituidora/averbadora, não poderá prejudica-los em relação a seus direitos.
Quando a cobertura contratada for estruturada na modalidade de benefício definido e
custeada integralmente pela instituidora, o não pagamento de contribuição ensejara o
cancelamento da cobertura, respondendo a EAPC pelo pagamento dos benefícios cujo evento
gerador venha a ocorrer até a data da formalização do cancelamento.

CARREGAMENTO: Poderá ser cobrado carregamento para fazer face as despesas


administrativas e de comercialização, ficando vedada a cobrança de inscrição e
quaisquer outros encargos ou comissões incidentes sobre o valor das contribuições,
inclusive a título de intermediação.
O valor ou percentual de carregamento, o critério e a forma de cobrança deverão constar da
proposta de inscrição, da nota técnica atuarial, do regulamento e, no caso de plano coletivo,
também do respectivo contrato.
O valor, ou percentual estabelecido, não poderá sofrer aumento, ficando sua redução a
critério da EAPC. Entretanto, a redução do percentual de carregamento deve ser feita para
todos os participantes.
Parte do carregamento poderá ser destinada a remuneração dos trabalhos realizados pela
instituidora/averbadora, relacionados a divulgação, propaganda, serviços de adesão, cobrança,
repasse e prestação de informações.
O carregamento poderá ser cobrado na data de pagamento da respectiva contribuição,
exclusivamente sobre o valor pago, ou no momento do resgate ou da portabilidade. Neste

62
último caso, o carregamento incidira sobre a parcela do valor do resgate ou sobre a parcela
dos recursos portados, correspondente ao valor nominal das contribuições pagas.

VALORES GARANTIDOS: Representam direitos dos participantes ou dos beneficiários,


previstos em determinadas modalidades de planos de Previdencia Complementar Aberta.
Nos planos de Previdencia Complementar Aberta com cobertura por sobrevivência, e
obrigatória a previsão de dois valores garantidos: resgate e portabilidade.
O resgate corresponde ao direito que os participantes e quando tecnicamente possível, os
beneficiários tem, durante o período de diferimento e observadas determinadas regras, de
retirar os recursos da provisão matemática de benefícios a conceder.
Já a portabilidade e o direito garantido aos participantes, durante o período de diferimento e
observadas determinadas regras, de movimentar os recursos da provisão matemática de
benefícios a conceder para outros planos.
Em contrapartida, nos planos de Previdencia Complementar Aberta com cobertura de morte
ou invalidez total e permanente, e desde que essas coberturas sejam estruturadas no regime
financeiro de capitalização, é possível a previsão dos seguintes valores garantidos: resgate,
saldamento, benefício prolongado e portabilidade.
O resgate permite ao participante, antes da ocorrência da morte ou da invalidez total e
permanente, retirar os recursos da provisão matemática de benefícios a conceder.
A portabilidade permite ao participante, antes da ocorrência da morte ou da invalidez total e
permanente, movimentar os recursos da provisão matemática de benefícios a conceder para
outro plano de Previdencia Complementar Aberta.
Como as coberturas de morte e invalidez total e permanente são sempre coberturas
estruturadas na modalidade de benefício definido, deve ficar claro que só são permitidos
resgates ou portabilidades totais.
O saldamento consiste na manutenção da cobertura originalmente contratada, com redução
proporcional do valor do benefício contratado, na eventualidade da interrupção definitiva do
pagamento das contribuições.
Já o benefício prolongado consiste na redução do período de cobertura contratado, com a
manutenção do mesmo valor de benefício contratado, na eventualidade de ocorrer a
interrupção definitiva do pagamento das contribuições.
Exemplo de Saldamento e Benefício Prolongado: Suponha que uma pessoa com 20 anos de idade
decida contratar um plano de Previdencia com cobertura de morte estruturada no regime financeiro de
capitalização. Uma característica desse plano e que a cobertura será garantida pela entidade de
Previdencia de forma vitalícia. O valor do benefício contratado e de R$ 100.000,00 e as contribuições
serão pagas anualmente, com valor igual a R$ 453,23. Transcorridos cinco anos de vigência desse
contrato, o participante comunica a entidade de Previdencia que não tem mais condições de continuar
pagando a contribuição do plano, mas que gostaria de continuar a ter algum tipo de cobertura do plano
de Previdencia. Dessa forma, a entidade de Previdencia faz duas propostas ao seu participante.
A primeira delas refere-se ao saldamento, que consistira em não cobrar mais contribuições desse
participante e continuar a dar cobertura contra o risco de morte vitaliciamente.
Entretanto, em face do valor de reserva apurado pela entidade de Previdencia, o valor do benefício será
reduzido de R$ 100.000,00 para aproximadamente R$ 18.540,00.
Note que, apesar de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de Previdencia, o valor do seu
benefício será reduzido, pois a cobertura continuará sendo vitalícia.
A segunda proposta refere-se ao benefício prolongado, que consistira em não cobrar mais contribuições
desse segurado e continuar a garantir R$ 100.000,00 de benefício em caso de morte. Todavia, em face
do valor da reserva apurado pela entidade de Previdencia, para continuar a garantir o mesmo valor de
benefício, o período de cobertura do plano de Previdencia deverá ser alterado. Como antes a cobertura
era vitalícia, agora ela passara a ser temporária por, aproximadamente, mais 15 anos. Note que, apesar
de deixar de pagar as contribuições anuais do contrato de Previdencia e do valor do benefício continuar
a ser o mesmo, o plano deixara de dar cobertura vitalícia, passando a ser uma cobertura temporária por
mais 15 anos aproximadamente.

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Observação: os cálculos acima foram feitos com base na tabua biométrica CSO-80 e na taxa de juros de
6% a.a. Deixamos de apresentar mais detalhes sobre os cálculos, pois eles envolvem aspectos atuariais
de maior complexidade.

GARANTIAS TÉCNICAS: Para garantia de suas operações, as entidades abertas de Previdencia


Complementar constituirão, mensalmente, provisões matemáticas quando tecnicamente
necessárias e de acordo com o regime financeiro adotado.
Apresentaremos, abaixo, alguns exemplos:
I – Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG);
II – Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL);
III – Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR);
IV – Provisão Matemática de Beneficios a Conceder (PMBAC);
V – Provisão Matemática de Beneficios Concedidos (PMBC);
VI – Provisão Complementar de Cobertura (PCC);
VII – Provisão de Despesas Relacionadas (PDR);
VIII – Provisão de Excedentes Técnicos (PET);
IX – Provisão de Excedentes Financeiros (PEF);
X – Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (PVR).

APURAÇÃO DE RESULTADOS: Alguns planos de Previdencia Complementar podem prever a


reversão de resultados financeiros – excedentes ou déficits. Alguns exemplos desses
planos são: PRGP e PAGP.
Considera-se resultado financeiro o valor correspondente, ao final do último dia útil do mês, a
diferença entre o valor da parcela do patrimônio líquido do FIE1, correspondente a PMB2, em
que estejam aplicados diretamente os respectivos recursos e o saldo da PMB.
Se o valor do resultado financeiro for positivo, há excedente. Neste caso, o valor
correspondente ao percentual de reversão deverá ser incorporado a provisão técnica de
excedentes financeiros pertinente, deduzindo-se eventuais déficits cobertos pela entidade
de Previdencia.
Se o valor do resultado financeiro for negativo, há déficit. Nesse caso, a entidade de
Previdencia devera cobri-lo totalmente, mediante aporte de recursos a parcela do patrimônio
liquido do FIE em que estejam aplicados diretamente os respectivos recursos correspondentes
a PMB.

PLANOS com COBERTURA por SOBREVIVÊNCIA


COMERCIALIZAÇÃO: Quanto a comercialização do plano, poderão ser divulgadas tabelas com
valores de contribuições e benefícios, vedada, porém, a utilização de valores de inflação
projetada para datas futuras.
A propaganda e a promoção do plano por parte da averbadora (pessoa jurídica contratante de
um plano de previdência que não participa do custeio do plano), instituidora ou corretora
somente podem ser feitas com autorização expressa da entidade aberta de Previdencia
Complementar, respeitadas as condições do regulamento, do contrato e das normas vigentes,
ficando a EAPC responsável pela fidedignidade das informações contidas nas divulgações
realizadas.
As cláusulas relativas as obrigações e aos direitos dos participantes devem ser redigidas em
destaque e em linguagem de fácil compreensão, permitindo seu imediato e amplo
entendimento.
Tipos de Planos de Cobertura por Sobrevivência: A seguir serão apresentados os tipos de
planos com cobertura por sobrevivência, que podem ser comercializados pelas empresas de
previdência complementar aberta.

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Entretanto, apesar de existirem vários planos que podem ser oferecidos aos clientes,
atualmente, a comercialização restringe-se basicamente ao Plano Gerador de Benefício Livre
(PGBL).
Como veremos mais a frente, o PGBL e um plano que não oferece qualquer garantia durante a
fase de acumulação de recurso (também chamada de período de diferimento). Por esse
motivo, as empresas preferem comercializar esses produtos ao invés de produtos que tenham
algum tipo de garantia, evitando ficar expostas aos riscos inerentes a promessa de taxa
de juros ou de índice de atualização de valores.
Desse modo, focaremos nossa atenção no PGBL, descrevendo um pouco mais sobre esse
produto. Os demais produtos serão apresentados de forma resumida na tabela “planos de
previdência complementar aberta durante a fase de acumulação”.
Consultando aquela tabela, o aluno identificara, por exemplo, que o PRGP – Plano com
Remuneração Garantida e Performance e um plano, o qual durante o período de diferimento
tem as seguintes características:
■■ Pode ser estruturado em benefício definido ou em contribuição variável.
■■ Garante taxa de juros de até 6% a.a.
■■ Garante índice de preços.
■■ Oferece reversão de resultados financeiros.
Incentivamos aos alunos que façam exercício similar para os demais planos.
Outro ponto que merece destaque e o fato desses produtos serem idênticos a grande maioria
dos produtos de seguros de pessoas com cobertura por sobrevivência, conforme o aluno
poderá comprovar ao ler a apostila de seguros de pessoas.
Desse modo, um produto do tipo PGBL (plano de previdência) funciona da mesma forma que
um produto do tipo VGBL (plano de seguro de pessoas).
O que diferencia os produtos de previdência com cobertura por sobrevivência de seus “irmãos
gêmeos” no segmento de seguros de pessoas e o tratamento tributário dado aos valores pagos
pelo cliente.
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): Durante o período de diferimento, quando a
remuneração da provisão matemática de benefícios a conceder for baseada na
Rentabilidade da(s) carteira(s) de investimentos de FIE(s), no(s) qual(is) esteja(m) aplicada(s) a
totalidade dos respectivos recursos, sem garantia de remuneração mínima e de atualização de
valores, e sempre estruturados na modalidade de contribuição variável.
O PGBL e um produto do tipo unit link (ou unidade de conta), vinculando a acumulação de
recursos de uma conta individualizada a performance de um fundo de investimento financeiro
especialmente constituído sem qualquer tipo de garantia de rentabilidade durante a fase de
acumulação, ou seja, não há qualquer risco biométrico ou financeiro para a EAPC durante o
período de diferimento.
Tendo em vista que o PGBL e um plano de contribuição variável, o participante pode fazer
aportes variáveis de acordo com sua conveniência, desde que a EAPC não tenha estabelecido
em seu regulamento, critérios objetivos limitando o valor máximo de aportes extraordinários.
Com a regulamentação do PGBL, uniformizou-se e propiciou-se a transparência ao cálculo e a
divulgação da rentabilidade de cada plano, idêntica a do respectivo FIE em que foi aplicado o
montante das contribuições, permitindo o acompanhamento diário da rentabilidade dos
diversos fundos e viabilizando a comparação entre a rentabilidade dos diversos planos,
conforme disposto a seguir:
■■ PGBL soberano: nesse tipo de plano, a carteira de investimentos do FIE e composta
unicamente por títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Banco Central do Brasil e
créditos securitizados do Tesouro Nacional.
■■ PGBL renda fixa: nesse tipo de plano, a carteira de investimentos do FIE e composta por
títulos de emissão do Tesouro Nacional ou do Banco Central do Brasil, por créditos
securitizados do Tesouro Nacional e por investimentos de renda fixa, nas modalidades
e dentro dos critérios, diversificação e diversidade admitidos pela regulamentação vigente.

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■■ PGBL composto: nesse tipo de plano, a carteira de investimentos do FIE admite
investimentos em renda variável de, no máximo, 49% do seu patrimônio liquido, sendo
admissível o estabelecimento de percentual mínimo de aplicação em renda variável.
PLANOS DE PREVIDENCIA COMPLEMENTAR ABERTA DURANTE A FASE DE ACUMULACAO

MODALIDADES DE RENDA: Finda a fase de acumulação de recursos, o participante pode optar


por receber, a vista, o saldo acumulado em sua provisão matemática de benefícios a conceder
ou transforma-la em um tipo de renda, cujo valor e calculado em função da idade, da
modalidade de renda escolhida e dos parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros
e tabua biométrica). As principais modalidades de renda são:
Renda Mensal Vitalícia: Consiste em uma renda mensal a ser paga vitalícia e exclusivamente
ao participante a partir da data escolhida para concessão do benefício. O pagamento da renda
cessa com a morte do participante.
Renda Mensal Temporária: Consiste em uma renda mensal a ser paga temporária e
exclusivamente ao participante, cessando com o seu falecimento ou com o fim da
temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro.
Renda Mensal Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido: Consiste em uma renda paga
vitaliciamente ao participante a partir da data escolhida para concessão do benefício. No
entanto, se durante o período de percepção da renda ocorrer o falecimento do participante,
antes de ter completado o prazo mínimo de garantia escolhido, a renda será paga aos
beneficiários pelo período restante do prazo mínimo de garantia.
Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado: Consiste em uma renda mensal
paga vitaliciamente ao participante a partir da data escolhida para concessão do benefício.
Ocorrendo o falecimento do participante, durante a percepção dessa renda, um percentual do
seu valor estabelecido na proposta será revertido vitaliciamente ao beneficiário indicado. Na
hipótese de falecimento do beneficiário, antes do participante e durante o período de

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percepção da renda, a reversibilidade da renda estará extinta, sem direito a compensações ou
devoluções dos valores pagos.
Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com Continuidade aos Menores: Consiste em
uma renda mensal paga vitaliciamente ao participante a partir da data escolhida para
concessão do benefício. Ocorrendo o falecimento do participante durante a percepção dessa
renda, um percentual do seu valor estabelecido na proposta será revertido vitaliciamente ao
cônjuge e na falta deste, será reversível temporariamente aos menores até que o mais novo
complete uma idade para maioridade estabelecida no regulamento do plano.
Renda Mensal por Prazo Certo: Consiste em uma renda mensal a ser paga por um prazo
preestabelecido ao participante/assistido. O participante indicara na proposta de inscrição, o
prazo máximo contado a partir da data de concessão do benefício, em que será efetuado o
pagamento da renda. Se durante o período de pagamento do benefício, ocorrer o falecimento
do participante/assistido antes da conclusão do prazo indicado, o benefício será pago ao
beneficiário (ou beneficiários), na proporção de rateio estabelecida, pelo período restante do
prazo determinado.
O pagamento da renda cessará com o término do prazo estabelecido.

FATORES QUE INFLUENCIAM O VALOR DA RENDA A SER RECEBIDA EM FUNÇÃO DA


SOBREVIVÊNCIA
Parâmetros Técnicos: Estudamos, com o fim da fase de acumulação de recursos, que o
participante pode optar por receber, a vista, o saldo acumulado em sua provisão matemática
de benefícios a conceder ou transforma-la em um tipo de renda, cujo valor e calculado em
função da idade, da modalidade de renda escolhida e dos parâmetros técnicos do plano
contratado (taxa de juros e tabua biométrica).
Com relação a taxa de juros, a regulamentação estabelece que no período (ou períodos) em
que houver garantia mínima de remuneração, a taxa de juros contratualmente prevista devera
respeitar o limite fixado pela SUSEP, observado o máximo de 6% a.a. ou seu equivalente
efetivo mensal. Já para as tabuas biométricas, a regulamentação estabelece que a tabua
biométrica utilizada para cálculo do fator de renda será aquela definida no plano submetido a
aprovação da SUSEP, devendo ser observado o limite mínimo da taxa de mortalidade da tabua
AT-2000 Male. Observe que a regulamentação impõe limites, tanto para a taxa de juros quanto
para a tabua biométrica, que podem ser utilizados na estruturação de um plano de Previdencia
Complementar Aberta com cobertura por sobrevivência. Esse cuidado decorre do risco que a
EAPC tem no caso de uma melhora na expectativa de vida ou de uma redução dos juros reais.
Consideremos que fosse contratado hoje, um plano de Previdencia Complementar Aberta com
cobertura por sobrevivência, adotando como premissas a tabua biométrica AT-49 Male e a
taxa de juros de 4% a.a. Conforme pode ser visto na tabela a seguir, o valor necessário de
provisão matemática de benefícios, a conceder para pagar R$ 1.000,00 de renda mensal
vitalícia a uma pessoa de 60 anos, e de R$ 147.366,02. Se no momento de concessão da renda,
a taxa de juros reais da economia brasileira for, por exemplo, 2% a.a. e a expectativa de vida
de uma pessoa de 60 anos de idade tiver como parâmetro, por exemplo, a tabua biométrica
AT-83 Male, haverá um descasamento da ordem de R$ 63.000,00.

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A tabela anterior nos permite concluir que:
1. para uma determinada tabua biométrica, quanto maior a taxa de juros, menor o montante
necessário que se deve acumular para pagar o mesmo valor de benefício;
2. para uma determinada taxa de juros, quanto maior a expectativa de vida, maior o montante
necessário que se deve acumular para pagar o mesmo valor de benefício.
Exemplo: a tabua biométrica AT-49 Male tem uma expectativa de vida, aos 60 anos, igual a 18,
48 anos, enquanto a AT-83 Male tem uma expectativa de vida igual a 22, 62 anos, e a AT-2000
Male tem uma expectativa de vida igual a 24, 59 anos; na BR-EMSsb-v.2010-m, essa
expectativa de vida sobe para 25, 48 anos.
E importante esclarecer ao aluno que os valores apresentados anteriormente envolvem
cálculos atuariais complexos. Dessa forma, não e objetivo deste material ensinar como aqueles
valores foram calculados, mas tão somente utilizar os resultados para mostrar aos alunos
como a taxa de juros e a tabua biométrica influenciam os valores a serem recebidos em
um plano de previdência.
Taxas de Administração: As taxas que podem incidir nos planos de Previdencia Privada são:
Taxa de carregamento: Incide sobre as contribuições pagas pelo participante, para fazer
face as despesas administrativas, as de corretagem e as de colocação do Plano.
O carregamento poderá ser cobrado:
I – no pagamento das contribuições;
II – no resgate ou na portabilidade de recursos, calculado proporcionalmente
ao saldo do valor nominal das contribuições pagas, contido no montante resgatado ou
portado.
Taxa de administração: Incide sobre o patrimônio do fundo e cobre despesas com a
administração dos recursos.
Modalidade de Renda e Idade de Aposentadoria: A tabua biométrica e a taxa de juros
contribuem de forma significativa no cálculo do valor de renda. Entretanto, se agora fixarmos a
tabua biométrica e a taxa de juros, veremos que a modalidade de renda escolhida afetara
também o valor a ser recebido.
Suponha, por exemplo, uma família constituída da seguinte forma: homem com 60 anos,
mulher com 58 anos, com um filho de 10 anos. Suponha que esse homem tenha um plano de
Previdencia (as bases técnicas do plano são AT-2000 e 3% a.a.), com saldo acumulado de R$
1.000.000,00, que será transformado em renda. A seguir, apresentaremos os valores de renda,
calculados com essas informações:
■■ renda mensal vitalícia: R$ 5.141,30;
■■ renda mensal vitalícia reversível 100% ao cônjuge: R$ 4.255,38;
■■ renda mensal vitalícia reversível 100% ao cônjuge com continuidade de 100% aos menores:
R$ 4.240,64;
■■ renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido de 15 anos: R$ 4.871,03;

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■■ renda mensal temporária de 15 anos: R$ 7.439,24.
Essas diferenças são explicadas em função das diferenças existentes entre os compromissos
assumidos pelas entidades de Previdencia.
Exemplo: Observe que o valor da renda mensal vitalícia e maior do que o valor da renda
mensal vitalícia reversível ao cônjuge. Isso porque enquanto no primeiro caso, a obrigação da
EAPC termina com a morte do participante, no segundo caso, essa obrigação pode continuar a
existir, bastando para isso, que no momento da morte do participante, o seu cônjuge esteja
vivo. Raciocínio análogo pode ser feito para as outras modalidades de renda.
Caso as idades no nosso exemplo fossem diferentes (suponha que o homem não tenha 60
anos, mas sim 58 anos), todos os valores seriam alterados. O valor, por exemplo, da renda
mensal vitalícia seria menor do que os R$ 5.141,30 calculados anteriormente, pois agora, a
EAPC espera ter um compromisso maior (a chance de se pagarem rendas vitalícias para uma
pessoa de 58 anos e maior do que para uma pessoa de 60 anos).
Novamente, chamamos a atenção dos alunos que os valores anteriormente apresentados são
decorrentes de cálculos atuariais complexos, que fogem ao objetivo do curso.
Montante Acumulado: Quanto maior o montante acumulado no momento da aposentadoria,
maior será o valor do benefício. Portanto, e fundamental que os participantes fiquem atentos
aos custos envolvidos na contratação do plano, bem como na rentabilidade auferida pelo
plano durante a fase de acumulação dos recursos – período de diferimento.
No caso do carregamento, e evidente que quanto menor for esse custo, maior será a parcela
da contribuição destinada a formação da provisão matemática de benefícios a conceder
(reserva que financiara a renda).
Similar ao carregamento, a rentabilidade auferida ao longo dos anos terá forte influência sobre
o montante acumulado. Um aporte único de R$ 1.000,00 transforma-se, ao final de 20 anos,
em R$ 10.892,55 ou em R$ 13.812,66, dependendo se a rentabilidade do plano será igual a 1%
ou a 1,1% ao mês, respectivamente.

VALORES GARANTIDOS NO PERÍODO DE DIFERIMENTO: Nos Planos de Previdencia


Complementar Aberta com cobertura por sobrevivência, é obrigatória a previsão de dois
valores garantidos: resgate e portabilidade.
Resgate: O participante poderá solicitar, independentemente do número de contribuições
pagas, resgate parcial ou total de recursos do saldo da provisão matemática de benefícios a
conceder, após o cumprimento de período de carência, que deverá estar compreendido entre
60 dias e 24 meses, a contar da data de protocolo da proposta de inscrição na EAPC.
Uma vez solicitado o primeiro resgate, outro pedido somente pode ser feito após o
cumprimento de intervalo estabelecido no plano, que deverá estar compreendido entre 60
dias e 6 meses.
Entretanto, devemos ficar atentos ao fato de que os resgates ficarão suspensos enquanto não
quitadas todas as contraprestações relativas à assistência financeira contratada pelo
participante.
Atenção: Nos planos estruturados na modalidade de benefício definido é vedado o resgate parcial.
Nos planos com estrutura puramente financeira, na ocorrência de invalidez ou morte do participante, os
saldos da provisão matemática de benefícios a conceder e da provisão técnica de excedentes financeiros,
mediante solicitação devidamente instruída e registrada na EAPC, serão postos a disposição do
participante ou beneficiário (ou beneficiários), sem qualquer prazo de carência, sendo o pagamento
efetuado somente após o pleno reconhecimento do evento gerador pela EAPC.
A provisão técnica de excedentes financeiros somente existe nos períodos (acumulação ou de pagamento
do benefício sob a forma de renda) em que seja garantida a reversão de resultados financeiros.
O pagamento do resgate será efetivado da seguinte forma:
■■ o resgate total será efetivado considerando o valor dos saldos da provisão matemática de
benefícios a conceder e da provisão técnica de excedentes financeiros, calculados, na forma da
regulamentação em vigor, no segundo dia útil subsequente as respectivas datas determinadas
pelo participante;

69
■■ o resgate parcial será efetivado considerando o valor ou percentual estipulado pelo
participante e com base, exclusivamente, no saldo da provisão matemática de benefícios a
conceder, calculado, na forma da regulamentação em vigor, no segundo dia útil subsequente
as respectivas datas por ele determinadas.
O pagamento deve ser efetuado em cheque cruzado, intransferível, credito em conta corrente,
documento de ordem de credito – DOC – ou transferência eletrônica disponível – TED –, até o
quinto dia útil subsequente as respectivas datas determinadas pelo participante.
Ressalvado o carregamento postecipado, não será permitida a cobrança de quaisquer
despesas por ocasião do resgate.
Portabilidade: Independentemente do número de contribuições pagas, o participante
poderá solicitar a portabilidade, total ou parcial, para outro plano de Previdencia
Complementar, de recursos do saldo da provisão matemática de benefícios a conceder, após o
cumprimento do período de carência a contar da data de protocolo da proposta de inscrição
na EAPC.
Não poderão ser solicitadas portabilidades com intervalo inferior a 60 dias.
Quando se tratar de portabilidades entre planos de Previdencia com cobertura por
sobrevivência da mesma EAPC, podem ser estabelecidos períodos inferiores aos mencionados
anteriormente.
A portabilidade será efetivada da seguinte forma:
■■ a portabilidade total será efetivada com base no valor dos saldos da provisão matemática
de benefícios a conceder e da provisão técnica de excedentes financeiros, calculados, na forma
da regulamentação em vigor, no segundo dia útil subsequente as respectivas datas
determinadas pelo participante;
■■ a portabilidade parcial será efetivada considerando o valor ou percentual estipulado pelo
participante e com base no saldo da provisão matemática de benefícios a conceder, calculado,
na forma da regulamentação em vigor, no segundo dia útil subsequente as respectivas datas
por ele determinadas, devendo ser adicionado o valor da parcela proporcional do saldo da
provisão técnica de excedentes financeiros.
A portabilidade se dará mediante solicitação do participante, devidamente registrada na EAPC,
informando:
■■ plano de Previdencia Complementar, quando da mesma EAPC;
■■ plano de Previdencia Complementar e respectiva EAPC, quando para outra entidade;
■■ respectivo valor ou percentual do saldo da provisão matemática de benefícios a conceder;
■■ respectivas datas.
A EAPC cedente dos recursos devera efetivar a portabilidade até o quinto dia útil subsequente
as respectivas datas determinadas pelo participante.
Os recursos financeiros serão portados diretamente entre as entidades de Previdencia, ficando
vedado seu trânsito, sob qualquer forma, pelo participante, e deverão ser recepcionados e
contabilizados na provisão matemática de benefícios a conceder até o segundo dia útil
subsequente a sua efetiva disponibilidade.
O participante deverá receber documento fornecido pela EAPC:
■■ cedente dos recursos, no prazo máximo de sete dias uteis, a contar da data de sua
portabilidade, atestando a data da efetivação, o valor e a EAPC cessionária;
■■ cessionária dos recursos, no prazo máximo de sete dias uteis, a contar da data de sua
recepção, atestando a data de recebimento, o valor e o plano.

PLANOS com COBERTURA de RISCO


PLANOS COM COBERTURA DE RISCO – MORTE E INVALIDEZ TOTAL E PERMANENTE
Os planos com cobertura de morte têm por objetivo conceder um benefício, a vista ou sob a
forma de renda, aos beneficiários indicados, em decorrência da morte do participante ocorrida
durante o período de cobertura, desde que tenha sido cumprido o período de carência
estabelecido pelo plano, se houver.

70
Já os planos com cobertura de invalidez total e permanente tem por objetivo conceder um
benefício, a vista ou sob a forma de renda, ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura, desde que tenha sido
cumprido o período de carência estabelecido pelo plano, se houver.
A invalidez total e permanente é aquela para a qual não se pode esperar a recuperação ou
reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação .
E comum, nos planos com cobertura de morte ou de invalidez total e permanente,
o estabelecimento de período de carência, que nada mais e do que o período contado a partir
da data de início de vigência, durante o qual, na ocorrência do evento gerador (morte ou
invalidez total e permanente), o participante ou os beneficiários não terão direito a percepção
dos benefícios contratados.
O período de carência, quando existir, será fixado na nota técnica atuarial e no regulamento,
não podendo exceder dois anos. O período de carência pode, contudo, ser substituído por
declaração pessoal de saúde ou exame médico.
Quando a morte ou invalidez total e permanente for causada por acidente, não será
considerado período de carência.
O período de cobertura, deduzido o período de carência, seja ele total ou parcial, não poderá
ser inferior a cinco anos.
A seguir, apresentaremos os principais planos existentes no mercado e suas principais
características.

PLANOS QUE PAGAM BENEFÍCIO POR INVALIDEZ


Plano de Renda por Invalidez: Este plano tem por objetivo a concessão de renda mensal
vitalícia ao próprio participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida
durante o período de cobertura e apos cumprido o período de carência estabelecido em cada
plano.
Ocorrendo o falecimento do participante, antes ou após a concessão da renda por invalidez, o
benefício ficara automaticamente cancelado, sem que seja devida qualquer devolução ou
indenização de qualquer natureza.
Plano de Renda por Invalidez com Prazo Mínimo Garantido: Este plano tem por objetivo a
concessão de renda mensal vitalícia, com prazo mínimo garantido, ao próprio participante, em
decorrência de sua invalidez total e permanente, ocorrida durante o período de cobertura e
após cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.
Ocorrendo falecimento do participante após o início do recebimento do benefício e antes do
termino do prazo mínimo garantido, a renda será revertida ao(s) beneficiário(s) indicado(s), na
proporção estabelecida pelo participante, até que se esgote o referido prazo.
Havendo mais de um beneficiário e ocorrendo o falecimento de qualquer um, a renda será
rateada proporcionalmente a participação dos remanescentes pelo número de meses faltantes
para completar o prazo mínimo garantido.
Se não houver beneficiários remanescentes, a renda será paga aos sucessores legítimos, na
forma da lei, até o termino do prazo mínimo garantido, podendo a EAPC quitar os benefícios
futuros em uma única parcela.
Ocorrendo falecimento do participante antes da concessão da renda por invalidez com prazo
mínimo garantido ou após o termino do prazo mínimo garantido, o benefício será
automaticamente cancelado, sem que seja devida qualquer devolução ou indenização de
qualquer natureza.
Plano de Pecúlio por Invalidez: O objetivo deste plano e a concessão de um pecúlio ao próprio
participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período
de cobertura e apos cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.
Em todos esses planos, para habilitar-se ao recebimento do benefício, o participante deverá
apresentar a seguinte documentação:
■■ documento de identidade e CPF;

71
■■ boletim de ocorrência policial e laudo de exame de corpo de delito, em caso de acidente;
■■ declaração medica comprovando a invalidez.
Entretanto, deve ficar claro que o regulamento do plano pode prever situações em que o
benefício por invalidez total e permanente não será devido.
A seguir, apresentaremos algumas situações comumente estabelecidas nos regulamentos.
Não é devido o benefício de invalidez total e permanente quando:
■■ a invalidez total e permanente do participante decorrer de doença, lesão ou sequelas
preexistentes a contratação do plano, não declaradas na proposta de inscrição e
comprovadamente de conhecimento do participante ou decorrente de evento gerador
ocorrido durante o período de suspensão da cobertura por inadimplência, quando for o caso;
■■ a invalidez total e permanente do participante for em consequência:
≫» do uso de material nuclear para quaisquer fins, incluindo a explosão nuclear provocada ou
não, bem como a contaminação radioativa ou exposição a radiações nucleares ou ionizantes;
≫» de atos ou operações de guerra, declarada ou não, de guerra química ou bacteriológica, de
guerra civil, de guerrilha, de revolução, agitação, motim, revolta, sedição, sublevação ou
outras perturbações de ordem pública e delas decorrentes;
≫» direta ou indireta de quaisquer alterações mentais consequentes do uso do álcool, de
drogas, de entorpecentes ou de substancias toxicas;
≫» de furacões, ciclones, terremotos, maremotos, erupções vulcânicas e outras convulsões da
natureza;
≫» de ato reconhecidamente perigoso, que não seja motivado por necessidade justificada e
da pratica, por parte do participante, de atos ilícitos ou contrários a lei;
≫» de qualquer tipo de hernia e suas consequências;
≫» de perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espécie, bem como de
intoxicações decorrentes da ação de produtos químicos, drogas ou medicamentos, salvo
quando prescritos por medico, em decorrência de acidente coberto;
≫» de tentativa de suicídio nos primeiros 24 meses de vigência do contrato;
≫» choque anafilático e suas consequências.
Apesar das situações acima serem comuns nos planos de invalidez total e permanente, deve-se
observar que não se considera como risco excluído a invalidez do participante proveniente da
utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de serviço militar, da pratica de
esporte ou de atos de humanidade em auxilio de outrem.

PLANOS QUE PAGAM BENEFÍCIO POR MORTE


Plano de Pensão ao Cônjuge ou Companheiro(a): Esse plano tem por objetivo a concessão de
uma renda mensal vitalícia ao cônjuge ou companheiro(a), em decorrência da morte do
participante, ocorrida durante o período de cobertura e apos cumprido o período de
carência estabelecido em cada plano.
O participante indicara, nominalmente, na proposta de inscrição, somente um beneficiário
para esse benefício, que deverá ser o cônjuge ou companheiro(a) legalmente reconhecido(a).
Caso o beneficiário venha a falecer antes do participante ou perca a condição de cônjuge ou
companheiro(a), o benefício será automaticamente cancelado.
Caso o beneficiário venha a falecer após o início da percepção do benefício, este será extinto.
O participante poderá alterar, por escrito, o beneficiário anteriormente indicado, mediante
recalculo, se for o caso, das respectivas contribuições.
No caso de o participante indicar outra pessoa que não seja o cônjuge ou companheiro(a), não
reconhecida legalmente, tal pessoa não terá direito ao benefício contratado.

Plano de Pensão aos Menores: O objetivo desse plano e a concessão de uma renda mensal
temporária aos beneficiários indicados, menores de 21 anos, na condição de filhos

72
ou dependentes econômicos, em decorrência de morte do participante ocorrida durante o
período de cobertura e apos cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.
O participante indicara, nominalmente, na proposta de inscrição, um ou mais menores de 21
anos, na condição de filho ou dependente econômico para fins de imposto de renda.
O participante poderá alterar, por escrito, os beneficiários anteriormente indicados, mediante
recalculo, se for o caso, das respectivas contribuições.
Caso todos os beneficiários venham a falecer antes do participante ou tenham atingido a idade
de 21 anos antes da ocorrência do evento gerador, o benefício estará automaticamente
cancelado sem que seja devida qualquer devolução ou indenização de qualquer natureza.
Caso o participante, no momento da contratação do benefício ou da proposta de inscrição,
venha a indicar como beneficiário outra pessoa menor de 21 anos, que não seja filho ou
dependente econômico para fins de imposto de renda, tal pessoa não terá direito ao benefício
contratado.
Plano de Pensão por Prazo Certo: O objetivo desse plano e a concessão de uma renda mensal
por prazo certo ao(s) beneficiário(s) indicado(s), em decorrência da morte do participante
ocorrida durante o período de cobertura e apos cumprido o período de carência estabelecido
em cada plano.
Estando os beneficiários em fase de recebimento do benefício, quando um deles falecer, será
realizado um novo rateio de benefício, proporcionalmente a participação dos beneficiários
remanescentes.
Não havendo beneficiários remanescentes, a renda será paga aos sucessores legítimos na
forma da lei.
Com o termino do prazo certo, extingue-se o benefício, desobrigando-se a EAPC do pagamento
de quaisquer valores.
Plano de Pecúlio: O objetivo desse plano e a concessão de um pecúlio ao(s) beneficiário(s)
indicado(s), em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de
cobertura, após cumprido o período de carência estabelecido em cada plano.
Em todos esses planos, para se habilitar ao recebimento do benefício, o beneficiário deverá
apresentar a seguinte documentação:
■■ documento de identidade do participante;
■■ certidão de óbito do participante;
■■ documento de identidade, certidão de casamento ou certidão de nascimento, CPF dos
beneficiários e dos representantes legais, se for o caso, e respectiva comprovação de união;
■■ boletim de ocorrência policial e laudo de necropsia do Instituto Médico-legal, se for o caso;
■■ laudo do médico assistente do participante.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
ASPECTOS TRIBUTÁRIOS: A política tributária e um elemento chave para o estabelecimento de
um sistema de Previdência Privada. A dedutibilidade na base de cálculo do imposto de renda
devido, na formação do fundo previdenciário, e justificável economicamente em função dos
efeitos positivos na alocação da poupança financeira.
Mencionamos no capitulo 4 que a diferença entre os produtos de previdência com cobertura
por sobrevivência dos seus “irmãos gêmeos” no segmento de seguros de pessoas e o
tratamento tributário dado aos valores pagos pelo cliente.
Assim, como veremos a seguir, as contribuições pagas para os planos de previdência (por
exemplo, PGBL) podem ser deduzidas da base de cálculo do imposto de renda, enquanto que
os valores pagos para os planos de seguros de pessoas (por exemplo, VGBL) não são dedutíveis
da base de cálculo do imposto de renda.

Legislação: Em 1995, através da edição das Leis 9.249 e 9.250, o Governo Federal deu

73
os primeiros passos no sentido de incentivar a Previdência Complementar, com vistas a
estimular a formação de poupança de longo prazo. Essas leis previam que:
■■ as contribuições para as entidades de Previdência Privada domiciliadas no país, cujo ônus
fosse do contribuinte – pessoa física –, destinadas a custear benefícios complementares
assemelhados aos da Previdência Social, poderiam ser deduzidas na determinação da
base de cálculo sujeita a incidência mensal do imposto de renda;
■■ foi estabelecido que essas contribuições poderiam ser deduzidas, para a apuração da base
de cálculo do imposto devido no ano-calendário, desde que houvesse, também, o
recolhimento de contribuições para o Regime Geral de Previdência Social, ou para regimes
próprios, devendo ser observado o limite de 12% do total dos rendimentos computados na
determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos; e
■■ o valor das despesas com contribuições para a Previdência Privada, cujo ônus fosse da
pessoa jurídica, poderia ser deduzido no momento da determinação do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, não podendo exceder, em cada período de
apuração, 20% do total dos salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da
empresa vinculados ao plano de Previdência.
Entretanto, e preciso ficar claro que esse benefício fiscal deve ser visto como um diferimento
do imposto, visto que a renúncia fiscal do presente será paga no futuro, no momento do
resgate. Além disso, somente as pessoas que utilizam o modelo completo de declaração anual
do imposto de renda e que fazem jus ao diferimento fiscal.
Esse regime tributação e conhecido como regime de tributação sujeito a tabela progressiva do
imposto de renda, ou simplesmente regime de tributação por alíquotas progressivas.

Na tabela anterior podemos verificar a diferença em se contribuir para um plano. Como as


contribuições são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda, a base de incidência da
alíquota do imposto de renda será menor, o que representara um valor de imposto de renda
menor.
Entretanto, essa dedução somente será possível se a pessoa que contribuiu para o plano de
previdência utilizar o modelo complete de declaração anual de imposto de renda.
Importante também registrar que a dedução e limita a 12% da renda anual do contribuinte.
Assim, se tabela anterior a pessoa tivesse depositado R$ 20.000,00 em um plano de
previdência, a base de cálculo continuaria a ser R$ 88.000,00, pois o máximo que pode ser
deduzido e 12% de R$ 100.000,00, ou seja, R$ 12.000,00.
Em 2004, a Lei 11.053, que teve por objetivo disciplinar a tributação do imposto de renda em
aplicações financeiras e Previdência Complementar, definiu novo critério de tributação para os
planos previdenciários e para Seguros de Vida com cobertura por sobrevivência, estruturados
na modalidade de contribuição variável. Esse novo critério e denominado Regime de
Tributação por Alíquotas Decrescentes.
Até então, não existia um incentivo fiscal, mas simplesmente um diferimento fiscal. Esse novo
critério tributário prevê que o resgate de recursos ou o recebimento do benefício estarão
sujeitos a incidência, na fonte, e de forma definitiva, de imposto de renda calculado com base
em alíquotas decrescentes, de acordo com o prazo de acumulação, conforme tabela a seguir.

74
* O intervalo da faixa e sempre fechado a direita. Por exemplo: a alíquota para 4 anos e de
30%. Em marco de 2005, a Instrução Normativa Conjunta 524/05 foi elaborada pelas
Secretarias da Receita Federal, de Previdência Complementar e pela Superintendência de
Seguros Privados – SUSEP. Essa norma regulamentou a contagem do prazo de acumulação
utilizado no novo regime tributário.

Formas de Pagamento
Para Resgate: Foi estabelecido o sistema PEPS (Primeiro a Entrar Primeiro a Sair) para os
resgates ocorridos antes da concessão do benefício, significando que os valores serão
resgatados a partir das contribuições mais antigas, sempre levando em consideração os
rendimentos. Dessa forma, o prazo de acumulação será contado a partir da data do aporte de
cada contribuição.
Para Pagamento de Benefício: Estabeleceram-se critérios distintos para benefícios
estruturados ou não em regime atuarial. Entende-se por regime atuarial aquele cuja
manutenção dos benefícios concedidos tenha por premissa o mutualismo dos respectivos
recursos garantidores.
Para o pagamento de benefício que não esteja estruturado em regime atuarial estabeleceu-
se critério idêntico ao utilizado para os resgates, ou seja, o sistema PEPS, enquanto que para o
pagamento de benefício estruturado em regime atuarial estabeleceu-se como referência
inicial de prazo de acumulação um Prazo Médio Ponderado (PMP), relativo aos recursos e ao
tempo de investimento de cada participante.
Assim, no caso de pagamento de benefício estruturado em regime atuarial teremos as
seguintes características:
■■ será calculado com base no Prazo Médio Ponderado (PMP);
■■ o PMP será a referência para aplicação das alíquotas de IR e, após o pagamento da
primeira prestação do benefício, o prazo de acumulação continuará sendo contado;
■■ em relação aos benefícios não programados decorrentes da reversão em pecúlio ou pensão
por morte do participante, a tributação será determinada considerando o prazo de
acumulação apurado para o benefício que vinha sendo pago ao participante falecido, com a
redução progressiva da alíquota, em razão do decurso do prazo de pagamento do benefício;
■■ e calculado com base na média dos prazos de permanência dos recursos, ponderada pelo
valor aportado em cada data;
■■ o cálculo abrange o período compreendido desde o dia 1 até a data de entrada em gozo de
benefício, estando previsto que os valores estejam expressos ou sejam convertidos em cotas
ou frações ideais atribuíveis ao participante;
■■ os resgates não modificam os valores do prazo de acumulação;
■■ o prazo de acumulação e expresso em fração de ano.
■■ O prazo médio ponderado e obtido por meio da soma das Contribuições Atualizadas (CA)
remanescentes (não resgatadas) multiplicadas pelo respectivo Prazo Decorrido (PD) da data do
aporte até a data de conversão em beneficio, dividido pelo total do saldo atualizado.

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA: A assistência financeira e o empréstimo concedido a titular de


plano de benefícios de Previdência Complementar Aberta ou de Seguros de Pessoas.

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A assistência financeira será concedida mediante contrato formalizado com o titular e somente
poderá ser concedida durante o período anterior a concessão do benefício. A regulamentação
em vigor estabelece algumas vedações, entre as quais se destacam:
■■ conceder assistência financeira com recursos de provisões, reservas técnicas e fundos;
■■ contratar com o mesmo titular mais de uma assistência financeira, simultaneamente,
exceto nos casos de planos que tenham formação de provisão matemática de benefícios a
conceder ou quando as contraprestações periódicas da assistência financeira forem quitadas
por meio de consignação em folha de pagamento;
■ cobrar quaisquer despesas, a qualquer título, exceto os referentes aos encargos de juros,
multa e atualização monetária, eventuais impostos ou despesas de cobrança relacionadas a
operação da assistência financeira.
A assistência financeira concedida a titular de plano de Previdência com cobertura por
sobrevivência deverá observar as seguintes disposições:
■■ resgate automático, pela entidade aberta de Previdência Complementar, do valor da
contraprestação, na respectiva data de vencimento, do saldo da provisão matemática de
benefícios a conceder, relativa à cobertura por sobrevivência a que faz jus o titular;
■■ quitação, pela entidade aberta de Previdência Complementar, do(s) saldo(s) devedor(es),
mediante resgate automático do respectivo valor do saldo da provisão matemática de
benefícios a conceder, relativa à cobertura por sobrevivência a que faz jus o
titular, nas seguintes hipóteses:
≫» quando o saldo devedor atingir percentual, fixado no contrato de assistência financeira, do
saldo daquela provisão matemática de benefícios a conceder, não podendo esse percentual
ultrapassar 70%;
≫» no dia útil imediatamente anterior a data de termino do período de diferimento;
≫» no caso de morte ou de invalidez total e permanente do titular.
■■ as contraprestações periódicas da assistência financeira poderão ser quitadas pelo titular
por meio de carne, debito em conta--corrente, consignação em folha de pagamento ou outra
forma de cobrança legalmente permitida, desde que claramente estabelecida no contrato de
assistência financeira.
As contraprestações, quando consignadas, deverão ser efetuadas por meio de código
especifico na folha de pagamento, de modo que fiquem segregados os débitos
correspondentes ao pagamento das contribuições.
Para os planos de Previdência Complementar, estruturados no regime financeiro de
repartição, a assistência financeira deverá observar as seguintes disposições:
■■ o prazo fixado contratualmente para amortização não poderá ultrapassar 36 meses
contados da data da contratação, vedada a repactuação, salvo quando ocorrer redução da
capacidade de pagamento do titular, devidamente comprovada perante a EAPC, ou nos casos
em que houver a contratação de seguro de credito interno para garantia das assistências
financeiras concedidas ou quando as contraprestações periódicas da assistência financeira
forem quitadas por meio de consignação em folha de pagamento;
■■ as contraprestações periódicas da assistência financeira poderão ser quitadas pelo titular
por meio de carne, debito em conta corrente, consignação em folha de pagamento ou outra
forma de cobrança legalmente permitida, desde que estabelecida no contrato de assistência
financeira. As contraprestações, quando consignadas, deverão ser por meio de código
especifico na folha de pagamento, de modo que fiquem segregados os débitos
correspondentes ao pagamento das contribuições. No caso de morte do titular, o valor do
benefício a ser pago deverá ser compensado do valor do saldo devedor existente a época da
ocorrência do evento gerador.
Para os planos estruturados no regime financeiro de capitalização, a assistência financeira
deverá observar as seguintes disposições:
■■ o prazo para amortização deverá estar fixado no contrato de assistência financeira;

76
■■ a qualquer momento, o somatório do valor do(s) saldo(s) devedor(es) da(s) assistência(s)
financeira(s) concedida(s) a um mesmo titular não poderá ser superior a 80% do saldo da
provisão matemática de benefícios a conceder, conforme estabelecido no contrato de
assistência financeira;
■■ ocorrera a quitação do somatório do valor do(s) saldo(s) devedor(es) da(s) assistência(s)
financeira(s) concedida(s) de cada titular, com o devido cancelamento do plano de
Previdência, nas seguintes hipóteses:
≫» quando o saldo devedor atingir o percentual de 80% do saldo da provisão matemática de
benefícios a conceder;
≫» no caso de ocorrência da morte ou da invalidez total e permanente do titular.
As contraprestações periódicas da assistência financeira poderão ser quitadas pelo titular por
meio de carne, debito em conta corrente, consignação em folha de pagamento ou outra forma
de cobrança legalmente permitida, desde que estabelecida no contrato de assistência
financeira.

ATUALIZAÇÃO DE VALORES: Os planos de Previdência Complementar Aberta, com coberturas


estruturadas na modalidade de benefício definido, deverão conter clausula de atualização
anual de valores com base em índice pactuado.
Dessa forma, os benefícios e as contribuições serão atualizados na data de aniversário da
contratação, com base no índice pactuado, ficando facultado o estabelecimento de outra data-
base, desde que os valores contratualmente previstos sejam atualizados até essa outra data-
base e a partir de então, seja respeitada a periodicidade anual.
Entretanto, quando as coberturas de risco forem custeadas mediante o pagamento de
contribuição única, os valores dos benefícios deverão ser atualizados pelo índice pactuado até
a data de ocorrência do evento gerador.
Alternativamente a atualização de valores, existe a possibilidade de adoção de clausula de
recalculo do valor do benefício durante o período que antecede a ocorrência do evento
gerador, segundo fatores objetivos (variação salarial, mensalidade escolar) expressos no
regulamento, no certificado, na proposta e no contrato, devendo ser observado que essa
possibilidade está restrita as coberturas estruturadas no regime financeiro de repartição
e que tenham sido contratadas sob a forma coletiva.
Já os planos de Previdência Complementar Aberta com cobertura estruturada na modalidade
de contribuição variável poderão conter clausula de atualização anual dos prêmios com base
em índice pactuado.

RESUMO OPERAÇÕES DE SEGUROS

77
OPERAÇÕES nas SEGURADORAS –
O QUE SÃO OPERAÇÕES? As empresas são pensadas a partir de esforços de planejamento que
se distinguem entre seus objetivos. Em geral, na maioria das empresas, tudo começa com o
planejamento estratégico e, a partir dele, nascem os planejamentos táticos, de
responsabilidade de superintendentes e gerentes, que determinarão as ações na área
operacional.

Denominamos como operações o conjunto de atividades inter-relacionadas envolvidas na


produção de bens e serviços. Um sistema de operações tem alguns elementos constituintes
fundamentais, sendo eles:
■■ insumos;
■■ processo de criação ou transformação;
■■ produtos ou serviços obtidos;
■■ controles de garantia dos níveis de resultados.
Os insumos são os recursos a serem transformados em produtos ou serviços, como as
matérias-primas, para produzir bens e a necessidade de soluções para produzir serviços. A
partir daí, dentro das empresas, utilizam-se a mão de obra, as maquinas e os equipamentos, as
instalações, além dos conhecimentos técnicos dos processos para produzir bens e do trabalho
intelectual para produzir serviços.
Comparativamente, afirmamos que as atividades de serviços como a de seguros são mais
intensivas na mão de obra, enquanto as atividades industriais são mais intensivas em
maquinas e equipamentos, mas ambas dependem do apoio de metodologias e de
processamento de informações.

A FUNÇÃO OPERAÇÕES: Do ponto de vista de uma seguradora, podemos, de uma forma


simplificada, associar uma operação de seguro a uma contratação. Os produtos de
seguro dão origem as operações de seguro: quando um corretor, a partir da identificação das
necessidades de um cliente, indica a contratação de um produto de seguro ofertado por uma
companhia, cabe a sua área de operações efetuar a configuração adequada do seguro a partir
das definições e das regras daquele produto. O fechamento do negócio e marcado pela
apresentação da proposta de seguro pelo cliente e por seu aceite pela companhia, resultando
na assinatura do contrato de seguro.
Toda companhia possui uma área de operações, ainda que receba um outro nome ou
denominação. A área de operações de uma seguradora e aquela responsável pela gestão das
operações de seguro, abrangendo todos os processos diretamente envolvidos em sua
realização. Ela compreende todas as ações desenvolvidas para que os produtos e os serviços
demandados pelos clientes sejam produzidos, gerenciando seus recursos de modo que sua
utilização seja a mais eficiente possível.
Um exemplo que ilustra esse processo produtivo em seguros e o caso de uma contratação de
seguro. A formalização do contrato de seguro entre a seguradora e o cliente, com a
interveniência do corretor de seguros, ocorre com a emissão da apólice do seguro pela

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seguradora e a sua entrega as partes interessadas. Para que isso ocorra, muitas ações precisam
ser desenvolvidas tais como: identificação das necessidades do cliente e do melhor
plano de seguro (feito pelo corretor de seguros), cotação do seguro, contratação do seguro,
geração da apólice e seu envio as partes interessada s.

Neste processo, foram utilizados insumos de diferentes fontes, destacando-se as informações


providas pelo cliente, pelo corretor, pelos inspetores de risco e por entidades externas que
contribuem para que se tenha uma avaliação mais precisa do risco. Alguns insumos materiais
também foram necessários para a impressão de documentos e sua entrega física as partes
interessadas no seguro.

ESTRUTURA DAS SEGURADORAS: No mercado, há seguradoras com diferentes estruturas


organizacionais e tamanhos. Ha seguradoras que comercializam diferentes produtos e utilizam
CNPJs para diferentes ramos como, por exemplo, CNPJ para produto de Saúde, CNPJ para
produtos de Previdência, CNPJ para Ramos Elementares etc.
Em termos organizacionais, as seguradoras podem estruturar suas áreas de operações de
diferentes maneiras. A escolha reflete fatores específicos de cada companhia, a saber: visão
estratégica, produtos comercializados, volume das operações de seguro e as próprias diretrizes
para a organização das áreas funcionais.
Por esse motivo, a área de operações pode ser organizada como uma diretoria em uma
seguradora, enquanto em outra pode ser estruturada como uma superintendência ou uma
vice-presidência, por exemplo.
É importante observarmos que a área de operações de uma companhia também desenvolve
atividades que não chegam a resultar em operações de seguro, do ponto de vista do negócio.
Para melhor compreensão, considere os seguintes exemplos:
■■ Um pedido de cotação de seguro e recebido pelo responsável pela subscrição de riscos de
um produto de seguro em uma seguradora.
Após a análise, ele decide pelo declínio (recusa) do pedido.
■■ Uma cotação de seguro e elaborada pela seguradora e apresentada ao cliente, que opta
pela não contratação do seguro com aquela companhia.
■■ Uma proposta de seguro, a partir de uma cotação efetuada pela seguradora, e apresentada
pelo cliente a companhia. E feita uma nova análise do perfil do cliente e do risco associado, e a
seguradora decide pela recusa da proposta.
Em todos esses exemplos, podemos observar que houve um esforço da companhia com vistas
ao fechamento de negócios, embora não tenham sido originadas operações de seguro.

PROCESSOS E OPERAÇÕES: Podemos definir um processo como qualquer atividade ou grupo


de atividades que transforma um ou mais insumos em produtos para seus clientes.
E importante lembrarmos que os clientes de um processo podem ser tanto externos quanto
internos a companhia. Do ponto de vista organizacional, os processos tendem a ser agrupados
em operações. Uma operação e um grupo de recursos executando o todo ou a parte de um ou
mais processos, os quais podem ser ligados para formar uma cadeia de suprimentos, que e

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uma serie inter-relacionada de processos, dentro de uma empresa e por meio das diferentes
empresas que produzem um serviço ou produto para satisfação dos clientes.

CADEIA DE VALOR: O conceito de cadeia de valor tem como base a visão de processos de
uma organização. Nessa abordagem, podemos perceber uma companhia como um sistema
composto por subsistemas, cada um com três processos principais – entrada, processamento e
saída. Porter (1998) afirma que o processo de criação de valor e uma série de atividades
distintas que incluem o projeto, a produção, o marketing, a entrega do produto ou serviço
e o atendimento pós-venda. Essas atividades possuem implicações tanto de custo quanto de
valor. A cadeia de valor e composta pelas atividades de valor e pela margem.
De acordo com Porter (1998), as atividades de valor são os blocos básicos utilizados por uma
empresa para produzir valor a seus consumidores. A margem e a diferença entre o valor total e
os custos totais incorridos pela empresa na execução das atividades de valor. A figura abaixo
apresenta uma representação da cadeia de valor, na visão de Porter .
As atividades da cadeia de valor podem ser classificadas em dois grandes grupos – as
atividades primarias e as atividades de suporte.
As atividades primarias são aquelas diretamente relacionadas com a criação e a entrega dos
produtos e serviços aos clientes. Em uma seguradora, temos como exemplos as atividades
relacionadas para a cotação do seguro, a contratação e a emissão e o serviço de atendimento
ao cliente. As atividades de suporte são aquelas que aumentam a efetividade da produção,
embora não estejam diretamente envolvidas no processo produtivo. Como exemplo de
atividades desse tipo, podemos considerar aquelas relacionadas com tecnologia da
informação, recursos humanos, aquisição dos bens e serviços necessários e infraestrutura de
instalações prediais (PORTER, 1998). Todo produto de seguro de uma companhia possui uma
cadeia de valor associada. Nós podemos distinguir, por exemplo, as cadeias de valor dos
produtos seguro auto, seguro residencial e seguro de responsabilidade civil profissional.
Podemos utilizar a abordagem de cadeia de valor com o objetivo de identificar as
oportunidades que o ambiente produtivo de uma seguradora oferece para a obtenção de uma
vantagem competitiva, analisando as atividades relevantes para a prestação de seus serviços e
entendendo o comportamento de seus custos e seu potencial de diferenciação. Cada uma das
suas atividades pode contribuir para um posicionamento da companhia em termos de custos
ou criar a base para diferenciação. Uma seguradora pode obter vantagem competitiva
executando as atividades de sua cadeia de valor a um custo menor que o de seus concorrentes
ou executando-as de maneira peculiar, que a diferencie da concorrência.
Para facilitarmos a compreensão da aplicação do conceito de cadeia de valor as seguradoras,
utilizaremos a arquitetura de referência de processos em seguradoras. De acordo com essa
proposta, os processos de uma seguradora podem ser classificados em três grupos, conforme
apresentado abaixo:

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Os processos primários, referidos na arquitetura, são voltados para o cliente final – aquele que
é o foco da prestação dos serviços das seguradoras.
Conceitualmente, eles possuem uma correspondência com as atividades primarias do modelo
da cadeia de valor proposto por Porter, enquanto os demais processos apresentados na
arquitetura – referidos como processos de suporte e processos de gestão e controle –
corresponderiam as atividades de suporte no modelo.
A figura abaixo apresenta uma representação da cadeia de valor genérica de seguradoras.
Relacionando os conceitos, podemos observar que o custo decorrente das atividades de
suporte e das atividades primarias corresponde a soma das despesas comerciais e
administrativas, cujo valor acrescido dos sinistros, no mercado de seguros, forma o cálculo do
índice combinado das seguradoras.

CADEIA DE SUPRIMENTOS: Deslocando o foco da nossa atenção para o ambiente em que uma
seguradora atua, podemos observar que ela depende de interações com fornecedores,
clientes e parceiros de negócio para obter os insumos de que necessita para a prestação de
seus serviços. Com essa perspectiva, percebemos que existe uma rede formada pelas
atividades realizadas por fornecedores de insumos e por parceiros de negócios, as quais em
conjunto com as atividades desenvolvidas dentro da companhia possibilitam a prestação
dos serviços ao cliente final. Essa rede, formada por clientes, parceiros e fornecedores de
insumos, compõe a cadeia de suprimentos da seguradora.

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São exemplos de possíveis participantes da cadeia de suprimentos de seguradoras:
■■ Banco: destacam-se os serviços de pagamentos e recebimentos para seus clientes.
■■ Birô de informações: empresa responsável pelo fornecimento de informações sobre
pessoas, empresas e transações de negócio.
As informações são utilizadas como base para a tomada de decisões em vários dos processos
das seguradoras – como na subscrição de riscos e na regulação de sinistros, por exemplo.
■■ Central de serviços 24 horas: empresas que proveem serviços como guincho de veículos,
assistência funerária e chaveiro, por exemplo.
■■ Correios: possuem participação importante para o fluxo de documentos.
■■ Corretores de seguros: pessoas ou empresas autorizadas pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep) a comercializar os produtos das seguradoras.
■■ Estipulante: pessoa física ou jurídica que contrata seguro por conta de terceiros (pode
também assumir a condição de beneficiário, dependendo do tipo de seguro).
■■ Gráfica variável: gera cartas-recusa de propostas de seguro, comunicação de
inadimplência, negativa de indenização de sinistro, apólices etc.
■■ Inspetor de risco: profissional que avalia e informa as condições dos riscos a serem
assumidos pelas seguradoras.
■■ Perito: profissional especializado em assunto, setor ou área. E comum sua atuação na
avaliação de documentos, objetos e situações para emissão de parecer que subsidia a decisão
da área de regulação de sinistros.
■■ Sindicante: especialista em seguros que atua efetuando e levantando informações,
obtendo provas, por meios lícitos, sobre eventuais irregularidades presentes em relatos de
situações e em documentos componentes de processos de sinistro, bem como fornecendo
subsídios para a tomada de decisão da área de regulação de sinistros.
■■ Vistoriador: em seguros de auto, por exemplo, e o profissional que efetua a vistoria de
veículos na parte mecânica, interna e externa, tira decalque de chassi e de motor, a fim de
identificar eventuais pontos de adulteração, e encaminha as informações para subsidiar
a decisão da seguradora quanto a subscrição do risco.
De forma semelhante ao que observamos no caso da cadeia de valor, também podemos
distinguir as cadeias de suprimentos de cada produto de seguro que uma companhia oferece
ao mercado. E clara a distinção, por exemplo, entre as cadeias de suprimentos do seguro auto
e do seguro residencial: uma seguradora pode ter diferentes cadeias de suprimentos,
tantas quantas forem os produtos fornecidos.

SISTEMA DE VALOR: A abordagem da cadeia de valor pode ser utilizada no suporte a analise
do ambiente interno de uma seguradora, possibilitando a avaliação de sua competitividade.
Por outro lado, a abordagem da cadeia de suprimentos pode ser utilizada na análise dessa
companhia no contexto dado, pelo seu relacionamento com os vários fornecedores, parceiros
e clientes para a prestação de seus serviços. Podemos buscar o entendimento desse
relacionamento efetuando a analise desde o primeiro elemento da cadeia – o primeiro
fornecedor – até o cliente final, que é o último elemento na cadeia.
Ampliando ainda mais o olhar para esse ecossistema em que as seguradoras atuam, podemos
utilizar o conceito de “sistema de valores” de Porter (1998), que compreende uma corrente de
diversas cadeias de valores internas aos participantes de uma cadeia de suprimentos.
A eventual terceirização de atividades pelas seguradoras amplia o conceito de cadeia de valor.
Nessa visão, podemos dizer que a cadeia de valor estendida para um produto de seguro de
uma companhia e composta por suas atividades e pelas atividades de seus prestadores de
serviço diretamente utilizadas na prestação de seus serviços ao cliente final. Como
exemplo, consideremos as atividades relacionadas a regulação de sinistros de um produto de
seguro em uma seguradora que utiliza parceiros externos para realizar algumas dessas
atividades:

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■■ Os registros das comunicações de sinistro são feitos por uma central de atendimento
terceirizada, que opera em regime de tempo integral (24 horas, 7 dias por semana).
Os documentos físicos para regulação de sinistros são recebidos por uma central de serviços
terceirizada, que classifica os documentos e digitaliza suas imagens, compondo processos
eletrônicos de sinistro, que são disponibilizados aos analistas para a regulação.
■■ A seguradora aciona sindicantes de uma empresa parceira para averiguação de situações
em que identifica indícios de potenciais fraudes.
Com as possibilidades trazidas pela terceirização de atividades produtivas, podemos estender
o modelo de cadeia de valor proposto por Porter, incorporando as cadeias de valor de seus
parceiros, fornecedores e clientes, para compor um sistema de valor. A cadeia de suprimentos,
dessa forma, pode ser vista como a integração das cadeias de valor da companhia, de seus
parceiros, de seus fornecedores e de seus clientes. Para ilustrar esse conceito, utilizamos a
figura abaixo para representação de um sistema de valores para o produto seguro-residencial
de uma seguradora.

INDICADORES DE DESEMPENHO DE OPERAÇÕES: A gestão de operações e feita com base em


indicadores de desempenho. Toda atividade desenvolvida deve ter alguma forma de medida
de desempenho como um pré-requisito para sua melhoria.
Como ponto de partida para lidarmos com os indicadores de desempenho, consideraremos os
cinco objetivos de desempenho apresentados por Slack, Chambers e Johnston (2007):
Qualidade: Está relacionada diretamente com a prestação de serviços livre de erros.
Isso significa entregar produtos que atendam as expectativas dos clientes.
Veja alguns exemplos de indicadores:
■■ Percentual de indenizações negadas que foram objeto de recursos dos segurados ou
beneficiários.
■■ Percentual de extravio das apólices enviadas aos clientes.
■■ Nível de satisfação dos clientes nos processos de regulação de sinistro.
■■ Nível de satisfação dos clientes atendidos pela central de atendimento.
■■ Nível de satisfação dos corretores com o processo de pagamento de comissões.
Rapidez: Consiste na minimização do tempo entre o pedido do cliente e a efetiva prestação do
serviço demandado. Isso pode ser percebido nos exemplos abaixo:
■■ Tempo para a realização de uma cotação.
■■ Tempo para contratação do seguro, a partir do recebimento da proposta.
■■ Tempo para análise da documentação de sinistro e fornecimento de feedback ao cliente.
■■ Expectativa de prazo do cliente para obter uma cotação ou no tempo decorrido desde um
chamado ao serviço de assistência e o início da prestação do serviço demandado.
Dependência: Está relacionada a prestação do serviço no momento acordado com o
cliente. Por exemplo, a apresentação da cotação de um seguro para uma planta industrial em
três dias, conforme compromisso assumido em suas peças promocionais. É possível usar
alguns indicadores como os listados a seguir:
■■ Percentual de apólices emitidas após o prazo comprometido com os clientes.
■■ Tempo médio para cotação de seguros.
■■ Tempo médio da regulação de sinistros.
■■ Estoque médio de sinistros em regulação.
■■ Estoque médio de propostas pendentes de aceitação.
Flexibilidade: Diz respeito a capacidade de ajustar as atividades operacionais para lidar
com situações não esperadas ou para dar aos clientes tratamento individual. Isso pode
implicar mudanças no que é feito, como e feito ou quando e feito. Por exemplo, a capacidade
de atender as demandas trazidas pelo início da distribuição de um produto de seguro por meio
de uma rede varejista.
■■ Tempo necessário para início da operação de um novo produto de seguro.

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■■ Tempo necessário para agregação de um novo parceiro ao processo produtivo: vistoriador,
perito, sindicante etc.
■■ Tempo necessário para responder a eventos catastróficos, no caso de regulação de
sinistros como no caso de enchentes, por exemplo.
■■ Capacidade de absorção de picos de produção de seguros massificados como no caso de
campanhas de vendas, por exemplo.
■■ Capacidade de adaptação para conformidade com regras novas ou alteradas pela Susep.
Custo: Refere-se a entrega dos serviços a um custo que possibilita os produtos da
companhia terem preços competitivos no mercado e, ao mesmo tempo, uma margem que de
um retorno adequado.
■■ Produtividade por analista de subscrição.
■■ Produtividade por analista de regulação de sinistro.
■■ Utilização dos recursos orçamentários.
■■ Custo médio por seguro contratado.
■■ Custo médio por sinistro regulado.

ESTABELECIMENTO DE METAS: Para utilizarmos efetivamente um sistema de indicadores-


chave no suporte a gestão é necessário que façamos comparações com as metas definidas.
Dessa forma, por exemplo, no caso de uma seguradora, podemos avaliar a efetividade das
atividades da área de operações que resultam em um tempo médio para regulação de sinistros
igual a 11,6 dias, quando compararmos com a meta definida de um prazo máximo de 10 dias.
Podemos efetuar a definição das metas de desempenho utilizando diferentes abordagens
adequadas as situações com que nos deparamos nas companhias:
Desempenho histórico: Neste caso, as metas são definidas a partir de valores observados
como medias, mínimos e máximos. Consideremos, como exemplo, a meta de fechamento
mínimo de 25% dos seguros empresariais cotados.
Objetivos estratégicos: As metas são definidas para que sejam atingidos os objetivos definidos
no planejamento estratégico. Consideremos, como exemplo, a meta de início das operações
de novos produtos de seguro de vida em, no máximo, sete dias após a apresentação das
respectivas definições de produto.
Objetivos concorrenciais: São metas definidas para que a companhia apresente desempenho
igual ou superior ao apresentado por concorrentes diretos ou por empresas que são
consideradas referência em desempenho. Por exemplo, apresentar rentabilidade superior a
uma corretora concorrente.
Metas absolutas: São metas definidas com base em limites teoricamente máximos de
desempenho. E o caso, por exemplo, de definirmos como meta a entrega ao cliente da apólice
do seguro contratado em até dois dias uteis a partir do recebimento da proposta na
companhia.

BENCHMARKING: Podemos também balizar o desempenho da área de operações da nossa


companhia a partir do desempenho de alguma seguradora que consideremos referência, ou
benchmarking, ainda que não a consideremos como concorrente direta. E interessante
observarmos que podemos utilizar também exemplos de outras industrias como referência (ou
inspiração) para balizamento dos serviços prestados aos nossos clientes. E o caso, por
exemplo, da utilização da Abordagem Disney para Qualidade de Serviços.
No caso da indústria de seguros, o benchmarking e baseado na constatação de que, na
essência, as atividades primarias que devem ser desenvolvidas pelas seguradoras são
semelhantes, uma vez que atuam com o mesmo foco de negócio e estão sujeitas as mesmas
disposições regulatórias. Logo, e possível que alguns dos desafios que enfrentamos na gestão
das operações em nossas companhias já tenham sido endereçados naquela seguradora ou
ainda que ela possa ter desenvolvido uma maneira comparativamente melhor que a nossa
para realizar uma ou mais atividades especificas.

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PROCESSO PRIMÁRIO nas SEGURADORAS
DESENVOLVIMENTO E MANUTENÇÃO DE PRODUTOS DE SEGUROS
O objetivo deste processo e a definição e a manutenção das características técnicas,
financeiras, comerciais e operacionais do produto de seguro.
■■ Características dos produtos de seguro Conforme ilustrado na figura, as características de
um produto de seguro compreendem subconjuntos que podemos classificar em características
técnicas, financeiras, comerciais e operacionais.
a) As características técnicas compreendem:
■■ as definições de tipos de coberturas básicas e acessórias;
■■ os limites mínimos e máximos das coberturas;
■■ as taxas associadas as coberturas e utilizadas para cálculo dos respectivos valores de
prêmio;
■■ os percentuais de franquia e os valores mínimos de participação do segurado, no caso de
sinistro;
■■ as condições contratuais;
■■ os tipos de assistência;
■■ os elementos necessários a caracterização do risco objeto do seguro;
■■ o formato técnico para a estruturação de sua oferta (apólices abertas e fechadas);
■■ os prazos mínimos e máximo para a contratação dos seguros;
■■ os tipos de alteração (endossos) que podem ser efetuados no contrato de seguro;
■■ os tipos de documento necessários, nos casos de sinistro;
■■ as regras que devem ser observadas do ponto de vista da técnica de seguro.
b) As características financeiras envolvem:
■■ as definições relacionadas com as possíveis formas de pagamento de prêmio;
■■ as alternativas para fracionamento dos prêmios;
■■ os percentuais aplicáveis aos casos de fracionamento dos prêmios;
■■ os impostos incidentes sobre as operações de seguro;
■■ as regras que devem ser observadas do ponto de vista financeiro.
c) As características comerciais abrangem:
■■ as definições relacionadas aos possíveis canais de distribuição;
■■ os percentuais mínimo e máximo para remuneração dos corretores;
■■ os percentuais mínimo e máximo para remuneração dos estipulantes;
■■ as regras que devem ser observadas do ponto de vista comercial.
d) As características operacionais contemplam:
■■ as definições relacionadas com os formulários (físicos e eletrônicos) utilizados para as
trocas de dados e informações com os diferentes intervenientes;
■■ os prazos máximos que devem ser observados em cada etapa do processo produtivo do
seguro;
■■ as regras que devem ser observadas do ponto de vista da operação.
Sob a perspectiva da seguradora e para a organização de suas atividades, um produto de
seguro pode ser descrito por um conjunto de características, as definições e as regras, que
possibilitam a configuração de um produto de seguro para um cliente especifico, fornecendo-
lhe a cobertura desejada para o risco caracterizado.
Esse processo de desenvolvimento e manutenção de produtos de seguro compreende:
■■ geração de ideias;
■■ definição de coberturas e taxas;
■■ elaboração das notas técnicas e sua submissão a Superintendência de Seguros Privados
(Susep), previamente ao início da comercialização dos produtos a que se referem;
■■ acompanhamento do desempenho dos produtos e os ajustes necessários ao seu
aprimoramento;
■■ definição das estratégias de distribuição, divulgação e comunicação.

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As atividades que compõem o processo de desenvolvimento e manutenção de um produto de
seguro podem estar distribuídas por vários componentes organizacionais de uma seguradora.
A utilização da abordagem de gestão de projetos, tanto na criação quanto na manutenção de
produtos, e um recurso valioso para lidarmos com os desafios decorrentes do relacionamento
com os vários intervenientes internos e externos a seguradora em que estivermos atuando.
Do ponto de vista do relacionamento da seguradora com a Susep, os principais fluxos de
informação estão relacionados com a submissão, diretamente pela companhia interessada, do
pedido formal de autorização para comercialização do produto ou plano ao órgão regulador e
de sua manifestação.
A Susep desenvolveu o sistema Registro Eletrônico de Produtos, que suporta essas trocas de
informação.

COTAÇÃO DE SEGUROS: A cotação de um seguro e conduzida com a intermediação de um


corretor de seguros. As interações entre a parte interessada no seguro, o corretor e a
companhia envolvem trocas de informação que compõem uma sequência que pode ser mais
ou menos extensa, dependendo das características do risco, das coberturas pretendidas e das
condições para subscrição.
O produto final desse processo e uma oferta de seguro – uma estimativa do valor do prêmio
que o interessado deve pagar a seguradora para que ela aceite o risco associado a um
determinado objeto, dentro das condições especificadas pela companhia – apresentada pelo
corretor a parte interessada. E importante observamos que, embora a cotação de seguro
seja o resultado desejado, a seguradora também pode declinar do pedido de cotação
apresentado.
Podemos observar diversas atividades desenvolvidas para que a oferta de seguro – ou cotação
– seja efetuada:
■■ Avaliação dos riscos para as coberturas de seguro pretendidas pelo interessado no seguro.
■■ Identificação de oportunidades de negócio, efetuadas pelos corretores de seguro.
■■ Eventual negociação com resseguradores.
■■ Definição das condições para subscrição dos riscos.
■■ Definição do preço para subscrição do risco nas condições definidas.
■■ Apresentação formal da oferta de seguro (cotação) ou a comunicação de declínio do
pedido recebido.
A cotação de seguro deve conter os elementos mínimos que caracterizam a operação
pretendida, as coberturas e os respectivos valores, as condições para subscrição e o produto
de seguro ofertado – o que inclui o identificador do seu registro junto a Susep. As práticas
observadas pelos corretores e companhias geralmente resultam na produção de documentos
representativos das cotações. Esses documentos estabelecem as bases para a eventual
contratação do seguro.

CONTRATAÇÃO E EMISSÃO DA PROPOSTA: Trata-se de um processo conduzido com a


intermediação do corretor, que compreende:
■■ a formalização, pelo interessado, da intenção da realização de um seguro sob a forma de
uma proposta de contratação de seguro;
■■ o encaminhamento, pelo corretor, da proposta originada a seguradora;
■■ o recebimento e a análise da proposta pela seguradora, a luz da regulamentação em vigor
e das suas regras corporativas para subscrição de riscos;
■■ a decisão pela aceitação ou pela recusa da proposta recebida;
■■ a emissão da apólice ou do certificado correspondente (no caso da decisão pela aceitação)
ou a emissão da carta-recusa (no caso da decisão pela recusa da proposta).
A contratação tem início com a apresentação, pela parte interessada e em conjunto com o
corretor, de sua proposta a companhia. A proposta de contratação e um documento que
atende aos requisitos formais, definidos pela Susep. Ela e apresentada pelo corretor de

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seguros a companhia, que diante de seu recebimento, emite um protocolo indicando a data e
a hora do evento ocorrido.
A partir da data do protocolo, a companhia possui um prazo máximo 15 dias para declinar da
proposta recebida. A não manifestação nesse prazo corresponde a aceitação tácita da
operação proposta, passando a produzir efeitos para todas as partes envolvidas no seguro.
Caso decida pela recusa da proposta, a companhia deve comunicar, formalmente, sua decisão
ao corretor e ao proponente. No caso de aceite da proposta, a efetivação da operação e
materializada sob a forma de um documento – apólice ou certificado –, encaminhado ao
proponente e, facultativamente, ao corretor que intermediou a operação. Como exceção,
observamos a existência do uso da proposta certificada – um documento que possui
características tanto de proposta quanto de certificado, dispensando a companhia do envio
de outro documento quando do aceite da proposta de contratação do seguro.

SUBSCRIÇÃO DE RISCOS: E o processo de análise de risco cuja cobertura e proposta para a


seguradora, resultando em aceitação ou rejeição da transferência desse risco.
São atividades desse processo:
■■ Decidir quais riscos são aceitáveis.
■■ Determinar qual o prêmio será cobrado.
■■ Decidir quais os termos e as condições do contrato de seguro.
■■ Monitorar cada uma dessas decisões.
A subscrição e o coração das operações de uma companhia de seguros. Tudo mais que um
segurador faz – comercialização, coleta de prêmios, emissão e endosso de apólices,
fornecimento de serviço de inspeção de riscos, investigação de reclamações, pagamentos de
perdas cobertas, investimentos de capitais excedentes – e relacionado ou é consequência
das decisões da subscrição.
A orientação do corretor de seguros no preenchimento da proposta também influenciara na
subscrição de riscos.
EMISSÃO DA APÓLICE: Após a tomada de decisão na subscrição, sobre a aceitação da
transferência de risco, e comunicado ao corretor que deverá informar ao segurado
sobre a aceitação da proposta. Posteriormente ao processo de subscrição, será emitida a
apólice de seguros. Em algumas seguradoras, o processo de subscrição e emissão da apólice
acontecem na mesma área e em outras podem acontecer em áreas diferentes.
ENDOSSO: As alterações nos contratos de seguro são realizadas por meio de propostas
apresentadas pelos clientes as companhias e com a intermediação do respectivo corretor de
seguro. Essas propostas, denominadas de pedidos de endosso, são documentos formais,
bastante semelhantes as propostas para contratação abordadas anteriormente. Elas seguem
tramites similares internamente as companhias, resultando também em manifestações
formais:
■■ No caso de declinar do pedido de endosso, a companhia emite a comunicação formal da
recusa, encaminhando-a ao corretor e ao proponente.
■■ No caso de aceitar o pedido de endosso, a companhia emite um documento que formaliza
a alteração – denominado de endosso, encaminhando-o ao proponente e, facultativamente,
ao corretor da operação.

COBRANÇA DO PRÊMIO: Tal processo compreende todas as atividades relacionadas com a


cobrança e a devolução dos prêmios vinculados as operações de seguro e outras providencias
relacionadas com a sua vigência, abrangendo:
■■ o agendamento das parcelas de prêmio;
■■ a realização da cobrança das parcelas e a baixa dos pagamentos;
■■ o tratamento das inadimplências;
■■ as devoluções de prêmios;

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■■ as providencias iniciais relacionadas com a renovação do seguro, ao termino de sua
vigência.
Durante o ciclo de vida das operações de seguro ocorrem trocas de informação entre os
diferentes intervenientes, dentre as quais destacamos a comunicação de inadimplência
enviada pela seguradora ao cliente e ao corretor de seguro da operação. Essa comunicação e
materializada como um documento formal e representa um procedimento prévio ao
cancelamento do seguro por falta de pagamento, caso a condição persista. A notificação
está diretamente relacionada as condições previstas no contrato de seguro.

ATENDIMENTO A CLIENTES: O atendimento a clientes compreende as atividades de


administração dos contatos com os clientes e beneficiários de seguros e a solução das
questões por eles apresentadas. O contato pode ser feito por diferentes canais – telefone,
mensagens de texto, mensagens de voz, e-mail, correio ou outro meio que possibilite a
comunicação entre os clientes e beneficiários e a companhia.

AVISO, REGULAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SINISTROS: As ocorrências de eventos previstos nas


operações de seguro podem resultar em pagamentos de indenização por parte das
companhias aos clientes ou beneficiários. O processo de aviso, regulação e liquidação de
sinistros compreende as atividades do registro inicial das comunicações de sinistro, a análise
de eventos e das perdas notificadas a luz dos respectivos contratos de seguro, a avaliação das
perdas, a determinação dos valores para indenização, a investigação de possíveis indícios de
fraude, a liquidação das indenizações e a recuperação de perdas. Podemos resumir esse
processo na figura abaixo.

Para a regulação do sinistro, o reclamante deve fornecer todos os documentos e as


informações ambos previstos nas condições do seguro contratado.
Na hipótese de insuficiência ou necessidade de informações complementares, a seguradora
pode apresentar demandas sob a forma de exigências, as quais devem ser atendidas pelo
interessado.
As comunicações de sinistro podem ser feitas diretamente pelo cliente ou beneficiário ou,
alternativamente, pelo corretor interveniente na contratação do seguro. O corretor, agindo
como representante do segurado, pode atuar administrativamente junto a companhia,
apresentando os documentos necessários a regulação, fornecendo informações e
documentos, no caso de exigências, e recorrendo administrativamente junto a companhia,
no caso de discordância quanto aos valores indenizados ou quanto as decisões de
indeferimento.
Ao final do processo de regulação de um sinistro, a decisão pelo indeferimento de um pedido
de indenização, pelo seu acolhimento parcial ou integral, deve ser comunicada ao reclamante
e ao corretor da operação.
O controle e a comprovação de entrega dos documentos pelo reclamante, da apresentação
das eventuais exigências de informações complementares pela seguradora e do atendimento

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dessas exigências pelos interessados são requisitos essenciais para a gestão deste processo,
uma vez que existem prazos máximos para a regulação e a liquidação de sinistros sem o
pagamento da correção dos valores indenizados pelas companhias.
A emissão das apólices de seguros (ou dos bilhetes, certificados de seguros) e endossos de
todos os tipos foi muito simplificada com o advento da tecnologia. Hoje, quase que todos os
processos são eletrônicos, não havendo mais necessidade de tramitação de papeis, carimbos
de entrada e controles.

OPERAÇÕES nas CORRETORAS de SEGUROS


OPERAÇÕES NO ÂMBITO DAS CORRETORAS DE SEGUROS: A operação de uma corretora de
seguros e relativamente simples em termos de quantidade e complexidade de processos, mas
isso não significa que não seja trabalhosa. Dividiremos a operação em três etapas:
■■ Entrada: Os insumos são as necessidades de transferência de riscos dos clientes, sejam eles
pessoas físicas ou jurídicas. Essas necessidades se tornam oportunidades para as corretoras de
seguros transforma-las em seguros, títulos de capitalização, planos de previdência privada ou
planos de saúde.
■■ Processamento: Para processar essas demandas dos clientes, as corretoras de seguros têm
de contar com a parceria das seguradoras, obtendo cotações de seguros a partir da submissão
dessas ofertas as seguradoras e, posteriormente, retornando aos segurados, a fim de
receberem autorização para proceder a contratação do seguro. Internamente, nas corretoras
de seguros, a operação depende de pessoas trabalhando nas áreas comercial, administrativa
e técnica para processar informações, diretamente, ligadas a produção de seguros e outras
necessárias a organização do trabalho.
■■ Saída: E a concretização dos negócios.

Vamos focar nas operações centrais de uma corretora de seguros, sinalizadas na etapa de
processamento, na figura anterior.
A área comercial da corretora de seguros tem, geralmente, funções, dentre as quais:
■■ Captar clientes.
■■ Entender as necessidades de transferência de riscos dos clientes.
■■ Dirimir as eventuais dúvidas dos clientes.
■■ Apresentar aos clientes as propostas de seguro e colher assinatura.
■■ Prestar informações necessárias as seguradoras para o processo de subscrição de riscos,
fazendo contato com o cliente sempre que necessário.
■■ Realizar o atendimento dos clientes, informando como proceder em caso de sinistros.
A área técnica da corretora de seguros possui funções tais como:
■■ Realizar cotações de seguros, planos de previdência e planos de saúde dos clientes.
■■ Concretizar as propostas de seguros, dando entrada nas seguradoras para emissão das
apólices e contratos.
■■ Conferir as apólices de seguros.
■■ Dirimir eventuais dúvidas técnicas ou operacionais dos clientes.
■■ Apoiar as ações da área comercial.
■■ Manter atualizada a agenda de renovações dos seguros dos clientes.

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A área administrativa da corretora de seguros contém, dentre outras, as seguintes funções:
■■ Acompanhar o recebimento e o repasse de prêmios quando eles não são diretamente
cobrados pelas seguradoras.
■■ Acompanhar o credito de comissões e os relatórios de produção das seguradoras.
■■ Informar ao contador o movimento de receitas e despesas.
■■ Processar as contas a pagar.
■■ Pagar tributos.
■■ Consolidar extratos bancários.
■■ Cuidar das rotinas trabalhistas e de pessoal.
■■ Cuidar dos cadastros na SUSEP e nas Seguradoras e Operadoras.
■■ Realizar compras de materiais necessários para o dia a dia.
Todas essas funções são realizadas pelos corretores de seguros pessoas físicas quase sempre
sem auxilio de terceiros, porque não tem funcionários.
Obviamente, o tempo gasto com funções administrativas e muito grande e faz com que o
corretor de seguros tenha de se empenhar intensamente para, ao mesmo tempo, trazer
produção de seguros e processa-la internamente.
Os negócios chegam as seguradoras ou operadoras de saúde suplementar a partir dos
corretores de seguros, mas os primeiros passos para os recém-habilitados não são simples e
podem exigir o cumprimento de uma certa burocracia.

PRIMEIROS PASSOS
Cadastro na Susep: Após a obtenção do certificado da Escola Nacional de Seguros, e
necessário solicitar o cadastro de corretor Pessoa Física na SUSEP, conforme consta na Circular
no 510/2015.
O processo pode ser feito diretamente no site da SUSEP, onde é possível consultar o Manual
do Sistema de Cadastro de Corretores. Nele, você encontrara um passo a passo para se
cadastrar. No caso de cadastro de corretor Pessoa Jurídica, e importante observar
que a complexidade do cadastro aumenta pela necessidade de informações pessoais dos
sócios (se for o caso) e da empresa corretora de seguros. No Portal, basta seguir o passo a
passo indicado e fornecer os documentos eletrônicos relativos à empresa (CNPJ, Contrato
Social, Alvara, informações sobre os sócios, registro do corretor pessoa física responsável,
entre outros).
A SUSEP realizara a análise do requerimento e poderá ainda fazer algumas exigências para
completar as informações, mas, em não havendo pendencias, será concedido o registro para o
exercício da atividade de corretagem de seguros. O registro de corretor de seguros será
comprovado por meio de certidão extraída do Portal da Susep na Internet.
Pessoa Física ou Pessoa Jurídica? Ha uma decisão importante a ser tomada pelos novos
corretores de seguros: operar como pessoa física ou como pessoa jurídica?
Essa decisão definira, em geral, qual é o porte que o corretor de seguros quer ter cujos pros e
contras listaremos a seguir:

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Um dos fatores importantes que o corretor de seguros deve levar em conta para decidir se
atuara como pessoa física ou jurídica e o quanto ele paga de imposto de renda hoje e quanto
ele poderá vir a pagar. Por exemplo, se o corretor pessoa física trabalha com mais de uma
seguradora, ele deve, ao final de cada mês, fazer o somatório das comissões recebidas para,
com base nas tabelas do IRPF, saber quanto deverá pagar. Isso pode ser uma outra
complicação, já que o corretor pode ter outras fontes de renda, caso em que todos os
rendimentos devem ser acumulados.
Os corretores que atuam como autônomos, pessoa física, deverão fazer o recolhimento com
base na tabela de um empregado de qualquer outra empresa. O valor da alíquota até a data da
publicação deste manual varia de 7,5% a 27,5%. Mas, como regra geral, o imposto de renda
devido na fonte sobre rendimentos de pessoas físicas está sujeito a tabela progressiva e deve
ser retido pela fonte pagadora por ocasião do pagamento do rendimento.
No caso do corretor de seguros, a fonte pagadora e a seguradora, ou seja, sempre que a
companhia pagar comissão ao corretor, ela fara o desconto do imposto de renda. Se essa
comissão for paga mais de uma vez ao mês, o imposto incidira a cada pagamento caso ele
esteja na faixa incidente do imposto.
O problema e que se, como foi dito, o corretor vier a trabalhar com várias seguradoras, deverá
fazer contas ao final do mês e ainda poderá incorrer em pagar o Carne-Leão para
complementar o devido valor por conta do enquadramento em alíquota superior, quando
acumula o que recebeu de comissões de cada seguradora e o que foi retido na fonte. Mais que
isso, ainda terá de prestar atenção no ajuste anual.
Como pessoa jurídica, o novo corretor de seguros pode fazer a opção pelo Simples Nacional,
em uma tabela com alíquotas muito interessantes e progressivas, bem menores do que as da
pessoa física, com recolhimento unificado dos impostos federais, estaduais e municipais (ISS,
PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, IPI, ICMS e ISS), além da contribuição patronal previdenciária.
A decisão por constituir uma empresa implica algumas providencias importantes a tomar.
O atual Código Civil brasileiro trouxe significativas alterações na consagrada classificação
existente entre atividades mercantis (indústria ou comercio) e atividades civis (as chamadas
prestadoras de serviços). Na verdade, passou-se a definir o que é um autônomo e o que é um
empresário, e seguindo essa classificação, podem existir corretores de seguros autônomos
(anteriormente conhecidos como pessoa física) e corretores de seguros empresários,
organizados sob a forma de sociedade limitada, simples ou empresária.
As corretoras de seguros seguem a mesma legislação que as demais empresas, no que tange a
sua constituição, sendo recomendável que se contratem os serviços de um escritório de
contabilidade para auxiliar o empresário a providenciar os documentos necessários. Vale
ressaltar que há variações entre o que é requisitado por estados e municípios em relação

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aos documentos, mas de forma geral, pode-se estabelecer a necessidade de:
■■ Consulta previa a prefeitura do município.
■■ Consulta do nome comercial (geralmente são solicitadas três opções).

■■ Elaboração da declaração de empresário.

Não são tarefas simples e mesmo com a assessoria de escritórios de contabilidade, não se
consegue providenciar todos os papeis em menos de 45 ou 60 dias e há, evidentemente,
custos envolvidos.

NOME EMPRESARIAL E ALVARÁ: É importante destacar que a Circular SUSEP no 510/2015


estabelece a obrigatoriedade das expressões “corretor de seguros” ou “corretora de
seguros” no nome da empresa. Deverá ser consultado também o nome comercial (por
exemplo: registro.br, INPI, junta comercial etc.).
Para a corretora operar, será necessário o alvará de licença e funcionamento, obtido em órgão
da prefeitura. Cabe ressaltar que cada cidade tem sua exigência. Portanto, verifique os
critérios de concessão e os custos desse alvará junto a prefeitura da cidade onde a empresa
será instalada.
Ha ainda uma serie de restrições legais que deve ser observada quanto a quem pode ou não
atuar como corretor de seguros.

EIRELI × LTDA × S.A: Atualmente, a maioria das corretoras de seguros e empresa limitada
(Ltda.), ou seja, tem pelo menos mais de um socio no contrato social.
Corretoras do tipo sociedade anônima (S.A.) são empresas maiores, cujo capital e dividido por
ações e a estrutura organizacional e composta por assembleia, conselho de administração,
conselho fiscal e diretoria. Essas empresas podem ser de capital aberto ou fechado.
Desde 2011, o corretor de seguros pode abrir uma empresa individual de responsabilidade
limitada (EIRELI), que é uma empresa constituída por uma única pessoa na totalidade do
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a cem vezes o maior salário-
mínimo vigente no país.
Ha uma vantagem da EIRELI em relação a Ltda., pois há limitação da responsabilidade do
empresário, havendo a separação entre os bens da empresa e os bens pessoais de seu titular.

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Com isso, os bens pessoais do empresário não serão necessários para assegurar qualquer
debito contraído pela gestão da empresa.
A EIRELI e uma solução para o dilema que os empresários enfrentavam: a busca por sócios “de
favor” ou “de papel”, que constavam do contrato social somente para utilização dos benefícios
das sociedades limitadas.

CONTRATO SOCIAL E CNPJ: O contrato social e uma necessidade, e o ato de constituição de


uma empresa. É necessário, por exemplo, para abertura de conta corrente nos bancos,
cadastramento nas seguradoras, além de ser um dos documentos exigidos pela SUSEP para
obtenção do registro de corretor PJ.
O contrato social deve conter os dados do negócio, como nome da empresa, modelo de
constituição (se é EIRELI ou Ltda.), dados dos sócios, endereço da corretora etc. O modelo de
contrato social de uma corretora de seguros também deve atender aos dispostos da Circular
no 510/2015 da SUSEP, como indicação do responsável técnico pela corretora, que e o
corretor devidamente habilitado.
Existem modelos de contrato social de corretoras no mercado que podem variar por tipo de
natureza jurídica. Normalmente, os escritórios de contabilidade têm esses modelos. No
entanto, pelo fato de o contrato social ser de natureza jurídica, consultar um advogado para
obter esclarecimentos e o ideal.
Após os tramites de registro do contrato social na junta comercial, será possível obter, junto à
Receita Federal, o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

CADASTRO NAS SEGURADORAS E OPERADORAS DE SAÚDE: O cadastro nas seguradoras e


operadoras não é complicado, mas em geral exige atenção, porque há um conjunto de
informações exatamente igual para várias delas e, praticamente, assemelha-se as informações
já prestadas a Susep, a exceção dos dados bancários e de outros formulários específicos
que devem ser preenchidos de forma eletrônica ou manual. O período de análise e aprovação
do cadastro pode demorar entre 1 e 15 dias.
O mais importante e receber os códigos específicos e as senhas de acesso aos portais
eletrônicos, onde são disponibilizadas as informações sobre os produtos e onde se pode
conseguir cotação para a grande maioria deles, além de arquivos padronizados para
movimentação de grupos segurados.
Também e no portal das seguradoras e operadoras que as informações da produção são
registradas e poderão ser acompanhadas assim como a emissão de apólices e certificados, o
pagamento das comissões e também as eventuais pendencias do dia a dia.
Como escolher com que seguradoras ou operadoras trabalhar? As seguradoras (e as
operadoras de saúde suplementar) querem ter corretores de seguros distribuindo os seus
produtos, mas no momento em que aceitam os cadastros, isso significa que alocarão o
atendimento comercial dos corretores de seguros a uma de suas estruturas de atendimento
comercial e assim esperam que realmente haja fluxo de produção de seguros, previdência,
capitalização, planos de saúde e odontológicos.
Significa dizer também que, para isso, proverão informações eletrônicas e físicas sobre os seus
produtos e disponibilizarão treinamentos comerciais sobre tais produtos, já que cada um deles
tem suas peculiaridades.
Um dos maiores erros que um corretor de seguros pode cometer e realizar cadastro em muitas
seguradoras, como se isso fosse fundamental para poder fazer crescer a sua produção. Essa
pratica exige vencer a burocracia necessária para efetivar os corretores de seguros e, depois
disso, dedicar tempo a treinamentos e ao estudo dos produtos de cada empresa bem como a
familiarização com os portais de negócios e ao conhecimento dos tramites operacionais
para fazer a produção acontecer e resolver problemas e pendencias.

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Muitos (quase a maioria) fazem isso por não terem dedicado tempo ao planejamento prévio e
a construção de um plano de negócios que lhes permitisse entender o que querem vender, a
partir da análise do mercado alvo e do público-alvo que querem efetivamente explorar.
O cadastramento em seguradoras e operadoras deve seguir uma determinada estratégia,
inclusive, para evitar que o novo corretor de seguros se veja assolado de informações e
gastando seu tempo em conhecer estruturas e produtos que, na pratica, muito pouco utilizara,
acabando por pulverizar sua produção. E melhor ser um corretor de seguros muito produtivo
com menos seguradoras e operadoras do que pouco produtivo com muitas. Quem produz com
foco, mesmo com poucas seguradoras e operadoras, ganha respeito e consideração comercial
à medida que o tempo passa, tornando-se passível também de premiações extras e, algumas
vezes, de condições especiais de comercialização, o que, por si só, permite vantagens
competitivas e reduz custos operacionais. Uma outra razão e que se passa a conhecer as
pessoas, tonando mais fácil a resolução de problemas e até a liquidação de sinistros.
Os principais parâmetros de escolha, sem hierarquia, são os seguintes:
■■ Credibilidade com os segurados.
■■ Credibilidade com os corretores de seguros.
■■ Remuneração atraente.
■■ Atendimento e apoio comercial.
■■ Variedade de produtos (seguradoras generalistas) ou foco em
alguns deles (seguradoras especialistas).
■■ Preço.
■■ Velocidade de cotações.
■■ Flexibilidade operacional.
■■ Portal amistoso (fácil de operar).
■■ Velocidade na liquidação de sinistros.
■■ Disponibilidade e qualidade das informações.
■■ Premiações.
Cada um desses itens deve ser ponderado pelos corretores de seguros, de forma que possam
fazer juízo de valor e, a partir daí, escolherem quais são os melhores parceiros de negócio para
cumprir suas próprias estratégias.

PROCESSOS CRÍTICOS NA OPERAÇÃO DE UMA CORRETORA DE SEGURO: Após descrevermos


as decisões iniciais necessárias para constituição da corretora, falaremos sobre os processos
críticos na operação do negócio.
Nosso foco será em atividades da área técnica de uma corretora de seguros, já citada
anteriormente nesta unidade.
Vale lembrar que todas essas operações estão espelhadas nas operações das seguradoras.
a. Cotação de seguros: A cotação de um seguro e um dos processos que mais demandam
tempo e energia em uma corretora. São diversos produtos e cada um deles exige informações
especificas, que atenderão as necessidades da subscrição de cada produto.
Ter atenção as informações necessárias para cotação de um seguro e fundamental para evitar
retrabalho operacional. Portanto, ter um formulário de cada produto que possa ser
preenchido junto com o seu cliente pode ajudar bastante. Muitas seguradoras tem esses
formulários prontos e eles podem ser utilizados se a corretora não possuir o seu próprio. A
familiaridade do corretor de seguros com as questões desse documento e importante
para ajudar em seu preenchimento e posterior precificação por parte da seguradora.
Quando efetua a cotação, cada seguradora tem seu sistema. Por isso, o processo de cotação
de um mesmo item precisa ser efetuado diversas vezes, tantas quantas forem as seguradoras
escolhidas pela corretora.
Atualmente, para a maioria dos produtos, é possível inserir os dados no sistema da seguradora
e o resultado (preço do seguro) e apresentado em seguida. Porém, para alguns produtos mais

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complexos, isso pode levar alguns dias até o retorno a corretora, pois exigem atuação de uma
“mesa interna de cotação” dentro da seguradora.
Existem alguns sistemas comercializados no mercado que possibilitam inserir os dados de uma
única vez, o próprio sistema calcula, em várias seguradoras, e apresenta os resultados de
forma comparativa. O objetivo e economizar tempo da corretora, agilizando o processo
interno. No entanto, vale observarmos alguns aspectos importantes:
■■ Esses sistemas aplicam-se apenas a alguns produtos como seguro automóvel, seguro saúde
e seguro residência.
■■ Existem diversos sistemas no mercado e fica a critério do corretor escolher aquele que
melhor o atenda ou não optar por nenhum deles.
■■ Cada sistema tem suas características e especificidades alinhadas com as seguradoras e o
que vai garantir acesso as cotações de cada seguradora e o cadastramento/negociação do
corretor com cada uma delas, o que se dá independentemente da aquisição do sistema.
A forma de apresentação das cotações e um fator que também deve ser considerado pelos
corretores. Como não existe um padrão, cada corretor pode adotar um critério: quantas
cotações serão apresentadas, que critérios foram adotados para seleciona-las, que outras
informações serão disponibilizadas aos clientes e como será apresentada (pessoalmente, por
e-mail, telefone etc.).
Contratação, proposta e emissão: Uma vez que o cliente aceitou a oferta apresentada no
orçamento, e hora de a corretora dar sequência a contratação do seguro. Para isso, o corretor
deve acessar o sistema da seguradora e formalizar a proposta direcionada a ela.
Além dos dados já preenchidos no orçamento, será necessário informar se o pagamento será a
vista ou em parcelas (forma de pagamento), dados bancários (se o pagamento for via debito
automático) ou dados do cartão de credito, dados para inspeção do risco ou agendamento de
vistoria e preenchimento da
declaração individual de saúde, quando for o caso. Em alguns casos de contratos empresariais,
são necessários o contrato social e os documentos que comprovam vinculo da empresa com os
proponentes.
Atualmente, o envio da proposta se dá, na maioria dos casos, por meio do próprio sistema da
seguradora. Caso não seja automático, será necessário protocolar a proposta de forma física
(papel) na seguradora.
O prazo que as seguradoras levam para efetuar a emissão das apólices de seguro costuma ser
inferior a 15 dias, havendo uma tendencia das seguradoras de enviar as apólices de forma
digital. Ainda assim, ao preencherem as propostas, os corretores devem informar o local do
risco bem como o local de entrega de correspondências, telefones e e-mail.
Endosso: A intermediação do corretor acontece de forma semelhante ao observado
nos processos de cotação, contratação e emissão.
Existem poucas situações em que o endosso e feito por iniciativa da seguradora — geralmente,
um endosso de cancelamento da operação de seguro. Essas situações são classificadas pelas
seguradoras como decorrências de motivos técnicos ou de inadimplência dos segurados.
Nesses casos, também existe a emissão de documento formal e de comunicação as demais
partes intervenientes na operação.
Aviso de sinistros: Mesmo podendo ser comunicados diretamente a seguradora pelo
beneficiário, esse processo e uma etapa interessante para o corretor de seguro,
pois é quando o cliente tangibiliza o seguro. Então, mesmo que o cliente não recorra, o
corretor pode se prontificar prestando seu apoio em caso de alguma dificuldade junto a
seguradora.
Assistência 24h: Embora o serviço, na maioria das vezes, seja prestado por uma empresa
terceirizada da seguradora, o corretor, normalmente, e avisado da solicitação. Muitas vezes, o
cliente liga para o corretor porque não sabe como acionar o serviço. Colocar-se a disposição do
cliente ajuda a valorizar o serviço prestado pelo corretor de seguros.

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Administração de operações: A administração de operações compreende todas as atividades
relacionadas com a cobrança dos prêmios vinculados as operações de seguro e pode
demandar bastante tempo operacional da corretora.
O pagamento do prêmio do seguro pode ser feito de três formas, basicamente:
boleto bancário, debito automático e cartão de credito, podendo o pagamento ser a vista ou
parcelado. O controle da inadimplência e feito pela seguradora, que efetua a comunicação ao
cliente e ao corretor de seguros. Essa comunicação e materializada com um documento formal
e representa um procedimento prévio ao cancelamento do seguro por falta de pagamento,
caso a condição persista.
Portanto, a atuação da corretora no sentido de manter os dados cadastrais dos clientes
atualizados e importante. Muitas vezes, o corretor tem de atuar para gerar uma segunda via
de pagamento.

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