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PORTUGAL GOUVÊA
AULA 1 – 24/02/2011
Noção de risco: todo contrato é uma forma de manejar risco entre as pessoas.
Contrato é mecanismo desenvolvido para que se possa estabelecer relação com outro
indivíduo que vc não conhece necessariamente. Regulação do risco.
Contrato de seguros: outros riscos envolvidos (violência, saúde, vida, carro). Estamos
sempre mensurando os riscos em nossas ações – instinto humano. Teoria: passamos a
nos organizar em sociedade em razão do medo. No momento em que nos organizamos
como sociedade para se proteger desse medo, construímos maior segurança para todos.
Contrato no qual cedemos algumas liberdades para a obtenção de maior segurança
(HOBBES – segurança física e também material). As pessoas também se organizam em
sociedade para a obtenção de mais riquezas. Segurança gera o desenvolvimento de
riqueza. As pessoas participam do comércio para apropriar mais riquezas?? Não
importa, de qualquer forma é preciso ter segurança pessoal, jurídica.
Sociedade primitiva (indígena por exemplo): quais eram as fontes de segurança social?
(i) Famíla—dá segurança nos momentos de maior fragilidade infância e velhice; (ii)
capacidades individuais; (iii) religião/comunidade.
Origem história dos seguros: código de Hamurabi: apresentava lei especifica sobre
seguros (forma legal de distribuição de riscos – financiamento da atividade econômica
mercantil). Art. 102: Relações entre o comerciantes e o comissionário. Art. 103: se
durante a viagem o inimigo lhe leva alguma coisa pertencente à outra pessoa, o
comissionario deverá jurar em nome de deus e ir livre (não é obrigado a devolver o
dinheiro emprestado, se foi roubado).
(continuar)
Elemento essencial do seguro: analise estatística. Seguro passou a ser uma relação
coletiva, não mais individual/bilateral.
Conceito de riscos pré determinados (art. 757 do CC): o segurador se obriga mediante o
pagamento de um prêmio a garantir a interesse legitimo do segurado contra riscos
determinados.
Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a
garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados.
LOIDS: maior “bolsa de valores” de seguros em Londres. Bar onde as pessoas iam e
faziam comércio de seguros marítimos. Lista dos produtos e quanto seria pago para a
assunção do risco (analise pelo tipo de rota desenvolvida pelo navio). Comitê criado
dentro do bar passou a regular esses seguros. Até hoje loids é o principal mercado de
seguros do mundo. Ofertas públicas de riscos e seguradoras compram os riscos. Houve
a necessidade da regulamentação governamental, uma vez que haviam casos em que
aquele que estava vendendo o risco e comprando uma apólice de seguros não era o
mercador ou o interessado direto, mas um terceiro/outra pessoa (quebra do elemento
essencial do seguro: boa-fé- relação moral e de confiança entre as partes e alinhamento
de interesses). 1ª legislação inglesa sobre riscos, proibiu esse tipo de seguro (relação de
jogo/apostas) em seguros marítimos.
3 tipos de seguro: (i) seguro feito pelo Estado – protege as pessoas de inseguranças
sistêmicas (substituição das famílias). (ii) Seguros organizados de forma cooperativa –
principalmente na europa: exemplo: seguro realizado pelo empregador – mais barato
(dissolve o risco entre os trabalhadores). (iii) Contratos individuais de seguro –
bilaterais.
BRASIL: Nossa sociedade está se tornando mais rica, de forma que vai necessitar mais
de seguros – poder aquisitivo da população está maior. Direito seguros está relacionado
ao desenvolvimento econômico de nosso país.
AULA 2 – 03/03/2011
Boa-fé,
Interesse – lei de seguros marítimos que impediu os seguros de jogo – terceiro que não
tinha interesse pelo bem em questão contratava seguro – conflitos de interesse, uma vez
que terceiro teria o interesse de que o navio afunde.
1. Família: Estado – sistema de seguridade social
2. Comunidade – seguros de capacidade comunitária
3. Capacidade individual – seguros de base exclusivamente contratual e
empresarial.
Exercício de sala:
O que aconteceria se empresa não tivesse recurso para pagar a apólice: acionistas
deveriam se reunir para pagar esse dinheiro – tal regra contradiz com a ideia de
responsabilidade limitada. Se sócio se recusar a pagar ele é expulso da sociedade e
ainda tem que pagar o risco.
1ª empresa de seguros de escravos – tinham o máximo de ações que cada sócio poderia
ter. garantia que todos os sócios teriam uma certa igualdade na participação da
sociedade. 1858- limitação pelo numero de voto nas assembleias, independentemente do
numero de ações. Nesse período também houve uma grande entrada de empresas de
seguros estrangeiras do brasil. – em razão da forte dependência brasileira da Inglaterra.
Regulamento estabelece regras básicas de regulação – autorização prévia para o
desenvolvimento da atividade de seguros – todas as sociedades anônimas exigiam uma
certa autorização previa. Falta de liberdade de associação. Sociedades anônimas –
mecanismo relevante para capitação de recursos e novas indústrias – poder do estado de
permitir ou não industrialização de colônia, etc.. Governo – analise de relações e dizia
se a existência dessas relações eram boas para a sociedades - separação do seguro de
vida dos seguros de danos.
Reação das empresas estrangeiras que atuavam no brasil revogando a grande maioria
dessas regras.
Dois objetivos principais para essa lógica: 1- maior controle dos pagamentos dos
prêmios no país – antes havia saída de divisas do pais, 2- incentivar o desenvolvimento
das industrias nacionais.
Grande risco sistêmico – existia algumas empresas que não estavam fazendo nenhuma
analise de risco. Pequenas empresas as vezes não faziam analise sofisticada dos riscos
que estavam tomando – por estarem competindo com grandes empresas com
retrocessões
Hoje temos uma estrutura mais mista e equilibrada – sistema de securitização forte e
serie de mudanças que facilitaram o desenvolvimento de empresas com caráter
comunitário e fortalecimento das grandes empresas de seguros.
AULA 3 – 10/03/2011
Conceito de seguro: art. 757 do CC, que diz: Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga,
mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos
predeterminados.
Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse
segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem
prejuízo da ação penal que no caso couber.
Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do
sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso
de mora do segurador.
Existem contratos que estabelecem a compra de apólice de seguros mais baratas, mas
que em contrapartida somente cobririam uma porcentagem do valor do bem (80%,
75%). Todavia, não é admitido no direito brasileiro qualquer tipo de seguro que possa
gerar algum lucro para o segurado (recebimento de valor superior ao valor do bem –
125%, por ex).
Regra existe para garantir que todo o contrato de seguro tenha o risco moral: PESSOA
segurada deve estar correndo algum tipo de risco, deve ter algo a perder. Tendência das
pessoas se tornarem menos cuidadosas em relação ao riso, no caso de terem
determinados bens segurados – transferência do dano econômico do prejuízo para um
terceiro. Daí a necessidade de se ter um seguro de automóveis equilibrado com o real
valor do automóvel, evitando que pessoa tenha qualquer lucro com o mesmo (seria um
estimulo para os indivíduos facilitarem o furto de automóveis e aumentarem o número
de acidentes automobilísticos). Interesse social dos seguros é a existência de agentes
atuando de forma coordenada para a redução dos riscos.
Questão do custo da apólice de seguros: para que ela venha a ter 100% de cobertura.
Mesmo considerando que ela terá o risco moral de não se envolver em risco morais que
causariam algum risco psicológico.
É tudo uma escolha de politicas públicas – trazer risco para a seguridade social ou
deixá-lo para ser resolvido pela responsabilidade civil - o que enseja a criação de
contratos de seguros.
Outro exemplo é o contrato de seguro de vida com clausula na qual nos casos em que a
pessoa que venha a falecer por meio de suicídio, o prêmio não é devido. Tal cláusula é
válida? Jurisprudência é uníssona a preservar esse tipo de cláusula. Qual é a razão de
manutenção dessa regra? A principal razão é que o seguro poderia chegar a um preço tal
alto que deixaria de existir. Risco de vida: analise de fatores pessoais (pessoa fuma ou
não fuma) – o que influencia no preço da apólice. Interesse de terceiros com relação ao
seguro de vida (questão do interesse legítimo).
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir
circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o
direito à garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido
Seleção adversa: seguro de saúde/vida – grupo de fumantes (maior risco de vida) e não
fumantes (menor risco de vida) – impacto no valor da apólice. Qual é a consequência
disso? Sistema no qual inexistisse qualquer mecanismo que obrigasse pessoa a falar a
verdade no momento de formação da apólice!? Como consequência, apólice seria mais
cara para os não fumantes. Tendência em imaginar que maior parte das pessoas
seguradas são fumantes. Teoria econômica bastante influente no direito dos seguros:
assimetria das infomaçaoes – mercado de limões: possibilidade de ter alguns mercados
no qual a assimetria de informações pode gerar, não só esse tipo de distorção, como
também a total eliminação deste tipo de mercado. Seleção adversa no qual somente as
pessoas que tendem a ter atitudes agressivas, tendentes a maior risco contratariam o
seguro.
AULA 4 – 17/03/2011
Efeito dos seguros na sociedade: seguros auxiliam na reconstrução da sociedade
(Japão). Reconstrução de casas, morte de parentes.
Art. 766 – caso o segurado fizer declarações inexatas – perderá o direito a garantia.
Conceito que explique tanto o seguro de danos como o seguros de pessoas (proposta do
texto): art. 789 – seguros de pessoas é ilimitado na estipulação do prêmio – proponente
pode estipular o valor que entender, bem como pode ser contratado mais de um seguro
com relação a vida de uma mesma pessoa.
Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente,
que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos
seguradores
Seguro por conta de outrem: o estipulante do seguro é o único que assina a apólice e
temos um terceiro beneficiado que normalmente não é identificado. Ex1. contrato de
seguro de alguns bens transportados. Adquiro bem e transação se dá quando
vendedor entrega o bem à empresa de transporte (logo a responsabilidade é transferida).
Empresa de transportes, contrato global de todos aqueles bens transportados (de
proprietários não identificados – inexistência de identificação individual dos
proprietários).
Isso desafiaria o argumento do interesse, uma vez que estamos segurando pessoa não
identificada, mas o CC permite esse tipo de contrato. Segundo a teoria da
necessidade, estabelece-se que o terceiro atua como procurador do interessado.
Ex. 2: contratos coletivos- alguém contrata por um grupo de pessoas. Empregado era o
beneficiário, mas mantinha-se a obrigação do estipulante de cumprimento de todas as
regras dos contratos de seguros.
Seguro de vida: aspecto moral desta relação – todo o contrato de seguro deve envolver a
questão do risco moral, mesmo que valor não possa ser materializado de forma objetiva.
É difícil determinar um valor para a vida, fato é que as pessoas fazem mais coisa para
preservar a sua própria vida, (estimulo grande de preservação), bem diferente do caso de
bens materiais.
Critica: empresa de seguros – jogo também pode ser realizado por empresas.
Seguros de bens de altíssimo valor NÃO são efetivados por uma empresa de
seguro, individualmente. Risco altamente especializado – seguro individualizado,
somente para aquele bem, distribuído para varias pessoas – algumas delas não
necessariamente seguradoras. Usina nuclear – também exsite a necessidade de se fazer
um pull – dispersão do risco, ou ainda um resseguro.
AULA 5 – 24/03/2011
Teoria da indenização: objetivo das partes é obter previsibilidade com esse contrato
e conseguir uma indenização, seja com o seguro de danos ou com o seguros de
pessoas. Teoria tem dificuldade em aceitar o estabelecimento de um valor em dinheiro
para a vida.
Risco sempre existirá em uma sociedade, mesmo em uma sociedade perfeita! Por
isso que a teoria da indenização não é suficiente, mas temos a necessidade também da
teoria da necessidade. Também é inegável que o contrato de seguros é parte essencial do
desenvolvimento do capitalismo – empresas capitalistas precisam de contratos de
seguros para desenvolver as suas atividades, uma vez que toda empresa possui sua
especificidade e o contrato de seguro serve para o empresário separar as questões –
empresário desconhece alguns riscos e para isso contrata seguros – tudo para que
consigamos ter maior previsibilidade na vida.
Mas de uma certa forma o que a teoria da empresa diz é que existe algo inerente ao
contrato de seguros que torna necessário que sejam realizados dentro de uma estrutura
empresarial
Teoria do mercado dos limões, segundo a qual alguns mercados ficam distorcidos de
forma a estimular somente pessoas de ma-fé a participarem desses mercados. Se
fizermos regras que aumentem muito os custos de seguros, somente pessoas com muitos
riscos contratariam seguros. – ciclo vicioso: perda do aspecto central da teoria dos
contratos – mutualismo (distribuição do risco entre as pessoas). Dificuldade: se
propormos alterações de regras que tornem o seguro mais caro, posso prejudicar
indiretamente os consumidores em razão da deturpação dos contratos de seguros.
Portanto, de uma certa forma temos uma tendência na empresa de seguros: quanto
maior a empresa de seguros, maior o n. de apólices e portanto mais próximo será o
risco efetivo que a empresa esta sofrendo do risco probabilístico.
Nesse caso, a empresa pequena certamente teria que cobrar maior preço para o contrato
de seguros. Uma vez que surge o risco dos 5% dos carros roubados estejam na
inteiramente na carteira de seguros dela (empresa eventualmente pode ter de cobrir
100%)!! Empresa deveria formar uma reserva de dinheiro, ao invés de distribuir os
lucros – custo o qual é embutido no preço da apólice, que, portanto, será maior.
Lei dos grandes números é verdadeira em relação a riscos homogêneos, mas se os riscos
são muito genéricos entre si, fica mais difícil utilizar essa regra.
Efeito nas seguradoras: conceito dos ganhos de escala: quanto maior o seu volume
menor o seu custo. Essa característica é quase inerente a empresa de seguros, na qual
quanto maior o n. de apólices, menor será o custo para ela (estatisticamente o cálculo
fica melhor).
No caso da indústria de seguros: não existe esse aspecto físico, mas uma inerência aos
ganhos de escala, o que também ocorre na indústria de softer, por exemplo (elemento de
rede, na qual cada novo participante valoriza mais aquele sistema, de forma
desproporcional a entrada do participante anterior). Objetivo de uma rede sempre será
adquirir o maior n. de participantes possível.
Grande barreira de entrada: toda a empresa de seguros precisa ter uma capacidade
técnica de analisar esse risco como também tem que ter um volume significativo de
recursos para manter reservas.
AULA 06 – 31/03/2011
SEGURO DE DANOS
Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultrapassar o valor do interesse
segurado no momento da conclusão do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem
prejuízo da ação penal que no caso couber
Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento do
sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da garantia fixado na apólice, salvo em caso
de mora do segurador..
Objetivo do artigo 781 cc é desestimular o lucro.
STJ - jurisprudência mudou a poucas semanas: somente agora se tornou uma prática
com algum fundamento legal a utilização da tabela fip como referencia do seguro de
automóveis. Porque houve essa modificação?
Pesquisa da fip – redução dos custos de transação na hora de identificação dos preços de
mercado dos automóveis. (Identificação do preço de mercado por terceiro
independente).
Casos de imóveis, bens de uma indústria, etc: Existe entendimento de que a melhor
forma de se determinar valor do bem, nesses casos, é o valor da apólice. Muita
dificuldade em apreciar o valor de mercado do bem no momento do sinistro.
Prof vera helena tenta diferenciar esses dois tipos do ponto de vista patrimonial.
Critica: Contrato de responsabilidade civil pode ser feito em um valor específico. (ex:
seguro de carro em relação a terceiros – estipulação de um valor limite de cobertura).
Diferenciação pela origem = Origem do seguro de dano indireto- dano a terceiro.
Seguro de responsabilidade civil pode ser feito de forma genérica, sob todo um
patrimônio, o que é difícil porque o preço seria muito elevado.
Seguros de indenização de diretores de empresa com relação aos atos que eles tomam
perante algumas autoridades da CVM.
Seguro de crédito, seria um seguro de dano direto ou de dano indireto? Seguro de dano
direto – porque é um bem (valor pré determinado).
§ 1º Tão logo saiba o segurado das conseqüências de ato seu, suscetível de lhe
acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o fato ao segurador.
§ 2º É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a ação, bem como
transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuência expressa do
segurador.
§ 3º Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide ao segurador.
§ 4º Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, se o segurador for insolvente
Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a indenização por sinistro
será paga pelo segurador diretamente ao terceiro prejudicado
Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos
direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano.
§ 1º Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo cônjuge do segurado,
seus descendentes ou ascendentes, consangüíneos ou afins.
§ 2º É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em prejuízo do segurador, os
direitos a que se refere este artigo.
CC art 206
Prescreve:
§ 1º Em um ano:
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é
citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da
data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão
Prova: 2 questões: leitura: livro do Amadeu Ribeiro – Direitos de Seguros (cap: I,II, IV,
V) e artigo Do Tulio Ascarelli (1 QUESTÃO sobre esse texto) e texto da professora
Vera Helena – Seguro de Danos e Seguro de Pessoas.
SEGUROS DE PESSOAS
Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipulado pelo proponente,
que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos
seguradores
Seguro de pessoas não teria caráter indenizatório: vida é um valor inestimável. Não se
deve moralmente aceitar que a vida humana tenha um valor preciso – ser humano não
pode ser meio para atingir um outro objetivo.
Por outro lado, sabemos que existem tentativas de se identificar um valor para vida
humana. Exemplo: dois últimos acidentes aéreos no Brasil. Câmara de mediação com
uma serie de parâmetros para o estabelecimento de indenizações para cada uma das
famílias (renda de cada uma das pessoas e parâmetros gerais como valores mínimos e
máximos para essas indenizações). Mesmo do ponto de vista prático é difícil estimar o
valor da vida, uma vez que o valor presente da vida pode não corresponder ao valor
futuro (rendimento presente pode não ser equivalente ao longo dos anos). Quanto o
indivíduo dedicava de sua renda para a família, impostos.
Estatísticas: dano pode ser calculado de forma geral: renda média das pessoas atingidas
por um dano ambiental, por exemplo.
Seguro de pessoas acaba estabelecendo um valor para a vida que incorpora não só
analises externas, mas principalmente analises que são feitas pelo próprio individuo
estatuidor do seguro. Pai e mãe podem fazer seguros de vida em benefício dos filhos:
segurança não só em relação ao futuro, mas também ao momento presente.
Função do seguro de dano: redução de riscos. Qual seria o objetivo do seguro de vida?
Não seria a redução de risco de morte!! Função seria tentar reduzir os riscos de
insuficiência patrimonial da família.
Seguro de saúde e de acidentes pessoais: zona entre seguro de vida e seguro de danos.
Dificuldade em realizar classificação precisa, nesses casos.
Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos
primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de
suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único - Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a cláusula contratual que
exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado.
Nesse caso, o valor pago de prêmio faz parte do patrimônio do segurado, do estipulante
ou da empresa de seguros (da seguradora). Um dos poucos mecanismos de transferência
de patrimônio causa mortes livre de qualquer necessidade de regulamentação sucessória
(única forma legal de transferência de patrimônio causa mortes sem seguir-se as regras
sucessorias).
Isso porque, valor do seguro de vida saiu do patrimônio das pessoas. Diferença do ponto
de vista legal entre uma poupança bancária é o grau de controle que tenho sobre os
recursos. No caso de seguro de vida, considera-se que propriedade foi de fato já
transferida para terceiro.
Art. 791. Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não tiver como causa
declarada a garantia de alguma obrigação, é lícita a substituição do beneficiário, por ato entre
vivos ou de última vontade.
Parágrafo único - O segurador, que não for cientificado oportunamente da substituição,
desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo beneficiário.
Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qualquer motivo não
prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por metade ao cônjuge não
separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem da
vocação hereditária.
Parágrafo único - Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão beneficiários os que
provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à subsistência.
Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de morte, o capital estipulado
não está sujeito às dívidas do segurado, nem se considera herança para todos os efeitos de
direito.
Imposto de renda não se aplica ao benefício pago de seguro de vida: além de ser um
mecanismo de superação de regras sucessória, também existem benefícios fiscais.
(ITCMD – imposto de transição causa mortis – também não há incidência – mesmo
porque também não há incidência de regras sucessórias!). Porque não se considera o
benefício como renda? Regra de indenização: qualquer valor pago a nível de
indenização não está sujeito a imposto de renda (pagamento por dano/perda
sofrido).
Art. 796 – Prazo
Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limitado, ou por toda a vida
do segurado.
Qual será a tendência? Aumento do valor do seguro de vida por prazo limitado, de
modo a chegar mais próximo ao valor do seguro de vida para a vida toda (mesmo
durante o período em que individuo é jovem e o risco é menor).
Isso porque, no regime de seguro por prazo limitado, o seu valor é bem baixo enquanto
pessoa é jovem e vai se tornando cada vez mais caro/alto quando o indivíduo é mais
velho. Enquanto isso, o seguro de vida para a vida toda o valor é estável durante toda a
vida do segurado.
Seguro de danos existe a sub-rogação automática – diferença paga pela seguradora pode
ser por ela cobrada de terceiro (autor do ilícito).
Art. 800. Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se nos direitos e ações do
segurado, ou do beneficiário, contra o causador do sinistro.
Porque o legislador impediu a subrogaçao? Está clausula bem explica diferença entre
seguro de vida e de pessoas. Natureza do valor pago em caso de sinistros de seguro
de vida não é indenizatória (característica quase que previdenciária). Se
eventualmente alguém for culpado pelo sinistro, seria um beneficio a mais para a
família.