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INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL DA BEIRA

Brochura 1

Qualificação CV5 Nível do QNQP: CV5


Código
Sub campo: Contabilidade
Nacional:
Administração e MOADG
Campo: Código do Módulo: Semestre 1°-2024
Gestão 025001191
Título do
3.1 Operar com a contabilidade da Banca, Seguros e Instituições sem fins Lucrativos.
Módulo
RA: 2 2. Realizar a contabilidades dos seguros CD: a
a)Explicar a Actividade das seguradoras, as suas funções, os
CD: a)
seus produtos e serviços.
Créditos Tempo: A e B CV5
Formador : Dr. José Limpo Sade Turmas:
totais: 12 3horas D/NOCT
Nome do
verificador:
Data: 15/04/2024 Resultado

Brochura: 1

1.1. Actividade de Seguros


1.2. Evolução de actividade de seguros
2.Conceito de seguros na modernidade.
2.1.Actividade de Seguros na Modernidade.
2.1.1. Constituição das companhias seguradoras
2.2. Características de contrato de seguros

1.1. Resenha histórica de actividade de seguros.

Actividade de seguros é bastante antiga, de acordo cordo com Maria de Fátima Senra Estrela

(1961), desde dos tempos primordiais da humanidade, sentir-se em segurança é a condição

inerente a qualquer ser e, no caso do homem, esta necessidade tem o tempo da memória. Pois,

a protecção do ser e do ter constituem, a mais rudimentar forma de sobrevivência da espécie.

Alguns traços marcantes de seguros, são associados aos Fenícios, e aos Romanos. Em ambos
povos, se inspiraram na ajuda ou socorro mútuo, de tal sorte que está na origem de seguros da
noção de que é possível minimizar o impacto nefasto que pode transformar o tudo em nada!

Formador: Dr. José Limpo Sande Contabilidade de Seguros 1/8


Os Fenícios, promoveram o associativismo, o qual se encarregava em atribuir uma nova
embarcação ou um novo animal aos mercadores sócios que perdessem esses bens devido a uma
tempestade ou acção de pirataria. Essa acção do associativismo tinha como o foco a
solidariedade, dos membros da associação, sem fins lucrativos.

Os Romanos, não só adoptaram a prática dos Fenícios, como a perfeiçoaram. Estes introduziram
um banqueiro na actividade de seguros, em que o proprietários ou armador de um navio recebia
de empréstimo de um banqueiro, uma quantia igual ao valor das mercadorias transportadas,
devendo no entanto o mutuário restituir o capital mutuado ao mutuante com um acréscimo que
poderia atingir os 15%, quando o navio ou a carga chegasse salvo ao destino. No caso contrário,
ou seja ocorrência de naufrágio ou a perda por acções de pirataria, o capital mutuado não poderia
ser restituído ao mutuante, pois, o capital mutuado serviria para ressarcir ao mutuário para
retorno ao negócio.

No dizer de Pedro Martinez (1961), “ não é possível estabelecer com precisão a origem de
seguros, senão a partir do momento em que ele foi regulamentado por normas específicas”. Foi
com o crescente desenvolvimento mercantil verificado nas cidades italianas, e que se estendeu a
toda para Europa, que surge o primeiro contrato de seguros oficialmente conhecido, em Génova,
no ano de 1347, segundo o qual a seguradora prometia o pagamento das mercadorias em troca do
recebimento antecipado de uma quantia, denominado prémio de seguros, e caso a mercadoria
segasse ao destino a seguradora não restituía ao prémio recebido, o que constituía a mais-valia
para a seguradora. Foi dai que actividade de seguros acompanhando a actividade comercial, em
vários sectores se expandiu para varias cidades europeias.

Todavia, foi no final do século XVII, e no começo do século XVIII, com o desenvolvimento
industrial da Inglaterra, que o seguro conhece o seu desenvolvimento, adquirindo as formas de
gestão que hoje de uma forma genérica o caracterizam.

Importa destacar que os seguros que mereceram em primeiro lugar atenção dos legisladores
foram os seguros marítimos, devido ao desenvolvimento mercantil.

Foi no século XX, que os seguros tiveram um grande desenvolvimento, pela criação por toda a
parte mundo de sociedades anónimas, que fizeram a propaganda de todos os ramos que nessa
época se trabalhavam.

Formador: Dr. José Limpo Sande Contabilidade de Seguros 2/8


O seguro de automóvel apareceu, com o aparecimento de automóvel, assim com o seguro aéreo
com o aparecimento do avião, e depois seguro de capitais, seguros de ramo vida, entre outros
ramos que pouco tem de história evolutiva.

Durante a primeira metade do séc. XX, a indústria de seguros tem realizado em todo o mundo o
seu pleno desenvolvimento e em todos os países está regulamentada por leis especificais que têm
contribuído para a confiança que hoje inspiram todas as empresas seguradoras, qualquer que seja
a sua forma de constituição. Sem essa confiança não poderia existir o seguro, pois ninguém dá
dinheiro senão em troca de qualquer coisa. E as sociedades de seguros em troca dos prémios que
recebem, somente podem dar ao segurado a confiança de que será devidamente indemnizado ou
ressarcido no caso de vir a sofrer o prejuízo que a sua previdência lhe fez temer.

2. Conceito de seguros na modernidade.

O seguro fundamenta-se no mutualismo, traduzido na expressão “ um por todos e todos por


um”, ninguém seguraria a sua vida, ou seus bens numa sociedade da qual soubesse ser o único
associado. Enquanto vivesse e enquanto não sofresse qualquer prejuízo nos seus haveres, estaria
pagando os prémios dos seus seguros, mas quando ocorresse um prejuízo ou facto nefasto da sua
vida ou nos seus bens, donde é que havia de receber a indemnização a que tinha direito?

Dai que pela mutualidade, muitos pagam os prémios estabelecido, para que somente alguns
sejam indemnizados dos prejuízos que sofrerem. Ninguém, dentre aqueles muitos, deve desejar
ser ele um dos indemnizados, preferindo, antes estar anos sem conta pagando periodicamente os
seus prémios de seguros, sem outra compensação que não seja a de ter o seu espírito tranquilo e
o sentimento de solidariedade de considerar que com o seu dinheiro são remediadas as desgraças
sucedidas a alguns dos seus semelhantes.

2.1.Actividade de Seguros na Modernidade.

Actividade de seguros no modernidade é desenvolvida de forma estruturada por sociedades


anónimas, cujo objecto é o exercício de actividade de seguros, resseguro, e das operações que
com ela se relaciona relativas a prémios, sinistros, remunerações de mediação de seguro directo
de resseguros aceite e cedido.

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No tempo primordial actividade de seguros era desenvolvida com carácter de ajuda mútua ou
solidariedade, sem fins lucrativos.

Enquanto na modernidade as empresas de seguros operaram para fins lucrativos, por via disso,
elas devem obedecer os trâmites da sua constituição, e observar o cumprimento da legislação
competente, consagrada na contabilidade de Seguros.

Contabilidade de Seguros é o ramo da contabilidade que tem o papel de criar uma segurança e
minimizar os riscos do Ser humano e das organizações empresariais, seja para seus bens
patrimoniais, receitas, investimentos e apresentando as Demonstrações Financeiras.

2.1.1. Constituição das companhias seguradoras.

A constituição das companhias seguradoras à semelhança de outras sociedades com ou sem fins
lucrativos, tem como requisitos incontornáveis para sua tramitação quer do ponto de vista social
que do ponto vista legal.

Para constituição de uma sociedade destacam-se duas categorias de sócios nomeadamente


promotores e sócios fundadores:

a) Promotores são aqueles que concebem a imaginação, identificam a oportunidade de


negócio e tomam a iniciativa de criar uma sociedade, desenvolvem estudos preliminares,
capital social, adoptar o nome da firma, estrutura técnica, forma jurídica, entre outros
aspectos desenvolvidos na fase preliminar.

b) Sócios Fundadores, são aqueles que efectivamente venham a constituir e organizar a


sociedade, tais como subscrever e realizar o capital social, outorgando a escritura, entre
outros aspectos.

Normalmente os promotores tornam-se sócios fundadores da sociedade. Os que não poderem


subscrever e realizar o capital, a sua contribuição na sociedade passará para história sem nenhum
impacto da sociedade.

Na Estrutura técnica da sociedade devem estar destacadas as vantagens especiais ou benesses


que porventura os sócios queiram atribuírem-se nos limites à luz da Lei.

O Capital Social subscrito e Realizado deve ser igual ou superior a importância necessária para:

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a) Reembolsar aos promotores das despesas que hajam efectuado na conta da sociedade,
desde que haja justificativos competentes;

b) Construir ou adquirir infra-estrutura, tais como edifícios, equipamentos, impostos pela


natureza e dimensão da actividade,

c) Atender as despesas necessárias ao funcionamento da organização, tais como salários,


despesas correntes: taxas e impostos, água, luz, telefones, combustível, indemnizações,
etc., até que primeira série de clientes seja assistida sem percalços.

2.1.2. Adopção da Firma da Sociedade.

A sociedade só pode ser constituir-se depois de se acharem verificadas determinadas condições


ou requisitos:

 De ordem geral ou de ordem especial, que podem ir até a autorização administrativa, ou


seja denominação social a qual não pode ser idêntica à outra já existente, ou por outra
forma semelhante que possa induzir em erro aos utentes ou as entidades fiscais;

 E de os sócios terem efectuado as entradas ou realizado o capital social.

2.1.3.Subscrição de Capital

É o acto pelo qual os futuros sócios subscritores tomam o compromisso de entregar a sociedade
determinado valores para a formação de capital social.

2.1.4.Realzação do capital.

É o acto pelo qual os sócios subscritores entregam à sociedade os valores com que se
comprometeram.

A realização do capital pode ser integral ou parcial, consoante os subscritores ou sócios


entreguem imediatamente a totalidade dos valores subscritos ou apenas parte do valores
subscritos, caso complete posteriormente.

OBS: O lançamento no Diário Geral Clássico, gera três lançamentos:

1º - Lançamento pela subscrição do capital

2º - Lançamento pela realização do capital

3º - Lançamento pela regularização do capital realizado.

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Exercício Pratico de constituição de uma seguradora:

1. No dia 1 de Maio de 2016, foi constituída uma companhia seguradora, com a denominação de “
BARRÕES SEGUROS, SA ”, com sede em Maputo, tendo os sócios, subscrito e realizado o respectivo
capital social integralmente, em moeda nacional, no montante de 8.200.000,00, e repartido pelos sócios
fundadores de seguinte modo:
 Entidade Pública = 30%
 Entidade privada – Micasa= 40%
 Outras Entidades:
*Pereira de Ventura = 16%
* Arlindo Dimas = 14%
As entidades pública e privadas, realizaram o seu capital, por depósito à ordem no banco Único, Conta nº
25759. E outras entidades realizaram o seu capital em numerário.

Pretende-se:

a) Calcular a repartição do capital da sociedade pelos sócios subscritores.

Resolução:

Entidade Pública = 8.200.000,00 x30% = 2.460.000,00


Entidade Privada = 8.200.000,00 x 40% = 3.280.000,00
Outras Entidades :
- Pereira de Ventura = 8.200.000,00 x 16% = 1.312.000,00
- Arlindo Dimas = 8.200.000,00 x 14% = 1.148.000,00

b) Lançamento no diário geral pela subscrição e realização no Diário Geral.

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DIÁRIO GERAL DA SOCIEDADE BARRÕES SEGUROS, SA
Nº de
Descrição Débito Crédito
Ordem
Maputo, 1 de Maio de 2016
47 OUTROS DEVEDORES E CREDORES
4702 Subscritores de Capital
47020 Entidade Pública
1 47020.1 Estado ......................................... 2,460,000.00
47021 Entidades Privadas
47021.1 Micasa ................................................ 3,280,000.00
47029 Outras Entidades
47029.1 Pereira de Ventura ............................ 1,312,000.00
47029.2 Arlindo Dimas ................................... 1,148,000.00
a 50 CAPITAL
5000 Capital Subscrito
50 001 Capital não Realizado .................... 8,200,000.00
P/ Subscrição do capital para constituição de
Barrões Seguros, Sa.
...............................//...............................
10 CAIXA E SEUS EQUIVALENTES
1000 Sede .................................................. 2,460,000.00
11 DEPÓSITO À ORDEM
11.1 Banco Único
2 1100Moeda Nacional .................................. 5,740,000.00
a 47 OUTROS DEVEDORES E CREDORES
4702 Subscritores de Capital
47020 Entidade Pública
47020.1 Estado ......................................... 2,460,000.00
47021 Entidades Privadas
47021.1 Micasa ................................................ 3,280,000.00
47029 Outras Entidades
47029.1 Pereira de Ventura ............................ 1,312,000.00
47029.2 Arlindo Dimas ................................... 1,148,000.00
P/Realização do Capital da sociedade
...........................//..............................
50 CAPITAL
5000 Capital Subscrito
3 50 001 Capital não Realizado .................... 8,200,000.00
a 50 CAPITAL
5000 Capital Subscrito
50 000 Capital Realizado .................... 8,200,000.00
Pela transferencia daquela para esta subconta pela
regularização do capital subscrito.
Totais 24,600,000.00 24,600,000.00

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2.2.Contrato de Seguros.

As companhias seguradoras se relacionam com os seus clientes – Tomadores de Seguros, através


de um contrato de seguros, que é o contrato bilateral entre seguradora aquele que aceita o risco
significativo de seguros de outra parte – tomador de seguros, sob pagamento do premio,
acordando compensar o segurado/beneficiário a titulo de indemnização para ressarcir o prejuízo
resultante de ocorrência de um evento futuro especifico e incerto (evento seguro) afectar
adversamente o segurado.

2.2.1 Características de contrato de seguros

O contrato de seguros apresenta algumas características, dentre elas destacam-se;

a) Sinalagmática, refere que as partes se obrigam reciprocamente, o tomador de


seguros/segurado a pagar o prémio de seguros e a seguradora a cobrir o risco ou a
indemnizar de acordo com o correspondente ao premio pago;

b) Aleatória, o tomador de seguros/segurado contara a seguradora a cobertura de um risco


que poderá ou não, segundo o ocaso, ocorrer. Se não surgir o acontecimento que foi
previsto na contratação do seguro, este não tem quaisquer efeitos contra a seguradora;

c) Onerosa, refere que cada parte prossegue uma vantagem pessoal que é a contrapartida
daquela que confere a outra;

d) Sucessiva, refere que a sua execução é escalonada no tempo, isto e sem intercalar o seu
pagamento.

e) Adesão refere que o tomador de seguro/segurado submete-se às cláusulas preparadas e


redigidas pela seguradora, de onde resulta uma lógica desigualdade entre a seguradora e o
tomador de seguros/segurado.

f) Princípio de Boa-fé, refere que as partes intervenientes no contrato de seguros devem


primar-se pela honestidade.

FIM

Formador: Dr. José Limpo Sande Contabilidade de Seguros 8/8

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