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SUMÁRIO
1 Objetivo
2 Aplicação
3 Referências normativas e bibliográficas
4 Definições
5 Conceitos Gerais de Segurança Contra
incêndio
6 Instalações Preventivas de Segurança
Contra Incêndio e Pânico
2. APLICAÇÃO 4. DEFINIÇÕES
4.1 Objetivos da prevenção de incêndio Devem coexistir quatro componentes para que
ocorra o fenômeno do fogo:
Os objetivos da prevenção são:
1) Combustível;
a) Proteger a vida dos ocupantes das 2) Comburente (oxigênio);
edificações e áreas de risco, em caso de 3) Calor;
incêndio; 4) Reação em cadeia.
b) Dificultar a propagação do incêndio,
reduzindo danos ao meio ambiente e ao
patrimônio;
c) Proporcionar meios de controle e extinção
do incêndio;
d) Dar condições de acesso para as
operações do Corpo de Bombeiros; e
e) Proporcionar a continuidade dos serviços
nas edificações e áreas de risco.
com 78,03%, e outros gases (CO2, Ar, H2, He, Ne, unidade de tempo, que está associado à
Kr), com 0,98%. quantidade de calor gerado e, portanto, à elevação
O calor, por sua vez, pode ter como fonte a energia da temperatura do ambiente. Um material sólido
elétrica, o cigarro aceso, os queimadores a gás, a com igual massa e com área específica diferente,
fricção ou mesmo a concentração da luz solar como exemplo de 1 m² e 10 m², queima em tempos
através de uma lente. inversamente proporcionais; contudo, libera a
O fogo se manifesta diferentemente em função da mesma quantidade de calor. No entanto, a
composição química do material. De outra maneira, temperatura atingida no segundo caso será bem
um mesmo material pode queimar de modo maior.
diferente em função da sua superfície específica, Por outro lado, não se pode afirmar que isso é
das condições de exposição ao calor, da sempre verdade. No caso da madeira, observa-se
oxigenação e da umidade contida. que, quando apresentada em forma de serragem,
A maioria dos sólidos combustíveis possui um ou seja, com áreas específicas grandes, não se
mecanismo sequencial para sua ignição. O sólido queima com grande rapidez.
precisa ser aquecido, quando então desenvolve Comparativamente, a madeira em forma de pó
vapores combustíveis que se misturam com o pode formar uma mistura explosiva com o ar,
oxigênio, formando a mistura inflamável (explosiva), comportando-se, desta maneira, como um gás que
à qual igniza-se na presença de uma pequena possui velocidade de queima muito grande.
chama (ou mesmo fagulha ou centelha) ou em No mecanismo de queima dos materiais sólidos
contato com uma superfície aquecida acima de temos a oxigenação como outro fator de grande
500°C, dando origem à chama na superfície do importância.
sólido, que fornece mais calor, aquecendo mais Quando a concentração em volume de oxigênio no
materiais e assim sucessivamente. ambiente cai para valores abaixo de 14%, a maioria
Alguns sólidos pirofóricos (sódio, fósforo, magnésio dos materiais combustíveis existentes no local não
etc.) não se comportam conforme o mecanismo mantém a chama na sua superfície.
acima descrito. A duração do fogo é limitada pela quantidade de ar
Os líquidos inflamáveis e combustíveis possuem e do material combustível no local. O volume de ar
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mecanismos semelhantes, ou seja, o líquido, ao ser existente numa sala de 30 m irá queimar 7,5 kg de
aquecido, vaporiza-se e o vapor se mistura com o madeira, portanto, o ar necessário para a
oxigênio, formando a “mistura inflamável” alimentação do fogo dependerá das aberturas
(explosiva) que ignizam-se na presença de uma existentes na sala.
pequena chama (ou mesmo fagulha ou centelha), Vários pesquisadores (Kawagoe, Sekine, Lie)
ou em contato com superfícies aquecidas acima de estudaram o fenômeno, e a equação apresentada
500°C, dando origem à chama na superfície do por Lie é:
líquido, que aumenta a vaporização e a chama. A
quantidade de chama fica limitada à capacidade de V' = a H’ B Vm
vaporização do líquido.
Os líquidos são classificados pelo seu ponto de Em que:
fulgor, ou seja, pela menor temperatura na qual V' = vazão do ar introduzido;
liberam uma quantidade de vapor que, ao contato a = coeficiente de descarga;
com uma chama, produzem um lampejo (uma H'= altura da seção do vão de ventilação abaixo do
queima instantânea). plano neutro;
Entretanto, existe outra classe de líquidos, B = largura do vão;
denominados instáveis ou reativos, cuja Vm = velocidade média do ar;
característica é de se polimerizar, decompor,
condensar violentamente ou ainda de se tornar
auto-reativo sob condições de choque, pressão ou Considerando L o volume de ar necessário para a
temperatura, podendo desenvolver grande queima completa de kg de madeira, a taxa máxima
quantidade de calor. de combustão será dada por V’/L, isto é:
A mistura inflamável vapor-ar (gás-ar) possui uma
faixa ideal de concentração para se tornar V’ a H’B V’ m
R= x
inflamável ou explosiva, e os limites dessa faixa são L L
denominados limite inferior de inflamabilidade e
limite superior de inflamabilidade, expressos em
porcentagem ou volume. Estando a mistura fora Da taxa de combustão ou queima, segundo os
desses limites, não ocorrerá a ignição. pesquisadores, pode-se definir a seguinte
Os materiais sólidos não queimam através de expressão representando a quantidade de peso de
mecanismos tão precisos e característicos como os madeira equivalente, consumida na unidade de
dos líquidos e gases. tempo:
Nos materiais sólidos, a área específica é um fator
importante para determinar sua razão de queima, R = C Av H
ou seja, a quantidade do material queimado na
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NORMA TÉCNICA 02/2014 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio
Em que:
R = taxa de queima (kg/min);
5/2
C = Constante = 5,5 Kg/mim m ;
Av = HB = área da seção de ventilação (m²);
H = altura da seção (m);
5/2
Av = = grau de ventilação (Kawagoe) (m );
Com a evolução do incêndio e a oxigenação do este existir, principalmente através das janelas
ambiente, através de portas e janelas, o incêndio superiores.
ganhará ímpeto; os materiais passarão a ser A fumaça, que já na fase anterior à inflamação
aquecidos por convecção e radiação, acarretando generalizada pode ter-se espalhado no interior da
um momento denominado de “inflamação edificação, se intensifica e se movimenta
generalizada – flashover”, que se caracteriza pelo perigosamente no sentido ascendente,
envolvimento total do ambiente pelo fogo e pela estabelecendo, em instantes, condições críticas
emissão de gases inflamáveis através de portas e para a sobrevivência na edificação.
janelas, que se queimam no exterior do edifício. Caso a proximidade entre as fachadas da
Neste momento torna-se impossível a edificação incendiada e as adjacentes possibilitem
sobrevivência no interior do ambiente. a incidência de intensidade crítica de radiação, o
O tempo gasto para o incêndio alcançar o ponto de incêndio poderá se propagar (por radiação) para
inflamação generalizada é relativamente curto e outras habitações, configurando uma conflagração.
depende, essencialmente, dos revestimentos e A proximidade ainda maior entre habitações pode
acabamentos utilizados no ambiente de origem, estabelecer uma situação ainda mais crítica para a
embora as circunstâncias em que o fogo comece a ocorrência da conflagração na medida em que o
se desenvolver exerçam grande influência. incêndio se alastrar muito rapidamente por contato
direto das chamas entre as fachadas.
No caso de habitações agrupadas em bloco, a
propagação do incêndio entre unidades poderá se
dar por condução de calor via paredes e forros, por
destruição destas barreiras, ou ainda através da
convecção de gases quentes que venham a
penetrar por aberturas existentes.
Com o consumo do combustível existente no local
ou decorrente da falta de oxigênio, o fogo pode
diminuir de intensidade, entrando na fase de
resfriamento e consequente extinção.
uma força de flutuação com movimento ascensional combustíveis que não queimam no ambiente por
bem maior que o movimento horizontal. falta de oxigênio. Estes gases superaquecidos que
Os gases quentes vão-se acumulando junto ao saem pelas aberturas com temperaturas muito
forro e se espalhando por toda a camada superior superiores às de sua auto-ignição, encontram o
do ambiente, penetrando nas aberturas existentes oxigênio do ar externo ao ambiente e se ignizam
no local. formando grandes labaredas.
Os gases quentes, assim como a fumaça, gerados As chamas assim formadas são as responsáveis
por uma fonte de calor (material em combustão), pela rápida propagação vertical nos atuais edifícios
fluem no sentido ascendente com formato de cone que não possuem sistemas de evitá-las.
invertido. Esta figura é denominada "plume".
5.1.7 A fumaça
1) Calor;
2) Chamas;
3) Fumaça;
4) Insuficiência de oxigênio.
taxa de elevação da temperatura, gerará igual Existem vários meios para controlar o movimento
propagação. da fumaça, e todos eles têm por objetivo encontrar
Se conseguirmos determinar os valores de um meio ou um sistema levando-se em conta as
densidade ótica da fumaça e da toxicidade na saída características de cada edifício.
de um ambiente sinistrado, poderemos estudar o
movimento do fluxo de ar quente e, dessa forma,
será possível determinar o tempo e a área do
edifício que se tornará perigosa devido à
propagação da fumaça.
Dessa maneira, se conseguirmos determinar o
valor de Q e se utilizarmos as características do
"plume" (V, g, Q, y, Cp, T), prognosticando a
formação da camada de fumaça dentro do
ambiente, será possível calcular o tempo em que
este ambiente se tornará perigoso. De outro modo,
se o volume V de fumaça se propagar em pouco
tempo por toda a extensão do forro e se fizermos Figura 11 – Extração de fumaça de átrios
com que Q seja uma função de tempo, o cálculo do
valor de Z pode ser obtido em função do tempo, e Como condições que tem grande efeito sobre o
esta equação diferencial pode ser resolvida. Isto movimento da fumaça no edifício, podem-se citar:
permitirá determinar o tempo necessário para
evacuar o ambiente, antes que a fumaça atinja a 1) Momento (época do ano) da ocorrência do
altura de um homem. incêndio;
A movimentação da fumaça através de corredores 2) Condições meteorológicas (direção e
e escadas dependerá principalmente das aberturas velocidade e coeficiente de pressão do
existentes e da velocidade do ar nestes locais. vento e temperatura do ar);
Entretanto, se o mecanismo de locomoção for 3) Localização do início do fogo;
considerado em relação às características do 4) Resistência ao fluxo do ar das portas,
"plume", pode-se estabelecer uma correlação com janelas, dutos e chaminés;
o fluxo de água. Em casos em que exista um 5) Distribuição da temperatura no edifício
exaustor de seção quadrada menor que a largura (ambiente em que está ocorrendo o fogo,
do corredor; e se a fumaça vier fluindo em sua compartimentos em geral, caixa da escada,
direção, parte desta fumaça será exaurida e grande dutos e chaminés).
parte passará direta e continuará fluindo para o
outro lado. No entanto, se o fluxo de fumaça Devem-se estabelecer os padrões para cada uma
exaurir-se através de uma abertura que possua destas condições.
largura igual à do corredor, a fumaça será retirada Entende-se como momento de ocorrência do
totalmente. incêndio a época do ano (verão/inverno) em que
Foi verificado que quanto mais a fumaça se isto possa ocorrer, pois, para o cálculo, deve-se
alastrar, menor será a espessura de sua camada, e levar em conta a diferença de temperatura existente
que a velocidade de propagação de fumaça na entre o ambiente interno e o externo ao edifício.
direção horizontal, no caso dos corredores, está em Esta diferença será grande, caso sejam utilizados
torno de 1 m/s e, na direção vertical, no caso das aquecedores ou ar condicionado no edifício.
escadas, está entre 2 m/s e 3 m/s. Para as estações quentes e frias, as condições
meteorológicas devem ser determinadas pelos
5.1.8 Processo de controle de fumaça dados estatísticos meteorológicos da região na qual
está situado o edifício. Pode-se determinar a
O processo de controle de fumaça necessário em temperatura do ar e a velocidade, coeficiente de
cada edifício para garantir a segurança de seus pressão e a direção do vento.
ocupantes contra o fogo e fumaça é baseado nos O andar do prédio em que se iniciou o incêndio
princípios de engenharia. O processo deve ter a deve ser analisado, considerando-se o efeito da
flexibilidade e a liberdade de seleção de método e ventilação natural (movimento ascendente ou
da estrutura do sistema de segurança para descendente da fumaça) através das aberturas ou
promover os requisitos num nível de segurança que dutos durante o período de utilização, ou seja, o
se deseja. prédio é aquecido no inverno e resfriado no verão.
Em outras palavras, o objetivo do projeto de Considerando-se esses dados, os estudos devem
segurança de prevenção ao fogo (fumaça) é obter ser levados a efeito nos andares inferiores no
um sistema que satisfaça as conveniências das inverno (térreo, sobreloja e segundo andar) ou nos
atividades diárias, devendo ser econômico, andares superiores e inferiores no verão (os dois
garantindo a segurança necessária sem estar últimos andares do prédio e térreo).
limitado por método ou estruturas especiais Em muitos casos, existem andares que possuem
prefixados. características perigosas, pois propiciam a
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NORMA TÉCNICA 02/2014 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio
propagação de fumaça caso ocorra incêndio neste edifício incendiado atinjam a fachada do
local. Em adição, para tais casos, é necessário um edifício adjacente;
trabalho mais aprofundado para estudar as várias 3) Condução, que ocorre quando as chamas
situações de mudança das condições do andar, da edificação ou parte da edificação
como exemplo em um edifício com detalhes contígua a uma outra atingem a esta,
especiais de construção. transmitindo calor e incendiando a mesma;
Com relação ao compartimento de origem do fogo,
devem-se levar em consideração os seguintes
requisitos para o andar em questão:
6.2.8 Corredores
1) Início do incêndio não pode ser O segundo objetivo tem caráter de proteção, e
prontamente percebido pelos seus assume as funções de:
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NORMA TÉCNICA 02/2014 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio
1) Indicar a localização dos equipamentos de Além disso, os preparativos necessários para o seu
combate; manuseio não consomem um tempo significativo e,
2) Orientar as ações de combate; conseqüentemente, não inviabilizam sua eficácia
3) Indicar as rotas de fuga e os caminhos a em função do crescimento do incêndio.
serem seguidos. Os extintores portáteis e sobre rodas podem ser
divididos em cinco tipos, de acordo com o agente
A sinalização de emergência deve ser dividida de extintor que utilizam:
acordo com suas funções em seis categorias:
1) Água;
1) Sinalização de alerta, cuja função é alertar 2) Espuma mecânica;
para áreas e materiais com potencial de 3) Pó químico seco;
risco; 4) Dióxido de carbono;
2) Sinalização de comando, cuja função é 5) Halon.
requerer ações que porporcionem
condições adequadas para a utilização das Esses agentes extintores se destinam a extinção de
rotas de fuga; incêndios de diferentes naturezas.
3) Sinalização de proibição, cuja função é A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre
proibir ações capazes de conduzir ao início rodas devem ser dimensionados para cada
do incêndio; ocupação em função:
4) Sinalização de condições de orientação e
salvamento, cuja função é indicar as rotas 1) Da área a ser protegida;
de saída e ações necessárias para o seu 2) Das distâncias a serem percorridas para
acesso; alcançar o extintor;
5) Sinalização dos equipamentos de combate, 3) Os riscos a proteger (decorrente de variável
cuja função é indicar a localização e os “natureza da atividade desenvolvida ou
tipos dos equipamentos de combate. equipamento a proteger”).
6.6.2.2 Dimensionamento
2) Segundo a composição: