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ISBN : 978-85-88027-30-5
CDD: 720.288
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
UFRJ: História e Patrimônio Arquitetônico 9
Conservação e Reativação do Patrimônio Arquitetônico Universitário 13
AUTORES 169
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
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UFRJ: História e Patrimônio Arquitetônico
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APRESENTAÇÃO
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APRESENTAÇÃO
1 Esta pesquisa se insere no quadro mais amplo da pesquisa “Patrimônio Cultural e Cidades
Contemporâneas”, realizada com o apoio do CNPq.
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Conservação e Reativação do Patrimônio Arquitetônico Universitário
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Conservação e Reativação do Patrimônio Arquitetônico Universitário
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Conservação e Reativação do Patrimônio Arquitetônico Universitário
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PARTE I
PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO:
Conceito, contexto e conteúdos
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
Aos vinte oito dias do mês de março de 2011 a Capela São Pedro
de Alcântara situada no segundo pavimento do Palácio Universitário,
no Campus da Praia Vermelha da UFRJ, é tomada por um incêndio de
grandes proporções. Em pleno horário de almoço, importantes artérias
de conexão entre a zona sul e a área central da cidade são obstruídas. A
cidade fica paralisada. Notícias e imagens dramáticas do incêndio inundam
a televisão, as redes sociais e os jornais. O incêndio na Capela da Reitoria
ganha repercussão nacional. Resultado de uma sequência de equívocos em
vários níveis - tal qual um acidente de avião - o incêndio expõe algumas
das mazelas que afetam o nosso patrimônio arquitetônico, sobretudo, o
institucional. O que aconteceu??? Como aconteceu??? O que fazer???
Como fazer??? E agora???
Ao longo da semana seguinte os bombeiros lutam para extinguir os
focos de incêndio, reavivados diariamente. As entrevistas registram o
pranto púbico em rede nacional de televisão do arquiteto Carlos Fernando
de Andrade, então Superintendente Regional do IPHAN; o depoimento do
cineasta e jornalista Arnaldo Jabor, formado pela Escola de Comunicação,
vizinha à Capela no Palácio Universitário; e o artigo emocionado da profes-
sora Beatriz Rezende, ex-Coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura. A
significação cultural da pequena capela do século XIX que acolhia missas,
casamentos, batizados e concertos de música sacra para 150 pessoas em
seus 136 metros quadrados, perpassa também os depoimentos colhidos de
alunos, ex-alunos, professores, moradores do bairro e da cidade fustigados
pelo calor daquela semana. As notas pesarosas emitidas pelo Reitor da
Universidade, professor Carlos Levi, e pelo Coordenador do Fórum de
Ciencia e Cultura, o saudoso professor Aloisio Teixeira, completam o quadro,
traçando um retrato das dificuldades jurídicas para a efetiva salvaguarda
do patrimônio cultural das universidades públicas.
Remontando à origem do sinistro, percebe-se toda uma sequência
de dificuldades encontradas para prevenir estes acidentes, ou mesmo
minimizá-los, que não se restringe apenas à imperícia técnica. As labaredas
disputam o protagonismo do momento com as fragilidades de um sistema
caracterizado pelo improviso contumaz que rege estas situações. A crônica
de uma morte anunciada se materializa: falta água nos caminhões-pipa do
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
Corpo de Bombeiros, para suprir a demanda tem-se que sugar água de duas
piscinas próximas (a do Campus e a do Iate Clube, em frente ao imóvel);
a inexorabilidade da contratação de empresa com pouca experiência em
restauro, mas que oferecera melhor preço (obrigação da lei de licitações); e,
culminando, o despreparo da mão de obra da empresa contratada, que opta
por realizar um teste de solda durante o horário de almoço da fiscalização.
Sob as labaredas, ou as águas vertidas para estancá-las, foi-se o berço
de estuque que a recobria. Das janelas e dos guarda-corpos laterais supe-
riores, de onde se assistia às missas, pouco restou. A imagem de São Pedro
Alcântara pendia no salão de pé direito duplo abobadado, identificando a
dimensão trágica do evento.
O cenário desolador impunha desafios a um futuro projeto de restauro.
Este momento traumático impulsionaria uma importante inflexão na
abordagem do patrimônio cultural edificado desta Universidade promo-
vida pela Administração Central. O Projeto Executivo de Restauração do
Palácio Universitário, previsto para ser contratado, há alguns anos, diante
da precipitação dos eventos, finalmente é encaminhado. Um Termo de
Ajuste de Conduta é assinado entre UFRJ, IPHAN e MPF, estabelecendo
cronogramas. Promessas da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e do
BNDES em aportar verbas para restauração da capela são feitas. Somente
a contratação do projeto chega a um bom termo.
O trecho que se segue foi escrito originalmente, no calor do momento
para um jornal. No dia previsto para sua publicação, um novo drama
urbano iria sobrepujar o incêndio da capela, e esta crônica, extraída das
mensagens de texto enviadas pelo celular aos que solicitavam notícias -
sempre urgentes - permaneceria inédita. Com o passar do tempo, ao reler,
percebo como ainda se mantém como um retrato fiel daquele momento, que
esperamos - e trabalhamos para que - não volte a se repetir. Vamos a ela...
31 de março...
Chego em casa após três dias de fornalha e de noites mal dormidas. No
total, acho que não somaram uma noite de sono... Refeição? Apenas uma... As
pernas bambas que me guiavam automaticamente durante todo este tempo
reclamam. Hora de parar. Imperativo que obedeço. Automaticamente...
E deito…
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Notícias da Fornalha
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
01 de abril...
Aos nove minutos...
Parece mentira, mas o celular baba de novo...
E, mais uma vez, me revolto contra a tecnologia, implacável…
A mensagem retorna. Melhor assim. O desabafo fica apenas comigo.
Desligo o celular, mas me angustio. O monstro pode ressurgir e vomitar
suas chamas para consumir o pouco que resta...
- Da memória. Acusado, injustamente, de não respeitá-la, de aviltá-la,
quando simplesmente impunha limites a uma inconsequente busca egóica
de imagens, onde os tolos e afoitos se apoiam, ignorantes dos riscos que
impunham aos outros, estes, sim, os verdadeiros responsáveis pelos riscos
e salvaguarda de uma memória vilipendiada por décadas de ignorante
abandono. Mas não se pode falar realmente de desprezo neste delicado
momento onde insanas loucuras se expõem...
- Da história. Onde, num momento de imperícia de outros tantos tolos e
afoitos, estes imbuídos de uma real seriedade de intenções, num momento
de esquiva dos vigilantes olhares que os acompanham, uma fagulha de
acidente a varre, implacável, definitiva e estoicamente calcinando mais
de cento e cinquenta anos de ritos, festas, histerias, loucuras, técnicas,
sentimentos e saberes...
- Da religiosidade. Do sentimento que acompanhou os ritos, pagãos
ou litúrgicos, em qualquer momento deste século e meio de história da
Capela, o que realmente importa é o sentido de união verdadeiro expresso
na etimologia da palavra religião, religare. União, quer seja de amor
ou de dor, em qualquer relação que seja, e, mais uma vez penso, o que
verdadeiramente importa neste momento???
Pensando nestas questões me debato mais uma noite. Passam longos
minutos; horas a fio, talvez. A noção de tempo é bastante relativa, sobretudo,
nos momentos de convulsão coletiva como o que estou vivendo. Ainda no
olho do furacão... Quando será que Katrina vai passar???
E durmo. Não exatamente... desabo... talvez não... preciso escolher
outras expressões de sentimento neste difícil momento... apago... outra
escolha infeliz... desligo?
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Notícias da Fornalha
Não exatamente...
Descanso, talvez...
Pela primeira vez na semana...
No seu último dia útil...
E desperto... Será mesmo???
Mais uma vez me levanto, é hora, será que dormi ou descansei???
De volta ao olho do furacão, o sol já vai alto. O monstro dorme, a fumaça
ainda persiste, cheiro eterno de churrasquinho de lambri...
Celular treme, mais um sobressalto. Normal nestes últimos dias...
Percebo, diante da emocionada resposta recebida, que a emocionada
mensagem que acreditei desprezada pela tecnologia foi enviada, inad-
vertidamente, por um simples e fortuito gesto de imperícia de sonolenta
manipulação...
Felizmente esta imperícia não causou danos. Pelo contrário, só ganhos,
pois a emoção me invade novamente. Lágrimas escorrem sobre a face
envolta pelas cinzas e fumaças que persistem, apesar da insistente chuva
que varou noite adentro... Escondo-me: mico demais...
Vistoria no interior da baleia calcinada. Sinto-me o próprio Jonas do
Pinócchio, diante de tantos absurdos vividos nos últimos dias, meses a fio...
E descubro que o último desafio que nos propusemos enfrentar era,
este sim intransponível, pois 32 toneladas de água que encimavam a
baleia desabariam facilmente sobre as tolas cabeças que ignorantemente
fotografavam, se expondo a desnecessários riscos...
Humildemente esvaziamos e lacramos a baleia. Sentindo como que
num Guggenheim Bilbao em crise, nos reunimos na célula para pensar
alternativas. Capitulamos. Esta será uma importante decisão coletiva
onde forneceremos todos os elementos que fielmente guardamos ao longo
da semana.
Sorte lançada, me encaminho ao cadafalso, e encontro a destinatária
da mensagem desprezada pela tecnologia, que, mais uma vez, me afaga...
Outra célula de crise, desta vez ampliada, opções levantadas, discutidas,
arguidas, direções tomadas após ponderações, a muito custo...
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
02 de abril...
Após lasciva entrega, mais uma vez a besta que baba, treme. Maldita
tecnologia, 1:20h da manhã, corpo encharcado de suor, checo mais uma
mensagem que chega. A onda continua a se propagar em sua velocidade
tsunâmica e implacável...
Mas fiz sábia escolha... Afinal, após cinco dias de tormento, para
espantar de vez o cheiro de churrasquinho de lambri somente a companhia
de nove mulheres me salvaria, sinto-me um islâmico na situação... O suor,
acompanhado de seus perfumes, despachou de vez rumo ao infinito o
odor de fumaça...
Levanto, abro computador, despacho as mensagens ignoradas ao logo
do dia pela besta que baba... Consigo finalmente descansar... Foram apenas
oito horas de sono e duas refeições em cinco dias... Desmaio...
Desperto, mais tranquilo. Finalmente mais descansado, telefone
volta a tocar, é meio dia, mais apoios, colegas, colaboradores, estagiários,
bolsistas, ex-colaboradores, amigos, almas irmãs, antecessores, todos se
fizeram presentes e companheiros ao longo destes dias me dando força
pra encarar o monstro. Um obrigado líquido sem fim volta a sair de mim,
que diluído em lágrimas lava o resto da fumaça que persiste em obnubilar
minha visão...
Volto ao telefone. Desta vez para responder às mensagens que se
acumularam nestes cinco dias de caixa postal lotada. Me inquieto: a conta
do celular este mês será impagável!!! O que fazer???
Penso ir à praia banhar o corpo no sal do mar - descarregá-lo - na
companhia das crianças. Mas a insuficiente autonomia do meu corpo me
faz adiar o passeio. Quem sabe mais tarde consigo? Por ora, vou até a banca
de jornal e me deito novamente...
Mais matérias, resenhas, artigos, em todos a alusão ao monstro das
chamas devoradoras. Mas redentoras. Quem sabe esta comoção não chame
a atenção para um problema cultural? Um resgate de memória precisa ser
feito. O antropólogo Gilberto tem toda razão...
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Notícias da Fornalha
Paulo Bellinha
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
1. Construções teórico-metodológicas
As cidades contemporâneas são o nosso grande patrimônio cultural. Ou,
ao menos, deveriam ser. Camadas e mais camadas de tecidos urbanos nelas
se organizam, e se reorganizam, promovendo sobreposições, justaposições,
interseções, aglomerações, transformações e aglutinações, nos informam
sobre as escolhas privilegiadas no processo de adaptação das suas estru-
turas aos interesses e necessidades dos diferentes momentos históricos.
Opções que produziram inovações, continuidades, descontinuidades,
apagamentos, porosidades, alteridades e outras tantas figuras de análise
da cidade que vão transparecendo à medida que avançamos em nossas
investigações sobre as cidades, os saberes que as constroem, as práticas
socioespaciais que nelas se desenvolvem, as memórias e identidades que
formam e as confirmam.
Viver nas cidades é a experiência cotidiana de um número cada vez
maior de pessoas no mundo inteiro e que está associada, em um contexto
ocidental europeu, à inserção destas invenções humanas1 nas rotas predo-
minantemente culturais e econômicas da Idade Média, desde a retomada da
vida urbana no século XI. As cidades libertam (do jugo feudal) e, portanto,
atraem. É neste contexto marcado pela associação entre cidade e liberdade2
que nascem as primeiras universidades europeias. 3 Para elas afluirão, ao
longo dos séculos, um fluxo significativo de pessoas para as suas cidades.
Tornam-se cidades universitárias antes mesmo desta noção estar associada ao
território institucional do campus, concebido como um polo de aprendizado.
1 Esta compreensão das cidades como invenção humana, remete a MUMFORD, Lewis. A cidade
na história: Suas origens, transformações e perspectivas. São Paulo: Martins Fontes, 1991 [1961].
2 Tal como evocada no provérbio medieval alemão Stadtluft mach frei que pode ser traduzido
como “o ar da cidade o torna livre”.
3 As universidades não são as únicas concepções pedagógicas medievais. Elas convivem com
as corporações de ofícios. Estas instituições dão forma às contradições de uma época, dominada
pelo poder da Igreja e do Estado, em que emergem novas formas de organização do trabalho
na cidade, criando novas demandas. Neste cenário cabe às corporações o aprendizado e a
regulamentação dos processos produtivos artesanais (os ofícios) e às universidades o ensino
da teologia, do direito e das artes atendendo à demanda dos poderes instituídos.
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
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Patrimônio Arquitetônico Universitário Contemporâneo: Construções Metodológicas
6 Este tema aparece pela primeira vez, com a expressão monumento histórico, no livro de
Millin, publicados em seis volumes, entre 1790-1798, com o título Antiguidades Históricas
ou Coleção de monumentos, “em um momento em que no contexto da Revolução Francesa são
elaborados os conceitos de monumento histórico e os instrumentos de preservação (museus, inven-
tários, tombamentos, reutilização) associados”. CHOAY, Françoise. A Alegoria do patrimônio.
São Paulo: UNESP, 2001 [1992].
7 SALINS, Marshall. Tudo o que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São
Paulo: Companhia das Letras, 1986 [1982].
8 Ver ibid., p.91, quando cita Marx: “O constante revolucionar da produção, a ininterrupta
perturbação de todas as relações sociais, a interminável incerteza e agitação distinguem a época
burguesa de todas as épocas anteriores. Todas as relações fixas, imobilizadas, com sua aura de
ideias e opiniões veneráveis, são descartadas; todas as novas relações, recém-formadas, se tornam
obsoletas antes que se ossifiquem. Tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é sagrado
é profanado, e os homens são finalmente forçados a enfrentar com sentidos mais sóbrios suas reais
condições de vida e sua relação com outros homens” [grifo nosso].
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Patrimônio Arquitetônico Universitário Contemporâneo: Construções Metodológicas
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Patrimônio Arquitetônico Universitário Contemporâneo: Construções Metodológicas
15 PAZ, Octavio. Os Filhos do Barro: do romantismo à vanguarda. São Paulo: Cosac Naify,
2013. Neste livro, Paz trata da tradição moderna da poesia. Existe tanto uma poesia moderna,
como o moderno é uma tradição, isto é, uma “transmissão de notícias, lendas, histórias, crenças,
costumes, formas literárias e artísticas, ideias e estilos de uma geração para outra” (p. 15).
16 BAUMAN, Zygmunt. A Cultura no mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Zahar, 2013 [2011].
17 CHOAY, op. cit., p. 250.
18 CALVINO, Italo. Cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
19 SANTOS, Boaventura de S. A Universidade no Século XXI: Para uma Reforma Democrática e
Emancipatória da Universidade. Educação, Culturas e Sociedade, n. 2, p. 137-202, 2005. p. 161-162.
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Patrimônio Arquitetônico Universitário Contemporâneo: Construções Metodológicas
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
23 CHOAY, Françoise. Le patrimoine en questions: anthologie pour un combat. Paris: Seule,
2009. p. 09.
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Patrimônio Arquitetônico Universitário Contemporâneo: Construções Metodológicas
Andréa Borde
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
Introdução
O patrimônio arquitetônico da Universidade Federal do Rio de Janeiro
é composto, atualmente, por doze conjuntos arquitetônicos e paisagísticos
considerados, em diferentes momentos históricos, como patrimônio
cultural (nacional, estadual e/ou municipal). Há ainda, pelo menos, outros
quatro imóveis considerados como preserváveis, isto é, de interesse para
preservação, estejam eles em processo de tombamento ou não. São imóveis
de inestimável valor cultural não apenas pelo uso que neles se desenvolve,
mas também pela participação na formação do espaço urbano carioca e
pela competência de edificar que neles se expressa. É importante lembrar
que a educação patrimonial e as ações de conservação destes imóveis são
também fontes de conhecimento, de capacitação e formação profissional.
Na UFRJ esta experiência universitária é vivenciada, cotidianamente,
por cerca de 75 mil discentes, docentes e funcionários que participam dos
cursos de graduação e pós-graduação, além dos laboratórios de pesquisa,
bem como da administração central, fundações e serviços de apoio que
funcionam no Campus da Praia Vermelha, na Cidade Universitária e
nas unidades extra-campi. Se somarmos os moradores (vila residencial
e quartéis), os frequentadores das unidades abertas ao público (museus,
instituições de saúde e bibliotecas), das atividades de extensão e os que
atuam nas incubadoras de empresas, nos centros de pesquisa, fundações e
Parque Tecnológico, este número pode dobrar, evidenciando a participação
desta universidade na dimensão metropolitana da cidade.
Este patrimônio, no entanto, encontra-se em graus variados de conser-
vação, configurando um contexto de atuação bastante complexo, uma
vez que os desafios impostos à conservação destes imóveis são parte
integrante de seu cotidiano. Neles funcionam cerca de 25% das unidades
acadêmicas da universidade, sua administração central e uma fundação
1 Uma versão inicial deste texto foi apresentada no XII Congresso Internacional de
Reabilitação do Patrimônio Arquitetônico e Edificado. Ver BORDE, Andrea e BELLINHA, Paulo.
Patrimônio Cultural Edificado Universitário: construções metodológicas face aos desafios
cotidianos à sua conservação. In: Anais do XII CICOP: a dimensão cotidiana do patrimônio e
desafios para a sua preservação. Bauru: UNESP, 2014.
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Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
1. Antecedentes
A criação de uma universidade no Brasil povoa os sonhos dos jesuítas,
no século XVI, dos inconfidentes mineiros, no século XVIII e do imperador
Pedro II, no século XIX. No entanto, ao contrário de outras colônias
americanas, nas quais foram instaladas universidades ainda no século
XVI – como as universidades de San Marcos, no Peru (1551), e de Córdoba,
na Argentina (1613), que ainda estão em funcionamento – no Brasil esses
sonhos só se tornam realidade no início do século XX. 5
No Rio setecentista a formação profissional é voltada para questões de
defesa do território.6 Em 1699, o Rei de Portugal manda estabelecer no
Rio de Janeiro uma Aula de Fortificações e, em 1703, cria-se a na Casa do
Trem de Artilharia a primeira aula para instrução dos militares, a mesma
orientação que conduz à criação da primeira instituição do ensino superior
no final daquele século: a Real Academia de Artilharia, Fortificações e
Desenho (1792), berço da atual Escola Politécnica da UFRJ.
Este quadro vigora até a transferência da Corte Portuguesa para o Brasil,
em 1808, que revoga a interdição imposta ao Brasil relativa à criação de
instituições acadêmicas de ensino superior. Esta medida incita a criação
de faculdades de Direito, Medicina e Engenharia no Rio, em Salvador,
no Recife e em São Paulo. No mesmo ano é criada a Escola de Anatomia,
Medicina e Cirurgia que se instala no Hospital Militar no Morro do Castelo,
que apenas em 1826 passa a emitir diplomas. Com a vinda da Missão
Artística Francesa, em 1816, é aberta a Academia Real de Belas Artes no
Rio de Janeiro. Estas instituições passam a receber os brasileiros em busca
da qualificação profissional que, até então, se dirigiam à Universidade de
Coimbra, em Portugal. Vir para o Rio estudar torna-se uma realidade cada
vez mais comum para fluminenses e brasileiros.
5 Entre 1909 e 1912 foram criadas três universidades sob a égide do ensino livre regula-
mentado em 1911 pela Reforma Rivadávia Correa. Estas, porém, não eram universidades
púbicas, isto é, iniciativas do governo federal. Ver FÁVERO, op. cit.
6 Ver CAVALCANTI, Nireu. O Rio de Janeiro Setecentista: a vida e a construção da cidade da
invasão francesa até a chegada da Corte. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
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Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
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Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
êxito. A primeira, no final dos anos 1920, quando o urbanista Alfred Agache9
constata a carência de um campus universitário que contribuísse para
fomentar o estreitamento dos laços entre as unidades, a administração
central e seu corpo social (professores, estudantes e funcionários) e propõe
a criação de um Bairro Universitário na Praia Vermelha, época em que a
URJ se restringia às unidades fundadoras, tendo como principal atrativo
a facilidade de comunicação com o centro da cidade. Este bairro seria
implantado em uma área de 450 mil metros quadrados, abrangendo desde
o antigo Hospício Nacional dos Alienados até o Morro da Babilônia. Na
Praia Vermelha seriam instaladas residências e facilidades semelhantes
à Cité Universitaire de Paris (CiUP) inaugurada em 1923. Esta proposta se
destaca pelo aproveitamento dos edifícios existentes – entre os quais, a
Faculdade de Medicina (1918), o Hospício Nacional dos Alienados (1852),
o Instituto Benjamim Constant (1890) e as edificações remanescentes da
Exposição Universal (1908). O Plano de Agache é publicado em 1930, mas
com o fim da República Velha, não sai do papel.
O arquivamento do Plano Agache não significa, contudo, o abandono da
ideia de construção de um campus universitário. Pelo contrário, a ampliação
do leque de unidades que integravam a URJ torna a constituição de um
campus uma demanda tão vez mais urgente que começa a ser pensada de
forma mais sistemática. Em 1935, o Ministro Gustavo Capanema estabelece
comissões para estudar o Plano da Cidade Universitária e cria um Escritório
do Plano. Para a organização do novo território universitário e concepção
das edificações, o ministro convida o arquiteto Marcelo Piacentini, que
opta pela Praia Vermelha.10 Capanema estende o convite, no ano seguinte,
a Le Corbusier, por sugestão de Lucio Costa.11 Desta vez, o local escolhido
é a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, uma área três vezes maior que
a Praia Vermelha e servida por linha férrea.
Piacentini havia projetado edifícios e intervenções urbanísticas em Roma
9 OLIVEIRA, Sonia M.Q. Planos do Rio de Janeiro: Plano Agache. Rio de Janeiro: CAU/SMU, 2009.
10 Na mesma época o arquiteto e urbanista Saboia Ribeiro também planeja a instalação
de um campus em aterro promovido em área contígua ao Hospício. Ver MELLO JR, op. cit.
11 Para as questões envolvendo o convite feito a Marcelo Piacentini e Le Corbusier para o
projeto da Cidade Universitária, bem como a relação deste com a participação do arquiteto
franco-suíço no projeto do Ministério de Educação e Saúde ver SEGRE, Roberto. Ministério de
Educação e Saúde: ícone urbano da modernidade brasileira. São Paulo: Romano Guerra, 2013. p. 168.
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
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Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
Este segundo período traria a marca da urgência dos novos tempos e das
profundas modificações operadas nos diversos campos de conhecimento,
sobretudo, naqueles com estreita relação com a dimensão cotidiana da
nossa experiência de vida urbana, como os conceitos de patrimônio e de
território. Logo no início deste período, em 30 de novembro de 1937, é
criado o SPHAN e seu instrumento jurídico de proteção ao patrimônio
natural e cultural, o tombamento,12 e a partir de então, passaram a ser
preservadas as edificações chanceladas no Livro de Tombo como de relevante
valor cultural para o país. Isto equivale a dizer que foram estabelecidas
restrições quanto aos acréscimos e subtrações no volume das edificações,
às transformações de uso e à conservação, preservação e restauração dos
revestimentos e elementos compositivos, entre outras prescrições. Essas
diretrizes têm por objetivo perpetuar a memória desses bens culturais e
das práticas sociais que nele se desenvolveram para as futuras gerações.
Este período seria marcado na Universidade do Brasil, entre outros
aspectos, pela criação, e posterior extinção, da Faculdade Nacional de
Filosofia (FNFi, 1939-1968); pelo crescimento da universidade com a
criação de novos cursos e incorporação de outras unidades (1939); e pelo
início da associação do conceito de universidade ao conceito de campus. A
FNFi representaria, naquele momento, uma tentativa de estabelecer um
vínculo acadêmico entre as unidades, uma nova concepção de unidade
acadêmica nascida dos debates estabelecidos nos anos 1930. Neste período
também a Faculdade Nacional de Direito (FND), a única das três unidades
fundadoras que ainda não tinha sede própria, se transfere, em 1938, para
o antigo Palácio Conde dos Arcos após reforma e adaptação da antiga
edificação residencial construída em 1818 e que por um século acolheu o
Senado Imperial/Federal (1824-1924).
Os momentos derradeiros do Estado Novo asseguram a marca da Era
Vargas nos novos rumos da Universidade do Brasil. Nos últimos dias
de 1944 é criado o Escritório Técnico da Universidade do Brasil (ETUB)
para capitanear o planejamento das obras da Cidade Universitária; em
1945 fica estabelecido no Decreto-Lei 7563, de 21 de maio de 1945, que
12 Tombar significa, neste sentido, inscrever um bem móvel ou imóvel no “Livro de Tombo”
do órgão de tutela municipal, estadual ou federal, registrando suas características excepcionais
que o individualizam e o caracterizam como um bem cultural de valor patrimonial para o
país, para o Estado ou para a Cidade.
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
13 CALMON, Pedro. O Palácio da Praia Vermelha, 1852-1952. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. p. 89.
14 Em relação à autoria dos projetos, Calmon faz referências apenas ao projeto de restau-
ração da ala direita para a FNA, conduzidos pelo arquiteto Paulo Pires, seu diretor. Como
membro da Comissão Supervisora do Planejamento da Cidade Universitária projeta também
o organograma do edifício sede da FNA na ilha universitária em construção. Ver ibid., loc. cit.
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Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
15 Ibid., p. 89-91. Este livro publicado em homenagem ao centenário do antigo reitor
reedita texto de Calmon, de 1952, documentando a primeira grande restauração desta
edificação notável.
16 O ETUB funcionou por vinte anos vinculado ao Departamento de Edifícios Públicos do
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), até ser incorporado à Universidade
em 1964.
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
17 Moreira, que havia se formado em 1932 no Curso de Arquitetura da Escola Nacional de
Belas Artes (ENBA), estava envolvido, desde 1936, com os planos e projetos para a Cidade
Universitária, tendo sido coordenador dos trabalhos (1936-1937), membro da comissão
(1939-1941) e arquiteto chefe durante todo o período de elaboração do Plano. Em 1936
integra a equipe comandada por Lucio Costa que iria propor a Cidade Universitária na Quinta
da Boa Vista e projetar o MESP (1937-1945). Para os projetos citados, ver CZAIJKOWSKI,
Jorge (Org.). Jorge Machado Moreira. Rio de Janeiro: Centro de Arquitetura e Urbanismo,
1999. p. 130-157.
18 Burle Marx participa da equipe dos dois projetos para os quais concebe jardins e
painéis. Estes contam também com Aylton Sá Rego e Yvanildo Gusmão, no IPPMG, e com
Anísio Medeiros na FNA.
19 O Plano tem como arquiteto-adjunto Aldary Toledo e dezoito arquitetos colaboradores, entre
os quais Orlando Magdalena, Donato Mello Junior, Renato Sá, Carlos Alberto Boudet, Renato
Sá Jr e Paulo Sá que seriam, como Anísio Medeiros, mais tarde, professores desta faculdade.
54
Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
55
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
20 Vale lembrar que embora o Museu Nacional tenha sido tombado pelo SPHAN em 1938
ele só seria incluído no patrimônio da Universidade em 1947; e que o tombamento da Escola
de Engenharia – atual Instituto de Filosofia e Ciências Socais (IFCS) – incidia apenas sobre
o adro e a fachada, a fim de preservar a ambiência da Igreja e do Largo de São Francisco
de Paula. O tombamento do Palácio da Praia Vermelha é o primeiro a salvaguardar uma
edificação notável em uso pela UFRJ.
56
Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
57
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
23 DIAS, M. Angela. Memória, preservação e uso das edificações históricas da UFRJ. In:
OLIVEIRA, Antonio B. (Org.). Universidade e lugares de memória. Rio de Janeiro: SiBI/FCC/
UFRJ, 2008. p. 81-94.
24 Atualmente o acervo do ETU está sediado no Núcleo de Pesquisa e Documentação da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (NPD/FAU/UFRJ).
25 Ibid., p. 82.
58
Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
59
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
60
Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
62
Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
63
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
5. Considerações Finais
Nesta reconstrução histórica do acervo arquitetônico de dimensão
patrimonial da UFRJ, na qual abordamos, apenas em parte, a rica e delicada
teia de histórias e memórias que nele se entrelaçam, destacamos a estreita
relação entre universidade e território. Parte-se da premissa de que o valor
primordial do patrimônio cultural residiria no papel que os objetos patri-
moniais representam para a identidade cultural e para o apoio à memória
26 SIMMEL, Georg. A ponte e a porta. Revista Política e Trabalho, ed. 12, p. 19-30, 1996.
64
Patrimônio Arquitetônico da UFRJ: Desafios Cotidianos à sua Conservação
65
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
66
A ESCALA DA ARQUITETURA
1 BERGER, Paulo. Dicionário histórico das ruas do Rio de Janeiro. I e II Regiões administrativas
(Centro). Rio de Janeiro: Olímpica, 1974. p. 125.
67
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
68
A Escala da Arquitetura
69
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
com três vãos com colunatas encimado por frontão reto, ladeado por duas
extensas alas, cada uma destas com vinte janelas de verga em arco pleno
para cada pavimento.
Assim como os exemplos anteriores, essa grande estrutura arquitetônica
irá condicionar uma futura ocupação urbana. Na chácara do Vigário Geral,
na Praia Vermelha, este imóvel foi erguido como o Hospício Pedro II,
destinado ao tratamento dos alienados. O Hospício foi um dos símbolos
da maioridade deste imperador, tal como registra o decreto assinado em
1841, no dia de sua coroação:
“Desejando assinalar o fausto dia da minha sagração com a criação de um
estabelecimento de pública beneficência: hei por bem fundar um hospital
destinado privativamente para tratamento de alienados com a denominação
de Hospício de Pedro II o qual ficará anexo ao hospital da Santa Casa da
Misericórdia desta corte, debaixo da minha imperial proteção (...).” 6
70
A Escala da Arquitetura
Hospício de Pedro II, o Asylo, que viria abrigar e dar assistência aos indi-
gentes, estruturava-se no sistema do panóptico de Bentham, fortemente
associado aos esquemas penitenciários, tal como no edifício da antiga
Casa de Correção na Rua Frei Caneca (já demolido). Com dois pavimentos
e uma sóbria linguagem neoclássica desprovida dos motifs greco-romanos
dos frontões e colunatas presentes nos imóveis anteriores, o edifício do
antigo Asylo se estrutura a partir de um corpo central, do qual partem cinco
pavilhões radiais e um pavilhão de acesso voltado para o Canal do Mangue.
No século seguinte, novos pavilhões foram construídos, comprometendo a
simetria presente no projeto de Grünewald e, em 1922, o Asylo converte-se
ao uso hospitalar (Hospital Geral de Assistência), sendo incorporado à
Universidade do Brasil em 1947.
71
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
Mais obras seriam realizadas no edifício: ele ganha mais dois pavimentos,
que replicam a sequência de vãos dos pavimentos inferiores e removem o
ornamentado frontão da reforma de Miguel de Frias. Com a transição para
a república, nele persiste o Senado Federal até 1924, quando se transfere
para o Palácio Monroe, na Cinelândia. Sua ocupação é retomada na década
de 1940, quando é apropriada pela Faculdade Nacional de Direito da
Universidade do Brasil, transferindo-se de seu imóvel na Rua do Catete,
então compartilhado com a Reitoria.
No outro lado do Campo de Santana, também durante século XIX,
edificou-se o Conservatório de Música, nas proximidades da Academia
Imperial de Belas Artes (demolida) e da Escola Politécnica (atual edifício
do IFCS), sendo o imóvel atualmente ocupado pelo Centro de Artes Hélio
Oiticica, cedido pela UFRJ para Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
em 1984. Originalmente sede do Conservatório de Música (atual Escola
de Música), o imóvel foi projetado por João José Alves, começou a ser
construído em 1863 12 e foi inaugurado 10 anos depois, em terreno da
esquina da antiga Rua da Lampadosa (atual Rua Luís de Camões) com a
72
A Escala da Arquitetura
Rua Leopoldina. Foi edificado em bloco único com dois pavimentos, sendo
o térreo revestido em cantaria, com vãos em arco pleno. Com proporções
modestas, integra-se ao conjunto edificado dos sobrados e assobradados
que configuram o estreito tecido urbano do seu entorno. A simplicidade
frente a sua importante função e proximidade com a sede da Academia de
Belas Artes, desenhada por Grandjean de Montigny, é motivo para Moreira
de Azevedo tecer uma crítica negativa à edificação:
“É um edifício feio e forte (...) ; o pórtico é pesado, triste e lúgubre como o
de uma prisão; a face lateral é núa e simples como a de uma casa particular,
collocado próximo do palácio erigido pelo architecto Grandjean, no qual
tudo é mimoso e artístico, parece extranho ao cultivo das artes que alli tào
perto tem seu monumento; no entanto a musica, a arte harmoniosa e ideal,
merecia ter por templo um palácio gracioso e imponente, e não essa pesada
e mesquinha construcção, que parece ter sido feita, não neste século, mas
era época de atrazo artístico e de penúria de architectos.” 13
73
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
74
A Escala da Arquitetura
75
PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
21 AGACHE, Alfred. Cidade do Rio de Janeiro: Extensão, Remodelação, Embelezamento. Paris:
Foyer Brésilien, 1930.
76
A Escala da Arquitetura
22 Ver MELLO JR., Donato. Um campus universitário para a cidade do Rio de Janeiro.
Arquitetura Revista, v. 2, p. 52-72, 1º semestre de 1985.
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PARTE I – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
Guilherme Meirelles
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PARTE II
O PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO EM IMAGENS
PARTE II – O PATRIMÔNIO EM IMAGENS
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PARTE II – O PATRIMÔNIO EM IMAGENS
82
À esquerda: Antiga Escola de Eletrotécnica, Praça da República (cedido ao IPHAN), Centro, 2012.
Acervo COPRIT/ETU, à direita: Antigo Instituto Nacional de Música ( cedido ao município,
Centro de Artes Hélio Oiticica), Centro, 2015. Acervo COPRIT/ETU
83
PARTE II – O PATRIMÔNIO EM IMAGENS
84
Instituto de Pediatria e Puericultura
Martagão Gesteira, Cidade Univer-
sitária, 2013. Acervo COPRIT/ETU
85
PARTE II – O PATRIMÔNIO EM IMAGENS
86
PARTE III
PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO UNIVERSITÁRIO
EM RESTAURO
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
O HESFA
89
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
4 AMORA, Ana M. G. A. O nacional e o moderno: a arquitetura e saúde no Estado Novo nas cidades
catarinenses. 2006. Tese (Doutorado em Planejamento Urbano e Regional) – Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
5 SANGLARD, Gisele e COSTA, Renato da G. R. Memória, História e Patrimônio Cultural
da Saúde: uma história possível. In: PÔRTO, Ângela et al. História da Saúde no Rio de Janeiro:
instituições e patrimônio arquitetônico (1808-1958). Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008. p. 24.
6 Ibid.
7 FOUCAULT, op. cit.
90
O HESFA e o Patrimônio Cultural da Saúde
91
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
11 SILVA JR, Osnir Claudiano. Do Asylo da Mendicidade ao Hospital Escola São Francisco de
Assis: a Mansão dos Pobres. Rio de Janeiro: Papel Virtual Editora, 2000.
12 JARDIM, Paulo. O arquiteto e a arquitetura do IPPMG. In: RODRIGUES, Ana Lúcia de Mello
et al. Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira: 60 anos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2013.
13 COSTA, Lucia. Os jardins de Roberto Burle Marx para o Instituto de Puericultura da
UFRJ. In: RODRIGUES, Ana Lúcia de Mello et al. Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão
Gesteira: 60 anos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2013.
14 JARDIM, op. cit.
15 FRAGA FILHO, Clementino. A Implantação do Hospital Universitário da UFRJ (1974-1978).
Rio de Janeiro: FUJB, 2000.
92
O HESFA e o Patrimônio Cultural da Saúde
16 JEUDY, Henri-Pierre. Memórias do Social. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990. p.13.
17 SILVA JR, op. cit., p.108.
93
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
18 FOLHETIM. Asylo de Mendicidade. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 11 jul. 1879. p. 01.
19 BRASIL. Lei n.º 2670, de 20 de outubro de 1875.
20 SILVA JR, op. cit.
21 Para o entendimento das classes pobres como classes perigosas no período, ver
CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial. São Paulo: Companhia
das Letras, 2006.
94
O HESFA e o Patrimônio Cultural da Saúde
22 ASSISTÊNCIA Pública e Privada no Rio de Janeiro (Brasil): história e estatística. Rio de
Janeiro: Prefeitura do Distrito Federal, 1922.
23 AGUINAGA, Hélio. Hospital São Francisco de Assis: História. Rio de Janeiro: Companhia
Brasileira de Artes Gráficas, 1977.
24 A EXPLORAÇÃO das crianças. Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 01 jul. 1885. p. 01.
95
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
25 ALMEIDA, Garfield de. Assistência Hospitalar: memória apresentada ao Congresso Nacional
de Assistência Pública e Privada do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Typographia Jornal do
Commercio, 1908.
26 CHAGAS FILHO, Carlos. Meu pai. Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 1993.
27 Diretora da Escola de Enfermagem do DNSP, - atual Escola de Enfermagem Anna
Nery, também pertencente à UFRJ, cuja sede definitiva foi construída no mesmo terreno do
Hospital São Francisco de Assis em 1927,- e componente da Missão de Cooperação Técnica
para o Desenvolvimento da Enfermagem no Brasil da Fundação Rockefeller.
28 Desde 1985, a denominação foi alterada para Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho (HUCFF).
96
O HESFA e o Patrimônio Cultural da Saúde
97
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
98
O HESFA e o Patrimônio Cultural da Saúde
99
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
Essa situação tem contribuído para que pensemos esse patrimônio antes
como passivo que como ativo, antes como um peso que como conjunto de
recursos a serem mobilizados e colocados à disposição das atividades-fim
da Universidade.” 34
34 UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Plano Diretor UFRJ 2020.
Rio de Janeiro: [s.n.], 2011. Disponível em: <http://www.ufrj.br/docs/plano_diretor_2020/
PD_2011_02_07.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2014. p.23.
100
INTERVENÇÕES ARQUITETÔNICAS EM
ARQUITETURAS PRESERVADAS
101
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
102
Intervenções Arquitetônicas em Arquiteturas Preservadas
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
RELATOS DE OBRA
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Relatos de Obra
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
106
Informações Técnicas
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
O Plano Diretor do HESFA (2004-2006) foi elaborado por Ernani Freire
Arquitetos Associados Ltda., tendo os Projetos Básicos de Restauração dos
Telhados e Varandas (2008) sido elaborados pela BK Boghossian e Kiperman
Arquitetos Ltda e Projeto Básico de Restauração (2008) pelas equipes da
COPRIT e Secretaria Municipal de Saúde.
Concepção e Gerenciamento Técnico
Paulo R.T. Bellinha – Vice-Diretor ETU/UFRJ
Fiscalização do Projeto
Eliara Beck Souza – Arquiteta DIPRIT/ETU/UFRJ
Coordenador de Obra
Agenor F. de Sousa – Engº Civil DICON/COPRIT/ETU
Arquitetas
Ângela Hugo
Lélia Fiuza Furtado
Bolsistas de Mestrado
Kleber Marinho
Taisa Carvalho
Bolsistas de Iniciação Científica
Isabel Passos
Graziela Telles
Mariana Laiun
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
O PALÁCIO
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
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A Restauração do Palácio Universitário: Reativação e Ressignificação
1 O Instituto de Psiquiatria da UFRJ foi criado pelo Decreto-Lei nº 591, de 03/08/1938, que
transferiu o Instituto de Psicipatologia e Assistência a Psicopatas para a Universidade do Brasil.
Na década seguinte foi incorporado à Universidade do Brasil (Decreto nº 8393 de 17/12/1945).
Ver em <http://www.ipub.ufrj.br/portal/institucional/historia>. Acesso em: set. 2015.
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
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A Restauração do Palácio Universitário: Reativação e Ressignificação
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
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A Restauração do Palácio Universitário: Reativação e Ressignificação
115
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
116
A Restauração do Palácio Universitário: Reativação e Ressignificação
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1830-1900. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2008.
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CALMON, Pedro. O Palácio da Praia Vermelha. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.
ENGEL. Magali G. Os Delírios da Razão: Médicos Loucos e Hospícios. Rio de Janeiro, 1830-1930.
Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2001.
FERREIRA, Letícia; Palácio Universitário - Pesquisa Histórica de Intervenções e Usos do Bem;
Retrô Projetos de Restauro, 2013.
LEONARDI, Paula. Além dos Espelhos. Memórias, Imagens e Trabalhos de Duas Congregações
Católicas Francesas em São Paulo. 2008. Tese (Doutorado em História da Educação). Universidade
de São Paulo, São Paulo.
LIMA BARRETO, Afonso H. de. Diário do Hospício: O Cemitério dos Vivos. Rio de Janeiro:
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MATTOS, Illmar R. de. O Tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec, 1987.
MORAIS FILHO, José A. M. Festas e Tradições Populares do Brasil. São Paulo: Ed. USP, 1979 [1901].
OLIVEIRA, Antônio J. B. de (Org.). Seminário Memória, Documentação e Pesquisa, Universidade
e os Seus Múltiplos Olhares de Si Mesma. Rio de Janeiro: UFRJ/FCC/SiBI, 2007.
PERES, M. Angélica de A. A Ordem no Hospício: Primórdios da Enfermagem Psiquiátrica no
Brasil (1852-1890). Rio de Janeiro: PPGE-UFRJ/Escola de Enfermagem Anna Nery, 2008.
RAMOS, Fernando A. da C. e GEREMIAS, Luiz. Instituto PHILLIPPE PINEL: Origens Históricas.
Disponível em: <http://www.sms.rio.rj.gov.br/pinel/media/pinel_origens.pdf>. Acesso em: set. 2015.
SCHWARCZ, Lilia M. As Barbas do Imperador. D. Pedro II Um Monarca nos Trópicos. São Paulo:
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SOBRAL FILHA, Doralice D. Lazer, Saúde e Ordem: Principais Programas Desenvolvidos na
Arquitetura do Século XIX no Rio de Janeiro e no Recife. Rio de Janeiro: UFRJ/FAU/PROARQ, 2009.
VAINFAS, Ronaldo (Dir.). Dicionário do Brasil Imperial. (1822-1889). Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2002.
Revista Patrimônio Histórico Edificado da UFRJ, Maio de 2011.
117
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
1 Oficio nº 1813, datado de 30 de março de 1953, assinado pelo Reitor Pedro Calmon e
encaminhado ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
118
O Projeto de Restauração
119
PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
O Projeto de Restauração do Palácio Universitário (2007/2011) foi
desenvolvido pela equipe da DIPRIT, com contribuições da Equipe Plano
Diretor UFRJ.
Gerenciamento Técnico
Paulo R.T. Bellinha – Vice-Diretor ETU/UFRJ
Recuperação Emergencial das Fachadas
Margaret Lica Chokyu – Profª FAU/UFRJ
Zoneamento e Setorização
Equipe Plano Diretor
Coordenador de Obra
Agenor F. de Sousa – Engº DICON/COPRIT/ETU
Fiscalização do Projeto
Maurício Marinho – Coordenador COPRIT/ETU
Arquiteta
Natascha Azeredo
Bolsistas de Mestrado
Ana Paula Dutra
Carina Mendes
Bolsistas de Iniciação Científica
Marcelo Faria
Mariana Barroso
Vitor Penido
O Projeto Executivo (2012-2015) foi elaborado pela Retrô Projetos de
Restauro, sob coordenação da arquiteta Simone V. de Siqueira. Fizeram
parte da Consultoria de Restauro os arquitetos Cyro Corrêa Lyra e Marisa
Assumpção. Os Projetos Executivos Complementares foram realizados
pelas empresas listadas abaixo:
Acústica – EAV Eletronica Audiovisual Ltda.; Estrutura – Cerne Engenharia
e Projetos; Combate a Incêndio – CO2 – Proinst – Projetos e Sistemas Contra
Incêndio; Projeto de Climatização – Luiz Henrique Otto de Santana; Elétrica,
Hidrossanitárias, Telefonia e Lógica – Projob Engenharia; Projeto de
Paisagismo – Arq. Paisagista Daniele Purper e Equipe Retrô; Luminotécnica
– Illumination Strategic Design Group.
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Informações Técnicas
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
A ESCOLA
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
Abrindo os Salões
O Edifício Principal é composto de algumas salas de concerto, dentro do
projeto que modernizou as instalações do Instituto de Música. Dentro dele,
destaca-se a Sala Leopoldo Miguez, inspirado na recém-inaugurada Salle
Gaveau, na referência estética parisiense de 1905, que é reconhecida pela
excelência de sua acústica. Em seu interior ricamente ornado destacam-se
o afresco de Carlos Oswald, os painéis de Antonio Parreiras e o grande
Órgão Tamburini. Outra sala que merece destaque é a Henrique Oswald,
localizando-se no último pavimento, construído após a reforma de 1922,
destinada a concertos de câmara. Com a aquisição do Órgão Tamburini
para a sala de concertos principal, em 1954, o antigo Órgão Sauer é trans-
ferido para esta nova sala, que atualmente apresenta danos causados por
instalações elétricas, infiltrações, elementos decorativos espúrios e falta
de manutenção. Porém, sem tratamento acústico adequado, as janelas
a que brindam com uma bela vista da Lapa deixam também passar os
ruídos externos. Seu restauro, com a instalação de tratamento acústico,
camarim e sala de gravação, pretendem dotar a Escola de Música de salas
de concerto de escalas variadas.
O Projeto de Restauro
O Projeto de Restauro e Ampliação do Conjunto Arquitetônico da
Escola de Música/UFRJ, aprovado em 2011 pelo órgão de tutela municipal,
atende às demandas de conservação integrada do patrimônio arquitetô-
nico, apontadas no diagnóstico preliminar realizado em 2010/2011, e de
ampliação dos espaços destinados à pratica pedagógica e ao apoio às salas
124
A Escola de Música em Cena
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
126
A Escola de Música em Cena
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
Andréa Borde
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A RESTAURAÇÃO DO PAVILHÃO DE AULAS
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
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A Restauração Do Pavilhão De Aulas
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PARTE III – PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ EM RESTAURO
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PARTE IV
POR UMA POLÍTICA DE
CONSERVAÇÃO INTEGRADA
PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
O MUSEU
Museu Nacional, acesso principal, Quinta da Boa Vista, 2015.Acervo LAPA/ PROURB
PAÇO DE SÃO CRISTÓVÃO, DE MORADA REAL
A MUSEU NACIONAL
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PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
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Paço de São Cristóvão, de Morada Real a Museu Nacional
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PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
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Paço de São Cristóvão, de Morada Real a Museu Nacional
139
PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
curso. O que nos leva a outro duplo dilema quando se trata de enfrentar
estes desafios: por um lado, encontrar as fontes de financiamento para
estes vultosos recursos, por outro estabelecer um consenso em torno de
qual projeto se desenvolver.
A este propósito, o histórico das soluções encontradas pelo Museu
Nacional para contornar a crise crônica de subvencionamento é bastante
esclarecedora, e convém nos determos um pouco para melhor entender a
questão. Ciente da gravidade da crise enfrentada na virada dos séculos XX/
XXI, e a partir da criação, à época, de novos mecanismos de exoneração
fiscal, a instituição soube encontrar junto a empresas privadas algumas
fontes de financiamento para suas obras mais emergenciais, após uma
definição interna de quais seriam suas prioridades e de uma definição
de qual projeto iria implantar. Este movimento foi também seguido pelo
HESFA, sem que este último, no entanto, tenha conseguido financiar,
durante longo tempo, nem uma pequena parte das obras que necessitava.
O que somente vem a comprovar que dois pontos são fundamentais para
o correto equacionamento do financiamento das diversas demandas
acadêmicas: primeiramente, é necessário estabelecer um mínimo consenso
em torno de um projeto, a fim de que se possa implantá-lo a partir de
prioridades claramente definidas, para, em segundo lugar, encontrar os
meios financeiros para execução das obras.
No entanto, a análise dos resultados destes dois casos aqui levantados
revela-nos que o sucesso da operação de contornar as dificuldades encon-
tradas para realização destas obras depende de alguns fatores, tanto
internos quanto externos. Com relação aos fatores internos, as condições de
desenvolvimento das soluções são similares, mas com relação à percepção
externa os resultados são divergentes. O que nos leva a uma constatação
óbvia: segundo os dois exemplos citados, a visibilidade encontra um papel
preponderante nos mecanismos de captação de recursos para viabilização
das obras de restauração pretendidas.
140
Paço de São Cristóvão, de Morada Real a Museu Nacional
141
PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
142
Paço de São Cristóvão, de Morada Real a Museu Nacional
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PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
num único espaço três séculos de história num país que conta com pouco
mais de cinco séculos de existência – camadas estas que devem ser mais
bem percebidas e colocadas em evidência de forma a se melhor compreender
suas consequências, e todas as chances devem ser aproveitadas.
Assim, essas múltiplas redes de significados não podem passar ao largo de
eventos de projeção mundial, e o Poder Municipal deve ser envolvido neste
ponto do processo, de forma a que a produção acadêmica possa também
ser encarada como um grande evento, sendo este aqui compreendido como
um evento cotidiano, e de proporções nacionais, posto que forma toda a
cadeia produtiva neles envolvida, incrementando a economia, tanto local
como nacional. Desta forma, a UFRJ poderia atestar novos valores de uso
ao seu relevante acervo patrimonial dentro de uma ética de visibilidade
tal como havíamos proposto anteriormente, cumprindo seu papel como
grande formadora de mão de obra qualificada.
Diante deste cenário, um enorme desafio institucional se coloca diante
de nossos olhos, que não caberia discorrer no quadro deste livro, cabendo
apenas destacar, antes de concluirmos, que o esforço que vem sendo
empreendido para a preservação deste patrimônio, em todas as instâncias
que compõem a pluralidade da comunidade acadêmica vem, mais uma
vez, atestar seu vigor. O Escritório Técnico da Universidade, através de
sua Coordenação de Preservação de Imóveis Tombados, vem se somando
aos esforços empreendidos pela Pró Reitoria de Finanças, para assegurar
recursos técnicos e financeiros para realização desta tarefa hercúlea.
Esperamos que numa edição posterior possamos inserir também a descrição
das obras de restauração em andamento no Museu Nacional, ao lado de
outros exemplares notáveis das edificações que constituem a diversidade
e riqueza do patrimônio cultural universitário.
Referências Bibliográficas:
CASTILHO, Mauricio M. A. de. A visibilidade do Museu Nacional da UFRJ na sinalização
urbana da cidade do Rio de Janeiro. In. GAZZANEO, Luiz M. (Org.). Arte e território no mundo
lusófono e hispânico. Rio de Janeiro: UFRJ/FAU/PROARQ, 2014.
Revista Patrimônio Histórico Edificado da UFRJ, Maio de 2011.
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FINANCIAMENTO DO PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO
UNIVERSITÁRIO: ANÁLISE DAS POLÍTICAS DE PROTEÇÃO
AOS BENS IMÓVEIS TOMBADOS DA UFRJ
Introdução
A análise das questões relativas ao financiamento do patrimônio
cultural universitário, em especial da UFRJ, é uma etapa importante para
a formulação de políticas de conservação integrada deste patrimônio.
Constituído por imóveis tombados que integram, muitas vezes, conjuntos
urbanos de valor patrimonial, estas obras arquitetônicas expressam valores
sociais historicamente constituídos. Eles testemunham os diferentes
usos da edificação, as linguagens arquitetônicas adotadas, mas também
o esforço financeiro investido em sua construção e manutenção. Neste
sentido, busca-se aqui pontuar alguns aspectos centrais na questão do
financiamento ao patrimônio cultural da UFRJ e discutir, brevemente,
algumas questões que despontaram da análise.
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Financiamento do Patrimônio Arquitetônico Universitário
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Financiamento do Patrimônio Arquitetônico Universitário
3 AZEVEDO, Moreira de. O Rio de Janeiro. Sua história, Monumentos, Homens Notáveis, Usos
e Curiosidades. Rio de Janeiro: B.L. Garnier, 1877. v. 1, p. 396.
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Financiamento do Patrimônio Arquitetônico Universitário
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Considerações finais
A reflexão sobre o modelo atual de gestão do patrimônio universitário
e sua interface conceitual com políticas públicas, diagnóstico territorial e
análises econômicas pode ampliar a escala para uma situação que permita
aos gestores um caminho mais solidificado, no que tange à regulamentação
legal da gestão do patrimônio universitário no Brasil. Os critérios para a
conservação desses bens imóveis tombados e semipúblicos nem sempre são
claros e, muitas vezes, o esforço de recuperação depende de força política
e de boa liquidez macroeconômica nas contas nacionais para justificar o
financiamento.
O processo de valoração patrimonial torna-se fundamental para ampliar
o debate referente à sobreposição necessária de valores de usos patrimo-
niais como política de proteção e reconhecimento de valores culturais no
espaço universitário. Esses novos valores de usos contribuem para um tipo
específico de ação no campo do patrimônio, envolvendo ensino superior,
território, políticas públicas e desenvolvimento regional. As ações de
restauração do patrimônio arquitetônico da UFRJ são realizadas em um
processo em que os próprios profissionais contratados nos serviços de
conservação são muitas vezes ex-alunos dos cursos da UFRJ. O próprio
ambiente universitário construído serve de laboratório para o exercício de
futuros profissionais e isto pode ser replicado para outros cursos.
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Financiamento do Patrimônio Arquitetônico Universitário
Referências Bibliográficas
ARAÚJO JR., Edmar A. S. de. Economia patrimonial e desenvolvimento: efeitos das políticas
patrimoniais de restauração de monumentos históricos no Estado de Rio de Janeiro. Cadernos
do Desenvolvimento, v.8, n. 12, 2013.
BRANT, Leonardo (Org.). Políticas culturais, v. 1., 2003.
. Faces da Cultura. Revista Integração, 2002.
CALABRE, Lia. Políticas culturais no Brasil: história e contemporaneidade. Fortaleza: Banco do
Nordeste, 2010. v. 1, p. 136.
CALMON, Pedro. O Palácio da Praia Vermelha. Rio de Janeiro: UFRJ, 2000.
CARDOSO, Viviane S. V. et al. A preservação do patrimônio cultural como âncora do
desenvolvimento econômico. BNDES Setorial 34. Setembro de 2011, pp. 351-388, set. 2011.
CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: UNESP, 2001.
De PAOLA, Andrely Q. e GONSALEZ, Helenita B. Escola de Música da Universidade Federal do
Rio de Janeiro: história e arquitetura. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.
FÁVERO, M. de Lourdes de A. Universidade do Brasil: das origens à construção. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ/Inep, 2000. v. 1.
FURTADO, Celso. Ensaios sobre cultura e o Ministério da Cultura. In: FURTADO, Rosa F.
d’A. (Org.). Arquivos Celso Furtado, v. 5. Rio de Janeiro: Ed. Contraponto/Centro Internacional
Celso Furtado, 2012.
MIRANDA, Marcos P. et al. (Org.). Mestres e Conselheiros: manual de atuação dos agentes do
patrimônio cultural. Belo Horizonte: Ed. IEDS, 2009.
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PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
Sites Consultados
Centro de Arte Hélio Oiticica. Ver em <http://www.etu.ufrj.br/index.php/imoveis-tombados>.
Acesso em: set. 2015.
Projeto de Lei 4643/2012. Ver em <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetra
mitacao?idProposicao=558376>. Acesso em: set. 2015.
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TÓPICOS PARA UM PLANO DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
DO PATRIMONIO ARQUITETÔNICO DA UFRJ
Considerações Iniciais
Estes Tópicos encerram o livro, mas não as pesquisas, projetos e ações
de gestão do patrimônio arquitetônico que estão em andamento na UFRJ.
Por isso mesmo, mais do que “considerações finais” apresento aqui algumas
“considerações iniciais”. A intenção é, através das ideias contidas nestes
tópicos, instigar a produção de novos conhecimentos sobre o tema, bem
como a proposição de novas ações de gestão e planejamento do patrimônio
arquitetônico universitário em suas distintas dimensões e potencialidades.
O que o patrimônio universitário, como conceito operatório que sublinha o
valor simbólico das edificações notáveis onde se desenvolvem as atividades
universitárias, traz como perspectiva para as questões da conservação e
desenvolvimento integrado do singular conjunto de bens que define? O
que os estudos de conservação e restauração trazem para a preservação
do patrimônio universitário? Estas são as duas perguntas que buscarei
responder, ou, ao menos, começar a responder, ao longo destes tópicos.
Antes de passar aos tópicos é preciso esclarecer alguns pontos. O
primeiro deles é sobre o tema do livro. Como vocês já devem ter percebido,
não se trata de um livro sobre os problemas teóricos do restauro abordados,
entre outros, por Beatriz Kuhl,1 ao analisar a preservação do patrimônio
arquitetônico da industrialização, e por Salvador Muñoz Viñas,2 ao enunciar
uma Teoria da Restauração. Também não trata da singular trajetória da
preservação patrimonial no Brasil, ou das narrativas que a legitimaram,
que foram objeto das teses-livros de Maria Cecilia Londres Fonseca 3
e José Reginaldo Gonçalves.4 Mais ainda, este livro não se aprofunda
nas questões pertinentes ao campo do conhecimento da educação ou
1 Ver KUHL, Beatriz. Preservação como ato de cultura. In: . Preservação do Patrimônio
Arquitetônico da Industrialização: problemas teóricos de restauração. Cotia, SP: Ateliê Editorial,
2011 [2008]. p. 59-81.
2 VIÑAS, Salvador M. Teoría contemporánea de la Restauración. Madrid: Síntesis, 2003.
3 FONSECA, M. Cecília L. O patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação
no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.
4 GONÇALVES, José R. A Retórica da Perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio
de Janeiro: UFRJ, MEC-IPHAN, 1996.
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PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
5 CHOAY, Françoise. L’Allegorie du patrimoine. Paris: Seuil, 1996 [1992]; e CHOAY, Françoise.
Le patrimoine en questions: anthologie pour un combat. Paris: Seule, 2009.
6 CASTRIOTA, Leonardo. Patrimônio Cultural: conceitos, políticas e instrumentos. São Paulo:
Annablume, 2009.
7 CHOAY, op. cit., p. XLIV.
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Tópicos para um Plano de Conservação Integrada do Patrimônio Arquitetônico da UFRJ
8 Art.14, p. 06. Este artigo contém a seguinte nota explicativa: “Conservação normalmente
visa retardar a deterioração a não ser que a significação do lugar dite de maneira diversa. Pode haver
circunstâncias que não requerem nenhuma ação para se atingir a conservação.” Ver em <http://
australia.icomos.org/wp-content/uploads/The-Burra-Charter-2013-Adopted-31.10.2013.
pdf>. Acesso em: set. 2015.
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PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
9 Mesmo que seja prematuro, não posso deixar de assinalar que a composição multidis-
ciplinar do GT, as consultas realizadas com integrantes de outras Instituições públicas
sobre as experiências, e procedimentos por eles adotados com relação aos museus, coleções
científicas e patrimônio arquitetônico se colocam como uma formação inédita na UFRJ.
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Tópicos para um Plano de Conservação Integrada do Patrimônio Arquitetônico da UFRJ
10 A partir daquele momento, é reconhecido que algumas edificações seriam portadoras de
significados especiais no contexto nacional. Esta distinção representaria, a partir de então,
no atendimento a uma série de diretrizes para a preservação do imóvel, tendo em vista a
conservação da integridade física e da legibilidade patrimonial do bem.
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11 VALERY, Paul. Eupalinos, ou o Arquiteto. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1996 [1945].
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Tópicos para um Plano de Conservação Integrada do Patrimônio Arquitetônico da UFRJ
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Tópicos para um Plano de Conservação Integrada do Patrimônio Arquitetônico da UFRJ
só cabendo ao seu corpo social articular estes elementos para fabricar o pão
que alimentará a conservação integrada do seu patrimônio arquitetônico.
Para trocar em miúdos esta receita, passemos aos tópicos contendo aspectos
importantes a serem contemplados em um plano de conservação integrada
dos imóveis tombados e preserváveis da UFRJ, no qual seriam delimitados
conceitos operatórios, procedimentos e diretrizes a serem observadas,
competências, alternativas para financiamento, entre outros aspectos
pertinentes a gestão deste patrimônio universitário.
Tópicos para um Plano de Conservação Integrada do
Patrimônio Arquitetônico da UFRJ
Uma afirmação de Carlos Nelson Ferreira dos Santos, no clássico
“Preservar não é tombar, renovar não é por tudo abaixo”,15 publicado em 1986,
mas que se mantém atual, apesar dos avanços no campo do patrimônio
cultural no Brasil, anuncia o desafio cotidiano que se enfrenta ao pensar,
propor e implementar políticas de preservação do patrimônio cultural:
“Do jeito que vem sendo praticada, a preservação é um estatuto que consegue
desagradar a todos: o governo fica responsável por bens que não pode,
ou não quer, conservar; os proprietários se irritam contra as proibições,
nos seus termos, injustas, de uso pleno de um direito; o público porque,
com enorme bom senso, não consegue entender a manutenção de alguns
pardieiros, enquanto assiste à demolição inexorável e pouco inteligente de
ambientes significativos”.
15 SANTOS, Carlos N. F. dos. Preservar não é tombar, renovar não é por tudo abaixo.
Revista Projeto, n. 86, p. 60-61, abr. 1986.
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Tópicos para um Plano de Conservação Integrada do Patrimônio Arquitetônico da UFRJ
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Tópicos para um Plano de Conservação Integrada do Patrimônio Arquitetônico da UFRJ
17 ROJAS, Eduardo. Old Cities, New Assets: Preserving Latin American‘s Urban Heritage.
Washington: Inter-American Development Bank, 1999.
18 Ver em <ht t p://w w w.apt i.org /i nde x.php?src=gendocs& ref=Su st a i n able _
Preservation&category=Technical_Committees>. Acesso em: set. 2015.
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PARTE IV – POR UMA POLITICA DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA
Caminhos futuros
De forma bastante sintética os caminhos futuros que se anunciam, a
meu ver, para o desenvolvimento das pesquisas, projetos e ações de gestão,
uma vez que este livro não traz os resultados finais das pesquisas, mas
as primeiras conclusões, e projetos em andamento: as reflexões teóricas
e práticas sobre o patrimônio arquitetônico universitário precisam ser
aprofundados, sobretudo, no diálogo com a comunidade acadêmica e com
os órgãos públicos e sociedade civil organizada que estejam interessados
nas inovações sociais, metodológicas e tecnológicas que esta abordagem
pode oferecer. Os ensaios críticos aqui apresentados são provocações no
sentido de ampliar a abrangência das investigações sobre o tema e incitar
o pensamento criativo a ele relacionado.
Sintam-se convidados a se juntar a nós nestes diálogos!
Andréa Borde
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AUTORES
PARTICIPANTES / AUTORES
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AUTORES
(por ordem de aparição)
Roberto Leher
Reitor da UFRJ (2015-2018). Professor Titular da Faculdade de Educação e
do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ na linha Políticas e
Instituições Educacionais. Bolsista Sênior da Cátedra sobre Desenvolvimento
IPEA-CAPES (2011 e 2012), pesquisador do CNPq, e Cientistas de Nosso
Estado – FAPERJ. Doutor em Educação pela USP (1998). Desenvolve
pesquisa em políticas públicas em educação. Integra Comitês Editoriais
de vários periódicos, entre eles: Educação e Sociedade, Margem Esquerda,
Outubro, Temporalis, Trabalho Necessário, Humanidades (Costa Rica)
e Universidade e Sociedade. Professor colaborador da Escola Nacional
Florestan Fernandes. Representante eleito dos Professores Titulares do
CFCH-UFRJ no Conselho Universitário da UFRJ (2013-2017).
Andréa Borde
Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de
Pós-Graduação em Urbanismo da UFRJ. Arquiteta e Urbanista (1986),
Mestre em Artes Visuais (1998) e Doutora em Urbanismo (2006) pela
UFRJ, com Pós-Doutorado em Arquitetura e Urbanismo (2013) pela UFBA.
Pesquisadora do CNPq, onde coordena as pesquisas “O Patrimônio Cultural
Edificado Universitário na Formação do Espaço Urbano do Rio de Janeiro”
(FAPERJ), “Patrimônio Cultural e Cidades Contemporâneas: Construções,
Percursos e Perspectivas” (CNPq) e “O Conjunto Arquitetônico da Escola de
Música da UFRJ: um projeto orquestrado”. Líder do grupo de pesquisa LAPA
(Laboratório de Patrimônio Cultural e Cidades Contemporâneas), do
diretório de pesquisas do CNPq. Coordenadora de Pesquisa e Extensão do
PROURB (2015-2017). Integra o GT-SIMAP (Grupo de Trabalho instituído
para implantação do Sistema de Museus, Acervos e Patrimônio Cultural/
UFRJ) e o Conselho Consultivo da Frente Mista Parlamentar em Defesa da
Cultura na área da Memória e do Patrimônio Cultural. Tem experiência na
área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Planejamento e Projeto
do Espaço Urbano e Arquitetônico e em Patrimônio Cultural. Tem artigos,
capítulos de livros e ilustrações publicadas, assim como livros organizados.
Foi premiada por projetos elaborados, trabalhos escritos, orientações
desenvolvidas e pesquisas realizadas.
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PARTICIPANTES / AUTORES
Paulo Bellinha
Vice-Diretor do Escritório Técnico da UFRJ (ETU). Membro do GT SiMAP/
UFRJ (2013) e do grupo de pesquisa LAPA (2014). Participa das pesquisas
“O Patrimônio Cultural Edificado Universitário na Formação do Espaço Urbano
do Rio de Janeiro” (FAPERJ); “Patrimônio Cultural e Cidades Contemporâneas:
Construções, Percursos e Perspectivas” (CNPq) e “O Conjunto Arquitetônico da
Escola de Música da UFRJ: um projeto orquestrado”. Arquiteto e Urbanista
pela FAUSS (1983), Mestre em Ciências Sociais (1996) e Doutor em
Sociologia (2002) pela Université René Descartes, Sorbonne, Paris V. Foi
Coordenador de Preservação de Imóveis Tombados (COPRIT-ETU-UFRJ),
responsável pelo gerenciamento e planejamento de obras e projetos de
restauração (2006/2015), e Coordenador Executivo de Ensino de Graduação
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (2002/2006). Tem
experiência em Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Planejamento
e Gerenciamento de Obras e Projetos de Restauração, participação em
congressos e bancas de avaliação de prêmios institucionais, mestrados e
Trabalhos Finais de Graduação em Arquitetura, além de diversos artigos
publicados em periódicos nacionais e revistas internacionais, trabalhando
também como consultor de Comunicação Empresarial.
Guilherme Meirelles
Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da UFRJ.
Membro do LAPA. Participa das pesquisas “O Patrimônio Cultural Edificado
Universitário na Formação do Espaço Urbano do Rio de Janeiro” (FAPERJ) e
“Patrimônio Cultural e Cidades Contemporâneas: Construções, Percursos e
Perspectivas” (CNPq). Arquiteto e Urbanista (2010) e Mestre em Arquitetura
e Urbanismo (2013) pela UFF. Realiza trabalhos sobre a história urbana da
cidade do Rio de Janeiro, como pesquisas históricas e análises tipológicas
de imóveis de interesse patrimonial, pesquisas iconográficas, e produção
de material cartográfico.
Eliara Beck Souza
Arquiteta da Coordenação de Preservação de Imóveis Tombados do
Escritório Técnico da UFRJ (COPRIT-ETU-UFRJ), atuando junto a
projetos e obras de restauração. Arquiteta e Urbanista graduada pela UFPR
(2012). Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFRJ (2015). Participa
da pesquisa “O Patrimônio Cultural Edificado Universitário na Formação do
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Espaço Urbano do Rio de Janeiro” (FAPERJ). Tem experiência na área de
Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Patrimônio Cultural, História
da Arquitetura e História Urbana.
Aníbal Sabrosa
Sócio fundador da RAF Arquitetura. Vice-presidente de Relações com enti-
dades governamentais da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura
(AsBEA – Rio). Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Santa
Úrsula (1988). Possui participações em congressos e seminários no Rio
de Janeiro e São Paulo, atuando como ouvinte e palestrante, tendo feito
visitas à renomadas instituições no exterior. Responsável pela elaboração,
coordenação e gerenciamento de projetos em diversas áreas.
Thiago Nunes
Engenheiro Civil graduado pela UFF (2011). Atua na Studio G Construtora
desde 2011, em obras de preservação e restauração de imóveis tombados.
Possui experiência na gestão e execução de contratos de obras públicas.
Atualmente engenheiro residente na obra de Restauração do Patrimônio
do HESFA – UFRJ.
Maurício Marinho
Diretor da Divisão de Preservação de Imóveis Tombados do Escritório
Técnico da UFRJ (COPRIT-ETU-UFRJ). Arquiteto e Urbanista (2009)
e Mestre em Arquitetura (2012) pela UFRJ, na linha de pesquisa de
Restauração e Gestão de Bens Culturais. Participa da pesquisa “O Patrimônio
Cultural Edificado Universitário na Formação do Espaço Urbano do Rio de
Janeiro” (FAPERJ). Possui experiência na área de Arquitetura, com ênfase
em Restauração de Bens Culturais, Projetos Museográficos e de Interiores.
Simone Viana
Diretora da Retrô – Projetos de Restauro. Arquiteta e Urbanista graduada
pela PUC Goiás (1998). Pós-Graduada em Gestão em Restauro Arquitetônico
pela Universidade Estácio de Sá (2010). Arquiteta especialista em Restauro
Arquitetônico.
Wandilson Guimarães
Arquiteto e Urbanista graduado pela UFF (2008). Mestrando no Programa de
Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFF. Concentra seus estudos
acadêmicos em Urbanismo, Teoria e História, Patrimônio, Arquitetura
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Modernista Brasileira e Modernismo. Possui experiência na área de
Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Projeto e Execução de Obras de
Restauro Arquitetônico.
Edmar Araujo Junior
Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da UFRJ.
Membro do LAPA. Economista graduado pela UFF (2005), especializado
em Política e Planejamento Urbano pelo IPPUR-UFRJ (2008), Mestre
em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela ENCE/IBGE (2010).
Possui Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural
pelo IPHAN. Tem experiência na área de políticas sociais, com ênfase
em políticas públicas de habitação e urbanismo, mercado de trabalho,
urbanização de favelas. Pesquisador nas áreas de Economia da Cultura e
Patrimônio Cultural.
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Este livro foi impresso no Brasil
pela Gráfica Walprint para a Editora Prourb
Fontes Chaparral Pro e Gill Sans
Tiragem 1000 exemplares
Novembro de 2015