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DESENVOLVIMENTO MOTOR:
PADRÕES EM MUDANÇA, COMPLEXIDADE CRESCENTE
RESUMO
O presente ensaio visa discutir a natureza do desenvolvimento motor considerando que em todo
sistema desenvolvimentista há dois aspectos que necessitam ser explicados: permanência e mudança. A
identificação de seqüências de desenvolvimento pode dirigir a atenção do pesquisador para a permanência.
Em que pese a importância desse aspecto, ele é insuficiente para explicar a mudança que ocorre num dado
estado do sistema. Transições foram negligenciadas, com freqüência, no estudo de desenvolvimento motor.
Quando foram objeto de atenção, elas foram tratadas de forma linear e finita com mudanças de um estado
imaturo para um estado maduro e final. Transições ocorrem em estados estáveis e de forma contínua. Assim a
estabilidade é relativa, sendo caracterizada por estados dependentes do tempo, ou seja, neles convivem ordem
e desordem, imaturidade e maturidade, variabilidade e consistência. Será argumentado que a noção de ordem
hierárquica é fundamental para abordar a dinâmica do desenvolvimento motor. O conceito de restrição
(“constraint”) será discutido com referência a seu papel no desenvolvimento. Entre os vários elementos do
sistema, a intenção será apresentada como uma restrição essencial na formação de padrões. As idéias
apresentadas serão ilustradas com resultados de pesquisa sobre o desenvolvimento de habilidades motoras
manuais em situações naturais e experimentais.
INTRODUÇÃO
Em síntese, podemos dizer que a doze meses de vida um dos estados finais
etapa Orientada ao Processo marca uma mudança esperados é o andar bípede (cf. McGraw, 1945).
profunda na área caracterizando o que Kuhn (1970) No desenvolvimento cognitivo, o estágio de
denominaria de crise paradigmática. Ou seja, operações simbólicas é considerado como o mais
passamos por uma mudança de paradigma no avançado.
estudo do desenvolvimento motor (Manoel, 1989). A seqüência de desenvolvimento
A visão tradicional que explicava o teria como características básicas a universalidade
desenvolvimento como um processo e intransitividade (Pinard & Laurendeau, 1969). A
exclusivamente maturacional passou a ser seqüência é universal se todos os indivíduos
questionada, as distinções entre movimentos passarem por ela. A intransitividade da seqüência
naturais e culturais, antes tão claras, tomaram-se significa que todos os indivíduos irão passar pela
relativas. As duas décadas que se seguiram foram mesma seqüência na mesma ordem. Com a
marcadas pela busca de novos referenciais teóricos. preocupação em identificar seqüências com essas
Com eles buscou-se explicar dados antigos que duas características acabou-se dando muita ênfase à
descreviam vários aspectos do desenvolvimento permanência, consistência e estabilidade. A
motor. Ao mesmo tempo, novos estudos foram definição de etapas ou estágios no desenvolvimento
conduzidos com o propósito de descrever o envolve a identificação de aspectos que
comportamento em ambientes e contextos variados. permanecem, são consistentes e estáveis no
Com a constatação de que a maturação não é o comportamento. Aqui entra em jogo a própria
único mecanismo atuante no desenvolvimento, as concepção de desenvolvimento. Como foi colocado
características do ambiente e da tarefa numa dada por Bertalanffy (1960), a concepção de
execução motora ganharam especial atenção nos desenvolvimento por estágios assume que esse é
novos estudos. A introdução do conceito de um processo em que se busca apenas a
habilidade, até então ausente do estudo do estabilidade. Prigogine (1961) faz uma distinção
desenvolvimento motor, teve papel importante (cf. entre dois tipos de sistema que é pertinente a esse
Connolly, 1970b; Kay, 1970). A idéia de problema. Prigogine diferencia os sistemas em
habilidade ajudou na compreensão do significado estados independentes do tempo dos sistemas em
da interação indivíduo - ambiente. Uma das estados dependentes do tempo. Os primeiros são
características dos estudos iniciais sobre o sistemas abertos que buscaram estabilidade e ao
desenvolvimento motor foi a pouca preocupação atingi-la tentam mantê-la para evitar o aumento da
com os mecanismos subjacentes ao entropia. Como o ambiente em que o sistema
comportamento. Com a abordagem Orientada ao transita não é estático, e de fato está em mudança, a
Processo o desenvolvimento motor passou a ser tendência é a de que a manutenção da estabilidade
visto como desenvolvimento do controle motor tome o sistema obsoleto com a passagem do tempo.
(Keogh, 1977). Ou seja, esses sistemas começam a se aproximar do
equilíbrio termodinâmico. O segundo sistema de
Prigogine também é aberto, mas neles a
NATUREZA DO DESENVOLVIMENTO estabilidade é relativa, é temporária, pois o sistema
MOTOR busca sempre novos estados. Essa característica
seria mais apropriada para um sistema
As descrições clássicas do desenvolvimentista. Em sistemas biológicos ou
desenvolvimento motor publicadas nos anos 30 e vivos, num sentido lato (cf. Miller, 1978), vamos
40 foram importantes na medida em que elas encontrar características de ambos como coloca
identificaram os padrões que o pesquisador deve Bertalanffy (1977) ao se referir às regulações
explicar. Esses padrões levaram à proposição de primárias - típicas de sistemas com estados
um dos princípios básicos do desenvolvimento: o dependentes de tempo - e às regulações
da seqüência. Gesell e McGraw no secundárias - típicas de sistemas com estados
desenvolvimento motor, Piaget no independentes de tempo.
desenvolvimento cognitivo, entre outros, trouxeram Assim, o desenvolvimento é um
uma grande contribuição para área ao identificarem processo com características contrastantes mas
as etapas pelas quais o indivíduo passaria em sua ainda assim complementares: permanência e
vida, em direção à maturidade. Por exemplo, no mudança, estabilidade e instabilidade, rigidez e
desenvolvimento motor referente aos primeiros flexibilidade, consistência e variabilidade. O fato
de modelos científicos terem sempre negligenciado (1983) com trocas irrerversíveis de calor, expansão
esse aspecto dinâmico do desenvolvimento se irrerversível de gases ou difusão de nuvens. No
deveu em grande parte à limitação do próprio desenvolvimento motor, temos a mudança de um
conhecimento científico para lidar com a estado de relativa desordem para um estado de
complementaridade de modos de descrição ordem como pode ser observado na produção
contrastantes e com o indeterminado na natureza gráfica de uma criança aos dois anos e meio de
(Yates, 1978). O reconhecimento da função criativa idade e a mesma criança aos quatro anos de idade
da dimensão temporal nos fenômenos foi o passo (FIGURA 1). Aos dois anos e meio, os traços são
necessário para o lançamento de uma nova repetitivos, com pouca variação e pobre interação
abordagem para o desenvolvimento motor entre eles. Já aos quatro anos, observa-se um
(Manoel, 1989). Vários dos fenômenos descritos aumento da diversificação na produção dos traços
envolvem a mudança de um estado ordenado para além de uma maior interação entre eles.
um estado desordenado como exemplifica Haken
Desordem Ordem
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FIGURA 1 - Habilidade gráfica de uma criança aos 2,5 anos (desordem) e quatro anos de idade
(ordem).
fenômeno onde convivem os contrários como: Bruner, 1970; Connolly, 1970b, 1973; Elliott &
estabilidade e instabilidade, continuidade e Connolly, 1974, Manoel, 1988, 1989, 1993; Manoel
mudança e rigidez e flexibilidade. Talvez, & Connolly, 1997; Tani, 1987; Tani, Manoel,
Lewontin (1997) resuma essa concepção de forma Kokubun & Proença,1988).
mais direta e simples quando ele diz que todos os Há várias formas de representação
filhotes de leão irão tomar-se leões ferozes mas isto hierárquica (cf. Mesarovic, Macko & Takahara,
não significa que todos os leões são iguais. 1970; Salthe,1985). A maneira como a hierarquia é
No desenvolvimento motor, vemos a representada leva a assunções sobre como a
necessidade de se encarar os estados estáveis do complexidade aumenta ao longo do tempo. Embora
sistema como sendo relativos. Em relação ao seja comum representar a seqüência através de um
passado, um dado estado presente pode ser estável, modelo de hierarquia estratificada são raras as
mas em relação ao futuro ele é instável (Manoel & tentativas de descrever e explicar o processo a
Connolly, 1997). Tal propriedade é a base para se partir dessa concepção. Mesmo que tal modelo seja
estabelecer uma visão integrada do considerado, é importante lembrar que ele é mais
desenvolvimento e da aprendizagem no apropriado para tratar de estruturas já existentes.
comportamento motor. O sistema apresenta estados Quando temos o desenvolvimento em foco há a
estáveis que são temporários se considerarmos formação contínua de níveis, onde a distinção
como Tani (1987) que há uma hierarquia de novos estrutura e função é relativa (cf. Connolly &
objetivos motores a serem alcançados no ambiente. Manoel, 1991). Em suma, a hierarquia que nos
Uma vez que os objetivos são alcançados, novos interessa é aquela do processo (Bertalanffy , 1952;
são estabelecidos, num processo que tende a ser Scholz, 1982).
contínuo. Se os modelos de seqüência vão ter
algum valor heurístico para a compreensão do
desenvolvimento é essencial que noções sobre o
A SEQÜÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO desenvolvimento hierárquico sejam consideradas
MOTOR no estudo do desenvolvimento motor. Uma dessas
noções básicas refere-se à de “constraint”’ (Allen
O fato do desenvolvimento ser visto & Starr, 1982). A idéia básica de “constraint”’ ou
como um fenômeno caracterizado por um restrição refere-se a algum tipo de controle da acão.
indeterminismo limitado não exclui a idéia clássica Um “constraint” age na redução dos graus de
de que as mudanças são ordenadas numa liberdade de um sistema, mas ao fazer isso ele dá
seqüência. Os caminhos podem variar de um estado liberdade a esse mesmo sistema (Koestler, 1969).
a outro, algumas etapas podem não ser atingidas ou Como é ilustrado por Allen & Star (1982), dentro
plenamente estabelecidas (estabilizados), mas a das poderosas restrições impostas pelas regras da
seqüência não deixa de existir. Além de tudo ela é fuga, o compositor clássico Bach tomou-se livre
um instrumento heurístico que nos ajuda a levantar para escrever qualquer fuga de sua escolha.
questões sobre como se dá o processo de Lorenz (1971) argumenta que em
desenvolvimento. qualquer processo de desenvolvimento a restrição é
Mas o que se quer dizer com necessária, pois sem uma redução nos graus de
seqüência no desenvolvimento ? Há pelo menos liberdade um sistema não pode se tomar ordenado.
três aspectos para responder a essa questão: a) há Lorenz enfatiza, no entanto, a necessidade de um
uma ordem de eventos no eixo temporal do ciclo de equilíbrio entre a manutenção das restrições e o seu
vida ; b) há interdependência entre os eventos;(c) relaxamento.
cada nova etapa envolve a emergência de novas Koestler (1969) considera que a
propriedades que não são encontradas na etapa restrição não pode reduzir drasticamente os graus
anterior. É interessante notar que vários modelos de de liberdade, do contrário o sistema não
seqüência (e.g. Gallahue & Ozmun, 1995; conseguiria se adaptar a novas situações. Ou seja,
Seefeldt, 1980) são descritos sem que a natureza do liberdade e restrição, vistos freqüentemente como
processo que tal representação implica seja antagônicos, atuam de forma complementar em
explorada. Desenvolvimento implica a integração sistemas abertos. Valsiner (1997) sugere que as
de padrões de comportamento (Connolly, 1986). A restrições no desenvolvimento desempenham
seqüência de desenvolvimento refere-se, portanto, a vários papéis como por exemplo, de regulador
um processo de desenvolvimento hierárquico (cf. dinâmico temporário cuja natureza pode ser
intema, do próprio organismo, ou externa (veja podem ser modificados e associados a diferentes
Manoel, 1998a). conseqüências ambientais (Manoel, 1998a).
A ordem no comportamento motor A noção de reflexo não é menos
tem sido considerada como sendo resultante de controversa. Touwen (1984) prefere argumentar
restrições referentes às propriedades biofísicas do que tais respostas são um artifício de um sistema
organismo, da tarefa e do ambiente (Newell, 1986; organizado para se mover. Elas refletem
Thelen,1986). Entretanto, outra fonte de restrição comportamentos estáveis e não automáticos para
pode ser relacionada à intenção e ao programa de que o recém-nascido consiga interagir no meio
ação. Bruner (1970) e Connolly (1973) têm ambiente. Isto explicaria a sua flexibilidade, ainda
argumentado que a intenção em atingir um objetivo que limitada, bem como sua variação de
no ambiente constitui-se num fator decisivo para a intensidade e freqüência devidas tanto ao estado de
emergência do comportamento voluntário em ativação do sistema como alterações físicas do
contraposição às idéias que colocaram os reflexos organismo (cf. Thelen & Fischer, 1983).
como origem desses comportamentos. Thelen et O acoplamento entre intenção,
alii (1993) reconhecem que a intenção exerce um padrões de movimento e conseqüências ambientais
papel essencial na redução dos graus de liberdade constitui-se numa etapa crucial no
do sistema na emergência do alcançar e agarrar em desenvolvimento. É como se a partir desse
bebês. As evidências acumuladas por estudos de acoplamento houvesse uma passagem de padrões
neurofisiologia também corroboram o importante de movimentos espontâneos e reativos para ações
papel exercido pela intenção. Requin (1992) motoras habilidosas. Com esse acoplamento haverá
identifica o estabelecimento da meta como um inicialmente a realização de funções motoras
potente fator que condiciona os processos básicas como locomoção, manipulação e
posteriores da preparação da resposta. Ele não estabilidade. Gradualmente, essas atividades vão
determina as vias neurais que levam à produção do sendo orientadas ao contexto no qual o indivíduo
movimento, mas certamente as condiciona (ver vive. Isto significará que a seleção, a adaptação e a
também para mais detalhes Jeannerod (1996). realização de ações serão cada vez mais diversas
A capacidade para movimento é entre indivíduos quanto mais diverso for o contexto
inerente a todo sistema vivo, unicelular ou em que elesvivem. Neste sentido, pode-se
pluricelular. O indivíduo já apresenta um rico conceber um processo de desenvolvimento
repertório motor no período pré-natal. Prechtl hierárquico do comportamento motor (FIGURA 2)
(1997) argumenta que os movimentos fetais onde os elementos básicos para a ação surgem a
desempenham um papel crucial na regulação do partir de padrões de movimentos espontâneos
desenvolvimento do próprio sistema nervoso. Aqui (movimentos fetais e rítmicos) e reativos
vemos a complexidade do fenômeno que se (movimentos reflexos). Com o acoplamento entre
pretende explicar: o sistema efetor influencia o intenção , padrões de movimento e conseqüências
desenvolvimento do regulador (sistema nervoso) do ambientais há um salto qualitativo marcante. Nesse
seu próprio desenvolvimento (Trevarthen, 1987). A nível haverá a contínua elaboração das relações
espontaneidade dos movimentos fetais é equiparada meio-fim nas funções de controle postural, de
aos movimentos rítmicos observados no primeiro locomoção e de manipulação. Há, no nível
ano de vida (cf. Thelen, 1981). Todos esses seguinte, uma crescente variação no contexto
movimentos são aparentemente sem propósito o levando a diferentes oportunidades de realização
que não significa que eles sejam desordenados ou motora.
sem um padrão característico. Aliás, tais padrões
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t
: postura
mlação
Macro
movimento
s
Micro
Rolar
Engatinhar
Seqüência Andar
Inter-tarefa Correr
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FIGURA 3 - Relações macro-micro na seqüência inter-tarefa da locomoção.
“timing” relativo entre os componentes. A forma O bebê não conseguirá alcançar a xícara ou se o
como cada componente pode ser executado em fizer, o seu padrão de preensão será pouco eficiente
termos cinéticos e cinemáticos refere-se à micro- para manipulá-la sem que o conteúdo da xícara seja
estrutura do programa. Por exemplo, o alcançar derrubado. Aos dois anos de idade, o resultado
pode variar em termos de trajetória, com diferentes ainda pode ser desastroso. Já aos cinco anos, a
padrões de aceleração e desaceleração. A preensão criança pode realizar a tarefa. O que se observa ao
pode variar em termos do tempo de abertura do longo desse tempo é a gradual emergência de uma
polegar e indicador. Se pensarmos na realização macro-estrutura bem definida e consistente, sem
dessa tarefa pelo bebê, o resultado será desastroso. que os componentes se tomem rígidos.
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FIGURA 4 - Relações macro-micro no programa de ação de uma habilidade de manipulação
de instrumento, como pegar uma xícara de chá.
V
Colher na Colher na tigela Colher na tigela Controle da colher
tigela
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Remover a colher da colher tieela
colher da tigela
tigela
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Elevar colher da
a colher tiaela
V V Encher
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Colher na Elevar A
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V
V Remover a
Remover colher da
colher Remover a Colher na tigela
da boca colher da boca
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colher Suficiente
V
Remover a Elevar a
colher da boca V colher
Colher na
boca
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Verificar se
a colher está
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Apanhar a
comida
Derrubada
PADRÕES DE MANIPULAÇÃO
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FIGURA 7 - Variabilidade nos padrões de preensão manual ao longo de dois meses nos grupos
com idade média de 29 meses (Young) e 45 meses (Old), nas condições baixa
restrição (LC) e alta restrição (HC).
Na condição de maior restrição ser utilizada com mais ênfase na condição com
(HC), os dois grupos apresentaram maior maior dificuldade. Os dois grupos, ao enfrentarem
variabilidade nos padrões de preensão e de uma situação nova e mais difícil, procuraram
movimentos intrínsecos. A variabilidade é soluções usando diferentes padrões ao invés de
qualitativamente diferente nos dois grupos, além de mostrar um comportamento mais estereotipado. As
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(b)
FIGURA 8 - Variabilidade nos padrões de movimentos intrínsecosl ao longo de dois meses nos
grupos com idade média de 29 meses (Young) e 45 meses (Old), nas condições
baixa restrição (LC) e alta restrição (HC).
sujeitos praticaram a figura critério (FIGURA 9 a) solicitada a prática de uma figura mais complexa
na fase de aquisição. Na fase seguinte, era que continha a figura critério (FIGURA 9b).
(a) c (b)
FIGURA 9 Figura critério (a) praticada na Fase de Aquisição e figura complexa praticada nas
Fases de Transferência e Retenção (b), as letras indicam como cada traço foi
identificado pelo programa que efetuou a análise da execução.
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Criança 1 (4,5 anos) Criança 2 (10 anos) Adulto (24 anos)
FIGURA 11 - Variabilidade do timing relativo na Fase de Aquisição (Bl a B10) e nas Fases de
Transferência (TI e T2) e Retenção (RI e R2). Os dados referentes aos dois
primeiros blocos da Fase de Aquisição do criança 1 foram perdidos.
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Criança 2 (10 anos) Adulto (24 anos)
(b)
FIGURA 13 - Variabilidade do tempo total de execução nas fases de Aquisição (Bl a B10),
Transferência (TI e T2) e Retenção (RI e R2) para a criança de 4,5 anos (a) e a
criança de 10 anos e adulto de 24 anos (b).
\
adulto, teoricamente mais avançado em termos de estrutura ocorreu no ponto em que pode estar
desenvolvimento, foi o que mais mostrou ocorrendo a preparação para a transposição de uma
evidências de realizar a tarefa mais complexa figura para a outra. Evidentemente que os dados
utilizando a unidade modular hierarquicamente apresentados são preliminares. De qualquer forma,
organizada. As crianças de 4,5 anos e 10 anos é possível dizer que a abordagem metodológica é
mantiveram parcialmente a estrutura da unidade. promissora no estudo da formação e reorganização
Esses dados permitem inferir que a perturbação da de programas de ação.
* *
ADULTO (24 anos ) ADCBE ADCBE ADCBE
ABSTRACT
In the present essay we discuss the nature of motor development considering that in every
developmental system we must account for permanence and change. Developmental sequences drive one’s
attention to the permanence. However important this may be, it falls short of explaining change in a given
state. Transitions were often overlooked and indeed when they were considered, change was refereed to being
linear and finite, from immature to mature and final states. Transitions occur in stable states and in a
continuous manner. These states are time dependent which means that they comprise order and disorder,
immaturity and maturity, variability and consistency. We argue that the notion of hierarchical order is essential
to approach the process of motor development in a dynamic mode. The concept of constraint will be discussed
in regard to its role in motor development. Among many different system’s components intention will be
presented as an essential constraint in the emergence of new patterns. This idea will be illustrated with data
from developmental studies of manual motor skills in natural and experimental settings.
THELEN, E.; CORBETTA, D.; KAMM, K.; SPENCER, VALSINER, J. Culture and the development of
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