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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CTEC

UFAL

CENTRO DE TECNOLOGIA

Propriedade das rochas

Disciplina: Introdução à Engenharia de Reservatório


Profª. Débora Assis
1
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OBJETIVO UFAL

• Apresentar as propriedades das rochas do


reservatório.

2
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA RECOMENDADA UFAL

THOMAS, J. E. Fundamentos de engenharia de petróleo.


Editora Interciência. Rio de Janeiro. 2001.
ROSA, Adalberto José; CARVALHO, Renato de Souza;
XAVIER, José Augusto Daniel. Engenharia de Reservatórios
de Petróleo. Editora Interciência, Rio de Janeiro, 2006.
LUIZ ROCHA & CECILIA AZEVEDO. Projetos De Poços De
Petróleo - 2a. edição , Ed. Interciência, 2009.
https://www.planetseed.com/sites/default/files/images/content
-imgs/flash/science/lab/porosity_exp/pt/porosity_loader.html
Notas de aula.
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Propriedade dos fluidos UFAL

1. Rocha reservatório;
2. Propriedades das rochas;

a) Porosidade;
b) Compressibilidade;
c) Saturação;
d) Permeabilidade;
e) Capilaridade;
f) Molhabilidade;
g) Ascensão capilar;
h) Função J Leverett;
i) Permeabilidade efetiva e relativa;
j) Mobilidade. 4
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Rocha reservatório

O petróleo ocorre em reservatórios formados por


rochas sedimentares.
Rochas sedimentares resultam da decomposição de
detritos de outras rochas (magmáticas, metamórficas
ou sedimentares) ou do acúmulo de detritos
orgânicos ou, ainda de precipitação química. (Rocha
& Azevedo, 2009)

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Propriedade das rochas UFAL

Rochas sedimentares:
a) Arenitos – são as mais freqüentes rochas
reservatórios encontradas em todo o mundo.
• Espessas (centenas de metros);
• Grande continuidade lateral.

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Propriedade das rochas UFAL

Rochas sedimentares:
a) Arenitos – são as mais freqüentes rochas
reservatórios encontradas em todo o mundo.
• Espessas (centenas de metros);
• Grande continuidade lateral.

Baixa porosidade Alta porosidade


< 30% 35 a 40%

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Propriedade das rochas UFAL

Rochas sedimentares:
a) Arenitos – são as mais freqüentes rochas
reservatórios encontradas em todo o mundo.
• Espessas (centenas de metros);
• Grande continuidade lateral.

cimentação

fraturas

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Rochas sedimentares:
b) Carbonatadas:

• Calcários;

• Dolomitas.

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b) Carbonatadas:
Porosidade lateral e vertical, a porosidade pode ser muito maior
do que a dos arenitos
Porosidade Porosidade
primária secundária

Diminuição da Ø
Lixiviação da calcita
ou dolomita = poros
a cavernas
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Micrografia de uma rocha reservatório contendo Óleo [Petrobras].
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Propriedades:

Porosidade: Mede a capacidade de


armazenamento de fluidos.
• Principais fatores que afetam a porosidade:

– Distribuição do tamanho dos grãos;

– Forma dos grãos;

– Empacotamento;

– Cimentação.
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Exercício

Informe como estes fatores que afetam a porosidade:

– Distribuição do tamanho dos grãos;

– Forma dos grãos;

– Empacotamento;

–Compactação;

– Cimentação;

–Dissolução. 14
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– Distribuição do
tamanho dos grãos;

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– Forma dos grãos;

Quanto maior o
arredondamento maior a
porosidade.

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–Compactação

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– Empacotamento;

Φ =47,6 % Φ =39,5 % Φ=26,1 %

– Cimentação.

18
Cimentação

19
Cimentação

20
porosity_loader

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Valores da porosidade de solos e rochas

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Porosidade de reservatórios de óleo

0-5% Insignificante
5-10% Ruim
10-15% Razoável
15-20% Bom
>20% Excelente
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Hyne (2001 apud Feijó 2005)
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Porosidade:

1-Φ
Vp
 volume de vazios da amostra
VT volume total da rocha
Φ

• Tipos de porosidade
– Total: poros conectados + poros não-conectados
– Efetiva: poros conectados

• Determinação da porosidade
– Direta: Laboratório
– Indireta: Perfis de poço 24
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Determinação laboratorial: Obriga determinar 2 das 3 variáveis:


Vp, Vt ou Vs
• Volume de sólidos (Vs):
– Porosímetro a gás: Lei de Boyle (PV=cte)

P V=T Constante
PV= nRT
P1V1=n1RT
P2V2=n2RT

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Relação entre a porosidade da formação e a pressão da rocha


sobrejacente.

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Exercício

1) Calcular a porosidade de uma rocha hipotética


composta por grãos esféricos de mesmo diâmetro
e arranjados em forma cúbica. O cubo possui
aresta de 4R e a esfera raio R, logo o cubo possui
8 esferas.
Dados necessários: volume da esfera: 4/3πR3

4R 27
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Resposta:

Vp=30,5R³
Vt=64R
Ø=0,476(47,6%)

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Exercício

2) Uma amostra de 1cm³ de uma amostra de rocha-reservatório é


colocada em uma câmara de 10cm³ de um porosímetro de Boyle
(obtenção do Vv), a uma pressão de 750mmHg. A válvula é girada
de modo que o ar pode se expandir para outra câmara cujo volume
também é de 10cm³. A pressão absoluta final do sistema é de
361.4mmHg. Calcular a porosidade efetiva da amostra de rocha.

Dados necessários : PiVi=PfVf

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Compressibilidade:
A porosidade das rochas
sedimentares é função do grau de
compactação das mesmas, e as
forças de compactação são
funções da máxima profundidade
em que a rocha já se encontrou.

• Para o meio poroso define-se: Fonte: Rosa, 2006.

– Compressibilidade total da rocha


– Compressibilidade da matriz da rocha
– Compressibilidade dos poros da rocha (cf ) 30
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Compressibilidade: 1 V p 1 
c cf  
Vp p  p

(Hall, 1953)

31
Fonte: Rosa, 2006.
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Exercício

3) Um reservatório de petróleo possui as características


abaixo. Calcule as variações de volume para o óleo, água e
poro.
Dados Valores
Forma Paralelepípedica
Camada Horizontais
Área em planta 3 km²
Espessura 20,0m
Porosidade 16%
Saturação de água (irredutível) 25%
Pressão original 170,0 kgf/cm²
Pressão atual 120,0kgf/cm²
Pressão de bolha 110,0 kgf/cm²
Densidade do óleo a pressão de 0,75
bolha
Temperatura do reservatório 200°F
Coef. de compressib. médio da água 3,0x10-6 psi-1 32
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Exercício

Dados necessários: 1kgf/cm² = 14,2psi

33
Fonte: Rosa, 2006.
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Saturação:

 A saturação é o percentual que cada fluido ocupa no


volume poroso.

 Os poros das rochas reservatórios também contém


água além de hidrocarbonetos. Assim, o conhecido
volume poroso não é suficiente para estabelecer as
quantidades de óleo e/ou gás contida nas formações.

CONDIÇÃO
SATURADA
(TRIFÁSICO)
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 Para se estimar estas quantidades, é necessário


estabelecer que percentual de volume poroso é
ocupado por cada fluido.

CONDIÇÃO
SUBSATURADA
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(BIFÁSICO)
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Saturação:
matriz
Vi
si  volume do fluido i
Vp volume poroso da rocha

 si  1
sw 1-sw

i (Água inicial ou água conata)

Vol. de óleo produzido


Fator volume-formação

 N p  Bo  N p  Bo
so  1 



soi  so  1 



1  swi 
 N  Boi  N  Boi
Sat. de óleo inicial 36
Vol. de óleo original
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Saturação:
Determinação da saturação
Direta: Laboratório
Amostras da formação.
Indireta: Perfis de poço
Fatores que afetam a saturação
Métodos de medição direta: (Amostra) Falhas

•Manuseio do testemunho;
•Fluido de perfuração;
•Variação da pressão. 37
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Exercício

4) Calcular a produção acumulada, medida em m³std de um


reservatório com as seguintes características:
Dados Valores
Área 4,8km²
Espessura média 10m
Porosidade média 18%
Permeabilidade média 200md
Saturação de água conata média 25%
Pressão original 170 kgf/cm²
Pressão atual 120 kgf/cm²
Pressão de bolha 170 kgf/cm²
Fator volume-formação à pressão original 1,3
Fator volume-formação à pressão atual 1,2
Saturação de óleo média atual 42%

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Permeabilidade:
É a medida de sua capacidade de se deixar atravessar por
fluidos.

Rocha

Óleo
Fluxo
Gás

Água
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 Mesmo que uma rocha contenha uma quantidade


apreciável de poros e dentro desses poros existam
hidrocarbonetos em quantidade razoável, não há
garantia de que eles possam ser extraídos. Para que
isso ocorra, é necessário que a rocha permita o fluxo
de fluidos através dela.

 Os fluidos percorrem os canais porosos. Quanto mais


cheios de estrangulamentos, mais estreitos e tortuosos
forem esses canais porosos, maior será seu grau de
dificuldade para os fluidos se moverem no seu interior.

 Por outro lado, poros maiores e mais conectados


oferecem menor resistência ao fluxo de fluidos. 40
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1856 - Lei de Darcy

h1  h2
q  KA
L

q= vazão
Q
ΔH (h1-h2) = altura ou carga de água-
potencial hidráulico
AREIA h1
L A= área da seção aberta ao fluxo
A h2 L= comprimento
Q
K= (cte de proporcionalidade)
característica do meio poroso e do
fluido) 41
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Fluxo horizontal:
p
q  KA
L

Outros pesquisadores:

k Permeabilidade absoluta
K
 Viscosidade

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Fluxo horizontal:

kAp
q
L

q= vazão do fluido (cm³/s)


p= diferencial de pressão (atm)
A= área da seção transversal (cm²)
L= comprimento do meio poroso (cm)
k= permeabilidade do meio poroso (darcy)
μ= viscosidade do fluido (cp)

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Unidade
1 Darcy: permeabilidade que permite que um fluido com
viscosidade de 1 centipoise (cp) flua a uma velocidade de 1
m/s sob um gradiente de pressão de 1 atm/cm.
• md=milidarcy

L=1 cm
Q=1 cm3/s
μ=1 cP K=1 D
A=1 cm2
ΔP=1 atm

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• Premissas:
– Fluxo isotérmico, laminar e permanente;
– Fluido incompressível, homogêneo e de
viscosidade invariável com a pressão;
– Meio poroso homogêneo, que não reage com
o fluido.

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Permeabilidade de reservatórios de óleo

1-10 md Ruim
10-100 md Bom
100-1000 md Excelente

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Hyne (2001 apud Feijó 2005))
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Fluxo linear permanente:


p2
q k dp A
vx   
A  dx
dx
Separando as variáveis L
e Integrando

Fluxo p1
Fluido incompressível

k
q p
L
Porosidade uniforme

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Exercício

5) Uma amostra de testemunho com 2cm de comprimento e


1cm de diâmetro apresentou uma vazão de água (μ=1cp) de
60 cm³/min com pressão a montante de 2,3atm e pressão a
jusante de 1,0 atm. Calcule a permeabilidade da amostra.

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Fluxo linear permanente:


Fluido compressível
(gás ideal)
Lei de Boyle Mariotte: pq  p1q1  p2q2  pq p  p2
p 1
2
pq
q
p

Substituindo na eq. de Darcy: pq k


d x  pd p
A  Integrando

kA
q ( p1  p2 )
L 50
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Fluxo radial permanente:

q k dp pe q
vx   
A  dr
h
rw
Sendo: A  2rh pw
re
Substituindo
Reservatório Poço
q k dp

2rh  dr
Porosidade uniforme

51
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Fluido incompressível
q k dp

2rh  dr

Integrando

2hk ( pe  pw )
q Condições do meio poroso
 ln  re r 
 w

2hk ( pe  pw )
q Condições-standard ou padrão
B ln  re r 
 w
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Fator volume-formação
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Fluido compressível

Adotando o mesmo procedimento de fluxo linear

2hk ( pe  pw ) p1  p2
q p
 ln  re r  2
 w

53
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Exercício

6) Um sistema radial tem raio externo de 300m e um raio de


poço igual a 0,30m. Admitindo que o fluido seja
incompressível, para que valor deve o raio do poço ser
aumentado paras se dobrar a vazão?

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Diferentes permeabilidade:
Camadas paralelas com fluxo linear:
L
k A
q1  1 1 (p)
L q1 h1 K1
A1 qt
q2 A2
h2 K2
h3 A3
k2 A2 q3 K3
q2  (p) w
L q1≠q2≠q3

k3 A3 qt  q1  q2  q3
q3  (p)
L (média ponderada)
K A i i
K i i  1, n
qt 
k At
L
(p) A i
i n  n de camadas
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Diferentes permeabilidade:
Camadas paralelas com fluxo radial:
2hi ki ( pe  pw )
q i  1, n
 ln  re r  n  n de camadas
 w

n
qt  q
i 1
i
(média ponderada)
n

K h i i
i  1, n
2ht k ( pe  pw ) K  i 1
n  n de camadas
qt  n

 ln  re r 
 w
h
i 1
i
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Diferentes permeabilidade:
Camadas em série com fluxo linear:
qL1 L1 L2 L3
p 1  q
k1 A p1 p2 p3
q
qL2
p2  w
K1 K2 K3 h
k2 A
p1=p2=p3

qL3
p3  n
k3 A
L i
K  i 1 (média harmônica)
n

pt 
qLt pt  p1  p2  p3

i 1
Li
ki
57
kA
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Diferentes permeabilidade:
Camadas em série com fluxo radial:

pe pw
2hk ( pe  pw )
q q
 ln  re r  h k1 k2
 w rw
re R

(média harmônica)

ln  e 
ln( re / rw ) r
k
 rw 
ln r1 / rw   ln r2 / r1   ...  ln re / rn 1 
1 1 1 k
n


k1 k2 kn 1  ri 
ln  
ki  ri 1 
i 1 58
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Exercício

7) Uma amostra de rocha-reservatório, com 4cm de comprimento e


composta por três camadas paralelas e horizontais, cujas
características estão apresentadas na tabela abaixo, foi submetida
ao fluxo de água. Admitindo que não haja fluxo cruzado entre as
camadas e que o fluxo ocorra em paralelo nas várias camadas, sob
uma queda de pressão de 0,82 atm, calcular a vazão total através
da amostra.
Dado necessários: μágua=1cp

Camadas K(mD) Largura (cm) Altura (cm)


1 120 1 3
2 270 1 2
3 310 1 5
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Fatores que afetam a permeabilidade absoluta:


É uma propriedade
q k dp do meio poroso;
vx   
A dofluido
Independe dr que o satura.

a) Efeito Klinkenberg: Permeabilidade lab > real

Efeito de escorregamento do gás nas paredes do meio poroso.

qlab  qreal

klab  kreal
60
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Pressão Líquido Permeabilidade

Klinkenberg (1941): k  k (1  b / p)

k  permeabilidade medida na experiência


k  permeabilidade absoluta
b  constante (fator Klinkenberg)
p  pressão média da experiência

61
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Klinkenberg tipo do gás e permeabilidade do meio poroso

62
Fonte: Rosa, 2006.
CTEC
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Único tipo de gás

63
Fonte: Rosa, 2006.
CTEC
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b) Efeito da reação rocha-fluido: Este fenômeno ocorre quando o


meio poroso contem argila hidratável e a permeabilidade é medida
com água q de salinidade
k dp menor que a da formação.
vx   
A  dr

64
CTEC
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Fatores que afetam a permeabilidade absoluta:


c) Efeito da sobrecarga:
q k dp
vx   
A  dr

65
CTEC
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Exercício

8) Os dados mostrados na tabela abaixo referem-se a uma


experimento para medição de permeabilidade de uma amostra de
rocha reservatório, realizado com um permeabilímetro a gás.

Experimento Pressão a montante Pressão a jusante Vazão


pm (atm abs) pj (atm abs) (cm³ std/s)
1 3,0 1 25,132
2 2,5 1 16,965

66
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Outros dados:
Diâmetro da amostra: 2cm
Comprimento da amostra: 5cm
Porosidade: 17%
Saturação de água conata: 30%
Viscosidade do gás: 0,025cp
Temperatura dos experimentos: 15,6° C

Calcular a permeabilidade absoluta da amostra.


Dica: pi qi  p0i q0i 67
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Capilaridade:
• Interface entre dois ou mais fluidos imiscíveis:

molécula na superfície
(atração diferenciada)

gás película formada


na interface gás-líquido

molécula no interior
(atração equilibrada)
líquido

Meio poroso

Zona de transição Fenômenos capilares 68


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Energia total livre da superfície (E) – energia necessária para


formar uma superfície;

Energia livre de superfície unitária (Es) – energia de superfície


por unidade de superfície;

Tensão superficial ou interfacial (σ) – força que impede o


rompimento da superfície;

Força capilar (Fc) – força que tende a puxar a superfície para o


centro;

Pressão capilar (pc) – força capilar dividida pela área.


69
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Tensão superficial ou interfacial (σ)

– Tensão interfacial (s): surge


quando existem dois fluidos de
diferentes pressões.
p  p  p 0
c o w
película
l Fc
 
l
Fc

– Pressão capilar (Pc):

Superfície
Pc 
Fc 2
A pelíc. Pc  esférica
R 70
Yellow: force due to
mechanical actions

Forces due
to capillarity

associated with capillary


phenomena

Resultant force due to capillarity: the


contact force between particles increases
stifness and strenght of the soil
71
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Capilaridade:
O deslocamento de fluídos
In general, reductions in degree of
nos poros de um meio
saturation (Sw) implies reductions in the poroso é auxiliado ou
meniscus radii and in the suction dificultado pela pressão
capilar.

r
r

Saturated soil: No capillary pressure


72
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Propriedade das rochas UFAL

Molhabilidade: É a tendência de um fluído de aderir


à superfície de um sólido, em presença de
outros fluídos imiscíveis

gl
gás

sg sl líquido
sólido

– Ângulo de contato (θ):


 so   sw
 A   so   sw wo. cos( ) cos( ) 
 wo
73
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Molhabilidade

θ → 180° θ→0

Menos denso Molhabilidade Mais denso molha o


molha o sólido intermediária aos fluidos sólido 74
q>900 q~900 q<900
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Molhabilidade “completa”: θ → 0°
Não-molhabilidade “completa”: θ → 180°

 fluido A  fluido A  fluido A

B B B
sólido 1 sólido 2 sólido 3

Sólido 1 molhável Sólido 2 com molhabilidade Sólido 3 molhável


ao fluido B intermediária aos fluidos ao fluido A
<900 ~900 >900
75
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Importância → a distribuição dos fluídos no reservatório é função


da molhabilidade.

•Geralmente distingue-se:

Fase molhante (aderida à rocha): usualmente é a


fase aquosa.
Fase não-molhante: usualmente a fase
orgânica(óleo e gás).

Devido às forças atrativas, a fase molhante


tende a ocupar os poros menores,
enquanto a fase não-molhante ocupa os
poros e canais mais abertos.
76
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Exercício

9) Um sistema com dois fluidos apresenta uma gota de água,


imersa em óleo, depositada sobre uma superfície de
rocha,como ilustra a figura abaixo. São dadas:

Tensão interfacial entre a água e óleo  wo  30dina / cm


Tensão interfacial entre a rocha e o óleo  so  80dina / cm
Tensão interfacial entre a rocha e a água  sw  65dina / cm

Determine:
1)O fluido que molha preferencialmente a rocha.
2)A tensão de adesão.
3)O ângulo de contato.

77
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Ascensão capilar:
Capilar de vidro imerso em água- fluido subiu devido à tensão de
adesão (água subiu, pois molha o vidro preferencialmente ao óleo).
Balanço de forças
óleo  so
  sw   so   wo cos
h  A   wo cos
 wo
 sw θ
água
Tensão de adesão
•Sistema em equilíbrio:
Força de adesão equilibra a coluna
de água.

78
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Força de adesão= tensão x perímetro (σa x 2πr)


Força de adesão = Peso da coluna de água= πr2ρgh

balanço de forças
óleo
 r2Pc=2 r wo cos

2wocos
Pc=
r

Pc= gh
água

2 wo cos
h
gr
79
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No reservatório:

Água molhante

óleo molhante

Cuidado!!!

80
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Drenagem ou Embebição ou
secagem umidecimento

81
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Drenagem: fluído não- molhante desloca fluído molhante


Embebição: fluído molhante desloca o não-molhante
Histerese

82
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Curvas de pressão capilar:


Considerando:
Capilares retilíneos, paralelos e de diâmetros iguais.

água

83
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Propriedade das rochas UFAL

Considerando:
Capilares retilíneos, uniformes, mas com diâmetros
diferentes entre si.

água

84
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Propriedade das rochas UFAL

– Distribuição dos fluidos no reservatório:


 Contato água-óleo –
nível abaixo do qual a
saturação de água é
100%;
Nível de água livre –
nível onde a pressão
capilar é nula;
Pd – Pressão de
deslocamento (variação
brusca da pressão
capilar).
Pd
Modelo de Tubos Capilares – altura da ascensão da água no capilar
de maior diâmetro;
Meio poroso – pressão mínima necessária para se iniciar o processo
85
de drenagem.
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

– Distribuição dos fluidos no reservatório:

86
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

– Conversão dos dados de laboratório para campo:

Motivo: Diferenças entre as propriedades físicas dos fluidos do


reservatório e de laboratório.

87
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Função J

• Curvas de Pc são obtidas em


diversas amostras de diferentes
permeabilidade. A questão que se
coloca é: como obter uma curva
média para o reservatório?
• Leverett propôs o uso de uma
função ADIMENSIONAL,
chamada função J, definida por:

pc k

J 
 wo cos
88
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

89
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Permeabilidade efetiva e relativa:


Permeabilidade efetiva – medida da Dependem das saturações
transmissão de um fluido quando dos fluidos (quantidades)
uma ou mais fases adicionais estão
presentes. (Facilidade com que cada
fluido se move).

Processo de Normalização

Permeabilidade
ke efetiva
Permeabilidade Relativa kr 
k
Permeabilidade
absoluta 90
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

–Permeabilidade efetiva (associada a cada fluído):


kg = permeabilidade efetiva de gás
ko= permeabilidade efetiva de óleo
kw= permeabilidade efetiva de água

–A soma das permeabilidades efetivas é sempre menor ou


igual que a permeabilidade absoluta.

k g  ko  kw  k

91
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

A razão entre a permeabilidade efetiva para cada fase a


uma determinada saturação e a permeabilidade absoluta é
denominada permeabilidade relativa:

ko
kro  permeabilidade relativa para o óleo
k

kg
krg  permeabilidade relativa para o gás
k

kw
krw  permeabilidade relativa para a água
k

0  krg  kro  krw  1


92
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Meio totalmente saturado


por água – injeta-se óleo.
 Saturação insular –
saturação de óleo que não
forma uma fase continua;
 Saturação de funicular –
saturação da água;
 Saturação crítica –
saturação a partir da qual o
óleo começa a fluir;
 Saturação de água
irredutível (Swi) – saturação
a partir da qual a água para
de fluir.
93
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Meio totalmente saturado


por óleo – injeta-se água.

 Saturação pendular –
saturação a partir da qual a
água começa a fluir;
 Máxima saturação
pendular é a saturação de
água irredutível (Swi);
 Saturação de óleo
residual (Sor) – saturação a
partir da qual o óleo para de
fluir.
94
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Fatores que afetam a permeabilidade:


 Processo de saturação
 Drenagem – fluido
molhante satura o meio e o
fluido não molhante é
introduzido;
Embebição - fluido não
molhante satura o meio e o
fluido molhante é
introduzido (injeção de
água em um reservatório
com óleo);
95
Sor  Soc
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Fatores que afetam a permeabilidade:


 Molhabilidade Água molhante
óleo molhante

 Água molhante – esta óleo água


tende a ocupar os
poros de menor
diâmetro e o óleo flui
pelo centro dos
capilares de maior
diâmetro.

96
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Fatores que afetam a permeabilidade:


 Consolidação do meio poroso

 Sistema água óleo; gás

óleo
A medida que ocorre
a consolidação o fluido
molhante apresenta
uma maior dificuldade
de fluir no meio poroso.

97
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Mobilidade:

 A Mobilidade é a relação entre sua permeabilidade


efetiva e a sua viscosidade.

 Assim como as permeabilidades efetivas, as


mobilidades também dependem da saturação.

 Quanto maior for a razão de mobilidade menor será a


eficiência do deslocamento de óleo, devido a sua maior
mobilidade, o fluido injetado tenderá a “furar” o banco
de óleo criando caminhos preferenciais entre os poços
injetores e produtores. 98
CTEC
Propriedade das rochas UFAL

Mobilidades e razão de mobilidades:

Mobilidades Razão de mobilidade (M)

ko Óleo = fluido deslocado


o 
Óleo o Água = fluido deslocante

kw
kw w 
Água w  M  w
w o ko
o

kg M 1 Favorável
Gás g 
g
M 1 Desfavorável
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Apresentação de vídeo

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CTEC
UFAL

FIM!!!
DÚVIDAS:
debora_assis@lccv.ufal.br

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