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No dia 03 de Julho de 2019, eu embarquei na Aeronave CMEIHOA com destino ao País

da Educação Básica. Eu, tão acostumada a ir parar em destinos aleatórios, estava indo
rumo ao desconhecido, mais uma vez.

A aeronave tinha uma pilota e uma co-pilota muito experientes e que me assustaram e
me acalmaram a bordo. A pilota disse, antes de eu entrar, que não ia ser um voo fácil.
A Co-pilota dizia pra eu ter calma! Que confusão pra minha cabeça, naturalmente,
confusa, viu? É melhor vocês se decidirem!

Dentro da Aeronave, eu encontrei tripulantes cheias de bagagens de conhecimentos


sobre Educação Infantil, educação básica e eu apenas com minha bagagem de mão
que não tinha nem o peso máximo permitido. E agora, José? Nem José sabia a
resposta! Mas, eu queria era voar!

Atei o cinto. Decolamos! E logo no início começaram as turbulências, coisa normal para
quem tem muitas horas de voo nessa rota. Pra mim, desespero total! As 1.000 vezes
que passei na fila da paciência, antes de brotar na terra, serviram para amenizar o
desespero. Eu acalmei e quando pensei que o avião preparava-se para aterrissar e eu
pousar em terra firme, de repente, ele arremeteu.

“Socorro! O que a pilota tá fazendo? Que viagem longa é essa?”, eu me perguntava.


Apesar dos destinos aleatórios, eu estou acostumada a chegar rápido ao porto seguro
do meu destino. Foi um sentimento bem estranho na hora, mas ficou tudo melhor com
a troca de lugares na aeronave, o que me permitiu enxergar melhor os detalhes da
aeronave, ver o plano de voo...até que, de repente, uma nova turbulência me deixa
bastante desorientada! Ali eu aprendia que precisava de um pouco mais de paciência
no processo e de uma visão ampla sobre as outras tripulantes.

*
Eu aprendi, também, que o destino final está longe de chegar e que eu irei fazer
muitas escalas até estar plenamente nele e poder conhecer todo o País da Educação
Básica. Não adianta ficar perguntando se já tá perto de chegar, igual criança faz. Tem
que ir curtindo o caminho. Tem que ir (trans)formando a si e ao outro/a! Tem que
“amar e mudar as coisas”.

O ano de 2019 foi apenas uma das escalas que eu fiz! E eu gostei muito de estar a
bordo da Aeronave CMEIHOA, apesar das vezes que gritei: “Socorro! Alguém me tira
daqui!”. Pude aprender muito com as outras tripulantes, a partir de suas experiências
e pude ir tecendo meus pontos de vista, organizando meu modo de estar na Aeronave;
pude ver na prática as dificuldades que a educação enfrenta, as diferenças entre os/as
passageiros/as e que exigem de nós, tripulantes, olhares e estratégias diferentes.
Também, pude fazer algumas reconciliações comigo mesma...corpo e movimento,
afetos antes das 10h, veia artística que tive que puxar (muito) e até com o Tucano tive
que me reconciliar. É mole?

Enfim, que venha essa nova escala e que eu consiga continuar aprendendo com
passageiros/as e tripulantes, consiga alçar voos mais altos de forma alegre, sem muitas
turbulências e possa ajudar os/as passageiros/as a chegarem longe!

Bom Natal e um feliz 2020!

Gerusa Sobreira

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