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MEDIANEIRA
2019
NARA CLÁUDIA SCHULZ LARSEN
MEDIANEIRA
2019
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em
Alimentos
TERMO DE APROVAÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentado às 13:50 horas do dia
26 de junho de 2019 como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo
no Curso Superior de Tecnologia em Alimentos, da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Câmpus Medianeira. O candidato foi arguido pela Banca
Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a
Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.
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Professor(a) Fábio Avelino Bublitz Ferreira
UTFPR – Câmpus Medianeira
(Responsável pelas atividades de TCC)
O termo de aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso.
Dedico esse trabalho à minha família, que sempre contribuiu
muito com a minha bagagem de conhecimentos. Eles foram
responsáveis pela maior herança da minha vida: meus
estudos.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Com o Decreto 30.691 de 29 de março de 1952 foi normatizada a inspeção por meio
do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal
(RIISPOA) que consolidou um minucioso e complexo código higiênico-sanitário e
tecnológico, abrangendo toda legislação relativa às carnes, aves, leite, pescado,
ovos, mel e cera de abelhas. Para prosseguir com o avanço do setor produtivo, o
RIISPOA demandou de uma atualização nos conceitos e exigências higiênico
sanitárias, pois foi considerado defasado em seus últimos anos de vigor, dificultando
a modernização de produtos e processos, sendo substituído em 29 de março de
2017, pelo Decreto nº 9.013 instituído novo RIISPOA. A modernização deste
regulamento vem de encontro com as necessidades das empresas de se adequarem
às exigências do Ministério da Agricultura especialmente quanto à declaração da
porcentagem de água no painel principal e obter melhorias contínuas nos processos,
realizando os ajustes imediatos na rotulagem e embalagem dos produtos. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a conformidade da rotulagem de produtos cárneos
industrializados de diferentes marcas comercializados na cidade de Medianeira/PR e
região em relação ao RIISPOA e demais legislações pertinentes da área. Foram
coletadas amostras (imagens) de quatro variedades, sendo mortadelas, linguiças
frescais, hambúrgueres e presunto cozido de diferentes marcas comerciais e
avaliado o rótulo utilizando um check list de conformidades e não conformidades. O
check list abordou os requisitos das legislações pertinentes a rotulagem de produtos
cárneos, em especial o RIISPOA vigente, quanto aos requisitos de declaração no
rótulo dos percentuais de vegetais e carne (artigo nº 455) e do percentual de água
adicionada (artigo nº. 456). Paralelamente, o check list também abordou
conformidades e não conformidades quanto as legislações anteriores como os
regulamento técnicos sobre rotulagem geral de alimentos e especificamente para
produtos cárneos (resolução ANVISA/DC nº 259 de 20 de setembro de 2002 e
instrução normativa nº 22, de 24 de novembro de 2005), a resolução ANVISA/DC nº
26 de 2 de julho de 2015, que regulamenta a declaração de alergênicos e por fim, a
lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003 que regulamenta a declaração de presença ou
ausência de glúten. Foi possível verificar que para as legislações mais antigas tais
como RDC nº 259/02, IN nº 22/05 e lei nº 10.674/03, independentes do tipo de
inspeção (estadual ou federal), estão consolidadas havendo conformidade de 100%
das amostras avaliadas rótulos. No entanto, observou-se que a adesão para normas
mais recentes como a RDC nº 26/15 e RIISPOA/17 ainda não foi completa. Destaca-
se que 10% dos rótulos de mortadelas não indicavam a menção de alergênicos.
Além disto, 30% de mortadelas, 20% de hambúrgueres e 14% de linguiças frescais
apresentaram não conformidades em seus rótulos para atualização do RIISPOA
2017, sendo destes, 55% relacionado ao percentual de ingredientes vegetais e 45%
à adição de água.
ABSTRACT
With Decree 30.691 of March 29, 1952, inspection was regulated by the Regulation
of the Industrial and Sanitary Inspection of Products of Animal Origin (RIISPOA),
which consolidated a meticulous and complex hygiene-sanitary and technological
code, covering all meat legislation , poultry, milk, fish, eggs, honey and beeswax. In
order to continue with the progress of the productive sector, RIISPOA demanded an
update on hygienic sanitary concepts and requirements, since it was considered out
of date in its last years of existence, making it difficult to modernize products and
processes, being replaced on March 29, 2017, by Decree No. 9,013 established new
RIISPOA. The modernization of this regulation meets the needs of companies to
meet the requirements of the Ministry of Agriculture, especially with regard to the
declaration of the percentage of water in the main panel and to obtain continuous
improvements in the processes, making the immediate adjustments in the labeling
and packaging of the products. The aims of this work was to evaluate the conformity
of the labeling of processed meat products of different brands commercialized in the
city of Medianeira/PR and region in relation to RIISPOA and other pertinent
legislation of the area. Samples (images) were collected from four varieties, being
mortadellas, fresh sausages, burgers and cooked ham from different commercial
brands and evaluated the label using a check list of conformities and
nonconformities. The check list addressed the requirements of the relevant legislation
for the labeling of meat products, in particular the RIISPOA in force, regarding the
declaration requirements on the label of percentages of vegetables and meat (Article
455) and the percentage of water added (Article 456). At the same time, the check
list also dealt with conformities and nonconformities regarding previous legislation
such as the technical regulations on general food labeling and specifically for meat
products (ANVISA/DC Resolution No. 259 of September 20, 2002 and Regulatory
Instruction No. 22 of 24 November 26, 2005), Resolution ANVISA/DC No. 26 of July
2, 2015, which regulates the declaration of allergens and, finally, Law No. 10,674 of
May 16, 2003, which regulates the declaration of presence or absence of gluten. It
was possible to verify that for the oldest laws such as RDC nº 259/2002, IN nº
22/2005 and law nº 10,674/2003, independent of the type of inspection (state or
federal), are consolidated with100% conformity on evaluated samples. However, it
was observed that adherence to more recent standards such as RDC No. 26/2015
and RIISPOA/2017 has not yet been completed. It should be noted that 10% of
mortadella labels did not indicate the mention of allergens. In addition, 30% of
mortadellas, 20% of hamburgers and 14% of fresh sausages presented
nonconformities on their labels to update RIISPOA/2017, of which 55% related to the
percentage of vegetable ingredients and 45% to the addition of water.
vigentes................................................................................................ 27
legislações vigentes.............................................................................. 29
legislações vigentes.............................................................................. 30
legislações vigentes.............................................................................. 32
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
2 OBJETIVOS...........................................................................................................13
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................14
3.1 ROTULAGEM DE PRODUTOS CÁRNEOS........................................................14
4.2.1 Check list para avaliação das conformidades e não conformidades em rótulos
de produtos cárneos..................................................................................................23
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................35
REFERENCIAS.........................................................................................................36
11
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.2.1 Linguiças
3.2.2 Mortadela
3.2.3 Presunto
3.2.4 Hambúrguer
atribuídos como sem glúten os alimentos que não apresentem trigo, centeio, cevada
ou aveia no seu preparo.
O marco legal da produção de alimentos é definido por uma série de leis, decretos e
normas que compõem o sistema sanitário brasileiro. Este estabelece as regras para
o processamento e consumo de alimentos seguros (NOLETO, 201_). Portanto, a
adequação às legislações é imprescindível. Da mesma forma, a verificação e/ou
fiscalização quanto à devida adequação das legislações pelas indústrias de
alimentos é de extrema importância para deixar o consumidor seguro.
23
4 MATERIAIS E METODOS
4.1 MATERIAL
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Check list para avaliação das conformidades e não conformidades em rótulos
de produtos cárneos.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
água). Portanto, considerando que 30% dos produtos avaliados (42,9% das marcas
avaliadas) (Quadro 2) estavam em desacordo com a legislação vigente em vigor há
dois anos, ressalta-se a necessidade de ser dado mais atenção a este quesito,
tendo em vista que o rótulo é única forma de comunicação entre empresa e
consumidor.
No quadro 3 estão apresentados os resultados referentes ao produto cárneo
linguiça tipo frescal. Foram avaliados no total 7 produtos de 3 marcas comerciais,
sendo obtidos 100% de estabelecimento com Serviço de Inspeção Federal.
Ressalta-se que para este produto foram avaliadas apenas 3 marcas, devido que
muitas marcas são fracionadas nos estabelecimentos de venda, não apresentando
rótulos detalhados nos produtos.
Para o produto linguiça tipo frescal verificou-se também 100% de
conformidade para as três marcas, estando os rótulos regularizados quanto às
legislações RDC nº 259 e a IN nº 22 (BRASIL, 2002; BRASIL, 2005) (Quadro 3).
Todos os rótulos avaliados apresentaram adequadamente as informações
nutricionais e demais informações básicas da rotulagem.
Quanto à declaração de presença ou ausência de glúten (BRASIL, 2003c),
observou-se também regularidade para todas as amostras, sendo em todas
declarado ausência de glúten, conforme esperado para os produtos especificados
(Quadro 3). A menção da presença de alergênicos, especificamente derivados de
soja, foi observada em 71,43% das amostras, nas quais ingredientes a base soja
foram listados na lista de ingredientes. As demais (28,57%) apesar de não
apresentar na lista de ingredientes derivados de soja, alegaram que “pode conter
soja”, estando, portanto, 100% das amostras em acordo com a legislação (BRASIL,
2015) (Quadro 3). Em estudo feito por Durante (2018), 100% das amostras de um
total de 4 marcas alegavam que os produtos linguiça frescal podiam conter
alergênicos entre eles derivados de soja, leite e cevada.
Observando-se o uso de vegetais e água nas formulações declarados na lista
de ingredientes em relação ao regulamentado pelo RIISPOA (BRASIL, 2017),
verificou-se conformidade para 85,72% das amostras em relação ao percentual de
ingredientes vegetais declarados (Quadro 3). Uma das amostras (B2) declarou o uso
de proteína vegetal hidrolisada sem indicar o percentual usado. Quanto ao
percentual de água, todas as amostras apresentavam mais que 3% e, portanto,
29
Ressalta-se que de acordo com RIISPOA (2017) pode-se observar que 20%
das amostras estavam em desacordo quanto ao artigo 455, o qual estabelece que
“...Os produtos cárneos que contenham carne e produtos vegetais devem dispor nos
rótulos a indicação das respectivas percentagens...” ainda, a legislação traz
ambiguidade, pois a partir desse artigo entende-se que as empresas devem indicar
na lista de ingredientes os respectivos percentual de ingredientes cárneos e
ingredientes vegetais, entretanto houve necessidade de buscar alternativas para
interpretá-la. Segundo manual publicado pelo MAPA (BRASIL, 2017) em setembro
de 2017 com orientações para auxílio na interpretação do Regulamento traz o
seguinte esclarecimento ao artigo,
Os produtos cárneos que contenham carne e produtos vegetais, devem
dispor nos rótulos a indicação das respectivas percentagens, quando a
matéria prima de origem vegetal estiver sendo utilizada em substituição à
matéria prima cárnea. Não será exigida a indicação dos percentuais de
produtos de origem vegetal adicionados como outros ingredientes.
6 CONCLUSÃO
REFERENCIAS
DURANTE, Sara. Avaliação dos rótulos dos produtos cárneos após a vigência
da Resolução Nº 26/07/2015 - ANVISA. Medianeira, 2017. 46 f. Trabalho de
39
HEDRICK, H. B.; ABERLE, E. D.; FORREST, J. C.; JUDGE, M. D.; MERKEL, R.A.
Principles of Meat Science. Dubuque: Kenda/ Hunt, 3 ed., 1994, 354 p.
PARDI, MC; SANTOS, IF; SOUZA, ER; PARDI, HS. Ciência, higiene e tecnologia
da carne. Goiânia: Editora da UFG, 2007. v. 2. 1152 p.
WEISS, J. et al. Advances in ingredient and processing systems for meat and meat
products. Meat Science, v. 86, n. 1, p. 196-213 2010.