Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Contents
I - Enquadramento Legislativo e Histórico .................................................................................... 4
II – Conceito de Rede de Referenciação........................................................................................ 9
III – A Especialidade de Cardiologia............................................................................................. 10
IV – Impacto Epidemiológico das Doenças Cardiológicas em Portugal ...................................... 11
V – Necessidades previsíveis da população na área da Cardiologia ........................................... 13
VI – Organização da Cardiologia em Portugal Continental ......................................................... 14
A – Modelo organizativo recomendado ............................................................... 14
B – Caracterização dos Centros/Serviços de Cardiologia ................................. 14
C – Caracterização da Realidade Actual .............................................................. 19
VII- Subespecialidades Cardiológicas: Intervenção Cardiológica Percutânea e Eletrofisiologia
Cardíaca ....................................................................................................................................... 46
VII.1- Cardiologia de Intervenção ................................................................................................ 46
VII.1.1- Conceitos subjacentes .................................................................................................... 46
E – Instalações .................................................................................................... 48
C – “MitraClip” ..................................................................................................... 56
Vários são os normativos legais e documentos técnicos que abordam a temática das
redes hospitalares e a sua importância estratégica como garante da sustentabilidade e
eficiência do SNS. A Lei n.º 64-A/2011, de 30 de dezembro, que aprova as Grandes
Opções do Plano para 2012-2015, bem como o Programa do XIX Governo
Constitucional, preconizam a melhoria da qualidade e acesso dos cidadãos aos
cuidados de saúde, mediante a reorganização da rede hospitalar através de uma visão
integrada e mais racional do sistema de prestação de cuidados.
No seu relatório, o GTRH defende que na reorganização da rede hospitalar devem ser
considerados diversos fatores, nomeadamente: (i) critérios de qualidade clínica; (ii)
No primeiro Eixo Estratégico “Uma Rede Hospitalar mais Coerente”, o GTRH propõe a
elaboração da Rede de Referenciação Hospitalar de forma estruturada e consistente e
dotada de elevados níveis de eficiência e qualidade dos cuidados prestados. Para o
efeito, e com o desígnio de redesenhar a rede hospitalar naqueles pressupostos, é
proposta a revisão das RNEHR atuais, bem como a elaboração das redes ainda
inexistentes, promovendo-se uma referenciação estruturada e consistente entre os
cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares (considerando toda a rede de
prestação, desde os cuidados de primeira linha aos mais diferenciados), assegurando
uma melhor rentabilização da capacidade instalada aos níveis físico, humano e
tecnológico.
Por outro lado, a Portaria n.º 82/2014, de 10 de abril, veio estabelecer os critérios
que permitem categorizar os serviços e estabelecimentos do SNS, de acordo com a
natureza das suas responsabilidades e quadro de valências exercidas, bem como o
seu posicionamento na rede hospitalar, procedendo à sua classificação. Trata-se de
um normativo legal que define, predominantemente, orientações estratégicas para a
construção de uma rede hospitalar coerente, assegurando a resposta e satisfazendo
as necessidades da população.
RNEHR (vide Figura 1), sendo que as alterações ocorridas no SNS nos últimos anos
não estão refletidas nas RRH mais antigas.
Como princípio orientador as redes devem ser construídas numa lógica centrada nas
necessidades da população com base em critérios de distribuição e rácios,
previamente definidos, de instalações, equipamentos e recursos humanos
Fonte: INE - Óbitos (N.º) por Sexo e Causa de morte (Última atualização dos dados: 31 de Março de 2014)
A doença isquémica do coração (DIC, CID-9: 27), responsável em 2012 por 21.2% dos
óbitos verificados no grupo das doenças do aparelho circulatório, apresenta também
um padrão geral de decréscimo, tendo a mortalidade evoluído de 42,2/100.000 hab.,
em 2008, para 33,9/100.000, em 2012.
1. Instituições de Nível I
Área de
Influência
Região Instituição
Primária
(Habitantes)
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE (Guimarães) 256 696
Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE (Santo Tirso / Famalicão) 244 361
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE (Santa Maria da Feira) 274 859
Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde, EPE 142 941
Norte
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE (Penafiel) 519 769
Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE 175 478
Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE (Viana do Castelo) 244 836
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE (Bragança / Mirandela) 136 252
Área de
Influência
Região Instituição
Primária
(Habitantes)
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE (Covilhã) 87 869
Centro Hospitalar de Leiria, EPE 317 436
Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE (Aveiro) 285 846
Centro
Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 88 296
Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 155 466
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 108 395
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 213 584
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 184 016
Centro Hospitalar do Oeste (Torres Vedras / Caldas da Rainha) 292 546
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE (Torres Novas) 227 999
LVT Hospital de Cascais, PPP 206 479
Hospital de Loures, PPP 287 119
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 244 377
Hospital Distrital de Santarém, EPE 196 620
Hospital Fernando da Fonseca, EPE (Amadora / Sintra) 552 971
Unidade Local de Saúde Norte Alentejo, EPE (Portalegre) 118 506
Alentejo e
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE (Beja) 126 692
Algarve
Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, EPE (Santiago do Cacém) 97 925
a) Ecocardiografia transtorácica/transesofágica
b) Provas de esforço;
c) Monitorização ambulatória: Registo Holter / MAPA
Na sua atividade deve ser dada uma particular relevância aos seguintes aspetos:
2. Instituições de Nível II
São centros regionais, possuindo uma área de influência direta e indireta, cuja
característica fundamental é a existência de Laboratório de Hemodinâmica, atuando
como nós da rede de via verde coronária, para tratamento da fase agudo do enfarte do
miocárdio.
A sua distinção face aos centros de Nível III, reside na inexistência na mesma
instituição de Cirurgia Cardíaca.
Estes centros deverão possuir capacidade formativa pelo que deverão cumprir os
requisitos definidos para reconhecimento da sua idoneidade formativa, definidas pelo
Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos e que se resumem em seguida.
Deve estar equipado para a realização das técnicas de diagnóstico não invasivo
(provas de esforço, monitorização ECG ambulatória, e ecocardiografia incluindo
1. Recursos Humanos
Norte 157
58
Centro 84
30
Alentejo 14
11
Algarve 10
6
Rácio Internos
Região
/ Especialistas
Norte 0,37
Centro 0,36
Lisboa e Vale do
0,32
Tejo
Alentejo 0,79
Algarve 0,60
Continente 0,36
Verifica-se que a cerca 42,39% dos cardiologistas exerce na Região de Lisboa e Vale
do Tejo, seguindo-se a Região Norte, com 34,13% dos especialistas.
É também nessas duas regiões que existe o maior número de internos (37,13% e
34,73%, respetivamente).
Alentejo 4 2 7 1 14 8 3 11 25
HOSPITAL DO ESPÍRITO
4 2 5 1 12 2 2 4 16
SANTO - ÉVORA, E.P.E.
UNIDADE LOCAL DE
SAÚDE DO BAIXO 2 2 3 1 4 6
ALENTEJO, E.P.E.
UNIDADE LOCAL DE
SAÚDE DO NORTE 3 3 3
ALENTEJANO, E.P.E.
Algarve 3 2 3 2 10 4 2 6 16
CENTRO HOSPITALAR
3 2 3 2 10 4 2 6 16
DO ALGARVE, E.P.E.
Centro 19 23 28 8 6 84 15 14 1 30 114
CENTRO HOSPITALAR
DA COVA DA BEIRA, 1 1 2 1 1 3
E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
2 4 1 7 7
DE LEIRIA, E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
DO BAIXO VOUGA, 1 3 6 10 1 1 11
E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
TONDELA - VISEU, 5 1 5 1 12 3 2 5 17
E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
UNIVERSITÁRIO DE 8 10 11 3 2 34 9 10 1 20 54
COIMBRA
HOSPITAL ARCEBISPO
JOÃO CRISÓSTOMO - 1 1 1 3 3
CANTANHEDE
HOSPITAL DISTRITAL
DA FIGUEIRA DA FOZ, 1 1 2 2
E.P.E.
HOSPITAL DR.
FRANCISCO ZAGALO - 1 1 1
OVAR
HOSPITAL JOSÉ
LUCIANO CASTRO - 1 1 1
ANADIA
IPO COIMBRA, E.P.E. 2 1 3 3
UNIDADE LOCAL DE
SAÚDE DA GUARDA, 2 3 5 1 1 2 7
E.P.E.
UNIDADE LOCAL DE
SAÚDE DE CASTELO 1 3 4 1 1 5
BRANCO, E.P.E.
Lisboa e Vale do Tejo 1 39 49 83 16 7 195 31 31 62 257
CENTRO HOSPITALAR
BARREIRO MONTIJO, 3 3 4 10 1 1 11
E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
DE LISBOA OCIDENTAL, 6 10 14 2 2 34 5 11 16 50
E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
3 3 5 11 2 2 4 15
DE SETÚBAL E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
1 4 1 6 6
DO MÉDIO TEJO, E.P.E.
CENTRO HOSPITALAR
1 1 2 4 4
DO OESTE
2.1. – Internamento
4 934,0 4 835,7
5 000,0
4 000,0 3 723,5
2 878,1
3 000,0 2 583,6
1 903,3
2 000,0
1 000,0
0,0
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Continente
Região Norte
Região Centro
Nacional
Rácios Internamentos/ETC
Hospital de Braga, PPP 118,3
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 97,6
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE 97,2
Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto… 96,2
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 83,1
Centro Hospitalar do Porto, EPE 74,8
Centro Hospitalar de São João, EPE 69,8
Centro Hospitalar Vila Nova de… 40,6
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 31,0
Instituto Português Oncologia do Porto, EPE 0,7
Região Centro
Rácios Internamentos/ETC
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 774,0
Rácios Internamentos/ETC
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 245,0
Hospital Distrital de Santarém, EPE 126,2
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 124,8
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 122,9
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 119,2
Centro Hospitalar do Algarve, EPE 118,4
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 110,7
Hospital Garcia de Orta, EPE 110,1
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 104,5
Hospital Espírito Santo de Évora, EPE 97,4
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 78,9
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 68,9
Hospital de Loures, PPP 60,1
Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 52,2
0 50 100 150 200 250 300
Nacional
Rácios Internamentos/ETC
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 774,0
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 245,0
Centro Hospitalar de Leiria, EPE 215,1
Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 173,2
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 166,6
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 156,9
Hospital Distrital de Santarém, EPE 126,2
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 124,8
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 122,9
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 119,2
Centro Hospitalar do Algarve, EPE 118,4
Hospital de Braga, PPP 118,3
Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE 112,7
Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 112,5
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 110,7
Hospital Garcia de Orta, EPE 110,1
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 104,5
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 97,6
Hospital Espírito Santo de Évora, EPE 97,4
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE 97,2
Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE 96,2
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 83,1
Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE 79,9
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 78,9
Centro Hospitalar do Porto, EPE 74,8
Centro Hospitalar de São João, EPE 69,8
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 68,9
Hospital de Loures, PPP 60,1
Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 52,2
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 40,6
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 31,0
Instituto Português Oncologia do Porto, EPE 0,7
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Instituições Nível 1
Rácios Internamentos/ETC
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 774,0
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 245,0
Centro Hospitalar de Leiria, EPE 215,1
Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 173,2
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 166,6
Hospital Distrital de Santarém, EPE 126,2
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 122,9
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 119,2
Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 112,5
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 110,7
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 104,5
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 97,6
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE 97,2
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 83,1
Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE 79,9
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 78,9
Hospital de Loures, PPP 60,1
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 31,0
Instituições Nível 2
Rácios Internamentos/ETC
Instituições Nível 3 e 4
Rácios Internamentos/ETC
60,0
50,0
42,6
40,0 35,5
31,0 31,5
30,0
19,3
20,0
10,0
0,0
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Continental
Região Norte
Consultas Externas
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 22 301
Centro Hospitalar do Porto, EPE 14 543
Centro Hospitalar de São João, EPE 13 168
Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE 9 691
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 9 309
Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE 8 150
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE 7 659
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 7 127
Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE 6 432
Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE 5 881
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 4 202
Instituto Português Oncologia do Porto, EPE 1 934
Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde,… 1 787
Hospital Santa Maria Maior, EPE 1 394
Região Centro
Consultas Externas
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 31 863
Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE 10 322
Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE 9 985
Centro Hospitalar de Leiria, EPE 6 581
Instituto Português Oncologia de Coimbra, EPE 5 300
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 4 679
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 3 619
Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 2 963
Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 2 714
Hospital Dr. Francisco Zagalo 2 267
Hospital José Luciano de Castro 682
Hospital Arcebispo João Crisóstomo 524
Consultas Externas
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 39 638
Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 34 829
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 31 909
Hospital Garcia de Orta, EPE 17 873
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 14 161
Hospital Distrital de Santarém, EPE 9 903
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 9 470
Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, EPE 9 127
Centro Hospitalar do Oeste 8 782
Centro Hospitalar do Algarve, EPE 8 560
Hospital Espírito Santo de Évora, EPE 8 117
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 7 152
Hospital de Loures, PPP 7 028
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 7 010
Hospital de Cascais, PPP 4 751
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 4 324
Unidade Local de Saúde do Norte Alentejo, EPE 3 255
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 3 066
Instituto Português Oncologia de Lisboa, EPE 1 098
Nacional
Consultas Externas
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 39 638
Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 34 829
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 31 909
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 31 863
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 22 301
Hospital Garcia de Orta, EPE 17 873
Centro Hospitalar do Porto, EPE 14 543
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 14 161
Centro Hospitalar de São João, EPE 13 168
Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE 10 322
Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE 9 985
Hospital Distrital de Santarém, EPE 9 903
Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE 9 691
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 9 470
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 9 309
Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, EPE 9 127
Centro Hospitalar do Oeste 8 782
Centro Hospitalar do Algarve, EPE 8 560
Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE 8 150
Hospital Espírito Santo de Évora, EPE 8 117
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE 7 659
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 7 152
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 7 127
Hospital de Loures, PPP 7 028
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 7 010
Centro Hospitalar de Leiria, EPE 6 581
Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE 6 432
Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE 5 881
Instituto Português Oncologia de Coimbra, EPE 5 300
Hospital de Cascais, PPP 4 751
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 4 679
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 4 324
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 4 202
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 3 619
Unidade Local de Saúde do Norte Alentejo, EPE 3 255
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 3 066
Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 2 963
Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 2 714
Hospital Dr. Francisco Zagalo 2 267
Instituto Português Oncologia do Porto, EPE 1 934
Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde, EPE 1 787
Hospital Santa Maria Maior, EPE 1 394
Instituto Português Oncologia de Lisboa, EPE 1 098
Hospital José Luciano de Castro 682
Hospital Arcebispo João Crisóstomo 524
Rácios Consultas/ETC
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 2 101,0
Região Centro
Rácios Consultas/ETC
Hospital Dr. Francisco Zagalo 2 518,9
Rácios Consultas/ETC
Centro Hospitalar do Oeste 2 311,1
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 1 738,5
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 1 703,3
Hospital de Cascais, PPP 1 638,3
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 1 591,1
Hospital Garcia de Orta, EPE 1 396,3
Hospital Distrital de Santarém, EPE 1 338,2
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 1 274,5
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 1 181,8
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 1 100,3
Hospital de Loures, PPP 1 004,0
Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 923,8
Hospital Espírito Santo de Évora, EPE 803,7
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 802,5
Centro Hospitalar do Algarve, EPE 792,6
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 675,6
Instituto Português Oncologia de Lisboa, EPE 610,0
Nacional
Rácios Consultas/ETC
Hospital Dr. Francisco Zagalo 2 518,9
Centro Hospitalar do Oeste 2 311,1
Instituto Português Oncologia de Coimbra, EPE 2 120,0
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 2 101,0
Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE 2 089,7
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 1 809,5
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 1 738,5
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 1 703,3
Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 1 696,3
Hospital de Cascais, PPP 1 638,3
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 1 591,1
Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE 1 461,8
Hospital Garcia de Orta, EPE 1 396,3
Hospital Distrital de Santarém, EPE 1 338,2
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 1 336,9
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 1 274,5
Centro Hospitalar de Leiria, EPE 1 196,5
Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 1 181,8
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 1 168,4
Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE 1 146,9
Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE 1 104,0
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 1 100,3
Hospital de Loures, PPP 1 004,0
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE 992,6
Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE 980,2
Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE 923,8
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 886,6
Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE 846,2
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE 823,5
Hospital Espírito Santo de Évora, EPE 803,7
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 802,5
Centro Hospitalar do Porto, EPE 799,1
Centro Hospitalar do Algarve, EPE 792,6
Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE 677,7
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 675,6
Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 673,4
Instituto Português Oncologia do Porto, EPE 644,7
Instituto Português Oncologia de Lisboa, EPE 610,0
Centro Hospitalar de São João, EPE 489,5
Instituições Nível 1
Rácios Consultas/ETC
Hospital Dr. Francisco Zagalo 2 518,9
Centro Hospitalar do Oeste 2 311,1
Unidade Local de Saúde do Nordeste, EPE 2 101,0
Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE 2 089,7
Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE 1 809,5
Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE 1 703,3
Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE 1 696,3
Hospital de Cascais, PPP 1 638,3
Centro Hospitalar de Setúbal, EPE 1 591,1
Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE 1 461,8
Hospital Distrital de Santarém, EPE 1 338,2
Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, EPE 1 336,9
Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE 1 274,5
Centro Hospitalar de Leiria, EPE 1 196,5
Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE 1 168,4
Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE 1 146,9
Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, EPE 1 100,3
Hospital de Loures, PPP 1 004,0
Unidade Local de Saúde de Matosinhos, EPE 980,2
Centro Hospitalar do Alto Ave, EPE 886,6
Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, EPE 823,5
Hospital Fernando da Fonseca, EPE 802,5
Hospital de Vila Franca de Xira, PPP 675,6
Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE 673,4
Instituições Nível 2
Rácios Consultas/ETC
Instituições Nível 3
Rácios Consultas/ETC
%
Consultas Consultas
Consultas
Hospital de destino do pedido realizadas fora do realizadas
realizadas
tempo fora do
TMRG
CHUC - Hospitais da Universidade de Coimbra 952 86 9%
Hospital Beatriz Ângelo 976 87 9%
CHUC - Hospital Geral 546 47 9%
Hospital Distrital da Figueira da Foz, E.P.E. 258 20 8%
Hospital Distrital de Santarém, E.P.E. 690 39 6%
CH de Vila Nova de Gaia/Espinho 1.033 57 6%
CHTMAD - Hospital de Chaves 195 10 5%
CHSJ - Hospital de São João 577 29 5%
Hospital de Faro, EPE 407 16 4%
Hospital Garcia de Orta, E.P.E. 488 18 4%
CHLN - Hospital Pulido Valente 200 7 4%
CHLO - Hospital de Egas Moniz 355 11 3%
Hospital do Litoral Alentejano 557 14 3%
HPP - Hospital de Cascais 438 11 3%
CHP - Hospital Geral de Santo António 754 15 2%
Hospital José Luciano de Castro 154 3 2%
CHLC - Hospital de Santa Marta 1.452 25 2%
CH da Póvoa de Varzim/Vila do Conde 693 10 1%
Hospital São Teotónio, EPE 991 13 1%
CHMA - Sto Tirso 373 4 1%
CHEDV - Hospital S. Sebastião 970 9 1%
Hospital Dr. Francisco Zagalo 364 3 1%
CHMA - Famalicão 388 1 0%
CHTMAD - Hospital de São Pedro de Vila Real 584 1 0%
ULSCB - Hospital Amato Lusitano 295 0 0%
CHLO - Hospital de Santa Cruz 167 0 0%
CHCB - Covilhã 19 0 0%
ULSAM - Ponte de Lima 17 0 0%
SCM do Entroncamento (LVT) 5 0 0%
Hospital Curry Cabral 0 0 0%
Total 24.497 4.331 18%
Fonte: ACSS/CTH
2.6. – Monitorização
Deverá ser orientada por um operador com uma experiência superior a 500
procedimentos.
D – Laboratório de Cateterismo
Área de Acolhimento
F – Equipamento especial
Com retaguarda cirúrgica: Centro Hospitalar de São João, EPE (Hospital de São João)
e Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE (Hospital Eduardo Santos Silva);
B – Produção atual
3000 2714
2419
2000
0
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
(6 Centros) (3 Centros) (6 Centros) (1 Centro) (1 Centro)
2012 2013
1 949,0
2000,0 1 840,1
1500,0 1 297,5
1 189,7 1 211,4
1 136,4
1 029,6 1 052,2 990,1
973,5
1000,0
663,3
543,6
500,0
0,0
Norte Centro LVT Alentejo Algarve Continente
(6 Centros) (3 Centros) (6 Centros) (1 Centro) (1 Centro)
2012 2013
2013 2012
Em 2013 existia 1 Hospital que realizou menos de 400 casos/ano: Centro Hospitalar
Tâmega e Sousa, EPE (Hospital Padre Américo – 203). Os restantes centros realizam
mais de 400 casos/ano; havendo 6 que realizaram mais de 800 casos/ano: Centro
Hospitalar de São João, EPE (Hospital de São João – 825); Centro Hospitalar de
Lisboa Ocidental, EPE (Hospital de Santa Cruz – 966); Centro Hospitalar Vila Nova de
Gaia/Espinho, EPE (Hospital Eduardo Santos Silva – 993); Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra, EPE (Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE – 1089);
Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE (Hospital de Santa Maria – 1356) e Centro
Hospitalar de Lisboa Central, EPE (Hospital de Santa Marta – 1359).
Apenas dois centros com cirurgia cardíaca não realizam a técnica: H. S. João e Centro
Hospitalar Universitário de Coimbra.
120 112,0
100
74,0
80 71,0
68,0
60 52,0
40
20
0
2009 2010 2011 2012 2013
45
2009 41
2010 39
40 2011
2012
35 33
2013
30 30
30 27 27
25 22 22
20 20
20 18
14
15
11
10 8 8
5
5
0 0 0
0
HSMarta HSCruz HSMaria HESSilva
B – Valvulotomias Percutâneas
157
160
140 127
120
93
100 88
80 64
60
40
20
0
2009 2010 2011 2012 2013
80 2009
2010
70 2011
2012
2013
60
50
43
40 35
27
30 24
21 22
20 20
17
20 14 14 14 14 14 14
13
10 10 9 11 10
9 9
7
10 6 6
2 2 3
0 0 1 1 1 0 1 0 0 1
0
HGSAntónio HSMaria HSJoão HGCovões HSMarta HUC HSCruz HESSilva
C – “MitraClip”
500 455
438
450 414
400 374
341
350
300
250
200
150
100
50
0
2009 2010 2011 2012 2013
140 2009
2010
120 2011 112
116
2012 109
104
102
2013
100 99 99
80
76 76
80
67
64 63
60
60 52
45 46
43
41 38
36
40 31 41
35 22 23
15 14
20 12 11
11 9 8 9
8 10
3
0
0
0
HGSAntónio HESSilva HSMaria HGCovões HUC HSJoão HSMarta HSCruz
Trata-se de uma técnica emergente que tem alcançado nos últimos anos uma
expressão significativa como alternativa à anticoagulação oral em doentes com
elevado risco trombótico. Ainda não se encontra completamente definida a
abrangência das indicações clínicas, pelo que a sua utilização deve ser limitada a
centros médico-cirúrgicos.
Recomendações:
Estas equipas deverão ser constituídas por elementos dos quadros respetivos em
número de pelo menos três operadores autónomos. O recurso a soluções de
“outsourcing” não é adequada para a consolidação de um programa de intervenção
coronária de urgência, apenas se justificando transitoriamente até à formação de
equipas locais.
2013 2012
521
1001
125
2000 1927
1668
1596 1620 1652
1523
1434
1500 1360
1112
952
1000 832
763 759
648
448 453
500
279 309
212 252
130
64
0
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Nota: Incluí centros privados
Para além dos centros a realizar ablações referidos anteriormente, existem outros
centros que implantaram cardioversores-desfibrilhadores.
Foram implantados em 2013 um total de 1443 CDI, dos quais 1051 corresponderam a
novas implantações. Destes, 37,4% corresponderam a sistemas de ressincronização
cardíaca (CRT-D). A taxa de crescimento global em relação a 2010 foi de 16,7%.
96,5 98,1
100,0
82,7
80,0
67,4
60,0 54,7
40,0 34,4
21,6
20,0 12,3 15,3
8,5
0,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Hospital de Braga 42
CDI CRT-D
Nos últimos anos verificou-se aumento significativo no volume das indicações para
eletrofisiologia de intervenção terapêutica, assim como na complexidade dos
procedimentos. Por um lado, a indicação para ablação de fibrilação auricular
paroxística ou persistente é hoje reconhecida nas Diretrizes internacionais, em
doentes refratários à terapêutica farmacológica. Sendo a prevalência estimada de
fibrilação auricular de cerca de 2% na população acima dos 40 anos, compreende-se a
importância epidemiológica desta possibilidade terapêutica e o grande volume de
casos que poderão ter indicação para ablação.
É dada prioridade às Vias Verdes pré-hospitalares, que deverão ser acionadas pelo
cidadão (doente) através do número nacional de emergência (112) e envolvem
diretamente o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no diagnóstico,
eventual tratamento pré-hospitalar e adequado encaminhamento para os Hospitais
com as melhores condições de confirmação diagnóstica e tratamento subsequente e
com disponibilidade logística para a recepção dos doentes.
Deve, assim, ser privilegiado o fator TEMPO (para o tratamento), em detrimento das
distâncias quilométricas e dos critérios tradicionais de áreas de influência geográfica
dos hospitais.
VIII.1- Conceitos
Todos os doentes com suspeita de EAM devem ser considerados casos de prioridade
elevada para efeitos de triagem e ser avaliados segundo o protocolo estabelecido
nessa instituição.
A redução do tempo entre o início dos sintomas e o início do tratamento é a meta final
de todos os programas de EAM. Este intervalo é em grande parte determinado pelo
período entre o início dos sintomas e o primeiro contacto médico (PCM) e é
exactamente nas primeiras horas de EAM que ocorrem muitas das complicações
fatais, em particular a fibrilhação ventricular.
As linhas cheias e grossas representam o percurso desejado para o doente. As restantes representam vias a evitar.
EAMCSST – enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST; Hospital com ICP 24/7 – centro
com disponibilidade para realização de angioplastia primária 24 horas por dia, sete dias por semana; ICP –
intervenção coronária percutânea; INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica.
Por estes motivos, todos os doentes com sintomas ou sinais de EAM devem ligar o número
nacional de emergência (112) e ter acesso à via verde pré-hospitalar.
B - Diagnóstico Precoce
Embora os sintomas/ sinais associados a EAM sejam importantes para desencadear a procura
de ajuda médica, a acuidade diagnóstica é baixa se analisada independentemente do
electrocardiograma (ECG) de 12 derivações. Algumas características demográficas e clínicas da
anamnese aumentam a probabilidade de os sintomas serem devidos a isquémia miocárdica.
Em todos os doentes com sintomas ou sinais sugestivos de EAM o ECG de 12 derivações deve
ser realizado no local do primeiro contacto médico, seja pré-hospitalar (SNEM), seja a
instituição de saúde à qual o doente recorreu. O ECG deve ser realizado e interpretado no
prazo máximo de 10 minutos desde o primeiro contacto médico. A interpretação pode ser
efectuada no local ou à distância, por exemplo através do suporte da telemedicina ou
transmissão transtelefónica.
Os médicos de que lidam com doentes com EAM, inclusive a nível pré-hospitalar, devem estar
treinados em suporte avançado de vida e ter acesso ao equipamento de reanimação
necessário, incluindo desfibrilhador.
A avaliação clínica inicial deve ser dirigida, incluindo o tempo decorrido desde o início dos
sintomas, a localização e extensão do EAM, complicações (arrítmicas, falência de bomba e/ou
mecânicas) e a avaliação do risco hemorrágico. A orientação do doente para a terapêutica de
reperfusão não deve ser atrasada pelos resultados dos exames laboratoriais.
Critérios:
Em doentes com sintomas sugestivos de isquemia existem outras situações que devem
desencadear a avaliação e orientação rápidas e eventualmente terapêutica de reperfusão
urgente. O supradesnivelamento de ST em aVR com infradesnivelamento de ST em ≥8
derivações pode significar lesão do tronco comum. Doentes com bloqueio completo do ramo
direito de novo com sintomas isquémicos devem ser rapidamente avaliados pois o prognóstico
é também desfavorável.
A ICP é a estratégia preferida desde que possa ser efectuada por uma equipa experiente e
dentro das metas definidas sem um atraso significativo em relação à fibrinólise.
A ICP primária é particularmente indicada nos doentes com contra-indicação para fibrinólise
(apresentadas na Tabela 3) e nos doentes com insuficiência cardíaca aguda grave ou choque
cardiogénico.
A fibrinólise deve fundamentalmente ser considerada quando o atraso para o início de ICP é
grande, pois a administração pré-hospitalar de fibrinolíticos por profissionais treinados revelou
ser segura e eficaz.
A Rede de Referenciação Hospitalar (RRH) define-se como o sistema por via do qual se
estabelecem e organizam relações de complementaridade, hierarquização e apoio técnico
entre as Instituições prestadoras de cuidados, tendo por base um sistema integrado de
informação e articulação inter–institucional. É assim garantida a acessibilidade dos doentes às
unidades de saúde, numa perspectiva integrada e de máxima rentabilização da capacidade
instalada, para a prestação de cuidados de saúde adequados. (CRRNEU, 2012)
Um dos objetivos da RRH consiste em assegurar o bom funcionamento das Vias Verdes (VV)
existentes. (Coronária, Acidente Vascular Cerebral, Sépsis e Trauma). (CRRNEU, 2012)
Vias Verdes, nome vulgarmente utilizado em Portugal para designar sistemas de resposta
rápida, são algoritmos clínicos de avaliação e tratamento de processo patológicos frequentes,
em que a relação entre o tempo para realização de um grupo de atitudes clínicas é
absolutamente determinante do resultado terapêutico, isto é, em que “tempo é tecido” e em
que “tempo é vida”. (CRRNEU, 2012)
Ilustração 1 – Componentes que contribuem para atraso e intervalos ideais para intervenção no EAMCSST.
Esta definição dos pólos de rede da VVC resulta do conhecimento dos recursos logísticos,
técnicos e humanos existentes nos vários hospitais e procura coincidir com os pontos de Rede
de Referenciação Hospitalar. São indicados para pólos de rede VVC as unidades hospitalares
com Unidades de Cuidados Intensivos de Cardiologia (UCIC) existentes em hospitais com
Serviços de Cardiologia, aliado à capacidade de ICPP permanente.
Entende-se assim que a unidade receptora do doente, deve apresentar não só capacidade de
diagnóstico como também de intervenção. Salienta-se ainda que, a definição destes pólos de
rede assenta numa realidade dinâmica.
4000
3524
3500 3179 3246
2829
3000 2575
2415
2500
1900
2000 1616
1500
855 878
1000 702
572
421 424 344
500 236
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
4000 3524
3500
3000
2500
2000
1500
1000
236
500
0
Angioplastias Primárias Doentes Tratados com
(Procedimentos) Fibrinólise
50,00
40,00
34,2
30,00 26,0
23,8
20,00
13,6
9,3
10,00
0,00
Continente Norte Centro LVT Alentejo Algarve
60
2009
2010
50
2011
2012
40
2013
30
20
10
0
HDSantarém
HGCovões
HSCruz
HRSantos
HSMartins
HSSebastião
HSTeotónio
HESanto
HSJoão
HDESanto
HDHorta
HFaro
HSMaria
HSAndré
HPCovilhã
HALusitano
HRSIsabel
HSPVReal
HJJFernandes
3000 2829
2575
2415
2500
1900
2000
1616
1401
1500 1253 1328
1118
1000
500
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
1600
1421
1400
1200 1093
1000
800
600 495
400
190
127
200
0
Norte Centro LVT Alentejo Algarve
600,00
506,1
500,00
429,5
400,00
335,3
299,9
300,00
217,0
200,00 170,9
100,00
0,00
Continente Norte Centro LVT Alentejo Algarve
400
350
300
250
200
150
100
50
0
HGCovões
HSCruz
HUC
HPAmérico
CUFISanto
HSAndré
HDESanto
HSTeotónio
HGSAntónio
HESanto
HDNMendonça
HGOrta
HFaro
HSBernardo
HESSilva
HSMarta
HBraga
HSJoão
HSMaria
HSPVReal
HLuz
HFFonseca
400
350
300 2009
2010
250 2011
2012
2013
200
150
100
50
0
CUFISanto
HGSAntónio
HESanto
HDNMendonça
HGOrta
HSPVReal
HLuz
HGCovões
HSCruz
HUC
HPAmérico
HSAndré
HDESanto
HSTeotónio
HFFonseca
HFaro
HSBernardo
HESSilva
HSMarta
HBraga
HSJoão
HSMaria
B- Estrutura de Comunicação
Os CODU devem agilizar a comunicação directa entre a equipa médica que acompanha o
doente e o especialista. Isto no entanto não pode ser considerado como “bypass” à central
com a responsabilidade de gestão do sistema de emergência médica – CODU –sob pena de
comprometer o eficiente funcionamento da rede tendo em conta a gestão dos recursos
disponíveis.
Assim sendo, o cardiologista de serviço / responsável pela Via Verde intra-hospitalar deverá
dispor de um telemóvel dedicado a esta função que o acompanhará sempre, enquanto estiver
de serviço, devendo accionar todo o sistema intra-hospitalar. (Coordenação Nacional para as Doenças
Cardiovasculares, Alto Comissariado para a Saúde, 2007)
As listagens dos contactos a nível nacional, devem estar disponíveis nos CODU para utilização
específica, e os responsáveis das unidades devem assumir o compromisso de informar o INEM
de quaisquer alterações, seja de contactos seja no período de funcionamento, através dos
canais institucionais definidos. (Anexo1)
No processo de referenciação dos doentes, interessa referir os critérios que se tomam como
base, para que as situações possam ser avaliadas de forma coerente e consistente. Ressalva-se
contudo que as condicionantes específicas de cada situação devem ser avaliadas no seu
contexto, norteadas pelo supremo interesse da situação de saúde do doente.
A referenciação deve sempre ter em conta que a abordagem preferível do EAMCSST é a ICPP e
neste âmbito preferencialmente o doente deve ser encaminhado para unidade com
capacidade de realização de ICP Primária, da rede de referenciação da Via Verde Coronária
A gestão das situações de EAM inclui não só o diagnóstico como o tratamento, e inicia-se com
o Primeiro Contacto Médico (PCM). Define-se então PCM como o momento em que o doente é
abordado por equipa de emergência pré – hospitalar com médico ou actuando sob protocolos
médicos e com apoio médico à distância, ou ainda nas situações em que o doente é admitido
numa unidade de saúde (incluindo cuidados primários ou equivalentes como consultórios,
clínicas ou outros onde haja atendimento por profissional médico).
Aos doentes com apresentação clinica de EAMCSST com início da sintomatologia num período
inferior a 12 horas, acompanhado de elevação persistente do segmento S-T ou bloqueio de
ramo de novo ou presumivelmente de novo, a terapia de reperfusão por via mecânica ou
farmacológica deve ser efectuada o mais precocemente possível. (ESC Task Force, 2012)
Assim, é de consenso geral que a terapia de reperfusão deve ser considerada nas situações em
que existe evidência clinica e/ou electrocardiográfica de isquemia em curso, inclusivamente
em situações em que o inicio da sintomatologia teve o seu inicio há mais de 12 horas, ou o
inico é incerto, ou ainda, nas situações em que a dor e as alterações electrocardiográficas se
apresentam de forma intermitente. (ESC Task Force, 2012)
Estudos efectuados, em centro experientes, que compararam a ICPP em tempo oportuno com
a fibrinólise administrada em meio hospitalar, evidenciaram repetidamente a superioridade da
ICPP sobre a fibrinólise. (ESC Task Force, 2012)
Em situações nas quais a ICPP não pode ser efectuada num período de 120 min após o PCM
por uma equipa experiente, a fibrinólise pode ser considerada, particularmente se puder ser
administrada a nível pré-hospitalar e num período de 120min após o início dos sintomas. (ESC
Task Force, 2012)
Diagnóstico de EAMCSST
De preferência ≤
30 min
Transferência imediata para
De preferência 3–24h
NOTAS: Os atrasos referem-se ao primeiro contacto médico *
Coronariografia
≤ 60 min se apresentação precoce
Ilustração 2 – Gestão pré e intra-hospitalar e estratégias de reperfusão nas 24h pós PCM. (ESC Task Force, 2012)
Ilustração 5 – Vias de comunicação e decisão EAMCSST – PCM em hospital ou centro sem ICP
No sentido de oferecer ICPP, este Hospital ou Centro deverá contactar o CODU para
transferir o doente a Centro Nível 1 com ICPP.
Ilustração 6 – Vias de comunicação e decisão no EAMCSST – PCM em hospital ou centro com ICP sem 24/7
4. PCM em Hospital ou Centro com ICP 24/7 (Rede Via Verde Coronária)
Ilustração 7 – Vias de comunicação e decisão no EAMCSST – PCM em hospital ou centro com ICP 24/7
Se não houver possibilidade de ICPP na instituição, o CODU deverá ser contactado para
INEM transportar doente para outro Centro Nível 1 (transporte secundário);
CODU contacta Centro Nível 1 no sentido do INEM transferir de imediato o doente
com objectivo de ICPP <120 min;
Se CODU não consegue assegurar que ICPP <120 min, será efectuada Fibrinólise e o
INEM transfere, de imediato, o doente para um Centro Nível 1 para Coronariografia;
(transporte secundário)
Nível 1 Laboratório de hemodinâmica com resposta total (24/7) – Via Verde Coronária;
Nível 2 Laboratório de hemodinâmica com resposta parcial;
Nível 3 Capacidade para realizar fibrinólise (UCIC) / receber doentes após fibrinólise pré-hospitalar
H. Viseu
Guarda Guarda Centro CH Univ. Coimbra 1
H. Viseu
Gouveia Guarda Centro CH Univ. Coimbra 1
LISBOA E Santiago do 1
Setúbal Lisboa H. D Setubal
Cacém
Distrito 1
Alentejo Portalegre Lisboa H. Espírito Santo
Portalegre
H. Espírito Santo / 1
Distrito Beja Beja Lisboa
H.D. Faro
De uma forma simplificada pode ser afirmado que as áreas definidas num raio de 60 e
90Km, constituem a zona de influência direta desses centros.
ARS Norte
ARS Centro
ARS Alentejo
ARS Algarve