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SAÚDE
ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA
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246p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-66104-13-4
CDD 610
SUMÁRIO
3.2.1.1Tratamento................................................................................................................................29
5.2.2.1Tratamento................................................................................................................................46
5.2.3.1Tratamento................................................................................................................................48
5.2.4.1Tratamento................................................................................................................................49
5.2.5.1Tratamento................................................................................................................................51
5.2.6.1Tratamento................................................................................................................................52
6.8 BRONQUIECTASIA...................................................................................................................71
6.8.1 Fisiopatologia ............................................................................................................................72
7 DISRITMIAS ..............................................................................................................................78
7.1.2.2Flutter Atrial...............................................................................................................................83
14 DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS...........................................................................................139
14.3.1.2Tratamento ............................................................................................................................144
14.3.3.2Tratamento ............................................................................................................................146
14.3.4.1Fisiopatologia .........................................................................................................................147
14.3.4.3Tratamento ............................................................................................................................147
9
15 DISTÚRBIOS GÁSTRICOS E DUODENAIS............................................................................148
15.1 GASTRITE................................................................................................................................148
15.1.1Fisiopatologia ............................................................................................................................149
15.1.4Tratamento............................................................................................................................... 150
17 DISTÚRBIOS HEPÁTICOS......................................................................................................169
17.3 ASCITE.....................................................................................................................................173
17.3.3.2Diuréticos ...............................................................................................................................175
17.3.3.4Paracentese ...........................................................................................................................175
17.4.1.2Tratamento ............................................................................................................................178
17.4.2.2Prevenção ..............................................................................................................................179
17.4.2.3Tratamento ............................................................................................................................180
19 DIABETES MELLITUS.............................................................................................................192
20.2.1.1Fisiopatologia .........................................................................................................................204
20.2.1.3Tratamento ............................................................................................................................205
22 ONCOLOGIA ...........................................................................................................................228
22.11.2Tratamento .............................................................................................................................235
22.12.1Tratamento .............................................................................................................................236
15
1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Durante muitas décadas, na maioria das instituições de saúde não havia ou não era
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utilizado um método para sistematizar a assistência de enfermagem. Mas com o tempo as
enfermeiras sentiram necessidade de criar uma forma para ordenar os cuidados prestados. No
Brasil, na década de 70, Wanda de Aguiar Horta formulou a Teoria das Necessidades Humanas
Básicas e desenvolveu o processo de enfermagem para aplicação na prática.
Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que
oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o
planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base
para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados.
Este curso tem como objetivo principal esclarecer aos enfermeiros a importância da
sistematização da assistência de enfermagem, detalhando suas etapas e seu desenvolvimento
auxiliando-os a traçar estratégias para que a sua implantação possa ser realizada com
facilidade.
2 CONCEITO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E PROCESSO
DE ENFERMAGEM
O objeto da ciência é o ente concreto que se revela ao homem e todo ente está no
habitáculo do ser. Um único ser pode ter seus entes concretos como objeto de várias disciplinas
científicas. A psicologia, a sociologia, a história, a economia, a administração, a antropologia, a
medicina e todas as demais ciências têm seu ente próprio, um único habitáculo, que é o ser
humano.
Coleta de Dados;
Diagnóstico;
Planejamento;
Implementação;
Avaliação.
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A coleta de dados, fase inicial do processo, leva o enfermeiro a constituir sua base de
dados, investigando, levantando problemas e necessidades afetadas, possibilitando a coleta e
análise dos dados. É a conhecida consulta de enfermagem, na qual o enfermeiro coloca em
prática sua competência na abordagem do paciente, empregando técnicas de entrevistas
adequadas ao que se pretende.
Esse indivíduo deverá ser olhado, pelo enfermeiro, como ele próprio, família,
comunidade, profissional e todo o universo que o compõe. É a base para a identificação e
determinação das intervenções de enfermagem (prescrição de enfermagem) e estabelecimento
de metas desejadas. A implementação constitui-se da colocação do plano de cuidados em ação.
O enfermeiro, dentro dos princípios que regem o seu trabalho em uma empresa, deve
associar esses conceitos à realidade de sua atividade específica, procurando adaptar o ambiente
ao indivíduo, considerando os agravos e agentes identificados que interferem no processo
saúde-doença.
Os eletrólitos nos líquidos corporais são substâncias químicas ativas (cátions, que
carregam cargas positivas, e ânions, que transportam cargas negativas).
Os principais cátions nos líquidos corporais são os íons sódio, potássio, cálcio,
magnésio e hidrogênio. Os principais ânions são os íons cloreto, bicarbonato, fosfato, sulfato e
proteinato.
Quando duas soluções distintas são separadas por uma membrana que é permeável
às substâncias dissolvidas, o líquido desloca-se pela membrana a partir da região de baixa 26
concentração de soluto para a região de alta concentração de soluto, até que as soluções
tenham igual concentração.
3.1.2 Difusão
A pressão hidrostática nos capilares tende a filtrar o líquido para fora do compartimento
vascular, para o interior do líquido intersticial. O movimento da água e dos solutos ocorre de uma
área de alta pressão hidrostática para uma área de baixa pressão hidrostática. A filtração permite
que os rins filtrem 180l de plasma por dia.
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A concentração de sódio é maior no LEC que no LIC, e, por causa disso, o sódio tende
a entrar na célula por difusão. Essa tendência é contrabalançada pela bomba de sódio-potássio,
que se localiza na membrana celular e movimenta ativamente o sódio da célula para dentro do
LEC.
A água e os eletrólitos são ingeridos de várias maneiras. Uma pessoa saudável ingere
líquidos ao beber e alimentar-se. Nos pacientes com alguns distúrbios, os líquidos podem ser
fornecidos pela via parenteral ou por meio de uma sonda de alimentação enteral no estômago ou
intestino.
3.1.6 Mecanismos Homeostáticos
28
3.2.1.1 Tratamento
Quando o déficit não é grave, a via oral é preferida, desde que o paciente possa beber.
Quando, no entanto, as perdas de líquidos são agudas ou intensas, a via IV é necessária.
Logo que o paciente se torna normotenso, uma solução eletrolítica hipotônica (cloreto
de sódio 0,45%) é geralmente empregada para fornecer eletrólitos e água para a excreção renal
dos resíduos metabólicos.
As avaliações exatas e frequentes da ingestão e débito, peso, sinais vitais, pressão
venosa central, nível de consciência, sons respiratórios e coloração cutânea devem ser
efetuados para determinar quando a terapia deve ser lentificada para evitar a sobrecarga de
volume.
Quando o paciente com DVL grave não está excretando suficientemente e, portanto, 30
está oliguria, o profissional de saúde precisa determinar se a função renal deprimida é o
resultado do fluxo sanguíneo renal reduzido secundário ao DVL ou, de forma mais grave, à
necrose tubular aguda por DVL prolongado.
O teste utilizado nessa situação é referido como um teste de carga hídrica. Durante um
teste de carga hídrica, os volumes de líquido são administrados em velocidades e intervalos
específicos enquanto se monitora a resposta hemodinâmica do paciente a esse tratamento.
Ele sempre é secundário a um aumento no conteúdo corporal total de sódio, que, por
31
sua vez, leva a um aumento na água corporal total. Como há retenção isotônica das substâncias
corporais, a concentração sérica de sódio permanece praticamente normal.
3.3.1 Tratamento
32
3.3.3 Hemodiálise
Para avaliar o EVL, a enfermeira mede a ingestão e débito a intervalos regulares para
identificar a retenção excessiva de líquidos. O paciente é pesado diariamente e observa-se o
ganho agudo de peso.
A enfermeira monitora o grau de edema nas partes do corpo com maior ação da
gravidade, como os pés e tornozelos, nos pacientes que deambulam, e na região sacral em
pacientes acamados.
O choque é uma condição com risco de vida em razão das diversas causas
subjacentes. Caracteriza-se pela perfusão tissular inadequada que, quando não tratada, resulta
na morte celular.
O choque pode ser mais bem definido como uma condição em que a pressão arterial
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sistêmica é inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para sustentar os órgãos vitais e a
função celular.
Qualquer agressão ao corpo pode criar uma cascata de eventos que resultam em má
perfusão tissular. Portanto, quase todo paciente com algum estado patológico pode estar em
risco de desenvolver choque.
O choque pode ser classificado por etiologia e pode ser descrito como:
Hipovolêmico;
Cardiogênico;
Circulatório.
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O choque hipovolêmico, o tipo de choque mais comum, caracteriza-se por um volume
intravascular diminuído. O líquido corporal está contido nos compartimentos intracelular e
extracelular.
O choque hipovolêmico pode ser causado por perdas líquidas externas, como a perda
sanguínea traumática, ou por deslocamentos de líquidos internos, como na desidratação grave,
edema grave ou ascite. O volume intravascular pode ser reduzido por perda de líquido e
deslocamento de líquido entre os compartimentos intravascular e intersticial.
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Embora alguns identifiquem um estágio inicial do choque, as alterações atribuídas a
esse estágio acontecem no nível celular e, em geral, não são detectáveis clinicamente.
O corpo desvia o sangue de órgãos como a pele, rins e trato gastrintestinal para o
cérebro e coração, visando adequar o suprimento sanguíneo para esses órgãos vitais.
Apesar de uma pressão arterial normal, o paciente mostra inúmeros sinais clínicos que
indicam a perfusão orgânica inadequada. O resultado da perfusão inadequada é o metabolismo
anaeróbico e o acúmulo de ácido láctico, produzindo a acidose metabólica.
A frequência respiratória aumenta em resposta à acidose metabólica. Essa frequência
respiratória rápida facilita a remoção do excesso de dióxido de carbono, mas eleva o pH
sanguíneo e, com frequência, causa uma alcalose respiratória compensatória.
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Embora todos os sistemas orgânicos sofram com a hipoperfusão nesse estágio, dois
eventos perpetuam a síndrome do choque. Em primeiro lugar, o coração sobrecarregado se
torna disfuncional; a incapacidade do corpo de satisfazer as demandas crescentes de oxigênio
produz isquemia e os mediadores bioquímicos causam a depressão miocárdica.
Isso leva à falência da bomba cardíaca, mesmo quando a causa subjacente do choque
não for de origem cardíaca. Em segundo lugar, a função autorreguladora da microcirculação
falha em responder aos inúmeros mediadores bioquímicos liberados pelas células, resultando
em permeabilidade capilar aumentada, com as áreas de constrição arteriolar e venosa
comprometendo ainda mais a perfusão celular.
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5 DISTÚRBIOS DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
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As boas competências de avaliação devem ser desenvolvidas e usadas quando se
cuida dos pacientes com problemas respiratórios agudos e crônicos. Além disso, é essencial
uma compreensão da função respiratória e do significado dos resultados anormais dos testes
diagnósticos.
O trato superior, conhecido como via aérea superior, aquece e filtra o ar inspirado, de
modo que o trato respiratório inferior (os pulmões) pode realizar a troca gasosa.
Os distúrbios das vias aéreas superiores são condições comuns que afetam
ocasionalmente a maioria das pessoas. Algumas infecções são agudas, com sintomas que
duram vários dias; outras são crônicas, com sintomas que duram um longo tempo ou reincidem.
Os pacientes com essas condições raramente precisam de hospitalização. Contudo, os
profissionais de saúde que trabalham em ambientes comunitários ou em instituições de cuidados
de longo prazo, podem encontrar pacientes que apresentem essas infecções.
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5.2.1 Rinite
A rinite não alérgica pode ser causada por diversos fatores, inclusive os fatores
ambientais, como as alterações na temperatura ou umidade, odores ou alimentos; idade; doença
sistêmica; drogas (cocaína) ou medicamentos prescritos; ou a presença de um corpo estranho.
5.2.1.1 Tratamento
Além disso, os corticosteroides intranasais podem ser usados para a congestão grave,
sendo os agentes oftálmicos utilizados para aliviar a irritação, prurido e rubor nos olhos.
O paciente com rinite alérgica deve ser orientado pela enfermeira a evitar ou reduzir a
exposição aos alérgenos e irritantes, como poeiras, mofos, animais, fumaças, odores.
Além disso, a enfermeira instrui o paciente sobre o uso apropriado e a técnica para
administrar os medicamentos nasais, como o soro fisiológico nasal ou os sprays em aerossol.
Ele também pode ser usado quando o vírus causal é o influenza. Os resfriados são
altamente contagiosos porque o vírus se dissemina por aproximadamente dois dias antes que os
sintomas apareçam e durante a primeira parte da fase sintomática.
Os sinais e sintomas da rinite viral são a congestão nasal, coriza, espirros, secreção 46
nasal, lacrimejamento, sensação de arranhadura ou dor na garganta, indisposição geral, febre
baixa, calafrios e, com frequência, cefaleia e dores musculares.
5.2.2.1 Tratamento
Se suas aberturas para dentro das passagens nasais estão limpas, as infecções
curam-se de forma imediata. Entretanto, se sua drenagem está obstruída por um septo desviado
ou por turbinados hipertrofiados, esporões ou pólipos nasais ou tumores.
A infecção sinusal pode persistir como uma infecção secundária latente ou progredir
para um processo supurativo agudo (gerando secreção purulenta).
A sinusite aguda é uma infecção dos seios paranasais. Com frequência, ela se
desenvolve em consequência de uma infecção respiratória alta, como uma infecção viral ou
bacteriana não resolvida, ou de uma exacerbação da rinite alérgica.
Os sintomas de sinusite aguda podem incluir a dor facial ou pressão sobre a área
sinusal afetada, obstrução nasal, fadiga, secreção nasal purulenta, febre, cefaleia, plenitude e
dor no ouvido, odontalgia, tosse, sensação de olfato diminuída, dor de garganta, edema
palpebral ou plenitude ou congestão facial.
A sinusite aguda pode ser difícil de diferenciar de uma infecção respiratória alta ou
rinite alérgica.
5.2.3.1 Tratamento
Muitos casos de faringite aguda são devidos à infecção viral. Quando o estreptococo
beta-hemolítico do grupo A, o organismo bacteriano mais comum, provoca a faringite aguda, a
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condição é conhecida como faringite estreptocócica.
Quando fica sem tratamento, as complicações podem ser graves e com risco de vida.
As complicações incluem a sinusite, otite média, abscesso peritonsilar, mastoidite e adenite
cervical.
5.2.4.1 Tratamento
A faringite viral é tratada com medidas de apoio, pois os antibióticos não terão efeito
sobre o microrganismo. A faringite bacteriana é tratada com diversos agentes antimicrobianos.
Se uma causa bacteriana é sugerida ou demonstrada, a penicilina é, em geral, o
tratamento de escolha. Os antibióticos são administrados no mínimo por 10 dias, para erradicar a
infecção a partir da orofaringe.
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A faringite crônica é uma inflamação persistente da faringe. Ela é comum nos adultos
que trabalham ou vivem em ambientes empoeirados, usam sua voz em excesso, sofrem de
tosse crônica e usam habitualmente álcool e tabaco.
5.2.5.1 Tratamento
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O tratamento da faringite crônica baseia-se no alívio dos sintomas em evitar a
exposição aos irritantes e corrigir qualquer condição respiratória alta, pulmonar ou cardíaca que
poderia ser responsável por uma tosse crônica.
A congestão nasal pode ser aliviada pelo uso, por curto prazo, de sprays nasais ou
medicamentos que contêm sulfato de efedrina ou cloridrato de fenilefrina.
5.2.6 Laringite
5.2.6.1 Tratamento
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O tratamento da laringite aguda inclui repousar a voz, evitar o fumo, descansar e inalar
vapor frio ou aerossol. Se a laringite faz parte de uma infecção respiratória mais extensa, devido
a um organismo bacteriano, ou se é grave, é instituída a terapia antibacteriana apropriada.
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6.1 ATELECTASIA
A atelectasia pode ser aguda ou crônica e pode cobrir uma ampla faixa de alterações
fisiopatológicas, desde a microatelectasia até a macroatelectasia com a perda do volume
pulmonar segmentar ou lobar.
Na atelectasia aguda envolvendo uma grande quantidade de tecido pulmonar, pode ser
observada a angústia respiratória acentuada. Além dos sinais e sintomas supracitados, podem
ser antecipadas a dispneia, taquicardia, taquipneia, dor pleural e cianose central.
6.1.1 Tratamento
Nos pacientes que não respondem às medidas de primeira linha ou que não podem
realizar os exercícios de respiração profunda, outros tratamentos, como a terapia com pressão
expiratória positiva ou PEP (uma máscara simples e um sistema valvar unidirecional que fornece
quantidades variadas de resistência expiratória, respiração com pressão positiva intermitente
(RPPI) ou contínua ou broncoscopia) podem ser empregados.
O tratamento da atelectasia crônica focaliza a remoção da causa da obstrução das vias
aéreas ou da compressão do tecido pulmonar.
6.2 PNEUMONIA
6.2.1 Fisiopatologia
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As áreas do pulmão não estão adequadamente ventiladas por causa das secreções e
do edema de mucosa, os quais causam a oclusão parcial dos brônquios e alvéolos, com uma
resultante diminuição na pressão de oxigênio alveolar. Por causa da hipoventilação, ocorre um
desequilíbrio da ventilação-perfusão na área afetada do pulmão.
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Alguns pacientes exibem uma infecção do trato respiratório superior (congestão nasal,
faringite), e o início dos sintomas de pneumonia é gradual e inespecífico.
Os sintomas predominantes podem ser cefaleia, febre baixa, dor pleurítica, mialgia,
erupção cutânea e faringite. Depois de alguns dias, é expectorado um escarro mucoide ou
mucopurulento, na pneumonia grave, as bochechas ficam ruborizadas e os lábios e leitos
ungueais evidenciam cianose central (hipoxemia).
6.2.3 Tratamento
A terapia para a PAC está evoluindo continuamente. Existem orientações para nortear
a escolha do antibiótico; entretanto, os padrões de resistência, a prevalência de agentes
etiológicos, os fatores de risco do paciente e os custos e disponibilidade de agentes antibióticos
mais modernos devem ser levados em consideração, sem exceção.
Para pacientes com PAC que são hospitalizados e não possuem doença
cardiopulmonar ou fatores modificadores, o tratamento consiste em azitromicina intravenosa ou
monoterapia com uma fluroquinolona antipneumocócica.
Os antibióticos estão indicados para uma infecção respiratória viral apenas quando
está presente uma sinusite, bronquite ou pneumonia bacteriana secundária. A hidratação é uma
parte necessária da terapia, porque a febre e a taquipneia podem resultar em perdas hídricas
insensíveis.
Os antitérmicos podem ser usados para tratar a cefaleia e a febre; os medicamentos
antitussígenos podem ser empregados para a tosse associada. Inalações úmidas e quentes são
valiosas no alívio da irritação brônquica.
À medida que o líquido extravasa para dentro dos alvéolos e se mistura com o ar,
forma-se uma espuma ou escuma. O paciente expectora ou é realizada uma aspiração dessas
secreções espumosas e, com frequência, tintas de sangue. O paciente mostra angústia
respiratória aguda e pode tornar-se confuso ou torporoso.
61
6.3.2 Tratamento
62
Hipoventilação alveolar;
Anormalidades de difusão;
Desequilíbrio da ventilação-perfusão;
Shunt.
É importante diferenciar entre IRA e a insuficiência respiratória crônica. A insuficiência
respiratória crônica é definida como a deteriorização na função da troca gasosa do pulmão que
se desenvolveu de maneira insidiosa ou persistiu por um período longo depois de um episódio
de IRA.
À medida que a hipoxemia progride, sinais mais óbvios podem estar presentes,
inclusive a confusão, letargia, taquicardia, taquipneia, cianose central, sudorese e, por fim,
parada respiratória.
Os achados físicos são aqueles da angústia respiratória aguda, incluindo o uso dos
músculos acessórios, sons respiratórios diminuídos, se o paciente não consegue ventilar da
forma adequada, e outros achados relacionados especificamente com o processo patológico
subjacente e com a causa da IRA.
6.4.2 Tratamento
64
6.4.3 Intervenção de Enfermagem
A hipertensão pulmonar é uma condição que não fica clinicamente evidente até um
período tardio em sua progressão. A hipertensão pulmonar existe quando a pressão arterial
pulmonar sistólica excede a 30 mmHg ou a pressão arterial pulmonar média excede a 25 mmHg.
Essas pressões não podem ser medidas indiretamente como acontece com a pressão
sistêmica; em vez disso, elas devem ser medidas durante o cateterismo cardíaco direto. Na
ausência dessas condições, o reconhecimento clínico torna-se o único indicador para a presença
da hipertensão pulmonar.
FIGURA 03 – VASOCONSTRIÇÃO PULMONAR
65
6.5.2 Tratamento
Dessa maneira, a troca gasosa fica prejudicada ou ausente nessa área. Além disso,
68
diversas substâncias são liberadas a partir do coágulo e da área circunvizinha, provocando a
constrição dos vasos sanguíneos regionais e dos bronquíolos. Isso causa um aumento na
resistência vascular pulmonar. Essa reação compõe o desequilíbrio da ventilação-perfusão.
Uma embolia maciça é mais bem definida pelo grau de instabilidade hemodinâmica em
lugar do percentual de oclusão vascular pulmonar. Produz dispneia pronunciada, dor subesternal
súbita, pulso rápido e fraco, choque, síncopes e morte súbita.
6.6.3 Tratamento
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Na DPOC, a limitação do fluxo aéreo é progressiva e está associada a uma resposta
inflamatória anormal dos pulmões a partículas ou gases nocivos. A resposta inflamatória ocorre
por toda a via aérea, parênquima e vasculatura pulmonar.
Por causa da inflamação crônica e das tentativas do corpo para repará-la, ocorre o
estreitamento das pequenas vias aéreas periféricas. Com o passar do tempo, esse processo de
lesão e reparação provoca a formação de tecido cicatricial e o estreitamento da luz da via aérea.
6.7.2 Tratamento
6.8 BRONQUIECTASIA
6.8.1 Fisiopatologia
A retenção das secreções e a subsequente obstrução fazem, por fim, com que os
alvéolos distais à obstrução se colabem (atelectasia). A cicatrização inflamatória ou fibrose
substitui o tecido pulmonar funcionante.
6.8.2 Tratamento
6.9 ASMA
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que provoca a hiper-
responsividade dessas vias, edema da mucosa e produção de muco. Essa inflamação leva, por
fim, a episódios recorrentes dos sintomas de asma: tosse, opressão torácica, sibilância e
dispneia.
A asma difere de outras doenças pulmonares obstrutivas pelo fato de que ela é, em
grande parte, reversível, quer de maneira espontânea, quer com tratamento.
Os pacientes com asma podem experimentar períodos sem sintomas, que se alternam
com exacerbações agudas, as quais duram de minutos a horas ou dias. A asma pode ocorrer em
qualquer idade e é a doença crônica mais comum da infância.
A alergia é o mais forte fator predisponente para a asma. A exposição crônica aos
irritantes das vias aéreas ou alérgenos também aumenta o risco de desenvolvimento da asma. 74
6.9.1 Fisiopatologia
75
Os três sintomas mais comuns da asma são a tosse, dispneia e sibilância. Em alguns
casos, a tosse pode ser o único sintoma. Com frequência, as crises de asma ocorrem à noite ou
no início da manhã, possivelmente devido às variações circadianas que influenciam os limiares
dos receptores da via aérea.
6.9.3 Tratamento
A princípio, as disritmias podem ser evidenciadas pelo efeito hemodinâmico que elas
78
geram (por exemplo: uma alteração na condução pode modificar a ação de bombeamento do
coração e provocar a pressão arterial diminuída).
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Um complexo atrial prematuro (CAP) é um único complexo no ECG que ocorre quando
um impulso elétrico começa no átrio do próximo impulso normal do nódulo sinusal. 82
O CAP pode ser causado por cafeína, álcool, nicotina, miocárdio atrial estirado,
ansiedade, hipocalemia, estados hipermetabólicos ou isquemia, lesão ou infarto atrial.
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O flutter atrial ocorre no átrio e cria impulsos em uma frequência atrial entre 250 e 400
vezes por minuto. Como a frequência atrial é mais rápida do que aquela que o nódulo AV pode
conduzir, nem todos os impulsos atriais são conduzidos para o ventrículo, gerando um bloqueio
terapêutico no nódulo AV.
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Ela pode começar e parar repentinamente. A fibrilação atrial pode acontecer durante
um intervalo de tempo muito curto ou pode ser crônica.
São os seguintes os critérios do ECG para o ritmo juncional não causado pelo bloqueio
cardíaco completo:
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88
A taquicardia ventricular (TV) é definida como três ou mais CVPs em série, ocorrendo
em uma frequência que supera 100 batimentos por minuto. Em geral, a TV está associada à
doença da artéria coronária e pode preceder a fibrilação ventricular.
89
90
São os seguintes os critérios quando o ritmo idioventricular não é causado por bloqueio
AV:
91
Não existe batimento cardíaco, nenhum pulso palpável e nenhuma respiração. Sem
tratamento imediato, a assistolia ventricular é fatal. A reanimação cardiopulmonar e os serviços
de emergência são necessários para manter o paciente vivo.
FIGURA 16 - ASSISTOLIA
92
O bloqueio cardíaco de primeiro grau ocorre quando todos os impulsos atriais são
conduzidos pelo nódulo AV para dentro dos ventrículos em uma frequência menor que a normal.
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O bloqueio cardíaco de segundo grau do tipo I ocorre quando todos os impulsos atriais,
menos um, são conduzidos pelo nódulo AV para dentro dos ventrículos.
Cada impulso atrial leva um tempo maior para a condução que o anterior, até que um
impulso seja plenamente bloqueado. Como o nódulo AV não é despolarizado pelo impulso atrial
bloqueado, o nódulo AV tem tempo para se repolarizar por completo, de modo que o impulso
atrial seguinte possa ser conduzido dentro do intervalo de tempo mais curto.
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O bloqueio cardíaco de segundo grau do tipo II ocorre quando apenas parte dos
impulsos atriais é conduzida pelo nódulo AV para dentro dos ventrículos.
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O bloqueio cardíaco de terceiro grau ocorre quando nenhum impulso atrial é conduzido
pelo nódulo AV para dentro dos ventrículos. No bloqueio cardíaco de terceiro grau, dois impulsos
estimulam o coração: um estimula os ventrículos (ritmo de escape juncional ou ventricular),
representado pelo complexo QRS, e um estimula os átrios (ritmo sinusal, fibrilação atrial),
representado pela onda P.
As ondas P podem ser observadas, mas a atividade elétrica atrial não é conduzida
para dentro dos ventrículos para gerar o complexo QRS, a atividade elétrica ventricular. Isso é
chamado de dissociação AV.
96
FIGURA 20 - RITMO SINUSAL COM BLOQUEIO AV DE TERCEIRO GRAU
As disritmias agudas podem ser tratadas com medicamentos ou com terapia elétrica
externa. Muitos medicamentos antiarrítmicos são usados para tratar as taquidisritmias atriais e
ventriculares.
Se os medicamentos isolados são ineficazes na erradicação ou diminuição da disritmia,
estão disponíveis certas terapias mecânicas auxiliares. As mais comuns são os marca-passos
para as bradicardias e taquicardias, a cardioversão e a desfibrilação eletivas para as
taquidisritmia agudas, além dos aparelhos implantáveis para a taquidisritmia crônica. Os
tratamentos cirúrgicos, embora menos comuns, também estão disponíveis.
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8 DOENÇA DA ARTÉRIA CORONÁRIA
98
Esses depósitos, chamados de ateroma ou placas, fazem protrusão para dentro da luz
do vaso, estreitando-o e obstruindo o fluxo sanguíneo. Se a capa fibrosa da placa for espessa e
a coleção lipídica permanecer relativamente estável, ela pode resistir ao estresse decorrente do
fluxo sanguíneo e do movimento do vaso.
Se a capa for fina, o núcleo lipídico pode crescer, fazendo com que ela se rompa e
produza hemorragia dentro da placa, possibilitando o desenvolvimento de um trombo. O trombo
pode obstruir o fluxo sanguíneo, levando à morte cardíaca súbita ou a um infarto do miocárdio
(IM) agudo, o qual consiste na morte do tecido cardíaco.
8.1.1 Manifestações Clínicas
100
8.1.3 Tratamento
A angina do peito é uma síndrome clínica que, em geral, se caracteriza por episódios
ou paroxismos de dor ou pressão na região anterior do tórax. A causa consiste no fluxo
sanguíneo coronariano insuficiente.
102
8.3 INFARTO DO MIOCÁRDIO
Oclusão coronária, ataque cardíaco e IM são termos usados como sinônimos, mas o
termo preferido é IM. A área de infarto leva tempo para se desenvolver. À medida que as células
são privadas de oxigênio, a isquemia se desenvolve, ocorre à lesão celular e, com o passar do
tempo, a falta de oxigênio resulta em infarto ou morte das células.
Alguns pacientes com febre reumática ficam criticamente doentes com insuficiência
cardíaca intratável, disritmias graves e pneumonia. Esses pacientes são tratados em uma
unidade de terapia intensiva.
Muitos pacientes recuperam-se com rapidez. Contudo, embora o paciente fique livre
105
dos sintomas, permanecem determinados efeitos residuais permanentes, os quais, com
frequência, levam a deformidades valvulares progressivas. A extensão do comprometimento
cardíaco, ou mesmo sua existência, poderia não ter sido evidenciada nos exames clínicos
durante a fase aguda da doença.
Em geral, o miocárdio pode compensar muito bem esses defeitos valvulares durante
certo período. Enquanto o miocárdio puder fazer a compensação, o paciente permanece com a
saúde aparentemente boa.
106
O paciente que apresenta endocardite reumática e cuja disfunção valvular é branda
pode não precisar de tratamento adicional. Contudo, existe o perigo de crises recorrentes de
febre reumática aguda, endocardite bacteriana, embolia a partir das vegetações ou trombos
murais no coração e eventual insuficiência cardíaca.
A endocardite infecciosa é mais comum nas pessoas idosas, provavelmente por causa
da resposta imunológica diminuída à infecção e das alterações metabólicas associadas ao
envelhecimento.
Os pacientes em risco mais elevado para a endocardite infecciosa são aqueles com
próteses valvulares cardíacas, uma história de endocardite, malformações congênitas cianóticas
complexas e shunts sistêmicos ou pulmonares ou condutos que foram construídos por meios
cirúrgicos.
108
9.2.2 Prevenção
Embora rara, a endocardite bacteriana pode comportar risco de vida. Uma estratégia-
chave é a prevenção primária em pacientes de alto rico (com cardiopatia reumática, prolapso da
válvula mitral ou próteses valvulares cardíacas). A profilaxia com antibiótico é recomendada para
os pacientes de alto risco imediatamente antes e, por vezes, depois de procedimentos invasivos.
9.2.3 Tratamento
9.3 MIOCARDITE
A miocardite pode resultar de uma reação alérgica aos agentes farmacológicos usados
no tratamento de outras doenças. Ela pode começar em uma pequena área e, depois, espalhar-
se por todo o miocárdio.
9.3.2 Tratamento
O paciente recebe tratamento para a causa subjacente quando ela não é conhecida e
é colocado em repouso no leito para diminuir a carga de trabalho do miocárdio.
9.4 PERICARDITE
Pericardite refere-se a uma inflamação do pericárdio, o saco membranoso que envolve
o coração. É habitualmente secundária a distúrbios que afetam o coração ou estruturas
mediastínicas adjacentes ou, com menor frequência, anormalidades sistêmicas.
A pericardite aguda é mais frequente de origem viral. Além disso, podem ocorrer
reações crônicas (com tuberculose e fungos), e a cicatrização pode resultar em aderências que
provocam lesão. A incidência da pericardite varia com a etiologia.
Ela pode ser aliviada na posição deitada ou inclinada para diante. O sinal mais
característico da pericardite é um atrito. Outros sinais podem incluir febre branda, contagem de
leucócitos aumentada e velocidade de hemossedimentação (VHS) aumentada.
A dispneia e outros sinais e sintomas de insuficiência cardíaca podem ocorrer como
consequência da compressão pericárdica devido à pericardite constritiva ou tamponamento
cardíaco.
9.4.2 Tratamento
113
Os objetivos do tratamento são determinar a etiologia, administrar a terapia e estar
alerta para o tamponamento cardíaco. Quando o débito cardíaco está prejudicado, o paciente é
colocado em repouso no leito até que a febre, dor torácica e atrito diminuam.
Uma janela pericárdica, uma pequena abertura feita no pericárdio, pode ser indicada
para possibilitar a drenagem contínua para dentro da cavidade torácica.
No leito, alguns pacientes dormem com a perna afetada pendendo ao lado do leito.
Alguns pacientes dormem em uma cadeira reclinada em uma tentativa de aliviar a dor.
Quando o membro é examinado, ele pode estar frio ao toque e parecer pálido, quando
elevado, ou rosado e cianótico, quando colocado em uma posição pendente. As alterações na
pele e unha, ulcerações, gangrena e atrofia muscular podem estar evidentes. Os pulsos
periféricos podem estar diminuídos ou ausentes.
10.1.2 Tratamento
Não se deve prometer aos pacientes que seus sintomas serão aliviados caso eles
116
parem de fumar porque a claudicação pode persistir e eles podem perder a motivação para parar
de fumar.
Um aneurisma é uma dilatação anormal localizada na parede da aorta. Ele pode ser
classificado por seu aspecto ou forma. As formas mais comuns de aneurismas são saculares ou
fusiformes.
118
Em geral, a dor é incômoda, porém pode acontecer apenas quando a pessoa está em
119
decúbito dorsal. Os outros sintomas são a dispneia, devido à pressão do sacro contra a traqueia,
brônquio-fonte ou o próprio pulmão, tosse, frequentemente paroxística e com uma qualidade
estridente, rouquidão, estridor ou fraqueza ou perda completa da voz (afonia), decorrente da
pressão contra o nervo laríngeo recorrente; e disfagia devido à pressão do aneurisma contra o
esôfago.
10.2.2 Tratamento
120
A enfermeira avalia os sinais vitais além de possível sangramento, inchação, dor e
formação de hematoma. Na ocorrência de alterações, as mesmas são reportadas ao médico.
11.1.1 Fisiopatologia
As veias superficiais, como as veias, safena magna, safena menor, cefálica, basílica e
jugular externa, são estruturas musculares de paredes grossas que se localizam exatamente
abaixo da pele. As veias profundas possuem paredes finas e apresentam menos músculo na
camada média.
Embora a etiologia exata da trombose venosa permaneça incerta, acredita-se que três
fatores desempenham um papel significativo em seu desenvolvimento. São eles: a estase
venosa (estase do sangue, lesão da parede vascular e coagulação sanguínea alterada). Pelo
menos dois desses fatores parecem ser necessários para a ocorrência da trombose.
Além disso, o repouso no leito reduz o fluxo sanguíneo nas pernas significativamente.
A lesão do revestimento íntimo dos vasos sanguíneos cria um local para a formação do coágulo.
Esta lesão pode ser causada pelo trauma direto dos vasos, da mesma forma que as
fraturas ou luxações, doenças venosas e irritação química da veia por medicamentos ou
soluções intravenosas.
A trombose venosa pode acontecer em qualquer veia, porém acontece mais nas veias
dos membros inferiores. As veias superficiais e profundas dos membros podem ser afetadas.
Com a obstrução das veias profundas, vêm o edema e inchação do membro, porque o
fluxo de sangue venoso está inibido. O membro afetado pode mostrar-se mais quente que o
membro sadio, e as veias superficiais podem parecer mais proeminentes.
123
11.1.4 Tratamento
A insuficiência venosa crônica (IVC) é uma doença comum na prática clínica, e suas
complicações, principalmente a úlcera de estase venosa, causam morbidade significativa.
Pode afetar o sistema venoso superficial, o sistema venoso profundo ou ambos. Além
disso, a disfunção venosa pode ser resultado de um distúrbio congênito ou pode ser adquirida.
11.2.1 Fisiopatologia
Dessa forma, a pressão venosa da rede superficial torna-se mais elevada do que a dos
eixos profundos, e o sangue é aspirado em profundidade pelas veias perfurantes. Assim, por
meio de uma ação aspirante e compressora, reduz-se a pressão hidrostática venosa de um
indivíduo, de 100 mmHg a valores de 0 a 30 mmHg, durante a deambulação.
A bomba muscular, em um indivíduo sadio, ejeta o sangue de modo tão eficaz que 126
reduz a pressão intravascular venosa a valores próximos de zero e é capaz de gerar pressões
superiores a 200 mmHg.
Ainda permanece sem explicação por que essa pressão elevada leva à formação de
úlceras nos membros inferiores. O edema secundário à hipertensão venosa pode ser um dos
fatores.
Duas teorias tentam explicar essas mudanças que ocorrem em pacientes com IVC. A
primeira argumenta que a pressão venosa elevada causa um aumento do tamanho do leito
capilar e o alargamento dos poros intersticiais, permitindo um extravasamento de fibrinogênio
pelos poros, o qual se polimeriza em fibrina.
O depósito de fibrina leva à formação de manguitos que interferem na difusão de
oxigênio e nutrientes, predispondo à formação de úlceras.
11.2.2 Complicações
11.2.3 Tratamento
À noite, o paciente deve dormir com os pés no leito elevados aproximadamente 15 cm.
Deve ser orientado à deambulação. Ao sentar, o paciente deve evitar colocar pressão sobre os
espaços poplíteos, como acontece quando se cruzam as pernas ou se senta com as pernas
pendendo sobre o lado do leito. Também devem ser evitadas as roupas apertadas, como cintas
e meias.
Essa condição acontece nos membros inferiores, nas veias safenas ou na parte inferior
do tronco, entretanto podem ocorrer em qualquer região do corpo, como as varizes esofágicas.
Quando existentes os sintomas, podem assumir a forma de dores contusas, câimbras 129
musculares e fadiga muscular aumentada nos membros inferiores. Edema de tornozelo e uma
sensação de peso nas pernas também podem ocorrer.
São comuns as cãibras noturnas. Quando a obstrução venosa profunda acontece nas
veias varicosas, os pacientes podem desenvolver os sinais e sintomas de insuficiência venosa
crônica: edema, pigmentação, dor e ulcerações. A suscetibilidade à lesão e infecção mostra-se
aumentada.
11.3.2 Prevenção
O paciente deve evitar as atividades que provocam a estase venosa como o uso de
meias apertadas ou de um cinto constritivo, cruzar as pernas no nível das coxas e sentar ou ficar
em pé durante longos períodos.
O tratamento cirúrgico para as veias varicosas requer que as veias profundas estejam
permeáveis e funcionais. A veia safena é ligada e dividida. A veia é ligada no alto na virilha, onde
a veia safena se encontra com a veia femoral. Além disso, a veia pode ser removida.
Pode ser definida como um aumento crônico da pressão arterial sistêmica seja dos
131
valores máximos (sistólicos), mínimos (diastólicos) ou de ambos.
Considera-se hipertensão, uma pressão arterial sistólica superior a 140 mmHg e uma
pressão diastólica maior que 90 mmHg durante um período sustentado, com base na média de
duas ou mais mensurações da pressão arterial obtidas em dois ou mais contatos com o
profissional de saúde depois de uma triagem inicial.
132
A hipertensão é por vezes chamada de “assassino silencioso”, porque as pessoas que
a possuem frequentemente não evidenciam sintomas.
A pressão arterial elevada pode ser visualizada de três maneiras: como um sinal, um
fator de risco para a doença cardiovascular aterosclerótica ou como uma doença.
Como um fator de risco, a hipertensão contribui para a velocidade com que a placa
aterosclerótica se acumula dentro das paredes arteriais. Como doença, a hipertensão é um
importante contribuinte para a morte por doença cardíaca, renal e vascular periférica.
A elevação por tempo prolongado da pressão arterial lesiona os vasos sanguíneos por
todo o corpo, principalmente em órgãos-alvo, como o coração, rins e cérebro e olhos.
É sabido que a hipertensão é uma condição multifatorial, embora a causa externa para
a maioria dos casos não possa ser identificada. Como a hipertensão é um sinal, é mais provável
que ela tenha muitas causas, da mesma forma que a febre apresenta muitas causas.
Para que a hipertensão aconteça, deve haver uma alteração em um ou mais fatores
133
que afetam a resistência periférica ou o débito cardíaco. Estes fatores de risco são:
Tabagismo;
Dislipidemias;
Diabetes melito;
Idade avançada;
Sexo (homens e mulheres pós-menopausa);
História familiar de doença cardiovascular.
Além disso, também deve haver um problema com os sistemas de controle que
monitoram ou regulam a pressão.
134
O exame físico pode não revelar anormalidades diferentes da pressão arterial alta.
Ocasionalmente, ocorrem às alterações retinianas, como hemorragias, exsudatos,
estreitamentos arteriolar e manchas algodoadas (pequenos infartos).
A prevenção primária da elevação da pressão arterial pode ser obtida por meio de
mudanças no estilo de vida, que incluam o controle do peso, da ingestão excessiva de álcool e
135
sal, do hábito de fumar e da prática de atividade física.
Logo, faz-se necessária uma estimativa ajustada da relação entre massa corporal e
pressão arterial, para se conhecer sua importância relativa, como determinante da hipertensão
arterial, em uma população específica.
Para alcançar essas metas, a enfermeira deve apoiar e ensinar o paciente a aderir ao
regime de tratamento, implementar as alterações necessárias no estilo de vida, tomar
136
medicamentos conforme a prescrição e agendar consultas regulares de acompanhamento com o
profissional de saúde para monitorar a evolução ou identificar e tratar quaisquer complicações
da doença ou terapia.
13 CRISES HIPERTENSIVAS
A urgência hipertensiva é uma situação em que a pressão arterial deve ser diminuída
dentro de algumas horas. As urgências hipertensivas são tratadas com doses orais de agentes
de ação rápida.
138
14 DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS
14.1 ANEMIAS
140
Nas anemias hipoproliferativas, os eritrócitos geralmente sobrevivem normalmente,
porém a medula não consegue produzir as quantidades adequadas dessas células.
A destruição eritrocitária aumentada resulta em hipóxia tissular, o que, por sua vez,
estimula a produção de eritropoietina. Essa produção aumentada reflete-se em uma contagem
de reticulócitos aumentada, à medida que a medula óssea responde à perda dos eritrócitos.
14.1.3 Complicações
Alguns distúrbios anêmicos são complicados por várias outras anormalidades que não
resultam da anemia, mas que estão inerentemente associadas a esses distúrbios particulares.
As complicações gerais da anemia grave incluem a insuficiência cardíaca, parestesias
e confusão. Em determinado nível de anemia, os pacientes com cardiopatia subjacente são
muito mais prováveis de apresentar angina ou sintomas de insuficiência cardíaca que aqueles
sem cardiopatia.
As complicações associadas a tipos específicos de anemia são incluídas na descrição
de cada tipo.
142
A causa da leucemia não é plenamente conhecida, mas existe alguma evidência de 143
que a influência genética e a patogenia viral podem estar envolvidas. A lesão da medula óssea
consequente à exposição à radiação ou a substâncias químicas, como o benzeno e agentes
alquilantes, pode provocar a leucemia.
Na leucemia aguda, o início dos sintomas é abrupto, ocorrendo, com frequência, dentro
de algumas semanas. O desenvolvimento do leucócito é estancado na fase de blasto, de modo
que a maioria dos leucócitos são indiferenciados ou são blastos.
A proliferação das células leucêmicas dentro dos órgãos leva a vários sintomas
adicionais: dor consequente ao aumento do fígado ou baço, hiperplasia das gengivas e dor
óssea causada pela expansão da medula.
14.3.1.2 Tratamento
Durante esse período, o paciente fica tipicamente muito doente, com infecções
bacterianas, fúngicas e, ocasionalmente, virais, sangramento e mucosite grave, o que provoca
diarreia e um acentuado declínio na capacidade de manter a nutrição adequada.
Quando o paciente tiver se recuperado da terapia de indução (por ex. as contagens de
leucócitos e plaquetas retornaram ao normal e qualquer infecção foi resolvida), ele recebe
tipicamente a terapia de consolidação (terapia pós-remissão).
Portanto, existe um amplo espectro de tipos celulares dentro do sangue, desde formas
blásticas até neutrófilos maduros. Como há uma proliferação descontrolada das células, a
medula expande-se para dentro das cavidades dos ossos longos (p.ex., o fêmur), sendo as
células também formadas no fígado e no baço (hematopoiese extramedular), resultando em
aumento desses órgãos, o que é por vezes doloroso.
146
14.3.3.1 Manifestações Clínicas
As contagens de leucócitos podem ser baixas ou altas, mas sempre existe uma
elevação da proporção de células imaturas. As manifestações da infiltração de células
leucêmicas em outros órgãos são mais comuns com a LLA que com outras formas de leucemia e
incluem dor consequente a um fígado ou baço aumentado, dor óssea e cefaleia e vômitos (por
causa do envolvimento meníngeo).
14.3.3.2 Tratamento
14.3.4.1 Fisiopatologia
Parece que essas células podem escapar da apoptose (morte celular programada), com
o resultado sendo um acúmulo excessivo de células na medula e na circulação.
14.3.4.3 Tratamento
Nos estágios iniciais, a LLC pode não requerer tratamento. Quando os sintomas são
intensos (sudorese noturna intensa, linfadenopatia dolorosa) ou quando a doença progride para
os estágios mais avançados (com resultante anemia e trombocitopenia), com frequência se
emprega a quimioterapia com corticosteroides e clorambucil.
15 DISTÚRBIOS GÁSTRICOS E DUODENAIS
15.1 GASTRITE
Uma forma mais grave de gastrite aguda é causada pela ingestão de ácido ou base
forte, o que pode fazer com que a mucosa se torne gangrenosa ou perfure. A cicatrização pode
acontecer, resultando em obstrução pilórica. A gastrite também pode ser o primeiro sinal de uma
infecção sistêmica aguda.
A gastrite crônica está por vezes associada a doenças autoimunes, como a anemia
perniciosa; fatores da dieta, como a cafeína; uso de medicamentos, principalmente AINEs;
álcool; fumo; ou refluxo do conteúdo intestinal para dentro do estômago. 149
15.1.1 Fisiopatologia
15.1.4 Tratamento
Quando os sintomas persistem, os líquidos podem precisar ser administrados por via
parenteral. Quando o sangramento está presente, o tratamento é similar aos procedimentos
usados para a hemorragia do trato GI superior.
Nos casos extremos, a cirurgia de emergência pode ser necessária para remover o
tecido gangrenoso ou perfurado. A gastrojejunostomia ou ressecção gástrica pode ser
necessária para tratar a obstrução pilórica, um estreitamento do orifício pilórico.
As principais metas das intervenções de enfermagem para o paciente com gastrite são:
reduzir a ansiedade, prevenir contra ingestão de alimentos irritantes, oferecer quantidade
adequada de nutrientes, manter o equilíbrio hídrico, a consciência aumentada do paciente para o
tratamento nutricional e alívio da dor.
Uma úlcera péptica é uma escavação (área deprimida) que se forma na mucosa do
estômago, no piloro (abertura entre o estômago e o duodeno), no duodeno (a primeira parte do
intestino delgado) ou no esôfago.
Uma úlcera péptica é frequentemente referida como uma úlcera gástrica, duodenal ou
esofágica, dependendo de sua localização, ou como a doença da úlcera péptica. A erosão de
uma área circunscrita da mucosa é a causa.
Essa erosão pode estender-se profundamente, indo até as camadas musculares ou,
pelo músculo, até o peritônio. É mais provável que as úlceras pépticas estejam no duodeno do
que no estômago. Como regra, elas ocorrem isoladamente, mas podem ocorrer de forma
múltipla. As úlceras gástricas crônicas tendem a ocorrer na curvatura menor do estômago,
próximo ao piloro.
A doença da úlcera péptica ocorre com a frequência máxima nas pessoas entre 40 e
60 anos de idade. É relativamente incomum em mulheres na idade reprodutiva, mas foi
observada nas crianças e, até mesmo, em lactentes.
As úlceras de estresse, que são clinicamente diferentes das úlceras pépticas, são
ulcerações na mucosa, que podem acontecer na área gastroduodenal. As úlceras de estresse
podem acontecer nos pacientes que são expostos a condições estressantes. As úlceras
esofágicas ocorrem em consequência do fluxo retrógrado do El Cl a partir do estômago para
dentro do esôfago.
15.2.1 Fisiopatologia
Os pacientes com doença da úlcera duodenal secretam mais ácido que o normal,
enquanto aqueles com úlcera gástrica tendem a secretar os níveis de ácido normais ou
diminuídos.
Noventa por cento dos tumores são encontrados no "triângulo gástrico", que engloba
os duros cístico e biliar comum, a segunda e a terceira porções do duodeno e o colo e o corpo
do pâncreas. Aproximadamente um terço dos gastrinomas é maligno.
A diarreia e a esteatorreia (lipídios não absorvidos nas rezes) podem estar evidentes.
O paciente pode ter adenomas ou hiperplasia da paratireoide coexistente e, por conseguinte,
pode exibir sinais de hipercalcemia. A queixa mais comum é a dor epigástrica. O H. pylori não é
um fator de risco para a ZES.
Os sintomas de uma úlcera podem durar alguns dias, semanas, ou meses e podem
apenas desaparecer para depois ressurgir com frequência, sem uma etiologia identificável.
Muitas pessoas apresentam úlceras sem sintomas, e, em 20 a 30%, a perfuração ou hemorragia
podem acontecer sem quaisquer manifestações precedentes.
Como regra, o paciente com uma úlcera queixa-se de dor maciça e constritiva ou de
uma sensação de queimação na porção média do epigástrio ou nas costas.
Outra teoria sugere que o contato da lesão com o ácido estimula um mecanismo
reflexo local que inicia a contração do músculo liso adjacente. Em geral, a dor é aliviada pela
alimentação, pois o alimento neutraliza o ácido, no entanto, quando o estômago esvazia ou
quando o efeito da base diminui, a dor reaparece.
A dor nitidamente localizada pode ser provocada ao se aplicar suave pressão no
epigástrio ou ligeiramente à direita da linha média.
Embora o vômito seja raro na úlcera duodenal não complicada, ele pode ser um 155
sintoma de uma complicação da úlcera péptica.
O vômito pode ser precedido ou não por náuseas; em geral, ele sucede a uma crise de
dor imensa e distensão abdominal, que é aliviada pela ejeção do conteúdo gástrico.
Com frequência, o vômito contém alimento não digerido, o qual fez parte de uma
refeição há muitas horas. A constipação ou a diarreia pode ocorrer, provavelmente em
consequência da dieta e dos medicamentos.
Quinze por cento dos pacientes com úlceras gástricas experimentam sangramento. Os
pacientes podem apresentar-se com sangramento GI, conforme evidenciado pela eliminação de
fezes com cor de piche.
Uma pequena porção de pacientes que sangram em razão de uma úlcera aguda não
exibiu nenhuma queixa digestiva prévia, mas esses pacientes desenvolvem sintomas depois.
15.2.3 Tratamento
16.1 CONSTIPAÇÃO
16.1.1 Fisiopatologia
159
16.1.4 Tratamento
Quando o uso de laxativos se faz necessário, um dos seguintes pode ser prescrito:
agentes formadores de massa, agentes salinos e osmóticos, lubrificantes, estimulantes ou
emolientes fecais.
16.2 DIARREIA
A diarreia pode ser aguda ou crônica. A diarreia aguda está mais frequentemente
associada à infecção e, em geral, é autolimitada; a diarreia crônica persiste por um período mais
prolongado e pode retornar esporadicamente.
A diarreia pode ser causada por determinados medicamentos (reposição de hormônio
tireóideo, emolientes fecais e laxativos, antibióticos, quimioterapia, antiácidos), determinadas
fórmulas de alimentação por sonda, distúrbios metabólicos e endócrinos (diabetes, tireotoxicose)
e processos infecciosos virais ou bacterianos (disenteria, shigelose e intoxicação alimentar).
16.2.1 Fisiopatologia
A diarreia osmótica ocorre quando a água é puxada para dentro do intestino pela
pressão osmótica das partículas não absorvidas, lentificando a reabsorção da água.
162
16.2.3 Tratamento
Quando a ingesta alimentar é tolerada, a enfermeira recomenda uma dieta branda com
alimentos semissólidos e sólidos. A enfermeira administra os medicamentos antidiarreicos
conforme prescrição.
A terapia com líquidos intravenosos pode ser necessária para a reidratação rápida,
principalmente para os idosos e aqueles com condições gastrintestinais preexistentes.
É importante monitorar com rigor os níveis eletrolíticos séricos. A enfermeira reporta
imediatamente a evidência de disritmias ou uma alteração no nível de consciência.
16.3 APENDICITE
16.3.1 Fisiopatologia
A dor epigástrica ou periumbilical vaga progride para a dor no quadrante inferior direito
e, em geral, é acompanhada por febre baixa e náuseas e, por vezes, vômitos. A perda de apetite
é comum.
Quando o apêndice se enrola por trás do ceco, a dor e a hipersensibilidade podem ser
sentidas na região lombar. Se sua extremidade está na pelve, esses sinais podem ser
provocados apenas ao exame retal.
A dor à defecação sugere que a extremidade do apêndice está repousando contra o 164
reto; a dor à micção sugere que a extremidade está próxima à bexiga ou colide com o ureter.
Pode acontecer alguma rigidez na porção inferior do músculo reto direito. O sinal de
Rovsing pode ser provocado ao se palpar o quadrante interior esquerdo; isso faz com que,
paradoxalmente, a dor seja sentida no quadrante interior direito.
16.3.3 Complicações
As metas incluem aliviar a dor, evitar o déficit de volume hídrico, reduzir a ansiedade,
eliminar a infecção causada pela ruptura, potencial ou real do trato gastrintestinal, manter a
integridade cutânea e atingir a nutrição ótima.
Quando o paciente está pronto para a alta, a enfermeira o ensina e à família a cuidar
da incisão e a realizar as trocas de curativo e irrigações, conforme prescrição.
16.4 PERITONITE
16.4.1 Fisiopatologia
16.4.3 Complicações
Com frequência, a inflamação não se mostra localizada, e toda a cavidade abdominal 167
fica aforada por sepse generalizada. A sepse é a principal causa de morte por peritonite.
16.4.4 Tratamento
169
Os processos patológicos que levam à disfunção hepatocelular podem ser causados
por agentes infecciosos, como bactérias e vírus, bem como por anóxia, distúrbios metabólicos,
toxinas e medicamentos, deficiências nutricionais e estados de hipersensibilidade.
17.1 ICTERÍCIA
A icterícia fica clinicamente evidente quando o nível sérico de bilirrubina supera 2,5
mg/dl (43 fmol/l). Os níveis séricos aumentados de bilirrubina e a icterícia podem resultar do
comprometimento da capacitação hepática, da conjugação da bilirrubina ou da excreção da
bilirrubina no sistema biliar.
170
A cirrose do fígado é uma forma de doença hepatocelular que pode produzir icterícia.
Em geral, ela está associada à ingestão excessiva de álcool, mas também pode ser
consequência tardia da necrose da célula hepática causada por infecção viral. Na icterícia
obstrutiva prolongada, a lesão celular desenvolve-se mais adiante, de modo que ambos os tipos
apareçam juntos.
Além disso, os níveis de ASt e ALT podem estar aumentados, indicando a necrose
celular. O paciente pode reportar cefaleia, calafrios e febre, quando a causa é infecciosa.
Dependendo da causa e extensão da lesão da célula hepática, a icterícia hepatocelular pode ser
completamente reversível ou não.
A icterícia obstrutiva do tipo extra-hepática pode ser causada por oclusão do duto biliar
por um cálculo biliar, um processo inflamatório, um tumor ou pela pressão a partir de um órgão
aumentado.
A obstrução também pode envolver pequenos dutos biliares dentro do fígado
(obstrução intra-hepática), causada, por exemplo, por pressão nesses canais a partir do edema
inflamatório do fígado ou por um exsudato inflamatório dentro dos próprios dutos.
Então, ela é absorvida para dentro do sangue e transportada por todo o corpo, corando
a pele, mucosas e escleras. Ela é excretada na urina, que se torna profundamente alaranjada e
espumosa.
Por causa da quantidade diminuída de bile no trato intestinal, as fezes tornam-se claras
ou com cor acinzentada. A pele pode apresentar prurido intenso, exigindo repetidos banhos
suavizantes.
Outras condições que são provavelmente causadas por erros inatos do metabolismo
biliar incluem a síndrome de Dubin-Johnson (icterícia idiopática crônica, com pigmento no fígado)
e a síndrome de Rotor (hiperbilirrubinemia conjugada crônica sem pigmento no fígado); icterícia
colestática “benigna” da gravidez, com retenção de bilirrubina conjugada, provavelmente
173
secundária à sensibilidade incomum aos hormônios da gravidez; e, provavelmente, também a
colestase intra-hepática recorrente benigna.
17.3 ASCITE
17.3.1 Fisiopatologia
17.3.3 Tratamento
A meta do tratamento para o paciente com ascite é um balanço negativo de sódio para
diminuir a retenção de líquidos. Devem ser evitados o sal de cozinha, os alimentos salgados,
manteiga e margarina com sal e todos os alimentos comuns enlatados e congelados (alimentos
que não são especificamente preparados para dietas hipossódicas).
Pode levar 2 a 3 meses para que as papilas gustativas do paciente se ajustem aos
alimentos não salgados. Nesse intervalo, o paladar de alimentos não salgados pode ser
melhorado por meio do uso de substitutos do sal, como suco de limão, orégano e tomilho.
Os substitutos comerciais do sal precisam ser aprovados pelo médico porque aqueles
que contêm amônia podem precipitar o coma hepático. Muitos substitutos do sal contêm potássio
e devem ser evitados se o paciente apresenta função renal comprometida.
175
O diurético oral como a furosemida (lasix), pode ser adicionado, mas deve ser usado
com cautela porque, com o uso em longo prazo, ele também pode induzir a depleção grave de
sódio (hiponatremia).
Nos pacientes com ascite, a postura ereta está associada à ativação do sistema
renina-angiotensina-aldosterona e do sistema nervoso simpático. O repouso no leito pode ser
uma terapia útil, principalmente para pacientes cuja condição é refratária aos diuréticos.
17.3.3.4 Paracentese
A paracentese foi outrora considerada uma forma rotineira de tratamento para a ascite,
porém, atualmente, é realizada, sobretudo para o exame diagnóstico do líquido ascítico, para
tratamento da ascite maciça que é resistente à terapia nutricional e diurética.
A hepatite viral é uma infecção viral sistêmica, na qual a necrose e a inflamação das
células hepáticas produzem um agrupamento característico de alterações clínicas, bioquímicas e
celulares.
Até o momento, foram identificados cinco tipos definitivos de hepatite viral: hepatites A,
B, C, D e E. As hepatites A e E são similares na modalidade de transmissão (via fecal-oral),
enquanto as hepatites B, C e D compartilham muitas características.
A hepatite A pode ser transmitida durante a atividade sexual, isso é mais provável com
o contato oral-anal, relação anal e um maior número de parceiros sexuais.
Acredita-se que ela resulte da liberação de uma toxina pelo fígado lesionado ou por
falha das células hepáticas lesionadas em destoxificar um produto anormal. Mais adiante, a
icterícia e a urina escura podem ficar evidentes.
Esses sintomas tendem a desaparecer logo que a icterícia atinja seu máximo, talvez
dez dias depois de seu aparecimento. Os sintomas podem ser brandos em crianças; nos adultos,
os sintomas podem ser mais graves e o curso da doença prolongado.
17.4.1.2 Tratamento
O repouso no leito durante o estágio agudo e uma dieta que é aceitável para o
paciente faz parte do tratamento e do cuidado de enfermagem. Durante o período de anorexia, o
paciente deve receber pequenas alimentações frequentes, suplementadas, quando necessário,
por líquidos com glicose.
178
Como esse paciente costuma apresentar uma aversão ao alimento, a persistência
suave e a criatividade podem ser necessárias para estimular o apetite. Os níveis ótimos de
alimentos e líquidos são necessários para contrapor a perda de peso e a recuperação lenta.
Mesmo antes da fase ictérica, no entanto, muitos pacientes recuperam o apetite.
O HBV foi encontrado no sangue, saliva, sêmen, secreções vaginais e pode ser
transmitido através das mucosas e rupturas da pele. O HBV também é transmitido de mães
portadoras para filhos, principalmente nas áreas de alta incidência (Sudeste da Ásia).
Em geral, a infecção não ocorre através da veia umbilical, mas a partir da mãe no
momento do nascimento e durante o contato próximo depois disso.
179
A icterícia pode estar evidente ou não. Quando ocorre a icterícia, as fezes com
coloração clara e a urina escura a acompanham. O fígado pode estar doloroso e aumentado até
12 a 14 cm no sentido vertical.
17.4.2.2 Prevenção
A nutrição adequada deve ser mantida, as proteínas são restritas quando a capacidade
do fígado para metabolizar os subprodutos proteicos está comprometida, conforme demonstrado
por sintomas.
A hepatite D (agente Delta) ocorre em alguns casos de hepatite B. Como o vírus requer
o antígeno de superfície de hepatite B para sua replicação, apenas indivíduos com hepatite B
estão em risco para a hepatite D.
Acredita-se que a hepatite E é transmitida pela via fecal-oral, principalmente por meio
da água contaminada em áreas com condições sanitárias deficientes. O período de incubação é
variável, estimado entre 15 e 65 dias.
Evitar o contato com o vírus pela boa higiene, inclusive na lavagem das mãos, é o
principal método de prevenção da hepatite E. A eficácia da imunoglobulina na proteção contra o
vírus da hepatite E é incerta.
Há muito se acredita que existe outro agente não A, não B, não C causador da hepatite
em seres humanos. O período de incubação para hepatite pós-transfusão é de 14 a 145 dias,
muito longo para a hepatite B ou C.
O significado clínico desse vírus permanece incerto. Os fatores de risco são
semelhantes àqueles para a hepatite C. Não existe relação clara entre a infecção por GBV-
C/HGV e a doença hepática progressiva. A infecção persistente realmente acontece, mas não
afeta a evolução clínica.
183
periporta, onde os canalículos biliares de cada lóbulo comunicam-se para formar os dutos
biliares hepáticos.
Essas áreas transformam-se nos sítios de inflamação, e os dutos biliares são ocluídos
pela bile espessada e pus. O fígado tenta formar novos canais biliares, existindo um crescimento
excessivo de tecido constituído em grande parte de dutos biliares recentemente formados e
desconectados, circundados pelo tecido cicatricial.
Contudo, a cirrose também ocorreu em pessoas que não consumiam álcool e naquelas
que consomem uma dieta normal e têm elevada ingestão de álcool.
Compensada:
Descompensada:
185
Ascite;
Icterícia;
Fraqueza;
Desgaste muscular;
Perda de peso;
Febre baixa contínua;
Baqueteamento dos dedos;
Púrpura (devido à contagem de plaquetas diminuídas);
Equimoses espontâneas;
Epistaxe;
Hipotensão;
Pelos corporais escassos;
Unhas esbranquiçadas;
Atrofia de gônadas.
17.5.3 Tratamento
186
17.5.4 Intervenções de Enfermagem na cirrose hepática
Promover o repouso;
Melhorar o estado nutricional;
Fornecer o cuidado cutâneo;
Reduzir o risco de lesão;
Monitorar e tratar as complicações potenciais.
18 DISTÚRBIOS BILIARES
A vesícula biliar é um pequeno órgão piriforme (forma de pera) localizado sob o fígado.
A vesícula biliar armazena bile, um líquido digestivo amarelo-esverdeado produzido pelo fígado,
até o sistema digestivo necessitá-lo.
A bile é constituída por sais biliares, eletrólitos, bilirrubina, colesterol e outras gorduras
(lipídeos). A bile aumenta a solubilidade do colesterol, das gorduras e das vitaminas dos 187
alimentos gordurosos, facilitando a sua absorção pelo organismo. Os sais biliares estimulam o
intestino grosso a secretar água e outros sais, o que auxilia na mobilização do conteúdo
intestinal ao longo do intestino e para fora do corpo.
Muitos distúrbios afetam o sistema biliar e interferem com a drenagem normal da bile
para dentro do duodeno.
18.1 COLECISTITE
Especula-se que a colecistite acalculosa resulta de alterações nos líquidos e eletrólitos 188
e no fluxo sanguíneo regional na circulação visceral. Acredita-se também que uma função seja
desempenhada pela estase da bile (falta de contração da vesícula biliar) e pela viscosidade
aumentada da bile.
18.2 COLELITÍASE
18.2.1 Fisiopatologia
Sua solubilidade depende dos ácidos biliares e da lecitina (fosfolipídios) na bile. Nos 189
pacientes propensos a cálculos biliares, há síntese diminuída de ácidos biliares e síntese
aumentada de colesterol no fígado, resultando em bile supersaturada com colesterol, o qual se
precipita para fora da bile para formar os cálculos. A bile saturada de colesterol predispõe à
formação de cálculos biliares e age como um irritante, produzindo alterações inflamatórias na
vesícula biliar.
Além disso, existe um risco aumentado por causa da má absorção de sais biliares nos
pacientes com doença gastrintestinal ou fístula do tubo T ou naqueles que se submeteram à
ressecção ou bypass ileal. A incidência também aumenta nas pessoas com diabetes.
Os cálculos biliares podem ser silenciosos, não produzindo dor ou gerando apenas
sintomas gastrintestinais discretos. Esses cálculos podem ser acidentalmente detectados
durante a cirurgia ou avaliação para problemas não correlatos.
O paciente com doença da vesícula biliar devido aos cálculos biliares pode
desenvolver dois tipos de sintomas: aqueles decorrentes da doença da própria vesícula biliar e
aqueles decorrentes da obstrução das vias biliares por um cálculo biliar.
190
18.2.3 Tratamento
Muitas das condutas não cirúrgicas, inclusive a litotripsia e dissolução dos cálculos
biliares, proporcionam soluções apenas temporárias para os problemas associados aos cálculos
biliares.
Portanto, elas raramente são empregadas nos Estados Unidos. Em alguns casos,
outras condutas de tratamento podem estar indicadas; estas são descritas adiante.
191
19 DIABETES MELLITUS
Há vários tipos diferentes de diabetes mellitus, eles podem diferir quanto à causa,
evolução clínica e tratamento. As principais classificações do diabetes são:
Alguns pacientes com diabetes do tipo 2 que são tratados com medicamentos orais
podem ter a impressão de que eles realmente não têm diabetes ou apenas possuem diabetes
“limítrofe”.
A insulina é secretada por células beta, as quais constituem um dos quatro tipos de
células nas ilhotas de Langerhans no pâncreas. A insulina é um hormônio anabólico ou de
armazenamento.
Embora os eventos que levam à destruição da célula beta não sejam totalmente
195
compreendidos, em geral se aceita a suscetibilidade genética como um fator subjacente comum
no desenvolvimento do diabetes do tipo 1.
As pessoas não herdam propriamente o diabetes do tipo 1; em vez disso, elas herdam
uma predisposição genética, ou tendência, no sentido de desenvolver o diabetes do tipo 1.
Também existe evidência de uma resposta autoimune no diabetes do tipo 1.
Essa é uma resposta anormal na qual os anticorpos são direcionados contra tecidos
normais do corpo, respondendo a esses tecidos como se eles fossem não próprios.
Entretanto, quando as células beta não podem lidar com a maior demanda por insulina,
o nível de glicose se eleva, desenvolvendo-se o diabetes tipo 2.
O diabetes tipo 2 ocorre mais amiúde nas pessoas com mais de 30 anos de idade que
são obesas, embora sua incidência esteja aumentando nos adultos mais jovens. 196
O diabetes gestacional é qualquer grau de intolerância à glicose com seu início durante
a gravidez. A hiperglicemia desenvolve-se durante a gravidez por causa da secreção de
hormônios placentários, o que provoca resistência à insulina.
O diabetes gestacional ocorre em até 14% das mulheres grávidas e aumenta seus
riscos de distúrbios hipertensivos durante a gestação.
O início do diabetes do tipo 1 também pode estar associado à perda de peso súbita ou
náuseas, vômitos ou dores abdominais, quando a DKA se desenvolveu. 197
Tratamento nutricional;
Exercício;
Monitoração;
Terapia farmacológica;
Educação.
O tratamento varia por causa das alterações no estilo de vida e estados físico e
emocional, bem como pelos avanços nos métodos de tratamento. Portanto, o tratamento do
diabetes envolve a avaliação constante, a modificação do plano de tratamento por profissionais
de saúde e os ajustes diários na terapia pelo paciente.
198
20 DISFUNÇÃO DO TRATO URINÁRIO SUPERIOR E INFERIOR
Embora a incontinência urinária seja comumente considerada como uma condição que
acontece em mulheres multíparas idosas, ela também ocorre nas mulheres nulíparas jovens,
principalmente durante a atividade de alto impacto vigoroso, idade, sexo, e número de partos
vaginais são fatores de risco estabelecidos, eles explicam, em parte, a incidência aumentada nas
mulheres. A incontinência urinária é um sintoma com muitas causas possíveis.
Consiste na eliminação involuntária de urina associada a uma forte urgência para 200
urinar, a qual não pode ser suprimida. O paciente está ciente da necessidade de urinar, porém é
incapaz de alcançar o vaso sanitário a tempo.
20.1.5 Tratamento
202
20.1.5.2 Terapia Farmacológica
203
20.2.1.1 Fisiopatologia
Para que a infecção aconteça, as bactérias devem ter acesso à bexiga, fixar-se e
colonizar o epitélio do trato urinário para evitar serem depuradas com a micção, fugir dos
mecanismos de defesa e iniciar a inflamação.
Muitas ITUs resultam de organismos fecais que ascendem a partir do períneo até a
uretra e bexiga, aderindo, depois, às superfícies da mucosa.
20.2.1.3 Tratamento
As bactérias alcançam a bexiga por meio da uretra e ascendem ao rim. Embora os rins
recebam 20 a 25% do débito cardíaco, as bactérias raramente alcançam esses órgãos a partir
do sangue: menos de 3% dos casos são devidos à disseminação hematogênica.
Mais adiante, podem sobrevir a atrofia e a destruição dos túbulos e dos glomérulos.
Quando a pielonefrite se torna crônica, os rins ficam cicatrizados, contraídos e afuncionais.
O paciente com pielonefrite aguda parece agudamente doente com calafrios e febre,
leucocitose, bacteriúria e piúria e dor no flanco. Além disso, os sintomas do envolvimento do
trato urinário inferior, como a disúria e frequência, são comuns.
Os pacientes com pielonefrite aguda não complicada geralmente são tratados como
pacientes externos caso eles não estejam desidratados, nem experimentando náuseas ou
vômitos, nem evidenciando sinais ou sintomas de sepse.
Além disso, eles devem ser responsáveis e confiáveis para garantir que todos os
medicamentos sejam tomados de acordo com a prescrição. Outros pacientes, inclusive todas as
mulheres grávidas, podem ser hospitalizados durante, pelo menos dois ou três dias de terapia
parenteral. Os agentes orais podem ser instituídos quando o paciente estiver afebril e mostrando
melhora clínica.
A insuficiência renal é uma doença sistêmica e é uma via final comum de muitas
doenças renais e do trato urinário diferentes. A cada ano, o número de mortes por insuficiência
renal irreversível aumenta.
20.3.1 Fisiopatologia
A insuficiência renal aguda (IRA) é uma perda súbita e quase completa da função renal
(TFG diminuída) durante um período de horas a dias. Embora, com frequência, se acredite que a
IRA seja um problema observado apenas em pacientes hospitalizados, ela também pode ocorrer
no ambiente de pacientes externos.
A IRA manifesta-se com oliguria, anúria ou volume urinário normal. A oliguria (menos
que 400 ml de urina por dia) é a situação clínica mais comumente observada na IRA; a anúria
(menos de 50 ml de urina por dia) e o débito urinário normal não são tão comuns.
A despeito do volume de urina excretado, o paciente com IRA apresenta níveis séricos
crescentes de ureia e creatinina e retenção de outros produtos residuais metabólicos (azotemia)
normalmente excretados pelos rins.
209
210
Insuficiência Pré-renal
Hemorragia;
Perdas renais (diurético, diurese osmótica);
Perdas gastrintestinais (vômitos, diarreia, aspiração nasogástrica).
Eficiência cardíaca prejudicada resultante de:
Infarto do miocárdio;
Insuficiência cardíaca;
Disritmias;
Choque cardiogênico.
Vasodilatação decorrente de:
Sepse;
Anafilaxia;
Medicamentos anti-hipertensivos ou outros medicamentos que provocam
vasodilatação.
# Insuficiência Intrarrenal
Pielonefrite aguda;
Glomerulonefrite aguda.
# Insuficiência Pós-renal
Cálculos (litíase);
Tumores;
Hiperplasia benigna da próstata;
Estenoses;
Coágulos sanguíneos.
Embora a patogenia exata da IRA e da oligúria nem sempre seja conhecida, em muitas
ocasiões existe um problema subjacente específico. Alguns dos fatores podem ser reversíveis,
quando identificados e tratados de imediato, antes que a função renal esteja prejudicada.
Isso é verídico nas seguintes condições que diminuem o fluxo sanguíneo para o rim e
prejudicam a função
Hipovolemia;
Hipotensão:
Débito cardíaco reduzido e insuficiência cardíaca;
Obstrução do rim ou do trato urinário inferior por tumor, coágulo sanguíneo ou
cálculo renal;
Obstrução bilateral das artérias ou veias renais.
Quando essas condições são tratadas e corrigidas, antes que os rins sejam
permanentemente lesionados, os níveis aumentados de ureia e creatinina, oliguria e outros
sinais associados à IRA podem ser revertidos.
Embora não seja uma causa comum de IRA, alguns tipos de cálculos renais podem
aumentar o risco de IRA mais que outros. As doenças por litíase hereditárias (cistinúria,
hiperoxalúria primária, doença de Dent), cálculos de estruvita primários e urolitíase, ligadas à
212
infecção associada a anomalias anatômicas e funcionais do trato urinário e lesão raquimedular.
A quantidade mínima de urina necessária para que o corpo se livre dos produtos
residuais metabólicos normais é de 400 ml. Nessa fase, os sintomas urêmicos aparecem em
primeiro lugar e desenvolvem-se as condições com risco de vida, como a hipercalemia.
Quase todos os sistemas do organismo são afetados quando existe falência dos
mecanismos reguladores renais normais. O paciente pode parecer criticamente doente e
letárgico, com náuseas persistentes, vômitos e diarreia.
A pele e as mucosas mostram-se secas devido à desidratação, e o hálito pode ter odor
de urina (hálito urêmico). Os sinais e sintomas do sistema nervoso central compreendem
sonolência, cefaleia, contratura muscular e convulsões.
20.3.5 Tratamento
A perda hídrica insensível por meio da pele e dos pulmões e produzida pelos
processos metabólicos normais também é considerada no tratamento hídrico.
Como o edema pulmonar pode ser causado pela administração excessiva de líquidos
parenterais, deve-se usar de extrema cautela para evitar a sobrecarga hídrica.
A diálise pode ser iniciada para evitar complicações graves de IRA, como a
hipercalemia, acidose metabólica grave, pericardite e edema pulmonar. A diálise corrige muitas
anormalidades bioquímicas; permite a liberalização da ingesta de líquido, proteína e sódio:
215
diminui as tendências hemorrágicas; e pode ajudar a cura da ferida.
A IRC pode ser causada por doenças sistêmicas, como o diabetes melito, hipertensão,
glomerulonefrite crônica, pielonefrite, obstrução do trato urinário, lesões hereditárias, como
doença do rim policístico, distúrbios vasculares, infecções, medicamentos ou agentes tóxicos.
20.4.1 Fisiopatologia
À medida que a função renal diminui, os produtos finais do metabolismo proteico que
normalmente são eliminados na urina, acumulam-se no sangue. A uremia desenvolve-se e afeta
adversamente todos os sistemas do corpo.
O indivíduo com uma insuficiência renal leve a moderada pode apresentar apenas
sintomas leves, apesar do aumento de ureia, um produto da degradação metabólica, no sangue.
Além disso, o indivíduo também pode apresentar uma sensação de formigamento nas
extremidades e perder a sensibilidade em certas áreas. Quando a hipertensão arterial ou as
alterações químicas do sangue causam disfunção cerebral, o indivíduo pode apresentar crises
convulsivas.
217
O acúmulo de substâncias tóxicas também afeta o trato digestivo, causando perda do
apetite, náusea, vômito, inflamação do revestimento da boca (estomatite) e um sabor
desagradável na boca.
20.4.3 Complicações
20.4.4 Tratamento
As condições que causam insuficiência renal devem ser corrigidas o mais rapidamente
possível. Essas ações incluem a correção dos desequilíbrios de sódio, de água e acidobásicos, a
remoção de substâncias tóxicas dos rins, o tratamento da insuficiência cardíaca, da hipertensão
arterial, das infecções da concentração sanguínea elevada de potássio (hipercalemia) ou de
cálcio (hipercalcemia) e de qualquer obstrução do fluxo urinário.
20.4.5 Diálise
A diálise pode ser utilizada como tratamento de longo prazo para a insuficiência renal
crônica ou como uma medida paliativa antes de um transplante renal. 220
Embora existam algumas semelhanças entre os dois tipos mais amplos de acidentes
vasculares cerebrais, a etiologia, fisiopatologia, tratamento médico, tratamento cirúrgico e
cuidado de enfermagem diferem no geral.
Essa alteração nos termos também reflete uma estratégia de controle similar em
ambas às doenças. O tratamento precoce resulta em menos sintomas e menor perda da função.
Apenas 8% dos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos resultam em morte dentro de 30 dias.
Os acidentes vasculares cerebrais embólicos podem ser evitados pelo uso da terapia
com anticoagulante em pacientes com fibrilação arterial.
21.1.1 Fisiopatologia
Essa mudança para a respiração anaeróbica menos eficiente também torna o neurônio
incapaz de produzir quantidades suficientes de trifosfato de adenosina (ATP) para abastecer os
processos de despolarização. Dessa maneira, as bombas de membrana que mantêm os
equilíbrios eletrolíticos começam a falhar e as células param de funcionar.
No início da cascata, existe uma área de baixo fluxo sanguíneo cerebral, referida como 223
a região de penumbra, ao redor da área do infarto. A região de penumbra é o tecido cerebral
isquêmico que pode ser salvo com a intervenção adequada.
O acidente vascular cerebral isquêmico pode causar uma ampla variedade de déficits
neurológicos, dependendo da localização da lesão (quais vasos estão obstruídos), tamanho da
área de perfuração inadequada e quantidade de fluxo sanguíneo colateral (secundário ou
acessório).
224
O paciente pode apresentar-se com qualquer um dos seguintes sinais ou sintomas:
21.1.3 Tratamento
Aqueles com fibrilação arterial são tratados com warfarin sódico (Coumadin) dose
ajustada, exceto quando contraindicado. A INR visada é de 2,5. Quando o warfarin está
contraindicado, a aspirina é usada em doses entre 50 e 325 mg/d .
21.2.1 Fisiopatologia
Além dos déficits neurológicos que são similares ao acidente vascular cerebral
isquêmico, o paciente com aneurisma intracraniano ou MAV pode apresentar algumas
manifestações clínicas únicas.
Pode haver dor e rigidez da parte posterior do pescoço (rigidez de nuca) e coluna
vertebral em virtude de irritação meníngea. Os distúrbios visuais (perda da visão, diplopia)
acontecem quando o aneurisma é adjacente ao nervo oculomotor. Também pode ocorrer
zumbido, tonteira e hemiparesia.
228
As células adquirem características invasivas, e as alterações têm lugar nos tecidos
circunvizinhos. As células infiltram esses tecidos e ganham acesso aos vasos linfáticos e
sanguíneos, que transportam até outras áreas do corpo.
Embora o câncer afete todos os grupos etários, a maioria dos cânceres ocorre em
pessoas com mais de 65 anos de idade. No geral, a incidência do câncer é mais elevada nos
homens que nas mulheres, bem como nas regiões e países industrializados.
A invasão, que se refere ao crescimento do tumor primário para dentro dos tecidos
229
circunvizinhos do hospedeiro, acontece de diversas maneiras. A pressão mecânica exercida
pelas neoplasias de proliferação rápida pode forçar projeções digitiformes das células tumorais
para dentro do tecido circunvizinho e dos espaços intersticiais.
Os tumores que crescem ou que penetram nas cavidades corporais podem desprender
células ou êmbolos que fazem trajeto dentro da cavidade corporal e semeiam as superfícies de
outros órgãos.
Os vários tipos de tratamento oferecidos aos pacientes com câncer devem ser
baseados em metas realistas e atingíveis para cada tipo específico de câncer. Nos objetivos do
tratamento pode incluir a erradicação completa da doença maligna (cura), sobrevida prolongada
e contenção de crescimento da célula cancerosa ou alívio dos sintomas associados à doença.
Um tumor cerebral é uma lesão intracraniana localizada que ocupa espaço dentro do
crânio. Em geral, os tumores crescem como uma massa esférica, mas eles podem crescer de
maneira difusa e infiltrar-se no tecido. Os efeitos das neoplasias ocorrem devido à compressão e
infiltração tecidual. Sobrevêm várias alterações fisiológicas, gerando algum ou todos os eventos
fisiopatológicos a seguir: 231
Os tumores cerebrais raramente geram metástase para fora do SNC, mas as lesões
metastáticas cerebrais acontecem amiúde a partir do pulmão, mama, trato gastrintestinal inferior,
pâncreas, rim e pele (melanomas).
Nos adultos, muitos tumores cerebrais originam-se das células gliais (as células gliais
constituem a estrutura e o sistema de suporte do cérebro e medula espinhal) e são
supratentorais (localizados acima do revestimento do cerebelo). As lesões neoplásicas no
cérebro causam, por fim, a morte, por comprometerem as funções vitais, como a respiração, ou
232
por elevarem a pressão intracraniana (PIC).
22.6.1 Fisiopatologia
Os tumores das glândulas hipófise e pinel e dos vasos sanguíneos cerebrais também
são tipos de tumores cerebrais. As considerações clínicas relevantes incluem a localização e o
caráter histológico do tumor. Os tumores podem ser benignos ou malignos. Um tumor benigno
pode ocorrer em uma área vital e pode crescer o suficiente para ter efeitos tão graves quanto
àqueles de um tumor maligno.
22.7 GLIOMAS
Os tumores gliais, o tipo mais comum de neoplasia cerebral, são divididos em muitas
categorias. Os astrocitomas constituem o tipo mais comum de glioma e são graduados de I a IV,
indicando o grau de malignidade.
Os tumores oligodendrogliais são outro tipo de tumor glial, representando 20% dos
gliomas. A distinção histológica entre os astrocitomas e oligodendrogliomas é difícil de fazer,
mas é importante, pois a pesquisa recente mostra que os oligodendrogliomas são mais sensíveis
à quimioterapia que os astrocitomas. Esses tumores são categorizados como de baixo grau e de
alto grau (anaplásicos).
233
22.8 MENINGIOMAS
234
22.11 ANGIOMAS
Alguns persistem por toda a vida sem causar sintomas; outros causam sintomas de um
tumor cerebral. Ocasionalmente, o diagnóstico é sugerido pela presença de outro angioma em
algum ponto na cabeça ou por um sopro (um som anormal) audível sobre o crânio.
Como as paredes dos vasos sanguíneos são finas, esses pacientes estão em risco de
acidente vascular cerebral (derrame). Na realidade, a hemorragia cerebral em pessoas com
menos de 40 anos de idade deve sugerir a possibilidade de um angioma.
22.11.1 Manifestações Clínicas
235
22.11.2 Tratamento
Uma nova técnica que está sendo investigada é a terapia fotodinâmica. Esse é um
tratamento dos tumores cerebrais malignos primários que libera uma terapia direcionada,
enquanto conserva o tecido cerebral saudável.
236
22.12 TUMORES RAQUIMEDULARES
Os tumores dentro da coluna vertebral são classificados de acordo com sua relação
anatômica com a medula espinhal. Eles incluem as lesões intramedulares (dentro da medula
espinhal), lesões extramedulares intradurais (dentro da coluna vertebral ou sob a dura-máter) e
lesões extramedulares extradurais (fora da membrana da dura-máter).
Os tumores que ocorrem dentro da medula espinhal ou que exercem pressão sobre ela
provocam sintomas que variam desde dores localizadas ou lancinantes, fraqueza e perda de
reflexos acima do nível do tumor até a perda progressiva da função motora e para-espinhais.
Comumente, a dor aguda ocorre na área inervada pelas raízes espinhais que se
originam da medula na região do tumor. Além disso, os déficits crescentes desenvolvem-se
abaixo do nível da lesão.
22.12.1 Tratamento
237
23 DOENÇAS INFECCIOSAS
23.2 RESERVATÓRIO
Uma via de transmissão é necessária para ligar a fonte infecciosa a seu novo 239
hospedeiro. Os organismos podem ser transmitidos pelo contato sexual, contato pele a pele,
injeção percutânea ou partículas infecciosas transportadas no ar. Uma pessoa que transporta ou
transmite um organismo e que não apresenta sinais e sintomas evidentes de infecção é
chamada de portadora.
Para que aconteça a infecção, o hospedeiro deve ser suscetível (não possuir
imunidade para determinado patógeno). A infecção prévia ou a administração de vacina podem
tornar o hospedeiro imune (não suscetível) à infecção adicional por um agente.
Muitas infecções são evitadas por causa da defesa imune humana vigorosa. Embora a
exposição a micro-organismos potencialmente infecciosos ocorra essencialmente em uma base
constante, nossos sistemas imunes elaborados geralmente evitam a ocorrência da infecção. A
pessoa imunossuprimida apresenta suscetibilidade muito maior que o hospedeiro normal
saudável.
Uma quantidade relativamente pequena de sítios anatômicos (p. ex., cérebro, sangue,
osso, coração, sistema vascular) é estéril. As bactérias encontradas por todo o corpo geralmente
produzem a flora normal benéfica para competir com os patógenos potenciais, facilitar a digestão
ou trabalhar simbioticamente, de outras maneiras, com o hospedeiro.
23.7.1 Colonização
Se o paciente sofreu uma incisão, o S. aureus pode entrar na ferida, com uma reação
do sistema imune de inflamação localizada e a migração dos leucócitos para o local. A evidência 241
clínica de rubor, calor e dor e a evidência laboratorial de leucócitos no esfregaço da amostra da
ferida sugerem a infecção.
23.7.3 Doença
Grande parte da ênfase de saúde pública é colocada sobre a prevenção para evitar
surtos e outras situações que exigem controle. Os métodos de prevenção da infecção
242
compreendem as técnicas sanitárias (purificação da água, descarte do esgoto e de outros
materiais potencialmente infecciosos), práticas de saúde regulamentadas (manuseio,
armazenamento, embalagem, preparação de alimentos por instituições) e programas de
imunização.