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SUMÁRIO

A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE FERIDAS ...........................7


A HISTÓRIA .........................................................................................................7

A EVOLUÇÃO .....................................................................................................9

ÉTICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS ......................................................10

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ................10

ENFERMEIRO ....................................................................................................11

TÉCNICO DE ENFERMAGEM .........................................................................11

AUXILIAR DE ENFERMAGEM .......................................................................11

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO ..........................................................................12

PARECERES .......................................................................................................12

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE ...........................................................12

EPIDERME .........................................................................................................13

DERME ...............................................................................................................14

TECIDO SUBCUTÂNEO ...................................................................................14

CLASSIFICAÇÕES E DEFINIÇÕES ................................................................14

CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO .........................................................................15

TECIDO NECRÓTICO .......................................................................................22

TECIDO DE GRANULAÇÃO ...........................................................................23

EPITELIZAÇÃO .................................................................................................23

FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO .................................................................26

A FISIOLOGIA ...................................................................................................26

TIPOS DE CICATRIZAÇÃO .............................................................................30

COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO .........................................................32

FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO ...................................32


TABELA COMPARATIVA NECESSIDADES HÍDRICAS E ENERGÉTICAS
.........................................................................................................................................34

CARACTERÍSTICAS DE DIFERENCIAÇÃO DAS ÚLCERAS .....................36

FORMAÇÃO DA ÚLCERA ...............................................................................36

ÚLCERA VENOSA ............................................................................................36

FISIOPATOLOGIA ............................................................................................39

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS .....................................................................39

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS ..................................................................40

ÚLCERA ARTERIAL .........................................................................................42

CONDUTAS........................................................................................................46

TERAPIA ............................................................................................................47

DOR .....................................................................................................................47

ÚLCERA NEUROPÁTICA ................................................................................48

ÚLCERA NEUROPÁTICA NA HANSENÍASE ...............................................48

ÚLCERA DIABÉTICA .......................................................................................48

CLASSIFICAÇÕES DA PROFUNDIDADE E ISQUEMIA DA LESÃO DO PÉ


DIABÉTICO ....................................................................................................................53

PÉ DE CHARCOT ..............................................................................................53

GUIA DE DIFERENCIAÇÃO ............................................................................55

GUIA DE DIFERENCIAÇÃO DAS ÚLCERAS................................................56

ÚLCERA DE PRESSÃO ....................................................................................56

DEFINIÇÃO ........................................................................................................56

PATOGÊNESE....................................................................................................57

ETIOLOGIA DAS ÚLCERAS DE DECÚBITO ................................................59

CLASSIFICAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO .........................................60

TRATAMENTO ..................................................................................................62

CUIDADOS COM A PELE DO PACIENTE .....................................................62

DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ...........................................................................63


FERIDA INFECTADA .......................................................................................63

DEFINIÇÕES ......................................................................................................64

A BACTÉRIA E A LESÃO ................................................................................65

PRESENÇA E TIPOS DE DRENAGEM ...........................................................69

A AVALIAÇÃO ..................................................................................................73

TRATAMENTO DA FERIDA INFECTADA ....................................................74

TRATAMENTO GERAL ...................................................................................75

TRATAMENTO LOCAL ...................................................................................75

COMEÇANDO A CUIDAR ...............................................................................76

IMPLICAÇÃO PSICOSSOCIAL .......................................................................76

PELE ÍNTEGRA .................................................................................................80

PELE LESADA ...................................................................................................80

PELE DESIDRATADA ......................................................................................81

PELE MACERADA ............................................................................................81

CICATRIZES ......................................................................................................82

CELULITE/INFLAMAÇÃO ..............................................................................83

DOCUMENTAR .................................................................................................83

TÉCNICA DE CURATIVO ................................................................................83

10 TIPOS DE CURATIVOS ...............................................................................84

VANTAGENS DO MEIO ÚMIDO ....................................................................86

MATERIAL PARA CURATIVOS .....................................................................88

ALGUNS PRODUTOS E TÉCNICAS UTILIZADAS EM CURATIVOS .......92

PVPI (POLIVINIL PIRRILIDONA - IODO) .....................................................93

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO OUÁGUA OXIGENADA .............................94

SULFADIAZINA PRATA 1%............................................................................95

CARVÃO ATIVADO COM PRATA .................................................................96

ALGINATO DE CÁLCIO ..................................................................................98


ÁLCOOL ...........................................................................................................100

DESBRIDAMENTO OU DEBRIDAMENTO .................................................100

MÉTODO CIRÚRGICO ...................................................................................101

MÉTODO MECÂNICO ....................................................................................102

MÉTODOS QUÍMICOS ...................................................................................102

HIDROGEL .......................................................................................................105

CURATIVO COM GAZE .................................................................................106

MEDICAMENTOS FAVORÁVEIS À GRANULAÇÃO ................................107

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE) .......................................................107

CURATIVOS NATURAIS ...............................................................................124

ARNICA ............................................................................................................126

BABOSA ...........................................................................................................126

CALÊNDULA ...................................................................................................127

MAMÃO PAPAIA ............................................................................................127

AÇÚCAR – SACAROSE ..................................................................................128

OSTOMAS ........................................................................................................129

TIPOS DE OSTOMA ........................................................................................130

QUEIMADOS ...................................................................................................133

REGRA DOS NOVE .........................................................................................136

MÉTODO DO CURATIVO ..............................................................................137

MEDICINA HIPERBÁRICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS ................140

AÇÕES DA OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA ........................................140

TIPOS DE CÂMARAS .....................................................................................140

CAMARA MONOPLACE ................................................................................141

O TRATAMENTO ............................................................................................141

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA.........................................................................141

CONTRAINDICAÇÕES ...................................................................................142
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ..............................................................143

EVOLUÇÃO .....................................................................................................144

REFERÊNCIAS ................................................................................................144
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A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE FERIDAS


Para que possamos exercer a enfermagem, no âmbito do tratamento de feridas,
não basta apenas conhecermos os novos produtos disponíveis nesta área ou as últimas
descobertas científicas, é preciso conhecer o passado para que possamos criar um futuro
de uma forma mais concreta e precisa.
E para que possamos ilustrar esta evolução vamos apresentar, sistematicamente,
algumas práticas naturais que, há vários milênios, vêm sendo utilizadas e que, muitas
delas foram incorporadas a muitas tecnologias descobertas.

A HISTÓRIA

Os homens da pré-história utilizavam plantas e seus extratos como cataplasmas,


para estancar hemorragias e umidificar as feridas abertas. Sendo o cataplasma um
emplasto de substâncias preparadas com linhaça, massa de argila, farinha de mandioca
ou fubá colocadas entre dois panos, com capacidade de absorção das toxinas da pele e
para tratar hematomas.
O Papiro de Edwins Smith foi a descoberta mais recente da história. Era chamado
o Livro de feridas, continha tratados cirúrgicos e de clínica médica.
Por volta de 2700 a.C. os egípcios utilizavam produtos que, hoje, denominamos
“Fármacos da sujeira”, esses produtos eram derivados de produtos aparentemente
absurdos como urina humana e outros, associados a orações e sacrifícios. Os médicos
egípcios acreditavam que quanto mais a ferida supurava, mais rápida era a cicatrização.
Foram os precursores do adesivo atual, com a descoberta da ligadura adesiva, que
consistia em tiras de linho impregnado de goma.
Os chineses em 2800 a.C. foram os primeiros a relatar o uso do mercúrio, os
mexicanos e peruanos utilizavam o Mactellu como antissépticos para feridas.
Quando falamos da civilização Grega, chegamos ao clássico A Ilíada, escrita por
Homero (800 a.C) que descreve o tratamento de 147 feridos militares utilizando práticas
de cauterização de feridas com ferro quente. Nessa época a taxa de mortalidade era
bastante elevada.
Na era Cristã, Celsius (200 d.C): classificou tipos de ferida, definiu tratamentos,
descreveu os sinais inflamatórios, técnicas de desbridamento e sutura.
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No período medieval, Galeno (século II d.C), que era médico do grande imperador
Marco Aurélio, instaurou a teoria da secreção purulenta. Nessa teoria acreditava-se que a
formação da secreção era fundamental para a cicatrização.
Usava na sua terapêutica:
• Água do mar, do mel, tinta de caneta e barro.
• As lesões ulceradas eram ligadas com figos (que contêm Papaína).
• Teia de aranha.

Já os médicos árabes foram os inventores da ligadura de gesso. Chegando a era do


Misticismo, temos a Teoria dos Miasmas, nesta teoria os corpos deviam ser incinerados
e após, deveria ser feita a defumação do local com incenso.
A igreja contribuiu, e muito, para a divulgação dessa teoria e proibiu a dissecação
e métodos cirúrgicos impedindo a evolução das técnicas. Já Teodorico de Lucca e Henri
de Mondeville utilizaram pensos embebidos em arnica e vinho (ação antisséptica). E
observaram que havia diminuição da formação de secreção e aumento da cicatrização.
Ao relembrarmos a história do tratamento de feridas não podemos nos esquecer
de Hipócrates (300 a.C), considerado o pai da medicina moderna que foi o primeiro a
implementar os princípios da assepsia, no tratamento das feridas.
Não acreditava que a formação de pus fosse essencial para a cicatrização (teoria
que existiu por séculos) e quando a ferida infeccionava, utilizava emplastos para
drenagem de secreção e que esta deveria ser lavada com água limpa.
Fez uso de ervas medicinais, mel, leite e vinagre. Aconselhava desbridamentos e
cauterizações. Avançando ainda mais na história, chegamos à Revolução Industrial,
marco da história mundial. No século XVIII, alguns prisioneiros se dedicavam a
confecção de pensos. Esses eram feitos de trapos velhos, estopa de linho e estopa (corda
velha desfiada).
Os pensos eram utilizados e depois lavados e reutilizados, já que esse processo os
tornava mais macios e absorventes. Com a revolução industrial aconteceu a mecanização
desse processo de confecção. Infelizmente, com a evolução dos tempos começaram as
guerras locais e mundiais.
Com a guerra da Crimeia deu-se a introdução da pólvora no mundo ocidental. As
feridas causadas por pólvora eram venenosas e era necessária a remoção da parte lesada
(amputação) e para cauterizar o coto era utilizado óleo fervente.
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Entretanto nessa época houve uma grande escassez de óleo, o que possibilitou a
substituição por gema de ovo e óleo de rosa, o que aumentou a taxa de sobrevida da
população.

A EVOLUÇÃO

A partir deste século várias descobertas favoreceram para a melhoria do


tratamento das feridas. Destacamos, brevemente, algumas evoluções principais que
impeliram as novas descobertas atuais neste campo.
• 1676: descoberta do microscópio.
• 1752: primeiro passo na desinfecção química, por John Pringle, com o uso
de ácidos minerais para prevenir e impedir a putrefação.
• 1860 (Gangee): 1º curativo absorvente à base de algodão;
• Em 1862: Pasteur concluiu que a putrefação era resultante da fermentação
causada pelo crescimento dos microorganismos. Descobriu, ainda, que eles eram
destruídos pela ação do calor. Apontou a falta de limpeza como causa da infecção, e que
as pessoas que tratavam as feridas eram meio de transporte para esses microorganismos.
• Em 1880: foi construída com êxito a primeira estufa, vindo permitir a
esterilização pelo calor seco. Dois anos mais tarde surgiu a esterilização pelo vapor.
• No final de 1840: Deu-se a utilização de antissépticos e a proteção da lesão
com coberturas secas. Foi nesta fase que se descobriu o efeito antisséptico do Iodo,
mercúrio e Alumínio, além da utilização do meio seco.
• Em 1890 e 1897: foram introduzidas luvas e máscaras, por Willian Hasteld
e Johann Miculizz.
• 1945: Bloom relata pela primeira vez o uso do filme transparente
permeável ao vapor.
• Após 1960 = descobertos os princípios de leito úmido e limpo para acelerar
a cicatrização. Entre outras descobertas como: limpeza da ferida, aproximação das bordas
por meio da sutura, controle da infecção. Sendo descobertas do antibiótico um dos
maiores feitos desta época.
• A partir de 1980 estudos em larga escala começaram a ser realizados nos
Estados Unidos e em vários países da Europa, visando o aperfeiçoamento dos das técnicas
para realização dos curativos.
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• Em 1982 as coberturas à base de Hidrocoloides são lançadas nos EUA e


Europa, porém somente em 1990 chegaram ao Brasil com elevado custos dificultando o
seu uso pela população brasileira.
Apesar de todos esses avanços de tecnologias, produtos e técnicas para o
desenvolvimento do tratamento de feridas, a incidência das úlceras crônicas em nosso
meio ainda é bastante elevada. E embora várias descobertas já tenham sido feitas ainda
existe muito a ser pesquisados e muitos mitos a serem quebrados para aperfeiçoar estes
recursos.

ÉTICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS

Como já vimos, com a evolução das tecnologias o tratamento de feridas vêm se


tornando uma área cada vez mais específica e científica, exigindo do profissional
constantes atualizações.
Entretanto, não basta apenas o domínio do conhecimento técnico e científico, é
necessário se priorizar àquele que recebe a nossa ação, que é o alvo do nosso
conhecimento – o portador da lesão de pele.
Ao pensarmos dessa forma é importante o conhecimento dos preceitos legais que
regulamentam a nossa profissão e que nos darão o apoio necessário ao nosso cuidar, nos
favorecendo e nos preparando para o ato ético.
Ética: do grego Ethos, Casa. Preocupa-se com os aspectos práticos da vida do
indivíduo e da sociedade, tenta criar regras e normas de conduta para a atividade livre do
ser humano.
Direito: do Grego Directum, o que é reto (DANTAS, 2003).
Imperícia: execução de uma função sem plena capacidade para tal.
Imprudência: cometer um erro conscientemente. Conhece as regras e não as
executa com perfeição.
Negligência: saber como o trabalho deve ser feito e não fazer corretamente.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Capítulo I: Dos princípios fundamentais


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Art. 1°: A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano
e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das
pessoas, respeitando os preceitos éticos legais.
Art. 4°: O profissional da enfermagem exerce suas atividades com justiça,
competência, responsabilidade e honestidade.
Art. 5°: O profissional de enfermagem presta assistência à saúde visando a
promoção do ser humano como um todo.

Capítulo II: Dos direitos

Art. 7°: recusar-se a exercer atividades que não sejam de sua competência legal.
Art. 14°: Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais.
Capítulo III: Das responsabilidades

Art. 16°: Assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem livre de danos


decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

ENFERMEIRO
Lei nº 7.498/86 em seu Artigo 11, Alínea j:
É privativo do enfermeiro: A prescrição da assistência de enfermagem.

TÉCNICO DE ENFERMAGEM
Lei 1498/1986, Artigo 10, Parágrafo II:
Executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do
enfermeiro e as referidas no artigo 9° deste decreto.

AUXILIAR DE ENFERMAGEM
Lei 7.498/1986, Artigo 11, Parágrafo III:
Executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras
atividades de enfermagem, tais como: Alínea c, fazer curativos.
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CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO


O artigo 159 do Código Civil enuncia que "aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano".

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR DOS DIREITOS DO


CONSUMIDOR
Ser avisado, antes de comprar um produto ou utilizar um serviço, dos possíveis
riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. Quando for prejudicado, o
consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe prestou o serviço, inclusive por
danos morais.
O profissional liberal pode ser responsabilizado por algum dano que causou se sua
culpa for provada (Art. 14, § 4º, CDC).
As causas das falhas ou erros profissionais são:
• Negligência;
• Imprudência;
• Imperícia.

PARECERES
COREN-SP: Parecer (1998) sobre a prescrição de curativo e criação da comissão
de curativos. Parecer (1999) sobre o desbridamento de feridas.
COREN-MS: Parecer 001/2005, sobre o desbridamento de feridas.
“O desbridamento cirúrgico pode ser realizado pelo enfermeiro, desde que não
atinja tecido muscular e que não necessite de narcose ou anestesia. ”

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

É o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 15% do peso corporal


total e apresenta grandes variações ao largo de sua extensão.
• Suas funções são:
• Sua principal função é revestir e proteger;
• Auxiliar na manutenção da temperatura (termorregulação);
• Percepção;
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• Metabolismo.
São três as camadas da pele:
• EPIDERME;
• DERME;
• TECIDO SUBCUTÂNEO.

FONTE: Disponível em: <www.theses.ulaval.ca>.

EPIDERME

Tecido avascular possui células dispostas em múltiplas camadas.


É nesta camada que encontramos os melanócitos, que são células responsáveis
pela pigmentação da pele (melanina) e os queratinócitos responsáveis pela produção de
queratina, que fornece resistência a atritos e variações de temperatura.
A renovação da pele: A pele renova-se -se continuamente, as células nascem na
camada basal e vão empurrando as células mais externas as até que estas desprendem-se
da epiderme.
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FONTE: Disponível em: <www.theses.ulaval.ca>.

DERME

Camada vascularizada possui uma rica rede nervosa.


É nesta camada que encontramos os anexos da pele: glândulas sudoríparas,
sebáceas e folículos pilosos.
A derme contém muitos tipos diferentes de células, incluindo: fibroblastos e
fibrócitos, macrófagos, mastócitos e leucócitos sanguíneos, particularmente: neutrófilos,
eosinófilos, linfócitos e monócitos.

FONTE: Disponível em: <www.theses.ulaval.ca>.

TECIDO SUBCUTÂNEO

É vascularizada, possui tecido adiposo em sua constituição histológica envolvido


na termorregulação, reserva nutricional e provisão de energia.

CLASSIFICAÇÕES E DEFINIÇÕES
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FERIDA: É caracterizada pela perda da continuidade dos tecidos, podendo ser


superficial ou profunda, que deve se fechar em até seis semanas.
ÚLCERA: A FERIDA se torna uma úlcera após seis semanas de evolução sem
intenção de cicatrizar.

CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

As lesões podem ser classificadas conforme:


• Comprometimento tecidual.
• Como foram produzidas.
• Grau de contaminação.

Comprometimento Tecidual

• Quanto à localização anatômica;


• Quanto ao tamanho, comprimento, largura, profundidade e formação de
túneis;
• Aspectos do leito da ferida e pele circunjacente;
• Drenagem, cor e consistência;
• Dor ou hipersensibilidade e temperatura.

Como Foram Produzidas

CONTUSAS: produzidas por objeto rombo e caracterizadas por traumatismo das


partes moles, hemorragia.
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FONTE: Anjos do Norte

INCISAS: produzidas por um instrumento cortante. Feridas limpas geralmente


fechadas por sutura.

FONTE: Anjos do Norte

LACERADAS: com margens irregulares.

FONTE: Anjos do Norte

PERFURANTES: pequenas aberturas na pele.


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FONTE: Anjos do Norte

GRAU DE CONTAMINAÇÃO

1. LIMPAS

Sem presença de infecção. Lesão sem exsudato ou com pequena quantidade de


exsudato de cor clara ou transparente.

2. CONTAMINADAS

Presença de bactérias e outros microorganismos, com presença transitória ao


tecido, sem presença de infecção instalada. Não há sinais flogísticos.
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3. INFECTADAS

Presença e a multiplicação de bactéria e outros microorganismos associado a um


quadro infeccioso já instalado, há presença dos sinais flogísticos.

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Alguns Tipos de Lesões de Pele

1. MÁCULA: Lesão superficial, circunscrita, coloração marrom, azulada ou


avermelhada.
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FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

2. PÁPULA: Lesão sólida e elevada, plana ou encurvada e coloração


variada.

FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

3. NÓDULO: Lesão sólida, superficial, circunscrita, chega a 0,5 cm de


altura, não necessariamente faz relevo à superfície.

FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

4. VESÍCULA: Coleção de fluidos claros, podendo tornar-se turvo ou


hemorrágico, circunscrita à superfície da pele, com diâmetro médio de 0,5 cm.
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FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

5. BOLHA: Lesão circunscrita, com coleção de líquido claro, com diâmetro


maior que 1cm.

FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

6. PÚSTULA: Coleção de leucócitos, circunscrita à superfície da pele e de


tamanho variado.

FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

7. ESCAMAS: excesso de células epidérmicas mortas ou por alterações


inflamatórias.
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FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

8. PLACA: Lesão sólida, elevada, diâmetro superior a 1cm.

FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

9. CROSTAS: Lesão formada por uma coleção de soro, sangue ou pus, que
junto aos restos epiteliais, desidrata a superfície da pele.

FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

10. FISSURAS: São fendas cutâneas, formato linear que podem acometer a
epiderme e derme.
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FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

11. ATROFIA: Depressão ocasionada pela falta de nutrição e oxigenação das


células.

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FONTE: Disponível em: <www.iqb.es>.

Classificação Quanto ao Tipo de Tecido

TECIDO NECRÓTICO
Restrito a uma área – isquemia, redução da circulação, tecido não viável.
Pode ser caracterizada por liquefação e ou coagulação produzido por enzimas que
acarretam a degradação dos tecidos isquêmicos, se diferenciam pela coloração e
consistência.
• ESCARA: de coloração marrom ou preta, é descrita como uma capa de
consistência dura e seca
• ESFACELO: de cor amarelada ou cinza; descrita de consistência mucoide
e macia; pode ser frouxo ou firme a sua aderência no leito da ferida; formado por fibrina
(concentração de proteína). E fragmentos celulares

ESCARA ESFACELO
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TECIDO DE GRANULAÇÃO
Aumento da vascularização é um tecido de cor vermelho vivo.

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EPITELIZAÇÃO

Redução da vascularização e um aumento do colágeno, contração da ferida.

Tecido róseo.
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Classificação Quanto ao Exsudato

SECA: Fundo pálido, gaze seca gruda na ferida com pequena hemorragia, para a
repitelização.

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ÚMIDA: Fundo brilhante de cor vermelho vivo, a gaze fica por 24 horas úmida.
Tem borda ativa

MUITO EXSUDATIVA: Vermelho vivo, tecido próximo umedecido, gaze troca


no período de 24 horas. Borda lesionada e ou macerada.

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Alguns Tipos de Úlceras

• Úlceras de estase: Ocorre geralmente por: varizes, trombose venosa,


insuficiência valvular.
Características: Não tem necrose, não é isquêmica, tem um hiperpigmentação,
com edema no tornozelo e possui uma atrofia branca na pele.

• Úlceras tropicais:
Ex.: Leishmaniose: mucosa e cartilagem.
Incubação: 1 a 3 meses

• Úlceras arteriais:
Característica: Edema, ausência de pulso arterial, não possui pelos devido a danos
causados em órgãos anexos da pele, apresenta alteração de temperatura do órgão lesado.

• Úlceras mistas: Presença de lesão venosa e arterial associadas.

• Úlceras neuropáticas: Presença de lesão em terminações nervosas


periféricas, principalmente em membros inferiores.

• Úlceras diabéticas:
Característica: Ferida contaminada apresenta desidrose – estase com hipóxia,
ressecamento dá área circunjacente.

• Úlcera por pressão:


É o tipo mais comum de úlcera, encontrada em larga escala nas unidades de
internação hospitalar e domiciliar. Além de ser uma enfermidade cutânea é considerado,
também, um indicador de qualidade da assistência de enfermagem.
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É caracterizada por uma área localizada de perda de pele e dos tecidos subcutâneos
causadas por pressão, tração, fricção ou de uma combinação desses fatores.

FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO

Quando pensamos em injúria tecidual, seja de qual for o tamanho e proporção,


pensamos logo na forma como ela vai cicatrizar. E existem diversas formas de
pensamentos e tratamentos quando falamos em cicatrização.
Há, ainda, quem defenda o meio seco como forma de acelerar o processo
cicatricial, mesmo existindo diversos estudos e pesquisas provando as inúmeras
vantagens do meio úmido sobre o meio seco.
Se entendermos a fisiologia da cicatrização, veremos que uma lesão irá cicatrizar
tanto se mantivermos o meio seco quanto o meio úmido. O que irá fazer a diferença é o
tempo somado à quantidade de energia que o organismo irá gastar para fechar a lesão.
Ou seja, quem faz a cicatrização acontecer não são os profissionais envolvidos na
execução de um curativo, nem tampouco os produtos utilizados para isso. Ambos podem
acelerar ou atrasar esse processo, mas quem executa a ação é o organismo do portador da
lesão.
Nós podemos ajudar ou atrapalhar. Depende do nosso conhecimento, da técnica e
dos produtos que usamos em cada situação.

A FISIOLOGIA

A fisiologia da cicatrização nada mais é que uma cascata de eventos celulares e


moleculares, que envolvem processos bioquímicos e fisiológicos, sendo esses dinâmicos
e simultâneos.
Esse processo é desencadeado por qualquer perda tecidual, podendo essa perda
ser variável, vem daí a definição do grau da lesão.
O processo de cicatrização tem por objetivo único, restabelecer a integridade da
pele.
E para isso o organismo usa de diversos meios para alcançar esse objetivo.
Alguns autores classificam e dividem a fisiologia da cicatrização em três estágios
sendo eles: inflamatório, proliferativo e remodelação (maturação). Outros em cinco
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estágios: coagulação, inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação


(maturação).

FASE INFLAMATÓRIA

A função desta fase é o controle do sangramento e a limpeza da lesão, girando


em torno de três dias.
Tem início imediato com o surgimento da ferida, é totalmente dependente da
atividade plaquetária e da cascata de coagulação, e da liberação de alguns produtos, como
substâncias vasoativas, algumas proteínas, fatores de crescimento, proteases etc.
A primeira coisa que acontece quando se tem a ruptura do tecido, é uma
vasoconstrição local, na tentativa de estancar o sangramento, além disso, fluem para a
ferida as plaquetas, para auxiliar no processo de hemostasia.
Outra reação que acontece nesta fase é a vasodilatação, ocorrendo com isso um
aumento do fluxo sanguíneo para o local da lesão. E esse aumento da irrigação promove
a ruborização e o aumento da temperatura local, presente em muitas feridas.
Existe, portanto, uma reação inflamatória local e essa reação ativa os mecanismos
de defesa do corpo.
Células presentes nessa fase:
• Macrófagos;
• Linfócitos;
• Neutrófilos;
• Mastócitos;
• Plaquetas, dentre outras.
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FASE PROLIFERATIVA

Ocorre por volta do 2º ou 3º dia pós-trauma e tem duração média de 3 a 24 dias.


Nessa fase as células locais formam o tecido de granulação, os miofibroblastos
agem promovendo a contração da ferida, juntamente com os fibroblastos. Durante o
fechamento, há o processo de angiogênese, que permitirá a necessária oferta de oxigênio
e nutrientes, permitindo a atividade dos fibroblastos. As células epiteliais nas margens da
ferida proliferam e migram pela superfície, repondo a perda celular, formando as camadas
da epiderme.
Sendo assim dividimos essa fase, didaticamente, em três subfases:
1ª - Reepitelização: acontece pela migração dos queratinócitos das margens da
ferida. Essa migração, o movimento desses queratinócitos é determinado pelo conteúdo
de água no leito da ferida, da umidade.
2ª - Fibroplasia: é a formação da matriz, que é uma coleção de elementos celulares
como fibroblastos, fibronectina, colágeno, dentre outros. Essa matriz é a base para a
formação do tecido de granulação.
3ª - Angiogênese: como todo processo de reparação exige um gasto grande de
energia existe a necessidade de um aumento no aporte sanguíneo para o local da lesão.
Esse aumento circulatório se dá pela formação de novos vasos sanguíneos, ou seja, a neo
angiogênese.

Em resumo:
29

A epitelização é feita pela migração de células endoteliais que vão da periferia


para o leito da ferida. Esse processo é realizado sobre o tecido de granulação, enquanto a
ferida se contrai em média 20% a 60% seu tamanho e só acontece em meio úmido.

FASE DE MATURAÇÃO

Há diminuição da vascularização e da força de contração. Nessa fase o tecido é


remodelado, a quantidade de fibroblastos diminui e as fibras de colágeno se orientam
aumentando a força tênsil.
Segundo Meneghin (2003), a força tênsil também cresce na linha da ferida, após
três semanas, 20% da força original do tecido, cinco semanas depois 40%, ao final de oito
semanas, 70%, sendo, entretanto, que a força original jamais será alcançada ou
recuperada.
O tecido de granulação muda de avermelhado para branco pálido, vascularizado.
Isso se dá devido a dois processos que ocorrem de forma simultânea que é a síntese
de tecido, realizada pelos fibroblastos e a lise do colágeno, coordenada pela colagenase.
Esta fase dura de 20 dias a 1 ano.

FASE PROLIFERATIVA FASE DE MATURAÇÃO


30

FONTE: Disponível em: <www.eerp.usp.br>. Acesso em: 05 jul. 2010.

TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO:


• Incisão limpa em que as bordas estão aproximadas;
• Existe pouca perda de tecido;
• Pouco ou nenhum exsudato.

FONTE: Disponível em: <www.eerp.usp.br>. Acesso em: 05 jul. 2010.

CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO:


• É aquela que permanece aberta;
• Onde existe uma perda significante de tecido e onde as fases de
cicatrização são bastante marcadas;
31

• Resposta inflamatória bastante evidente, com necessidade maior de tecido


de granulação, com epitelização visível;
• Há necessidade de um grande fortalecimento e um grande processo de
contração.

FONTE: Disponível em: <www.eerp.usp.br>. Acesso em: 05 jul. 2010.

CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO:


• Ferida que fica aberta por um tempo determinado;
• Ela ficará aberta só enquanto estiver com uma infecção real e depois
fechará.
32

COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO

▪ Infecção: drenagem, borda hemorrágica.


▪ Deiscência: separação das camadas (3 a 11 dias após a lesão).
▪ Evisceração: protusão dos órgãos.
▪ Fístula: comunicação anormal entre dois órgãos e superfície do corpo.

FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO

Como visto, a cicatrização é um complexo processo biológico dependente de


vários fatores. Portanto, existem fatores que interferem no processo de cicatrização a
partir do seu fisiológico, outros que acometem o biológico do indivíduo a partir do seu
psicológico. Sendo assim, podemos classificar os fatores que interferem na cicatrização
em BIOPSICOSSOCIAL.

PSICOSSOCIAL

Sendo a nossa pele o maior órgão do corpo humano podemos considerá-la, além
de barreira protetora o nosso “cartão-postal”, sendo a primeira coisa observada e vista em
todos os indivíduos.
Atualmente, com a evolução da medicina estão se aperfeiçoando meios cada vez
mais avançados de tratamentos estéticos, comprovando, mais uma vez, a importância
estética da pele.
Se olharmos a pele também pelo ângulo da estética, qualquer tipo de lesão nela
encontrada é causa de intenso desconforto para quem a possui. E esse desconforto é
evidenciado pela baixa autoestima que em muitas vezes possam levar o indivíduo à
depressão.
A baixa autoestima, a depressão, dentre outros problemas pode levar a pessoa a
diminuir a produção de inúmeras substâncias endógenas, que auxiliam ou são
responsáveis pelo processo de cicatrização.

PERFUSÃO E OXIGENAÇÃO
33

Durante todo processo de cicatrização existe um consumo de oxigênio, sendo a


pressão média de oxigênio (PO2) necessária para a proliferação e síntese do colágeno é
de 40 mmHg. Em situações que essa pressão se torna menor ocorre diminuição da
proliferação e síntese de colágeno e diminuição da resistência a infecções.
Assim sendo, pacientes anêmicos são mais suscetíveis a um retardo na
cicatrização devido a uma diminuição no transporte de oxigênio, ocasionado por uma
deficiência ou incapacidade das hemácias em transportar este importante componente da
cicatrização.
Portanto, é importante na cicatrização o aumento no suporte de oxigênio para
acelerar o processo.

NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO

A nutrição e a hidratação têm uma tarefa fundamental na manutenção da


integridade dos tecidos e na promoção dos processos de reparação de todas as lesões
cutâneas, o que enfatiza a importância de uma equipe multiprofissional para que o
tratamento do paciente portador de uma lesão seja eficaz.

A NUTRIÇÃO

Citamos alguns elementos nutricionais fundamentais para o reparo tecidual de


uma lesão:

As proteínas previnem infecções e participam na síntese do colágeno,


fibroblastos e na angiogênese.
As calorias dão sustentação a todos os processos, a sua maior necessidade é em
relação aos pacientes acamados, pois previnem a degradação das proteínas, e é a principal
fonte de energia para os leucócitos e fibroblastos, por isso, o processo de cicatrização
requer gasto de energia.
A Vitamina C é um cofator na síntese de colágeno, além de possuir ação
antioxidante. Já a Vitamina A proporciona resposta inflamatória local e migração
epitelial, auxilia na diferenciação celular na epitelização. E a vitamina E estimula a
fibroplasia e age como cofator da síntese do colágeno.
34

O complexo B é importante para a junção das fibras de colágeno durante a fase


de maturação. O ferro e o zinco são cofatores na formação de colágeno e na síntese de
proteínas;

A HIDRATAÇÃO

O nosso corpo é constituído de 70% de água que é utilizada para a manutenção da


volêmica, da temperatura corporal, dentre outras funções.
A sua redução, quando falamos no tratamento de feridas, causa diminuição do
volume circulante e consequente hipotensão arterial. Aumenta o edema dos tecidos, além
de reduzir a difusão do oxigênio e dos nutrientes às células.

TABELA COMPARATIVA NECESSIDADES HÍDRICAS E


ENERGÉTICAS

PELE NORMAL ÚLCERA

Água (ml/kg/dia) 25 50-100

Energia (Kcal/kg/dia) 25-30 50

Proteína (g/Kg/dia) 0.7 1-2. 5

INFECÇÃO

Como vimos, a fase inflamatória, primeira fase do processo, é onde acontece, além
da hemostasia, a limpeza da lesão pelas células de defesa.
Sendo assim, na presença de infecção as células de defesa trabalham em maior
número, necessitam de uma maior demanda metabólica e gasto energético o que prolonga
a duração desta fase e retarda o processo de cicatrização.

MEDICAMENTOS
35

Algumas terapêuticas medicamentosas interferem diretamente no processo


cicatricial, devendo ser levadas em consideração no momento em que for instituído o
plano de cuidados de cada paciente.
O corticosteroide inibe a proliferação epitelial e migração de neutrófilos e
macrófagos. Já os anti-inflamatórios reduzem a síntese do colágeno e inibem a contração
da ferida diminuindo a velocidade de epitelização. Os imunossupressores aumentam a
suscetibilidade à infecção e diminui a produção de neutrófilos.

IDADE

O envelhecimento causa a diminuição da quimiotaxia e da ação das células de


defesa; acarretando uma diminuição da resposta frente às agressões externas.
Quando falamos no processo de cicatrização do idoso, devemos ressaltar que há
diminuição da taxa de divisão celular e na síntese do colágeno e a capacidade de contração
é mais lenta porque há baixa oferta de oxigenação pelos vasos capilares, prejudicando a
atividade dos fibroblastos, lentificando e interferindo na resposta cicatricial.

EXTENSÃO E LOCALIZAÇÃO DA FERIDA

Quanto ao tamanho da área lesionada deve-se considerar a extensão e a


profundidade que foi acometido o tecido, pois quanto maior for a extensão e profundidade
maior a probabilidade de infecção e o tempo de cicatrização.
Em relação à localização anatômica em que se encontra a lesão, o fator agravante
ao processo de cicatrização são as particularidades de cada região como as articulações,
cabeça, pescoço e regiões abdominais, pois há um maior volume de irrigação sanguínea
e drenagem nessas áreas que interferem na escolha do tratamento a ser utilizado,
necessitando previamente de uma avaliação criteriosa do Enfermeiro.

MOBILIDADE DO PACIENTE

Os pacientes que possuem o autocuidado prejudicado e déficit em se movimentar


no leito possuem maior probabilidade de desenvolver lesão de pele devido à pressão e
compressão da microcirculação dificultando a nutrição e oxigenação celular e
dificultando o fluxo arteriovenoso e linfático de um ou mais membros.
36

CARACTERÍSTICAS DE DIFERENCIAÇÃO DAS ÚLCERAS

Conforme definido anteriormente a úlcera cutânea é uma lesão de pele


caracterizada por uma perda de substância dermo-hipodérmica que não mostra nenhuma
tendência a cicatrizar-se em até seis semanas por uma alteração da homeostase vascular.
Citamos diversos tipos de úlcera, dentre eles estão: úlceras por pressão,
encontradas nos ambientes hospitalares e nas internações domiciliares; as úlceras
tropicais, muito encontradas em nosso país, e as úlceras de perna, sejam elas venosas
arteriais ou mistas. As úlceras de pernas constituem um sério problema médico e
socioeconômico, elas podem ocorrer na faixa etária de 20 a 40 anos. Pesquisas da OMS
revelam que a frequência dessas úlceras é equivalente à do câncer e diabetes.
• Nos EUA a percentagem é de 0,3 % da população geral.
• Na Dinamarca é de 3,9%, e na Inglaterra é de 0,4%.
• No Brasil, estima-se que gire em torno de 3,0% (2 milhões de pacientes).
• As úlceras de perna são, sem dúvida, um importante fator de morbidade,
com grande repercussão socioeconômica.
Sendo assim, apresentamos, alguns tipos de úlceras, suas características e
definições, prevenção e tratamento.

FORMAÇÃO DA ÚLCERA
• Isquemia tecidual;
• Espessamento das fibras musculares;
• Comprometimento arterial;
• Necrose do tecido gorduroso;
• Formação de fibrina nos vasos capilares.

ÚLCERA VENOSA
A função da veia é levar o sangue de retorno ao coração, após ter cumprido a
função de trocas metabólicas e térmicas ao nível dos tecidos. No sistema venoso existem
três sistemas de veias diferentes em posições anatômicas e funções, sendo esses sistemas
denominados: superficial, profundo e perfurante.
As veias desses sistemas possuem inúmeras válvulas, que servem para direcionar
a corrente sanguínea impedindo seu refluxo. Este fluxo tem que vencer, além da pressão
37

positiva abdominal, a ação da gravidade que se exerce, intensamente sobre os membros


inferiores.
Quando essas válvulas estão comprometidas, vários sinais começam a ser
observados decorrentes de um fenômeno chamado ESTASE VENOSA.

FONTE: Manual Merck.

ESTASE VENOSA: é um dano crônico ou agudo do fluxo de sangue das pernas


que resulta em aumento da pressão hidrostática capilar e consequentemente a hipertensão
venosa, que pode levar a ruptura da pele.
38

42

FONTE: Disponível em: <www. sbacvrj.com.br>.

FATORES PREDISPONENTES
• Hereditariedade;
• Idade;
• Sexo;
• Obesidade;
• Postura predominante de trabalho;
• Varizes.
39

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

VARIZES:
É a dilatação de uma veia transportadora do retorno venoso.

FISIOPATOLOGIA
O processo de retorno venoso ao coração é feito pelas válvulas, que impedem que
o refluxo sanguíneo de volta à periferia. Quando elas apresentam problema no seu
funcionamento o sangue reverte seu curso, voltando para baixo, enfraquecendo a veia.
O sangue venoso, pobre em oxigênio e nutrientes, permanece nos tecidos
causando dilatações, edema e impedindo que o sangue arterial nutra os tecidos. Esses
necrosam, dando origem a eczemas e úlceras.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
• Geralmente localizada na região maleolar medial, por ser a área de maior
hipertensão venosa e além de haver perfurantes insuficientes ao nível de tornozelo.
• Abaulamento do tornozelo quando as pernas estão ligeiramente pendentes;
• Descoloração no tornozelo;
• Edema de tornozelo e pé, não depressível;
• Pulsos presentes;
• Pode estar presente uma lipodermatoesclerose (regiões esbranquiçadas,
próximas à lesão);
▪ Dermatite venosa (hiperpigmentação);
▪ Exsudato purulento em 80% das úlceras;
▪ Incidência elevada de erisipela, devido ao comprometimento, da rede
linfática;
40

▪ Não há claudicação;
▪ Desconforto moderado devido à úlcera aliviado por elevação.
▪ Úlceras superficiais com bordas irregulares em fase de evolução.

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Edema, Atrofia branca (lipodermatoesclerose) e Hiperpigmentação.

45

FONTE: UNIVERSITY ERLANDEN, dia/mês/ano.


41

EDEMA: primeiro sinal de insuficiência vascular circulatória (IVC);


inicialmente a parede dos vasos sofre alterações em sua estrutura por alteração do
oxigênio; em sua fisiologia ocorre um desequilíbrio entre filtração e absorção.
O edema se reduz com a elevação do membro completamente, erroneamente se
faz a elevação apenas dos pés apoiados em travesseiros que mascarram a terapêutica
empregada dificultando o retorno venoso e ainda o mais grave, o fluxo arterial.
ATROFIA BRANCA/ LIPODERMATOESCLEROSE: em consequência à
dificuldade do retorno venoso temos a hipertensão venosa crônica, que na veia sadia há
referências literárias que em repouso a pressão vascular é de 0 mmHg esta que se altera
com o deambular ou o indivíduo em pé. Essa hipertensão causa um dano venoso e
intersticial, não ocorrendo formação de novos capilares intralesional e
consequentemente a atrofia, derrmo epidérmica, caracterizando a borda com manchas
angiomatosas ou de pigmentação.
HIPERPIGMENTAÇÃO: Ocorre a perda de caráter laminar do fluxo e a
diminuição da permeabilidade capilar, consequentemente temos a aglutinação das
hemácias e diapedese das hemácias no interstício (tecidos), com a deposição da
hemosiderina (resultado final do metabolismo do ferro) e o aumento dos melanócitos
aparecem alguns micros trombos, caracterizando as manchas escuras e pontos de
pigmentação em meio à atrofia branca.

Anamnese e Histórico
• Patologia familiar de caráter hereditário;
• Estilo de vida e condição particular;
• Doença, intervenções, trauma pregresso;
• História da formação da úlcera;
• Diabetes;
• Varizes em membros inferiores;
• Dislipidemias;
• Doenças cardiovascolares.

CONDUTAS:

1- Avaliação da lesão quanto ao seu aspecto físico: localização,


profundidade, bordas, leito, exsudato e mensuração e dor.
42

2- DOR: de característica peculiar às lesões isquêmicas em sua menor


intensidade, considerando todo o histórico do cliente e da lesão quanto à umidade da lesão
e da cobertura utilizada, da presença de infecção e estase venosa. O tratamento
farmacológico antes da realização do curativo auxilia a adesão ao tratamento e reduz o
fator stress do cliente, tornando o procedimento menos traumático e humano.
3- Aplicação da compressão do membro inferior pode ser de três tipos:
bandagem de curto estiramento ou inelástico indicado apenas para as pessoas que
deambulam, pode ser obtida pela Bota de Unna.
4- Bandagens de longo estiramento ou elásticas, não são as mais utilizadas
no Brasil devido ao seu custo e ao clima em que vivemos, são de compressão contínua
mesmo com o membro elevado e durante vários dias.
5- Meias-calças elásticas são poucas usadas pela não praticidade aos idosos e
necessitam de uma cobertura primária e devem ser substituídas por no máximo seis
meses.

47

6- Consultar uma equipe multiprofissional clínico, intervencionista e


cirúrgico, para tratar a causa, a consequência e a reabilitação da insuficiência vascular
circulatória e manter um cuidador constantemente orientado sobre o prognóstico,
tratamento e o tempo que estas úlceras levam para melhorar e ou cicatrizar.

ÚLCERA ARTERIAL
43

A lesão do sistema vascular periférico inclui também a lesão de artérias em suas


diferentes estruturas anatômicas, sejam elas as pequenas, médias e as grandes, superficiais
ou profundas, e ainda estão relacionadas com as condições biológicas do ser humano e
das condições culturais quanto aos hábitos alimentares e sociais, quanto ao sedentarismo
na população adulto e jovem.

CARACTERÍSTICA:
A lesão arterial periférica é descrita em várias referências literárias como um
acúmulo de gordura na parede das artérias (aterosclerose) e pelo endurecimento desta por
processos degenerativos (arteriosclerose) acometidos por doenças crônicas degenerativas
(Diabetes e Hipertensão Arterial sistêmica).
Essa lesão é progressiva, inicialmente ocorre uma redução de fluxo ocorrendo a
isquemia, e consequentemente se não corrigido a causa, ocorre a obstrução do vaso de
pequeno a grosso calibre com a perda total de tecidos por necrose e ou gangrena. Com
característica de ser uma lesão de membros inferiores que denominamos como Úlcera de
Perna, com sinais clínicos iniciais que vai de uma simples arterite de pequenos vasos a
uma obstrução parcial ou total de um grande vaso comprometendo todo um membro e até
a vida deste indivíduo.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

PATOGÊNESE:
• Embolia cardíaca;
• Vasculopatia periferica obstrutiva;
• Inativação do mecanismo arteriolar e capilar de compensação;
44

• Aumento da resistência periférica;


• Redução do fluxo hemático > 50%;
• Vasculopatia inflamatória.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

Características clínicas
• Claudicação intermitente aliviada pelo repouso;
• Dor noturna, aliviada por uma posição pendente;
• Dor em repouso, no ponto da úlcera;
• Pés frios e unhas dos pés espessadas;
• Pulsos ausentes ou diminuídos;
• Atrofia cutânea (fina e lustrosa);
• Perda de pelos da extremidade inferior;
• Rubor quando pendente;
• Palidez por elevação;
• Possível gangrena.

Fatores predisponentes
• Tabagismo;
• Hiperlipidemia;
• Diabetes Mellitus;
• Hipertensão.
45

50

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

Localização da úlcera
• Cabeças das falanges;
• Calcanhar;
• Maléolo lateral;
• Pré-tibial;
• Extremidades dos dedos do pé ou entre os dedos do pé.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

CARACTERÍSTICAS DA ÚLCERA:
46

▪ Pálida com bordas regulares (como se cortado com uma forma);


▪ Leito da ferida pálido, ressecado;
▪ Mínima secreção;
▪ Aparência de perfuração;
▪ Poderá não ter sangramento;
▪ Poderá apresentar tecido necrótico negro;
▪ Área perilesional pálida;
▪ Pequenas quantidades de tecido de granulação pálido.

FONTE: UNIVERSITY ERLANDEN.

O QUE INVESTIGAR?
• Pés frios;
• Pulsos ausentes ou diminuídos;
• Atrofia cutânea (fina e lustrosa);
• Perda de pelos da extremidade inferior;
• Rubor quando pendente;
• Palidez por elevação; Unha dos pés espessa;
• Possível gangrena.

CONDUTAS
• Tratar causa subjacente (cirurgia ou farmacoterapia); melhorar perfusão
tecidual;
47

• Decidir cuidadosamente quanto ao método de desbridamento, a


GANGRENA seca atua como uma capa protetora. Devido à redução do fluxo sanguíneo;
• Prevenção do trauma e infecção.

TERAPIA
• Terapia farmacológica;
• Terapia angioradiológica;
• Terapia cirúrgica;
• Terapia contra a dor.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

DOR

Sinais físicos
• Modificação da pressão arterial;
• Mudança na frequência cardíaca e respiratória;
• Modificações tróficas;
• Sintomas neurológicos.

Sinais visíveis
• Modificação na posição corporal;
• Expressão do rosto e da voz;
• Mudança no estado emocional;
• Anorexia, insônia e etc.
48

ÚLCERA NEUROPÁTICA

As úlceras neuropáticas são lesões de pele bastante comuns e que têm incidência
elevada na nossa população. São decorrentes, principalmente, da falta de sensibilidade
local que leva às deformidades e consequentemente à formação de lesões de pele.
Dentre as úlceras neuropáticas, a mais comum e a mais conhecida, é o pé
diabético, encontrado em larga escala nas Unidades Básicas de Saúde e que acomete uma
grande parcela da população idosa do País.
Outra neuropatia bastante conhecida é a causada pela Hanseníase, também
comumente encontrada nos Postos de saúde de todo Brasil, e com grande incidência no
estado do Mato Grosso do Sul.

ÚLCERA NEUROPÁTICA NA HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução lenta e duração bastante longa,


é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, também conhecida por
Bacilo de Hansen.
Essa doença atinge principalmente a pele e as extremidades do corpo, sendo uma
das suas principais características comprometimento dos nervos periféricos, o que
acarreta diminuição ou perda de sensibilidade nos membros, além do comprometimento
dos filetes nervosos e alguns anexos da pele, como os folículos pilosos, glândulas
sudoríparas e sebáceas.

Patogênese da úlcera neuropática na hanseníase

O comprometimento dos nervos periféricos leva à diminuição da sensibilidade nos


membros, o que pode levar a formação de úlceras, principalmente nos pés, tanto por
trauma, uma vez que o indivíduo pode machucar-se sem sentir, quanto por pressão ou
fricção dos pés dentro do próprio calçado.

ÚLCERA DIABÉTICA
O Diabetes Mellitus é uma doença que acomete grande parte da população idosa
no Brasil, sendo considerada, juntamente com a hipertensão arterial, a doença crônica de
maior repercussão socioeconômica no nosso meio.
49

Além de todos os sintomas já conhecidos, causados pelo Diabetes


descompensado, outro agravante que, atualmente preocupa as autoridades em saúde são
as úlceras de pé, que acometem alguns portadores dessa patologia. Essas úlceras são
decorrentes de alterações neurológicas associadas, geralmente a um quadro infeccioso.
O surgimento dessa úlcera acontece de duas maneiras:

1. Por perda de sensibilidade:


2. Por doença vascular.

1. PERDA DA SENSIBILIDADE:

A constante hiperglicemia pode afetar os nervos periféricos das pernas e,


principalmente dos pés, o que leva a perda da sensibilidade tanto tátil, quanto térmica e
dolorosa, deixando o pé suscetível a traumas químicos, térmicos e mecânicos.

2. DOENÇA VASCULAR:

O paciente diabético tem uma maior propensão às doenças do coração e à


hipertensão arterial, uma vez que a glicemia aumentada por um tempo prolongado leva
ao endurecimento e ao estreitamento das artérias e arteríolas. Além dessas patologias,
temos também, as vasculopatias periféricas, que é o comprometimento dos vasos
periféricos.
Esse comprometimento leva a alguns sinais clínicos característicos, em seu
portador sendo:
• Pé frio, cianótico, em alguns casos e com a pele fina;
• Unhas deformadas e com presença de fungos, na maioria dos casos;
• Pulsos finos e diminuídos, dentre outros.
No caso dos pacientes diabéticos, podem aparecer lesões nos nervos por
comprometimento arterial, o que acarreta diminuição do aporte sanguíneo àquele nervo
levando- o à isquemia e consequentemente à diminuição da sensibilidade, já citada
anteriormente.

Características dos pés:


• Pulsos usualmente presentes;
50

• Pés frescos ou mornos;


• Ausência de dores (por vezes) devido à neuropatia;
• A pele das extremidades inferiores é seca com rachaduras/fissuras nos pés;
• Micoses nas unhas dos pés.

Características da úlcera:
• Profundas, podendo apresentas túneis;
• Pálidas, com bordas uniformes;
• Pode estar presente tecido de granulação;
• Pode existir calosidade ao redor;
• Localizada geralmente nos pés (área plantar), sendo as áreas mais comuns
as cabeças dos metatarsos e os pontos de pressão.

56
51

ESCALA DE RISCO: Sistema de Classificação de Meggitt – Wagner

GRAU/DEFINIÇÃO INTERVENÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DA
PROFUNDIDADE
0 – Neuropatia Ausente Orientação do paciente, exames
Pé “sob risco”: úlcera pregressa ou periódicos, calçados e solas internas
neuropatia com deformidade, que podem apropriados.
causar uma nova úlcera. Avaliação anual.
1 – Neuropatia presente Úlcera Redução da pressão externa: fôrma
superficial sem infecção. moldada de contato total, imobilização
para caminhar, calçados especiais, etc.
Avaliação semestral.
2- Neuropatia presente e/ou Desbridamento cirúrgico, cuidados com a
deformidades, proeminências e/ou ferida, redução da pressão se a lesão
isquemia: fechar e passar ao grau 1 (antibióticos se
Úlcera profunda com exposição de um necessário).
tendão ou articulação (com ou sem Avaliação trimestral por equipe
infecção superficial). especializada.
3- Úlcera e/ou amputação Desbridamentos cirúrgicos, amputação
Úlcera extensa com exposição de osso dos dedos ou de parte do pé, antibióticos,
e/ou infecção profunda, ou seja, redução da pressão se a ferida passar para
osteomielite ou abcesso. o grau 1.
Avaliação 1 a 3
meses por equipe
especializada.
4- Gangrena da parte externa do pé Avaliação e reconstrução vasculares,
amputação parcial do pé.
5- Gangrena total do pé Avaliação vascular, amputação ampla da
extremidade com possível reconstrução
vascular proximal.
ESCALA DE RISCO:

• Grau 0: pé em risco;
• Grau 01: úlcera superficial não infectada clinicamente;
• Grau 02: úlcera mais profunda, frequentemente infectada, sem
osteomielite;
• Grau 03: úlcera mais profunda, formação de abscesso,
osteomielite;
• Grau 04: gangrena localizada (dedo, parte dianteira do pé ou
calcanhar);
• Grau 05: gangrena de todo o pé.
52
53

CLASSIFICAÇÕES DA PROFUNDIDADE E ISQUEMIA DA LESÃO DO


PÉ DIABÉTICO

FONTE: Foto: M. Massulo.

PÉ DE CHARCOT

Os sintomas incluem temperatura cutânea elevada, hiperemia, edema, as vezes


dor, ausência de lesões na pele e de sinais radiológicos. Traumas precipitantes, tais como
distensão ou torção do tornozelo ou tropeço em degrau, são comuns nos relatos dos
pacientes. A progressão é rápida, com fragmentação óssea e destruição das articulações
visíveis aos raios X, acompanhada de exuberante reação periósteo.

Perguntas a serem feitas:


• Quando percebeu a ferida?
• Alguma secreção, cor, odor?
• Algum corpo estranho?
• Usam sempre sapatos?
• Faz controle da glicose sempre?
54

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

Condições do paciente:
• Verificar os sapatos e as meias, quanto a cerzidos e furos;
• Examinar ambos os pés e pernas comparando a aparência da pele e
alterações;
• Examinar a pele, verificar se está seca, rachada ou com cor alterada;
• Examinar os pulsos e presença de deformidades nos pés.

Orientações ao paciente:
• Verificar os pés diariamente;
• Lavar e secar os pés, hidratar até a perna;
• Verificar a temperatura da água antes do banho;
• Cuidado com as unhas, corte em quadrado;
• Verifique os calçados quanto à presença de corpos estranhos;
• Nunca ande descalço, não corte calosidades ou calos.

CALÇADOS ADEQUADOS:

O sapato não deve ser muito apertado nem muito folgado; a sua parte interna deve
ser de 1 a 2 cm maior do que o próprio pé; a largura interna do sapato deve ser igual à do
pé tomando como referência a face lateral das articulações dos metatarsos, e a altura com
espaço suficiente para os dedos. Os calçados devem ser experimentados com o paciente
em pé, de preferência no final do dia. Se ficarem muito apertados devido às deformidades
55

ou se há sinais de pressão anormal do pé, como hiperemia, calos, ulceração, a prescrição


e confecção de palminhas ou órteses, sapatos especiais devem ser efetuados.

GUIA DE DIFERENCIAÇÃO

ARTERIAL VENOSA LINFÁTICA NEUROPÁTICA

Seca, inelástica, Úmida. Úmida, Sensível, inelástica,


PELE sem pelos, fria. translúcida, pálida. 61
friável.

Localizado na Difuso, na perna e Sempre presente. Presente.


primeira fase. Ou pé e, se crônico, é
EDEMA sempre mais endurecido.
acentuado, na
fase de
descompensação
da lesão.

Acentuada. Presente. Com Acentuada. Acentuada.


DISCROMIA prevalência na face
anteromedial, de
cor marrom violeta.

Pequena, poco Dimensão variável, Pequena, Pequena, pouco


secernente, mas múltiplas, com profunda, fundo
róseo.
FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.
56

GUIA DE DIFERENCIAÇÃO DAS ÚLCERAS

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

ÚLCERA DE PRESSÃO

A expectativa de vida da população brasileira, segundo a OMS, tem aumentado


substancialmente nas últimas décadas, e com isso aumentou-se também o número e o
tempo das internações hospitalares causadas pelas doenças crônico-degenerativas, como
o diabetes e a hipertensão, além de outras doenças como pneumonias.
Infelizmente, com esse aumento do tempo de internação e associado às inúmeras
patologias decorrentes da idade e de vários outros fatores, encontramos um problema
comum em quase todos os hospitais do país, bem como nas internações domiciliares, a
ÚLCERA DE PRESSÃO, também chamadas de úlcera de decúbito.

DEFINIÇÃO

Área localizada de perda de pele e dos tecidos subcutâneos causados por pressão,
tração, fricção ou de uma combinação destes fatores.
FATORES DESENCADEANTES:
1. INTERNOS:
57

• Doença e estado do paciente;


• Desnutrição;
• Idade;
• Mobilidade;
• Incontinência urinária e fecal.

2. EXTERNOS
• Pressão;
• Fricção;
• Cisalhamento.
Sendo assim, os indivíduos mais propensos à formação desse tipo de lesão de pele
são aqueles com alterações na mobilidade, alterações sensoriais e da circulação periférica,
alteração do nível de consciência, disfunção de esfíncteres, desnutridos e
imunodeprimidos.

PATOGÊNESE
O nosso organismo precisa de energia e nutrientes para manter a vida, da mesma
forma o nosso tecido precisa de nutrientes e oxigênio para se manter vivo. Qualquer
injúria ou alteração que acarrete interrupção desse suprimento de energia pode levar ao
sofrimento tecidual e consequentemente morte das células.
58

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

No caso da úlcera de pressão, a isquemia é causada pela pressão das partes duras
do corpo, as proeminências ósseas, no tecido muscular. Essa pressão leva a uma
diminuição ou um bloqueio da circulação arterial, que é responsável pelo fornecimento
de nutrientes e oxigênio, com isso existe a formação de uma área isquêmica e por
consequência, a morte das células e o aparecimento da úlcera de pressão.

Causas da hipóxia

• Compressão;
• Obstrução Redução fluxo arterial; sanguíneo
• Estase venosa e linfática;
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• Déficit da Isquemia;
• Microcirculação;
• Congestão venosa;
• Trombose venosa;
• Necrose.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

ETIOLOGIA DAS ÚLCERAS DE DECÚBITO

A) SUPERFÍCIES DE APOIO E COMPRESSÃO

B) POSICIONAMENTO

• Pressão;
• Atrito;
• Cisalhamento;
• Umidade.
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CLASSIFICAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO

ESTÁGIO 1: neste estágio a pele ainda está integra, entretanto, existem algumas
alterações que são indicativas de isquemia, tais como; mudança na temperatura local (seja
calor ou frio), mudança na consistência do tecido, podendo aparecer desde áreas
amolecidas ou endurecidas, ao edema. Além dessas alterações pode aparecer também
uma área avermelhada, chamada eritema, que não desaparece depois de retirada a pressão.

ESTÁGIO 2: já neste estágio existe perda de tecido. A úlcera ainda é superficial,


atingindo epiderme e derme. E pode apresentar-se como abrasão, uma espécie de
queimadura, bolha ou uma cratera rasa.

67
61

ESTÁGIO 3: temos a perda de todas as camadas da pele, sendo a epiderme,


derme e tecido subcutâneo, podendo ter ou não tecido necrótico.

ESTÁGIO 4: é o último estágio, além da perda de todas as camadas da pele,


existe ainda comprometimento do tecido muscular, ósseo, ligamentos, tendões, com o
aparecimento de crateras e túneis.

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FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.


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TRATAMENTO

AVALIAÇÃO DOS RISCOS:

O tratamento da úlcera de pressão se baseia, primeiramente, na avaliação dos


riscos. Essa avaliação pode ser feita de diversas maneiras, uma delas é a utilização das
escalas de risco, aqui citamos como exemplo a escala de avaliação de NORTON.
NORTON: Parâmetros de Avaliação
• Condição geral;
• Estado mental;
• Atividade;
• Mobilização;
• Incontinência.

CUIDADOS COM A PELE DO PACIENTE

Avaliar e inspecionar a pele do paciente constantemente, mantendo-a seca e


hidratada.
63

DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO

• Manter o paciente, quando acamado, em colchão de ar;


• Mudar de decúbito a cada duas horas, mesmo em colchão de ar e outros;
• Evitar lesões por cisalhamento, mantendo cabeceira elevada a < 30°;
• Manter proeminências ósseas afastadas do contato mútuo;
• Elevar calcanhares.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

PROIBIDO
Luvas de procedimentos com ar ou água e rodilhas (almofadas com orifício) de ar
ou de ataduras. Essas são falsas medidas de diminuição de pressão que se utilizadas
constantemente, acabam por aumentar ainda mais a área de isquemia piorando o quadro
do paciente.
EXISTEM DIVERSOS MÉTODOS PARA REDUZIR A PRESSÃO DE APOIO
E QUE SE ADAPTAM AOS DIVERSOS MOMENTOS DO PACIENTE. MAS
NINGUÉM PODE SUBSTITUIR A INTERVENÇÃO HUMANA E A MUDANÇA
HABITUAL DE DECÚBITO.
FERIDA INFECTADA
A infecção é a complicação mais comum das lesões de pele crônicas e, pode ser
considerada a mais grave e importante complicação, uma vez que pode deixar de ser local
para se tornar sistêmica o que implica em uso de antibioticoterapia sistêmica, muitas
vezes endovenosa, o que requer internação em ambiente hospitalar causando estresse ao
64

paciente e familiares, e aumentando, consequentemente, o tempo de tratamento desta


lesão além dos custos com medicamentos e curativos.
Dessa forma é importante lembrar que toda lesão de pele pode torna-se infectada
se não houver a atenção e um cuidado terapêutico adequado, o qual deve partir de
avaliações criteriosas e diárias das condições de pele de cada paciente, evitando
complicações sistêmicas que podem evoluir desde uma simples perda de tecido até o óbito
do paciente. Salientando e afirmando que o exame físico realizado em equipe pelos
profissionais da enfermagem e a sistematização da assistência pelo Enfermeiro é de suma
importância e primordial na prevenção e tratamento de lesão de pele.

DEFINIÇÕES

• Contaminação: Presença de bactéria sem multiplicação.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

• Colonização: Multiplicação bacteriana sem que haja, entretanto, qualquer


reação do organismo a esses patógenos. Presente em todas as feridas.
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FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

• Infecção: Deposição e multiplicação de microorganismos no tecido com


reação imunológica do hospedeiro a esses patógenos.

Relembrando a primeira fase da cicatrização, a fase inflamatória, é importante que


o profissional saiba diferenciar um processo inflamatório do processo infeccioso, por
meio do exame clínico e laboratorial de cada lesão.

A BACTÉRIA E A LESÃO

Não existe uma úlcera crônica estéril. Em uma única ferida podemos encontrar
diversas bactérias, entretanto, isto não significa que a úlcera esteja infectada.
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A infecção causa várias reações de estruturas anatômicas e funcionais do


indivíduo, alterações estas localizadas e sistêmicas que clinicamente identificam o início
do processo infeccioso.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

Sistêmico
• Mudança de temperatura: Hipertermia (sinal precoce) e Hipotermia (sinal
tardio de infecção severa).
• Taquicardia.
• Hiperventilação.
• Dor (dependente sensibilidade do local afetado).
• Desorientação e obnubilação.
• Intolerância à glicose.
• Maior consumo metabólico e um aumento da necessidade hídrica.
• Anemia mais frequente.

Evidências clínicas de infecção


• Piora da ferida.
• Aumento de exsudação.
• Secreção purulenta.
• Celulite (rubor, calor, tumor, dor).
• Odor intenso e não usual.
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• Aumento da dor.
• Mudança no tecido de granulação.
• Celulite (rubor, calor, tumor, dor).

Fatores que potencialmente causam infecção:


• Tipo de ferida.
• Profundidade.
• Localização.
• Nível de perfusão tecidual.
• Tecido desvitalizado e/ou material necrótico.
• Estadia pré-operatória prolongada e tempo de cirurgia (p/ pacientes
cirúrgicos).
• Presença de corpo estranho.
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• Eficácia antimicrobiana.
• Infecção remota.

Fatores sistêmicos que facilitam a infecção:


• Doença vascular.
• Edema.
• Cirurgia / Radiação.
• Incompetência imunitária.
• Alcoolismo.
• Deficiência nutricional.
• Doença crônica.
• Uso de corticoides, quimioterápicos.
• Isquemia ou hipóxia.
• Hipotermia.
• Tabagismo.
• Corpos estranhos na ferida (suturas, sujidades p. ex.).
69

PRESENÇA E TIPOS DE DRENAGEM

Exsudatos:
São fluidos extravasados dos vasos sanguíneos, material proveniente de células
mortas de dentro ou redor da ferida, fatores de crescimento e da divisão da matriz
extracelular. E ainda quando o microrganismo presente na lesão é degradado e seu
derivado compõe esta exsudação, são esses que definem a coloração desta secreção. Seus
aspectos podem ser:
• Seroso.
• Sanguinolento.
• Purulento.
• Fibrinoso.
• Reação mista.
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1- Seroso: é caracterizado por uma intensa liberação de quantidade de líquido


com baixo conteúdo proteico e origina-se do soro sanguíneo. Presente na fase inflamatória
aguda, tem aspecto fino, aguado e claro. É encontrado no estágio inicial da infecção
bacteriana.
Sanguinolento: é decorrente de lesões com ruptura de vasos. Aspecto fino,
vermelho e brilhante. E ainda temos o ser sanguinolento que apresenta os seguintes
aspectos: uma cor pálida avermelhada, aguada. Mistura de seroso com sanguinolento.
Pode ser descrito como padrões mistos que ocorrem em muitas inflamações.
2- Purulento: é um líquido composto por células e proteínas produzidas por
um processo inflamatório asséptico ou séptico. Aspecto fino ou espesso, com coloração
variando de marrom opaco para amarelo.

3- Fibrinoso: é o extravasamento de grande quantidade de proteínas


plasmáticas, e a precipitação de grandes massas de fibrina. Durante a realização da técnica
do curativo forma uma liga com o tecido de limpeza e a lesão.
71

FIBRINA: proteína insolúvel, formada a partir do fibrinogênio pela ação


proteolítica da trombina, durante a coagulação do sangue, é aderente aos tecidos e tem
coloração esbranquiçada ou amarelada, que chamamos de esfacelo.

4- Exsudato misto: serossanguinolento, seropurulento, serofibrinoso ou


fibrinopurulento.

Coloração do exsudato:

Depende do tipo de exsudato e pode ser característica do pigmento específico de


algumas bactérias. Sendo as mais frequentes: Esbranquiçadas, amareladas, esverdeadas e
achocolatadas.

Odor do exsudato:
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É proveniente de produtos aromáticos produzidos por bactérias e tecidos em


decomposição. Devemos observar se, o exsudato é inodoro ou fétido.

RESUMO E ORIENTAÇÃO AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO QUANTO


ÀS CARACTERÍSTICAS DO EXSUDATO

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ASPECTO QUANTIDADE COR ODOR

- Seroso - Ausente - Amarelada


- Sanguinolento - Pequena - Esbranquiçada
- Purulento - Moderada - Esverdeada
- Fibrinoso - Grande - Achocolatada

O QUE OBSERVAR?

IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE ETIOLÓGICO


73

Indicação da coleta de material:


• Sinais locais e sistêmicos de infecção.
• Aumento súbito de glicose (em diabéticos).
• Dor, tumefação e hipersensibilidade no local da lesão.
• Atraso na cicatrização maior que 02 semanas em feridas limpas.

Coleta de material:

A identificação do agente etiológico se dá por meio da cultura de material de


BIÓPSIA ou PUNÇÃO (ASPIRAÇÃO) e, eventualmente, o uso de SWAB.

IMPORTANTE!!
O Swab identifica somente a bactéria responsável, mas não indica a presença de
infecção!

Cuidados durante a coleta:


• Lesão exsudativa: lavar abundantemente com soro fisiológico 0,9% para
remover o exsudato superficial.
• Lesões bolhosas e abcessos fechados devem ser puncionados com técnica
asséptica.
• Em infecção por anaeróbios é recomendado a punção asséptica e o envio
do material ao laboratório em condições de anaerobiose (seringa com agulha protegida
ou frasco coletor).

A AVALIAÇÃO

Como avaliamos a lesão com infecção?


• Eritema perilesional.
• Sinais clássicos de inflamação.
• Pele brilhante.
• Tumefação local.
• Dor importante.
• Características da drenagem.
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• Exsudação elevada e odor da drenagem.


• Tecido de granulação pobre e desvitalizado.
• Maceração do tecido perilesional e borda.
• Alterações laboratoriais de glicose em pacientes diabéticos.

TRATAMENTO DA FERIDA INFECTADA

Antibiótico

É qualquer substância proveniente de um microrganismo e letal para outro tipo


de microrganismo. A função antibacteriana do antibiótico é voltada ao metabolismo ativo
da bactéria.

Antisséptico

É uma substância capaz de inibir o crescimento do agente infeccioso, sobre uma


superfície corpórea. A função antibacteriana do antisséptico é voltada para a
citotoxicidade direta contra o microrganismo ou a sua toxina.
Tratar uma lesão infectada não significa usar indiscriminadamente terapia
antibiótica tópica! O uso indiscriminado de antibiótico tópico é a principal causa do
aparecimento de importantes resistências bacterianas.
75

Porque utilizar?
Porque o propósito da medicação é, neste caso, a redução da função bacteriana e,
por consequência, acelerar o processo de cura, o qual tende a desacelerar e finalizar a
cronicização, na presença de infecção local.

Porque não utilizar?


Porque a antissepsia projeta um conceito de agressividade contra uma bactéria,
que de qualquer modo, implica uma certa agressividade também contra o hospedeiro. Ou
seja, o antisséptico exerce ação capaz de induzir citotoxicidade na lesão.
Dentre os antissépticos alguns são certamente citotóxicos: independentemente da
sua ação antisséptica e uma vez feita esta comprovação, não podemos jamais pensar em
utilizá-lo.

TRATAMENTO GERAL

• Correção da patologia associada e intercorrências;


• Reequilíbrio geral do paciente;
• Tratamento da infecção sistêmica;
• Nutrição adequada.
Essas medidas globais são importantes uma vez que todo processo infeccioso
acarreta um aumento do consumo metabólico e um aumento da necessidade hídrica,
necessitando, portanto, não apenas de tratamento local, mas de um tratamento global
visando a reestruturação total do quadro clínico do paciente.

TRATAMENTO LOCAL

• Identificação do paciente de risco.


• Higiene e limpeza.
• Proteção da pele.
• Controle da incontinência.
• Mobilização ativa e passiva.
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AVALIAÇÃO DA FERIDA
COMEÇANDO A CUIDAR

A assistência do indivíduo deve ser realizada de forma global. Não adianta apenas
cuidar da ferida, traçar planos de assistência visando à evolução da cicatrização ou
escolher o tipo de curativo a ser utilizado. O ser humano é muito maior que tudo isso! A
ferida faz parte de um todo, pertence a um ser único e singular.
O cuidar exige flexibilidade. Estar disposto a utilizar de recursos que possam
otimizar a assistência. Essa flexibilidade provém de interação, não só com o indivíduo,
mas também com o profissional, em adaptar-se com o meio em que o indivíduo vive.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Dos princípios fundamentais:


Art. 5°: O profissional de enfermagem presta assistência à saúde visando a
promoção do ser humano como um todo.

IMPLICAÇÃO PSICOSSOCIAL

• BACH: a pele é o confim entre o sujeito e o mundo externo.


• Alteração do esquema corpóreo e das relações com o mundo externo leva
à perda de autoestima e depressão.
Palavras como: Proteção, confiança e colaboração podem abrir portas ou
restabelecer a confiança no cuidador.

O QUE AVALIAR?

O Paciente
O paciente crônico, inicialmente, não confia no terapeuta, uma vez que já convive
há muito tempo com aquele problema e conhece melhor do que ninguém a forma como
deve se cuidado.
O chamado drop-out (saltar fora) é causado por essa perda de confiança, onde o
problema mais comum é a dor. Dessa forma é importante que o cuidador dê atenção não
77

apenas ao paciente, portador da lesão, e sim ao seu ambiente familiar, pois esta é uma das
formas de se ganhar a confiança e a adesão do paciente ao tratamento.

Condições físicas, idade e medicamentos


• Pacientes desnutridos possuem a cicatrização diminuída, causada pela
pouca energia (nutrientes e oxigênio) dispensada ao reparo da lesão.
• O processo de cicatrização requer maior gasto de energia e
consequentemente maior aporte calórico.
• Idade: quanto maior a idade, menor a velocidade da cicatrização o que é
causada pela diminuição da quimiotaxia das células e do metabolismo energético.
Diminuição da produção de colágeno e elastina, diminuindo, assim, a elasticidade da pele.
• Presença de doenças crônicas associadas, como o Diabetes mellitus e a
hipertensão arterial, que quando não controladas prejudicam o processo de cicatrização.
• Medicamentos: uso de corticosteroides, imunossupressores e
quimioterápicos, uma vez que essas medicações diminuem o processo inflamatório, a
quimiotaxia das células, prejudicando de forma importante a primeira fase da
cicatrização, a fase inflamatória.

Mobilidade
Toda e qualquer lesão precisa de energia para se fechar, e os nutrientes com o
oxigênio necessários, são conduzidos até o local da lesão pela corrente sanguínea, sendo
que o aporte sanguíneo diminuído às áreas de compressão, as quais são causadas pela
imobilidade, dificulta e retarda o processo de cicatrização. Além de retardar a cura, a
imobilização e compressão constantes aumentam o risco para a formação de novas lesões.
Portanto é importante identificar possíveis fatores que poderão interferir no
processo de cicatrização:
• Alimentação;
• Doença de base;
• Imobilização no leito;
• Medicamentos que utiliza.
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Inspeção geral:
Aspecto da lesão;
Cor;
Temperatura local;
Umidade;
Ressecamento;
Localização anatômica;
Exsudato.

Inspeção especial

1. Identificar tipo de lesão e os sinais locais que podem interferir na


cicatrização:
• Lesão primária, secundária ou terciária;
• Sinais de infecção;
• Fístulas.

2. Palpação:

• Avaliar a profundidade da lesão;

• Sua consistência, seus limites;

• Condições da pele adjacente;


FONTE: Disponível em: <www.eerp.usp.br>.

3. Localização anatômica:
• Feridas em cabeça e pescoço possuem maior irrigação sanguínea;
• Abdominais: Drenagem elevada;
• Região sacral: risco de infecção.
79

91

4. Avaliar presença de infecção


Sinais clássicos:
• Eritema e dor;
• Aumento da temperatura local e exsudato.

5. Anamnese:
• Doença de base;
• Tipo de ferida;
• Evidência clínica de infecção sistêmica;
• Tempo de antibiótico.

6. Inspeção clínica:
• FC;
• Temperatura;
• Pressão arterial;
• Presença e tipo de exsudato;
• Extensão;
• Bordas:
• Bordas difusas;
• Bordas aderidas;
• Não aderida;
• Enrolada para baixo, espessada;
• Hiperqueratosa;
• Fibrótica, com cicatriz.
80

Porque avaliar a borda:


• Avaliar a pele migrando sobre o leito da ferida, retração das bordas: lesão
com intenção de cicatrizar.
• Ferida parada, não há migração da pele sobre o leito da ferida, as bordas
não definidas; lesão sem intenção de cicatrizar.
É importante lembrar que a migração dos fibroblastos ocorre da borda para o
centro da ferida, portanto, qualquer alteração que existir na borda da ferida irá interferir
diretamente no processo de cicatrização.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

ALGUMAS DEFINIÇÕES

PELE ÍNTEGRA
Tecido sem a presença de solução de continuidade.
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PELE LESADA

Qualquer interrupção da continuidade do tecido corpóreo.


81

PELE DESIDRATADA

É causada pela diminuição da umidade da epiderme, podendo evoluir para uma


crosta seca, que dificulta a troca gasosa, retardando o processo de cicatrização.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

PELE MACERADA

Excesso de Super hidratação da pele circunjacente a lesão.


82

CICATRIZES

É o novo tecido formado através do acúmulo de células e colágeno no leito da


ferida.

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.


83

CELULITE/INFLAMAÇÃO

Processo inflamatório das células epiteliais.

96

FONTE: E. RICCI, et al. Atualização do tratamento local das úlceras, 1999.

DOCUMENTAR
• Os dados levantados sobre o paciente (doença de base, patologia associada,
medicação.)
• Dados levantados sobre a ferida após uma primeira avaliação e após as
avaliações subsequentes.
• Controle da evolução da lesão.

Documentar é preciso.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM


Capítulo 4: Dos deveres:
• Art. 25 – Garantir a continuidade da assistência de enfermagem.

TÉCNICA DE CURATIVO
84

Como discutido anteriormente, tratar uma lesão não significa apenas aplicar um
produto ou substância, significa cuidar de um ser único, que possui suas peculiaridades e
que devem ser respeitadas na hora de escolher a forma de tratamento.
O tratamento da uma lesão com a utilização de um curativo tem várias finalidades
como limpar a ferida, proteger de traumas mecânicos e imobilizar, além de prevenir
contra infecções exógenas.

Definição

É um meio terapêutico que consiste na limpeza, com aplicação de procedimentos


assépticos, que vai desde a irrigação como solução fisiológica até as coberturas
específicas que poderão auxiliar no processo de cicatrização.

A escolha dos curativos e os cuidados devem ser estabelecidos conforme:


▪ A etiologia e localização da lesão;
▪ Tamanho de ferida;
▪ Condições clínicas;
▪ Fases do processo de cicatrização.
A enfermagem deve ser bastante criteriosa, utilizar de curativos e medicamentos
nas lesões, considerando os seguintes fatores no processo de cicatrização, uma vez que,
já é sabido, que podemos interferir tanto de uma forma positiva quanto negativa no
tratamento:
As propriedades físicas de proteção e manutenção de medicamentos; Intervalo
de trocas entre o curativo.

10 TIPOS DE CURATIVOS

1. Abertos: Utilizados em algumas feridas agudas.


85

2. Semioclusivos: Curativos comumente utilizados em feridas cirúrgicas.


Absorvem e isolam o exsudato, permitem exposição da ferida ao ar.

3. Oclusivos: Têm como finalidade vedar e impedir a perda de fluidos, bem


como proporcionar isolamento térmico. A vedação é feita por meio de gazes, faixas e
espuma.
86

4. Compressivos: Reduzem o fluxo sanguíneo e promovem a hemostasia.


Aproxima as bordas da ferida.

VANTAGENS DO MEIO ÚMIDO

O meio úmido tem algumas vantagens em relação aos curativos secos. Estimula
a epitelização, a formação do tecido de granulação e maior vascularização. Facilita a
remoção do tecido necrótico e impede a formação de espessamento de fibrina. Promove
a diminuição da dor, evitando traumas na troca do curativo, além de manter a temperatura
corpórea.

NORMAS DE ASSEPSIA:
87

• Lavar as mãos antes e após a realização dos curativos;


• Obedecer aos princípios de assepsia;
• Remover assepticamente tecidos necrosados;
• Obedecer aos princípios de realização do procedimento: do menos para o
mais contaminado;
• Utilizar luvas estéreis em substituição ao material de curativo ou em
procedimento que possam entrar em contato com a ferida/úlcera;
• Curativos removidos para inspeção da lesão devem ser trocados
imediatamente.

NORMAS TÉCNICAS PARA REALIZAÇÃO DOS CURATIVOS

Técnica asséptica ou estéril:


• Lavar as mãos com solução antisséptica antes e após a realização do
curativo;
• Utilizar material e luvas estéreis para manipular a lesão;
• Limpar a lesão com solução estéril;
• Utilizar cobertura estéril;
• Recomendada a utilização exclusiva da técnica para tratamento hospitalar.
Técnica limpa:
• Lavar as mãos com água e sabão;
• Utilizar material limpo para a manipulação da lesão;
• Limpar a lesão com água limpa e tratada;
• A cobertura da lesão deve ser preferencialmente estéril;
• Técnica utilizada no tratamento domiciliar.

O CDC (Center for Disease Control), em 1994, considerou as mãos como


principal veículo de transmissão de infecções, preconizando padrões para o procedimento
de lavagem e antissepsia das mãos.

LAVAGEM DAS MÃOS


88

Objetivo da lavagem das mãos:


• Remover a sujeira das mãos e quebrar cadeia de infecção;
• Reduzir as contaminações cruzadas;
• Melhorar, na visão do público, a imagem de higiene e a credibilidade dos
profissionais da área de saúde.

Observações importantes:
• Retirar anéis, relógios e pulseiras;
• Não encostar na pia;
• Utilizar sabão líquido;
• Não é indicado uso de toalhas de pano e coletivas;
• Utilizar creme hidratante de uso único e de pote individual para as mãos.

MATERIAL PARA CURATIVOS

• Pacote de curativo
• O pacote de curativo deve obedecer a princípios de assepsia e
esterilização, podendo ser descartável ou não. É importante lembrar que o pacote
nunca deve ser utilizado caso haja suspeita que ele não tenha sido esterilizado.
• Soro fisiológico 0,9% ou água destilada
• Deve ser aquecido próximo a temperatura de 37º C quando
utilizado em tecido de granulação e epitelização, em temperatura inferior a essa
ocorrerá um choque térmico, e a pele levará de 03 a 04 horas para voltar a
temperatura normal.
• Técnica do jato de soro
• Técnica utilizada para higienização do tecido de granulação. Nesta
técnica pode-se utilizar o próprio frasco de soro ou uma seringa de 20 ml, e agulha
40X12 mm, para exercer a devida pressão (04 a 15 pps).
89

Além do tecido de granulação essa técnica é utilizada para limpeza de cavidades


e pontos subtotais, áreas de difícil acesso apenas com gaze úmida.
Os pontos subtotais são pontos que abrangem todas as camadas da parede
abdominal, da pele até o peritônio. Eles são confeccionados com equipo de soro e fio tipo
cordonê. Para proceder a limpeza desses pontos, deve-se lavar todos os pontos
introduzindo soro fisiológico 0,9% com auxílio de uma seringa com agulha 40X12 mm
no interior de cada ponto, colocando uma gaze no lado oposto para reter a solução.
Continuar a limpeza de todo o restante da lesão, com o auxílio de uma pinça,
utilizando a técnica asséptica. Realizar a limpeza de dentro para fora e de cima para baixo,
utilizando as duas faces da gaze sem voltar ao início da incisão.

Pontos subtotais.

Fita adesiva
90

A fita adesiva sempre deve ser retirada molhando-a com SF 0,9%, para evitar a
lesão da pele do paciente por trauma local. Se possível priorizar a utilização das fitas
indicadas pelo fabricante, como hipoalergênicas e nunca deve ser utilizada fita crepe
adesiva direto à pele do paciente.

TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS

Princípios básicos para a realização dos curativos


Esses princípios, por serem básicos podem e devem ser adaptados e empregados
de acordo com o tipo de curativo. Tendo sempre o cuidado de evitar as infecções cruzadas.
• Separar o material a ser utilizado, observando:
- Data de validade;
- Se está embalado adequadamente.
• Separar os antissépticos a serem utilizados.
• Orientar o paciente sobre o que será realizado com ele.
• Avaliar a lesão.
• Separar o antisséptico adequado para a realização do curativo.

Curativos das feridas limpas:


• Começar a limpeza do local de incisão, com movimentos de dentro para
fora;
• Nunca passar o lado sujo da gaze duas vezes sobre a lesão;
• O centro da ferida asséptica é sempre mais limpo que as bordas, pois está
mais protegido de contaminação.

Feridas cirúrgicas e traumáticas:


• As primeiras 24 horas são especialmente importantes, porque o edema é
maior neste período;
• O edema depende do tipo da ferida, podendo permanecer de 72 a 96 horas,
e nesse tempo o curativo deverá permanecer fechado.
• Os curativos proporcionam proteção física para a lesão, estabiliza o
fechamento da ferida, absorvem a drenagem serosa e protegem contra infecção.

Curativos das feridas contaminadas ou infectadas:


91

• Deve-se iniciar a limpeza de fora para dentro da lesão, ou seja, das bordas
para o centro, para não espalhar infecção nos tecidos ao redor da ferida.

Úlceras de estase venosa:


• Objetivo principal é reduzir a hipertensão venosa devido à
incompetência vascular. Melhorar o retorno venoso, diminuindo as áreas pobres em
nutrientes e oxigênio.

Tratamento compressivo para as úlceras venosas


O tratamento compressivo melhora a função da bomba muscular da panturrilha e
reduz o edema, melhorando assim o retorno venoso.
Os tratamentos mais utilizados são:
▪ Meias-calças elásticas;
▪ Ataduras elásticas de alta compressão;
▪ Bota de unna.

Antes de iniciar o tratamento compressivo deve ser bem investigado se o paciente


não é portador de úlceras arteriais:
• Verificar pulso pedioso, caso fraco ou ausente, há necessidade de avaliação
especializada;
• Sinais de necrose nos dedos ou dorso do pé;
• Cianose de extremidades;
• Aumento na dor com elevação do membro.

Curativo de úlcera plantar:


• Objetivo do tratamento é reduzir a hiperpressão sobre a ferida:
• Repouso;
• Imobilização com tala gessada;
• Palmilhas.

PRECAUÇÕES PADRÃO
92

São precauções universais, indicadas durante o atendimento a qualquer paciente


(USP, 1997).
• Lavagem das mãos com água e sabão, antes, durante (entre os diferentes
procedimentos) e depois do atendimento ao paciente. Depois de tocar superfícies
contaminadas, após o contato com fluidos corporais do paciente e após a retirada das
luvas.
• Luvas (de procedimento), uso indicado quando executar procedimentos
que envolvam sangue e outros fluidos corporais, mucosas, pele não íntegra, e quaisquer
itens que estão ou possam estar contaminados.
• Máscaras, respiradores (máscaras) e protetor ocular, uso indicado quando
houver possibilidade de respingos de material suspeito de estar contaminado, ou
aerossolização do agente infeccioso.
• Recipiente de paredes rígidas, para descartar agulhas e materiais cortantes.
• Equipamentos, limpeza e desinfecção.
• Alojamento do paciente, privativo ou comum se for uma mesma patologia.
• Avental de contágio, indicação quando há possibilidade das vestes se
contaminarem.

ALGUNS PRODUTOS E TÉCNICAS UTILIZADAS EM CURATIVOS

Antissepsia é um processo de desinfecção das camadas superficiais ou profundas


da pele, inativando, destruindo ou removendo os microorganismos, mediante a aplicação
de antissépticos.

ANTISSÉPTICOS

Substâncias capazes de impedir a proliferação de microorganismos pela sua


destruição ou inativação. Essas substâncias reduzem a carga bacteriana sobre a superfície
da célula mediante ação bactericida e bacteriostática.
• Bactericida: Podem destruir os microorganismos.
• Bacteriostática: Permite que os microorganismos permaneçam viáveis,
porém impedem que se reproduzam (inibidor do crescimento).
Todos os antissépticos têm uma ação histolítica e, portanto, diminuem os
processos cicatriciais, se usados inconvenientemente.
93

PVPI (POLIVINIL PIRRILIDONA - IODO)

Mecanismo de ação:
• Reduz a carga bacteriana por destruição das proteínas;
• Estudos “in vivo” indicam que ele reduz a carga bacteriana da pele de 68%
a 84% em uma única aplicação, e de 92% a 96% em seis aplicações sucessivas.

Vantagens e indicações:
• Antisséptico de amplo espectro;

• Ativo no combate de bactérias gram positivas e gram negativas;


• Esporicida e fungicida;
• Na ausência de matéria orgânica a grande maioria das bactérias é destruída
ao fim de 10 segundos por solução a 1%.
• Indicado em todas as formas de infecção clinicamente presentes ou de
colonização;
• Mantém ação germicida residual.

Desvantagens e contraindicação
• Seu emprego deve ser LIMITADO à resolução dos fenômenos infecciosos;
• É citotóxico para os fibroblastos;
• Retarda o processo de cura (epitelização);
• Seu uso deve ser restrito no caso de insuficiência renal (nefrotóxico);
• É contraindicado em mulheres que amamentam;
• NÃO previne infecção;
• Podem ocorrer fenômenos alérgicos. Quando o paciente apresenta
hipersensibilidade ao iodo, os sintomas podem ocorrer sob a forma de febre e erupções
cutâneas generalizadas.

Apresentação
• É encontrado na forma de solução;
94

• PVPI degermante: É o PVPI diluído em uma solução de detergente neutro.


Pode ser usado para a antissepsia das mãos, tricotomias ou para antissepsia de feridas
sujas.
• PVPI tópico: É o PVPI diluído em solução aquosa. Pode ser utilizado para
antissepsia de feridas e mucosas.
• PVPI tintura: É o PVPI diluído em solução alcoólica a 70%, deve ser
utilizado somente em assepsia de pele íntegra.

Cuidados na aplicação
• Por ser uma solução aquosa é passível de contaminação por gram
positivos.
• Podendo estar colonizado em 12 horas e infectado em até 48 horas.
• Manter a rotina de troca do frasco a cada 07 dias;
• Não deve ser removido da ferida.

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO OUÁGUA OXIGENADA

O que é?
• É um antisséptico brando;
• É particularmente adequado para lavagem de feridas e mucosas onde haja
tecido morto, pois, a produção de gás, em virtude da ação de uma enzima (catalase)
facilita a limpeza da área ou da cavidade fechada.

Vantagens e indicação:
• Como antissépticos em úlceras com sinais de infecção;
• Sua efervescência tem uma potente ação nos materiais liberados pela
úlcera;
• Favorece a hemostasia após procedimento cirúrgico;
• Antissépticos de primeira escolha em escoriações e outras lesões
perfurocortantes, que podem facilitar a contaminação por bactérias anaeróbias
(Clostridium tetani).

Desvantagens e contraindicação:
95

• Quando aplicado em lesões onde há presença de tecido de granulação, os


tecidos são destruídos por destruição das células.

Cuidados na aplicação:
• Uma vez empregado deve ser removido por uma lavagem com soro
fisiológico 0,9%.
• Abrigar a solução longe do calor e da luz, acondicionada em recipiente
opaco ou revestido com papel laminado.

SULFADIAZINA PRATA 1%

Vantagens e indicações:
• Baixa toxicidade;
• É de fácil remoção da lesão, não causa dor;

• Se aplicada imediatamente à superfície queimada reduz o nível de


infecções secundárias, diminui o tempo de internação, e queda no custo de internação
hospitalar;
• Baixo custo.

Desvantagens e contraindicações:
• Hipersensibilidade ao produto;
• Não pode ser utilizado concomitante a outros antissépticos derivados de
iodo, sódio e potássio.

Cuidados na aplicação:

• Deve ser aplicado com luvas estéreis ou com o auxílio de uma espátula;
• Aplicar o creme e manter 03 mm de espessura;
• Lavar a lesão com água corrente e/ou água destilada;
• Deve ser trocada a cada 12 horas ou quando a cobertura secundária estiver
saturada.
• Retirar o excesso de pomada a cada troca de curativo.
96

ANTISSÉPTICOS INDUSTRIALIZADOS

CARVÃO ATIVADO COM PRATA

Descrição:
• É composto por uma almofada a base de nylon com relativa não aderência,
em seu interior tem um tecido de carvão ativado com pasta de nitrato de prata a 1%.
• É selado nos quatro lados, esterilizado e embalado individualmente.
• O tecido de carvão ativado é um material que possui poros em sua
superfície, que são capazes de capturar moléculas que ficam presas por atração elétrica
do carvão.

Ação/Características:
• Adsorção dos microorganismos e secreção purulenta no tecido de carvão,
por meio de ação magnética. Com isso as bactérias ficam presas no carvão, longe do
tecido danificado.
• O exsudato da lesão é absorvido pelo curativo secundário.
• A prata age impedindo a proliferação bacteriana.

Vantagens e indicações:
• Antisséptico e absorvente;
• Indicado em feridas exsudantes e/ou malcheirosas;
97

• Ação anti-inflamatória;
• É bactericida;
• Estimula o tecido de granulação;
• Preserva tecido epitelial;
• Reduz significativamente o tempo de troca de curativo;
• Reduz o traumatismo no ato da remoção;
• Método moderno que diminui o desconforto do paciente;
• Diminui odor.

Desvantagens e contraindicação:
• Pode causar sangramento controlável por ser aderente quando utilizados
em lesão com pouca exsudação.

Cuidados na aplicação:
• Não utilizar em áreas de granulação, doadoras de enxerto ou em
queimaduras;
• Fazer a limpeza da ferida e aplicar o produto diretamente sobre a ferida
com técnica asséptica;
• Não pode ser cortado;
• Pode ser dobrado, amassado, para ter contato direto com a ferida;
• Deve ser coberto com curativo secundário e este deve ser substituído
sempre que estiver úmido;
• Utilizar óleo de girassol para retirar o carvão ativado da ferida, evitando
sangramento e para impedir que a secreção contida no carvão retorne para o leito da
ferida.
• Na fase inicial do tratamento, deve ser trocado em intervalos de 48 a 72
horas. À medida que a secreção do curativo, pela exsudação, for diminuindo, a troca
poderá ser prolongada por até 07 dias, no máximo.
98

113

ALGINATO DE CÁLCIO

Mecanismo de ação:
O sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio presente no
curativo de alginato. A troca iônica:
• Resulta na formação de um gel que mantém o meio úmido para a
cicatrização, além de auxiliar no desbridamento autolítico.
• Aumenta capacidade de absorção e induz hemostasia.

Vantagens e indicações:
99

• Úlceras limpas e com exsudato, dá origem a um gel e impede a adesão à


ferida e mantém um microambiente úmido.
• É indolor nas trocas.
• Pode ser usado em feridas com cavidade de difícil acesso.
• Acelera o processo de cicatrização.
• Alcança a hemostasia entre 03 e 05 minutos.
• Super absorvente, com redução das trocas e dos vazamentos.

Desvantagens e contraindicação:
• No caso de pouca secreção, pode secar dando origem a uma crosta muito
aderente e de difícil remoção;
• Contraindicado em queimaduras.

Cuidados na aplicação:
• Umedecer a fibra com SF 0,9%;
• Não deixar que a fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida, com risco
de prejudicar a epitelização;
• Ocluir com curativo secundário.

Troca do curativo:
• Feridas infectadas: no máximo em 24 horas.
• Feridas limpas com sangramentos: a cada 48 horas.
• Feridas limpas exsudativas: quando saturar.
• Quando o exsudato reduzir, e a frequência das trocas estiver sendo feita a
cada 03 ou 04 dias, significa que é hora de utilizar outro curativo;
100

ÁLCOOL
• Ação: antisséptico.
• Vantagens e indicações: NENHUMA.

Desvantagens e contraindicações:
• Aumenta por 06 vezes a incidência de escaras;
• Seu uso frequente causa ressecamento e liquidificação da pele por remoção
dos lipídios cutâneos.
• Modalidade de emprego
• Seu uso tem apenas valor histórico.

DESBRIDAMENTO OU DEBRIDAMENTO

Desbridamento = debridamento
Definição: É a remoção do tecido necrosado de uma lesão.

A AHCPR (Agency for Health Care Policy and Research) recomenda que
qualquer tecido necrótico observado durante a avaliação inicial ou subsequente deverá
ser desbridada, desde que a intervenção seja consistente com os objetivos globais do
tratamento e condições clínicas do paciente.
Entretanto existem algumas situações em que não é recomendado o desbridamento
de tecido desvitalizado, como em feridas isquêmicas com necrose seca. Essas necessitam
101

que sua condição vascular seja melhorada antes de ser desbridada. Neste caso, a escara
promove uma barreira contra infecção
Outra exceção se faz em pacientes fora de possibilidades terapêuticas que
possuem úlceras com presença de escaras, que ao desbridar pode promover desconforto,
dor, e devido às condições clínicas, não disporá de tempo e condições para a cicatrização.

TECIDO NECROSADO

• Dificulta o fornecimento de sangue (oxigenação e nutrição dos tecidos);


• Atua como meio de cultura de bactérias;
• Inibe a ação dos leucócitos em controlar microorganismos invasores;
• Aumenta a possibilidade de infecção sistêmica;
• Inibe a migração de células epiteliais, interrompendo a segunda fase do
processo de cicatrização;
• Impede a atuação de substâncias antibacterianas administradas por via
tópica;
• A presença deste tecido pode esconder a extensão e possível penetração da
ferida.

POR ISSO
É importante que o tecido desvitalizado/necrosado seja removido das feridas, pois
o processo de cicatrização e a regeneração epitelial não são possíveis sem o
desbridamento regular e cuidadoso.

MÉTODOS DE DESBRIDAMENTO
MÉTODO CIRÚRGICO

• É a ressecção dos tecidos necrosados, utilizados quando a área necrótica é


muito extensa e/ou profunda, e quando o tecido necrótico é mais desidratado, mais firme,
seco, petrificado e caloso.
• A execução é de responsabilidade médica, envolvendo analgesia ou
anestesia para a realização do procedimento.
Cuidados de enfermagem:
• Compressão no local (curativo compressivo);
102

• Observar sinais de choque (hipotensão, sudorese, palidez, taquicardia e


alteração do nível de consciência);
• Se a hemostasia não acontecer, será necessária a assistência médica para
avaliação e provável sutura do (s) vasos lesionados.

MÉTODO MECÂNICO

• É a remoção dos tecidos necróticos pela limpeza mecânica, utilizando-se


de fricção de gaze umedecida com SF 0,9% ou da aplicação da gaze umedecida sobre a
necrose e após a secagem retirá-la com consequente desbridamento.
• Técnica muito traumática;
• Lesa tecidos viáveis próximos a necrose.

119

MÉTODOS QUÍMICOS

• Consiste na utilização de agentes químicos/enzimáticos.


Dentre eles:
• Colagenase.
• Papaína.

COLAGENASE

Mecanismo de ação:
• Desbridante, fibrinolítica.
103

• É uma enzima proteolítica que consome as pontes do colágeno natural,


favorecendo a remoção da necrose.

Vantagens e indicações:
• É indicado nas úlceras com presença de áreas necróticas com acúmulo de
fibrina no fundo da lesão;
• É indicado em feridas isquêmicas.
Desvantagens e contraindicação:
• Alta concentração de colagenase pode causar eritema e descamação nos
bordos da lesão.
• Quando em excesso e com sobras nas bordas causa endurecimento do
tecido.
• Não age na presença de tecido necrótico seco (escara).

Cuidados na aplicação:
• O curativo e a troca deverão ser realizados a cada 08 ou 12 horas;
• Deve ser aplicada uma fina camada;
• Deve ser mantido um ambiente úmido para melhor efeito do produto;
• É inativada na presença de água oxigenada, algodão e ressecamento da
lesão.
• Requer um curativo secundário oclusivo.

PAPAÍNA

Descrição:
• Enzima proteolítica, bactericida e bacteriostática e de ação anti-
inflamatória.
• De origem vegetal extraída da Carica papaya. Após o seu preparo, obtém-
se um pó de cor leitosa, com odor forte e característico.
• É inativada ao reagir com agentes oxidantes como o ferro, oxigênio,
derivados do iodo, água oxigenada e nitrato de prata.

Ação:
104

• A papaína é uma mistura complexa de enzimas proteolíticas e peroxidases,


ou seja, capaz de decompor substâncias proteicas.
• Como desbridante, liquefaz o tecido necrótico.
• Atua como anti-inflamatório, agindo ao nível das prostraglandinas.
• Fibrinolítica, provoca uma diluição na rede de fibrina dos coágulos,
podendo provocar sangramento por essa razão, não interferindo nos fatores de
coagulação;
• Efeito bactericida e bacteriostático. Rompe a parede celular de bactérias
especialmente aquelas de parede predominantemente proteica.
• Estimula o desenvolvimento de tecido de granulação e auxilia no processo
cicatricial por meio do alinhamento dos fibroblastos, reduzindo a possibilidade de
formação de queloides.

Apresentação:
• É comercializada purificada na forma de pó, em diferentes concentrações,
que variam de 02% a 10%, podendo ser manipulada/preparada na forma de pomada ou
gel.

Vantagens e indicações:
• Indicadas em feridas necróticas e fibrinas;
• Preserva capilares e tecido de granulação;
• A solução de papaína pode ser utilizada em lesões muito profundas com
exposição de estrutura óssea, em deiscência cirúrgica com evisceração em fístula pleural,
em grandes queimados, entre outros.

% INDICAÇÃO

2% FERIDA COM TECIDO DE


GRANULAÇÃO
5-6% FERIDAS COM EXSUDATO PURULENTO

10% FERIDAS NECRÓTICAS

Desvantagens e contraindicação:
105

• Em lesões infecciosas pode ocorrer irritação do tecido Peri lesionado, pois


a produção do exsudato é aumentada com o uso da papaína;
• Nesta enzima existe uma radical sulfidrila (SH) que é facilmente oxidado
quando em contato com substâncias compostas por iodo, oxigênio e ferro, e quando é
armazenada em temperaturas elevadas.

Cuidados na aplicação:
• Proteger a pele perilesional com alguma substância que forme uma
película protetora;
• Manter o produto em refrigeração;
• A limpeza da lesão deve ser feita com água destilada, para evitar a
inativação da radical sulfidrila;
• Ao utilizar o lavado de papaína, diluir a papaína pó em água destilada e
em recipiente plástico.

DESBRIDAMENTO POR AUTÓLISE

• É o desbridamento realizado pelo organismo;


• É facilitado pelo meio úmido, onde ocorre a digestão das células mortas
pelas próprias enzimas presentes no leito da lesão.

HIDROGEL
Composição:
Gel transparente, incolor, composto por:
▪ Água (77,7%): mantém o meio úmido;
▪ carboximetilcelulose – CMC (2,3%): facilita a rehidratação celular e o
desbridamento;
▪ Propilenoglicol – PPG (20%): estimula a liberação de exsudato.

Mecanismo de ação:
• Amolece e remove tecido desvitalizado por meio de desbridamento
autolítico.
106

• Provoca uma hidratação compacta do tecido necrótico, favorecendo uma


rápida autólise com ativação simultânea dos processos de granulação.
• Protege as terminações nervosas expostas e diminui a dor.

Vantagens e indicações:
• Indicado na detersão de necroses e escaras;
• Indicado, também, em úlceras secas, lesões não cavitárias;
• Não adere ao fundo da ferida tornando fácil a sua remoção;
• Apresenta-se em placas transparentes que permitem frequentes controles
da úlcera sem retirar o produto.

Desvantagens e contraindicações:
• São de alto custo;
• Produzem um intenso e desagradável odor;
• Contraindicado em úlceras infectadas e hiperexsudantes;
• Pode acarretar um agravamento no caso de maceração em lesões da pele
perilesional.

Cuidados na aplicação:
• Espalhar o gel sob a ferida assepticamente;
• Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril;
• Não usar produtos iodados;
• É aconselhável a cobertura com uma película semipermeável para prevenir
o ressecamento.

Periodicidade de troca:
• Feridas infectadas: no máximo em 24 horas;
• Necrose: no máximo em 72 horas;
• Na forma de placa: troca de 01 a 07 dias.

CURATIVO COM GAZE

GAZE SIMPLES
107

Vantagens:
• Baixo custo;
• Facilidade do seu uso;
• Estão disponíveis na maioria das instituições.

Desvantagens:
• Não se deve utilizar gaze seca diretamente na lesão, exceto quando se
deseja o desbridamento;
• Tem pouca capacidade de absorção do exsudato;
• Exigem trocas frequentes, precisam de cobertura secundária e fixação e
pode provocar maceração das áreas adjacentes;
• Permeáveis a bactérias, podem soltar fios e fibras, que atuam como corpo
estranho, podendo provocar inflamação e infecção.

MEDICAMENTOS FAVORÁVEIS À GRANULAÇÃO

Como já sabemos o processo de cicatrização é fisiológico e acontece por fases e


que dependendo do material utilizado pode ou não interferir neste processo natural da
lesão, tornando o mais lento e oneroso ao paciente e ao sistema de saúde com uma
prolongada internação e ou limitações dificultando o seu retorno ao convívio social.

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)

Descrição:
• Lipídios formados de cadeias de carbono.
• São substâncias farmacologicamente ativas.
108

TRIGLICÉRIDEOS:

São compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo ésteres de ácidos graxos


com glicerol (álcool).

Composição:
• Vitamina A: Favorece a integridade da pele e sua cicatrização.
• Vitamina E: Função antioxidante e protege a membrana celular do ataque
dos radicais livres (substâncias que destroem a célula e suas estruturas internas).
• Ácido Linoleico: Importante no transporte de gorduras, na manutenção da
função e integridade das membranas celulares, imunógeno local que auxilia na
proliferação do tecido de granulação.
• Lecitina de soja: protege e hidrata a pele.
• Ácido caprílico, cáprico e caproico:

AGE Composição

TCM 67g

Óleo de milho 32g

Lecitina 01g

Vitamina A 2500 UI

Vitamina E 100 UI

Ácido Linoleico 15%

Ação:
• São incorporadas à membrana celulares e importantes para manterem a
integridade da pele;
• Acelera o processo de cicatrização pelo estímulo a formação do tecido de
granulação, por meio de sua ação quimiotáxica e promovem diferenciação epidérmica;
109

• Atua ao nível das prostraglandinas.

Mecanismo de ação:
• Promove quimiotaxia (atração dos leucócitos) e angiogênese, mantém o
meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual.

Vantagens e indicação:
• Forma uma película protetora na pele íntegra (previne lesões); por aumento
indireto da resistência tecidual;
• Reversão dos processos de hiperemia já instalados tem grande absorção,
forma uma película protetora na pele;
• Aumenta capacidade de hidratação;
• Proporciona hidratação local alta capacidade de nutrição celular;
• Indicada na prevenção de úlcera de pressão;

Tratamento de feridas abertas.

Contraindicação:

• Feridas com cicatrização por primeira intenção e feridas com infecção.

Cuidados na aplicação:
• Espalhar AGE no leito da ferida ou embeber gazes estéreis de contato com
a ferida o suficiente o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca;
• Em feridas extensas pode-se espalhar AGE sobre o leito da ferida e utilizar
cobertura primária gazes embebidas em SF 0,9%;
• Ocluir com cobertura secundária estéril;
• Trocar o curativo sempre que a cobertura secundária estiver saturada ou
no máximo a cada 12 horas;

HIDROCOLOIDE

Descrição:
São constituídos por duas camadas:
110

• Externa: de espuma de poliuretano, flexível, impermeável à água e outros


agentes externos.
• Interna: adesiva com partículas hidroativas,
gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica.

CAMADA EXTERNA

CAMADA INTERNA
Cama externa
Cama da Interna
132

FONTE: Catálogos explicativos de produtos– empresas e distribuidores.

Mecanismo de Ação:
Em contato com o exsudato o hidrocoloide forma um gel hidrofílico que mantém
a umidade do leito da lesão proporcionando o meio para:
• Estimular a angiogênese e o desbridamento autolítico;
• Acelerar o processo de granulação tecidual;
• O gel protege o leito da ferida, promovendo um meio úmido que facilita a
migração das células epiteliais, acelerando a cicatrização.

Vantagens e indicações:
• Formam uma barreira contra a contaminação bacteriana (oclusivo);
• Previne o ressecamento da ferida;
A camada externa atua como uma barreira térmica e promove barreira mecânica;
• Permite remoção sem trauma aos novos tecidos;
• Acelera a granulação e um aumento da vascularização nesse tecido;
• Reduz a dor por proteger as terminações nervosas;
• Indicada em feridas não infectadas e pouco exsudante;
111

• Economiza o tempo da enfermagem no curativo, pois aumenta o tempo


entre a troca das placas de hidrocoloide;
• Pode ser adaptado em diferentes áreas anatômicas e manter a mobilidade
do membro.

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

INDICAÇÕES:

• Feridas secas, com pouco ou médias exsudato, lesões em fase de


granulação;
• Feridas com ou sem necrose tipo esfacelo;
• Ferida com dano parcial do tecido.

Desvantagens e contraindicações:
• Não usar em feridas infectadas ou colonizadas e fúngicas, em feridas
necróticas e em queimaduras de 3º grau;
• Possível deslocamento no caso de feridas exsudantes, nesses casos pode
ocorrer maceração de bordas e tecido perilesional;
• Odor característico, podendo ser confundido com ferida infectada.
Cuidados na aplicação:
• Realizar limpeza do leito da ferida e secar bem a pele perilesional;
112

• Escolher o hidrocoloide com diâmetro que ultrapasse 3 cm a borda da


ferida;
• Aplicar o hidrocoloide segurando-o pela borda;
• Pressionar a borda na pele para perfeita aderência; se necessário, fixar com
fita microporosa.
• Trocar o hidrocoloide sempre que o gel extravasar ou o curativo deslocar.
• Anotar a data e a hora da colocação da placa,
• Deve permanecer no máximo 7 dias na lesão;

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.


HIDROCOLOIDE EM PASTA:
• Não é necessária a remoção total do gel presente;
• Devem ser aplicados até preencherem toda a cavidade da lesão;
• A troca se dá por saturação, podendo permanecer em média de 1 a 4 dias;
O curativo secundário deve ser feito com hidrocoloide em placa.

Custo benefício:
• Não necessita de trocas diárias e não requer medicamentos adicionais;
• Reduz infecção e, com isso, o tempo de cicatrização;
• Redução do tempo de enfermagem dispensada na troca de curativos.
113

135

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

Hidrocoloide em Grânulos

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

PRÓPOLIS
Descrição:
É uma resina extraída pelas abelhas dos botões de certas flores, folhas e casca de
árvores. Após a coleta desta resina as abelhas mastigam enriquecendo com os
componentes enzimáticos existentes em sua saliva. Coloração esverdeada a marrom,
amarga, fluída e pegajosa e insolubilidade em água.

50 A 55% de resina e bálsamo


5 a 10% de pólen, minerais, vitaminas e enzimas
114

30% de cera
10% de óleos voláteis Mecanismo de ação:
• Atua na formação de anticorpos, eleva a fagocitose e acelera os processos
de regeneração celular.
• A riqueza enzimática da própolis aliada ao seu conteúdo de vitamina A,
auxilia no combate a bactérias patogênicas de difícil tratamento.
Vantagens e indicações:
• Baixo custo e facilidade de manuseio;
• Embora a própolis apresente ação no organismo, semelhante à dos
antibióticos o seu uso não apresenta efeitos colaterais comuns causados pelos
antibióticos;
• Tem atividade antibacteriana em gram positivas e gram negativas,
antifungicida.
• Possui ação antisséptica acentuada;
• Indicada em feridas vitalizadas sem necrose, exsudativas ou não.

Contraindicações:

• Avaliar o limiar de dor após aplicação, alguns pacientes relatam


intolerância após uso tópico.
Cuidados na aplicação:
• Deve-se evitar que a própolis fique em contato com a borda e tecidos
perilesionados, pois causa ressecamento;
• Trocar no máximo a cada 12 horas.

HIDROPOLÍMERO

Composição:

• Almofadas geralmente composta por 3 camadas sobrepostas de não tecido


uma central de hidropolímero e revestida por poliuretano.
115

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

Mecanismo de ação:
• É uma cobertura altamente absorvente para feridas com baixa a moderada
exsudação e que proporciona um ambiente úmido facilitando o processo de granulação e
ainda estimula o desbridamento autolítico, mas não é um desbridante químico.
• A camada de hidropolímero expande-se delicadamente à medida que
absorve o exsudato mantendo a adesão da cobertura na ferida;

Vantagens e indicações:
• Tratamento de feridas abertas não infectadas;
• Feridas exsudativas, limpas, em fase de granulação;
• Feridas superficiais e/ou feridas com cavidades;
• Promove a granulação tecidual;
• Remove o excesso de exsudato;
116

• Diminuindo o odor da ferida.

Contraindicações:

• Não deve ser utilizado em feridas secas ou com pouco exsudato;


• Queimaduras de terceiro grau;
• Lesões com vasculite ativa;
• Feridas colonizadas ou infectadas, e feridas necróticas com características
de escara.

Cuidados na aplicação:
• Não requer troca diária, podendo permanecer por 7 dias na lesão;
• Anotar a hora e a data da aplicação da cobertura;
• Secar a área próximo da lesão para a melhor aderência da placa;
• Posicionar o curativo sobre o local da ferida; de forma que a almofada de
espuma fique sobre a área central da lesão;
• Remover o curativo em peles frágeis levantando um dos cantos, puxando
para trás utilizando água ou soro fisiológico para romper a vedação do adesivo;
• Não requer cobertura secundária;
• Secar cuidadosamente a pele circunjacente.

141

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.


117

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.


FILMES TRANSPARENTES

Composição:
• Película de poliuretano, transparente, elástica, semipermeável, aderente a
superfícies secas.

142

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

Mecanismo de ação:
• Proporciona um ambiente úmido favorável a cicatrização. Permeabilidade
seletiva, permitindo a difusão gasosa e a evaporação de água. Impermeável a fluidos e
microorganismos. Forma uma camada protetora da pele. Mantêm a umidade e o pH da
pele.

Vantagens e indicação:
• Mantém um microambiente úmido em temperatura constante;
• Fácil aplicação devido à elasticidade e extensibilidade;
• Indicada para lesões superficiais;
118

• Podem ser empregadas como medicação secundária na fixação de outros


produtos para aumentar a eficácia;
• Empregadas também na prevenção como proteção das áreas de risco
(fixação de cateteres vasculares, proteção de pele íntegra e ferida secas);
• Agem como barreira à contaminação da ferida;
• Adapta-se aos contornos do corpo, podendo ser cortados em diversos
tamanhos;
• Permitem visualização direta da ferida e vascularização;
• Permitem banhos;
• Não requer cobertura secundária e nem troca diária;
• Proteção contra agressões externas.

Desvantagens e contraindicações:
• Contraindicada em úlceras infectadas ou hiperexsudantes;
• Não utilizar em feridas com a pele adjacente macerada;
• São permeáveis a alguns agentes tópicos aquosos;
• Descolam gradativamente nas áreas já epitelizadas;
• Não devem ser usados nas primeiras 24 horas de pós-operatório, devido à
liberação de exsudato.

Cuidados na aplicação:
• Notar a hora e a data da aplicação da cobertura;
• Pode permanecer na ferida por sete dias;
• Substituir o curativo caso se solte, forme bolhas de exsudato.

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.


119

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

COLÁGENO BIOLÓGICO

Composição:
É uma cobertura composta de colágeno e alginato que fornece apoio estrutural
para o crescimento celular e favorece a condição ideal para a proliferação celular. O
colágeno simples pode ser usado em todo tipo de ferida em fase sua fase de granulação.

E O COLÁGENO COM ALGINATO


• Partículas hidrofílicas de colágeno de origem bovina, composto de:
colágeno 90% e alginato 10%. Estes podem ser utilizadas em feridas exsudativas,
infectadas ou colonizadas.
120

145

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

Mecanismo de ação:

O alginato absorvente e formador de gel mantém o meio úmido e controla o


exsudato enquanto colágeno favorece o crescimento interno dos tecidos e dos vasos
sanguíneos, quimiotáxico para macrófagos e fornece uma trama favorável ao
desenvolvimento dos fibroblastos promovendo a granulação e a epitelização.
Atenção especial aos nomes e suas ações químicas na lesão, não confundam
colágeno com a colagenase, ambos têm um papel no mecanismo de cicatrização da lesão,
porém se empregadas em tempo errôneo no processo interfere no tempo de fechamento
desta, porém Colagenase é uma enzima e desbrida enquanto que o colágeno estimula a
granulação.

Vantagens e indicações:
• Indicado em lesões fluidas, superficiais e limpas;
• Remove o excesso de exsudato;
• Diminui a inflamação local e edema;
• Acelera o processo cicatricial.
121

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

Desvantagens e contraindicação:
• Contraindicado para pessoas com hipersensibilidade a derivados bovinos;
• Apresenta limitação de atividade;
• Sobre lesões secas resulta pouca eficácia;
• E nas lesões hiperexsudantes ocorre consumo rápido demais;
• Apresenta custo elevado.

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

Cuidados na aplicação:
• Requer medicações secundárias;
• É inativada pela água oxigenada e pelo algodão hidrófilo;
• Em feridas secas devem ser irrigadas previamente com soro fisiológico;
• Remover o exsudato e tecido desvitalizado;
122

147

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

• Cortar a cobertura do tamanho total da ferida;


• As placas ou fitas devem ser modeladas de forma a preencher todas as
cavidades da ferida;

FONTE: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores.

GAZE NÃO ADERENTE ESTÉRIL

Impregnadas:
• Acetato de celulose impregnada com petrolato;
123

• Com PVPI a 10%;


• Gaze de fibras de poliéster hidrófobo impregnada com AGE;
• Impregnada com Aloe Vera.

Não impregnadas:

• Tecido de algodão ou sintético entrelaçado ou não, com maior ou menor


número de fios.

Vantagens e indicação:
• Queimaduras superficiais;
• Feridas com formação de tecido de granulação e áreas doadoras ou
receptoras de enxerto;
• Indicada como curativo primário de lesões planas com função de manter a
ferida úmida e proteger de traumas por aderência;
• Permite o livre fluxo de exsudatos;
• Não interfere no tecido de regeneração e evita a dor durante a troca;
• Não provoca trauma na retirada, preservando o tecido de granulação;
• Permite adaptações aos locais.
Composição:
• Tela de acetato de celulose impregnada com emulsão de petrolato solúvel
em água, não aderente e transparente, estéril.

Desvantagens e contraindicação:
• Alguns tipos de gaze não aderente são impregnados com antimicrobianos,
que podem ser tóxicos ao fibroblasto;
• Se existe pouco exsudato, não criam um microambiente apropriado a
reeptelização. Por vezes, requerem medicações frequentes;
• Feridas com cicatrização por primeira intenção;
• Produtos de hidrocarbonetos saturados derivados do petróleo podem
causar irritação e reação granulomatosas;

Cuidados na aplicação:
• Cobrir com curativo secundário;
124

• Requer trocas diárias.

CURATIVOS NATURAIS

FITOTERAPIA

É a utilização terapêutica ou profilática de espécies vegetais, de eficácia


comprovada cientificamente como uma opção disponível para tratamentos diversos, entre
eles, os curativos.
É uma opção terapêutica de origem no saber popular, e que exige um trabalho
multiprofissional. A qualidade, a segurança e a eficácia iniciam-se desde a identificação
botânica, cultivo, coleta e secagem, conhecer qual parte da planta usar, quando obter o
maior teor de princípio ativo, e como prepará-lo.
125

Vantagens:
•Produtos naturais sem efeitos colaterais;
• Facilidade no cultivo e manipulação; Participação do paciente no
tratamento;
• Baixo custo.

Como utilizar as plantas:


• Investigar a sua procedência e observar a dosagem;
• Dar preferência às folhas jovens, cascas e raízes sem brotos;
• Deve ser feita a colheita de manhã;
• Lavar e secar, mantê-las em lugar sem luz, calor e insetos.

Formas de uso:
• Chás, pós, pomadas;
• Há melhor extração do princípio ativo quando a planta é batida
manualmente;
• As folhas e flores devem passar por um processo de infusão.

FITOTERÁPICOS TÓPICOS

ÓLEO DE GIRASSOL

Descrição:
• É uma herbácea cujas sementes, frutos aquênios,
• Produzido no miolo das flores, são a parte mais utilizada.

Vantagens e indicações:
• Fácil acessibilidade e baixo custo;
• Auxilia na manutenção da função e integridade das membranas celulares;
• Lubrificam e agem como emoliente;
• Ácidos graxos essenciais: Linoleico e linolênico
126

• Auxiliam na manutenção da função e integridade das membranas


celulares;
• Facilita entrada de várias substâncias importantes no metabolismo celular
e imunológico.
Desvantagens e contraindicação:
• Não é um produto estéril;

ARNICA

• Nome científico: Arnica Montana


• Aspecto: herbácea de 20 a 30 cm de comprimento, folhas ovaladas e flores
amarelas.
• Parte usada: flores.

• Indicações terapêuticas: lesões após traumatismos, dores musculares, e


articulações. Hematomas após punções venosas e em insulinodependentes.
• Ação: anti-inflamatória, analgésica.
• Cuidados: usar somente em pele íntegra.
• Apresentação: creme ou gel a 3%.
• Aplicação: aplicar topicamente três vezes ao dia.

BABOSA
• Nome científico: Aloe vera.
• Aspecto: de 60 cm a 01 metro de altura, folhas grandes e carnudas
marginadas por espinhos.
• Parte usada: Parênquima (folhas frescas).
• Indicações: lesões de pele não infectadas, queimaduras, erisipela e celulite.
• Ação: auxilia no processo de cicatrização, anti-inflamatória e bactericida.
• Contraindicações: uso interno.
• Apresentação: creme ou gel 25%.
• Aplicação: aplicar topicamente sobre o ferimento três vezes ao dia.
127

CALÊNDULA
• Nome científico: Calendula officinalis.
• Parte usada: flores secas.
• Apresentação: creme ou gel a 5%.
• Aspecto: planta anual, as flores ocorrem na extremidade e tem cerca de 04
cm de diâmetro.
• Indicações: ferimentos abertos não infectados; úlcera de estase, dermatite
de contato, frieiras e herpes labial.
Ação: auxilia no processo de cicatrização, anti-inflamatória e antisséptico tópico.
• Contraindicação: lesão profunda e/ou extensa, lesões disseminadas e sem
diagnóstico.
• Aplicação: aplicar topicamente três vezes ao dia.

MAMÃO PAPAIA

• Nome científico: Carica papaya.


• Parte usada: frutos da planta.
O mamão possui na sua constituição propriedades nutritivas e curativas, tais
como:
Vitaminas A, B, C, cálcio e ferro e a enzima papaína, quimiopapaína e papayna
peptidase.
Além dessas propriedades possui também em látex, presente apenas nas frutas
verdes uma grande quantidade de uma enzima proteolítica, a Papaína.
Ela está contida no látex do mamoeiro, popularmente conhecido como “leite do
mamão”.
• Indicações: tratamento de feridas abertas, infectadas e para desbridamento
de tecidos desvitalizados.
• Ação: é bactericida e bacteriostático, reorganiza as tramas de colágeno na
formação da cicatriz e desbrida por dissociar as moléculas de proteínas do tecido.
• Contraindicação: oxidação em contato com metais; minimizar o tempo de
preparo do produto in natura, devido à fácil deterioração, à enzima ser altamente instável
na presença de oxigênio.
• Apresentação: pó, pomada, gel e o fruto ralado.
128

Modo de usar: Pó

• Diluir o pó em água bidestilada, pois qualquer componente químico altera


a instabilidade da solução;
• Preparar a solução da papaína somente no horário da aplicação: não
armazenar.
Concentrações das diluições:

1g 100ml 1%

1g 50ml 2%

2g 50ml 4%

3g 50ml 6%

4g 50ml 8%

5g 50ml 10%

TÉCNICA DO CURATIVO COM MAMÃO

Material:
• Mamão verde;
• Recipiente plástico para ralar o mamão;
• Água bidestilada ou água fervida para limpeza da ferida.

Procedimentos:
• Lavar o mamão com água e sabão;
• Ralar a polpa do mamão no ralo plástico;
• Limpar a ferida com água bidestilada ou água limpa (fervida);
• Cobrir a ferida com a polpa ralada e cobrir a lesão com gaze ou com um
pano limpo;

AÇÚCAR – SACAROSE
Material: Açúcar cristal.
Procedimentos:
129

• Limpeza da ferida com água limpa;


• Cobrir a superfície com o açúcar e cobrir a ferida com gaze;
• Resultados: Observa-se presença de tecido de granulação e diminuição da
secreção;

Prováveis efeitos do açúcar sobre a ferida:


• Eliminar as bactérias que contaminam a ferida;
• Reduzir o edema e melhorar a cicatrização local;
• Nutrir as células superficiais da cicatriz;
• Favorecer o crescimento do tecido de granulação;
• Anti-inflamatório e desbridante.

Tempo de permanência:

• Tempo de permanência no leito da ferida é bastante controverso.


• Sacarose: eliminação renal X lesão tubular, nos pacientes com lesão renal
deverá de se ter um controle rigoroso da perda pela urina da sacarose, glicosúria.
• Hiperosmolaridade ocorre em 15 minutos e decresce em 2 horas, portanto
o curativo deve ser trocado a cada duas horas no máximo. E sofrer a reposição a cada
quinze minutos.
Dificuldades:
• A dor;
• Trocas mais de uma vez ao dia.

OSTOMAS
Por vários motivos, como lesão por ferimento por arma de fogo e ou arma branca,
em situações clínicas agudas e ou em situações clínicas crônicas como no caso de
neoplasia do sistema digestório, são situações em que um indivíduo necessita ser operado
para construir um caminho para saída das fezes ou da urina. Essa intervenção cria um
ostoma ou estoma (abertura), na região abdominal, por onde irão sair fezes em quantidade
e consistência diferente assim como será eliminada a urina em forma de gotas.
O ostoma, por suas características anatômicas, que abre parte do órgão expondo a
mucosa, livre de controle do sistema nervoso central e muscular, sendo desta forma
130

impossível controlar voluntariamente a saída de resíduos, assim será necessário a


utilização de bolsa para coletar fezes ou urina.
O aspecto de um ostoma normal é de uma coloração vermelha ou rosa, vivo
brilhante e úmido. A pele ao seu redor deve estar lisa, sem vermelhidão, coceiras, feridas
ou dor. Logo após a cirurgia o ostoma estará inchado, mas gradualmente reduzirá seu
tamanho. Apresenta um tamanho em torno de 2 a 5 cm de diâmetro e 3 a 4 cm de saliência.
Na mucosa do ostoma não existem nervos, assim podem ser tocadas, pois o
paciente não sente dor, porém é uma mucosa que pode ser facilmente ferida. Ao realizar
os cuidados com o ostoma, pode ocorrer um pequeno sangramento, mas isso é normal,
porém se o sangramento persistir deve-se comunicar ao médico.

TIPOS DE OSTOMA
Colostomia: É um ostoma realizado em porção
do cólon (intestino grosso), assim no processo de
eliminação dos restos não digeridos dos alimentos, as
159
fezes são eliminadas nessa porção do intestino, não
passando pelo reto e ânus. A consistência das fezes
eliminada e muito parecida com a anterior, pastosa. Os
gases produzidos pelo intestino são eliminados também
pela colostomia.
• Ileostomia: É um ostoma realizado na
porção do íleo (intestino delgado) assim no processo de
eliminação dos restos alimentares não digeridos, as
fezes são eliminadas nessa porção do intestino, não passando pelo cólon (intestino
grosso), reto e ânus. As fezes apresentam uma consistência líquida ou semilíquida,
devendo o paciente ingerir uma quantidade maior de líquidos. Podem também ser mais
irritante a pele periestoma, por serem mais alcalinas, assim deve-se aumentar os cuidados
de proteção da pele, evitando possíveis irritações.
• Urostomia: É um ostoma realizado após a retirada da bexiga, utilizando
uma parte do intestino delgado para conectar o ureter a uma abertura no abdômen. O
efluente que sairá é a urina, em forma de gotejamento, podendo também causar irritações
na pele, assim deve-se proteger a pele.
Os cuidados com as ostomias devem ser realizados pela enfermagem devendo
também fazer a orientação ao paciente para que ele cuide quando for para casa.
131

Utilizamos para a coleta dos efluentes, dispositivos que podem ser peça única ou
duas peças, conforme adaptação do paciente.

Material:

• Uma placa, uma bolsa, e um clipe;


• Um par de luvas de procedimento;
• Gazes;
• Um frasco 125 ml de soro fisiológico ou água corrente;
• Tesoura;
• Sabão neutro;
• Saco plástico de lixo.

Procedimento:

• Reunir o material;
• Lavar as mãos;
• Orientar o paciente sobre o que será realizado;
• Expor o local a ser manipulado;
• Calçar luvas de procedimento;
• Retirar a bolsa e placa usadas e desprezar em saco plástico;
• Utilizando, gaze, soro fisiológico e sabão realizar a limpeza da pele
periestoma e desprezá-la em saco plástico;
• Realizar a limpeza do ostoma;
• Recortar o orifício central da placa no tamanho certo do ostoma
sem deixar pele exposta, para evitar que caia efluente na região causando irritação;
• Retirar o papel protetor da placa e aplicar sobre o ostoma, fazendo
uma leve
• Pressão, para bem aderir;
• Fechar a bolsa com clipe e colocar a bolsa à placa encaixando os
flanges;
• Deixar o paciente confortável;
• Desprezar o material no expurgo;
132

• Lavar as mãos;
• Fazer anotação de enfermagem, referindo aspecto do ostoma, da
pele
periestoma e qualquer anormalidade.

• Complicação da OSTOMIA: Uma das complicações da intervenção


cirúrgica é a lesão periestoma por dermatite de contato.
• Tratamento: aplicação de protetores cutâneos. São comercializados em
forma de pó, placa, pastas ou placas, com o objetivo de regenerar e proteger a pele
periestoma, de difícil aquisição pelo valor de mercado.
• Composição: gelatina, pectina, carboximetilcelulose sódica e poli-
isobutileno.
• Indicação: protetores cutâneos para prevenção e tratamento das lesões
provocadas pelo esparadrapo, cola das fixações da bolsa coletoras, extravasamento da
bolsa de estomas e drenos, e o pó tem sua ação é secativa e forma uma película protetora
para a fixação da placa.

Modo de aplicação:
• Secar ao redor dos drenos e ostomia;
• Aplicar a pasta na área de imperfeições e o pó nas áreas escoriadas;
• Aplica-se a placa da mesma forma que a bolsa coletora, faz
se um recorte ao centro para encaixar o estoma;
133

• Mantém os cuidados de enfermagem com aplicação da bolsa de


colostomia, e periodicidade de trocas e manutenção de higiene e conforto ao
paciente.

QUEIMADOS

As queimaduras ainda ocupam grande lugar dentre as patologias que possuem


uma elevada morbimortalidade no ambiente hospitalar, seja por complicações
cardiopulmonares e metabólicos, seja por infecções ocasionadas pela extensa perda de
pele.
Atualmente o número de óbitos ocasionados pela Sepse ainda é bastante
preocupante, ocupando cerca de 75% das causas de morte entre os queimados. O que
torna ainda mais grave este tipo de patologia, exigindo da equipe de saúde um
conhecimento elevado acerca do tratamento das queimaduras, bem como da prevenção
de infecções.
Muito se tem estudado sobre o atendimento aos queimados, mas a queimadura
ainda apresenta condições que favorecem o desenvolvimento das infecções, como
imunodepressão e o seu foco principal, as condições da ferida, como fator predisponente
ao crescimento bacteriano.
A ferida do paciente queimado deve, portanto, ser tratada como um abscesso
plano, em decorrência da grande quantidade de material necrótico e avascular e o
exsudato que o constitui é um excelente meio para a proliferação bacteriana. Por este
motivo, saber da importância do tratamento tópico aplicado ao queimado contribui com
a sua recuperação determinando o período de internação e o prognóstico desse.

FATORES QUE INTERFEREM NA IMUNIDADE DO PACIENTE


• Desnutrição prévia;
• Patologias preexistentes;
• Utilização de polimicrobianos;
• Grande quantidade de material necrótico;
• Múltiplos processos cirúrgicos;
• Falta de um correto suporte nutricional;
• Transfusão múltipla de sangue e derivados.
134

MONITORIZAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA: por método de cultura


quantitativa por meio da biópsia de várias regiões queimadas, após uma limpeza prévia e
a hemocultura associada.

MICROORGANISMOS ENCONTRADOS NAS QUEIMADURAS:


• Streptococus SP;
• Staphilococus epidermidis;
• Staphilococus aureus;
• Pseudomonas aeruginosa;
• E. coli;
• Cândida albicans;

SINAIS QUE AUXILIAM NO DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO:


• Alterações de coloração rósea para azul esverdeado, entremeada de áreas
escurecidas de necrose, com aumento significativo das secreções ou queimaduras secas e
de odor fétido.

TERAPIA TÓPICA NAS QUEIMADURAS


• Na sepse os antibióticos sistêmicos têm pouca ação local na lesão, devido
à oclusão vascular nas áreas afetadas dificultando que esses antibióticos atinjam o seu
índice terapêutico;
• Considerando as características locais da lesão o tratamento dos grandes
queimados consiste na aplicação tópica de medicamentos que auxiliem na prevenção e
tratamento de possíveis infecções cutâneas, que se não tratadas e controladas podem
evoluir com quadro de sepse.

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS


A - QUANTO A PROFUNDIDADE:
1° grau
Perda da epiderme; Eritema. Ex.: queimadura solar.

2° grau

- Comprometimento parcial;
135

- Perda da derme e epiderme;


- Rubor, edema, bolhas, transudação e muito dolorosa;
- PROFUNDA – semelhante ao

3° grau

- Pele totalmente comprometida;


– Indolor;
- Esbranquiçada, dura (aspecto “couro”);
- Não cura espontaneamente.

B - QUANTO A EXTENSÃO

Grande queimado
- 3° grau maior que 10%;
- 2° grau maior que 25%.

Moderado
3° grau maior 3% menor 10%;
2° grau maior 15% menor 25%.

Leve
3° grau menor 3%;
136

2° grau menor 15%.

REGRA DOS NOVE

FONTE: Disponível em:


<http://farm4.static.flickr.com/3095/2769070028_8f9fd50449_m.jpg>. Acesso em: 03
fev. 2012.

• Crianças menores 10 anos e adultos com mais de 55 anos - 10% área


superfície corpórea (SC) queimada.
• Todas as outras faixas etárias – 20% área SC queimada. São consideradas
grande queimados.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

1º - Avaliação da dor/analgesia, sempre antes de qualquer procedimento com estes


pacientes a analgesia deverá ser avaliada rigorosamente e comunicado ao médico para
uma intervenção terapêutica medicamentosa.
• Manter o ambiente aquecido seja com aquecedor de ambiente elétrico e ou
manta térmica até a exposição total do paciente;
• Avaliar a instabilidade hemodinâmica do paciente.
2° - Limpeza da ferida desbridamento: mecânico/químico e cirúrgico.
137

3º - A ferida é recoberta apenas por agente tópico (sulfadiazina de prata 1%) a


mais utilizada e mais eficaz em se tratando de curativos em queimados.

HIDROTERAPIA DIÁRIA

É importante esclarecer que durante o banho removemos também grande


quantidade de bactérias, e se utilizarmos jatos de água ainda facilitará a retirada de crosta
auxiliando no desbridamento como no controle da infecção do queimado.

PREPARO DO MATERIAL:
• Banho no leito ou banho de aspersão;
• Água de torneira temperatura adequada e antisséptico;
• Roupa do paciente/balde estéril;
• Paramentação estéril para o profissional.

MÉTODO DO CURATIVO

• Fechado: depende do protocolo utilizado na unidade de internação,


algumas literaturas recomendam que se mantenha fechado 24 horas, com faixas elásticas
para facilitar a mobilização durante a fisioterapia aplicada.
• Com reposição de pomadas a cada 12 horas, por saturar neste tempo de
ação em contato com a lesão.
Vale ressaltar o custo deste tratamento, ainda com método tradicional que requer
por vez no mínimo três profissionais para a realização desse procedimento e o prognóstico
reservado desses pacientes que sempre necessitam de um leito de terapia intensiva.
Existem várias complicações a serem evitadas e muitas vezes tratadas, como a
insuficiência respiratória aguda, a insuficiência renal aguda, além dos quadros graves de
infecções sistêmicas, que exigem tratamento com antimicrobianos de última geração o
que eleva ainda mais os custos desta internação.
Para o atendimento global desse paciente são utilizados vários tipos de
monitorização com cateteres invasivos que aumentam, em grande proporção, os riscos de
infecção.
138

TÉCNICA DO CURATIVO

• Limpar a área queimada com água corrente morna e abundante;


• Aplicar Clorexidine 0,5% (solução não alcoólica) em toda superfície
corporal queimada, enxaguando em seguida com água em abundância;
• Secar com compressa estéril;
• Aplicar a medicação adequada (Sulfadiazina de Prata 1%, na maioria dos
casos);
• Colocar uma camada de gazes ou compressa estéril sobre toda a extensão
da lesão;
• Enfaixar com faixa crepe estéril;
• Deve-se tratar isoladamente os dedos das mãos e dos pés, e mantê-los em
posição funcional;
• Tomar cuidado com garroteamentos;
• Enfeixar os membros da extremidade para o centro;
• Não fixar esparadrapo sobre a pele;
139

• Utilizar luvas estéreis para realizar o curativo.

170
140

MEDICINA HIPERBÁRICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS

A oxigenioterapia hiperbárica é uma modalidade terapêutica que vem ganhando


cada vez mais espaço no tratamento de lesões de pele, bem como em várias outras
patologias e condições clínicas.
O tratamento hiperbárico baseia-se no uso de oxigênio sob condições ambientais
e sob pressão.
No tratamento com a oxigenioterpaia hiperbárica, o paciente é colocado em uma
câmara própria onde ocorre a hiperoxineção, ou seja, a inalação de oxigênio a 100% sob
uma pressão maior que a pressão atmosférica normal.

FONTE: Disponível em: < http://www.ohb-rio.med.br/tratamento.html>.

AÇÕES DA OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA

Supre o oxigênio em altas concentrações, via sistêmica, para a área lesionada,


com um aumento significativo do oxigênio do tecido perilesional, sendo que este aumento
estimula a angiogênese e controla o crescimento bacteriano da lesão.

TIPOS DE CÂMARAS
• Câmara monoplace ou individual;
• Câmara multiplace ou estacionárias.
141

CAMARA MONOPLACE
Vantagens:
• É utilizada somente por um paciente;
• Fácil controle da pressurização e despressurizarão;
• Fácil operacionalização.

Desvantagens:
• Isolamento do paciente;
• Aumenta a ansiedade, principalmente nas primeiras sessões.

CAMARAS MULTIPLACE Vantagens:


• Comporta mais de um paciente;
• Fácil monitorização dos pacientes;
• Diminui a ansiedade durante as sessões, uma vez que o paciente não fica
sozinho dentro da câmara.

Desvantagens:
• Unidades bastante complexas;
• Difícil operacionalização, exigindo pessoal qualificado;
• Exposição da equipe ao ambiente hiperbárico.

O TRATAMENTO
O tratamento é realizado por meio de sessões que, de acordo com as condições
clínicas apresentadas, e com os protocolos utilizados, variam os níveis de pressão,
duração, intervalos e o número total de sessões.

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA
Indicação médica, geralmente nas:
• Doenças que podem ser tratadas de forma exclusiva ou combinadas;
• Síndrome de Fournier;
• Pés e pernas de diabéticos;
• Úlceras crônicas venosas e/ou arteriais;
142

• Síndromes compartimentais;
• Isquemias agudas traumáticas;
• Osteomielite;
• Processos isquêmicos, necróticos e infectados de partes moles.

CONTRAINDICAÇÕES

Segundo TRIVELLATO 1995 e ESTEVES 1999, existem situações em que são


contraindicadas o uso da oxigenioterapia hiperbárica, sendo essas relativas ou absolutas.
Relativas:
• Infecções de vias aéreas;
• DPOC;
• Hipertermia;
• Cirurgia prévia do ouvido;
• Hipertensão arterial não controlada.
Absolutas:
• Gravidez;
• Pneumotórax não tratado;
• Uso de drogas (Doxirrubicin, Dissulfiram, SIS-Platinium, Mafenide
acetato).
143

FONTE: Disponível em: < http://www.ohb-rio.med.br/tratamento.html>.

Efeitos adversos: estão relacionados ao tempo de exposição e à pressão utilizada:


• Excitabilidade neural, com crises focais ou convulsões generalizadas;
• Queimação retroesternal;
• Tosse seca;
• Dispneia;
• Sensação de ouvidos cheios;
• Sensação de que a voz se torna mais aguda;
• Ação tóxica pulmonar.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Quanto à importância da hiperoxigenação a enfermagem deve considerar que


qualquer desatenção ao uso de oxigênio puro pode provocar acidentes, pois o gás é
altamente inflamável e sua toxicidade é prejudicial.
Quanto à família e ao paciente, a enfermagem deve orientar sobre o procedimento
e o tratamento que será submetido, orientar quanto à manutenção do cuidado no local da
lesão de pele:
• Validar as informações recebidas pelo paciente e pela família;
• Dar oportunidade de sanarem as dúvidas;
• Permanecer ao lado do paciente caso esteja ansioso. Procurar tranquilizá-
lo;
• Retirar os curativos que contenham substâncias oleosas e iodo, devido aos
riscos de explosão;
• Orientar a seguir os cuidados conforme os protocolos da instituição;
• Orientar quanto à vestimenta que, não produza eletricidade estática: roupa
de algodão;
• Retirar todos os objetos metálicos, lentes de contato e óculos antes de
encaminhar para a câmara;
• Manter a administração de medicamentos intravenosos;
• Realizar exame físico após cada sessão, atentando para o sistema
respiratório e auditivo do paciente;
• Impedir pacientes e acompanhantes de fumarem próximo à câmara;
144

• Manter todos os aparelhos elétricos afastados, pelo menos 1,5 m longe da


câmara.
• Ter extintores de incêndio por perto e saber como usá-los;
• Respeitar o tempo preestabelecido da sessão, evitando atrasos e o perigo
da intoxicação;
• Estar habilitado a operar a máquina corretamente;
• Realizar o relatório de enfermagem.

EVOLUÇÃO
A cicatrização é um processo dinâmico e, por isso, requer um enfoque
multiprofissional e constantes atualizações técnicas e científicas.
A ciência não para!
Atualmente existem inúmeros estudos e vários produtos em fase de experiência e
que mais cedo ou mais tarde serão postos em uso.
Dessa forma, o processo de aprendizado torna-se contínuo e nos obriga a estar
constantemente atualizando os nossos conhecimentos.
A todos, o mesmo ponto de partida.
O ponto de chegada.
Depende de cada um.

REFERÊNCIAS

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Itália: Torino, 1999.
FRANCISCO, Tiago. Feridas: etiologia e tratamento. Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto. São Paulo, 1995.
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KREUTZ, Irene. Como tratar uma ferida. Subsídios para um planejamento
individualizado. Tese de doutorado da Escola de enfermagem de Ribeirão Preto – USP,
2000.
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uma abordagem para o cuidar em enfermagem. Tese de mestrado da Universidade Federal
de São Paulo, 2002.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Grupo de estudos de feridas.
Manual de tratamento de feridas. Hospital das clínicas. Campinas, 1999.
FROST, M. R. et al. Adsorção de bactérias em tecido de carvão ativado: um efeito
de importância potencial no tratamento de ferimentos infectados. Divisão de pesquisa e
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linoleico. Separata do jornal brasileiro de medicina. v. 82, n. 6, Junho 2002.
JORGE, S.; DANTAS, S. Abordagem multiprofissional no tratamento de feridas.
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Conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte I. Anais brasileiros de dermatologia, v. 78,
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KUBAGAWA, L. M.; URASAKI, M. B. M. Câmara hiperbárica: informações
básicas para a equipe de enfermagem. Rev. Paul. Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 168-74,
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